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Portfolio do intercâmbio artístico e cultural entre a cultura afro-brasileira e marroquina realizado em Essaouira, no Marrocos, no ano de 2012. O evento foi realizado pelo Coletivo Vira Saia e Centro de Movimento Cultural Rosa dos Ventos. Sob o patrocínio do Programa Música Minas, Alliance Franco-Marrocaine d´Essaouira e delegação cultural desta cidade.
Citation preview
Residência Artística e Intercâmbio Musical Brasil-Gnaoua
Coletivo Vira Saia Essaouira, Marrocos, Dezembro de 2012
Realização
Patrocínio Apoio Cultural
Alliance Franco Marrocainne
d´Essaouira
os espíritos que iluminam a noite os espíritos que sopram através do vento os espíritos que caminham pelas florestas
e desertos os espíritos que fazem tremer montanhas Os espíritos que enfrentam a tempestade um cavalo de vento que
reina sobre o mar e sobre as espumas do oceano somos escravos da pele recém-marcada. seja testemunhas destas
marcas, que nunca vão se apagar ºº chant gnaoui
Intercâmbio Musical “Tradições Afro-Musicais do Brasil e Marrocos Gnaoua”
O Projeto “Tradições Afro-Musicais do Brasil e Marrocos Gnaoua” foi idealizado e produzido pelo Coletivo Vira Saia e “Rose des
Vents – Centre de Mouviment Cultural” e só pôde ser concretizado graças ao patrocínio do Programa Música Minas e da Aliança
Franco Marrocaine de Essaouira, com o apoio cultural da Delegação de Cultura desta cidade.
Desde Outubro, este projeto desenvolveu oficinas de Ritmos Afro-Brasileiros no Espaço Municipal de Essaouira, Bastion Bab
Marraquech. Nestas oficinas, que foram gratuitas e abertas ao público, a artista brasileira Ana Maria Fonseca iniciou os
participantes em alguns ritmos brasileiros (como o Maracatu e o Congado).
Em dezembro, o Projeto realizou uma semana de intercâmbio e vivências intensivas entre ritmos brasileiros e marroquinos.
Vinda especialmente do Brasil para participar do Projeto, Mônica Elias, cantora do grupo Vira Saia, ministrou oficinas de ritmos
afro-brasileiros e recebeu oficinas de música gnaoua dos músicos marroquinos Aziz, Halid, Limini e Furat.
Durante os processos de trocas musicais das oficinas foi-se afinando a harmonia entre os participantes a fim de realizar um
cortejo pelas ruas da Medina antiga e preparar o repertório musical para o espetáculo “Lila Xirê”, resultado da fusão da música
brasileira com a tradição gnaoua.
As oficinas foram realizadas gratuitamente e
em aberto para todos da comunidade que
desejassem descobrir mais sobre a história
da Confraria Gnaoua e da música afro-
brasileira, suas nuances, danças e ritmos.
Causando impacto artístico positivo entre
pessoas da comunidade e visitantes
estrangeiros, o Projeto conseguiu alcançar
todos os seus principais objetivos,
propiciando trocas e partilhas musicais,
gerando uma rede transcultural através da
música e abrindo espaços diversos para
futuros intercâmbios e pontes musicais entre
ambas culturas.
Pode-se dizer, dessa maneira, que o Projeto
ainda não terminou, ao contrário, apenas
começou. Inshallah.
As pontes culturais e artísticas que se
abriram continuam abertas e o público pede
bis.
Sobre a Confraria Gnaoua e a música afro-brasileira
No Brasil colonial, o termo "malê" deriva do Yorubá "imale", designando o que significa "muçulmano“. Malê identificava
os negros africanos que sabiam ler e escrever em árabe.
