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TEORIA DA COMUNICAÇÃOMÓDULO C
3. A COMUNICAÇÃO DE MASSA E AS PERSPECTIVAS
TEÓRICAS3.6. A Teoria Culturológica
Escola Francesa Estudos desenvolvidos em França, nos
anos 60 – Inspirados na Teoria Crítica Objecto de estudo: identificação de uma
nova forma de cultura na sociedade contemporânea: a cultura de massa, gerada essencialmente a partir dos media (e não os mass media, nem os seus efeitos sobre os destinatários em particular)
É uma das principais perspectivas sobre a CULTURA DE MASSA
• Edgar Morin, (sociólogo/filósofo francês)
“Cultura de massa no século XX: o espírito do tempo” (1962).
Procura definir a natureza da nova forma de cultura numa perspectiva antropológica: centrada na relação entre consumidor e objecto de consumo – a utilização que o homem faz da cultura dos média de massa, o seu papel na construção de significados, modelos, de mitos …
a) A CULTURA DE MASSAS RESULTA DOS MÉDIA E EQUIVALE À SOCIEDADE DE MASSAS
a) A cultura de massa é um sistema cultural que “constitui um conjunto de símbolos, mitos e imagens respeitantes à vida prática e ao imaginário colectivo, um sistema de projecções e identificações”...
É tudo aquilo que as pessoas assimilam, e absorvem a partir do que é apresentado constantemente pelos média.
Os mitos criados a partir da exposição aos média, modelos que influenciam (a partir de pessoas anónimas que se tornam celebridades idolatradas, em novelas…)
Segundo Morin, a cultura de massas segue as normas capitalistas, é produzida de forma maciça, difundida pelos mass media… e é destinada a um “aglomerado gigantesco de indivíduos”: a massa social…
…é o equivalente cultural da sociedade industrial, e da sociedade de massas…
Supressão /nivelamento de diferenças sociais: Padronização dos gostos. O consumo homogeneizado cria uma identidade de valores, costumes… …conduz à massificação ou uniformização… da cultura
b) CARÁCTER NOVO E INTERACÇÃO COM OUTRAS FORMAS DE CULTURAEstuda a presença do fenómeno CM no panorama cultural como um todo – atenção à relação com as outras formas de cultura já existentes
“É a cultura verdadeiramente predominante e nova no século XX…” mas “não é a única cultura do séc. XX…”: As sociedades modernas são realidades policulturais”Acrescenta-se a outras formas de cultura (nacional, humanista e religiosa) e entra em concorrência com elas, tendendo a deformá-las”.
Cultura e sociedade de massa
O convívio entre as várias culturas não é gratuito: a cultura de massa, com as suas potencialidades, corrompe e desagrega as outras culturas, que não saem imunes a este contacto. “se faz incluir …e, ao mesmo tempo, tende a corromper e a desagregar as outras culturas…cultura nacional, religiosa, humanística…”
c) A CONTAMINAÇÃO ENTRE REAL E IMAGINÁRIO: os produtos mediáticos transitam entre o real e o imaginário – não se identificando fronteiras, criando fantasias com base em factos e vice-versa. Funde-se a informação e a ficção.
“A cultura de massa oferece, de uma forma fictícia, tudo aquilo que é suprimido, sistematicamente da vida real. E é apresentada pelos média como se fosse uma imagem da realidade em que as pessoas vivem : tornando irreal uma parte da vida dos consumidores.”“Aliena o quotidiano da existência real por evasões para um mundo imaginário , fabrica uma nova sociedade de estrelas, vedetas, em que os indivíduos projectam os seus sonhos”. Exemplos:
Ricos em novelas Pessoas bem sucedidas em publicidades
A cultura de massa, torna-se local de auto-realização, de concretização daquilo que é suprimido na vida real: histórias romanceadas; happy end; erotismo; amor…
Criam-se exemplos a serem seguidos. Caminhos para a felicidade…
“O centro activo da cultura de massa torna-se o cinema…Os filmes de Hollywood exaltam a mitologia da felicidade individual euforizada pelo happy-end… Esta mitologia faz triunfar os temas da juventude, da beleza, da sedução”.
d) trata-se de uma cultura passiva, que não permite a reflexividade (excesso de informação e consumo em momentos de descontracção, fraca possibilidade de reflexão devido ao modo de consumo – espectador passivo).
Cultura e sociedade de massa
Incide sobre o mesmo tema que a Escola de Frankfurt, mas numa outra perspectiva:
Atribui maior atenção aos produtos da indústria cultural do que aos media e à relação entre o consumidor e o objecto do consumo.
Mas não vê, como a Teoria Crítica, a indústria cultural como um sistema construído pelos poderes dominantes para a manipulação.