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MANUAL DE AÇÕES TATICAS NAUTITRANSPORTADAS SERGIO DE MELLO QUEIROZ 2015

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MANUAL DE AÇÕES TATICAS NAUTITRANSPORTADAS

SERGIO DE MELLO QUEIROZ

2015

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MANUAL DE AÇÕES TATICAS NAUTITRANSPORTADAS

SERGIO DE MELLO QUEIROZ

BRASIL

2015

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EMBARCAÇÕES HISTÓRICO

A história do Brasil sempre esteve envolvida com o emprego de embarcações. Inicia-se com a própria descoberta do país no final de século XV quando os portugueses liderados por Pedro Álvares Cabral deslocaram-se de Portugal até o Novo Mundo em três belonaves para então tomar posse das Terras de Santa Cruz. No mesmo século, o uso de embarcações na relação colônia-metrópole resultou mais atenção dos colonizadores para com a América Portuguesa. Fruto da possibilidade de perda da área e os frequentes roubos de barcos que seguiam para a Europa, bastante evidenciados com a ação de corsários ingleses, de súditos franceses e holandeses, a coroa lusitana determinou as missões de guarda da costa brasileira, que tinham como objetivo a defesa da costa e das cargas da madeira -“pau-brasil” - que seguiam para o comércio na Europa. De extrema importância para a expansão territorial do Brasil para o Oeste, além da Linha de Tordesilhas, os rios formaram os caminhos percorridos para o crescimento do Brasil. Foi nesse contexto que as embarcações tiveram papel preponderante, conferindo mobilidade, força e velocidade nessa conquista. Assim, destaca-se o emprego de embarcações no movimento migratório chamado de Entradas e Bandeiras, que pelos rios do sudeste do país seguiram para o interior, ampliando a presença de nacionais em novas terras, que mais tarde tornaram-se brasileiras por força do princípio do direito internacional do “uti possidetis”. Do mesmo modo, as monções partiram do rio Tietê e seguiram para o centro-oeste e Planalto Central, além das incursões na Amazônia pela foz do rio que nasce na cidade de Belém, o Amazonas. No emprego militar, as embarcações foram utilizadas no transporte de tropas para a expulsão de ingleses, franceses e holandeses presentes na Amazônia. O capitão Pedro Teixeira, herói do período de consolidação da cidade de Belém na defesa do Forte do Presépio, foi uns dos primeiros militares a utilizar embarcações na Amazônia. A saga militar do corajoso Pedro Teixeira na defesa da soberania territorial foi de suma importância para a grandeza territorial do Brasil. Graças às ações desse corajoso capitão português, aliado a eficientes e poderosas embarcações, o Brasil ampliou sobremaneira suas posses, construindo fortes e fortins em pontos estratégicos através das calhas dos rios em que navegou, até chegar ao Peru.

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TIPOS DE EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PELA MARINHA DO BRASIL

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O Exército Brasileiro encontra-se em franca e visível transformação a qual tem por objetivo dotar a Força Terrestre de novas competências e capacidades, de modo a preparar suas tropas para o cumprimento de missões e tarefas na Era do Conhecimento. A obtenção dessas competências e capacidades é fundamental para que uma Força Terrestre possa atuar em todo o Espectro dos Conflitos, alcançando o efeito dissuasório que devem ter as Forças Armadas de um país. Nesse contexto, destaca a presente pesquisa sobre a utilização de embarcações militares dotadas de propulsão do tipo hidrojato nas ações do Exército na Amazônia, estudando os meios existentes e as novas aquisições já realizadas, previstas e em estudo. Nesse diapasão, o ambiente operacional amazônico, com todas as peculiaridades a ele inerentes, impõe possibilidades e limitações a estas embarcações no tocante aos seus sistemas. No presente estudo, no ativemos especificamente ao sistema de propulsão. Este estudo visa a desmistificação acerca do desempenho deste sistema de propulsão em relação ao demais sistemas de propulsão mais tradicionais utilizados nas embarcações militares operadas pelo Exército na Amazônia. Para atingir tal intento, foram pesquisadas as embarcações existentes e as novas aquisições feitas, previstas e em estudo/avaliação pelo Exército para a área do Comando Militar da Amazônia (Amazônia Ocidental). Algumas siglas utilizadas no Exército Brasileiro:

Bda Inf Sl - Brigada de Infantaria de Selva BIS - Batalhão de Infantaria de Selva CAEx - Centro de Avaliação do Exército CECMA - Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia CMA - Comando Militar da Amazônia CMN - Comando Militar do Norte EBP - Embarcação Base de Pelotão EBG - Embarcação Base de Grupo ECEME - Escola de Comando e Estado Maior do Exército END - Estratégia Nacional de Defesa EPE - Embarcação Patrulha de Esquadra EPG - Embarcação Patrulha de Grupo EsAO - Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais HP - Cavalos Vapor (Horse Power) LPR - Lancha Patrullera de Ríos MD - Ministério da Defesa RM - Região Militar RPB - Riverine Patrol Boat SISFRON - Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras

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EMBARCAÇÕES OPERACIONAIS TÁTICAS No EXÉRCITO BRASILEIRO as embarcações são classificadas em Operacionais (Táticas e Logísticas) e Administrativas, conforme o quadro abaixo: a) Embarcações Operacionais Táticas (Instrumento de Combate) - EBP – Embarcação Base de Pelotão; - EPG – Embarcação Patrulha de Grupo; - EPE – Embarcação Patrulha de Esquadra; - EBH – Embarcação Base de Helicóptero; - EBA – Embarcação Base de Artilharia; - ELC - Embarcação Leve de Comando; - EPA – Embarcação Pneumática de Assalto; - EPR – Embarcação Pneumática de Reconhecimento; e - EMan – Embarcação de Manobra. b) Embarcações Operacionais Logísticas (Preparadas para o combate)

- ELSau – Embarcação Logística de Saúde; - ELMnt - Embarcação Logística de Manutenção; - ELSp - Embarcação Logística de Suprimento; - ELTCg - Embarcação Logística de Transporte de Cargas; - ELTPes - Embarcação Logística de Transporte de Pessoal; - ELFlu - Embarcação Logística Flutuante; e - ELEmp - Embarcação Logística Empurrador. c) Embarcações Administrativas (Características Civis)

- ESau - Embarcação Saúde; - EMnt – Embarcação de Manutenção; - ESp – Embarcação de Suprimento - ETCg - Embarcação Transporte de Cargas; - ETPes – Embarcação de Transporte de Pessoal; - EFlu - Embarcação Flutuante (Balsas); e - ELEmp - Embarcação Logística Empurrador. (BRASIL,1995). Este trabalho abordará somente as embarcações operacionais táticas, que segundo o Boletim Técnico da Diretoria de Material de Engenharia (DME), órgão logístico responsável pelas especificações dos diversos materiais de engenharia, de 20 de novembro de 2000, traz a seguinte definição: Embarcações Táticas são aquelas utilizadas como instrumentos de combate. São agrupadas em sistemas adequados aos escalões pelotão, subunidade e unidade.

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EMBARCAÇÃO BASE DE PELOTÃO (EBP)

A Embarcação Base de Pelotão possui um conjunto de instalações que permite acomodar um pelotão de fuzileiros de selva (36 homens), seus reforços mais usuais (até 08 homens) e sua tripulação, a qual é constituída da tripulação de 02 (duas) EPG e de 04 (quatro) EPE (14 homens, sendo 6 tripulantes da embarcação propriamente dita, 02 tripulantes por EPG e 01 tripulante por EPE), num total de 58 (cinquenta e oito) homens. É uma embarcação de médio porte, feita de ferro, a fim de proporcionar maior segurança para a tropa e suportar impactos ocasionados por obstáculos submersos existentes no leito dos rios amazônicos. A coordenação e controle são executados por meio desta estação fixa HF para ligação com as EPG e com o comando da subunidade operacional. Sua defesa antiaérea pode ser realizada com metralhadoras .50 e mísseis portáteis. O fogo contra alvos terrestres é realizado com metralhadora 7,62 mm, morteiro 81 mm, canhão sem recuo e mísseis portáteis. A sua propulsão é realizada com dois motores marca Cummins com potência de 425 HP cada um, alimentados a óleo diesel, com um consumo de 180 litros /hora e uma autonomia de 1000 milhas náuticas ou 1800 Km.

