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FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO - FAESA
FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO SANTENSES
GRADUAÇÃO – ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
GLAUCO VELOSO DOS SANTOS
GUSTAVO DALMASO
O MÉTODO CIENTÍFICO E A COMPARAÇÃO ENTRE O
MODELO NEWTONIANO E O CARTESIANO
VITÓRIA
2011
1
GLAUCO VELOSO DOS SANTOS
GUSTAVO DALMASO
O MÉTODO CIENTÍFICO E A COMPARAÇÃO ENTRE O
MODELO NEWTONIANO E O CARTESIANO
Trabalho acadêmico do curso de graduação de
engenharia de produção apresentado às
Faculdades Integradas Espírito-santenses como
parte das exigências da disciplina de Física I, sob
orientação do prof. Paulo Arnaldo Fantin.
VITÓRIA
2011
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
2. MÉTODO CIENTÍFICO ........................................................................................ 4
3. MODELO CARTESIANO .................................................................................... 5
4. MODELO NEWTONIANO ................................................................................... 8
5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 10
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 11
3
1. INTRODUÇÃO
Antes do século XVI os fenômenos que ocorriam no mundo eram explicados pelas
autoridades e principalmente pela Igreja, muitas “verdades” eram ditas sem ao
menos serem contestadas ou explicadas e isso foi formando crenças e criando a
cultura da sociedade em cima dessas afirmações.
René Descartes (1596 – 1650) e Isaac Newton (1642-1727) difundiram ideias que
contestavam as crenças já estabelecidas. Primeiramente com Descartes através de
seu modelo cartesiano em que ele duvidava da existência das cosias e só acreditava
naquilo que podia ser comprovado através experimento e observações, assim
enfatizando a racionalidade e objetividade.
Após Descartes, Newton se baseou em suas ideias para criar um modelo ainda mais
completo, em que tudo era explicado através das leis da mecânica que criou. Desta
forma, o mundo era visto como um gigante sistema mecânico que funcionava de
acordo com as leis exatas.
4
2. MÉTODO CIENTÍFICO
O homem é um ser curioso que possui a necessidade de explorar seu ambiente,
explicar fenômenos e solucionar problemas e uma das formas para achar uma
explicação para as coisas é por meio da ciência.
Segundo Gewandsznajder (1973, p.3), o método científico se trata de uma série de
procedimentos e regras para se tentar solucionar um problema.
O método científico nada mais é que um conjunto de quesitos que uma teoria
deve apresentar para ser aceitável como modelo físico do fenômeno, bem como
estipula os procedimentos para a determinação de tais quesitos. Assim, um
modelo deve ser experimentalmente comprovado, e os resultados teóricos
devem apresentar uma aproximação aceitável em relação aos experimentais
(Visão Holística da Ciência).
Uma das características do método científico é a resolução de problemas através da
experimentação de hipóteses, ou seja, a criação de hipóteses seguidas de testes
que podem ser observados para a confirmação ou não das mesmas. E o método
cientifico trata do procedimento para testar e selecionar as melhores suposições.
Segundo Gewandsznajder (1973, p.4), o método científico constitui-se de cinco
fases distintas:
A atividade científica desenvolve-se a partir de problemas: O interesse e
a curiosidade de investigar algo surgem a partir do momento em que as
coisas não saem como esperamos, ou seja, quando surgem problemas.
As hipóteses científicas devem ser passíveis de teste: O fato da
possiblidade dos palpites estarem errados existe, logo, é preciso testá-los.
A experiência científica deve ser controlada: O problema deve ser
provocado inúmeras vezes para que os testes sejam realizados e
confirmados, por isso é necessário que exista o controle sobre o que se
testar.
O método científico utiliza leis para explicar os fatos: As leis são
hipóteses já testadas que auxiliam os cientistas para novas descobertas.
A busca de explicações amplas e profundas – as teorias científicas: Até
mesmo as mais novas teorias devem ser exploradas e vistas como
explicações parciais. Sempre podem ser mais exploradas afim de novas
descobertas e explicações.
5
3. MODELO CARTESIANO
Rene Descartes foi o idealizador do método ou modelo cartesiano. Ele acreditava
que o ser humano deveria suspeitar das “verdades” ditas naquela época pelas
autoridades reconhecidas e pela Igreja. Descartes difundiu a ideia de acreditar
somente naquilo que se poderia provar.
Segundo Stigar (2008) “Descartes propôs fazer uma ciência essencialmente pratica
e não especulativa, queria disciplinar a ciência e isso seria possível com um bom
método. Esse método seria universal, inspirado no rigor matemático e racionalista”.
Sua primeira dúvida foi a da existência na qual foi expressa pela seguinte frase:
“Penso, logo existo”. A existência do ser foi a primeira “verdade” posta em
questionamento e provada através do pensamento e, a partir desse fato, ele passou
a justificar de uma maneira racional a existência ou não de outras coisas.
Descartes propôs que sempre devemos duvidar de tudo em todos os momentos.
