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OS RECURSOS MARINHOS

Recursos marítimos

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OS RECURSOS MARINHOS

A. Quais são os recursos e potencialidades mais importantes?

B. Como se pode caracterizar a atividade piscatória em Portugal?

C. Como se pode fazer uma boa gestão do espaço marítimo?

D. Como se pode fazer a rendibilização sustentada do litoral e dos recursos?

E. Política Comum das Pescas.

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A. QUAIS SÃO OS RECURSOSE POTENCIALIDADES MAIS IMPORTANTES?

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• Tem um papel fundamental naeconomia de Portugal, dada a nossaextensa costa marítima, pelo facto determos dois arquipélagos localizados noAtlântico e pela nossa extensa ZonaEconómica Exclusiva (ZEE).

• Tem uma forte componente social, poisé um grande gerador de emprego.

A importância económica do mar

Desde sempre que o mar e os seus recursos têm sido fundamentais para o Homem.

Contexto nacional:

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1. Recursos piscícolas e outras atividades relacionadas.

Recursos marinhos mais importantes em Portugal

A importância económica do mar

• Apesar de estar há vários anos em forte declínio, a pesca continua a ter um papel importante na economia nacional.

• O pescado e os produtos marinhos são constituintes importantes da dieta dos portugueses, dos maiores consumidores de peixe a nível mundial.

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A importância económica do mar

• A extração de sal é, ainda hoje, uma atividade económica importante para o País.

• As algas são aproveitadas sobretudo para a indústria dos cosméticos, farmacêutica e bioquímica.

2. A extração e exploração de outros recursos, como o sal e as algas.

Recursos marinhos mais importantes em Portugal

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• A costa portuguesa terá, eventualmente, grande potencial de exploração de petróleo e gás, sobretudo nas bacias sedimentares já identificadas:

• a bacia Lusitânica;

• a bacia de Peniche;

• a bacia do Alentejo;

• a bacia do Algarve.

A importância económica do mar

3. A prospeção de recursos energéticos não renováveis.

Recursos marinhos mais importantes em Portugal

No entanto, ainda são necessários alguns anos de prospeções e de estudos para verificar a viabilidade desta exploração.

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A importância económica do mar

Recursos marinhos mais importantes em Portugal

4. A exploração de recursos energéticos renováveis.

• A energia das ondas;

• A energia das marés;

• A energia eólica.

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• Uma das atividades com maior peso no PIB português,

• Relevante, quer no peso das receitas, quer na chegada deturistas.

A importância económica do mar

Recursos marinhos mais importantes em Portugal

5. O turismo balnear, relacionado com o mar e praias.

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A linha de costa marca o contacto entre a terra e o mar, caracterizando-se pela sua

dinâmica. Os seus limites não são estáticos, movem-se em função:

• da maré;

• das condições dinâmicas do mar (variam entre o verão e o inverno);

• dos sedimentos erodidos ou que aí são depositados.

Os tipos de costa10

A costa de arriba é a mais predominante.

É mais elevada e escarpada, resultado da

ação marinha sobre as rochas.

Os tipos de costa

A costa de praia é baixa e de menor extensão

no litoral português. Resulta da acumulação

de areias vindas dos rios e da erosão costeira,

depois transportadas ao longo da costa pela

corrente de deriva litoral.

Características da costa portuguesa

Portugal possui cerca de 1450 quilómetros de linha de costa. A maior parte dasua população vive em concelhos do litoral.

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• O predomínio da costa de arribajustifica-se pela existência de maisquilómetros de um litoral talhado emrocha dura (calcários, granitos e xistos).

• Apesar disso, em Portugal há grandesextensões de areia, sobretudo nocontinente:

• a sul do Porto (Gaia, Espinho,Aveiro);

• entre Coimbra e Peniche (Figueirada Foz, Nazaré);

• entre Troia e Sines;

• em boa parte do litoral algarvio.

Os tipos de costa

Características da costa portuguesa

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Portugal enfrenta um problema grave na linha de costa, em particular:

Pressão urbanística no litoral (Nazaré).

