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FICHA RESUMO DO TEXTO Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- UFPel Área: Subprojeto das Ciências Sociais Nome do Bolsista: Julio Marinho Ferreira Referência Bibliográfica: VEIGA – NETO, Alfredo José da. Currículo, Disciplina e Interdisciplinaridade. Título do texto: Currículo, Disciplina e Interdisciplinaridade. INTRODUÇÃO: O movimento interdisciplinar surge como uma forma de tornar palpável o que seria a união das disciplinas, como um meio ou como uma forma, de a partir de uma coesão, e de um movimento entre profissionais de vários campos fazer com que haja um progresso. Esse movimento surge então como uma campanha de planejamento, e com isso é exposto a necessidade de dividir as áreas de conhecimento como sendo nomeadas de ciências, e para tanto, como ciências naturais, ciências sociais, de línguas, etc. Mas essa tentativa de divisão em ciências ou até em campos é um problema há muito enfrentado, já que essa divisão requer anteriormente uma união das disciplinas, que as façam se aproximar por áreas. E o meio de acontecer a união é que surge como o centro do problema. A raiz do problema: O problema seria o modo como o homem vê a ciência na Idade

Fichamento Veiga Neto

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Page 1: Fichamento Veiga Neto

FICHA RESUMO DO TEXTO

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- UFPel

Área: Subprojeto das Ciências Sociais

Nome do Bolsista: Julio Marinho Ferreira

Referência Bibliográfica: VEIGA – NETO, Alfredo José da. Currículo, Disciplina

e Interdisciplinaridade.

Título do texto: Currículo, Disciplina e Interdisciplinaridade.

INTRODUÇÃO:

O movimento interdisciplinar surge como uma forma de tornar palpável o que

seria a união das disciplinas, como um meio ou como uma forma, de a partir de

uma coesão, e de um movimento entre profissionais de vários campos fazer

com que haja um progresso.

Esse movimento surge então como uma campanha de planejamento, e com

isso é exposto a necessidade de dividir as áreas de conhecimento como sendo

nomeadas de ciências, e para tanto, como ciências naturais, ciências sociais,

de línguas, etc.

Mas essa tentativa de divisão em ciências ou até em campos é um problema há

muito enfrentado, já que essa divisão requer anteriormente uma união das

disciplinas, que as façam se aproximar por áreas. E o meio de acontecer a

união é que surge como o centro do problema.

A raiz do problema:

O problema seria o modo como o homem vê a ciência na Idade Moderna, como

a única detentora de conhecimento e como a única capaz de ser formadora de

razão, e uma produtora única de tecnologias.

E para tanto o autor do presente texto José Alfredo da Veiga-Neto fala em culpa

da ciência, por esses motivos acima relatados que fazem que surja então uma

espécie de competição, e disso decorrem como formas de mal estar nas

disciplinas como corpos que se isolam como átomos.

A ciência deixou uma herança que ainda reside nas disciplinas, que é o

conhecimento como um todo separado, que dessa única forma é que o saber

surgiria puro. Para tanto o José Alfredo demonstra a seguir que devem haver

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outras formas.

As disciplinas teriam que ser corpos distantes para que tenham um fundamento

teórico. Essa separação como norma é o real problema, em tudo que deve ser

visto como ciência e como a ciência no mundo tenha que ser a dona do saber.

A inteligência humana é uma ferramenta interdisciplinar, Georges Gusdorf é

citado pelo autor José Alfredo. O raciocínio cientifico desumaniza o homem, o

autor completa.

O pensador Descartes anteriormente já falava que devemos sempre fragmentar

os objetos, e que as disciplinas melhor funcionariam se fossem separadas. A

ciência se apropria de muito do que esse pensador francês falava.

E esse é o problema fulcral que o artigo fala, de como não devemos separar as

ciências, e sim uni-las, aproximando os saberes em áreas que devem estar

constantemente interligadas.