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Seu calado, 0,70 m a 1 m, permite a navegação na maioria dos rios da região amazônica (DE SOUZA, 2007). Atualmente, o EB possui 04 dessas embarcações, sendo 02 no CMA, que se encontram indisponíveis. Requisitos Operacionais Básicos não atendidos O Exército Brasileiro define as características procuradas em um determinado Material de Emprego Militar (MEM), para sua avaliação e aquisição, por meio do estabelecimento de requisitos operacionais básicos (ROB). Neste tópico serão apresentados os requisitos que a referida embarcação não atende, tornando se óbices operacionais ou administrativos, de acordo com um documento do Departamento Logístico (DLog), do ano de 2000, denominado “CARACTERÍSTICAS DAS EMBARCAÇÕES EM USO NO EXÉRCITO BRASILEIRO “: a) Capacidade de apoio ao movimento para todo o efetivo da fração prevista para ser transportada; b) Autonomia para deslocamento, compatível com as missões visualizadas, com o sistema logístico – suprimento disponível e o ambiente operacional; c) Climatização adequada para a missão, os equipamentos, os víveres e os suprimentos; d) Capacidade de flutuação, mesmo com furos no casco, provocados por tiros de arma de calibre até 7,62 mm (grifo do autor) e) Velocidade de cruzeiro compatível com a carga a ser transportada e a missão visualizada para a embarcação; f) Manobrabilidade em qualquer sentido, com rapidez, visando a evitar o fogo inimigo (grifo do autor). g) Proteção contra tiros de arma automática até o calibre 7,62 mm, visando a preservação da vida dos integrantes da fração, sem, no entanto, exceder o peso e interferir na manobrabilidade e na velocidade da embarcação (grifo do autor).

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EMBARCAÇÃO BASE DE GRUPO (EBG)

Segundo o Boletim técnico nº 023/DMB, de Novembro de 2000, é a embarcação para um Grupo de Combate, com autonomia de 10 dias. A Embarcação Base de Grupo mede de nove a doze metros e tem capacidade para deslocar um grupo de combate, 10 (dez) homens, além do reforço de até 04 (quatro) homens especialistas e 02(dois) homens da tripulação. O calado permite a navegação com carga máxima admissível, nos cursos d’água que favoreçam as operações das pequenas frações. Alcança uma velocidade de 32 nós (64 Km/h), lhe garantindo uma autonomia de15h, podendo percorrer 480 km. Possui posições de tiro com proteção do atirador contra impactos de projetis de calibre 7,62 mm, um na proa e outro na popa, além de operar com metralhadora7,62 mm, para a segurança durante o deslocamento fluvial, a ser instalada em qualquer uma das posições. Seu equipamento-rádio permite ligação das frações com a Embarcação Base de Pelotão, com a Embarcação Patrulha de Esquadra e com o comando que a destacou, durante o cumprimento das missões. Atualmente, são 4embarcações deste tipo no EB, todas no CMA, sendo que se encontram indisponíveis.

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Requisitos Operacionais Básicos não atendidos a) Capacidade de apoio ao movimento para todo o efetivo da fração prevista para ser transportada; b) Autonomia para deslocamento, compatível com as missões visualizadas, com o sistema logístico – suprimento disponível e o ambiente operacional; c) Climatização adequada para a missão, os equipamentos, os víveres e os suprimentos; d) Capacidade de flutuação, mesmo com furos no casco, provocados por tiros de arma de calibre até 7,62 mm (grifo do autor). e) Velocidade de cruzeiro compatível com a carga a ser transportada e a missão visualizada para a embarcação; f) Manobrabilidade em qualquer sentido, com rapidez, visando a evitar o fogo inimigo (grifo do autor). g) Proteção contra tiros de arma automática até o calibre 7,62 mm, visando a preservação da vida dos integrantes da fração, sem, no entanto, exceder o peso e interferir na manobrabilidade e na velocidade da embarcação (grifo do autor).

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EMBARCAÇÃO PATRULHA DE GRUPO (EPG)

A Embarcação Patrulha de Grupo é utilizada para um efetivo de um grupo de combate. Pode levar 10 (dez) homens mais a tripulação (total de 12 homens), sendo sua capacidade de carga de aproximadamente de 1200 Kg. A propulsão é realizada normalmente com um motor de popa de 40 HP, que lhe proporciona uma velocidade aproximada de 36 Km/h. É construída em alumínio e dotada de motor de popa movido a uma mistura de gasolina e óleo dois tempos. Possui boa velocidade e restrita manobrabilidade, devido suas bordas limitantes de movimento e pouca potência. Realiza manobras lentas e com grande risco de afundamento. Pode adaptar uma metralhadora7,62mm, em reparo, na proa. Comprimento 8,20 m Boca 2,40 m Pontal 1,50 m Calado máximo 1,00 m Borda livre mínima 0,50 m Motor 25 a 40 HP Autonomia 2 horas Tanque de combustível 20 litros de gasolina Capacidade de passageiros 10 homens Tripulação 02 homens

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Requisitos Operacionais Básicos não atendidos

a) Capacidade de flutuação, mesmo com furos no casco, provocados por tiros de arma de calibre até 7,62 mm (grifo do autor). b) Manobrabilidade em qualquer sentido, com rapidez, visando a evitar o fogo inimigo (grifo do autor). c) Proteção contra tiros de arma automática até o calibre 7,62 mm, visando a preservação da vida dos integrantes da fração, sem, no entanto, exceder o peso e interferir na manobrabilidade e na velocidade da embarcação (grifo do autor); d) Locais para instalação de arma automática na proa e na popa (grifo do autor).

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EMBARCAÇÃO PATRULHA DE ESQUADRA (EPE)

A EPE tem um comprimento total de cerca de 6,0 (seis) metros, empregadas em cursos d’água rasos e estreitos que ofereçam restrições às EPG. Tem capacidade para deslocar uma esquadra com 05 (cinco) homens, além do reforço de 02 (dois) homens especialistas e mais 01 (um) homem da tripulação. Pode ser transportada a braço por 06 (seis) homens, por pequenas distâncias, ou içada por helicóptero, nos trechos que ofereçam interrupções à navegação. Sua propulsão é realizada com um motor de popa de 25 HP. Para sua proteção, pode-se utilizar uma metralhadora 7,62 mm na proa durante o deslocamento fluvial (OLIVEIRA, 2005). Como à EPG, é construída em alumínio e dotada de motor movido a uma mistura de gasolina e óleo dois tempos, que lhe garante boa velocidade e manobrabilidade restrita, apresentando grande perigo de afundamento. Comprimento 6,0m Boca 1,3m Pontal 0,48 Calado máximo 0,36m Borda livre minima 0,32 Motor 25 a 40 HP Autonomia 2 horas Tanque de combustível 20 litros de gasolina Capacidade de passageiros 07 homens Tripulação 01 homem

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Requisitos Operacionais Básicos não atendidos a) Capacidade de flutuação, mesmo com furos no casco, provocados por tiros de arma de calibre até 7,62 mm (grifo do autor). b) Manobrabilidade em qualquer sentido, com rapidez, visando a evitar o fogo inimigo (grifo do autor). c) Proteção contra tiros de arma automática até o calibre 7,62 mm, visando a preservação da vida dos integrantes da fração, sem, no entanto, exceder o peso e interferir na manobrabilidade e na velocidade da embarcação (grifo do autor); d) Locais para instalação de arma automática na proa e na popa (grifo do autor).

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EMBARCAÇÃO LEVE DE COMANDO

Segundo o Boletim Técnico nº 023/DMB, de Nov 2000, são embarcações para o transporte do comandante de nível subunidade e/ou superior, cabinada e de comprimento acima de 6,0 metros. Possui calado para navegação em cursos d’água de até 1,5 metros de profundidade com carga máxima, tripulação de 03 integrantes, consumo de 32l/h e velocidade de 35 nós (68 Km/h), conferindo autonomia de 450 Km. Atualmente existem 27 embarcações deste tipo no EB, sendo 10 no CMA, quase todas indisponíveis. Requisitos Operacionais Básicos não atendidos a) Capacidade de flutuação, mesmo com furos no casco, provocados por tiros de arma de calibre até 7,62 mm (grifo do autor). b) Manobrabilidade em qualquer sentido, com rapidez, visando a evitar o fogo inimigo (grifo do autor). c) Proteção contra tiros de arma automática até o calibre 7,62 mm, visando a preservação da vida dos integrantes da fração, sem, no entanto, exceder o peso e interferir na manobrabilidade e na velocidade da embarcação (grifo do autor).

