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Aula de Farmacologia com enfoque em farmacocinética!
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO
Mestrado Profissional em Farmácia
Prof. Niraldo Paulino
Farmacologia Avançada
Princípios gerais de farmacocinética
AULA DE FARMACOLOGIA
Objetivo
• Rever os principais tópicos referentes a farmacocinética básica
da farmacologia;
• Rever os principais conteúdos da farmacologia clínica;
• Analise de casos clínicos em cada ítem do estudo;
• Inserir os colegas nos conhecimentos em internet na área de
farmacocinética.
Introdução Administração
Absorção
Distribuição
Tecido alvo
Metabolismo
Excreção
Reservatório
Farmacocinética
Emprega modelos matemáticos para
avaliar a velocidade de transferência
Estuda a velocidade e extensão com que os
fármacos são absorvidos, distribuídos,
biotransformados e excretados
Parâmetros farmacocinéticos
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
FÁRMACO LIVRE
FÁRMACO
ABSORÇÃO
DISTRIBUIÇÃO TECIDOS E ÓRGÃOS
URINA FEZES
EXCREÇÃO
BIOTRANSFORMAÇÃO
METABÓLITOS
Farmacocinética
Farmacocinética/ Farmacodinâmica
FÁRMACO
CONCENTRAÇÃO
NO SÍTIO DE AÇÃO
CONCENTRAÇÃO
PLASMÁTICA
ABSORÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
BIOTRANSFORMAÇÃO
EXCREÇÃO
EFEITO
FARMACOLÓGICO
Farmacocinética
Conc. mín. eficaz
Conc. mín. tóxica
Duração In
tensid
ade
Cp
t
Curva de concentração plasmática versus tempo
Absorção de fármacos
Moléculas de baixo peso molecular
Moléculas não ionizadas
Moléculas lipossolúveis
Moléculas com transpotadores
Íons: Ca2+, Na+, K+ e Cl-
Figuras originais do curso ISAP
(www.street.com/ISAP)
1- Difusão passiva: espontânea, a favor do gradiente
2 - Difusão facilitada: transportadores (sem gasto de
energia)
3 - Filtração: “poros” na membrana, pequenas moléculas
Absorção de fármacos
Passagem de fármacos através de membranas
4 - Transporte ativo: transportadores, fluxo contra
gradiente (envolve gasto de energia)
Absorção de fármacos
Passagem de fármacos através de membranas
6 – Pinocitose (líquidos) e fagocitose (sólidos):
transporte vesicular
Absorção de fármacos
A velocidade de transporte de substâncias através de
uma membrana depende:
espessura e composição da membrana;
características do fármaco (tamanho, forma
molecular e coeficiente de partição lipídio :água);
constante de dissociação (pKa);
pH do meio onde se encontra
Absorção de fármacos
Para sais de ácidos ou bases fracas, (maioria
de nossos fármacos), o pH do meio determina
seu grau de dissociação em solução.
lipossolubilidade
quantidade da forma não
ionizada
passagem passiva através da membrana
Absorção de fármacos
Grau de ionização
constante de dissociação da substância ou
pKa
pH do meio onde se encontra a molécula, o
qual pode ser diferente entre os lados da
membrana
pKa = pH no qual a concentração da forma ionizada é igual a conentração da forma
não ionizada
Absorção de fármacos
ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco permanecendo predominantemente em forma molecular:
HA = H+ + A-
ácidos fracos em meio básico se dissociam mais permanecendo predominantemente em forma ionizada:
HA = H+ + A-
Melhor
absorção
Absorção de fármacos
Farmacocinética: Absorção
Passagem de fármacos através de membranas
bases fracas em meio ácido se dissociam muito permanecendo predominantemente em forma ionizada:
B = +H + BH+
bases fracas em meio básico se dissociam menos permanecendo predominantemente em forma molecular:
B = +H + BH+ Melhor
absorção
Absorção de fármacos
Ácidos fracos
Bases fracas
Absorção de fármacos
pKa = faixa de
pH onde a droga
está 50% ionizada.