Afirmava que era necessário distinguir o verdadeiro do falso. O método
cartesiano põe em dúvida tanto o mundo das coisas sensíveis quanto o das
inteligíveis, ou seja, duvidar de tudo, As coisas só podem ser apreendidas por
meio das sensações ou do conhecimento intelectual. A evidência da própria
existência o "penso, logo existo" traz uma primeira certeza. A razão seria a
única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento. Diz
Descartes "Eu sou uma coisa que pensa, e só do meu pensamento posso ter
certeza ou intuição imediata" (STIGAR, 2008).
Com seu método Descartes queria fundamentar as coisas através da racionalidade
e esse pensamento foi fundamental para o desenvolvimento da ciência.
Para reconhecer algo como verdadeiro, ele considera necessário usar a razão, o
raciocínio como filtro e decompor esse algo em partes isoladas, em ideias claras
e distintas, ou seja, propõe fragmentar, dividir o objeto de estudo a fim de melhor
entender, compreender, estudar, questionar, analisar, criticar, o todo, o sistema
(STIGAR, 2008).
O filósofo queria experimentar através da razão e ciência, ou seja, estudar
racionalmente, empiricamente e cientificamente o que se tinha como “verdade”.
O método seria um instrumento, que bem manejado levara o homem a verdade,
esse método consiste em aceitar apenas aquilo que é certo e irrefutável e
consequentemente eliminar todo o conhecimento inseguro ou sujeito a
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controvérsias. O objetivo de Descartes era de abranger numa perspectiva de
conjunto unitário e claro, todos os problemas propostos a investigação cientifica
(STIGAR, 2008).
O método cartesiano era baseado no princípio de nunca acreditar em nada que não
fosse provado e dessa forma nunca se aceitaria o falso e se chegaria ao verdadeiro
conhecimento de tudo.
Sobre os pontos específicos do método, Descartes afirma:
O primeiro era não receber jamais como verdadeira qualquer coisa sem antes a
conhecer evidentemente como tal; isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e
a prevenção, e não incluir nos meus julgamentos nada que se não apresentasse
tão clara e distintamente ao meu espírito que não tivesse nenhuma ocasião de o
por em dúvida. O segundo, dividir cada uma das dificuldades que tivesse que
examinar no maior número possível de parcelas que se tornassem necessárias
para melhor as resolver. O terceiro, em boa ordem os meus pensamentos,
começando pelos objetivos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir
pouco a pouco, como por degraus, até ao conhecimento dos mais complexos, e
admitindo mesmo certa ordem entre aqueles que não precedem naturalmente
uns aos outros. E no último, fazer a propósito de tudo recenseamentos tão
completos e revisões tão gerais que me sentisse certificado de nada omitir
(STIGAR, 2008 apud DESCARTES, 1637).
Descartes queria encontrar um método que proporcionaria a conquista do saber e
esse método tinha como objetivo ser imparcial e objetivo, assim ele queria
fundamentar seu pensamento em verdade claras. Para isso, deveriam ser
eliminadas todas ideias mitológicas usadas para explicar algumas “verdades”, na
maioria das vezes sem serem comprovadas.
Segundo Stigar (2008) ”O método cartesiano revoluciona todos os campos do
pensamento de sua época, possibilitando o desenvolvimento da ciência moderna e
abrindo caminho para o ser humano dominar a natureza”. As ideias de Descartes a
partir do método da dúvida transformaram o mundo em algo quantificado e a partir
do século XVII a ciência deixa de ser algo obscuro e passa a ser matemática.
O objetivo de Descartes era estudar os fundamentos das crenças que existiam, pois
se o fundamento fosse questionado, todas as crenças que eram baseadas nele
também seriam.
Para Descartes, nem com os sentidos que podem enganar-nos, nem com as ideias que são
confusas, podemos dar certezas e, portanto, nos conduzir ao entendimento da realidade.
Por isso, com a finalidade de estabelecer um método de pensamento que permita chegar à
verdade, desenvolveu um sistema de raciocínio que se baseia na dúvida metódica e não
pressupõe certezas e verdades. Com base nisso, reconstrói o universo da metafísica
7
clássica com a ideia de que a essência do ser humano está no pensamento (STIGAR,
2008).
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4. MODELO NEWTONIANO
Isaac Newton utilizou do método racional de Descartes para desenvolver seu
modelo. Ele acreditava que tudo que acontecia possui uma causa e um efeito e
passou a ter uma visão mecânica do mundo, como se todas as peças funcionassem
para um determinado propósito e essa ideia prevaleceu do século XVI, iniciada após
as ideias de René e serviu como base da ciência moderna até o século XX.
Anterior a Newton, duas tendências opostas orientavam a ciência, o método
empírico de Bacon e o método racional de Descartes. Em seus Principia, Newton
(1974) realizou uma combinação, uma síntese de ambos os métodos, afirmando
que, tanto os experimentos sem interpretação sistemática quanto a dedução a
partir de princípios básicos sem evidência experimental, não poderiam conduzir
a uma teoria que fosse confiável na busca pelo conhecimento e pela verdade
(FLORENTINO, 2006, p. 32).
