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.”Não é a todo homem que os deuses permitem vê-los claramente.” Atuou entre 800 aC - 700 aC Jônia Ilhas Cíclades Homero

Homero

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Biografia de Homero - Grécia Antiga

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.”Não é a todo homem que os deuses permitem vê-los claramente.”

Atuou entre 800 aC - 700 aC

Jônia � Ilhas Cíclades

Homero

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Cenário

Homero

3250 a.C. Inicio da civilização Suméria, no sul da Mesopotâmia. Colonizam o vale do rio Eufrates e dão origem às primeiras cidades-estados do Crescente Fértil: Ur, Uruk, Eridu, Nippur, Kish e Lagash.

3200 a.C. Início da civilização egípcia com a unificação das cidades-estados habitadas por tribos nômades no vale do rio Nilo.

3000 a.C. Início da civilização Fenícia, de origem semita, vivem em cidades-estados independentes (atual Líbano), como Ugarit, Biblos, Sídon e Tiro. Criam um alfabeto, posteriormente modificado pelos gregos com a, introdução das vogais, que dá origem ao alfabeto grego e latino.

2600 a.C. Início da Civilização Cretense, descendentes de povos heterogêneos (sobretudo arianos), formam vilas portuárias, entre as quais Cnossos e Maliá, na ilha de Creta e praticam um ativo comércio marítimo com o Egito e Estados do Oriente Médio.

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Homero em dracma cunhada em 1994

2000 a.C. Inicio da Civilização Grega com a migração de povos nômades de origem indo-européia para a região dos Bálcãs, como aqueus, jônios, eólios e dórios.

Início da Civilização Hebraica com a chegada de Abraão à Palestina, chamada de Canaã pelos Fenícios ou Filisteus.

1750 a.C. Início da Civilização Hindu com chegada dos indu-europeus ( tribo dos arianos) que invadem o norte da Índia e dominam o povo local, os dravidianos, criando o sistema de castas.

1728 a.C. Início do I Império Babilônico, sob o reinado de Hamurabi, quando a Mesopotâmia é unificada dominando a Suméria até o golfo Pérsico.

1640 a.C. Início do Império Hitita, na Anatólia/ Capadócia (atual Turquia, com a chegada dos indu-europeus, conquistando a Síria, o Egito e o I Império Babilônico, mas acabam dominados pelos gregos (Os Aqueus dos cantos homéricos).

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Homero

1600 a.C. Surgimento do I Reino Dinástico Chinês. Posteriormente, o reino subdivide-se em cerca de 1,5 mil principados, que buscam maior autonomia por meio de guerras civis.

1300 a.C. Início da civilização Olmeca, no golfo do México, que expande seus domínios até o litoral do Pacífico, El Salvador e Costa Rica fornecendo a base cultural para os Maias e os Astecas.

1250 a.C. Gregos disputam o domínio da cidade de Tróia junto ao estreito de Dardanelos, entre os mares Egeu e de Mármara. A cidade possuía um porto estratégico para controlar o comércio marítimo regional e e cobrava pesados impostos aos gregos.

Os hebreus deixam o Egito e migram para a Palestina, guiados pelo patriarca Moisés (Êxodo).

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Homero

1010 a.C. Para defenderem-se dos povos da região, as 12 tribos hebraicas unificadas elegem um rei, Saul. Com a morte de Salomão (filho de Davi), ocorre o Cisma Hebreu (Judá/Israel) que enfraquece a unidade hebraica permitindo a conquista pelo Império Babilônico em 586 a.C.  

900 a.C. Os celtas chegam à Gália e Elias profetiza em Israel.

883 a.C. Início da Civilização Assíria com a fundação da cidade de Assur, na Mesopotâmia. O apogeu ocorre durante o reinado de Sargão II, com a conquista da cidade egípcia de Tebas.

800 a.C. Os etruscos fixam-se na Toscana.

790 a.C. Etíopes conquistam o Egipto e fundam a XXV dinastia.

776 a.C. Os gregos organizam a primeira Olimpíada na cidade de Olímpia, onde constroem um estádio para 40 mil pessoas e um hipódromo. Durante a competição instituem a "trégua sagrada" – interrupção das guerras entre as cidades.  