Ácidos fracos
muito ionizados
em pH alto
Bases fracas
muito ionizadas
em pH baixo
Absorção de fármacos
Sítio ou local de aplicação
PH médio
Cavidade bucal
7,2-7,6
Estomago
1,0-3,5
Intestinos (fração proximal)/(fração distal)
4,0-
6,0/7,0-
8,0
Plasma
7,2-7,4
Urina
5,5-7,0
Saliva
6,4
Secreção nasal
6,0
Músculo esquelético
6,0
Secreção vaginal (pré-menopausa)
4,5
Secreção vaginal (pós-menopausa)
7,0
Oral
Sublingual
Retal
Superfícies epiteliais:
pele, córnea, vagina, nasal
Transdérmica
Pulmonar: inalação
Subcutânea
Intramuscular
Intravenosa
Intratecal
Intra-articular
Desen
vo
lvim
en
to
Farm
aco
técn
ico
ap
rop
riad
o
Seg
ura
nça e
Efic
ácia
Administração de fármacos
Vias de administração oral
Oral Esta é a via mais comum. Nesta via a grande maioria
dos fármacos são na verdade absorvidos pelo intestino.
Neste órgão a uma grande superfície de contato, alto
grau de irrigação vascular, e pH ideal para a maioria
dos fármacos. Todavia, existe uma grande quantidade
de fatores que interferem com a absorção:
Motilidade intestinal, Fluxo sanguíneo esplâncnico,
tamanho das partículas e fatores relacionados a
formulação, fatores físico-químicos.
Características:
• Faixas extremas de pH
• Presença ou ausência de alimento
• Enzimas responsáveis pela degradação
• Permeabilidades diferentes ao longo do TGI
• Motilidade intestinal
Vias de administração oral
Fase Biofarmacêutica
Comprimido desintegração
Grânulos
Pequenas partículas desintegração
Fármaco em
solução
Dissolução
Adequada
Dissolução
limitada
Suspensão
Absorção
Fármaco na
circulação
1º Desintegração
2º Dissolução
3º Absorção
Vias de administração oral
Fase Biofarmacêutica
A Fase Biofarmacêutica estuda a influência da formulação
e da técnica de elaboração de um medicamento sobre sua
atividade terapêutica e conseqüentemente sua
biodisponibilidade.
Fármaco
Local
Velocidade
Dose
Intervalo de dose
Forma farmacêutica
Vias de administração oral
Interface dos fármacos com
o conteúdo estomacal.
Fundo
Corpo
Piloro
Vias de administração oral
Características Fisiológicas do TGI: Estômago
• pH = 2,0 (HCL) - 6,0 (muco + HCO3) em jejum
• pH = 1,5-2,0 na presença de alimento
• Ácidos com dissolução dificultada - forma não ionizada
• Bases com dissolução favorecida - forma ionizada –
dificulta a passagem através das membranas por
difusão passiva
• Intensa movimentação (mistura)
• Tempo de esvaziamento gástrico
• Ausência de microorganismos
Vias de administração oral
Menor permanência do fármaco no estômago
(ácido ou básico)
Esvaziamento Gástrico:
Reduz o tempo de início de ação o fármaco!
Aumenta a velocidade de absorção (duodeno)
Vias de administração oral
Fatores que afetam o esvaziamento gástrico
Retardam: Alimentação com alto teor de gordura,
carboidratos, triglicérides, aminoácidos
Líquidos gelados
Drogas: anticolinérgicos, analgésicos
narcóticos, álcool
Exercício físico vigoroso
Patologias: hipotireoidismo, diabetes,
úlceras duodenais, depressão
Vias de administração oral
Fatores que afetam o esvaziamento gástrico
Aceleram: Líquidos quentes
Estado emocional: stress
Fármacos: metoclopramida
Patologias: hipertireoidismo
Vias de administração oral
Principal sítio de absorção
pH = 5,0 – 7,5
Tempo do trânsito no intestino delgado: 3-4 horas
Alimentação aumenta o TID: 8-12 horas
Grande superfície para absorção (microvilosidades)
Presença de transportadores
Alta vascularização
Poucos microorganismos
Características Fisiológicas do TGI: Intestino delgado
Vias de administração oral
Vias de administração oral
pH = 6,0 – 7,0, podendo chegar a 8,4
Tempo do trânsito no intestino grosso: > 4 horas
Pequena superfície para absorção (células sem
vilosidades)
Menor quantidade de fluidos
Grande quantidade de microorganismos
Características Fisiológicas do TGI: Intestino grosso
Vias de administração oral
Vias de administração
Enzymes
Interface dos fármacos com
o conteúdo intestinal
Vias de administração oral
Fármaco Fármaco
Vias de administração
A Sr Coração Pernabaixo tem problemas cardíacos e
usa digitoxina.