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AS NOVAS EMBARCAÇÕES

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O Projeto Estratégico do Exército (PEE) - Recuperação da Capacidade Operacional (RECOP) - está alinhado com as Diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END) no que concerne ao emprego de embarcações especialmente com as seguintes diretrizes:

[...] em qualquer teatro de operações, terrestre ou marítimo, o imperativo de mobilidade. É a esse imperativo, combinado com a capacidade de combate, que devem servir as plataformas e os sistemas de armas à disposição do combatente”. [...] Priorizar a região amazônica. A Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a defesa. A defesa da Amazônia exige avanço de projeto de desenvolvimento sustentável e passa pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. (BRASIL, 2008)

O RECOP está organizado em 17 (dezessete) subprojetos, sendo que um deles, a cargo do Departamento de Engenharia e Construção (DEC), é dedicado exclusivamente às embarcações e tem por finalidade estruturar o Sistema de Embarcações Fluviais do Exército Brasileiro, restabelecendo a capacidade de atuar em ambiente fluvial e na faixa de fronteira, bem como socorrer populações vitimadas por desastres naturais. A seguir, abordaremos as principais embarcações operacionais testadas pela Força Terrestre com vistas a atender o que preconiza a END.

GUARDIAN 25’

Embarcação empregada por uma esquadra, de uso consagrado no meio militar e civil.

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É empregada por forças armadas, agências de segurança de outros países e por órgãos governamentais no Brasil, que atende aos requisitos do Termo de Referência, do Departamento de Engenharia de Construção, de 22 de julho de 2013. Trata-se da embarcação GUARDIAN 25’, construída pela empresa norteamericana Brunswick Commercial & Government Prod. Resumidamente, destacam-se alguns aspectos desta especificação: segurança, manobrabilidade, potência de fogo, autonomia, manutenção e eficiência atestada em combate. Quanto à segurança, a embarcação GUARDIAN 25’ dispõe de um casco insubmergível, constituído de dupla camada de fibra de vidro, entremeadas de espuma expandida. Ao utilizar a tecnologia Unibond™1, proporciona flutuabilidade constante, mesmo se alvejada por projetis de calibres 7.62 mm ou .50. Possui moderno sistema eletrônico de navegação constituído de ecossonda, bússola magnética, luzes de navegação, radar, equipamento de salvatagem e combate a incêndio, o que lhe confere segurança durante a navegação em cursos d’água de baixo calado, durante a noite, sob nevoeiro ou chuva torrencial. A manobrabilidade caracteriza-se por dispor de dois motores de 200 HP que propiciam uma velocidade acima de 25 nós, velocidade esta necessária para a aplicação de ações táticas ribeirinhas de vigilância, patrulha, reconhecimento e interdição. A potência de fogo da embarcação pode ser reforçada pela dotação de armamentos na proa (.50 ou lançador de granadas de 40 mm) e nos bordos (Mtr MAG 7.62 mm). Todos os armamentos são apoiados em pedestais específicos para este fim. O poder de fogo proporcionado pela configuração da embarcação constitui-se um de seus principais diferenciais. A autonomia é satisfatória por haver um tanque de combustível de 601 litros que proporciona autonomia compatível com as exigências operacionais requeridas a este material de emprego militar. As características técnicas da embarcação adequam-se satisfatoriamente para operações fluviais devido a seu pequeno calado.

1 Unibond™: tecnologia que usa implantação iônica de hidrogênio (H) como forma de clivar

uma camada fina superficial de silício do restante de uma lâmina. Beneficiada com a produção de camada cristalina de alta qualidade segue-se uma união com outra lâmina, utilizando as técnicas de Bonded Wafers. Inicialmente era conhecida como Smart-Cut SOI.

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Tem autonomia de 8 horas, a 25 nós. A velocidade máxima é de 30 nós, e o alcance máximo é de 160 Milhas Náuticas. Pesa 03 (três) toneladas carregada, com capacidade de até 06 (seis) militares. Possibilita a instalação de sistema de comunicações e controle, sistema de navegação e sistema de visão noturna. A manutenção da embarcação requer serviço simples, com material e assistência técnica na região Amazônica e em todo o território nacional. O casco tem garantia de 10 (dez) anos. O Exército Brasileiro adquiriu 24 embarcações Guardian 25’ e abriu pregão para aquisição de mais 40 unidades.

COMBAT BOAT 90 HEX M2003 (CB 90HEX M2003)

A concepção da CB 90 baseia-se nas especificações do Exército Sueco, segundo as quais a embarcação deveria ser capaz de transportar 3 toneladas de carga ou 22 homens equipados, confortavelmente e em segurança, mesmo em condições adversas de tempo, permitindo seu desembarque em uma cabeça-de praia. Conforme a apreciação técnica-operacional Nr 1/4 (Centro de Avaliações do Exército, 2004), toda a embarcação é construída em alumínio soldado. O fundo do casco é bastante reforçado e a propulsão por jato d’água foi escolhida para permitir o desembarque em praias não preparadas, que é o caso da região amazônica, onde as margens não são preparadas, principalmente pelo fato da variação da maré.

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A versão básica da CB 90 H é compacta, versátil, dotada de alta capacidade de manobra e de pequeno calado (0,90 m) o que permite navegar em condições de pouca visibilidade, por rotas sinuosas e rochosas, tanto para águas costeiras como em interiores. Sua tripulação é constituída de comandante, timoneiro e mecânico, que também é o atirador. A CB 90 proporciona boa mobilidade, mesmo em ambiente adverso, com altas temperaturas e umidade excessiva, que normalmente degradam a capacidade combativa da tropa. Outro ponto importante é que as características de navegabilidade desta embarcação, mesmo em alta velocidade, devido ao pouco calado, tornam o deslocamento suave, não apresentando os tradicionais e característicos impactos com a superfície da água que acontecem com as lanchas de passeio, possibilitando assim realizar excelentes posições de tiro e desgastar o mínimo possível a tropa embarcada. Desse modo, o ambiente climatizado aliado as características de navegabilidade fazem com que a equipe de combate, mesmo nos longos deslocamentos, chegue descansada, pronta para o emprego, sendo assim um efeito multiplicador de forças. Também dispõe de postos de tiro para mísseis superfície-superfície, permite a instalação de sistema de comunicações e controle, sistema de navegação e sistema de visão noturna. Possui os compartimentos do leme e da tropa, mais o casco abaixo da linha d’água, além de proteção balística nível 4, suportando disparos de 7,62 mm. Pode receber mais uma metralhadora .50 com reparo antiaéreo, acima da casa do leme). Atualmente, a aquisição desta embarcação está em estudo pelo Estado-Maior do Exército Brasileiro.

DADOS GERAIS DA EMBARCAÇÃO CB 90

Comprimento total: 16,1 m Casco total: 14,9 m Linha d’água: 13,0 m Peso: 18 Toneladas Calado: 0,90 m Capacidade do reservatório de combustível: 2.300 litros Velocidade de cruzeiro: 38 nós Velocidade de arranque: 43 nós Frenagem: Parada total em uma distância 2,5 vezes e meia o seu comprimento Grupo propulsor: 2 motores Diesel turbinados Scania (850 HP)

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Construção do casco: Alumínio Armamento básico: 2 metralhadoras .50 estabilizadas e controladas remotamente Autonomia com velocidade máxima: 330 milhas náuticas

GROUP BOAT (G BOAT)

A G-Boat é uma embarcação rápida de assalto anfíbio que pode transportar até dez homens equipados (1 GC), oito dos quais vão em assentos tipo sela, localizados à frente do console de direção e controle. O navegador e o piloto sentam-se atrás do console, protegidos por um pára-brisas (OLIVEIRA, 2005). É propulsada por um motor a diesel Yanmar acoplado a uma unidade de jato d’água Rolls-Royce FF 240 C, que proporciona à embarcação totalmente carregada atingir uma velocidade de aproximadamente 56 km/h, quando seu calado atinge 20 cm, possibilitando a navegação em águas rasas e a abordagem de margens não preparadas. Também permite a instalação de sistema de comunicações e controle, sistema de navegação e sistema de visão noturna. A G Boat é menor, mais lenta e não tem o mesmo nível de proteção da CB 90H, porém apresentou durante os testes feitos por militares do CIGS, CECMA e do 1º BIS excelentes impressões, pois mostrou uma grande mobilidade, boa capacidade de carga e ótimas condições de transportar 8 militares e mais 2 tripulantes com segurança, conforto e estabilidade para a execução do tiro embarcado.