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Movimento migratório indu-europeu

753 a.C. Inicia o Império Romano, com a fundação lendária de Roma no encontro de três povos da península Itálica: etruscos, de origem asiática, gregos e povos itálicos, de origem indo-européia.

621 a.C. A prosperidade mercantil de Atenas coloca em conflito os ricos comerciantes, e os latifundiários. Nesse contexto surgem os legisladores Drácon e Sólon, encarregados de reformar as leis atenienses para aliviar a tensão política e manter a continuidade de poder dos latifundiários, Sólon (594 a.C) abranda as leis draconianas.

586 a.C. Dominados pelos babilônios, os hebreus são deportados e escravizados no episódio conhecido como primeiro cativeiro da Babilônia.

564 a.C. Apogeu de Lao Tse, fundador do taoísmo.

563 a.C. Nascimento de BUDA

539 a.C. Início do Império Persa, estendendo-se do Egito até a Índia, sob a liderança de Ciro II, com a derrota dos medos (do planalto do Irã). Criam-se estradas pavimentadas e implantam uma economia monetária com sistema de pesos e medidas e instituem impostos fixos.

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Cáucaso

Não há como falar de Homero e o seu tempo sem falar nos povos indo-europeus originários do norte do Mar Negro, entre os Cárpatos e o Cáucaso.

A partir do V milênio a.C, houve duas correntes migratórias principais que se dirigiram, uma para o ocidente, até a Península Ibérica e Grã-Bretanha, e a outra, para o oriente. No percurso dessa migração, que durou milênios, foram se desenvolvendo e diferenciando.

As tribos que foram para o norte da Europa deram origem às línguas germânicas, e as que se dirigiram mais para o ocidente, às línguas celtas. A tribos que se fixaram na Europa Central deram origem às línguas eslavas (russo, polonês).

A corrente migratória para o oriente deu origem à línguas indo-iranianas, como o zendo (persa), e chegando na Índia, o sânscrito. Na península da Anatólia ou antiga Capadócia bíblica (atual Turquia), foi registrada a mais antiga língua indo-européia (o Hitita).

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Movimento migratório indu-europeu

As tribos indo-européias que desceram pela Península Itálica deram origem aos romanos e à Língua Latina, que por sua vez em um novo processo de migração e conquista deu origem às línguas românicas, entre as quais o Português.

No começo do segundo milênio a.C. as primeiras ondas de invasores, de língua indo-européia chegaram à península grega ou Peloponeso e às ilhas adjacentes, vindas da Península Balcânica, introduzindo seu dialeto nas regiões ocupadas.

mínios /aqueus - dórios - jônios - eólios  

 

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Região dos Indu-europeus

Os gregos, que chamavam a si mesmos de helenos, atribuíam a origem do nome a Hélen, um dos filhos de Deucalião e Pirra. Segundo a lenda, Hélen foi um antigo rei da Tessália cujos descendentes mais tarde emigraram para o Peloponeso; foi sucedido por um dos filhos, Éolo, que deu o nome à "raça" grega dos eólios. Os descendentes de Éolo figuram em numerosas lendas importantes.

Segundo a mitologia, Hélen teve com a ninfa Orseide, três filhos, Doro, Xuto e Éolo. Aos que eram chamados de gregos ele deu o nome de helenos, derivado do seu, e dividiu a região entre seus filhos.

Xuto recebeu o Peloponeso e, com Creusa, filha de Erecteu, gerou Aqueu e Íon; de Aqueu e de Íon os iônios receberam seus nomes. Doro recebeu a região oposta, o Peloponeso, e chamou os colonizadores de dórios, como ele.

Éolo reinou nas regiões próximas da Tessália e chamou os habitantes de eólios. 

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Dialetos

O mundo grego, que além da Grécia incluía a Ásia Menor, as costas do Mar Adriático, a Itália meridional, a Sicília, o Egito e partes do Oriente Médio não tinha uma língua nacional, mas muitos dialetos sendo os mais importantes os que segue:

Micênico ou Aqueu - Forma do grego mais antiga descoberta, sendo a língua da administração e usada para registrar inventários de palácios reais e estabelecimentos comerciais criada com a fusão entre grupos do continente e a civilização minóica de Creta, o nome é derivado da cidade de Micenas, no continente, de onde provinha os Aqueus. Sua civilização foi destruída pelos Dóricos (mais atrasados culturalmente) forçando a migração dos Aqueus para a Ásia Menor (Litoral da Anatólia/Capadócia/Turquia).