No Marrocos, o “Mâalem” é o mestre que toca o GUEMBRIL, instrumento dotado de imensa magia e poder nos rituais
Gnaoua. Feito de madeira de figueira (ancestralmente era feito a partir da cabaça de abóbora), pele de camelo e
cordas de tripas de cabra, o GUEMBRIL é o instrumento central dentro da concepção geral dos rituais Gnaoua. De
origem sudanesa, suas vibrações de harmônicos graves e ressonância cósmica chegam ao subconsciente e, mediante
repetições, conseguem dar nascimento a uma tensão corporal tão forte no ouvinte que acaba por tocar todos os órgãos
vitais do seu sistema nervoso, provocando o transe, que se crê capaz de curar o corpo e o espírito.
Os Malês (ou Nagôs) ainda em solo africano aceitaram a religião islâmica apropriando-se das tradições e crenças orientais,
onde as inúmeras etnias africanas sincretizaram sua religião matriz "animista" com o Islam, unindo-se as tradições e
doutrinas dos dois mundos (Africano e Oriental-Islâmico).
(Só abrindo um parênteses, “animista” é uma modalidade religiosa que vê espíritos em toda a natureza, sendo esses
espíritos semelhantes ao espírito do homem. Já foi conhecida por fetichismo, que vem de Fetiche, que vem de “feitiço”, que
vem do latim, coisa feiticeira, coisa encantada. )
1
Dessa forma o animismo politeísta africano, que se traduzia em cultuar o viver e o pensar com a natureza, juntou-se
ao Islamismo monoteísta (religião que crê que existe um só Deus, Alá).
É fácil de se entender porquê o Islam Negro influenciou e foi influenciado (tanto na África quanto no Brasil) pela
tradição dos “espíritos” africanos (“ORIXÁS”, no caso do Candomblé Brasileiro e “MLUKS”, no caso da Confraria
Gnaoua, no Marrocos), gerando um islamismo esotérico, compatibilizando representações simbólicas dos espíritos,
rituais, cerimônias e mandingas que mantiveram viva a magia "pagã" dos “ORiXÁS” e “MLUKS”. No caso do Brasil,
ainda se assoma à essa fusão espiritual o catolicismo e práticas indígenas.
A história parece ter sido espelhada: os negros saíram da África negra e foram levados aos recantos do Brasil e
da África do Norte para trabalharem como escravos. Aqui nas plantações de cana-de-açúcar, nas lavouras de
ouro, nos trabalhos domésticos. No Marrocos, nas filas do exército e nas construções durante o Império
Almohade, uma dinastia marroquina de origem ‘beribéri” que dominou o norte da África e o sul da Península
Ibérica de 1147 a 1269. Obviamente sempre marcados pelas questões do preconceito social.
Os africanos que vieram ao Brasil saíram de Serra Leoa, Senegal, Nigéria, Guiné, Guiné Bissau, Gâmbia, Congo, Gabão, Angola,
Gana, Guiné Equatorial e Camarões. O grupo mais importante, no entanto, foi o “sudanês”. Desses negros, os mais notáveis foram
os “Yorubás” ou “Nagôs” e os “Jejes”, seguindo-se os “Minas” (musicalmente falando, tais nações negras, por terem sido
influenciados pela cultura árabe, possuem maior riqueza rítmica). Originários do Império do Sudão Ocidental, os Gnaouas que foram
ao Marrocos saíram sobretudo de Senegal, Sudão, Mali, Nigéria e Gana. Se você pára um pouco para observar um mapa do
continente africano poderá perceber que todos os países citados estão próximos, geograficamente falando.
A condição de porto bastante ativo e de relevante importância nas relações do Marrocos com o mundo, com certeza
deu à cidade de Essauoira ares cosmopolitas e deu abertura à cidade e aos seus habitantes de receberem as
tradições Gnaouas vindas com os escravos em muitas caravanas de Tombuctu e de outros cantos do continente
africano. O termo “Gnaoua” primeiramente referia-se aos escravos e descendentes de escravos originários da África
negra. Para os dias de hoje, as comunidades “Gnaoua”, espalhadas por todo o Magreb e também por outros países
da África do norte, se organizaram em “Confrarias” místicas populares, particularmente ativas em Essaouira,
Marraquesh, Tamslort e Meknes. O termo “confraria” foi dado por estudiosos antropólogos, a partir de sua visão
ocidentalizadora.