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RIVERINE PATROL BOAT (RPB)

O Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia, sob orientação técnica do DEC, concluiu a experimentação doutrinária da Embarcação Riverine Patrol Boat (RPB), produzida pela Safe Boats International, em 2012, obtendo um resultado muito satisfatório. A RPB é uma Embarcação Tática de alta performance, utilizada em operações militares, habilitada para operar em águas pouco profundas, com alta mobilidade. Construída em alumínio, possui suporte de apoio para armas coletivas, sistema de comunicações e controle, sistema de navegação, sistema de visão noturna, proteção blindada, dois motores turbo diesel, console central e velocidade de cruzeiro de 55 Km/h. Com capacidade para transpotar 1 (um) Grupo de Combate pode perfeitamente substituir as nossas EPG, agregando velocidade, potência de fogo, ação de choque e proteção blindada.

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Lancha Patrullera de Ríos (LPR)

Esta lancha de fabricação colombiana foi desenvolvida para cumprir missões de patrulha, reconhecimento, vigilância e controle fluvial. A embarcação foi testada pelo Estado-Maior do Exército (EME), onde a empresa manifestou a possibilidade de transferência de tecnologia e instalação de estaleiro em Manaus ou em Belém, dependendo do número de embarcações adquiridas. A COTECMAR, fabricante da LPR, disponibilizou ao Exército Brasileiro a possibilidade de acompanhamento da construção das embarcações nas instalações do estaleiro da empresa por equipe de militares brasileiros. Também existe a possibilidade de emprego dual das embarcações, podendo ser utilizadas pela Polícia Federal, em Ações Cívico-Sociais (ACISO), como instalação de hospital de campanha embarcado e/ou em apoio à população civil em caso de desastres naturais. O Ministério da Defesa, por meio da Marinha do Brasil, adquiriu quatro LPR, com distribuição de duas para o Exército Brasileiro. A LPR tem possibilidade de emprego como apoio de fogo, transporte de grupo de combate, operações de patrulha em área de fronteira e em operações de interdição. Além disso, a embarcação pode ser transportada em aeronave C-130, ampliando seu raio de ação. Observou-se em relatórios da Armada Nacional Colombiana que a propulsão com hidrojato produziu baixa incidência de manutenção corretiva e que o emprego desse tipo de propulsão possibilitou maiores facilidades de navegação,

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principalmente sob o quesito de emprego em áreas limitadas, pela necessidade de menor calado, além de permitir maior maneabilidade fluvial. Atualmente, a aquisição desta embarcação está em estudo pelo EME.

DADOS GERAIS DA EMBARCAÇÃO LPR

Comprimento total: 12,7 m Largura: 2,8 m Calado mínimo: 0,20 m Velocidade máxima: 30 nós Peso operacional: 11,8 Ton Grupo propulsor: 02 motores Caterpillar de 500HP por hidrojato Armamento básico: 2 metralhadoras .50 estabilizadas e controladas remotamente 4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Da análise do que foi verificado neste capítulo, fica evidenciado que as atuais embarcações utilizadas pelo EB apresentam inúmeros óbices à Força Terrestre, particularmente no que se refere à capacidade de projetar poder, de dissuadir e até mesmo em cumprir as missões de vigilância e patrulha das fronteiras, pela incapacidade de se fazer presente de maneira ágil e eficiente. Isso ocorre porque nossas embarcações atuais, além de obsoletas, não atendem diversos requisitos para se alcançar as características que as tornem eficientes e seguras. No entanto, o Exército Brasileiro tem envidado esforços para modernizar sua frota fluvial, testando e adquirindo embarcações modernas, ágeis e seguras, atendendo o que preconiza a Estratégia Nacional de Defesa. Ainda sobre o assunto, uma pesquisa, concluiu que as embarcações utilizadas atualmente não atendem às características necessárias para o emprego na Região Amazônica, pois apresentam baixa velocidade, autonomia insuficiente, riscos de afundamento ao realizar manobras bruscas, nenhuma proteção blindada e pouco conforto para a tropa. A referida pesquisa prossegue, concluindo que as embarcações CB 90, GBOAT, Guardian 25’ e RPB, testadas pelo EB, demonstram, por suas características, serem ideais para a utilização em ambiente amazônico, proporcionando excelentes condições de combate para a tropa empregada, pois apresentam adequada proteção blindada, boa velocidade, excelente manobrabilidade, conforto para a tropa e baixo calado. O baixo calado, juntamente com o dispositivo de propulsão de jato d’água, permite a abordagem de margens não preparadas e rasas, o que não é possível com os motores de popa, presentes nas EPE e EPG em uso.

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Destarte, em maio de 2006, o General-de-Divisão Ubiratan Athayde Marcondes, Ex-Comandante da 12ª RM, declarou ter acompanhado os testes da CB 90HEX M2003 e ter visitado os Estaleiros Dockstavarvet na Suécia. O General destaca que a adoção da referida embarcação por parte do Exército Brasileiro viria ao encontro das necessidades impostas pela Estratégia da Dissuasão, agregando enorme poder de combate às OM que as possuírem, além de incrementar sobremaneira a Estratégia da Presença, não só pela capacidade de se fazer presente nos mais distantes rincões, como pela capacidade de atuação que esses meios fluviais possibilitarão. Assim, conclui-se que as embarcações táticas utilizadas atualmente encontram-se ultrapassadas, necessitando de uma renovação imediata, de maneira a tornar o Exército Brasileiro um instrumento de projeção de poder, junto às fronteiras brasileiras, além da dissuasão

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Maj Inf JOSÉ ROBERTO DE VASCONCELLOS CRUZ

O Batalhão de Embarcações Táticas – uma proposta

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Orientador: TC Inf Renato Vaz

Rio de Janeiro 2015

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PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO BATALHÃO DE EMBARCAÇÕES TÁTICAS Considerações iniciais Em 1998, o Comando Militar da Amazônia preparou um documento intitulado Proposta para Implantação do Sistema de Embarcações no CMA. A referida proposta tinha como premissas básicas, dentre outras: manter a vida vegetativa das OM do CMA e dotar a 1ª e a 16ª Bda Inf Sl com embarcações de emprego tático, com capacidade de transportar um BIS, embarcações com limitado apoio ao combate e embarcações logísticas. Além disso, dotar os BIS do CMA com embarcações de emprego tático, com capacidade para transportar uma Companhia de Fuzileiros de Selva, o 4º, o 6º, o 8º BIS de embarcações logísticas, bem como a 12ª RM. Tal proposta não foi implementada até a presente data, a meu ver, pelo elevado custo que essa descentralização dos meios implica, além das dificuldades orçamentárias em realizar uma logística eficiente com tantos meios descentralizados. Recentemente, o CMA retomou os estudos acerca do tema, tendo o Cel Vianna Peres, então Subchefe do Estado-Maior do CMA, como gerente do Pré-projeto de Embarcações. Esse pré-projeto têm como premissas básicas: a abrangência das 3 vertentes de emprego (emprego tático, vigilância de fronteiras e emprego logístico), o domínio da cadeia logística, a gestão de recursos humanos, o salto tecnológico, o aproveitamento das estruturas existentes e a progressividade na aquisição das embarcações. A criação do Btl Emb Tat está na premissa da vertente do emprego tático, com a criação do Módulo de Combate. O Módulo de Combate é composto da Força de Choque e Força de Apoio, ambas orgânicas do Btl Emb Tat. Inserido no emprego tático está o Módulo de Acompanhamento, orgânicos dos BIS e Comandos de Fronteira. Quanto à premissa da gestão dos recursos humanos, inicialmente serão capacitados no CECMA, com a formação da tripulação. Ainda na gestão de recursos humanos, o pré-projeto prevê a permanência na atividade de navegação fluvial, em moldes similares aos da aviação do Exército. Quanto à premissa de aproveitamento das estruturas existentes, está previsto um período de adaptação, criando uma companhia de embarcações composta por quatro Pelotões de Embarcações Táticas e um Pelotão de Embarcações Logísticas, com a ampliação de um terço do QCP.

