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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ INSTITUTO CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE LETRAS TURMA DE LETRAS 2009.1 CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: EXPERIÊNCIA DO PROJETO PIBID LETRAS/LITERATURA UFOPA. RÔMULO JOSÉ DA SILVA VIANA 09071001208 SANTARÉM PARÁ 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE LETRAS

TURMA DE LETRAS 2009.1

CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LITERATURA

NO ENSINO MÉDIO: EXPERIÊNCIA DO PROJETO PIBID

LETRAS/LITERATURA – UFOPA.

RÔMULO JOSÉ DA SILVA VIANA 09071001208

SANTARÉM – PARÁ 2013

RÔMULO JOSÉ DA SILVA VIANA

CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LITERATURA

NO ENSINO MÉDIO: EXPERIÊNCIA DO PROJETO PIBID

LETRAS/LITERATURA – UFOPA.

SANTARÉM – PARÁ 2013

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Programa de Letras da

UFOPA, como pré-requisito para a

obtenção do grau em Licenciatura Plena

em Letras, produzido pelo aluno Rômulo

José da Silva Viana sob a orientação do

Professor MSc. Zair Henrique dos

Santos.

RÔMULO JOSÉ DA SILVA VIANA

09071001208

CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LITERATURA

NO ENSINO MÉDIO: EXPERIÊNCIA DO PROJETO PIBID

LETRAS/LITERATURA – UFOPA.

Monografia de Conclusão de Curso em Licenciatura Plena em Letras Universidade Federal do Oeste do Pará

Instituto de Ciências da Educação Programa de Letras

PARECER DA BANCA ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Aprovado em__________________________________________________________ Conceito______________________________________________________________

Banca avaliadora:

________________________________________

Prof. MSc. Zair Henrique dos Santos

Orientador

_______________________________________

Prof. Dr. Luiz Percival Leme Britto

________________________________________

Prof.

AGRADEDIMENTOS

“Sonho que se sonha só, é apenas mais um sonho que se sonha só.

Mas sonho que se sonha junto é realidade” (Raul Seixas). E este meu sonho,

hora aqui concretizado, só foi possível porque muitas pessoas o sonharam

comigo. Por isso, gostaria de agradecer:

Primeiramente a Deus pelo dom da inteligência que me foi concedido.

Aos meus pais, Rozinaldo José Santos Viana e Marilene da Silva Viana,

os grandes responsáveis por essa vitória, que durante muitos anos

levantavam-se de madrugada para trabalhar para que um dia, como dizia

minha mãe, tivessem o orgulho de ver um dos filhos formados.

À minha doce e gentil Angélica mulher que escolhi para Amar e que

durante o período dessa minha graduação suportou as inúmeras noites em que

a traí com preparação para seminários, provas, estágios e muitas leituras.

A todos os meus professores desde a escola O Globinho até a

Universidade. Cada um deixou em mim um pouco de si. Se hoje sou o que

devo a eles.

Agradeço de forma especial ao meu orientador professor Zair Henrique

dos Santos, por compartilhar do seu conhecimento e acreditar na proposta

deste trabalho. Agradecê-lo também pelo incentivo e confiança que me tem

depositado para que eu continue a enveredar pelos caminhos da literatura.

A vocês, meu muito obrigado.

O professor de literatura não pode subscrever o

preconceito do texto literário como monumento,

posto na sala de aula para apenas reverencia e

admiração do gênio humano. Bem diferente

disso, é seu dever explorar ao máximo, com

seus alunos, as potencialidades desse tipo de

texto. Ao professor cabe criar as condições

para que o encontro do aluno com a literatura

seja uma busca plena de sentido para o texto

literário, para o próprio aluno e para a

sociedade em que todos estão inseridos.

LEITE

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal contribuir para o ensino de literatura

no ensino médio. Para tanto, foi relatada uma experiência do projeto PIBID/

Letras realizada na Escola de Ensino Fundamental e Médio Rio Tapajós com

alunos do 1°ano a partir do uso de textos literários de expressão amazônica na

sala de aula. A metodologia utilizada para justificar a escolha do tema baseou-

se em pesquisa bibliográfica de autores que tratam sobre a maneira de ensinar

literatura, e em reflexões teóricas suscitadas pelos Parâmetros Curriculares

Nacionais quanto ao ensino de literatura no Ensino Médio. Logo em seguida,

descrevo o relato da experiência vivenciado destacando a importância de se

trabalhar em sala de aula com textos literários que se aproximam da realidade

cultural do aluno.

Palavras – Chave: ensino e literatura; PIBID; textos de expressão amazônica;

ABSTRACT

This paper aims at contributing to the teaching of literature in high school.

Therefore, an experiment was reported project PIBID / Lyrics performed in

Elementary School and Middle Rio Tapajos with students from 1st year from the

use of literary expression Amazon in the classroom. The methodology used to

justify the choice of the theme was based on a literature of authors who treat on

the way to teach literature and theoretical reflections raised by the National

Curriculum for teaching literature in high school. Shortly thereafter, I describe

the lived experience report emphasizing the importance of working in the

classroom with literary approaching the student's cultural reality.

Key - Words: teaching and literature; PIBID; expression text Amazon;

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................9

CAPÍTULO I: DA SALA DE AULA AO CURSO DE LETRAS: REFLEXÕES

PESSOAIS SOBRE O CONTATO COM A LITERATURA ..............................11

CAPÍTULO II: A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: SOBRE O QUE DIZEM

OS PCN´s E DEMAIS AUTORES

2.1. Quando se ensina literatura o que se deve ensinar?.................................15

2.2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio ..........................17

2.3. Orientações Curriculares para o Ensino Médio e o ensino de literatura ....19

CAPÍTULO III: PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA A PARTIR DE

EXPERIÊNCIAS DO PROJETO PIBID/LETRAS/UFOPA (2011)

3.1. O Projeto PIBID e sua importância na formação do futuro professor de

Língua Portuguesa/Literatura ...........................................................................25

3.2. Proposta de ensino de literatura através do uso de textos de expressão

amazônica .........................................................................................................27

3.2.1 Justificativa da proposta de ensino ..........................................................27

3.2.2 Objetivos ..................................................................................................27

3.2.3 Relato da proposta de ensino de literatura no ensino médio ...................28

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................34

REFERÊNCIAS ................................................................................................36

ANEXOS

INTRODUÇÃO

Um dos grandes desafios do professor que dedica parte de suas aulas

de Língua Portuguesa ao ensino de literatura é como ensiná-la para que o

aluno, principalmente do Ensino Médio, reconheça sua importância, não

somente enquanto aluno, mas como pessoa. Como ensiná-la de maneira

significativa sem deixar de lado a importância das escolas literárias, da

historiografia, da biografia do autor? Como torná-la mais próxima do aluno ao

ponto de autores canonizados serem lidos, não somente pela exigência de

vestibulares ou do Enem? Muitas são as questões. Já as respostas não estão

na mesma proporção.

