Upload
guilherme-collares
View
258
Download
4
Embed Size (px)
Citation preview
Classificação Taxonômica
Ordem Diptera
Sub-Ordem Brachycera
Infra-Ordem Muscomorpha
Cyclorrhapha
Super-família Muscoidea
Família Muscidae
(moscas)
Super-família Oestroidea
Família Calliphoridae (varejeiras)
Família Oestridae
(bernes)
Infra-Ordem Tabanomorpha
Família Tabanidae
Mutucas
Sub-Ordem Nematocera
(mosquitos)
Família Muscidae
Moscas hematófagas
• Haematobia irritans
▫ Mosca-dos-chifres (“horn fly”)
• Stomoxys calcitrans
▫ Mosca-dos-estábulos (“stable fly”)
Família Calliphoridae
• Cochliomyia hominivorax (“primary screw-worm”)
• Cochliomyia macellaria (“secondary screw-worm”)
▫ Moscas varejeiras (miíase primária e secundária)
• Chrysomya spp.
▫ Moscas varejeiras (miíase secundária)
Família Oestridae
• Dermatobia hominis
▫ Berne (“human bot fly”)
• Gasterophilus spp.
▫ Parasitose de equideos (“horse bot flies”)
• Oestrus ovis
▫ Bicho-da-cabeça (“sheep bot fly”)
Família Tabanidae
Mutucas
• Tabanus spp.
• Chrysops spp. (“deer flies”)
DÍPTEROS
• Moscas adultas se alimentam de sangue, suor, secreções da pele, lágrimas, saliva, urina, e fezes
• Punctura – insetos picadores – perfuram a pele
• Mastigação na pele – não picadores, perturbadores
• Perdas muito grandes de sangue
• Vetores mecânicos de doenças
• Reações de hipersensibilidade – coceira
• Receio dos hospedeiros – comportamento evasivo, fuga, abano de cauda, auto-mutilação – menor tempo de alimentação e performance
Mosca-dos-chifres (“horn-fly”)
• Ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais - até 20.000 moscas/animal
• Se agrupam ao redor do chifre (comportamento observado somente
em regiões de clima temperado)
• Ataca mais comumente bovinos, ovinos e caprinos, eventualmente parasitando eqüinos. Este último é bastante sensível à picada da mosca
• Zebuínos são menos infestados do que taurinos e terneiros, antes do desmame, também são menos infestados
• Há preferência por animais machos (especialmente touros) relacionada com a atividade das glândulas sebáceas
• As moscas adultas medem de 2 – 3 mm de comprimento, de coloração preta
• Permanece no animal hospedeiro dia e noite, de preferência no dorso, lado do tórax, abdômen, ao redor da cabeça e cupim (zebuínos). Só abandonam o animal para se acasalar e depositar os ovos
• No animal, sempre dirige sua cabeça em direção ao solo, mantendo as asas semi-abertas
• Geralmente as moscas se acumulam em hospedeiros com pelagem escura ou nas manchas escuras dos animais
• Horas mais quentes - regiões ventrais do hospedeiro, retornando às partes altas em condições climáticas favoráveis
• Hábitos hematófagos intermitentes, repasto sanguíneo pode ocorrer de: ▫ Cerca de 25 vezes/dia (machos) ▫ Cerca de 40 vezes/dia (fêmeas)
• Quando perturbadas, fazem um vôo vertical, simultâneo, retornando imediatamente ao hospedeiro
Ciclo Biológico • Cerca de 25% das fêmeas presentes no hospedeiro estão em fase de produção de ovos. Fêmea, receptiva ao macho
uma única vez, podendo apresentar 15 ciclos ovarianos ou mais, havendo ovoposição de ~ 225-375 ovos/fêmea
• Após a fecundação, as fêmeas migram para partes mais baixas (face ventral, patas), para esperar o hospedeiro (ou um vizinho próximo) defecar
• Bovino defeca - fêmeas voam rapidamente e depositam ovos em embaixo da borda da massa fecal. Oviposição: durante o dia e/ou noite, mais freqüente durante o dia (temperatura e umidade mais elevadas). Noites quentes e úmidas também são favoráveis - rapidez do ciclo biológico
• Eclosão depende das condições climáticas e existência de predadores naturais. A mortalidade natural dos ovos no bolo fecal pode atingir 90-93% dos ovos depositados