Os tipos de costa

Efeitos da ação humana

• a extração de areias paraconstrução (proibida por lei),

• a ocupação de dunas e arribas, com elevada densidade de construção.

A densidade de construção éparticularmente grave em áreasde dunas e nas arribas talhadasem rocha mais branda, querecuam a maiores velocidades.

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A ação erosiva do mar

A ação marinha atua na linha de costa e modela a sua forma e o seu contorno,

por meio de processos de erosão, transporte e acumulação.

É caracterizada por um fenómeno muito típico de erosão, normalmente

designado por erosão marinha ou abrasão marinha, que consiste na ação

mecânica das ondas, que talham as arribas e as plataformas rochosas de sopé.

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RESULTADO DE EROSÃO

Plataforma de abrasão

Arriba fóssil

Arriba

Baías/enseadas

Cabo

RESULTADO DE ACUMULAÇÃO

Praia

Tômbolo

Cordão litoral/restinga

Laguna/ria/haff-delta

Formas de relevo litoral15

A ação erosiva do mar

A construção nas dunas destrói o fraco equilíbrio entre a erosão e a deposição, o

que pode levar à destruição do cordão dunar e ao avanço do mar sobre regiões

densamente povoadas.

As dunas são a primeira barreira ao avanço do mar, em particular durante o

inverno.

Ação dos agentes erosivos e dos fenómenos de deposição sobre as costas de praia e dunas.

Efeitos da ação humana

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No caso das arribas, o mar desgasta a base, formando pequenas reentrânciase cavernas. A parte superior da arriba perde o seu apoio e acaba por sedesmoronar, provocando igualmente o recuo da arriba.

Na base da arriba acumulam-se os blocos rochosos resultantes dessedesmoronamento e vai-se formando uma nova plataforma de abrasãomarinha.

Quando a arriba recua ao ponto de já não evoluir por processos ligados aomar designa-se por arriba morta. Quando, mais tarde, evolui por processoscontinentais (erosão hídrica provocada pela água da chuva), designa-se porarriba fóssil.

A ação erosiva do mar

Evolução de uma arriba.

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Os fenómenos de erosão e deposição conferem à linha de costa portuguesauma determinada configuração e a existência de algumas formas típicas.

Os acidentes do litoral

• Erradamente designada, é uma árealagunar onde se conjuga quer adeposição de sedimentos trazidos pelorio Vouga, quer de sedimentos trazidospelo mar.

• Esta intensa deposição dá origem àformação de um extenso cordãoarenoso, interrompido por um canal quedá acesso ao porto de Aveiro.

«Ria» de Aveiro

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A forma regular da linha de costa

portuguesa, sem grandes

reentrâncias nem saliências, não é

favorável à instalação de portos de

mar.

Portos de mar

Os portos necessitam de aproveitar as irregularidades da linha de costa para usufruírem de algumas condições de abrigo, principalemente no litoral ocidental e nas ilhas atlânticas.

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• A plataforma portuguesa não é

demasiado pequena, sobretudo quando

comparada com outros países europeus.

• É aqui que se concentram 80 % de todas

as espécies piscícolas capturadas.

• A maior diversidade de espécies deve-se

à pouca profundidade das águas, que

favorece uma melhor penetração da

A plataforma continental

radiação solar e uma maior oxigenação das águas, em virtude da sua maior agitação.

• As plataformas continentais são áreas próximas dos continentes, de onde

provêm grandes quantidades de alimento para os peixes.

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• O limite inferior da plataforma continental encontra-se a cerca de 200 metrosde profundidade.

• A plataforma liga-se às planícies abissais por uma área de forte declive,

o talude continental.

A plataforma continental21

As correntes também explicam a quantidade e diversidade de recursos

piscícolas no mar. Podem ser quentes e frias.

As correntes marítimas

As zonas de contacto entre correntes são

aquelas onde a diversidade é maior, devido

à grande agitação das águas. Isso provoca

uma maior oxigenação (que conduz a

maiores variedades de plâncton), mas

também uma grande variabilidade da

temperatura e salinidade.