Apresentou aumento da acidez estomacal para a qual
foi prescrito comprimidos antiácidos de hidróxidos
metálicos. Tem diarréias freqüentes, e relata ter usado
carvão ativado.
Teste agora o seu conhecimento
Vias de administração
Hidróxidos de magnésio e alumínio ligam-se ,
in vitro, com a digitoxina. Isto reduz a velocidade de
absorção e a intensidade de ação do glicosídeo
cardiotônico. O paciente deve ser observado quanto
a uma possível diminuição do efeito sobre o coração,
como por aumento da freqüência cardíaca.
Concentrações elevadas de antiácidos devem se
administradas entre 1 a 2 horas após o emprego do
cardioglicosídeo.
Absorção de fármacos
Teste agora o seu conhecimento
O Sr. Omar dos Boffe, apresentou em Sua Farmácia a
seguinte prescrição:
Tagamet (cimetidina) 200mg - uma caixa: tomar
1(um) capsula 3 x ao dia às refeições. (Para o
tratamento de úlcera).
Nizoral (cetoconazol) toma por sua conta por
sugestão de um vizinho (para o tratamento de micose
de unha).
Absorção de fármacos
Antagonistas H2, como a cimetidina e a ranitidina,
inibem a absorção de cetonazol. A cimetidina representa
uma possível medida terapêutica para inibir a secreção ácido
estomacal. Deste modo aumenta o pH conteúdo gástrico.
Para substâncias cuja absorção dependem do pH, deve-se
contar com distúrbios da absorção. Cetoconazol só é absorvido
completamente em pH abaixo de 3,5. O aumento do pH
estomacal pode provocar redução de até 50% da sua absorção.
Alternativa sugerir que os antagonistas H2, como cimetidina e ranitidina,
sejam tomados depois da administração de cetoconazol.
Distribuição dos fármacos
É a transferência reversível do fármaco do sangue para os tecidos.
EQUILÍBRIO
Distribuição dos fármacos
Fatores que afetam a distribuição:
Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel maior a
distribuição;
Perfusão: vascularização de cada tecido;
Ligação às proteínas plasmáticas;
Afinidade por tecidos: Exemplos: digoxina
(coração), CO (hemoglobina), chumbo (ossos).
Distribuição dos fármacos
Ka
Kel 1
Monocompartimental: rápida distribuição
Ka
Kel
1 2 K12
K21
Bicompartimental: equilíbrio demorado
Distribuição dos fármacos
Distribuição dos fármacos
Concentração da
droga ou fármaco
disponível na
corrente sanguínea
após a administração.
BIODISPONIBILIDADE
Ligação às proteínas plasmáticas:
Albumina: ácidos fracos (penicilinas, salicilatos)
1-glicoproteína ácida: básicos (propranolol,
imipramina)
Lipoproteínas (lipídios insolúveis, imipramina)
ligação proteínas plasmáticas = distribuição
ligação proteínas plasmáticas = distribuição
Distribuição dos fármacos
Principais sítios de armazenamento:
Tecido Adiposo: lipossolúveis. Dioxinas, 9-THC
Fígado e Rins: alta capacidade de armazenamento por ligação
às proteínas. Metais (metalotioneina)
Ossos: troca iônica, similaridade de tamanho e carga com
hidroxiapatita. Chumbo, fluor, alendronato
SNC: barreira hematoencefálica. Baixa permeabilidade (difusão
simples). Fenobarbital, etanol
Placenta: transferência bidirecional (difusão simples). Etanol,
pindolol
Distribuição dos fármacos
Distribuição dos fármacos
Teste agora o seu conhecimento
O Sr. Tremendo Muito sofre de epilepsia e usa
fenitoína. Está com infecção urinária e fazendo uso
para isso de sulfametoxazol + trimetropim.