Durante o período de graduação do professor de Língua Portuguesa e

Literatura, questões como as citadas anteriormente nem sempre são

discutidas. E para piorar, a produção de material de qualidade voltado para o

ensino de literatura no Ensino Médio é escasso. O próprio PCNEM (Parâmetros

Curriculares Nacionais do Ensino Médio) não orienta o professor quanto a

essas questões, salvo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio.

Experiências de ensino que poderiam ser compartilhadas, podendo vir a ajudar

outros professores, também são difíceis de serem encontradas.

É pensando nessa falta de suporte que auxilie o professor de literatura

no Ensino Médio é que esse trabalho nasce como uma Contribuição a partir de

uma experiência com o uso de textos de expressão amazônica na sala de aula.

Ação esta desenvolvida pelo PIBID/Literatura – UFOPA (2011 e 2012) na

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Rio Tapajós.

O trabalho também visa discutir situações que apontam para a condição

de ensino de literatura que se tem trabalhado, ou que se deveria trabalhar em

sala de aula. Por isso, foi estruturado em três capítulos: no capítulo I: Da Sala

de Aula ao Curso de Letras: reflexões pessoais sobre o contato com a

literatura, partiu-se inicialmente de um relato próprio do autor sobre a

experiência vivenciada com os textos literários até as disciplinas especificas de

literatura no Curso Superior de Letras. No capitulo II: A Literatura no Ensino

Médio: sobre o que dizem os PCN’s e demais autores, trabalhou-se a

fundamentação teórica sobre a presença e ensino da literatura no Ensino

Médio destacando-se a grande contribuição que as Orientações Curriculares

para o Ensino Médio (2006) trouxeram ao abordar a questão do ensino de

literatura em um capítulo a parte. Já no capitulo III: Proposta de Ensino de

Literatura a partir de experiências do Projeto PIBID/Letras – Literatura da

UFOPA 2011 se discute a importância do Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência - Pibid - para a formação do futuro professor. Além disso,

é apresentado um relato de experiência que parte do uso de textos de

expressão amazônica na sala de aula objetivando uma maior aproximação

entre o texto literário, a realidade local do aluno e o gosto pelo texto de

literatura.

CAPÍTULO I: DA SALA DE AULA AO CURSO DE LETRAS: REFLEXÕES

SOBRE O CONTATO COM A LITERATURA

Quando recordo os primeiros contatos que tive com a literatura,

direciono o pensamento ao final do Ensino Fundamental e o que me vem à

mente são recordações de um tempo em que a literatura se “definia” apenas

pela leitura silenciosa de um trecho do livro didático, ou quando não, pelo

exercício da escrita simplesmente sem objetivação clara. Embora se somado

todo o Ensino Fundamental quase nada se tenha visto de leitura literária. Dois

episódios se destacaram na minha trajetória escolar como possibilidade real de

incentivo ao gosto da leitura e da produção literária. O primeiro, a paráfrase do

Poema Canção do exílio, de Gonçalves Dias (onde posso afirmar ter

despertado o gosto pela poesia que há em mim). E o segundo, a leitura por

completa do livro Cérbero, o navio do inferno, de Luiz Antonio Aguiar (1996),

obra infantojuvenil. Aplausos para o procedimento da professora em despertar-

me para o famigerado prazer pela leitura, mas vaias para a ação pedagógica

da mesma que ignorou as nossas possibilidades de leitura do livro e só utilizou

a leitura como pretexto para aplicar uma prova de conteúdo gramatical tendo

como base a ficha de leitura pra lá de ingrata.

Assim, salvo essas raras exceções já citadas, as aulas de Língua

Portuguesa não primavam em incentivar nos alunos o gosto pela descoberta de

mundos desconhecidos, fascinantes e intrigantes que só a leitura possibilita

aos adolescentes. Falo em leitura sem compromisso de provas, sem obrigação,

sem dever, ler apenas por paixão, infelizmente, a única leitura que fazíamos no

Ensino Fundamental era aquela do aprendizado correto da pronúncia das

palavras. Ora, bem sabemos que esse tipo de leitura não nos torna leitores

eficazes, pois apenas faz com que o aluno aprenda a decodificar o que se está

lendo. E se apenas decodifica não consegue criar relações com o mundo que o

circunda.

O que contribuía para agravar ainda mais a falta de leitura significativa

no alunado era a baixa qualidade dos livros didáticos que circulavam no espaço

escolar (o que não mudou muito ainda) que traziam textos literários

fragmentados. E quando esse texto se apresentava por completo a parte que

tratava da interpretação tangia sempre para o lado gramatical. Ou seja, o texto

se reduzia como pretexto apenas para o ensino de gramática normativa.

Passado o Ensino Fundamental eis que o Ensino Médio se apresentava

e, enfim, tive o “primeiro contato, de fato, com a literatura”. Ou melhor, tive o

primeiro contato com os clichês escolares: o que é literatura? Quais são os

gêneros literários? Quais são as escolas literárias? Era uma nova “matéria” que

parecia que ia me satisfazer a vontade de leitura que me consumia há alguns

anos.

Se lá no Ensino Fundamental não tive um contato significativo com a

leitura, infelizmente, passei pela mesma experiência durante todo o Ensino

Médio. Apesar desse período constituir-se de três anos, somente na 3ª série é

que fui ter contato com os textos que se convencionou chamar de literatura. E

tal contato (levando em consideração os conhecimentos que tenho hoje de

uma aula produtiva de literatura) foi de forma muito superficial.

O primeiro elemento que pode justificar isso era o fato de não termos um

material específico (no caso, hoje, já é possível encontrar bons livros didáticos

de literatura). As aulas seguiam com resumos copiados no quadro pela

professora. Se o assunto requisitasse pesquisa não havia um

acompanhamento por parte da docente sobre aquilo que os alunos traziam

para sala de aula. Foi nesse período que conheci as escolas literárias. E nisso

ficou. A visão que a professora tinha e que nos passava sobre a significação da

literatura era unicamente dos dicionários ou dos manuais clássicos, pouco

compreendemos a literariedade nos poemas, contos e romances.

O que agravava ainda mais o distanciamento entre nós alunos e o texto

literário era não saber qual a importância daquilo para nossas vidas. Aliás, pela

postura da professora a literatura só tinha razão de ser estudada pelo fato de o

vestibular da época exigir o conhecimento de tal disciplina por meio das

temíveis “leituras obrigatórias”. Assim, as aulas quase sempre se resumiam na

“história da Literatura”, em que uma poesia, romance ou conto era analisado

levando em consideração apenas a vida do autor, a escola literária, o período

histórico quando muito se falava em linguagem era com exercícios gramaticais.