Nas áreas onde há fenómenos de upwelling, a riqueza de espécies é maior.

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As correntes marítimas

Nas áreas onde há fenómenos de upwelling, a riqueza de espécies é maior.

Os ventos fortes característicos

dos meses de verão (nortadas),

que sopram junto ao litoral,

afastam as águas superficiais

para o largo.

O upwelling é uma corrente de

compensação que se desloca na

vertical e traz à superfície as

águas profundas (frias e ricas em

nutrientes), atraindo uma

grande abundância de espécies

como a sardinha e o carapau, o

que favorece a atividade piscatória.

B. COMO SE PODE CARACTERIZAR A ATIVIDADE PISCATÓRIA EM PORTUGAL?

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Portugal é a entrada atlântica para a Europa. Está bem no centro das principais

rotas marítimas entre:

• a Europa e a África;

• a Europa e o Mediterrâneo (com ligação ao Médio Oriente);

• a Europa e a América.

Os portos de mar

Os nossos portos marítimos assumem uma importância estratégica de grande valor comercial, económico e social, embora haja um grande número de problemas que impedem que o País usufrua destas condições verdadeiramente únicas a nível europeu e mesmo global.

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Principais rotas marítimas.

As atividades principais dos portos portugueses são:

• comércio de mercadorias e passageiros;

• navegação de recreio e turismo;

• construção e reparação naval;

• pesca (empresarial e desportiva).

Os portos portugueses são um entrave ao desenvolvimento das pescas,

porque em Portugal há:

• infraestruturas portuárias mal equipadas e de pequena dimensão;

• lotas antiquadas e com poucas condições de higiene;

• problemas nas instalações de redes de conservação e refrigeração,

gruas de descarga e pouca informatização do setor.

Características dos portos portugueses27

Existem 157 portos no total, entre o continente e as ilhas, com um volumerelativamente reduzido de descargas em termos de pescado, quer em volume,quer no rendimento.

Características dos portos portugueses28

Descargas de pescado fresco e refrigerado por porto e principais espécies, em toneladas e em euros.

• Envelhecida, masculina e de reduzida formação profissional.

• Dominada por homens, sobretudo entre os 35 e os 54 anos.

• As poucas mulheres estão ligadas, sobretudo, a tarefas de terra ligadas à pesca, em particular na indústria transformadora.

• A evolução do número de pescadores tem sido negativa.

A mão de obra pesqueira29

Pessoal empregado na pesca (A) e na respetiva atividade transformadora (B).

A maioria dos pescadores ainda só tem o1.º ciclo do ensino básico e ainda seregista uma taxa de 8,2 % de analfabetos.

A mão de obra pesqueira

Para inverter as circunstâncias,foram criados, por todo o País,centros de formação do Forpescas,apoiados pelo Fundo SocialEuropeu (FSE). Mesmo assim, aadesão dos pescadores tem sidobaixa.

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Nível de escolaridade dos pescadores portugueses, em 2011.

Número de cursos do For-mar e respetivos alunos inscritos.

C. COMO SE PODE FAZER UMA BOA GESTÃODO ESPAÇO MARÍTIMO?

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Sempre se considerou que o mar tinha uma capacidade infinita de receber lixo eresíduos, mas hoje, já se percebeu que não é assim.

A poluição do mar

As atividades humanas produzemenormes quantidades de lixo eresíduos.

As marés negras e a poluição geradapela limpeza de petroleiros afetamáreas costeiras que são, normalmente,densamente povoadas.

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A centralidade de Portugal

relativamente às principais rotas

marítimas coloca a nossa costa sob

um grande risco. A costa

portuguesa é rota de passagem

obrigatória de grande parte do

tráfego marítimo.

A poluição do mar33

Tráfego marítimo na ZEE portuguesa.

Este é um dos problemas que mais têm afligido os pescadores portugueses, pois é

um dos principais motivos da imposição de quotas de pesca. A frota pesqueira

portuguesa foi uma das mais afetadas na Europa.

