83
UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO Mestrado Profissional em Farmácia Prof. Niraldo Paulino Farmacologia Avançada

Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula de Farmacologia com enfoque em farmacocinética!

Citation preview

Page 1: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

Mestrado Profissional em Farmácia

Prof. Niraldo Paulino

Farmacologia Avançada

Page 2: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Princípios gerais de farmacocinética

AULA DE FARMACOLOGIA

Page 3: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Objetivo

• Rever os principais tópicos referentes a farmacocinética básica

da farmacologia;

• Rever os principais conteúdos da farmacologia clínica;

• Analise de casos clínicos em cada ítem do estudo;

• Inserir os colegas nos conhecimentos em internet na área de

farmacocinética.

Page 4: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Introdução Administração

Absorção

Distribuição

Tecido alvo

Metabolismo

Excreção

Reservatório

Page 5: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética

Emprega modelos matemáticos para

avaliar a velocidade de transferência

Estuda a velocidade e extensão com que os

fármacos são absorvidos, distribuídos,

biotransformados e excretados

Parâmetros farmacocinéticos

Page 6: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

CIRCULAÇÃO SISTÊMICA

FÁRMACO LIVRE

FÁRMACO

ABSORÇÃO

DISTRIBUIÇÃO TECIDOS E ÓRGÃOS

URINA FEZES

EXCREÇÃO

BIOTRANSFORMAÇÃO

METABÓLITOS

Farmacocinética

Page 7: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética/ Farmacodinâmica

FÁRMACO

CONCENTRAÇÃO

NO SÍTIO DE AÇÃO

CONCENTRAÇÃO

PLASMÁTICA

ABSORÇÃO

DISTRIBUIÇÃO

BIOTRANSFORMAÇÃO

EXCREÇÃO

EFEITO

FARMACOLÓGICO

Page 8: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética

Conc. mín. eficaz

Conc. mín. tóxica

Duração In

tensid

ade

Cp

t

Curva de concentração plasmática versus tempo

Page 9: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

Moléculas de baixo peso molecular

Moléculas não ionizadas

Moléculas lipossolúveis

Moléculas com transpotadores

Íons: Ca2+, Na+, K+ e Cl-

Figuras originais do curso ISAP

(www.street.com/ISAP)

Page 10: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

1- Difusão passiva: espontânea, a favor do gradiente

2 - Difusão facilitada: transportadores (sem gasto de

energia)

3 - Filtração: “poros” na membrana, pequenas moléculas

Absorção de fármacos

Page 11: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Passagem de fármacos através de membranas

4 - Transporte ativo: transportadores, fluxo contra

gradiente (envolve gasto de energia)

Absorção de fármacos

Page 12: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Passagem de fármacos através de membranas

6 – Pinocitose (líquidos) e fagocitose (sólidos):

transporte vesicular

Absorção de fármacos

Page 13: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

A velocidade de transporte de substâncias através de

uma membrana depende:

espessura e composição da membrana;

características do fármaco (tamanho, forma

molecular e coeficiente de partição lipídio :água);

constante de dissociação (pKa);

pH do meio onde se encontra

Absorção de fármacos

Page 14: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Para sais de ácidos ou bases fracas, (maioria

de nossos fármacos), o pH do meio determina

seu grau de dissociação em solução.

lipossolubilidade

quantidade da forma não

ionizada

passagem passiva através da membrana

Absorção de fármacos

Page 15: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Grau de ionização

constante de dissociação da substância ou

pKa

pH do meio onde se encontra a molécula, o

qual pode ser diferente entre os lados da

membrana

pKa = pH no qual a concentração da forma ionizada é igual a conentração da forma

não ionizada

Absorção de fármacos

Page 16: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco permanecendo predominantemente em forma molecular:

HA = H+ + A-

ácidos fracos em meio básico se dissociam mais permanecendo predominantemente em forma ionizada:

HA = H+ + A-

Melhor

absorção

Absorção de fármacos

Page 17: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética: Absorção

Passagem de fármacos através de membranas

bases fracas em meio ácido se dissociam muito permanecendo predominantemente em forma ionizada:

B = +H + BH+

bases fracas em meio básico se dissociam menos permanecendo predominantemente em forma molecular:

B = +H + BH+ Melhor

absorção

Page 18: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

Ácidos fracos

Bases fracas

Page 19: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

pKa = faixa de

pH onde a droga

está 50% ionizada.

