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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS
GELATINA COM PARTÍCULAS
MICROENCAPSULADAS CAPAZ DE ALTERAR A COR
DURANTE O RESFRIAMENTO
Alunas: Amanda Rios Ferreira, Gabriela Fonseca, Natalia Ribeiro
Ouro Preto
Maio/2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................
PORTFOLIO DE PRODUTOS................................................................................
CONFEITOS X NÚMEROS.....................................................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES.................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS.........................................................
O MERCADO DE GELATINA..............................................................................
DADOS DE MERCADO......................................................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO
DE GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES.............................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS.........................................................
LEGISLAÇÃO.......................................................................................................
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO.........................................................................
INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS............................................
ADITIVOS.............................................................................................................
EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO.........................................
INTRODUÇÃO
Sendo conhecido historicamente como grande produtor de açúcar, o Brasil é
a terceira maior indústria no mercado dos confeitos no mundo. Visando mostrar o
que o país tem além do açúcar, a criação do programa Brasil Beyond Sugar (Brasil
além do açúcar) aposta em colocar o país em maior evidencia no mercado de
confeitos mundial. O setor conta, no Brasil, com a ABICAB, Associação Brasileira da
Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados, que representa o
setor e busca parcerias e melhorias para a indústria brasileira de confeitos. A
associação possui um site em quatro línguas, que em seis meses de existência teve
mais de 17 mil acessos, a maioria vindos de países como Estados Unidos,
Alemanha e França. (COMEX, 2014)
No ano de 2015 a indústria brasileira de doces está cercada no mercado
externo. Um site foi lançado com versões em três idiomas buscando divulgar os
produtos brasileiros lá fora. Novas embalagens, novas tecnologias de produção,
rotulagem em diferentes idiomas. Ações como estas são exemplos do esforço
nacional para se destacar mundialmente. Em feira realizada em Colônia, Alemanha
em 2015, o Brasil colocará também em evidência a produção de balas e confeitos
atendendo às legislações europeias, visando o mercado do velho continente
(COMEX, 2014).
Na onda das inovações, nutraceuticos e produtos de confeitaria Premium são
os maiores investimentos do ramo para obter grande retorno em 2015, além das
embalagens que vêm sendo usadas como estratégia de vendas (COMEX, 2014).
PORTFOLIO DE PRODUTOS
Dentre os principais produtos do mercado de confeitos brasileiro estão
chocolates, amendoins, gomas mastigáveis, balas, confeitos, gelatinas e chicletes.
São exemplos de produtos:
Figura 1: Confeitos tipo brigadeiro, comercializados no mercado brasileiro
Figura 2 : Confeitos tipo gomas mastigáveis
Figura 3: Confeitos de chocolate
Figura 4: Confeitos mastigáveis tipo goma de mascar
Figura 5: Confeito derivado de amendoim, tipo paçoca
CONFEITOS X NÚMEROS
Transformando a indústria de confeitos no país em números, temos
expressantes resultados de mercado. No ramo de exportações em 2013 o setor de
confeitaria brasileiro exportou 118 mil toneladas, somando US$ 291,5 milhões
(COMEX, 2014).
Em 2014, a indústria brasileira do setor de confeitos exportou US$ 269,1
milhões entre janeiro e dezembro, o que equivale a aproximadamente 108 mil
toneladas de produtos. Dentro desse período os principais continentes a receberem
os produtos brasileiros foram América do Sul (US$ 142,9 milhões), África (US$ 41,9
milhões) e América do Norte (US$ 34,4 milhões) (COMEX, 2014).
Na figura abaixo tem-se o consumo aparente, exportação e importação do
setor de confeitos no país em volume (mil tons) de 2008 a 2013 (COMEX, 2014).
Gráfico 1: 2008-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo
aparente, exportação e importação em volume (mil tons), dados da ABICAB
De acordo com os dados apresentados pela ABICAB no Gráfico 1, o ano de
2011 foi o que apresentou maior produção e maior consumo aparente, e observando
os anos de 2012 e 2013, nota-se ligeiro aumento na produção e consumo aparente
dos produtos, e queda na exportação e importação.
O Gráfico 2, apresentado abaixo, mostra a análise do mercado dos anos de
1998 a 2013 para balas, confeitos, gomas de mascar e derivados e sua importação,
exportação e saldo da balança comercial em valor (US$ milhões) (ABICAB, 2014).