Distribuição dos fármacos
A fenitoína é empregada contra a epilepsia. O efeito da
fenitoína pode ser potenciado e prolongado pelo uso
concomitante de sulfametoxazol, o que, devido ao reduzido
índice terapêutico (relação entre dose tóxica e dose terapêutica)
pode conduzir a uma intoxicação. O tempo de meia vida (t1/2)
da fenitoina é aumentado de 13 para 19 h, já que a sua
metabolização, que produz um metabólito inativo através da
hidroximetilação pelas enzimas microssomais das células do
fígado, é inibida. Por este mecanismo deve-se esperar uma
intoxicação fenitoína após alguns dias, ou eventualmente após
uma semana. Algumas outras sulfonamidas apresentam a
mesma capacidade inibitória e, por isto, não podem servir
como terapia alternativa para o sulfametoxazol. Isto é válido
para sulfenazol, sulfadiazina e sulfametizol.
Metabolismo ou Biotransformação de fármacos
Metabolismo ou Biotransformação
Conjunto de alterações químicas produzidas sobre o fármaco,
em um sistema biológico, produzindo como produto de reação
metabólitos.
Efeitos do metabolismo das drogas
Na maioria das vezes ocorre o término da ação da droga,
pela geração de um metabólito inativo, seguida de uma
eliminação mais rápida da droga.
Transformação do fármaco em uma substância mais polar, e
portanto menos produtos solúveis em lipídios. Como
conseqüência leva a uma menor reabsorção renal e maior
excreção.
Codeína – reação de O-desmetilação para formação da
morfina, composto com atividade analgésica; 10% da
codeína administrada é convertida em morfina;
Imipramina e diazepam – reação de N-desmetilação para
formação dos metabólitos ativos desipramina e
desmetildiazepam, respectivamente.
Delapril, enalapril e perindopril (inibidores da ECA) – são
pró-fármacos: após a absorção são hidrolisados formando
os compostos ativos, delaprilat, enalaprilat e perindoprilat
Metabolismo de fármacos
Metabolismo de drogas
Dois tipos gerais de metabolismo
Fase I (degradação)
oxidação
redução
hidrólise
Fase II (síntese ou conjugação)
glucoronídeo
sulfato
amino ácidos
acetilação / metilação
Metabolismo de drogas
Oxidação
As enzimas localizadas no retículo endoplasmático liso (fração
microssomal), são sistema enzimático com função oxidase que
utilizam moléculas de oxigênio e NADPH e citocromo P450.
Este sistema enzimático está sujeito à indução enzimática, ou
seja, certas drogas aumentam o metabolismo delas mesmas e
outras drogas aumentam a síntese de enzimas que degradam um
outro fármaco.
São exemplos: barbituratos, fenitoina, etanol, carbamazepina,
cigarros.
Estes sistemas enzimáticos também podem estar sujeitos à
inibição enzimática
São exemplos: cimetidina (antihistamínico H2).
Principais órgãos:
Fígado Trato gastrintestinal
Rins Pele
Pulmões
Metabolismo de drogas
Fígado:
Fração microssomal hepática: fragmentos dos retículos
endoplasmáticos;
Citocromo P450: complexo sistema de transporte de elétrons
envolvidos em reações de óxido – redução;
Reações de oxidação da maioria dos fármacos, poluentes
ambientais, aditivos químicos, alimentos
Fração solúvel ou citosólica: desidrogenases, esterases, amidases e
transferases (presentes no citosol ou plasma)
Fração Mitocondrial: monoamino oxidases (desaminação oxidatativa
das aminas endógenas)
Metabolismo de drogas
CITOCROMO P450- CYP
Superfamília de enzimas:
12 famílias em humanos (1, 2, 3, 4...)
Subfamílias (1A, 2B, 2C, 2D, 3A...)