Interessante relatar ainda, que eu não conseguia ver na minha

professora do Ensino Médio uma leitora de literatura. Ora, quando esta falava

de uma determinada obra não se via em seus olhos a “paixão” pelo assunto.

Ela não declamava poesia, narrava contos, fazia leitura pública. Apenas lia

artificialmente como se o texto literário fosse um texto qualquer. Não sugeria

outras obras se não aquelas que compunham a lista de leituras obrigatórias da

UFPA. Assim, terminei o Ensino Médio sem que professor algum tivesse se

esforçado em mostrar porque em uma obra como a de Machado de Assis se

faz presente o conceito de arte literária e porque é importante fazer a leitura

das obras desse autor e de outros.

Embora tenha passado por essa experiência, onde o incentivo pela

leitura nem de longe tenha sido significativo, e lógico, sem incentivo pela leitura

não teria como me tornar leitor de textos literários. Mesmo com tudo isso, após

o término do Ensino Médio, ainda sim, optei em cursar Letras (motivado por um

gosto pessoal pela literatura como manifestação da arte).

A primeira impressão do candidato que opta por fazer o Curso de Letras

(e geralmente esse candidato trás em si o gosto ou pela escrita ou pela leitura)

é imaginar que suas possíveis habilidades de escritor serão “lapidadas” ao

longo dos quatro anos de curso. E engana-se desde o primeiro semestre.

Com relação à literatura que é trabalhada no Ensino Superior (tomo aqui

como exemplo o currículo do Curso de Letras da UFPA) espera-se inicialmente

que o futuro licenciando, durante sua vida escolar, tenha adquirido dois

pressupostos essenciais para cursar letras: o gosto pela leitura e pela literatura.

Afinal de contas como poderá fazer com que seus alunos gostem daquilo que

nem ele mesmo gosta?

Aos que abraçam a literatura desde a primeira disciplina de Teoria

Literária percebem que o modo como à disciplina é abordada não difere muito

do que se viu lá na escola. A única diferença, segundo Lajolo é que “o

instrumental de analise é mais sofisticado, as categorias são multiplicadas e

mais afinadas, a historização do literário se aprofunda, o corpus sobre o qual

se debruça é ampliado. Mas é uma mímese, embora às avessas” (1986, p.4). É

importante salientar que a postura do futuro professor dependerá e muito de

como a literatura é trabalhada durante a sua graduação. E, infelizmente, esse

modelo atual de ensino ainda predomina deixando uma grande lacuna com

relação ao ensino da literatura. Se por um lado temos uma disciplina de

Metodologia do Ensino de Português, voltada para possíveis práticas de ensino

que o professor poderá valer-se em sala de aula, por que não se ter a mesma

disciplina voltada para o ensino de literatura, uma vez que, ocorre uma

confusão de um professor para o outro que ministra Metodologia do ensino do

Português, o docente que trabalha a referida disciplina na academia prioriza as

novidades linguísticas para o ensino ou trabalha somente a literatura, na

verdade, o desenvolvimento do conteúdo dessa disciplina depende muito do

gosto que o professor tem, esquece que nas escolas públicas do Estado do

Pará o futuro professor trabalhará com essas duas áreas do conhecimento.

Embora durante a graduação se adquira conceitos fundamentais para se

entender o texto literário, ainda sim, o graduando fica sem saber como (re)

passar esse conhecimento para o seu futuro aluno, seja do Ensino

Fundamental ou Médio. Isso porque, as análises ou interpretações, geralmente,

centram-se num academicismo intelectual que não terá espaço no ambiente

escolar. Ou seja, aprende-se um conteúdo, mas não se aprende como “ensiná-

lo” futuramente. Não se aprende como torná-lo útil na vida dos alunos do

Ensino Fundamental e Médio.

CAPÍTULO II: A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: SOBRE O QUE DIZEM

OS PCN´s E DEMAIS AUTORES.

2.1 QUANDO SE ENSINA LITERATURA O QUE SE DEVE ENSINAR?

Para muitos professores a resposta ao questionamento do título parece

está na ponta da língua: quando se ensina literatura, ensina-se ao aluno

perceber, basicamente, quais as características de determinada escola literária,

por exemplo, em um texto literário, sem que, necessariamente, o aluno

encontre motivação para isso. Já para outros professores, e não muitos, a

questão requer uma reflexão mais demorada. Estes assim como Martins (2006,

p. 83) visam trabalhar o texto literário além do uso de pretexto para o ensino de

noções gramaticais, por exemplo. Por isso, questionam-se como devem

trabalhar a literatura em sala de aula, visando à motivação dos alunos para

análise e interpretação de obras literárias.

Sobre essa questão do que se ensinar quando se ensina literatura,

autores como Beach & Marshall (1991) nos apontam dois níveis em que,

dependendo da face do objeto literário, é possível ir além das escolas literárias

ao estabelecerem a distinção de leitura da literatura e ensino da literatura. Essa

distinção é transcrita por Martins (2006, p. 84) como:

A leitura da literatura está relacionada à compreensão do texto, à experiência literária vivenciada pelo leitor no ato da leitura, ao passo que o ensino da literatura configura-se como o estudo da obra literária, tendo em vista a sua organização estética. Na verdade esses dois níveis estão imbricados, na medida em que, ao experienciar o texto, por meio da leitura literária, o aluno também deveria ser instrumentalizado, a fim de reconhecer a literatura como objeto esteticamente organizado.

Ainda segundo Martins

É preciso que a escola amplie mais suas atividades, visando à leitura da literatura como atividade lúdica de construção e reconstrução de sentidos. (...) tanto

a leitura da literatura, quanto o ensino da literatura deveriam estar presentes no contexto escolar, de modo articulado, pois são dois níveis dialogicamente relacionados (2006, p. 85).

Fica claro que, para um trabalho com a literatura que vise despertar no

aluno o prazer literário se faz necessário o uso dos dois níveis de ensino

(literários) citados. Nesse sentido, é preciso que o professor reconheça, além

da sua leitura sobre as obras (noções de teoria literária e aspectos

contextuais), a leitura produzida pelo próprio aluno, que muitas das vezes

constrói sua interpretação a partir de um único contato com o texto Beach &

Marshall (1991). Diante disso, o professor ao reconhecer a leitura do aluno, age

de forma a ajudá-lo na reconstrução da interpretação inicial.

Embora essa visão pareça a mais produtiva, muitos professores ainda

trabalham a literatura a partir da concepção das “belas letras”, em que somente

o próprio professor é capaz de decifrar os mistérios por entre as linhas dos

romances, ou por entre as rimas dos versos. Essa visão tradicionalista deve ser

mudada se de fato escola e professor queiram fazer de seu aluno um amante

da leitura.