Gráfico 2: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados, exportação e importação em
volume (mil tons), e saldo da balança comercial, dados da ABICAB
Nota-se uma queda nas exportações nos anos de 2012 e 2013, com um saldo
da balança comercial com queda nos mesmos dois anos onde podemos notar ainda
um aumento nas importações do setor.
O Gráfico 3 trata dos mesmos anos analisados, porém agora relacionados ao
volume e não ao valor em dólares.
Gráfico 3: 1998-2013 Amendoim, Balas, Confeitos, e chocolate, exportação, importação e saldo da
balança comercial em volume (mil tons), dados da ABICAB
Gráfico 4: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo aparente,
exportação e importação em valor (US$ milhoes), dados da ABICAB
Tem-se queda no volume de exportação e da balança comercial para os anos
de 2012 e 2013 e também aumento no volume importado durante esses dois anos,
que foi de 91 mil toneladas e 84 mil toneladas respectivamente.
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES
Dentre as inúmeras inovações na área de confeitos, apresentamos duas,
sendo a primeira: Confeitos e outras guloseimas com aditivos auxiliares ao controle
de peso corporal humano. O objetivo desta patente, consiste em combinações, em
variadas concentrações, de aditivos com propriedades de auxiliarem o controle do
peso humano, nas variadas formulações que dão nome a essa patente como extrato
de jojoba, colágeno hidrolisado e outros (INPI, 2014)
A segunda inovação encontrada foi: Gomas de mascar e confeitos para
cuidados orais. Esta invenção refere-se a um método para propiciar higiene dentaria,
cujo o emprega uma goma de mascar com baixa umidade ou um produto de
confeitaria contendo como ingredientes ativos uma combinação de bicarbonato de
sódio e fosfopeptídeo de caseína-fosfato de cálcio amorfo. Esta invenção refere-se
também a gomas de mascar e produtos de confeitaria que podem propiciar
benefícios de saúde dentaria e métodos para a sua preparação (INPI, 2013).
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS
Dentre os artigos pesquisados na área de confeitos, foi escolhido um artigo
para se ressaltar, com o título de “Influência da concentração de polióis na textura de
balas moles com açaí” dos autores Ana Carolina Pegolo Alves; Marise Bonifácio
Queiroz; Ana Lúcia Fadini; Rafael Campos Costa da Fonseca; Lidiane Bataglia da
Silva. Tratando sobre polióis que podem ser utilizados como substitutos de açúcares
para conferir corpo e textura aos produtos, assim como doçura e benefícios
adicionais como redução calórica e baixo ou reduzido índice glicêmico onde objetivo
foi estudar a influência da concentração de polióis cristalizáveis (relação
isomalte/eritritol - ISO/ERI) e não cristalizáveis (xarope de maltitol - XMA) sobre a
textura de balas moles diet contendo açaí liofilizado.
O MERCADO DE GELATINA
A gelatina consiste em uma mistura de proteínas com tipo estrutural
semelhante. O colágeno e a gelatina têm uma sequência única de aminoácidos que
define suas características funcionais.
O colágeno é formado por estruturas ordenadas chamadas tropocolágeno que
são ligadas em fibrilas e formam as fibras constituintes do tecido conectivo. A
unidade básica do colágeno é formada da união do arranjo de três moléculas
polipeptídicas em forma de hélice.
A sua grande utilização se deve à sua habilidade de ligação a água e sua
configuração helicoloidal responsável pela formação de gel. Sendo um hidrocolóide
de origem proteica, apresenta caráter anfótero.
É uma substância translúcida, incolor ou amarelada, que não possui gosto
nem cheiro. É uma substância nitrogenada orgânica, proteína coloidal, cujo valor
principal está nas suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas. A gelatina
animal é obtida através da hidrólise do colágeno (fibras brancas dos tecidos
conectivos do corpo animal, particularmente da pele (córion), dos ossos (osseína) e
dos tendões), de onde as ligações entre as fibras são quebradas, permitindo seu
posterior rearranjo (GELITA, 2015)..
Além de ser utilizada como alimento, na indústria de alimentos é utilizado na
elaboração de balas, iogurtes e produtos dietéticos. Além da indústria alimentícia, a
área de fotografia, cosméticos, farmacologia, entre outras aplicações.
DADOS DE MERCADO
Nos últimos anos, o uso de gelatina e seus derivados apresentaram grande
crescimento principalmente pela sua importância benéfica no organismo. Além
disso, possui aplicação como substituo de gordura hidrogenada em alguns produtos,
em decorrência de suas funções de efeito na textura.