Relacionados a fármacos: CYP1, CYP2, CYP3
Presença de polimorfismo genético:
variações alélicas >1%
CYP2D6; CYP2C9, CYP2C19, CYP3A4
Metabolismo de drogas
Condições fisiológicas: sexo, idade, gestação
Genéticos: etnias, polimorfismos (genótipo)
Patologias: insuficiência hepática, IRC, diabetes,
insuficiência cardíaca, desnutrição
Indução enzimática: aumento da síntese protéica
(relacionado as enzimas microssomais); estímulo das
enzimas existentes
Inibição enzimática: supressão da expressão de CYP;
inibição da enzima (competitiva
ou não competitiva)
Fatores que afetam a biotransformação:
Metabolismo de drogas
Indução (aumento na transcrição de RNAm) - etanol (Sistema Microssomal Enzimático de Oxidação do Etanol); CYP2E1 - anticonvulsivantes: indução lenta; induz CYP3A; CYP2B - fumaça cigarro: aumenta CYP1A Inibição desejável: - dissulfiram (Antabuse): inibe irreversivelmente aldeído desidrogenase; - MAO: inibição reversível: aumenta os neurotransmissores aminas - Inibição indesejável: intoxicação por carbamatos e organofosforados: inibe acetilconisterase;
Fatores que afetam a biotransformação:
Metabolismo de drogas
Enzima Substratos Indutores Inibidores CYP1A2 Acetaminofeno, cafeína,
estradiol, imipramina, teofilina
Cigarro, omeprazol
Ciprofloxacino, fluvoxamina
CYP2B6 Bupropion, Ifosfamida, S-mefenitoína
Fenobarbital, fenitoína,
rifampicina
Orfenadrina, metoxiclor
CYP2C9 Diclofenaco, fenobarbital, fenitoína, piroxicam
Rifampicina Sulfafenazol
CYP2C19 Citalopram, diazepam, imipramida, omeprazol, propranolol fenobarbital
Rifampicina Fluconazol
CYP2D6 Amitriptilina, clozapina, Citalopram, fluoxetina, metoprolol, tamoxifeno
Desconhecidos Fluoxetina, Quinidina
CYP3A4 Acetaminofeno, flutamida, amiodarona, carba, diazepam, lidocaína,
omeprazol
Carbamazepina, Fenobarbital, Rifampicina,
Nevirapina
Fluoxetina, Indinavir,
cetoconazol,
verapamil
Metabolismo de drogas
Metabolismo de drogas
Teste agora o seu conhecimento
O paciente Genérico da Silva (54 anos) apresentou na Sua
Farmácia a seguinte receita:
Valium (diazepam) 10mg –uma caixa: tomar 1(um) comp. 3 x
ao dia (para tratar distúrbios psicossomáticos).
Trandate (labetalol) 200mg – uma caixa: tomar 1(um) comp. 2 x
ao dia (como agente anti-hipertensivo)
Tagamet (cimetidina) 200mg - uma caixa: tomar 1(um) comp. 3
x ao dia às refeições. (Para o tratamento de úlcera)
Metabolismo de drogas
Alguns beta-bloqueadores, como o Labetalol (Trandate),
sofrem uma forte metabolização na passagem pelo fígado
(efeito de primeira passagem). Fala-se também de efeito de
primeira passagem quando um fármaco é biologicamente
inativado pela primeira passagem nas paredes gástricas, no
pulmão ou no sangue portal e, com isto, fica disponível uma
concentração reduzida no organismo. A metabolização do
Labetalol depende fortemente da irrigação sangüínea do
fígado.
Metabolismo de drogas
Cimetidina (Tagamet) bloqueia o sistema metabolizador
citocromo P450 no fígado e pode, além disto, reduzir a
irrigação sangüínea hepática. Com isto a concentração
sangüínea do Labetalol aumenta consideravelmente. Esta
interação também deve ser esperada para Alprenolol e
Metoprolol. Oxprenolol, Penbutolol e Propranolol sofrem os
mesmos efeitos de primeira passagem.
A alternativa sugerida consiste em utilizar beta-bloqueadores sem efeito de
primeira passagem (sem depuração pré-sistêmica), como Nadolol, Pindolol,
Sotalol, e Timolol.