Ácidos fracos

muito ionizados

em pH alto

Bases fracas

muito ionizadas

em pH baixo

Page 20: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

Sítio ou local de aplicação

PH médio

Cavidade bucal

7,2-7,6

Estomago

1,0-3,5

Intestinos (fração proximal)/(fração distal)

4,0-

6,0/7,0-

8,0

Plasma

7,2-7,4

Urina

5,5-7,0

Saliva

6,4

Secreção nasal

6,0

Músculo esquelético

6,0

Secreção vaginal (pré-menopausa)

4,5

Secreção vaginal (pós-menopausa)

7,0

Page 21: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Oral

Sublingual

Retal

Superfícies epiteliais:

pele, córnea, vagina, nasal

Transdérmica

Pulmonar: inalação

Subcutânea

Intramuscular

Intravenosa

Intratecal

Intra-articular

Desen

vo

lvim

en

to

Farm

aco

técn

ico

ap

rop

riad

o

Seg

ura

nça e

Efic

ácia

Administração de fármacos

Page 22: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração oral

Oral Esta é a via mais comum. Nesta via a grande maioria

dos fármacos são na verdade absorvidos pelo intestino.

Neste órgão a uma grande superfície de contato, alto

grau de irrigação vascular, e pH ideal para a maioria

dos fármacos. Todavia, existe uma grande quantidade

de fatores que interferem com a absorção:

Motilidade intestinal, Fluxo sanguíneo esplâncnico,

tamanho das partículas e fatores relacionados a

formulação, fatores físico-químicos.

Page 23: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Características:

• Faixas extremas de pH

• Presença ou ausência de alimento

• Enzimas responsáveis pela degradação

• Permeabilidades diferentes ao longo do TGI

• Motilidade intestinal

Vias de administração oral

Page 24: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fase Biofarmacêutica

Comprimido desintegração

Grânulos

Pequenas partículas desintegração

Fármaco em

solução

Dissolução

Adequada

Dissolução

limitada

Suspensão

Absorção

Fármaco na

circulação

1º Desintegração

2º Dissolução

3º Absorção

Vias de administração oral

Page 25: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fase Biofarmacêutica

A Fase Biofarmacêutica estuda a influência da formulação

e da técnica de elaboração de um medicamento sobre sua

atividade terapêutica e conseqüentemente sua

biodisponibilidade.

Fármaco

Local

Velocidade

Dose

Intervalo de dose

Forma farmacêutica

Vias de administração oral

Page 26: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Interface dos fármacos com

o conteúdo estomacal.

Fundo

Corpo

Piloro

Vias de administração oral

Page 27: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Características Fisiológicas do TGI: Estômago

• pH = 2,0 (HCL) - 6,0 (muco + HCO3) em jejum

• pH = 1,5-2,0 na presença de alimento

• Ácidos com dissolução dificultada - forma não ionizada

• Bases com dissolução favorecida - forma ionizada –

dificulta a passagem através das membranas por

difusão passiva

• Intensa movimentação (mistura)

• Tempo de esvaziamento gástrico

• Ausência de microorganismos

Vias de administração oral

Page 28: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Menor permanência do fármaco no estômago

(ácido ou básico)

Esvaziamento Gástrico:

Reduz o tempo de início de ação o fármaco!

Aumenta a velocidade de absorção (duodeno)

Vias de administração oral

Page 29: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fatores que afetam o esvaziamento gástrico

Retardam: Alimentação com alto teor de gordura,

carboidratos, triglicérides, aminoácidos

Líquidos gelados

Drogas: anticolinérgicos, analgésicos

narcóticos, álcool

Exercício físico vigoroso

Patologias: hipotireoidismo, diabetes,

úlceras duodenais, depressão

Vias de administração oral

Page 30: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fatores que afetam o esvaziamento gástrico