Ainda segundo outros autores como Zilberman (1993) e Cosson (2009)

ensinar literatura é antes de tudo formar leitores. E não se forma leitores,

somente, identificando nas obras literárias marcas de uma determinada escola

ou gênero literário. Cosson ainda corrobora com o pensamento de Beach &

Marshall (1991) ao afirmar que “o centro das práticas literárias na escola deve

ser a leitura efetiva dos textos, e não só as informações das disciplinas que

ajudam a constituir essas leituras, tais como a crítica, a teoria ou a história

literária” (p. 23).

A partir das afirmações dos autores citados, o processo de ensinar

literatura não pode se resumir a concepção de literatura como sinônimo de

“belas letras”, em que a leitura de determinados livros “clássicos” são

imprescindíveis para a boa escrita do aluno, ou de pretexto para o ensino das

normas gramaticais. Ensinar literatura é ensinar a ler o texto literário de forma

literária. Pois, só assim o aluno será capaz de penetrar e explorar o texto

literário de diversas maneiras e sob os variados aspectos. É nesse intenso

processo de interação que de fato se tem um ensino significativo da literatura.

Machado (2010) levanta uma reflexão sobre a importância da leitura de

literatura para a formação de uma sociedade:

Dá para imaginar que, por maiores e mais avançados que sejam os recursos contemporâneos de transmissão da informação, uma educação de qualidade pode se dar ao luxo de dispensar a leitura de literatura, ou de ter dúvidas sobre a sua importância, ou de ficar discutindo em círculo sobre as diversas firulas que podem (ou não) caracterizar métodos de se chegar lá? Ou entendemos que não há educação sem leitura e nos alarmamos com a situação brasileira, ou estamos perdidos (p.168).

Segundo Britto (2010), uma das muitas possibilidades da leitura de

literatura é ir além de qualquer dimensão pragmática ou objetiva.

Assim sendo, fica claro que o ensino de literatura deve ser significativo.

Deve ir além das informações históricas do autor, ou do período literário em

questão. Para Leite apud Cosson (2009) ao professor cabe criar condições

para que o encontro do aluno com a literatura seja uma busca plena de sentido

para o texto literário, para o próprio aluno e para a sociedade em que todos

estão inseridos (p. 29).

2.2 Os PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO MÉDIO

Sendo um conjunto de orientações e recomendações para apoiar o

trabalho dos professores em sala de aula, os PCNEM (Parâmetros Curriculares

Nacionais do Ensino Médio) poderiam muito bem delimitar o que se deve

ensinar de literatura enquanto disciplina. No entanto, deixaram essa lacuna em

aberto que só viria a ser “respondida” com as Orientações curriculares para o

Ensino Médio (2006).

Criados em 1999, com o objetivo de “delimitar a área de Linguagens,

Códigos e suas Tecnologias”, Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino

Médio, para os professores de literatura, como afirma Barbosa (2012),

constituíram-se:

(...) como mais um documento do Ministério da Educação (MEC), de difícil interpretação e compreensão, longe, portanto, de atingir o objetivo a que se propunha: indicar, orientar, informar e até mesmo servir de modelo. Porém, diferentemente dos PCN’s do Ensino Fundamental, que sugerem e até mesmo criam situações de aprendizagem, os do Ensino Médio centram-se na filosofia, descrevendo principalmente a visão geral da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (p.19)

Essa preocupação dos professores se tornou ainda maior quando o

documento do MEC lançou um novo olhar ao ensino da literatura ao dizer que:

A disciplina na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n° 5.692/71 vinha dicotomizada em Língua e Literatura (com ênfase na literatura brasileira). A divisão repercutiu na organização curricular: os livros didáticos, em geral, e mesmo os vestibulares, reproduziram o modelo de divisão. Muitas escolas mantêm até mesmo professores especialistas para cada tema e há até mesmo aulas especificas como se leitura/literatura, estudos gramaticais e produção de texto não tivessem relação entre si (...) (PCNEM, 2007:16).

Mas não foram só os professores de literatura que se sentiram

preocupados com a unificação do ensino de literatura ao de língua portuguesa.

Até mesmo muitos escritores chegaram a questionar se tal medida não seria o

início do fim da literatura no Ensino Médio. Sobre isso, o MEC logo tratou de

tranquilizar a todos afirmando que a literatura (não mais como disciplina

isolada) continuaria sim no currículo do Ensino Médio, só que desta vez

incorporada ao ensino de língua. O resultado disso tudo é que a literatura ficou

de “escanteio” nas aulas de Língua Portuguesa. Em muitos casos o professor

apenas aborda “leituras obrigatórias” do vestibular. Em outros, um professor

que não é leitor e muito menos gosta da literatura enquanto manifestação

artística e social se viu na obrigação de falar sobre aquilo de que não gosta e,

às vezes, pouco sabe. Para o escritor Josué Montello, da Academia Brasileira

de Letras, uma coisa é ensinar literatura e outra é ensinar língua portuguesa:

Na literatura, você leciona a língua na sua beleza e na sua forma. O escritor utiliza a linguagem sabendo estar aproveitando as qualidades artísticas, com individualidade e estilo. É sempre preciso saber a diferença entre escrever um recado e uma concepção artística (O Globo, de 30 Novembro, 2001).

Mas o fato é que a literatura não ganhou no espaço escolar a atenção

devida. E se um documento que se propõe ajudar o professor em seu trabalho

não discute a disciplina de trabalho deste professor, então, como ensinar para

os alunos tal disciplina?

Percebe-se que os PCNEM pouco contribuíram para um ensino de

literatura significativo. Talvez por essas e outras lacunas abertas é que mais

tarde seria lançado um novo documento em complemento a este.

Em 2002, a Secretaria do Ensino Médio cria os PCN+ Ensino Médio

Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNEM+, 2002). Só que não seria ainda desta vez que a literatura

ganharia um capítulo a parte.

Como nos PCNEM a disciplina foi abordada como parte indissociável da

matéria de língua portuguesa dentro da grande área de Linguagens, Códigos e

suas Tecnologias.

O professor, até esse momento, deve ter se sentido sem um norte na

condução do ensino de literatura. Essa situação ganhou um fundo de

esperança com a publicação de mais um documento as Orientações

Curriculares para o Ensino Médio (2006).