No entanto, este é um problema global, pois 70 % das reservas mundiais já estão a

ser capturadas nos limites ou para além dos limites minimamente sustentáveis.

A sobre-exploração dos recursos34

Portugal tem a maior Zona Económica Exclusiva. A sua vigilância é importantepara prevenir ou punir infrações feitas por navios portugueses e estrangeiros.

Objetivosda

fiscalização

Controlar a captura de

espécies não permitidas Diminuir a

poluição marítima.

Garantir o respeito

pelas quotas de pesca

Evitar o aumento do

tráfego clandestino

(drogas, armamento)

Prevenir o esgotamento de recursos

Controlar o transporte

de substâncias proibidas

Controlar a descarga de poluentes

A fiscalização das águas nacionais e da ZEE35

Embora contribua para o PIB nacional, o turismo balnear coloca as áreas costeiras sob grande pressão e tem impactos ambientais graves, nomeadamente:

• A construção sobre as arribas e as dunas;

• A destruição das dunas;

• A sobre-exploração dos aquíferos;

• O aumento na produção de resíduos e

efluentes urbanos;

• A redução da biodiversidade;

• A destruição da fauna e da flora.

A pressão das áreas costeiras36

D. COMO SE PODE FAZER A RENDIBILIZAÇÃOSUSTENTADA DO LITORAL E DOS RECURSOS?

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O mar está habitualmente associado àatividade piscatória, mas os recursoseconómicos do mar são bastante maisamplos:

• Aquicultura;

• Indústria conserveira;

• Extração de algas;

• Produção de sal;

• Exploração petrolífera;

• Turismo;

• Energias renováveis.

Atividades económicas38

Para organizar a costa portuguesa foram criados os

Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).

Objetivos dos POOC

Ordenamento da orla costeira

Ordenar os diferentes usos e

atividades específicas da orla

costeira.

Classificar as praias e regulamentar o uso

balnear.

Valorizar e qualificar as praias

consideradas estratégicas por

motivos ambientais e

turísticos.

Enquadrar o desenvolvimento das atividades específicas

da orla costeira.

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Os POOC têm, ainda, como ações prioritárias:

1• Identificar áreas de risco;

2• Estabelecer as regras para a utilização da orla costeira;

3• Requalificar as praias e recuperar os sistemas dunares;

4• Estabilizar as arribas e fazer a alimentação artificial de praias;

5• Demolir e remover as estruturas localizadas em áreas de risco;

6• Manutenção e construção de obras de engenharia para a proteção do litoral.

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E. POLÍTICA COMUM DAS PESCAS

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A Política Comum das Pescas (PCP) foi criada em 1970 e veio estabelecer queos pescadores da União Europeia (UE), independentemente do país a quepertencem, deveriam ter acesso às águas dos demais estados-membros.Reformulada em 2002, a PCP tem por objetivo assegurar o futuro da pesca,de acordo com o seu compromisso para garantir pesca e aquaculturaresponsáveis.

Política Comum das Pescas42

PCPEstabelecer regras para garantir a sustentabilidade da pesca europeia e evitar danos

para o ambiente marinho.

Dotar as autoridades nacionais das

ferramentas necessárias para aplicar regras e punir

os infratores.

Monitorizar o tamanho da frota pesqueira europeia e

prevenir o seu crescimento.

Dar apoio técnico e financeiro a iniciativas que

contribuam para a sustentabilidade do setor.

Negociar em nome dos países da UE nas organizações

internacionais da pesca e com outros países, em todo mundo.

Ajudar os setores da produção, da transformação e da distribuição a obter um

preço justo para os seus produtos e garantir aos consumidores que podem ter

confiança nos produtos de pesca que consomem.

Apoiar o desenvolvimento de um setor da aquicultura dinâmico na UE (criação de peixe, crustáceos, moluscos

e algas).

Financiar a investigação científica e a recolha de dados científicos, a

fim de proporcionar uma base sólida para a tomada de decisões e para a elaboração de políticas.

Áreas de intervenção da Política Comum das Pescas43