No que diz respeito ao comercio mundial, as exportações evoluíram de US$
762 milhões em 2000 para US$ 1 bilhão, em 2004. Em quantidade, as vendas
globais tiveram aumento médio de 3% ao ano, subindo de 198 mil toneladas para
216 mil toneladas (MDIC, 2010).
A Europa domina o mercado mundial, somando mais de 60% do total de
vendas, seguida da América, Ásia e Oceania. A lista de exportadores em 2004
contava com 68 países. Alemanha e França possuem participação total no mercado
de 15,4% e 13,6% respectivamente. O Brasil apresenta participação de 8,4% no
mercado.
No quesito importação os países europeus aparecem como os principais
importadores. Entre 2000 e 2004 aumentaram 13% ao ano (SISCOMEX, 2010).
A Alemanha aparece como principal vendedora e compradora, responsável
por mais de 14% do mercado total. As compras cresceram da ordem de 11% ao ano
entre 2000 e 2004, somando mais de US$300 milhões em transações.
Tabela 1: Dados de exportação e importação mundial em 2004
Com relação ao mercado brasileiro, segundo artigo publicado na Gazeta
Mercantil, o consumo brasileiro de gelatinas e seus derivados para uso alimentício é
de apenas 44 gramas por habitante/ano. Sendo ainda pouco expressivo se
comparado com o de outros mercados, como o europeu, que consome
aproximadamente 140 gramas (SISCOMEX, 2010).
O produto e consumido por amplas idades, também por idosos e crianças.
Estando presente em vários tipos de dietas alimentares. Anualmente, o consumo
brasileiro gira em torno de 8 mil toneladas, representando 3,2% do consumo mundial
(aproximadamente 250 mil toneladas) (MDIC, 2010).
A produção brasileira de gelatina é estimada em 25 mil toneladas/ano,
exportando 80% de sua produção. A fonte principal de obtenção do grupo de
gelatinas é o couro. Aproximadamente 24 mil toneladas de couro são transformadas
em gelatina anualmente, sendo 75% de origem bovina e 25% de origem suína. As
importações brasileiras caíram em média 12,4% anualmente entre 1996 e 2005
(SISCOMEX, 2010).
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO
DE GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES
São exemplos de patente encontradas utilizando gelatina na plataforma INPI
a patente denominada: “Bioplástico flexível, comestível e biodegradável à base de
amido e gelatina obtido por processo de extrusão termoplástica seguido de sopro”,
depositado pela Universidade Federal de Campinas. Tal patente envolve a produção
industrial de filmes flexíveis através do processo já conhecido de extrusão, sem a
utilização de nenhum solvente. Tais bioplásticos podem ser utilizados como
embalagens para acondicionamento de produtos alimentícios, farmacêuticos além
de poder também ser usado como embalagem secundária em alimentos (INPI,
2014)
Outro exemplo de inovação na utilização de gelatina no mercado é a patente
“Composição de tinta flexográfica contendo gelatina hidrolisada com resina de
aglutinação”, depositada pela Sun Chemical Corporation (US). Esta patente envolve
a composição de uma tinta esferográfica com pelo menos 3% em peso de pigmento.
Tal composição da tinta pode apresentar melhor resistência ao calor, secagem,
espuma, entre outros benefícios. (INPI, 2012)
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS
Dentro dos artigos pesquisados, destacaram-se dois, sendo o primeiro:
“Produção de gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de
micropartículas contendo óleo de salmão” publicado na revista Brazilian Journal of
Food Technology. O trabalho teve objetivo de extrair e caracterizar gelatina da pele
de tilápia e utiliza-la como substituto da gelatina de mamíferos na formação de
micropartículas por coacervação complexa. A utilização do óleo de salmão e gelatina
de peixe foi positiva, mantendo a morfologia das micropartículas (BUENO et al,
2011).
O segundo foi: “Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos
nativos e gelatina na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson”. Que
consiste em filmes compostos de gelatina e amidos nativos de trigo e outros cereais
que foram produzidos e caracterizados separadamente. As soluções foram
preparadas e aplicadas em uvas Crimson para avaliação sensorial e
acompanhamento da perda de massa. Os resultados foram positivos para a
utilização dos filmes testados com destaque para os de sorgo e arroz. No que diz
respeito à análise sensorial as uvas cobertas obtiveram aceitação igual o superior no
controle quanto à aparência global, brilho cor e intenção de compra (FEKHOURI et
al. 2007).
LEGISLAÇÃO
A comercialização e produção de gelatina a partir de pele bovina e suína não
possui legislação específica. Porém, quando se trata da utilização de gelatina como
ingrediente para a produção de outros alimentos, a ANVISA, através da Resolução
n° 45 de 3 de novembro de 2010 dispões sobre aditivos alimentares autorizados
para uso segundo as Boas Práticas de Fabricação.