Aceleram: Líquidos quentes

Estado emocional: stress

Fármacos: metoclopramida

Patologias: hipertireoidismo

Vias de administração oral

Page 31: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Principal sítio de absorção

pH = 5,0 – 7,5

Tempo do trânsito no intestino delgado: 3-4 horas

Alimentação aumenta o TID: 8-12 horas

Grande superfície para absorção (microvilosidades)

Presença de transportadores

Alta vascularização

Poucos microorganismos

Características Fisiológicas do TGI: Intestino delgado

Vias de administração oral

Page 32: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração oral

Page 33: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

pH = 6,0 – 7,0, podendo chegar a 8,4

Tempo do trânsito no intestino grosso: > 4 horas

Pequena superfície para absorção (células sem

vilosidades)

Menor quantidade de fluidos

Grande quantidade de microorganismos

Características Fisiológicas do TGI: Intestino grosso

Vias de administração oral

Page 34: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração

Enzymes

Interface dos fármacos com

o conteúdo intestinal

Page 35: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração oral

Fármaco Fármaco

Page 36: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração

A Sr Coração Pernabaixo tem problemas cardíacos e

usa digitoxina.

Apresentou aumento da acidez estomacal para a qual

foi prescrito comprimidos antiácidos de hidróxidos

metálicos. Tem diarréias freqüentes, e relata ter usado

carvão ativado.

Teste agora o seu conhecimento

Page 37: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vias de administração

Hidróxidos de magnésio e alumínio ligam-se ,

in vitro, com a digitoxina. Isto reduz a velocidade de

absorção e a intensidade de ação do glicosídeo

cardiotônico. O paciente deve ser observado quanto

a uma possível diminuição do efeito sobre o coração,

como por aumento da freqüência cardíaca.

Concentrações elevadas de antiácidos devem se

administradas entre 1 a 2 horas após o emprego do

cardioglicosídeo.

Page 38: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

Teste agora o seu conhecimento

O Sr. Omar dos Boffe, apresentou em Sua Farmácia a

seguinte prescrição:

Tagamet (cimetidina) 200mg - uma caixa: tomar

1(um) capsula 3 x ao dia às refeições. (Para o

tratamento de úlcera).

Nizoral (cetoconazol) toma por sua conta por

sugestão de um vizinho (para o tratamento de micose

de unha).

Page 39: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Absorção de fármacos

Antagonistas H2, como a cimetidina e a ranitidina,

inibem a absorção de cetonazol. A cimetidina representa

uma possível medida terapêutica para inibir a secreção ácido

estomacal. Deste modo aumenta o pH conteúdo gástrico.

Para substâncias cuja absorção dependem do pH, deve-se

contar com distúrbios da absorção. Cetoconazol só é absorvido

completamente em pH abaixo de 3,5. O aumento do pH

estomacal pode provocar redução de até 50% da sua absorção.

Alternativa sugerir que os antagonistas H2, como cimetidina e ranitidina,

sejam tomados depois da administração de cetoconazol.

Page 40: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Distribuição dos fármacos

Page 41: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

É a transferência reversível do fármaco do sangue para os tecidos.

EQUILÍBRIO

Distribuição dos fármacos

Page 42: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fatores que afetam a distribuição:

Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel maior a

distribuição;

Perfusão: vascularização de cada tecido;

Ligação às proteínas plasmáticas;

Afinidade por tecidos: Exemplos: digoxina

(coração), CO (hemoglobina), chumbo (ossos).

Distribuição dos fármacos

Page 43: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Ka

Kel 1

Monocompartimental: rápida distribuição

Ka

Kel

1 2 K12

K21

Bicompartimental: equilíbrio demorado

Distribuição dos fármacos

Page 44: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Distribuição dos fármacos

Concentração da

droga ou fármaco

disponível na

corrente sanguínea

após a administração.