O essencial da Confraria Gnaoua é um rito de possessão chamado “Derdeba”, em que se misturam elementos africanos, sufis e
arabo-beriberes, onde a dança, o canto e alguns instrumentos contribuem para a criação de um clima hipnótico e sinestésico,
que gera o transe nos adeptos com a intenção de realizar a cura corporal e espiritual da comunidade ou de algum enfermo
específico. O transe dentro da concepção geral da cerimônia é uma espécie de manifestação “catártica”, mas com grande
valor espiritual. É só no meio da noite, no momento de sonhar, que começa o rito de posse chamado “Derdeba” ou LILA (que,
em árabe significa “noite”). A celebração pode durar uma noite inteira, desde o pôr do sol até o amanhecer, mas dependendo
da intenção, podem durar de três a sete dias. As “Lilas” de videntes (Mokdema ou Mokdem) ou mestres (Maalems) são mais
intensas e podem durar até 7 dias. Existem ainda rituais com a exclusiva participação de mulheres (as Haddarate), realizados
nos espaços fechados de alguns santuários e de acesso muito restrito, durante os quais as vozes femininas de Essaouira elevam
a Alá litanias e cânticos secretos. As “Lilas” têem maior ocorrência no mês lunar do “Chaâbane” (período que precede o mês
do Ramadam, quando os muçulmanos celebram a revelação do “Alcorão” aos homens e jejuam durante um mês). Durante o
“Chaabane”, os “Djines” ou espíritos são “acorrentados”. Os “servos” fazem inúmeras “Lilas” em mausoléus de santos Gnaoua
e devem sacrificar um galo azul (se pobres) ou um touro negro (se ricos).
Nas “Lilas” comuns, os músicos
entoam seu canto e sua música,
enquanto mulheres invisíveis
dançam o transe para incorporar
os “Mluks”, os espíritos de
diferentes cores, também
chamados “Djines” ou
“demônios”. A sensualidade tão
comum e natural nos corpos
africanos aqui deve ser tapada
por véus coloridos durante a LILA
Gnaoua (influências de costumes
muçulmanos, quando a mulher
deve ser tapada socialmente). O
corpo da mulher que dança o
transe vai se desumanizando,
tornando-se impessoal. Passa a
estar diretamente relacionado a
uma divindade e, por extensão,
aos elementos da natureza a ele
associados, levado pelo comando
das músicas. O transe torna-se a
forma de contato entre os
deuses ou espíritos da natureza
e a comunidade religiosa.
Imagem: Buderbala - Acrilico
sobre tela. Mâalem A. Gnya
Essaouira. Marrocos
Da mesma maneira acontece nos cultos do candomblé, quando a
música e a dança geram a possibilidade de cura e superação de
crises do cotidiano, através da “suspensão” da identidade
cotidiana e da abertura de espaço àquela do Orixá. Durante o
fenômeno do transe, o corpo da filha/filho de santo se torna o
próprio Orixá. A música, então, desenvolve o papel de
organizadora da desordem do exterior e do interior e a dança
expressa o equilíbrio e a ordem alcançada. Para o participante
ocasional de uma LILA ou de uma cerimônia de candomblé ou
umbanda, todo o conjunto do ritual (como os gestos, o cheiro do
insenso, as roupas, os cantos, os ritmos, as danças) pode parecer
elementos de um verdadeiro show, mas aquilo que se faz público
é também extremamente misterioso e dotado de simbologias que
transcendem aquilo que os sentidos percebem. A chegada do
orixá entre os mortais é assinalada por cantigas de saudação
apropriadas, todas numa seqüência lógica. Da mesma maneira, há
uma seqüência lógica e ritualística também nas práticas gnaouas,
mas aqui são os “Mluks”, os “Djines” representados pelas cores.
Imagem: Jesus - Acrilico sobre tela - 1,70 x 0,90m. Griot. Salvador. Bahia
A estruturação da música Gnaoua, composta por solo
e resposta do coro também se assemelha bastante a
inúmeras modalidades musicais afro-brasileiras,
como o “Partido-alto” ou o “Samba de Roda”. O
samba de partido-alto é cantado em forma de
desafio por dois ou mais participantes, e se compõe
de uma parte coral e outra solada. Essa modalidade
de samba tem raízes nas canções do batuque
angolano.