Em tal resolução, a Gelatina tem uso autorizado como estabilizante,
emulsificante, espessante e gel. Recebendo o código 428. Os limites de utilização
estão delimitados ao quantum satis (q.s.), ou seja, quantidade suficiente para obter o
efeito tecnológico desejado (BRASIL, 2010).
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO
O fluxograma de produção da Gelatina, conta com seis etapas, sendo elas:
Figura 6: Fluxograma de produção da gelatina
Para a primeira etapa, a de Pré-Tratamento pode ser realizada através de
dois processos principais:
Processo Ácido: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo A. Consiste
na preparação a frio da matéria-prima para o processo. A matéria-prima
(normalmente pele suína) é submetida ao pré-tratamento por um período de três
dias. O tratamento é realizado através da adição de ácido clorídrico com posterior
extração (GELITA, 2015).
Processo Alcalino: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo B. Este tipo
de processo é utilizado somente quando a matéria-prima for osseína ou raspa
bovina. Tal processo estende-se por várias semanas. O hidróxido de cálcio saturado
vai ao longo do tempo transformando lentamente a estrutura do colágeno. O
colágeno produzido através deste processo é solúvel em água quente (GELITA,
2015)..
Extração: O material pré-tratado passa por um processo de extração de
múltiplos estágios. Após o pré-tratamento, o material recebe outra vez água
aquecida a temperatura elevada e é extraído. Este processo é repetido até que os
últimos traços de gelatina sejam retirados. Tal etapa é realizada em tanques
equipados com serpentinas à vapor (GELITA, 2015)..
A primeira extração é feita com água mantida entre 60 e 65°C. O pH é
importante, sendo ótimo entre 3,0 e 4,0. A água fica em contato com a osseína
durante 8,0h. Obtém-se uma solução de gelatina 8-10% (GELITA, 2015)..
Purificação: A etapa de purificação consiste em uma solução de
aproximadamente 5% de gelatina (obtida no processo de extração) passa, então,
por filtros de alta performance que são responsáveis por retirar todo e qualquer
resíduo de gordura e fibra que ainda possam estar presentes na solução. A solução
filtrada passa por colunas de troca iônica, visando eliminar cálcio, sódio, resíduos de
ácidos e outros sais presentes (GELITA, 2015).
Concentração: Na etapa de concentração, são utilizados evaporadores a
vácuo, de múltiplos estágios com pré-aquecimento. Eles são utilizados para
esterilizar a solução de gelatina e ao mesmo tempo remover água da solução
diluída, e concentrar a gelatina até que esta atinja uma consistência de mel
(GELITA, 2015).
São utilizados muitas vezes peróxido de hidrogênio ou ácido sulfuroso como
agente alvejante durante processo. O aquecimento (geralmente realizado de quatro
a cinco vezes) é feito continuamente em temperaturas gradativamente elevadas até
atingir a temperatura de 100°C (GELITA, 2015).
Secagem: A secagem é realizada com ajuda de um esterilizador de alta
temperatura, a solução de gelatina altamente concentrada passa por mais uma
esterilização de segurança (GELITA, 2015).
Os passos seguintes são, então, refrigeração e solidificação. No processo de
solidificação a gelatina é forçada contra uma tela de aço inoxidável e ganha a forma
de "espaguete" (semelhante a um processo de extrusão), sendo distribuída
uniformemente sobre a esteira de secagem (GELITA, 2015).
O ar usado para secagem é previamente preparado sendo: filtrado, lavado,
desumidificado e descontaminado, a 40°C. Na saída do túnel de secagem, a gelatina
é quebrada e moída em partículas de tamanho uniforme (GELITA, 2015).
Moagem, Peneiramento e Mistura: Esta é a última etapa do processo, quando
gelatina é preparada para aplicações específicas. Nesta etapa o grânulo da gelatina
é moído, peneirado, misturado e enviado ao estoque final (GELITA, 2015).
Figura 7: Exemplo do fluxograma de acordo com os dois tipos de extração, ácida e básica (GEA
GROUP, 2013).
Figura 8: Equipamentos utilizados no processamento de Gelatina. (GEA GROUP, 2013)
INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS
A gelatina é produzida comumente através da utilização de peles e ossos de
bovinos e suínos. Além disso, peixe e algas também podem ser utilizados para a
extração de colágeno. A matéria prima para a produção de gelatina é a proteína de
colágeno nativo, encontrado em grande quantidade na pele e nos ossos desses
animais (GELITA, 2015).