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Após esse período de adaptação segue-se um período de modernização, com a modificação do QCP para uma Companhia de Embarcações Táticas (Cia Emb Tat), embrião do Btl Emb Tat. Por fim, segue-se a fase da transformação, onde a Cia Emb Tat é transformada em Btl Emb Tat, além de outras transformações que não dizem respeito a esse trabalho, como a transformação da Companhia de Embarcações Logísticas mais a Companhia de Manutenção de Embarcações em Batalhão Logístico Fluvial. As demais premissas não serão abordadas. O mesmo pré-projeto prevê que o Módulo de Combate possua as seguintes características: centralização dos meios, reforço à unidade terrestre da área de emprego, capacidade de combate embarcado, alta mobilidade, potência de fogo, ação de choque, proteção blindada e comunicações amplas e flexíveis. É nesse contexto que, a proposta apresentada visa estruturar um batalhão com capacidades táticas originadas a partir das características exigidas. Tal proposta visa o enfrentamento às novas ameaças que se apresentam, além de estar em consonância com a transformação vivida pelo EB. 6.2.2 Capacidades operacionais e táticas Para atender a mobilidade estratégica e tática citada na proposta de capacidade estratégica, as capacidades operacionais do Batalhão de Embarcações Táticas devem estar pautadas em proporcionar o reforço à Unidade apoiada, inclusive com possibilidade de combate embarcado com alta mobilidade, potência de fogo, ação de choque e proteção blindada; proporcionar a sustentação dessas embarcações na área de operações. Para tanto, suas capacidades táticas são: a) Operar as embarcações existentes na Unidade; b) Realizar o ciclo logístico em apoio as sustentabilidade das embarcações da Unidade; d) Realizar os grupos funcionais de: - Suprimento em prol das embarcações da Unidade e para os elementos do Btl Emb Tat desdobrados em operações e/ou em bases fixas deslocadas; - Manutenção de até 3º escalão das embarcações da Unidade; - Transporte de pessoal, material e suprimentos às tropas em operações; d) Apoio ao desdobramento de tropas, em operações de combate, em até duas zonas de ação de subunidade;

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e) Realizar apoio de saúde às tropas empregadas em operações ou à população civil, em caso de calamidade pública/desastre, na forma de posto de saúde luvial, podendo realizar o transporte de pessoal ferido a média distância, por meio de embarcações ambulâncias. f) Realizar o apoio embarcado das atividades de comando e controle em prol da Unidade. Composição a) 1 (uma) Companhia de Comando e Apoio, composta por:

1 (um) Pelotão de Comando,

1 (um) Pelotão de Transporte,

1 (um) Pelotão de Administração,

1 (um) Pelotão de Embarcações de Comunicações,

1 (um) Pelotão de Embarcações de Saúde e

1 (um) Pelotão de Embarcações de Apoio de Fogo. b) 2 (duas) Companhias de Embarcações Táticas, compostas por:

1 (uma) Seção de Comando,

3 (três) Pelotões de Embarcações Táticas e

1 (um) Pelotão de Apoio. c) 1 (uma) Companhia de Manutenção de Embarcações, composta por:

1(um) Pelotão de Manutenção de Embarcação Leve e

1 (um) Pelotão de Manutenção de Embarcação Pesado. Com essa composição, o Btl, dependendo da missão e atendendo à modularidade, poderá compor o Módulo de Combate, empregando somente as embarcações mais aptas para cada tipo de missão, configurando assim o princípio da flexibilidade.

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COMPOSIÇÃO DO MÓDULO DE COMBATE 1. FORÇA DE CHOQUE (10 Emb CB90H) - Oriunda da Cia Emb Tat/ Btl Emb Tat. Sec Cmdo

2º Pel Emb Tat

1º Pel Emb Tat

3º Pel Emb Tat

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Pelotão de Apoio

Sec Mrt

Sec CSR

2. FORÇA DE APOIO (4 Emb Base de Fogos – LPR/COL) – Oriunda do Pel Emb Ap F/Cia C Ap/ Btl Emb Tat.

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3. FORÇA DE ACOMPANHAMENTO (2 Emb Base de SU e 8 Emb Base de Grupo) –Oriunda dos BIS a serem apoiados.

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SUGESTÃO DE EMBARCAÇÕES PARA O Btl Emb Tat 1. COMPANHIA DE COMANDO E APOIO a. Pelotão de Comando

Essa fração destina-se ao apoio administrativo da vida vegetativa do Batalhão, composta pelos militares integrantes do Estado-Maior e demais seções do comando e da seção técnica da unidade. Possui 2 (duas) CB 90HEX M2003 e 2 (duas) Guardian 25’ para deslocamentos táticos e/ou administrativos do comando do Btl e seu Estado-Maior.

2 (duas) CB 90 HEX M 2003

2 (duas) Guardian 25’

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b. Pelotão de Administração

Essa fração destina-se a mobiliar o pessoal necessário para as atividades de apoio administrativo com vistas a atender também a capacidade do Btl de aquisição, estoque e distribuição de suprimentos para as embarcações orgânicas das frações de todo o sistema, além das medidas para contratação de serviços de manutenção e aquisição de novas embarcações. Dessa forma, não é contemplada com meios fluviais. c. Pelotão de Transporte

Essa fração reúne os meios terrestres e fluviais de transporte. Os meios terrestres são os necessários para a mobilidade do Btl, sendo composto por viaturas operacionais e administrativas manutenidas por um grupo de manutenção moto. Os meios fluviais são 2 (duas) Embarcações Tipo Regional, para o transporte a longas distâncias de pessoal militar e civil, podendo ser empregado em ações subsidiárias ou em ações de ajuda em caso de calamidade pública/desastres naturais e 4 (quatro) CB 90HEX M2003 para apoio ao deslocamento operacional de qualquer fração.

4 (quatro) CB 90 HEX M 2003

2 (duas) Emb Tipo Regional

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d. Pelotão de Embarcação de Apoio de Fogo

Essa fração é composta de 8 (oito) LPR, a princípio 4 (quatro) por subunidade, provendo apoio de fogo com 2 (duas) metralhadoras .50 em cada embarcação.

8 (oito) LPR e. Pelotão de Embarcação de Comunicações Essa fração é composta de 4 (quatro) LPR, a princípio 2 (duas) por subunidade, provendo apoio em comunicações e comando e controle durante as operações.

4 (quatro) LPR

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f. Pelotão de Embarcação de Saúde Essa fração é composta de 6 (seis) Embarcações Ambulância e 2 (duas) Embarcações Posto de Saúde, podendo apoiar cada pelotão com 1 (uma) ambulância e cada subunidade com 1 (um) Posto de Saúde, conferindo flexibilidade às operações.

6 (seis) Emb Ambulância

2 (duas) Emb Posto de Saúde

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2. COMPANHIA DE EMBARCAÇÕES TÁTICAS (SERÃO DUAS) a. Seção de Comando

Possui 1 (uma) CB 90HEX M2003 para deslocamentos táticos e/ou administrativos do comandante da subunidade, juntamente com sua seção de comando, servindo como Postos de Comando Principal, Tático ou Recuado.

1 (uma) CB 90HEX M2003 b. Pelotão de Embarcações Táticas Essa fração é composta por 2 (duas) CB 90HEX M2003, 1 (uma) LPR e 2 (duas) Guardian 25’ para as diversas missões táticas previstas, de acordo com suas capacidades.

2 (duas) CB 90HEX M2003

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1 (uma) LPR

2 (duas) Guardian 25’

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c. Pelotão de Apoio Essa fração é composta de 2 (duas) CB 90HEX M2003, responsável pelo transporte da Seção de Morteiro e da Seção de Canhão sem Recuo.

2 (duas) CB 90HEX M2003 2. COMPANHIA DE MANUTENÇÃO DE EMBARCAÇÕES a. Seção de Comando

Possui 2 (duas) Guardian 25’ para deslocamentos rápidos do comandante da subunidade ou das seções de manutenção para avaliações técnicas.

2 (duas) Guardian 25’

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B. PELOTÃO DE EMBARCAÇÕES DE MANUTENÇÃO LEVE

Essa fração é composta por 2 (duas) Embarcações Transporte de Carga (Ferry Boat) adaptadas como oficinas móveis que permitam a manutenção de até 3º escalão dos sistemas de propulsão, motores pequeno porte, elétrico e de navegação.