2.3 ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO E O ENSINO DE LITERATURA

As Orientações Curriculares iniciam justificando sua importância devido

ao fato de que:

(...) os PCNEM, ao incorporarem no estudo da linguagem os conteúdos de literatura, passaram ao largo dos debates que o ensino de tal disciplina vem suscitando, além de negar a ela a autonomia e a especificidade que lhe são devidas. (MEC, 2006, p.49)

E na defesa dessa especificidade da literatura o documento responde ao

que muitos professores, e talvez, alguns alunos questionam-se: Por que a

literatura no Ensino Médio? Ou, por que ainda a literatura no currículo do

Ensino Médio num mundo hipermoderno? Para responder a essas questões, o

documento trabalha o conceito de Literatura como: “arte que se constrói com

palavras” (MEC, 2006, p. 52). E justifica que o ensino de literatura visa ao

cumprimento do inciso III dos objetivos estabelecidos para o ensino médio, a

saber: Art. 35, III) aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo

a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico (LDBEN, 1996).

Para defender a Literatura como fator indispensável de humanização, as

Orientações Curriculares citam Antonio Candido:

Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essências, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nos a quota de humanidade em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante (apud, MEC, 2006, p. 54).

E para que isso possa ocorrer é necessário que o professor vá além do

registro histórico das escolas literárias como único meio de ensinar literatura. É

preciso “formar o leitor literário, melhor ainda, de “letrar” literariamente o aluno,

fazendo-o apropriar-se daquilo a que tem direito” (MEC, 2006, p. 54,). Esse

letramento literário é entendido como “estado ou condição de quem não

apenas é capaz de ler poesia ou drama, mas dele se apropria efetivamente por

meio da experiência estética, fruindo-o” (p. 55).

As Orientações Curriculares trazem à tona a discussão do uso de outros

textos que não somente os já consagrados pelo cânone. Para tanto, distinguem

um texto literário de um não literário pela qualidade estética que apresentam.

Assim, o docente pode muito bem apresentar a seus alunos um poema de

Fernando Pessoa ou um rap. Desde que este último apresente qualidade

estética. O problema é que perceber em determinada expressão de arte essa

qualidade é algo subjetivo de cada olhar, isto é, de cada leitor, muito embora,

as Orientações Curriculares sugerem que tais textos, muitas vezes

considerados menores, “passem pelo mesmo crivo que se utiliza para os

escritos canônicos: há ou não intencionalidade artística? [...] proporciona ele o

estranhamento, o prazer estético?” (p. 57). Ainda assim, se confirmado tais

características continuará sendo subjetiva.

O documento orienta o professor como exercitar o aluno a aprimorar a

subjetividade interpretativa, ou melhor, a fruição do texto e abertura de

horizontes de expectativas mediante a leitura do texto. Para tanto, o documento

aponta dois caminhos: a leitura individual (silenciosa, concentrada e reflexiva) e

a leitura coletiva. Sobre a leitura individual fala o seguinte:

Esse momento solitário de contato quase corporal entre o leitor e a obra é imprescindível, pois a sensibilidade é a via mais eficaz de aproximação do texto. Mediante o isolamento e o silêncio, a leitura individual proporciona ao aluno a experiência literária de um texto que pode atingir sua subjetividade de maneira inusitada e certamente diferente da maneira como atinge a subjetividade do colega [...] a escola, da sala de aula ao recreio, pode proporcionar o espaço-tempo da releitura da própria leitura pelo confronto com a leitura alheia, pode potencializar o individual pelo coletivo e vice-versa nas conversas e debates da leitura de cada aluno (apud, MEC, 2006, p. 60).

Essa leitura produzida na escola tem como objetivo principal emancipar

o aluno a condição de leitor crítico. Mas para que isso possa ocorrer é

necessário apresentar ao aluno diferentes situações de contato com o texto,

uma vez que não existe leitura qualitativa lendo um livro só. Aqui recai a grande

questão que muitos professores sentem ao tentar transformar o conhecimento

teórico sobre leitura e literatura numa prática eficaz de sala de aula: Como?

Em relação a isso, as Orientações Curriculares (2006) norteiam o

professor no difícil processo de apresentação dos textos aos alunos. Segundo

o documento, o professor assume não somente o papel de leitor, mas de

mediador:

O estatuto do leitor e da leitura, no âmbito dos estudos literários, leva-nos a dimensionar o papel do professor não só como leitor, mas como mediador, no contexto das práticas escolares de leitura literária (p. 72).

E como mediador cabe ao professor à seleção dos textos. E como

sabemos na procedência da escolha de determinado texto recai tanto o gosto

pessoal do professor como as exigências curriculares impostas pelos projetos

pedagógicos das escolas. Novamente diante de uma tarefa não muito fácil o

documento do MEC orienta que o professor deve considerar sempre alguns

aspectos na escolha dos textos: a) o tempo escolar; b) os gêneros; c) os

autores que serão lidos pelos alunos.

Para muitos professores bastam os textos que se apresentam no livro

didático, embora sabendo o próprio professor, que o uso apenas deste material

produzirá uma leitura incompleta. Já quando se propõem uma seleção de

leitura integral, é preciso repensar essa prática. No que diz respeito a isso, é de

fundamental importância destacar o que as Orientações Curriculares apontam:

Quais são as obras e autores que devem fazer parte do “acervo básico”, aqui entendidos como livros que serão lidos integralmente durante os três anos do ensino médio? (seleção que pode ser reavaliada periodicamente – talvez de três em três anos - desde que não comprometa o fluxo proposto inicialmente aos alunos).

Que projetos desenvolver com vistas a possibilitar que os alunos leiam outros livros além das indicações do “acervo básico”? (nessa vertente de discussões, inclui-se a possibilidade de realização de projetos interdisciplinares, que levem a reflexão sobre os gêneros literários e outros gêneros, sobre a linguagem literária e

as outras linguagens, entre outras relações possíveis). (MEC, 2006, p. 73).

Mas todo esse planejamento só terá sentido se de fato o professor

souber conduzir os alunos para uma interpretação significativa. Sob esse

aspecto o documento ressalta a “necessidade de formação literária dos

professores de Português com conhecimento mais especializado no âmbito da

teoria literária” (p. 75).

Outro ponto muito importante abordado nas Orientações Curriculares,

diz respeito à adoção da História da Literatura como método de ensino pelo

professor, muitas vezes devido ao pouco tempo que se tem para cobrir toda a

linha historiográfica da literatura.