BIODISPONIBILIDADE

Page 45: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Ligação às proteínas plasmáticas:

Albumina: ácidos fracos (penicilinas, salicilatos)

1-glicoproteína ácida: básicos (propranolol,

imipramina)

Lipoproteínas (lipídios insolúveis, imipramina)

ligação proteínas plasmáticas = distribuição

ligação proteínas plasmáticas = distribuição

Distribuição dos fármacos

Page 46: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Principais sítios de armazenamento:

Tecido Adiposo: lipossolúveis. Dioxinas, 9-THC

Fígado e Rins: alta capacidade de armazenamento por ligação

às proteínas. Metais (metalotioneina)

Ossos: troca iônica, similaridade de tamanho e carga com

hidroxiapatita. Chumbo, fluor, alendronato

SNC: barreira hematoencefálica. Baixa permeabilidade (difusão

simples). Fenobarbital, etanol

Placenta: transferência bidirecional (difusão simples). Etanol,

pindolol

Distribuição dos fármacos

Page 47: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Distribuição dos fármacos

Teste agora o seu conhecimento

O Sr. Tremendo Muito sofre de epilepsia e usa

fenitoína. Está com infecção urinária e fazendo uso

para isso de sulfametoxazol + trimetropim.

Page 48: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Distribuição dos fármacos

A fenitoína é empregada contra a epilepsia. O efeito da

fenitoína pode ser potenciado e prolongado pelo uso

concomitante de sulfametoxazol, o que, devido ao reduzido

índice terapêutico (relação entre dose tóxica e dose terapêutica)

pode conduzir a uma intoxicação. O tempo de meia vida (t1/2)

da fenitoina é aumentado de 13 para 19 h, já que a sua

metabolização, que produz um metabólito inativo através da

hidroximetilação pelas enzimas microssomais das células do

fígado, é inibida. Por este mecanismo deve-se esperar uma

intoxicação fenitoína após alguns dias, ou eventualmente após

uma semana. Algumas outras sulfonamidas apresentam a

mesma capacidade inibitória e, por isto, não podem servir

como terapia alternativa para o sulfametoxazol. Isto é válido

para sulfenazol, sulfadiazina e sulfametizol.

Page 49: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo ou Biotransformação de fármacos

Metabolismo ou Biotransformação

Conjunto de alterações químicas produzidas sobre o fármaco,

em um sistema biológico, produzindo como produto de reação

metabólitos.

Efeitos do metabolismo das drogas

Na maioria das vezes ocorre o término da ação da droga,

pela geração de um metabólito inativo, seguida de uma

eliminação mais rápida da droga.

Transformação do fármaco em uma substância mais polar, e

portanto menos produtos solúveis em lipídios. Como

conseqüência leva a uma menor reabsorção renal e maior

excreção.

Page 50: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Codeína – reação de O-desmetilação para formação da

morfina, composto com atividade analgésica; 10% da

codeína administrada é convertida em morfina;

Imipramina e diazepam – reação de N-desmetilação para

formação dos metabólitos ativos desipramina e

desmetildiazepam, respectivamente.

Delapril, enalapril e perindopril (inibidores da ECA) – são

pró-fármacos: após a absorção são hidrolisados formando

os compostos ativos, delaprilat, enalaprilat e perindoprilat

Metabolismo de fármacos

Page 51: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Dois tipos gerais de metabolismo

Fase I (degradação)

oxidação

redução

hidrólise

Fase II (síntese ou conjugação)

glucoronídeo

sulfato

amino ácidos

acetilação / metilação

Page 52: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Oxidação

As enzimas localizadas no retículo endoplasmático liso (fração

microssomal), são sistema enzimático com função oxidase que

utilizam moléculas de oxigênio e NADPH e citocromo P450.

Este sistema enzimático está sujeito à indução enzimática, ou

seja, certas drogas aumentam o metabolismo delas mesmas e

outras drogas aumentam a síntese de enzimas que degradam um

outro fármaco.

São exemplos: barbituratos, fenitoina, etanol, carbamazepina,

cigarros.

Estes sistemas enzimáticos também podem estar sujeitos à

inibição enzimática

São exemplos: cimetidina (antihistamínico H2).

Page 53: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Principais órgãos:

Fígado Trato gastrintestinal

Rins Pele

Pulmões

Metabolismo de drogas

Page 54: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Fígado:

Fração microssomal hepática: fragmentos dos retículos

endoplasmáticos;

Citocromo P450: complexo sistema de transporte de elétrons

envolvidos em reações de óxido – redução;

Reações de oxidação da maioria dos fármacos, poluentes

ambientais, aditivos químicos, alimentos

Fração solúvel ou citosólica: desidrogenases, esterases, amidases e

transferases (presentes no citosol ou plasma)

Fração Mitocondrial: monoamino oxidases (desaminação oxidatativa

das aminas endógenas)

Metabolismo de drogas

Page 55: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

CITOCROMO P450- CYP

Superfamília de enzimas:

12 famílias em humanos (1, 2, 3, 4...)