Metabolismo de drogas
Diazepam é desmetilado pelo citocromo P450 e oxidado a
oxazepam. Cimetidina (Tagamet) aumenta e prolonga o
efeito do diazepam através do bloqueio do citocromo P450.
Com isto diminui significativamente a depuração plasmática
(cerca de 40%) e aumenta o efeito sedativo. Parece também
haver uma redução do volume de distribuição (aumento da
concentração no compartimento central). Há influência sobre a
eliminação do metabólito ativo da fase I, desmetildiazepam.
Deve ser igualmente considerado que este metabólito pode
eventualmente alcançar concentrações, que podem ocasionar a
redução da metabolização do fármaco.
A alternativa é escolher aqueles Benzodiazepínicos que não estejam
expostas a metabolização da fase I, como o oxazepam e lorazepam.
Metabolismo de drogas
Oxidação não microssomal Reações de oxidação que ocorrem fora da mitocôndria ou
retículo.
Como é o caso da alcool desidrogenase (citosol) ou xantina-
oxidadese e monoaminooxidase (em outros tecidos).
Redução
Reação de metabolização muito menos freqüente que a oxidação.
Como exemplos: Warfarin (anticoagulante), Predinisona (esteróide).
Hidrólise
São reações não hepáticas.
Como exemplos: Esterases - Acetilcolina (neurotransmissor)
metabolizado pela Acetilcolinesterase. Amidase (lidocaína –
anestésico local, procainamida – antiarritmico).
Metabolismo de drogas
Conjugação
Reação de conjugação com o radical glucoronil Esta é a forma mais comum de conjugação (mais altas
percentagens do metabolismo). Utilizam o seguinte
processo de reação:
glicose-1-fosfato + uridina trifosfato + 2NAD + H2O
uridina difosfato glicurônico ácido (UDPGA) + 2NADH
+ 2H
Metabolismo de drogas
Os principais efeitos da glicuranização são:
metabólitos mais polares (menos solúveis em lipídios);
metabólitos sujeitos ao transporte ácido nos rins;
metabólitos com eliminação mais rápida;
Excepcionalmente formam metabólitos ativos (ex. morfina-6-
glicuronideo);
O processo de conjugação com o ácido glicurônico pode ser afetado
por metabólitos indutores e inibidores;
Metabólitos conjugados com o ácido glicurônico sofrem
recirculação enterohepática:
Metabolismo de drogas
Beta-glicuronidase produzida pela microflora do intestino remove os
glicuronideos, restaurando a forma original da droga que pode então re-
entrar na circulação hepática através do sistema portal.
Metabolismo de drogas
Teste agora o seu conhecimento
Paciente cardíaco toma ácido acetil salicílico como
anticoagulante, apresentou infecção de garganta severa e fez
uso, por prescrição médica de um antibiótico de amplo
espectro por 10 dias. Ao final do período passou a queixar-se
de transtornos obstrutivos vasculares. Como explicar???
Metabolismo de drogas
Parte dos salicilatos são metabolizados através da
conjugação com o ácido glicurônico, e, portanto estão
sujeitos ao processo de recirculação entero-hepática. O uso de
antibiótico de amplo espectro destrói a microflora
bacteriana e aumentam a quantidade de salicilatos
excretados pelas fezes na forma conjugada, reduzindo a
concentração plasmática do antitrombótico.
Metabolismo de drogas
Sulfato
Reação menos comum que a glicuronização. Importante para a
morfina, acetaminofen e ácido ascórbico, e para a produção do
metabólito ativo do minoxidil (antihipertensivo e antialopécio).
Acetil Reação que acontece principalmente na mitocondria dos rins e fígado.
É especialmente importante para as sulfonamidas (antibióticos).
Algumas drogas formam metabólitos tóxicos: isoniazida ou podem
formar cristalúria como nas sulfonamidas.
Aminoácidos
Importante para a glutationa, grupo sulfidrila (-SH) cuja inativação
altamente reativa de intermediários pode causar dano hepático ou
necrose renal. Ex. Acetaminofeno, cuja overdose causa necrose
hepática.