Ático - Falado em Atenas, usado por Platão e Aristóteles, língua do diálogo na comédia e na tragédia.

Eólico - língua falada na Tessália e em algumas ilhas, como Lesbos. Foi a língua usada pela poetisa Safo, considerada pelos gregos, o maior nome da poesia lírica e Tales de Mileto o primeiro grande filósofo grego.

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Mapa Jônico

Dórico - Falado em Esparta, falado no Peloponeso, mais tarde em Corfu,Creta, Lesbos, costas de Épiro, nas ilhas meridionais e no litoral asiático meridionais desde Helicarnasso. Nele escreveram Empédocles e os pitagóricos. Os dórios moveram-se até o sul do Peloponeso; daí estenderam-se à ilha de Creta e algumas ilhas do Mar Egeu. Com isso, muitos aqueus migraram para as ilhas e a costa ocidental da Ásia Menor, numa vasta região que ficou conhecida como Jônia e Eólia (no continente).

Jônico- Falado na ilha de Eubéia, em Calcídica, nas ilhas do norte do Mar Egeu e no litoral asiático oriental, entre Halicarnasso e Esmirna. Usado por Homero, Hesíodo, Heródoto e os primeiros filósofos da região. O que hoje se entende como literatura e filosofia gregas nasceu nas cidades jônicas, onde também surgiu o alfabeto grego e onde os Jônicos cunharam as primeiras moedas com o conhecimento assimilado dos Lídios, revolucionando o comércio. Um importante elemento de aglutinação cultural dessas cidades foram os poemas homéricos, baseados na guerra de Tróia e nas viagens do herói Ulisses.

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Mar Jônico ou Iônico

Homero fala dos Aqueus, distinguindo-os dos autóctones pelásgios, sobre os quais afirma que:

"Em tempos antigos havia duas raças vivendo na Grécia: os pelásgios, que nunca deixaram seu lugar original, e os helenos (gregos), que emigraram freqüentemente... Que língua falam os pelásgios não posso dizer com certeza. O que se pode afirmar deles, que ainda sobrevivem, é que sua língua não é o grego. Se isso é verdade da raça pelásgia, a nação Ática deve ter aprendido o grego ao mesmo tempo que foram helenizados.“

Os poemas homéricos referem-se aos acontecimentos relacionados à destruição da sociedade micêno/aquéia, como as guerras de Tebas e de Tróia.

A língua dos aqueus foi a base que deu origem ao dialeto jônico, enquanto que a dos pelásgios, não indu-européia (Ariana), foi absorvida.

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Grécia Atual

A civilização da Idade do Bronze, conhecida como micêno/aquéia, durou de 1500 a 1100 a.C. e durante esse período os escritos foram baseados no alfabeto cretense, não indo-europeu.

Nos séculos IX e VIII a.C. os poemas homéricos forma escritos em dialeto jônico asiático, com elementos eólicos e micênicos, num formato novo baseada no alfabeto fenício, que seria denominada alfabeto grego.

O dialeto jônico se mesclou com o ático de Atenas dando lugar a um dos períodos mais criativos, que já existiram. Um período que foi a matriz da cultura ocidental com autores como Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Aristófanes, Safo, Anacreonte, Píndaro, Menandro, Platão, Aristóteles, Demóstenes, Heródoto, Tucídides e Jenofonte.

Até o final do primeiro milênio a.C. uma forma modificada do grego ático emergiu como língua que sobreviveu por mil anos como a língua do período helenístico, sendo a base do Grego Moderno. No século de Péricles teve um período clássico de sucesso e de vasta expansão, em decorrência do Império criado por Alexandre Magno. Foi a mais estável e bem sucedida língua indu-européia, devido a conservação da cultura grega antiga. Esta língua é o Grego Clássico.

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Grécia Antiga

Como não havia na Grécia de Homero uma língua nacional, todos os dialetos eram igualmente importantes do ponto de vista lingüístico.

Do ponto de vista cultural sobressaiu-se um pela importância de sua região e de sua época, o dialeto ático, pertencente ao grupo jônico-ático e falado na cidade de Atenas.