Aqui se faz necessário transcrever os cinco pontos que o documento

aborda, evidenciando tanto os aspectos positivos como negativos sobre essa

conduta de ensino, a saber:

1. Resolve o problema da seleção de obras, pois constitui um corpus definido e nacionalmente instituído, mas elimina as peculiaridades regionais;

2. Resolve o problema da falta de preparação e de conhecimento literário que possa existir entre os professores, já que esses lidam com a produção de uma crítica institucionalizada, porém esse procedimento impede o professor de ser ele próprio um leitor critico e estabelecer suas próprias hipóteses de leitura para abraçar as investidas mais livres de seus alunos na leitura;

3. Permite cobrir um tempo extenso, numa linha que vai do século XII ao século XXI, destacando momentos reconhecidos da tradição literária, porem tal extensão torna-se matéria para simplesmente decorar, as características barrocas, românticas, naturalistas, etc. confundem-se freneticamente sem nada ensinar;

4. Permite tomar conhecimento de um grande número de títulos e autores, mas, em virtude da quantidade e variedade, a leitura do livro é inviabilizada e entendida como secundária;

5. Permite ao aluno o reconhecimento de características comuns ao um grande número de

obras, porém obriga a obra a se ajustar as peculiaridades da crítica e não o contrário. (MEC, 2006, p. 76).

Com o que se expôs até aqui sobre as Orientações Curriculares para o

ensino médio e o ensino de literatura (2006), torna-se evidente sua importância

para o trabalho do professor com a literatura. Isso porque, a proposta do

documento é que essa disciplina passe a ser vista de maneira diferente

daquela que se cristalizou em muitos ambientes de ensino. Segundo o

documento, primeiramente, o aluno deve criar, pela mediação do professor, um

contato com a obra, com o discurso literário para só depois ser inserido na

história da literatura. Pois, como diz o documento: “conhecer a tradição literária,

sim, mas decorar estilos de época não” (p. 77).

CAPÍTULO III: PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS DO PROJETO PIBID/LETRAS/UFOPA (2011)

3.1 O PROJETO PIBID E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO

FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA/LITERATURA

Para um acadêmico se tornar um bom professor, necessita não somente

do conhecimento teórico, mas de uma boa iniciação ao exercício da prática

docente. Infelizmente, em muitos casos, essa prática docente só é vivenciada

no final da graduação nos estágios de observação e regência num tempo muito

curto que ocorre de forma artificial: a escola prepara a comunidade escolar

para receber os estagiários e os futuros professores preparam uma intervenção

ensaiada que não corresponde para docentes, discentes à realidade do

ambiente escolar. Mais tarde, quando exercer de fato a profissão poderá se

decepcionar, visto que a teoria por ele estudada dificilmente se aplica ao

contexto real de sala de aula, além de não ter passado por um estágio que

possibilitasse o entendimento dos saberes da escola, aprender com o professor

mais experiente, trocar informações sobre metodologias produtivas, etc.

Visando mudar essa situação é que o MEC lançou o PIBID - Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Uma iniciativa para o

aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação

básica.

O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de

projetos de iniciação à docência desenvolvida por Instituições de Educação

Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de

ensino.

Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das

escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que

desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente

da licenciatura e de um professor Supervisor da escola.

PRINCIPAIS OBJETIVOS DO PROGRAMA PIBID

Incentivar a formação de docentes em nível superior para a

educação básica;

Contribuir para a valorização do magistério;

Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos

de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação

básica;

Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de

educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em

experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter

inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas

identificados no processo de ensino-aprendizagem;

Incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus

professores como coformadores dos futuros docentes e tornando-as

protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério;

Contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à

formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos

cursos de licenciatura.

Vinculado a UFOPA, desde 2011, O subprojeto em Letras: A experiência

multicultural no ensino da literatura na escola, que tem por objetivo aplicar a

experiência da docência a partir do ensino da Literatura de Expressão

Amazônica, o Pibid, coloca o acadêmico de licenciatura em total contato com a

vivência do professor da rede pública. E mais: como o programa pede ações

inovadoras, o licenciado é formado numa concepção de que é possível ensinar

literatura de outro modo, e não somente a exposição decorativa das escolas

literárias. Além disso, essa experiência faz com que o estudante universitário

viva a mesma rotina de seu professor supervisor: preparação de plano de aula,

preparação de provas, correção de trabalhos e tudo mais que envolva a prática

do professor da rede pública. Ou seja, o acadêmico é colocado em situação

real de prática docente o que é de fundamental importância na formação dos

futuros professores.

3.2 PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA ATRAVÉS DO USO DE

TEXTOS DE EXPRESSÃO AMAZÔNICA

3.2.1 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA DE ENSINO

Como sabemos, um dos motivos principais para que grande parte dos

estudantes das regiões periféricas do Brasil sinta aversão ao texto literário é o

fato deste, quase sempre, mostrar-se distante da realidade do aluno. Os textos

que vêm no livro didático traduzem, por vezes, uma realidade que foge a

vivência do aluno amazônida. Em alguns casos um estudante da zona

ribeirinha conhece a literatura do sul do país, mas desconhece os principais

autores da Amazônia brasileira como: Inglês de Sousa, Abghuar Bastos, Bruno

de Menezes, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Milton Hatoum. A própria

LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) ressalta a importância de incluir

no currículo escolar essa experiência de textos que retratam o cotidiano do

aluno. Na nossa região a inclusão da experiência da realidade do discente

pode se dá pelo uso de textos literários de expressão amazônica. Pois, nesses

textos, é possível perfeitamente trabalhar a cultura local. Não se trata de negar

os textos “consagrados” de outras regiões do país, pelo contrário, é como fala

Cruz (2004, p. 79-80) trata-se de:

Apresentar uma proposta voltada para os alunos do ensino fundamental e médio, capaz de despertar o prazer da leitura partindo dos elementos culturais comuns aos alunos através de leitura e performance em sala de aula, favorecendo uma melhor recepção do texto literário para o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos e uma maior valorização de sua identidade cultural.

3.2.2 OBJETIVOS:

Despertar o interesse do aluno pela leitura a partir de elementos

presentes em textos que envolvam aspectos de sua cultura;

Desnaturalizar, pela aproximação do texto literário com as experiências

do aluno, o conceito de literatura como uma atividade intelectual

hermética e distante de sua realidade cotidiana, sobretudo pelo estigma

de que não se aprende literatura “porque o aluno não gosta de ler”.

3.2.3 RELATO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA NO

ENSINO MÉDIO

A proposta aqui descrita é fruto pessoal da experiência de bolsista do

Projeto PIBID/A experiência multicultural no ensino de literatura na escola, no

biênio 2011 e 2012 na Escola de Ensino Fundamental e Médio Rio Tapajós,

nas turmas do 1°ano do Ensino Médio, sob a supervisão da professora Ilcilene

Silva. O Projeto tem como proposta principal trabalhar textos de expressão

amazônica e como esses textos não se apresentam nos livros didáticos a

primeira ação a ser feita pelo professor foi constituir uma seleção de textos de

autores representativos da Amazônia brasileira. No caso da experiência do

PIBID/UFOPA trabalhou-se com os seguintes textos: O Baile do Judeu, a

Feiticeira (de Inglês de Sousa), A Casa Ilhada, O Adeus do Comandante, e

Dançarinos da Última Noite (de Milton Hatoum) e ainda o poema musicado de

Ruy Barata: Pauapixuna. Importante observar a escolha do gênero: contos e

poema. Essa escolha se deu pelo fato de serem textos curtos, uma vez que o

tempo de aula inviabiliza a leitura demasiadamente longa num primeiro

momento de um leitor iniciante, exemplo: um romance, e o texto curto

possibilita a realização da leitura durante as aulas. Assim, o professor pode

exercitar a leitura literária do aluno. Não podemos esquecer de que o professor

deve dominar todo o acervo por ele escolhido, pois atuará como mediador da

leitura do aluno esclarecendo-lhe futuras dúvidas.