2 (dois) Ferry Boat b. Pelotão de Embarcações de Manutenção Pesado Essa fração é composta por 1 (uma) Embarcação Balsa Dique de Manutenção para apoio à manutenção de até 3º escalão das embarcações das subunidades e dos pelotões vinculados para fins de manutenção.

1 (uma) Embarcação Balsa Dique

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Maj MB WILSON ANDRÉ BARREIROS RIBEIRO

A Utilização de Embarcações Militares com Propulsão Hidrojato na Amazônia.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares.

Orientador: Cel MB QEMA RAPHAEL MOREIRA DO NASCIMENTO

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ASPECTOS MILITARES DA REGIÃO AMAZÔNICA

Observação e Campos de Tiro

A observação é um dos fatores que sofrem uma considerável restrição no interior da selva. Isto se deve principalmente à escassez de pontos dominantes do terreno para a observação e ao fato de que as fotografias aéreas não refletem a realidade do relevo sob a copa das árvores. Além disso, um grande limitador da observação é a própria vegetação. Pode-se entender como campo de tiro o setor batido por um armamento, que esteja dentro de seu alcance de utilização e aproveitando o máximo das suas possibilidades. No interior da selva deverão ser feitos trabalhos de melhoramento dos campos de tiro para o emprego do armamento de tiro tenso, pois as distâncias livres são muito curtas. Cobertas e Abrigos Cobertos são todos os acidentes naturais ou artificiais que ocultam o combatente das vistas do inimigo terrestre ou aéreo, sem, contudo, protegê-lo dos seus fogos. Já quanto aos abrigos, pode-se defini-los como sendo acidentes naturais que colocam o combatente a salvo do fogo e das vistas inimigas. Quanto a estes dois aspectos o terreno é extremamente favorável devido ao entrelaçamento formado pelas copas das árvores, pelas dobras do terreno e pelos troncos das árvores. Obstáculos

Para fins militares pode-se definir como obstáculo o acidente do terreno, condição de solo ou de ambiente, existente ou resultante de fenômeno meteorológico adverso, ou qualquer objetivo, obra ou situação criada, utilizada para canalizar, retardar ou impedir o movimento. Existe ainda uma definição mais simples que diz serem obstáculos acidentes do terreno que impedem ou dificultam o movimento ou progressão. Segundo , no interior da selva existem inúmeros obstáculos naturais, tais como charcos, chavascais, barrancos, igarapés e rios; os quais dependendo das condições meteorológicas e da época do ano, tendem a se agravar.

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Acidentes Capitais

Pode-se definir acidente capital como sendo qualquer acidente do terreno ou área cuja conquista, manutenção ou controle proporcione acentuada vantagem a qualquer das forças oponentes. Geralmente constituir-se-ão em uma cidade, vila ou povoado. Também podem ser considerados acidentes capitais os poucos nós rodoviários existentes, os vaus, as pontes, as clareiras, os portos e ancoradouros e as pistas e campos de pouso. As regiões altas não são necessariamente importantes, a menos que estejam situadas em local aberto, pois na selva é muito remota a possibilidade de se observar ou controlar, com base em elevações, trilhas ou vias de aproximação. Os acidentes capitais são de suma importância para as operações na selva e considerando-se que a maioria das localidades e obras de arte localiza-se no eixo dos rios, pode-se dizer que as operações na selva estarão quase sempre integradas por operações ribeirinhas. Vias de Acesso Primeiramente deve-se entender o que é um corredor de mobilidade, que é uma faixa de terreno por meio da qual um elemento de manobra poderá se deslocar. A via de acesso é a combinação de dois ou mais corredores de mobilidade, desde que estes estejam dentro do apoio mútuo de comando e controle disponíveis. Na selva confundem-se por vezes com os eixos de transporte para os efetivos até Batalhão, toda a selva poderá ser considerada como via de acesso. AS EMBARCAÇÕES MILITARES

Inicialmente, deve-se definir o que é uma embarcação. De acordo com a definição da disciplina Marinharia constante do ensino profissional marítimo da Marinha do Brasil, embarcação é uma construção feita de madeira, ferro, aço ou da combinação desses e outros materiais, que é destinada ao transporte de pessoas ou coisas pela água. A embarcação pode ser considerada embarcação militar quando a mesma destina-se ao emprego pelas Forças Armadas, no nosso caso, pelo Exército Brasileiro. O principal meio de transporte militar utilizado pelas tropas do CMA é a embarcação militar.

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O CMA dispõe de embarcações militares que são utilizados como meios de locomoção e de combate, porém a situação destes meios não é a mais adequada. GENERALIDADES Como já foi dito, o principal meio de transporte militar utilizado pelas tropas do CMA é a embarcação militar. Já foi dito também, que de uma maneira geral, as embarcações são divididas, quanto à sua finalidade, em dois grandes grupos: as táticas e as logísticas. As segundas são destinadas ao transporte administrativo de cargas e pessoal , desta forma, não serão objetos de análise do presente trabalho, de modo que, ater-nos-emos à apresentação das características gerais das primeiras. AS EMBARCAÇÕES TÁTICAS Pode-se entender por embarcações militares táticas, como sendo aquelas destinadas ao transporte de tropa, num quadro de contato iminente, e não para o combate embarcado, como a priori, pode-se imaginar. Não se visualiza o seu emprego para realizar um assalto fluvial contra posições defendidas. Quando de seu emprego, as medidas táticas serão conduzidas pelo comandante da tropa embarcada e não pela tripulação. Atualmente o Exército possui a maioria de suas embarcações militares (logísticas e táticas) concentradas no Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (CECMA), em Manaus-AM. As principais embarcações táticas de maior capacidade de transporte de tropa são a Embarcação Base de Pelotão (EBP) e a Embarcação Base de Grupo (EBG). As embarcações táticas, ou seja, a EBP e a EBG são projetos da década de 1990 desenvolvidos pelo Exército junto à estaleiros de Manaus-AM, como o ERIN (Estaleiro Rio Negro) e o ERAM (Estaleiro Rio Amazonas). A EBP é destinada a servir de base a um Pelotão de Fuzileiros de Selva (Pel Fuz Sl) e é tripulada por 6 homens. Como embarcação de combate possui várias desvantagens, dentre elas: a sua baixa velocidade de deslocamento (18 Km/h) e alto consumo de combustível. Este consumo chega a 180 litros de Óleo Diesel (OD)/h, perfazendo uma autonomia de 133 horas e um raio de ação aproximado de 1200 Km.

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A silhueta alta desta embarcação dificulta sua camuflagem e seu calado é profundo, o que limita sua penetração em rios mais rasos; não possui proteção blindada e seus motores são muito ruidosos, o que denuncia a sua aproximação ao longe. Já a EBG destina-se a um Grupo de Combate de Selva (10 homens), orgânico de um Pel Fuz Sl, que seja empregado de forma descentralizada por mais de 72 horas . É tripulada por 2 homens. Possui uma velocidade média de 32 nós (60 Km/h) e consome 60 litros de OD/h, tendo uma autonomia de 15 horas e um raio de ação aproximado de 480 Km É uma embarcação rápida, mas possui algumas deficiências, tais como o alto consumo de combustível e a pequena proteção blindada à tropa embarcada. Existem, ainda outras embarcações de combate, a Embarcação-Patrulha de Grupo (EPG) e a Embarcação Patrulha de Esquadra (EPE), as quais estão distribuídas pelas outras organizações militares da área do CMA. Estas duas últimas embarcações são conhecidas genericamente como “voadeiras” e são muito similares àquelas utilizadas pela população ribeirinha no seu dia a dia. São confeccionadas em alumínio e utilizam motores de 40 e 25 cavalos vapor (HP), respectivamente. Estas embarcações não apresentam características militares de emprego, não sendo, portanto, adequadas às operações militares que demandem grandes deslocamentos. Desta feita, verifica-se em uma cognição sumária do acima exposto que as tropas de selva brasileiras não contam, na atualidade, com embarcações confiáveis e que lhes propiciem relativo poder de combate, proporcionados pela autonomia de deslocamento, proteção blindada e velocidade, para as operações militares nos rios amazônicos. NOVA CONCEPÇÃO DO EMPREGO DE EMBARCAÇÕES Segundo Peres (2009), a nova concepção de emprego de embarcações, a qual o CMA tem baseado sua doutrina e planejamentos, prima por três vertentes de emprego, a saber:

- Embarcações de Emprego Tático

- Embarcações de Vigilância de Fronteiras

- Embarcações de Emprego Logístico.