Como Atenas, nos séculos V e IV a.C., tornou-se o principal centro cultural de toda a Grécia, o ático falado nesse período (500-300 a.C) é tomado como ponto de partida para o estudo do Grego antigo. É o chamado ático clássico, o qual temos maiores informações e que foi usado por importantes autores:

em prosa: Tucídides, Xenofonte, Platão, Aristóteles, Isócrates, Lísias, Demóstones, Ésquines, etc.

em verso: Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes, Menandro, etc.

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Grécia Antiga

Ésquilo, na trilogia “Orestíade” (de 458 a.C.), dedicou a primeira parte dela ao retorno do rei Agamenon à Micenas e a morte que sofreu pelas mãos de Clitemnestra, a sua esposa adultera.

Sófocles concentrou-se em dois dos guerreiros que lutaram contra Tróia, “Ajax” (de 445 a.C.), que enlouquecido suicidou-se, e “Filoctetes” (de 409 a.C.), o exímio arqueiro ferido de morte e abandonado por todos.

Eurípides, por sua vez, compôs a peça “Hécuba” (de 424 a.C.) para narrar o sofrimento da rainha de Tróia, a esposa de Príamo que viu os filhos morrerem ou serem vendidos como escravos. Ainda dedicou outra a “Helena”(412 a.C.), duas ao brutal destino de Ifigênia, a filha sacrificada de Agamenon (“Ifigênia em Aulis” e em “Tauris”, 414 e 410 a.C.), e uma outra ainda dedicada aos sofrimentos das mulheres de Tróia (“As troianas”, de 413 a.C.)

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Grécia Antiga

Os principais textos de História, Filosofia, Oratória, Tragédia e Comédia foram escritos nesse dialeto. Por esses motivos a maioria dos cursos de Grego antigo ensinam na verdade o ático clássico. Uma vez familiarizado com este dialeto, passa-se ao estudo dos demais, simplesmente apresentando as suas diferenças em relação ao ático.

Na Grécia existiam também o que chamamos de dialetos literários. Um dialeto além de estar associado a uma determinada região, podia se associar a um determinado gênero literário independentemente do dialeto falado por seu autor.

Assim por exemplo a poesia lírica (Alceu, Safo, etc.) era composta em dialeto eólico. A poesia épica (Homero, Hesíodo, etc.) era composta em dialeto jônico, assim como a obra de Heródoto, a poesia de Arquíloco, a filosofia pré-socrática e os escritos médicos da escola de Hipócrates.

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Grécia Antiga

Homero, na verdade, é um caso especial por apresentar uma linguagem poética artificial, nunca falada efetivamente, onde se encontra além do jônio, o eólio.

Esse "dialeto homérico" foi utilizado pelos poetas líricos que compunham elegias e no período helenístico com a "nova épica", como em Apolônio de Rodes (Ilha das Rosas).

O dialeto ático desenvolveu-se do jônico e por isso apresentam grandes semelhanças, pertencendo ao mesmo grupo dialetal jônico-ático.

Mas o uso literário dos dialetos permitia um resultado mais complexo. Assim as partes corais das tragédias, por exemplo, eram escritas em dialeto dórico, por este estar associado tradicionalmente ao canto coral.

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Tróia e estreito de Dardanelos e Bósforo

No período helenístico (330 a.C-330 d.C) com a difusão da cultura grega por toda a bacia do Mediterrâneo foi criado um novo dialeto que teria por função ser uma espécie de língua internacional, comum (no grego. koiné) .

O dialeto Koiné foi na época como o latim e o francês já foram, e como o inglês é na atualidade.

Este dialeto foi o veículo para a tradução das escrituras do Velho Testamento feita em Alexandria por volta de 280 a.C. por um grupo de setenta eruditos judeus (por isso essa tradução recebe o nome tradicional de Septuaginta).

Todos os livros do Novo Testamento, com exceção de Mateus, foram escritos originalmente também nessa língua comum, o dialeto grego Koiné, justamente para que tivessem a maior divulgação possível.

A base da Koiné foi o ático originado do jônico, mas sem "aticismos", isto é, sem os traços dialetais muito específicos, de modo a ser uma linguagem padrão de uso no mundo grego.

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Tróia e estreito de Dardanelos e Bósforo

Homero (em grego - aquele que não vê; refém) é o mais antigo e respeitado poeta da Grécia Antiga.