Depois de feita a seleção dos textos partiu-se para a etapa de

apresentá-los aos alunos.

O primeiro gênero a ser trabalhado foi poesia lírica, passo a relatar as

aulas em que foram trabalhadas o poema Pauapixuna. Inicialmente,

apresentou-se aos alunos este poema na sua forma musicada para destacar o

ritmo dos versos. Em seguida, cada estudante recebeu em mãos o poema

escrito procedendo, primeiramente, com a leitura individual e depois grupal.

Como o poema começa com uma descrição do modo de vida de uma

comunidade, aliás, esse modo de vida é considerado por muitos como sendo

de gente preguiçosa, o professor trabalhou a recepção dos alunos do referido

texto, isto é, as várias leituras dos discentes que ajudaram na compreensão do

poema desde que se justificasse linguisticamente. Além disso, suscitou-se na

turma um debate sobre como o poema descreve os costumes e modos do

homem amazônida e como esse mesmo homem é descrito pela mídia, que

muitas vezes apresenta uma visão estereotipada do homem amazônico. Com

essa instigação grande parte dos alunos demonstrou interesse pelo texto, pois

perceberam que a literatura não é morta como muitos pensam, mas que ela

nasce de muitas situações da própria existência do ser humano. Partindo

desse princípio, os estudantes justificaram suas interpretações ao destacar as

diferentes culturas existentes. E que o poema se refere a um tipo de homem

que tem seu comportamento justificado pela cultura em que vive.

Outro ponto a se destacar nesse poema é o exercício da leitura do

poema. Como é do conhecimento geral, a leitura do poema em sala de aula

sempre esteve relegada a um plano secundário, quando não, apenas se

trabalhava de forma decorativa os muitos poemas. As Orientações Curriculares

para o Ensino Médio (2006) dão destaque para a leitura da poesia não como

forma decorativa de declamação ou simplesmente leitura. O professor pode

exercitar com seus alunos o sentido semântico das palavras, além de explorar

os efeitos de sentidos produzidos pelos recursos fonológicos e sintáticos que

dão a dimensão rítmica do poema.

A atividade final sugerida foi à criação de um Glossário Amazônico. Com

base no poema o professor pediu aos alunos que criassem um dicionário a

partir de palavras regionais. Os próprios alunos pesquisaram o significado dos

termos regionais, muitas vezes desconhecidos por eles mesmos, entrevistando

pessoas idosas que nasceram na Amazônia. Essa experiência foi interessante

pois, com a apresentação do glossário houve um envolvimento da comunidade

escolar: comentários e sugestões dos alunos de outros turnos, professores de

outras disciplinas contribuíram com sugestões, até, pessoas do bairro que não

são ligadas diretamente a escola participaram da atividade.

Trabalhando com os Contos.

Depois do gênero lírico, foi desenvolvido trabalho com a narrativa, entre

os contos trabalhados destaco as atividades que envolveram o texto: O Baile

do Judeu, de Inglês de Sousa, narrativa que faz parte do livro Contos

Amazônicos (2008). Essa atividade foi dividida em três partes:

a. A Leitura: de início, o professor já havia trabalhado questões que

envolvem os aspectos da narrativa. Feito isso, o primeiro passo foi a leitura

integral dos contos. Para isso, o professor dividiu os contos em grupos de

alunos. Cada grupo ficou na responsabilidade de um bolsista pibidiano. Nessa

primeira leitura o objetivo foi apresentar o conto ao aluno. Estando todos de

posse do conto a ser lido, os alunos iniciaram a leitura de forma silenciosa.

Depois que todos os alunos do grupo terminaram a leitura passou-se para a

discussão do conto. Um dos textos que chamou maior atenção dos alunos foi O

baile do judeu, de Inglês de Sousa. Em um dos grupos gerou-se uma enorme

curiosidade em tentar decifrar quem era o boto. Muitas hipóteses foram

levantadas na tentativa de justificar a escolha deste ou daquele personagem

como sendo o famigerado boto. Além disso, a aproximação do tema do conto

com o cotidiano de muitos alunos fez com que a leitura tenha se tornado mais

interessante. Aproveitando-se dessa boa recepção dos estudantes em relação

ao receberam o conto foi possível a professor reforçar questões características

do campo dos aspectos estruturais dessa narrativa: tempo, espaço, enredo,

foco narrativo, narrador, linguagem. Houve momentos também em que foi

preciso explicar melhor esses conceitos, pois alguns alunos sentiram certo

nível de dificuldade em interpretar o texto literário. Nesse momento o bolsista

pibidiano responsável pelo grupo mediou o contato entre o conto e o estudante

pondo em prática conceitos sobre a narrativa aprendidos no Curso de Letras.

b. Mapa Mental: realizada a leitura dos contos os grupos

procederam com a criação do Mapa Mental de cada conto. O mapa mental

consiste em criar um enredo a partir do elemento principal conto lido.

Encontrado esse personagem os demais se ligam a ele por meio de setas. Há

duas maneiras de fazer essa atividade. Primeiro, seria levar os alunos para o

laboratório de informática e fazer os mapas por meio de programa de

computador. A segunda, na ausência de um laboratório de informática, produzir

os mapas em papel madeira. Para isso, é necessário utilizar fotos de recortes

de revistas para representar cada personagem. Nessa atividade é possível

perceber se o aluno de fato soube interpretar significativamente o conto lido,

uma vez que no mapa o aluno deverá estruturar a narrativa do conto: enredo,

características de cada personagem, tipo de narrador etc., ou seja, ele

“contará” a sua interpretação da narrativa por meio da apresentação do mapa.

Foi nesse momento que a professora interviu na leitura que os alunos fizeram

com a mediação dos bolsistas questionando os alunos como cada grupo

chegou à conclusão de contar o enredo elegendo determinado personagem

como sendo o principal.