Função:
Remover o fármaco do organismo para o meio externo.
Tanto na forma inalterada como metabólitos.
Principais vias:
Urinária: hidrossolúveis Fecal: não absorvido e bile
Pulmonar: gases e vapores
Leite Materno: efeitos toxicológicos no lactente
Excreção de drogas
Excreção de drogas
Mecanismos:
1. Filtração Glomerular: substâncias com PM< 20.000
- ligados à albumina não passam
- hidro e lipossolúveis
- TFG = 125 mL/min / - ≠ pressão (70 x 15 mmHg)
2. Secreção Tubular: transporte ativo
substâncias hidrossolúveis
há competição por carreadores
3. Reabsorção Tubular: transporte passivo
substâncias lipossolúveis
substâncias não ionizadas
Excreção drenal
Excreção de drogas
Filtração
Reabsorção
Excreção
Secreção
Farmacocinética clínica
Curso temporal da ação da droga (farmacocinética):
Ajudar a determinar ou ajustar a dosagem da droga
Interpretar os dados sobre a concentração das drogas
A taxa de mudança na concentração da droga pode ser:
exponencial (primeira ordem) ou linear (ordem zero)
Cinética de primeira ordem
Implica em que se você administrar uma droga que é
instantaneamente distribuída, a taxa de declínio em sua concentração
seria exponencial.
Outra maneira de explicar isso: uma fração constante da droga é
eliminada por unidade de tempo (ex. 10% por hora, 35% por hora)
Farmacocinética clínica
Cinética de eliminação das drogas
Farmacocinética clínica
Volume aparente de distribuição (Vd)
É um parâmetro usado para estimar a distribuição de uma droga no corpo.
Vd= D/C
Dose da droga
Concentração plasmática
Farmacocinética clínica
Tempo de meia-vida (t1/2 ou t50) Esse dado se refere ao tempo que leva para a concentração plasmática de uma droga
cair pela metade (50%).
Farmacocinética clínica
Concentrações efetivas e concentrações tóxicas
Referente às concentrações da droga ou fármaco capazes de produzir os efeitos
terapêuticos desejados ou efeitos tóxicos sobre um determinado sistema biológico
sobre o qual está se administrando esta droga
Farmacocinética clínica
Re-aplicações posológicas da droga a cada intervalo de tempo para que a concentração
plasmática dessa droga possa ser mantida dentro dos intervalos necessários para a produção
do efeito terapêutico desejado. O aumento das doses, aumento da freqüência de
administração ou o aumento da concentração plasmática da droga ou fármaco em circulação,
pode gerar uma concentração potencial mente tóxica.
Exercícios de Internet
JBC Handbook™ - Clinical Information
The Handbook of Parenteral Drug Administration
4th Edition
James B. Carlton
©1997 All rights reserved.
ISBN: 0 646 326 767
Enter
http://members.ozemail.com.au/~jamesbc/topleft.html
Exercícios de Internet
A First Course in Pharmacokinetics and Biopharmaceutics
David Bourne, Ph.D.
http://www.boomer.org/c/p1/index.html
Este curso de farmacocinética é inteiramente de GRAÇA, apesar de ser meio salgado para
entender, vale a pena passear por ele. BOA VIAGEM AO MUNDO DA
FARMACOCINÉTICA CLÍNICA.
Exercícios de Internet
Pharmacokinetic Equations
PK Solutions - the easy way to do pharmacokinetics
David S. Farrier, Ph.D.
Summit Research Services
68911 Open Field Drive
Montrose, CO 68911 USA
Tel: 970-249-1389
Fax: 970-249-1360
Email: [email protected]
www.SummitPK.com
Vincent van Gogh
A Noite Estrelada é uma
das mais conhecidas
pinturas do artista holandês
pós-impressionista Vincent
van Gogh. Foi criada por van
Gogh aos 37 anos, enquanto
estava em um asilo em Saint
Rémy de Provence em Junho
de 1889. A obra atualmente
encontra-se na coleção
permanente do Museu de
Arte Moderna de Nova york.
MUITO OBRIGADO PELA SUA PRESENÇA!!
Mas ainda temos muito mais...