Provavelmente viveu em torno de 800-700 aC, cerca de oito séculos antes de Cristo e de acordo com Heródoto (484-425 aC ) foi conhecido como Melesigenes, de origem plebéia, nasceu em algum lugar da Jônia ou Eólia.

Suas obras foram escritas em Jônio e Melesigenes significa “filho de meles” um rio que corta a cidade de Esmirna, um antigo distrito grego da costa ocidental da Anatólia que hoje é a parte asiática da Turquia.

Entretanto, há outros locais, sem comprovação histórica, que poderiam ser a cidade de nascimento de Homero, como Rodes, Argos, Ítaca, Pilos e Atenas.

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Cidades Bíblicas

Uma das várias biografias antigas sobre Homero conta que ele correu o mundo conhecido, e que de volta da Espanha, em Ítaca, contraiu uma doença nos olhos. No percurso de volta, anotou nomes, datas e características dos povos visitados.

No século passado encontrou-se indícios que tenha nascido em Esmirna, local onde fundiu-se o eólio com o Jônico. Pode ter vivido exilado na Ilha de Quios, onde existe um rochedo com seu nome e que tenha sido um rapsodo e poeta na corte de Tróia, uma colônia de Creta na eólia no período micênico e que tenha morrido em Ios. Na época os cegos tinham como ofício serem aedos / rapsodos.

Na época de Homero, conhecido como período arcaico da civilização grega, a música era simples e praticada pelos rapsodos, que cantavam temas lendários, acompanhados com a lira de quatro cordas.A música esteve sempre ligada à vida do povo e infiltrou-se profundamente em suas atividades profanas, religiosas, coletivas e particulares.

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Região do Império Hitita

Homero costumava peregrinar pelas cortes e pelas ágoras, os mercados públicos das polis daquela época, repetindo em estrofes candentes, entusiastas, os memoráveis feitos dos aqueus, antepassados dos gregos.

Segundo o costume, apresentava-se em pé, apoiado num bastão, narrando de memória em voz alta para que todos ouvissem, preservando assim a memória dos combates do heróis do passado.

Foi o principal responsável por dar uma unidade cultural aos povos da Ática, da península do Peloponeso e das ilhas gregas do Mar Egeu.

Para Hesíodo, foi Homero quem constituiu a "teologia nacional da Grécia" reafirmando a idéia de que a força dos nobres origina-se nos ideais da Ilíada, que, além de narrar as batalhas, mostra-nos o mundo dos deuses e dos heróis. Um mundo no qual o valor guerreiro é o bem maior.

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Região do Império Hitita

Foi ainda por intermédio dos poemas de Homero que a Grécia estruturou suas instituições, as relações sociais e seu pensamento, inspirados nos ideais aristocráticos.

As fontes antigas sobre o poeta contêm numerosas contradições, mas sabe-se com certeza que os gregos atribuíam a ele a autoria de dois grandes poemas, a Ilíada e a Odisséia, os dois maiores poemas épicos da Grécia antiga, que tiveram profunda influência sobre a literatura ocidental. A tradição lhe atribuiu também a coleção dos 34 Hinos homéricos, dos quais procede a imagem lendária de Homero como poeta cego, e obras como: Tebaida e Batracomiomaquia.

Os maiores especialistas gregos não admitem que tenha sido o autor de obras como o desaparecido poema Margites (poema cômico a respeito de um herói trapalhão) e a paródia épica Batracomiomaquia (paródia burlesca da Ilíada que relata uma guerra fantástica entre ratos e rãs.

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Região do Império Hitita

A diferença de tom e estilo entre a Ilíada e a Odisséia levaram alguns críticos à hipótese de que poderiam ser o resultado da recopilação de poemas anteriores, ou de que fossem criados por autores diferentes. Todas essas dúvidas constituem a chamada "questão homérica", que permanecem abertas à discussão.

Independentemente das numerosas questões que envolvem Homero, a poesia atribuída a ele foi profundamente reverenciada durante toda a Antigüidade e seus versos foram considerados fonte geral de sabedoria e citados constantemente por todos.

Há pontos de concordância dos estudiosos como os que seguem:

-         A Ilíada é anterior à Odisséia e provavelmente composto no século VIII a.C., cerca de três séculos após os fatos narrados;

-   Foram originalmente escritos em dialeto Jônico, com numerosos elementos eólios - o que confirma a origem jônica de Homero;

-     Pertenciam à tradição épica oral, pelo menos no que se refere às técnicas empregadas, já que existem opiniões divergentes quanto ao emprego ou não da escrita pelo autor.