Segundo Oneyda Alvarenga, “a estrofe solista e
improvisada, acompanhada de refrão coral fixo, e a
disposição coro-solo são características estruturais
de origem africana ocorrentes na música afro-
brasileira” e afro-marroquina. O coro é geralmente
composto de grupos de mulheres ou homens que
cantam de modo “monofônico”. Entre os grupos mais
culturados a “heterofonia” pode aparecer, com o uso
de terças paralelas nas cadências das frases corais. É
comum o solista e coro se sobreporem, um elemento
tipicamente africano.
Imagem: Lilit - Acrilico sobre tela - 1 x 1,70m. Griot.
Salvador. Bahia
Tiago de Oliveira Pinto, em seu artigo “Som e música. Questões de uma Antropologia Sonora”, cita o estudo de Kubik, que,
em um ensaio de 1984, enumera doze critérios que lhe parecem essenciais para uma compreensão de estruturas sonoras de
culturas africanas. Entre elas cito as que cabem dentro do que pude observar nessa experiência de intercâmbio musical no
Marrocos, características que estão presentes tanto na música Gnaoua quanto na música afro-brasileira: Música e dança: a
partir de sua significação, na maioria dos idiomas africanos o aspecto sonoro e o movimento de música e dança são
inseparáveis. Ao analisar-se música africana, portanto, dança e expressão corporal devem sempre ser considerados. Ritmos
cruzados: a combinação de ritmos, frases ou motivos pode realizar-se de tal forma que sua acentuação não coincide,
resultando em novas configurações rítmicas. Pulsos intercalados: trata-se de uma versão específica de ritmo cruzado, que
se apresenta de forma regular, quando dois ou três músicos intercalam suas marcações sonoras. Beat e off-beat:
representam a marcação e a batida entre as marcações. As acentuações melódicas do repertório africano caem
predominantemente fora da marcação, ou, na terminologia ocidental, fora do primeiro tempo do compasso. Dentro do
acontecimento musical a marcação representa um referencial onipresente, assim como também a pulsação elementar.
Ambos referenciais agem simultaneamente. Padrão: em muitas culturas africanas os músicos pensam em padrões
organizados, sejam estes rítmicos, ou de outra natureza sonora e de movimento. Notação oral: padrões rítmicos são muitas
vezes fixados de forma não escrita. A sua manutenção fonética serve para a transmissão de várias configurações musicais.”
Aqui também coloco a questão da afinação (que, tanto entre os
Gnaouas quanto entre músicos populares brasileiros, muitas
vezes se dá de maneira instintiva e orgânica) e da utilização de
“Escalas Pentatônicas” na construção das melodias (embora se
sirvam também de escalas de seis e sete tons e, inclusive, de
escalas mais alargadas, com a utilização de “microtons”,
característica marcante da música árabe). Todas essas,
características da música dita “modal”.
De origem chinesa ou mongólica, a escala pentatônica é formada
pela junção de cinco notas e é a base estrutural da música
oriental e tem bastante recorrência na música africana, do
extremo oriente, celta, escocesa e americanas indígenas,
sempre presente em cerimônias ritualísticas. Sua sonoridade
causa grande introspecção e é a escala mais comum na música
Blues (também de origens afro). Ian Guest define de maneira
leve a música modal, onde “a participação musical de todos não
só era permitida, mas desejável, núcleo dos rituais de toda e
qualquer festa popular, fosse ela triunfal ou fúnebre,
expressando alegrias e tristezas. Para atrair a todos, a música
era uma proposta de autoria coletiva, extremamente
envolvente e participante. A criatividade rítmica e tímbrica
desconhecia limites. Já as melodias eram simples e
transparentes, com a intenção de convidar a cantar e tocar
junto. Eram longos serões de música intermitente, sem início e
fim. Era a música modal, resultado da contribuição de todos,
fruto da tradição e da memória popular. Música de poucas notas
e de sabor provincial ou tribal. Tudo seria feito com as mesmas
poucas notas: a cantoria, o acompanhamento misturado com
percussão. Enfim, era o vale-tudo com aquelas poucas notas.”