Subfamílias (1A, 2B, 2C, 2D, 3A...)

Relacionados a fármacos: CYP1, CYP2, CYP3

Presença de polimorfismo genético:

variações alélicas >1%

CYP2D6; CYP2C9, CYP2C19, CYP3A4

Metabolismo de drogas

Page 56: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Condições fisiológicas: sexo, idade, gestação

Genéticos: etnias, polimorfismos (genótipo)

Patologias: insuficiência hepática, IRC, diabetes,

insuficiência cardíaca, desnutrição

Indução enzimática: aumento da síntese protéica

(relacionado as enzimas microssomais); estímulo das

enzimas existentes

Inibição enzimática: supressão da expressão de CYP;

inibição da enzima (competitiva

ou não competitiva)

Fatores que afetam a biotransformação:

Metabolismo de drogas

Page 57: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Indução (aumento na transcrição de RNAm) - etanol (Sistema Microssomal Enzimático de Oxidação do Etanol); CYP2E1 - anticonvulsivantes: indução lenta; induz CYP3A; CYP2B - fumaça cigarro: aumenta CYP1A Inibição desejável: - dissulfiram (Antabuse): inibe irreversivelmente aldeído desidrogenase; - MAO: inibição reversível: aumenta os neurotransmissores aminas - Inibição indesejável: intoxicação por carbamatos e organofosforados: inibe acetilconisterase;

Fatores que afetam a biotransformação:

Metabolismo de drogas

Page 58: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Enzima Substratos Indutores Inibidores CYP1A2 Acetaminofeno, cafeína,

estradiol, imipramina, teofilina

Cigarro, omeprazol

Ciprofloxacino, fluvoxamina

CYP2B6 Bupropion, Ifosfamida, S-mefenitoína

Fenobarbital, fenitoína,

rifampicina

Orfenadrina, metoxiclor

CYP2C9 Diclofenaco, fenobarbital, fenitoína, piroxicam

Rifampicina Sulfafenazol

CYP2C19 Citalopram, diazepam, imipramida, omeprazol, propranolol fenobarbital

Rifampicina Fluconazol

CYP2D6 Amitriptilina, clozapina, Citalopram, fluoxetina, metoprolol, tamoxifeno

Desconhecidos Fluoxetina, Quinidina

CYP3A4 Acetaminofeno, flutamida, amiodarona, carba, diazepam, lidocaína,

omeprazol

Carbamazepina, Fenobarbital, Rifampicina,

Nevirapina

Fluoxetina, Indinavir,

cetoconazol,

verapamil

Metabolismo de drogas

Page 59: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Teste agora o seu conhecimento

O paciente Genérico da Silva (54 anos) apresentou na Sua

Farmácia a seguinte receita:

Valium (diazepam) 10mg –uma caixa: tomar 1(um) comp. 3 x

ao dia (para tratar distúrbios psicossomáticos).

Trandate (labetalol) 200mg – uma caixa: tomar 1(um) comp. 2 x

ao dia (como agente anti-hipertensivo)

Tagamet (cimetidina) 200mg - uma caixa: tomar 1(um) comp. 3

x ao dia às refeições. (Para o tratamento de úlcera)

Page 60: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Alguns beta-bloqueadores, como o Labetalol (Trandate),

sofrem uma forte metabolização na passagem pelo fígado

(efeito de primeira passagem). Fala-se também de efeito de

primeira passagem quando um fármaco é biologicamente

inativado pela primeira passagem nas paredes gástricas, no

pulmão ou no sangue portal e, com isto, fica disponível uma

concentração reduzida no organismo. A metabolização do

Labetalol depende fortemente da irrigação sangüínea do

fígado.