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Estreito de Bósforo

O tirano ateniense Pisístrato, a partir de 561 a.C (séc VI aC)., mandou Zenôdoto compilar a Ilíada e a Odisséia no formato conhecido atualmente.

No total, os dois grandes poemas subdivididos em 24 cantos cada um, totalizando 27.803 versos, sendo até hoje a mais extensa narrativa épica versificada que a literatura ocidental conheceu e símbolo da unidade e do espírito helênico, além de fonte de prazer estético e ensinamento moral.

Platão comentou sobre Homero: "A Odisséia lançou os fundamentos da educação da Grécia".

Ao mesmo tempo em que refletem luminosamente a antiguidade mais remota da civilização grega, os poemas homéricos projetam-na adiante com tamanha originalidade e riqueza que ela se fez presente nas mais diversas manifestações da arte, da literatura e da civilização do Ocidente como na Eneida de Virgílio (-30/-19), os Lusíadas de Camões (1572) ou Ulisses de Joyce (1921), como alguns dos numerosos exemplos.

A Ilíada narra o último ano da guerra, com 24 cantos e 15.000 versos e a Odisséia narra as peripécias de Ulisses em 10.000 versos, ocorridas depois da guerra.

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Abaixo mar de Mármara

Com o passar dos séculos, foram introduzidas várias interpolações e com base nesses dados, deduziu-se alguns dados básicos sobre Homero e sua obra. Tanto a Ilíada como a Odisséia apresentam diversas inconsistências internas, como alusões a técnicas e equipamentos de combate que existiram em épocas diferentes. Tais inconsistências, porém, poderiam ser explicadas pelo fato de o poeta, ter utilizado materiais anteriores e por terem sido provavelmente incorporados alguns outros. Quanto à existência de um autor único para a Ilíada, a mais antiga das duas obras, argumenta-se que embora seja evidente a existência de poemas épicos orais anteriores sobre os mesmos temas, não há registro de nenhum com extensão sequer aproximada, nem dotado de tal complexidade estrutural. Tal constatação indica a existência de um criador individual, que deu uma nova estrutura aos temas tradicionais e integrou-os em sua visão pessoal da realidade. A tese que defende a autoria única baseia-se na afirmação de Aristóteles, de que a Ilíada é uma obra da juventude de Homero, enquanto a Odisséia foi composta na velhice, quando o poeta decidiu redigir a segunda obra como complemento da primeira e ampliação de sua perspectiva.

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Acima o mar Negro

Ambas as obras têm características comuns absolutamente inovadoras, como a visão antropomórfica dos deuses, a confrontação entre os ideais heróicos e as fraquezas humanas e o desejo de oferecer um reflexo integrador dos ideais e valores da emergente sociedade helênica. Esses argumentos, somados à maestria técnica evidente nos dois poemas, favorecem a conclusão de que o grande poeta jônico a quem os gregos chamavam Homero, foi também o autor, ou principal inspirador da Odisséia.

Estudos recentes, situam a data de composição da Ilíada e da Odisséia no fim da Idade das Trevas (750 aC) ou no início do Período Arcaico (750/713 aC).

Além da Ilíada e da Odisséia, outras obras foram tradicionalmente atribuídas a Homero na Antigüidade, mas sem respaldo histórico ou literário:

Page 27: Homero

Região do antigo império Hitita

O trovador francês Benoit de Saint-Maur, inspirado numa antiga Crônica Troiana escrita por dois autores gregos Dares e Dictis, compôs, por volta de 1160, um longo poema intitulado Le roman de Troie (O romance de Tróia), com quase 30 mil versos em pares, dando uma conotação feudal à história do cerco e da conquista da cidade de Príamo. Poema que terá enorme difusão nas cortes daquela época.

Seguindo na trilha de explorar temas da decorrentes da Guerra de Tróia, o escritor italiano G. Boccacio escreveu Il Filostrato, em 1335, e G. Chaucer, o patriarca das letras inglesas, compôs um belíssimo poema de 8 mil versos intitulado Tróilus and Criseyda, entre 1372-1386, fonte direta em que W.Shakespeare, já na Renascença inglesa, bebeu para compor a sua peça The History of Troylus and Cresseid", de 1603. Um drama leve, no qual a situação difícil de Tróia serve apenas de pano de fundo para uma historia de amor não correspondido entre Troilo, um dos filhos do rei Príamo, e a bela Criseida.