Hoje em dia, além do caráter espiritual, a música gnaoua dita “profana” expandiu seus horizontes de circulação e se você vai
à Marraquesh, em sua praça principal Jamma Lafna, entre os encantadores de serpente, você verá alguns grupos Gnaoua,
com seus tambores chamados “Gangas”, roupas coloridas e chapéus ornamentados com búzios tocando com a finalidade de
conseguir algum dinheiro. O famoso festival que acontece em Essauouira há mais de quinze anos, “Festival Gnaoua et des
Musiques du Mond”, também conseguiu dar maior visibilidade à musica gnaoua para fora das fronteiras africanas e serviu
como propulsor da transformação da música gnaoua de raíz em um estilo mais contemporâneo, fusionado com o Jazz, a
música Ibérico-Andaluz, o Reggae e o Ragga Murf. Um paralelo pode ser traçado com o estilo musical brasileiro conhecido
como ‘Afoxé”, bastante difundido na Bahia e em Pernambuco nas épocas do carnaval. Antes conhecido como “candomblé de
rua”, o afoxé veio da música de “terreiro” e foi grande responsável pela estruturação do estilo comercialmente conhecido
como “axé music”. Tradicionalmente eram os adeptos da tradição dos orixás que formavam os cordões carnavalescos do
afoxé, com cânticos acompanhados por atabaques do tipo “ilu”, tocados com as mãos, além de agogôs e xequerês, no ritmo
conhecido como “ijexá”. Aliás, se formos à raíz da música popular brasileira, veremos que seu ponto de interseção com as
influências africanas se dá, principalmente, através das vias da religião.
Enfim, há que se ter ainda presente que a música «por si mesma» não existe na África. Na África, a vida e os seus
múltiplos aspetos falam a linguagem da música.
Fonte na internet:
http://www.gnawa.eu/Histoire.html
http://www.lilagnaoua.com/Fr/histoire.html
http://www.artigonal.com/desigualdades-sociais-artigos/a-
escravidao-no-brasil-411701.html
http://www.espacoacademico.com.br/050/50clopes.htm
http://osnegrosnobrasilatual.blogspot.com.br/2010/11/os-grupos-
africanos-que-vieram-para-o.html
http://www.essaouira.ca/histoire-essaouira
http://www.alsur.fr/assets/files/pdf/alcd147.pdf
http://boiadeirorei.wordpress.com/2010/12/01/maos-dos-ogas-e-
cambonas-como-devem-agir-estes-servidores-sagrados/
http://www.youscribe.com/catalogue/livres/savoirs/sciences-
humaines-et-sociales/les-gnawa-marocains-de-tradition-loyaliste-
173425
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/09/musicas_devo
cio.html
http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n12_p129.pdf
http://www.epoca.globo.com/especiais/...esp990920a.html
http://www.religiaodedeus.net/Ramadan_1429.htm
http://www.guerrapeixe.com/textos/texto05.html
http://www.cigam.mus.br/index.php?option=com_content&view=article
&id=78:musica-modal-o-que-e-afinal&catid=10:artigos&Itemid=17
http://www.ruadireita.com/musica/info/a-musica-na-africa/
África, Brazil and Gnaoua - Music
Workshops with Mônica Elias
Fonte:
http://rosasventos.blogspot.com.br/
DECEMBER 6, 7 and 8
from 2pm to 5pm
at Bastion Bab Marrakech,
Essaouira
MARHABABIK! (Wellcome!) Our
Brazilian Rhythms workshops will
continue through december with
Mônica Elias, brazilian musician of
the group Vira Saia.
Through the program Música
Minas, she comes specially to
participate of the artistic residence,
and share with local musicians her
passion for african-brazilian
rhythms and gnaoua music.