Page 61: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Cimetidina (Tagamet) bloqueia o sistema metabolizador

citocromo P450 no fígado e pode, além disto, reduzir a

irrigação sangüínea hepática. Com isto a concentração

sangüínea do Labetalol aumenta consideravelmente. Esta

interação também deve ser esperada para Alprenolol e

Metoprolol. Oxprenolol, Penbutolol e Propranolol sofrem os

mesmos efeitos de primeira passagem.

A alternativa sugerida consiste em utilizar beta-bloqueadores sem efeito de

primeira passagem (sem depuração pré-sistêmica), como Nadolol, Pindolol,

Sotalol, e Timolol.

Page 62: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Diazepam é desmetilado pelo citocromo P450 e oxidado a

oxazepam. Cimetidina (Tagamet) aumenta e prolonga o

efeito do diazepam através do bloqueio do citocromo P450.

Com isto diminui significativamente a depuração plasmática

(cerca de 40%) e aumenta o efeito sedativo. Parece também

haver uma redução do volume de distribuição (aumento da

concentração no compartimento central). Há influência sobre a

eliminação do metabólito ativo da fase I, desmetildiazepam.

Deve ser igualmente considerado que este metabólito pode

eventualmente alcançar concentrações, que podem ocasionar a

redução da metabolização do fármaco.

A alternativa é escolher aqueles Benzodiazepínicos que não estejam

expostas a metabolização da fase I, como o oxazepam e lorazepam.

Page 63: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Oxidação não microssomal Reações de oxidação que ocorrem fora da mitocôndria ou

retículo.

Como é o caso da alcool desidrogenase (citosol) ou xantina-

oxidadese e monoaminooxidase (em outros tecidos).

Redução

Reação de metabolização muito menos freqüente que a oxidação.

Como exemplos: Warfarin (anticoagulante), Predinisona (esteróide).

Hidrólise

São reações não hepáticas.

Como exemplos: Esterases - Acetilcolina (neurotransmissor)

metabolizado pela Acetilcolinesterase. Amidase (lidocaína –

anestésico local, procainamida – antiarritmico).

Page 64: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Conjugação

Reação de conjugação com o radical glucoronil Esta é a forma mais comum de conjugação (mais altas

percentagens do metabolismo). Utilizam o seguinte

processo de reação:

glicose-1-fosfato + uridina trifosfato + 2NAD + H2O

uridina difosfato glicurônico ácido (UDPGA) + 2NADH

+ 2H

Page 65: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Os principais efeitos da glicuranização são:

metabólitos mais polares (menos solúveis em lipídios);

metabólitos sujeitos ao transporte ácido nos rins;

metabólitos com eliminação mais rápida;

Excepcionalmente formam metabólitos ativos (ex. morfina-6-

glicuronideo);

O processo de conjugação com o ácido glicurônico pode ser afetado

por metabólitos indutores e inibidores;

Metabólitos conjugados com o ácido glicurônico sofrem

recirculação enterohepática:

Page 66: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Beta-glicuronidase produzida pela microflora do intestino remove os

glicuronideos, restaurando a forma original da droga que pode então re-

entrar na circulação hepática através do sistema portal.

Page 67: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Teste agora o seu conhecimento

Paciente cardíaco toma ácido acetil salicílico como

anticoagulante, apresentou infecção de garganta severa e fez

uso, por prescrição médica de um antibiótico de amplo

espectro por 10 dias. Ao final do período passou a queixar-se

de transtornos obstrutivos vasculares. Como explicar???

Page 68: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Parte dos salicilatos são metabolizados através da

conjugação com o ácido glicurônico, e, portanto estão

sujeitos ao processo de recirculação entero-hepática. O uso de

antibiótico de amplo espectro destrói a microflora

bacteriana e aumentam a quantidade de salicilatos

excretados pelas fezes na forma conjugada, reduzindo a

concentração plasmática do antitrombótico.

Page 69: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Metabolismo de drogas

Sulfato

Reação menos comum que a glicuronização. Importante para a

morfina, acetaminofen e ácido ascórbico, e para a produção do

metabólito ativo do minoxidil (antihipertensivo e antialopécio).

Acetil Reação que acontece principalmente na mitocondria dos rins e fígado.

É especialmente importante para as sulfonamidas (antibióticos).

Algumas drogas formam metabólitos tóxicos: isoniazida ou podem

formar cristalúria como nas sulfonamidas.