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Planta da Cidade de Tróia

No século XX, o escritor irlandês James Joyce, inspirando-se na Odisséia de Homero, escreve "Ulisses", de 1922, romance paradigmático da literatura modernista contemporânea.

A épica de Homero ainda ajudou a Derek Walcott, um escritor do caribe britânico, a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1992 com seu poema Omeros, de 1990.

Entre 1871 e 1890, Henrich Schliemann, o primeiro e maior arqueólogo da Alemanha, revelou ao mundo os seus estupendos achados arqueológicos, as ruínas da antiga cidade de Tróia e seus tesouros, das nove Tróias sobrepostas encontradas, a sétima teria sido a destruída por uma guerra.

Originalmente a Escola Helenística Ortodoxa, de estudiosos ingleses e germânicos, desconsiderava a possibilidade de Tróia ter existido, atribuindo tudo à fantasia do poeta. A Escola dita Romântica, todavia, sempre manifestou-se pela existência da cidade de Príamo, dando credibilidade total à narrativa de Homero.

Page 29: Homero

Império conquistado por de Alexandre

O arqueólogo Korfmann diz que "Tróia foi muito importante naquela época. Não só existia a cidade-fortaleza (acrópole) como também haviam os bairros baixos da cidade, que abarcavam uns 270 mil m². Portanto, Tróia era várias vezes maior do que a fortaleza conhecida até agora de11 mil m²."

Devido a sua situação geográfica, Tróia ocupava uma posição chave como mediadora entre Ocidente e Oriente.

Em sua obra mais antiga, a Ilíada, sobre a guerra de Ílion ou Tróia, Homero registra para a história da astronomia, o conhecimento pelos gregos das estrelas Plêiades e Hyades, na constelação de Taurus, mais tarde reportada em sua obra Odisséia. Em 1976 uma cratera de 314 Km de diâmetro em Mercúrio, foi batizada em sua homenagem.

A versão mais aceita sobre a morte de Homero é a de que ocorreu em uma das ilhas Cíclades.

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Citações de Homero:

“Os fios da vitória não estão em nossas mãos, eles são controlados no alto, pelos Deuses imortais.”

.”Não é a todo homem que os deuses permitem vê-los claramente.”

“Todos os homens necessitam dos Deuses.

O homem não é nada sem os Deuses.”

Page 31: Homero

A marcha dos aqueus

A marcha dos aqueus

Como fogo destruidor abrasa imensa floresta

em cume de montanha, e de longe brilha o clarão,

assim dos que marchavam, do bronze divinal

um brilho todo radiante, através do éter, ao céu chegava.

Como dos pássaros alados tribos numerosas

de gansos, grous ou cisnes de longos pescoços

em pradaria do Àsio, às margens do Caistro,

aqui e ali voam, ufanos de suas asas,

pousando frente a frente, com agudos gritos, e a pradaria ressoa,

assim numerosas tribos, dos navios e das barracas

pela planície do Escamandro se esparramavam; então o chão, sob

os pés deles e de seus cavalos, estrondeava terrivelmente.

Page 32: Homero

Então detiveram-se no prado florido do Escamandro

inúmeros, quantas folhas e flores nascem na estação.

Como de moscas em enxame tribos numerosas

elas que em redil de ovelha esvoaçam

em estação primaveril, quando o leite as vasilhas inunda,

tantos aqueus, de cabeças cabeludas, face a troianos

na planície se instalaram, ardentes por destruir.

E como dos vastos rebanhos de cabras os homens cabreiros

facilmente separaram as suas, ainda que se misturem no pasto,

assim a eles os chefes punham em ordem aqui e ali,

para ir a combate, entre eles o superior Agamêmnon

semelhante, pelo olhar e cabeça, a Zeus que se alegra com o raio,

a Ares, pela cintura, e, pelo peito, a Poseidon.

[ Il. 2.455-479 ]

Page 33: Homero

Bibliografia:

http://www. omismatike.hpg.ig.com.br/Mitologia/Homero.html

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=212

http://www.consciencia.org/antiga/iliadadaniduc.shtml

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Centro de Porto Alegre – 08/10/2005