As disciplinas devem encurtar as distancias entre o homem e o mundo que o

cerca, e não criar barreiras como de fato acontecem hoje nas múltiplas formas

de ensino.

Há modos e ferramentas de como devemos encurtar esses caminhos, que

como vimos o caminho parece ser bem árduo.

O desfragmentar dos saberes deve seguir essa linha de encurtamento, de

aproximação, como possibilidade de resultados. Veiga-Neto cita as três formas

de utilizar e praticar essa desfragmentação. Então primeiro deve haver a

interdisciplinaridade, depois a transdisciplinaridade, essas são as ferramentas

do que é o pensar diferente.

A racionalidade é um construto social, que nasce das aproximação entre os

saberes e os conhecimentos, e tanto a inter como a trans seriam meios ideias

para fazer essa ponte.

A interdisciplinaridade como terapêutica:

O impacto das ideias de ensino de pensadores de peso como Gusdorf, Jantsch

e Piaget no Brasil foi o pontapé digamos inicial para a tentativa de uma

mudança, e o responsável pelo surgimento deste movimento pela

interdisciplinaridade em nosso país, já que esse assunto sempre foi relegado

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nos meios educacionais.

O impacto dos pensadores citados se deu muito por causa de Hílton Japiassú

novamente na década de 70.

Os modelos foram propostos em quatro tipos, em linha crescente em que um

seria o melhoramento do anterior.

E essa fusão de disciplinas é demonstrada nas ditas etapas:

• Multidisciplinaridade, em que as disciplinas são mostradas separadas, não

havendo interferências e nem trocas de saberes, isso é muito próximo da forma

tradicional de ensino.

• Pluridisciplinaridade, quando há uma troca de conhecimentos entre as

disciplinas, haveria uma aproximação, uma curiosidade por saber o que uma

disciplina poderia dar para a outra.

• Interdisciplinaridade, faz surgir uma gama de interação e uma boa troca de

conhecimentos que seriam muito mais próximas que na etapa anterior. Haveria

a cooperação entre áreas.

• Transdisciplinaridade, que é quando ocorreria uma real fusão entre as áreas,

não havendo limites para a interação. Um grande corpo seria o meio de ensinar.

Não teríamos limites em dizer que uma é apenas uma disciplina e que a mesma

é independente. Seria o contrário, o corpo ocuparia a totalidade das disciplinas,

sem separação, não havendo mais independência entre as áreas.

Nos modelos apresentados acima, a transdisciplinaridade seria a melhor forma

para se obter a interação que romperia com as barreiras impostas pelo que

chamamos de disciplinas. Seria novamente a detentora do corpo que mudaria o

ensino de compartimento que ainda reside no nosso país.

Mas então o que aconteceu com esse movimento interdisciplinar e essas

ideias?

As ideias de renovação caíram muito por terra em razão de o ensino que foi

apresentado no Brasil desde então ser temeroso com a interdisciplinaridade e

principalmente com a transdisciplinaridade. E sendo então que o medo de se

romper com as diferenças fez com que o dito movimento estagnasse, e essa

estagnação se deu como satisfeita com uma leve reforma de ensino que levaria

em conta apenas a pluridisciplinaridade como uma solução, e sabemos que a

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mesma não daria conta.

Análise crítica do texto: O autor mostra claramente no texto como é

impossível aplicar a interdisciplinaridade no ensino seja escolar, quanto do

ensino superior sem uma planificação prática e metodológica.

Podemos ver essa falta de planejamento com o exemplo que o autor traz no

texto, do Brasil nos anos 70. Esse exemplo ainda nos mostra como o inventivo

ao interdisciplinar parou de ser dado no nosso país, pois diante de resultados

não tão bons, como os que se sucederam em 70, o país ficou desmotivado.

Através da leitura desse texto chegamos à conclusão de que praticar a

interdisciplinaridade não é tão simples e tão rápido como gostaríamos que

fosse.