Geralmente, a matéria-prima proveniente de frigoríficos são separados e
enviados para as fábricas ainda frescas, refrigeradas ou congeladas.
Existem quatro tipos de gelatinas industriais, as comestíveis, técnicas,
fotográficas e farmacêuticas. Para fabricação de todos os quatro tipos de gelatina,
são usados os carnais (tecidos que ligam a pele animal à carcaça) e os couros crus
de grandes animais. Além disso, pode-se utilizar peles de porcos, novilhas e outros
animais, constituindo 1% da matéria-prima total. Para as aplicações alimentícias são
utilizados rigorosos padrões de qualidade na produção da gelatina.
Gráfico 5: Dados do mercado mundial de gelatina. (GEA GROUP, 2013)
ADITIVOS
Segundo a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aditivo
alimentar é “todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos
sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas,
químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento,
preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte
ou manipulação de um alimento”. Tal definição encontra-se no item 1.2 da Portaria
SVS/MS 540, de 27/10/97 (BRASIL, 1997)
A gelatina possui muitos corantes artificiais que são adicionados para conferir
cor, eles são o vermelho 40, azul brilhante, vermelho bordeaux, azul escuro. Outros
aditivos como regulador de acidez citrato de sódio, aromatizantes, acidulante ácido
fumárico, edulcorantes, aspartame, ciclamato de sódio, acesulfame de potássio,
sacarina sódica, tartrazina, amarelo crepúsculo FCF são adicionados na gelatina.
Aditivos que são utilizados em gelatinas sabor, uva, morango, cereja, limão,
maracujá, amora, abacaxi (LIMA, 2013)
EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO
As embalagens utilizadas para o comércio de gelatina variam de acordo com
a aplicação da mesma. Gelatinas para uso fotográfico são comercializadas em
filmes ou embalagens plásticas, por exemplo. Enquanto gelatina para uso
alimentício são comercializadas em grandes embalagens normalmente plásticas,
para evitar interação com o ambiente e alterações em suas características (GELITA,
2015).
REFERENCIAS
ABICAB. Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim,
Balas e Derivados. Disponivel em: http://www.abicab.org.br/. Acesso em: 4 de Maio
2015.
ALVES, A. C. P. Influência da concentração de polióis na textura de balas moles
com açaí. Disponível em: http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F
%2Fwww.abepro.org.br%2Fbiblioteca
%2Fenegep2012_tn_sto_164_954_19702.pdf&h=sAQFWky2H. Acesso em: 4 de
Maio 2015
LIMA., D. Por trás dos rótulos - Gelatina e Guloseimas x Aditivos. Disponível em:
https://www.docelimao.com.br/site/especial-kids/alimentacao/1157-por-tras-dos-
rotulos-os-corantes-artificiais-parte-1.html. Acesso em: 22 de maio 2015.
PRADO, M. A., Godoy H. T. Determinação de corantes artificiais por cromatografia
líquida de alta eficiência (clae) em pó para gelatina. Quim. Nova, Vol. 27, No. 1, 22-
26, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v27n1/18803.pdf. Acesso em:
20 maio 2015.
BUENO, C. M., ALVIM, I. D., GROSSO, C., KOBERSTEIN, M. T. Produção de
gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de micropartículas
contendo óleo de salmão
http://bjft.ital.sp.gov.br/artigos/html/busca/PDF/v14n1446a.pdf
Farayde Matta FAKHOURI, Luciana Cristina Brigatto FONTES, Priscila Vieira de
Macedo GONÇALVES, Cibele Rufato MILANEZ, Caroline Joy STEEL, Fernanda
Paula COLLARES-QUEIROZ
Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos nativos e gelatina na
conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson
COMEX. Comércio Exterior do brasil. Dados do mercado de Gelatina. Disponível
em: http://www.comexdobrasil.com/industria-de-doces-confeitos-lanca-site-
internacional-objetivo-e-ampliar-exportacoes/. Acesso em: 20 maio 2015
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 45, de 03 de novembro de 2010 Dispõe
sobre aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de
Fabricação (BPF)
http://www.geafiltration.com/Portuguese/Biblioteca/
auxilios_processamento_gelatina.htm GEA Group 2013
SISCOMEX. Sistema Integrado de Comercio Exterior do Brasil. Mercado brasileiro
para gelatinas e seus derivados. Disponível em: http://www.portalsiscomex.gov.br/
Acesso em: 20 maio 2015