Aminoácidos

Importante para a glutationa, grupo sulfidrila (-SH) cuja inativação

altamente reativa de intermediários pode causar dano hepático ou

necrose renal. Ex. Acetaminofeno, cuja overdose causa necrose

hepática.

Page 70: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Função:

Remover o fármaco do organismo para o meio externo.

Tanto na forma inalterada como metabólitos.

Principais vias:

Urinária: hidrossolúveis Fecal: não absorvido e bile

Pulmonar: gases e vapores

Leite Materno: efeitos toxicológicos no lactente

Excreção de drogas

Page 71: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Excreção de drogas

Page 72: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Mecanismos:

1. Filtração Glomerular: substâncias com PM< 20.000

- ligados à albumina não passam

- hidro e lipossolúveis

- TFG = 125 mL/min / - ≠ pressão (70 x 15 mmHg)

2. Secreção Tubular: transporte ativo

substâncias hidrossolúveis

há competição por carreadores

3. Reabsorção Tubular: transporte passivo

substâncias lipossolúveis

substâncias não ionizadas

Excreção drenal

Page 73: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Excreção de drogas

Filtração

Reabsorção

Excreção

Secreção

Page 74: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Curso temporal da ação da droga (farmacocinética):

Ajudar a determinar ou ajustar a dosagem da droga

Interpretar os dados sobre a concentração das drogas

A taxa de mudança na concentração da droga pode ser:

exponencial (primeira ordem) ou linear (ordem zero)

Cinética de primeira ordem

Implica em que se você administrar uma droga que é

instantaneamente distribuída, a taxa de declínio em sua concentração

seria exponencial.

Outra maneira de explicar isso: uma fração constante da droga é

eliminada por unidade de tempo (ex. 10% por hora, 35% por hora)

Page 75: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Cinética de eliminação das drogas

Page 76: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Volume aparente de distribuição (Vd)

É um parâmetro usado para estimar a distribuição de uma droga no corpo.

Vd= D/C

Dose da droga

Concentração plasmática

Page 77: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Tempo de meia-vida (t1/2 ou t50) Esse dado se refere ao tempo que leva para a concentração plasmática de uma droga

cair pela metade (50%).

Page 78: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Concentrações efetivas e concentrações tóxicas

Referente às concentrações da droga ou fármaco capazes de produzir os efeitos

terapêuticos desejados ou efeitos tóxicos sobre um determinado sistema biológico

sobre o qual está se administrando esta droga

Page 79: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Farmacocinética clínica

Re-aplicações posológicas da droga a cada intervalo de tempo para que a concentração

plasmática dessa droga possa ser mantida dentro dos intervalos necessários para a produção

do efeito terapêutico desejado. O aumento das doses, aumento da freqüência de

administração ou o aumento da concentração plasmática da droga ou fármaco em circulação,

pode gerar uma concentração potencial mente tóxica.

Page 81: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Exercícios de Internet

A First Course in Pharmacokinetics and Biopharmaceutics

David Bourne, Ph.D.

http://www.boomer.org/c/p1/index.html

Este curso de farmacocinética é inteiramente de GRAÇA, apesar de ser meio salgado para

entender, vale a pena passear por ele. BOA VIAGEM AO MUNDO DA

FARMACOCINÉTICA CLÍNICA.

Page 82: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Exercícios de Internet

Pharmacokinetic Equations

PK Solutions - the easy way to do pharmacokinetics

David S. Farrier, Ph.D.

Summit Research Services

68911 Open Field Drive

Montrose, CO 68911 USA

Tel: 970-249-1389

Fax: 970-249-1360

Email: [email protected]

www.SummitPK.com

Page 83: Farmacologia 2 introdução a farmacocinética

Vincent van Gogh

A Noite Estrelada é uma

das mais conhecidas

pinturas do artista holandês

pós-impressionista Vincent

van Gogh. Foi criada por van

Gogh aos 37 anos, enquanto

estava em um asilo em Saint

Rémy de Provence em Junho

de 1889. A obra atualmente

encontra-se na coleção

permanente do Museu de

Arte Moderna de Nova york.

MUITO OBRIGADO PELA SUA PRESENÇA!!

Mas ainda temos muito mais...