Segundo Capra (1982), citado por Florentino (2006, p. 33), “Newton unificou as duas
tendências e desenvolveu a metodologia em que a ciência natural passou a basear-
se desde então”. Essa metodologia ficou conhecida como mecânica newtoniana. Ele
desenvolveu um método mecânico que permitia explicar por meio da observação os
movimentos e os fenômenos.
Para Newton (1974), o movimento das partículas era causado pela força da
gravidade; ele considerava que tanto as partículas quanto a força da gravidade
eram criadas por Deus e, por conseguinte, não estavam sujeitas a uma análise
posterior. Na mecânica newtoniana todos os fenômenos físicos estão reduzidos
ao movimento de partículas materiais que são causadas por sua atração mútua,
ou seja, pela força da gravidade. Força, esta, que é descrita matematicamente
pelas equações do movimento enunciadas por Newton, as quais formam a base
da mecânica clássica (CAPRA, 1982) (FLORENTINO, 2006, p. 33).
A forma como Newton vê o mundo sob uma nova perspectiva de entender os
fenômenos trouxe grandes avanços para as ciências, principalmente para a
matemática e a física. Segundo Florentino (2006, p. 34) “[...] Newton propõe um
método de análise e síntese dos dados baseado na matemática e na filosofia
natural, onde a investigação de coisas difíceis pelo método de análise deve sempre
preceder o método de composição.” Logo, a análise nada mais é que fazer
experimentos e observações para depois chegar às conclusões.
Sem nenhum constrangimento, as teses newtonianas implicam que se
soubéssemos as posições e as velocidades de todas as partículas do Universo
em um determinado momento, bem como todas as forças envolvidas, era
possível, em princípio, prever com todos os detalhes o futuro. Sendo assim,
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torna-se clara a visão mecanicista do mundo por parte de Newton; visão, esta,
predominante em nosso pensamento ocidental (FLORENTINO, 2006, p. 34).
Por fim, segundo Capra, no final do século XIX o modelo newtoniano perdeu seu
papel de teoria fundamental dos fenômenos naturais e as ideais de Maxwell e
Darwin superaram seu modelo, indicando que o mundo era muito mais complexo
que Descartes e Newton imaginavam.
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5. CONCLUSÃO
Conclui-se que o método científico é um instrumento para a investigação da
realidade. Ele apresenta-se como uma unidade sistemática com um conjunto de
procedimentos de análise do objeto de estudo a fim de verificar hipóteses e, mesmo
quando provadas, estão sujeitas a modificações quando uma explicação mais
racional é encontrada.
Em relação ao método cartesiano, ele teve grande influência na filosofia e
consequentemente nas ciências exatas e humanas. Sua metodologia causou uma
grande mudança no pensamento europeu e nas justificativas para as “verdades” da
época, sendo de grande contribuição para a filosofia moderna.
A ideia de um mundo explicado pela mecânica de Newton, assim como o método
cartesiano, também foi de grande importância para a evolução do pensamento
humano e o desenvolvimento das ciências. Mas, após o século XIX, o modelo
newtoniano perdeu sua hegemonia como a explicação para os fenômenos naturais
dando lugar às teorias de Darwin e Maxwell.
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6. REFERÊNCIAS
CAPRA, F. A máquina do mundo newtoniano. Disponível em: <
http://www.ruipaz.pro.br/textos/newton.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2011.
FLORENTINO, J. A. A. . Niklas Luhmann e a teoria social sistêmica: Um ensaio
sobre a possibilidade de sua contribuição às políticas sociais, exemplificada
no fenômeno “Ruralização”. 2006. 204 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Mestrado em Ciências Sociais Organizações e Sociedade) – Faculdade de Filosofia
e Ciências Humanas da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Sul. On-line. Disponível em: < http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/6/TDE-
2007-03-05T082811Z-386/Publico/387472.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2011.
GEWANDSZNAJDER, F. O que é o método científico. São Paulo: Pioneira, 1989.
226 p.
GUILHERME GALLIANO, A. .O método científico: Teoria e Prática. São Paulo:
Harbra, 1986. 200 p.
MESQUITA FILHO, A. O modelo mecânico newtoniano ou clássico. 2002. On-
line. Disponível em: < http://ecientificocultural.com/ECC2/artigos/newton01.htm>.
Acesso em: 25 nov. 2011.
STIGAR, R. Discurso Sobre O Método De René Descartes. 2008. On-line.
Disponível em:< http://www.webartigos.com/artigos/discurso-sobre-o-metodo-de-
rene-descartes/6171/>. Acesso em: 27 nov. 2011.
Visão Holística da Ciência. On-line. Disponível
em:<http://alkimia.tripod.com/filosoficos/holistica.htm>. Acesso em: 26 nov. 2011.