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Esta nova divisão tem como premissa a satisfação de três capacidades básicas elencadas na Estratégia Nacional de Defesa (END), ou seja, a Vigilância e Monitoramento, a Mobilidade e a Presença. Alinha-se, também com o SISFRON, ao estabelecer que os meios fluviais atuarão como Sensores e Atuadores. Para tal, visualizou-se a existência de três vertentes de emprego das embarcações militares supracitadas. Seguindo a delimitação do presente estudo, em um primeiro momento tecer-se-á comentários sobre as duas primeiras vertentes de emprego. As Novas Propostas de Embarcações de Emprego Tático

Segundo Peres (2009), a concepção das Embarcações de Emprego Tático deve permitir a satisfação de algumas premissas, tais como:

- A centralização dos meios junto ao CMA;

- Atuar em reforço à unidade terrestre da área de emprego/conflito;

- Atender à capacidade de combate embarcado ou em apoio à tropa desembarcada;

- Possuir alta mobilidade;

- Possuir potência de fogo compatível;

- Possuir ação de choque;

- Oferecer proteção blindada à sua tripulação e passageiros;

- Serem dotadas de comunicações amplas e flexíveis. Em uma primeira proposta, visualizou-se a composição de uma Força de Embarcações como possuidora de um Módulo de Combate e um Módulo de Acompanhamento. O Módulo de Combate seria composto de uma Força de Choque (10 Embarcações de Combate CB-90 - H ou 20 Embarcações de Combate LPR) e de uma Força de Apoio (4 Embarcações de Combate LPR). Já o Módulo de Acompanhamento seria composto de 2 (duas) Embarcações de Comando/Logísticas e 8 (oito) Embarcações de Combate LPR ou G-Boat. A Embarcação CB-90- H, a LPR e a G-Boat são equipadas com sistemas de propulsão hidrojato, sistema este que que será explorado mais adiante em nosso estudo. As Novas Propostas de Embarcações de Vigilância de Fronteiras

Conforme Peres (2009), a concepção de emprego das Embarcações de Vigilância de Fronteiras deve permitir a satisfação de algumas premissas, tais como:

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- Serem orgânicas dos Comandos de Fronteira e dos BIS, ou seja, aquelas unidades com encargos de vigilância em faixa de fronteira e que possuam em sua área de responsabilidade uma ou mais penetrantes fluviais;

- Serem embarcações vocacionadas para a execução de operações tipo polícia;

- Ação preventiva (dissuasória) e repressiva;

- Possuir armamento: Mtr 7.62 mm e/ou Mtr .50 e/ou Lç Gr 40 mm;

- Ter proteção blindada leve (placas balísticas);

- Possuírem alta mobilidade. Em uma primeira análise, vislumbrou-se a composição de um Módulo Básico que seria uma Seção de Vigilância de Fronteira, composta de 2 (duas) Embarcações de Vigilância de Fronteiras (Patrulha) DGS-PEAD ou Guardian. A primeira possui sistema de propulsão hidrojato e a segunda possui sistema de propulsão com motor de popa (2 unidades de 200 HP cada). A distribuição de um tipo de embarcação ou de outro seria condicionada ao calado dos rios nos quais fossem atuar.

PRINCIPAIS SISTEMAS DE PROPULSÃO DAS EMBARCAÇÕES DO

EXÉRCITO BRASILEIRO De acordo com Baptista (2013), existem vários sistemas de propulsão, os quais destinam-se a dar movimento à uma embarcação, aproveitando a energia mecânica gerada pelo motor e/ou turbina. Praticamente todas as embarcações existentes hoje no CMA têm seu sistema de propulsão mecânico do tipo motor-reversor-eixo-hélice.

: Esquema de um sistema de propulsão mecânico do tipo motor-reversor-eixo-

hélice.

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Além do sistema de propulsão mecânico, mais comumente chamado de sistema eixo/hélice, existe o sistema de propulsão hidrojato, onde uma bomba d’água de alta velocidade descarrega um caudal de água de elevada velocidade à ré da embarcação gerando impulso (BAPTISTA, 2013, p. 40-45). Ainda segundo este autor, seu uso é limitado a certos tipos de embarcações, tais como ferry boats de alta velocidade, lanchas rápidas e embarcações militares. A título de exemplo, no ano de 2004, o CMA, realizou uma apreciação técnico-operacional, autorizada pelo Ofício 471/3ª S Ch/2.2.07 de 24 de outubro de 2003 do V Ch EME, com a embarcação sueca CB-90 H fabricada pelo estaleiro Dockstavarvet AB e com a embarcação embarcação G-Boat (Group Boat) fabricada pelo estaleiro MarineAlutech Oy AB da Finlândia. A primeira é utilizada pela Amfibienkären (Força de Defesa Anfíbia Sueca) e pela Armada Real Sueca e a segunda pela Marinha Real da Finlândia. As referidas embarcações mostraram excepcionais desempenhos nos testes realizados no ambiente operacional amazônico, de acordo com a avaliação do Centro de Avaliação do Exército (CAEx) (PERES, 2011, p. 9-10). Existe, ainda, o sistema motor de popa que é bastante utilizado em “voadeiras”, como por exemplo, as EPE e EPG. Tanto este sistema, quanto o primeiro sistema citado fogem ao objeto deste estudo.

Motor de Popa equipando uma embarcação O SISTEMA DE PROPULSÃO HIDROJATO O sistema de propulsão hidrojato funciona baseado na terceira lei de Newton, ou seja, a de que "a toda força de ação, corresponde uma força de reação de mesma intensidade e sentido contrário".

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Os hidrojatos foram desenvolvidos para serem acoplados diretamente a um motor de automotivo, sem a necessidade de caixa de câmbio, redutores, conversores ou reversores mecânicos.

Motor acoplado a uma unidade de propulsão hidrojato 3.5.1 Apresentação e Características do Sistema de Propulsão Hidrojato O princípio de funcionamento do hidrojato, a grosso modo, é semelhante às turbinas de avião a jato. Ele puxa a água de baixo da embarcação, pressurizando e lançando-a para trás em alta velocidade. Isto força o barco a deslocar-se para frente, criando o movimento por simples ação e reação de empuxo.

Figura 4: Fluxo de água de uma unidade de propulsão hidrojato O sistema de propulsão hidrojato, segundo Angelmarine (2014), faz tudo o que os hélices fazem e tudo o mais que os hélices não conseguem fazer, sendo ainda extremamente seguros e confiáveis, sem riscos de acidentes.

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Atualmente, todos os grandes fabricantes de propulsões e motores de popa já produzem as propulsões hidrojato, incorporando-as em seu portfólio de produtos. Seu uso, no exterior, já é obrigatório em alguns segmentos da náutica que requerem máxima eficiência e segurança. Segundo Angelmarine (2014), podemos citar como vantagens do sistema de propulsão hidrojato:

- Praticamente não há partes do sistema que fiquem abaixo da água quando em operação permitindo a navegação em calado muito baixo (águas rasas);

Comparação do calado de um sistema hidrojato e motor de popa

- Apresenta reversão imediata com uma parada rápida da embarcação;

Parada rápida por reversão (“frenagem”) de uma embarcação a hidrojato

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- Permite manobras “para o lado” e giro “em torno do próprio eixo” e manobras em velocidade zero;

Manobras “para o lado” e giro “em torno do próprio eixo” e manobras em velocidade zero de umaembarcação com hidrojato

- Tem velocidade final superior ao motor eixo-hélice de mesma potência;

- Não transfere os “trancos” e o empuxo da aceleração e desaceleração para o motor, como os sistemas eixo-hélice o fazem por intermédio do eixo e seu acoplamento ao motor;

- Pouca necessidade de manutenção do sistema e do motor, pois este não trabalha em sobrecarga, não opera na curva de torque, não sai de faixa de giro e não aumenta sua temperatura de operação demasiadamente;

Conforme Rjet (2014), o sistema hidrojato possui outras vantagens além das já citadas anteriormente, quando comparado com os sistemas de propulsão tradicionais, tais como: - Simplicidade: o sistema hidrojato substitui todo o mecanismo propulsor tradicional: hélice, eixo, leme, caixa de engrenagens, rabeta e outras

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peças. Assim, reduz o arrasto hidrodinâmico e simplifica o conjunto propulsor.