Nessa intervenção descobriu-se que muitos alunos, mesmo com a

primeira leitura silenciosa com a ajuda dos bolsistas não conseguiram

aprofundar suas interpretações. Souberam contar apenas os elementos

explícitos do texto. Foi necessária uma maior mediação desta vez pela

professora supervisora com esses alunos em relação ao entendimento do

conto. Foi preciso discutir com eles elementos culturais que os mesmos não

conseguiram perceber na narrativa. Já outros alunos entenderam não somente

os aspectos estruturais da narrativa como também traços marcantes da nossa

cultura. Destacam-se novamente as diferentes interpretações que surgiram

para afirmar quem é o boto no conto O baile do judeu.

c. Contação de Histórias: a última etapa desse trabalho consistiu

na realização de uma contação de história. Feita a apresentação dos mapas

mentais a professora motivou os grupos para que contassem a história do

conto que leram. Nesse dia os alunos foram para o auditório da escola por se

tratar de um lugar amplo e propicio para as encenações. Para que os alunos

compreendessem bem a proposta apresentada, primeiramente, um dos

bolsistas fez a contação do conto O adeus do comandante, de Milton Hatoum.

Vale ressaltar que esse momento despertou o interesse dos alunos. Todos

ficaram quietos e atentos ao desenrolar do enredo. Participaram de cada cena

narrada demonstrando na face os sentimentos de surpresa, espanto, alegria,

ou seja, os sentimentos gerados pela forma que o conto foi narrado. Feito isso,

na aula posterior cada grupo fez a sua apresentação. Destaca-se o modo como

as equipes utilizaram-se da linguagem típica da região em que ainda é muito

comum ouvir contadores de historias. Além do uso da linguagem vestiram-se a

caráter demonstrando o real interesse que tiveram pelo trabalho. A cada

apresentação observou-se que realmente os grupos interessaram-se pela

leitura. Esse interesse ficou mais perceptível com o trabalho apresentado na

Feira de Cultural na escola.

Interessante observar que a avaliação que a professora fez não foi a de

testar os alunos quanto à memorização de conceitos, personagens e dados

biográficos. Mas a preocupação central foi avaliar o crescimento interpretativo

do aluno. Assim, nas atividades aqui relatadas a professora não as fechou com

uma prova escrita, pelo contrário, foi uma mediadora para a progressão de

compreensão e interpretação das leituras apresentadas pelos discentes,

mostrou como ocorre a inserção dos aspectos culturais e linguísticos na

literatura canonizada, tudo isso, sem desprezar os aspectos linguísticos da

cultura amazônica.

Após o termino desta proposta de ensino um grupo de alunos motivados,

principalmente, pelo conto O baile do judeu, no qual se tem uma contação da

aparição do boto sentiu-se instigado a saber mais sobre essas aparições, tanto

que, por iniciativa própria, organizaram-se em uma viagem até algumas

comunidades do Rio Arapiuns.

Nas comunidades ribeirinhas coletaram o maior numero possível de

relatos nos quais as pessoas afirmavam terem visto o boto. Além dos relatos

fotografaram lugares pelos quais o misterioso ser teria passado. Repito

novamente: toda essa pesquisa partiu dos próprios alunos.

O resultado deste trabalho como já anunciei anteriormente foi

apresentado na Feira Cultural da escola em forma de contação das histórias

coletadas e por meio das performances de sedução do boto tentando

conquistar a mais bela da comunidade. Diga-se que este trabalho foi um dos

mais prestigiados de toda a Feira.

Levar o texto literário de expressão amazônica para a sala de aula surtiu

algum efeito? A instigação que os alunos sentiram em querer saber mais sobre

a lenda do boto, despertados pela leitura do conto não deixa dúvida. Sim! O

resultado foi positivo. Isso porque, no acompanhamento das turmas durante as

atividades pude perceber o brilho no olhar do aluno no momento em que ele lia

e se deixava envolver pela trama do texto. Outros estudantes questionavam

que segundo o que eles conheciam o boto não assume as características

físicas adotadas por Inglês de Sousa.

Falando em avaliação, uma pergunta vem à mente: quais os resultados

alcançados com o projeto? Será se houve de fato um maior interesse dos

alunos pelos textos lidos? A partir da experiência vivenciada é possível afirmar

que ao apresentar ao aluno textos literários próximos de sua realidade faz com

que esse aluno se interesse mais pela leitura. Pois o que se viu na sala de aula

durante a realização do projeto foi um aluno interessado em conhecer mais

profundamente o conto que leu. E mais: durante as 12 aulas em que o projeto

foi realizado muitos alunos despertaram por querer conhecer mais sobre a

própria cultura amazônica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do que foi refletido nas linhas deste trabalho, posso afirmar que

ele fez jus ao que se propôs: uma contribuição para o ensino de literatura no

Ensino Médio. Pois, sabemos que o tema levantado ainda necessita de maior

produção que auxilie o professor na sua prática de sala de aula. Assim sendo,

este trabalho não teria como solucionar todas as questões necessárias para

um ensino de literatura mais eficaz.

Não se pode fechar a questão aqui levantada numa quantidade finita de

linhas. Ensinar literatura para alunos do Ensino Médio constitui ainda um

grande desafio a ser vencido a cada dia de aula pelo professor. Isso porque,

num mundo hipermoderno, o ato de ler literatura só tem sentido, para o

estudante do ensino básico, quando é preciso fazer um vestibular ou Enem. É

preciso que o professor redescubra uma maneira de tornar esse ato

espontâneo por parte do aluno. É preciso também criar mecanismos de

aproximação entre o texto literário e o aluno. E para ajudar nesse processo, é

que se optou por apresentar uma proposta partindo das questões que

envolvem a literatura no ensino médio até chegar à experiência literária

compartilhada.

Quando falamos em educação, muitos professores de longa caminhada

e, principalmente, os que estão iniciando a carreira buscam uma receita, um

método de ensino capaz de se solucionar todo e qualquer problema

relacionado às dificuldades encontradas na sala de aula. Com a literatura não é

diferente. E que o que vimos neste trabalho é que esse processo de ensino fica

mais fácil quando passamos a adotar experiências realizadas por outros

colegas, que de certa forma foram significativas. E o trabalho do professor

também melhora à medida que ele passa a refletir seu próprio modo de ensinar

literatura e de aprender com o outro professor.

Esse aprendizado também se estendeu aos futuros professores, no caso

os bolsistas pibidianos que vivenciando na prática as ações de ensino

desenvolvidas pelo professor da rede pública de ensino básico também pode

refletir a cerca da profissão que escolheu se de fato exercerá a profissão, e o

mais importante de tudo é que este bolsista é formado dentro de uma prática

que lhe diz ser possível trabalhar os mesmos assuntos de uma maneira nova.

Por fim, esse foi o objetivo deste trabalho: somar. Servir de embrião

para que as reflexões aqui propostas ganhem forças e possam, de certo modo,

juntar-se a outras experiências de sucesso.

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ANEXOS