• Os ovos (1,3-1,5 mm de comprimento) são de coloração castanho-amarelada até castanho-avermelhada
• Sob temperatura favorável: eclosão larval ocorre em 24 horas e as larvas (L1) penetram no bolo fecal - 2 mudas - L3 - fase pupal (partes baixas da massa fecal ou no solo)
• Sob condições ambientais favoráveis, em 2-8 dias ocorre emergência dos adultos que dentro de algumas horas (2-3 horas) já são capazes de iniciar o hematofagismo
• O ciclo biológico dura de 6 – 9 dias (épocas mais quentes e úmidas), 30-45 dias (épocas mais frias)
• Após 1-2 dias da emergência dos adultos ocorre acasalamento: observado nas partes mais altas do corpo do hospedeiro - parasitismo
• Geralmente, fêmeas recém-emergidas tem maior capacidade de dispersão que fêmeas mais velhas. Podem voar até 15 km de um local para outro, podendo permanecer vivas de 18 a 26 horas sem se alimentar
Fêmea ovígera
Ovopostura (migração região
abdominal)
Atração pelas fezes
Ovopostura nos bordos do bolo
fecal
Massas de 15 – 20 ovos (interior do
bolo fecal)
Cada fêmea pode por até 300 ovos
12 – 24 h eclosão – L1
Migração das L1 em direção à parte
mais úmida
No interior do bolo fecal – muda L2
Rente ao solo (inferior) muda à
L3
L3 maduras penetram no solo
(até 3 cm)
Pupa imóvel (marrom) de 3 – 5
dias Abertura da pupa
Imagos no corpo dos hospedeiros
6 – 9 dias
Condições ideais
Ação sobre o hospedeiro
• Ação sobre o hospedeiro: ▫ Perda de sangue ▫ Picada dolorosa ▫ Intensa irritação ▫ Queda nos índices de produtividade ▫ Machos: diminuição da libido e baixo desempenho
reprodutivo ▫ Vetor: Habronema spp. (equinos), Anaplasma marginale
(bovinos)
• Considerada como uma das mais importantes pragas do rebanho bovino nas Américas
• Nos E.U.A: prejuízos atribuídos à H. irritans ao redor de US$ 700 milhões/ano.
Estratégias de Controle
• Objetivo: redução da infestação em níveis toleráveis, minimizando os prejuízos econômicos
• Inicialmente: determinar o nível populacional máximo aceitável de moscas/animal
• Calcular a relação custo/benefício: infestação x tratamento (varia para cada tipo de criação, região, manejo, alimentação, etc..)
• Definir a estratégia de controle: ▫ Não fazer o tratamento ▫ Tratar somente aqueles animais portadores de 70% da população de
moscas (“distribuição agregada”) ▫ Realizar o tratamento quando há prejuízo decorrente da parasitose ▫ Como conseqüência, se evita o uso indiscriminado de inseticidas e
retarda a resistência da mosca aos inseticidas
Controle Biológico
• Onthophagus gazella remove massa fecal, de modo mais eficiente que o besouro brasileiro (Dichotomius anaglypticus). O. gazella enterra 68,7g de fezes e o D. anaglypticus somente 9,2 g do esterco
• O ciclo de O. gazella é 12 vezes mais rápido (1 mês), a fêmea deixa 90 descendentes o D. anaglypticus deixa somente 20
• Besouro cava túneis, apanha pequenas porções do esterco que são roladas (daí o nome “rola-bosta”) e enterradas, formando as “peras de incubação” ricas em matéria orgânica, onde evoluem suas larvas e pupas
• Matéria seca não utilizada seca-se rapidamente (está presente na superfície). Há decréscimo da “qualidade” da massa fecal e menor desenvolvimento de larvas e pupas da H. irritans
• Além de interferir com o desenvolvimento das larvas de H. irritans, o fato das fezes serem enterradas também interrompe o ciclo de helmintos
• Nos E.U.A., mesmo em áreas onde a criação de O. gazella foi perfeitamente implantada, as populações de H. irritans muitas vezes somente são controladas empregando-se inseticidas