- Segurança: nenhuma parte cortante do sistema exposta, o que diminui sobremaneira a possibilidade de acidentes graves, caso a embarcação passe perto de pessoas na água.

- Conforto: comparado com sistemas de propulsão à hélice, os hidrojatos reduzem consideravelmente os níveis de vibração e ruído a bordo, resultando em um funcionamento suave e silencioso. Também elimina o odor característico do funcionamento de motores de popa de 2 tempos, reduzindo a possibilidade de enjoo do operador e dos que estão a bordo.

- Ecologicamente correto: Além de não poluir o ar e água com resíduos de óleo, não causa danos à fauna e flora ribeirinha devido à ausência de hélice e lemes. Também reduz consideravelmente a poluição sonora dentro e fora da água, reduzindo a interferência no ecossistema fluvial. Reduz, ainda, o consumo de combustível, por possuir menos perdas devido ao arrasto hidrodinâmico das partes em contato com a água, quando comparado ao sistema eixo-hélice.

Podem-se, todavia, apresentar algumas poucas desvantagens deste sistema, tais como:

- O sistema motor-hidrojato é mais pesado que o sistema motor-eixo-hélice;

- Seu custo de instalação é mais elevado que o dos outros sistemas;

- Embora exija pouca manutenção, caso ocorra, há necessidade de serviço bastante especializado;

- É uma boa opção apenas quando é aplicado em embarcações que navegarão a maior parte do tempo em velocidades superiores a 20 knots, ou seja, 37 Km/h.

EMBARCAÇÕES COM SISTEMA DE PROPULSÃO HIDROJATO JÁ TESTADAS NA AMAZÔNIA

A partir do ano de 2004, começaram a ser testadas algumas embarcações militares de origem estrangeira na Amazônia. Os primeiros testes foram realizados pelo CMA com as embarcações sueca CB-90 H (Combat Boat 90 – Half Platoon) e finlandesa G-Boat (Group Boat). Em 2010 foram realizados outros testes com a embarcação colombiana LPR (Lancha Patrullera de Ríos). Por fim, em 2012, foram realizados testes com a embarcação norte-americana RPB (Riverine Patrol Boat).

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Estas são as principais embarcações testadas na Amazônia equipadas com sistema de propulsão a hidrojato. Embarcação G-Boat

A embarcação G Boat é de origem finlandesa e fabricada pelo estaleiro MarineAlutech Oy AB daquele país nórdico. Ela é uma embarcação rápida de assalto anfíbio, podendo transportar até 10 homens equipados, ou seja, um Grupo de Combate. Existem atualmente mais de 140 unidades em operação pela Real Marinha Sueca. Seu casco e de alumínio soldado e possui apena 0,4 m de calado. Seu sistema de propulsão constitui-se de motor Volvo TAMD42WJ de 227 HP e uma unidade de hidrojato Rolls-Royce FF 240, que permite navegação em águas rasas e encalhe de proa para desembarque/embarque de tropa. Por fim, atinge a velocidade de 35 knots (aproximadamente 65 km/h) com carga total .

Embarcação G-Boat em operação na Amazônia 3.6.2 Embarcação CB-90 – H

A embarcação CB-90 - H é fabricada pelo estaleiro sueco Dockstavarvet AB, representado no Brasil pela Quadricon Com. e Repres. Ltda. Existem cerca de 300 unidades em operação no mundo, assim distribuídas: 3 na Grécia, 17 na Malásia, 48 no México, 20 na Noruega, 200 na Suécia e 20 nos Estados Unidos.

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A Amfibienkären (Força de Defesa Anfíbia Sueca) e a Armada Real Sueca têm esta embarcação como seu principal meio anfíbio. É uma embarcação de assalto anfíbio e de patrulhamento de alta velocidade. É uma embarcação compacta, veloz, versátil, de alta manobrabilidade e de baixo calado. É construída em alumínio soldado, com o fundo do casco reforçado. Apresenta rampa de desembarque rápido de tropa na proa. A embarcação atinge velocidade máxima de 45 knots (aproximadamente 83km/h) e sua autonomia é de 330 milhas náuticas ou 610 Km. Seu sistema de propulsão é composto de dois motores diesel Scania DSI 16 de 800 HP, cada, acoplados a duas unidades hidrojato Rolls-Royce FF Jet 410.

Embarcação CB-90 - H em operação na Amazônia Transporta 20 homens equipados, daí o seu nome “H” que significa half platoon, ou seja, meio pelotão. Transporta, além da tropa e tripulação, 5 ton de carga. Possui, 38 ainda, rampa de resgate na popa, próxima à linha d’água.

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3.6.3 Embarcação LPR

A embarcação LPR é de origem colombiana, fabricada pelo estaleiro COTECMAR Shipyard. Está em pleno uso na Armada e no Exército colombiano e se destina ao apoio de fogo, transporte de Grupos de Combate, operações de patrulha fluvial em área de fronteira, operações de interdição de rios e praias, vigilância e reconhecimento fluvial. Possui calado de apenas 0,2m e desenvolve uma velocidade de até 30 knots, ou seja, 56 Km/h. É propulsionada por dois motores Caterpillar C12 de 500 HP cada e possui duas unidades de hidrojatos SPJ 57 RD.

Embarcação LPR em operação na Amazônia Uma característica bem interessante desta embarcação é que ela é transportável por uma aeronave C-130 - Hércules (COTECMAR, 2010, p. 12)

Embarcação LPR embarcada em Aeronave C-130

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3.6.4 Embarcação RPB

A embarcação RPB (Riverine Patrol Boat) é de origem norte-americana, fabricada pelo estaleiro SAFE Boats International LLR. Está em pleno uso no Exército, Marinha e Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Possui um, motor diesel Volvo Penta modelo D4 300 I Turbocharger Intercooler de 300 HP e duas unidades de hidrojato, fabricante Hamilton Jet, modelo HJ 241. Pode cumprir múltiplas missões de combate, vigilância, reconhecimento e patrulha fluvial. Possui calado de cerca de 0,35 m e desenvolve uma velocidade de até 40 knots, ou seja, 75 Km/h. (PERES, 2011, p. 25)

Embarcação RPB em operação na Amazônia Desempenho do Sistema de Propulsão Hidrojato das Embarcações Militares já Testadas na Amazônia Anteriormente apresentou-se alguns modelos de embarcações militares propelidas por sistema hidrojato ou jatos de água. Foram elas: a embarcação finlandesa G-Boat (Group Boat), a sueca CB-90 – H (Combat Boat 90 Half Platoon), a colombiana LPR (Lancha Patrullera de Ríos) e a estadounidense RPB (Riverine Patrol Boat).

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Conforme análises dos testes realizados desde 2004 no CMA com a participação de militares do Centro de Operações do CMA, CECMA, Parque Regional de Manutenção/12, 1º BIS, CIGS e CAEx, pôde-se chegar, em às seguintes conclusões comuns acerca das embarcações testadas, no que concerne ao desempenho do sistema de propulsão hidrojato.

1) O sistema de propulsão hidrojato produziu baixa incidência de manutenção corretiva;

2) O emprego de sistema de propulsão hidrojato possibilita maiores

facilidades de navegação, principalmente no que concerne no emprego em rios de baixo calado, além de permitir uma excelente maneabilidade fluvial da embarcação em curvas, “frenagens” e giros sobre o próprio eixo;

3) O sistema de propulsão hidrojato, por suas características, permite o

desembarque rápido de tropa através do encalhe e desencalhe da proa da embarcação nas margens, o que nenhum outro tipo de sistema permite;

4) O sistema proporciona maior velocidade para as embarcações as quais

equipa, quando comparado com outros sistemas, quando considerada a mesma potência de motorização. Isto se deve ao menor arrasto hidrodinâmico do sistema hidrojato em relação aos demais, por possuir menos partes submersas e em contato com a água;

5) Maior economia de combustível em relação aos demais sistemas de

propulsão, quando considerada a mesma potência de motorização.

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TIPOS DE EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PELO EXÉRCITO BRASILEIRO

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TIPO DE EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA PUBLICA

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