More about “Vira Saia”
http://www.virasaia.tnb.art.br/
http://terreirodegriots.blogspot.c
om/ ).
Programa de Atividades da Residência Artística:
Quarta-Feira – 5 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua - Aziz, Halid e Limini.
Quinta-Feira - 6 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 10:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua - Aziz, Halid e Limini.
Sexta-Feira - 7 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 10:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua - Aziz, Halid e Limini.
Sábado - 8 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
10:00 - 12:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
14:00 - 18:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
Domingo - 9 de dezembro 2012
* 12:00 - Passagem de som - Local: Alliance Franco- Marrocaine de Essaouira
* 16:30 - Cortejo pela Medina de Essaouira
* 18:00 - Espetáculo Lila Xirê - Local: Alliance Franco Marrocaine de Essaouira AFME
Segunda-feira - 10 de dezembro de 2012
*18:00 - Reapresentação do espetáculo Lila Xirê no Espaço Municipal de Essaouira
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
Espetáculo Lila Xirê
O Espetáculo “Lila Xirê” foi
apresentado no dia 9 de
dezembro de 2012 na Alliance
Franco Marrocaine de Essaouira
e reapresentado no Espaço
Municipal da Cidade, o Bastion
Bab Marraquesh, no dia 10 de
dezembro.
O espetáculo foi criado e
desenvolvido a partir de bases
rítmicas e melódicas de algumas
tradições afro-religiosas do
Brasil e do Marrocos, que
possuem práticas ritualísticas
animistas herdadas da diáspora
africana, ricas em música,
danças e cores.
No caso da Confraria Gnaoua,
suas práticas animistas se
fusionaram às tradições do
“Sufismo” islâmico. No caso do
Candomblé brasileiro, suas
práticas se fusionaram com
tradições católicas e ameríndias
caboclas.
O cortejo “Gungas & Gangas”
contou com a participação de todos
que estiveram presentes nas
convivências das oficinas de
intercâmbio musical e, pelas ruas da
Medina antiga da cidade, trouxe
alegria e entrosamento entre
músicos, dançarinas, transeuntes,
turistas, homens, mulheres e
crianças e anunciou que o
espetáculo estava prestes a
acontecer. O nome é uma
homenagem às “Gangas” (tambores
Gnaoua) e às “Gungas”
(instrumentos percussivos utilizados
no Congado, que vão amarrados aos
tornozelos. Historicamente, as
“Gungas” eram um artifício
utilizado para dificultar a fuga dos
escravos e tolher sua liberdade).
Durante o percurso, foram tocados
os ritmos do Maracatu, do Samba,
do Congado e o ritmo Gnaoua da
“Aada”.
Ficha Técnica do Projeto, Espetáculo e Oficinas:
Idealização e Realização: Coletivo Vira Saia e Rose des Vents
Coordenação geral: Monica Elias e Ana Maria Fonseca
Produção executiva: Ana Maria Fonseca
Direção Musical: Anna Pujós
Arte Gráfica e ilustração: Aziz Oumoussa e Mônica Elias
Suporte artístico e técnico: Abdelhak Voix des Vents
Direção Alliance Franco Marrocaine: Oumaima Hourmatallah
Fotografia: Zacaria Tinariuen, Mônica Elias, Lulu
Direção de Vídeo, filmagens e edição: Sophien Bouhali
Músicos: Rachid- Guembril e voz
Limini – Guembril e Krakabs
Aziz- Percussão e Krakabs
Forat- Krakabs e dança
Halid – Krakabs, Dança, voz e guembre
Abdelhak – Percussão e voz
Ana Maria – Percussão, voz e dança
Mônica Elias – Percussão, voz, flauta e dança
Anna Pujos – Piano, voz e percussão
Daniel Pedrazza – Flauta indiana Bansuri
Produção: Ayouch Regragui, Youseph Aghardaf, Ana Maria,
Mônica Elias, Abdelhak Ahmed Elkaab, Anna Pujós , Lulu,
Aziz Oumosa, Bem Amou, Tuca Costa, Daniel Pedrazza