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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
NUTRIÇÃO NO ESPORTE
PROFº JOÃO ARAÚJO NETO
Maria Cecília
Renata Carvalho
DISLIPIDEMIAS
DISLIPIDEMIAS
Alteração na concentração plasmática de uma ou
mais classes de lipoproteínas que, em maior ou
menor grau, predispõem à aterogênese.
Locais de Desenvolvimento da
Aterosclerose
TRANSPORTE DE LIPÍDIOS E AS
LIPOPROTEÍNAS
Ácidos graxos;
Triacilgliceróis;
Fosfolipídios;
Colesterol;
LIPOPROTEÍNAS
São formadas por triacilgliceróis, ésteres de
colesterol, fosfolipídios e apoproteínas, pouco
solúveis em água.
TRANSPORTE DE LIPÍDIOS E AS
LIPOPROTEÍNAS
Os lipídios, após sua absorção, são transportados
no plasma pelas lipoproteínas;
As proteínas que constituem as lipoproteínas são
denominadas apolipoproteínas ou apoproteínas
(apo);
De acordo com sua densidade e mobilidade
eletroforética, as lipoproteínas são classificadas:
Quilomícrons;
Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL),
Lipoproteínas de densidade intermediária (IDL),
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e
Lipoproteínas de alta densidade (HDL).
METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS
Enxógeno: Os lipídios entram na circulação sanguínea através dos quilomícrons.
Endógeno: tem início com a síntese hepática da VLDL, onde a enzima MTP combina os lipídios com a apo B-100;
As partículas de VLDL se tornam capazes de interagir com a enzima LPL do endotélio capilar, liberando ácidos graxos aos tecidos;
METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS
Outra troca que ocorre entre VLDL e HDL é a
transferência de apo C e apo E para a HDL várias
alterações IDL seguem dois caminhos:
Captados pelo fígado;
Sofrem a ação da lipase hepática formando a LDL;
Efeitos importantes:
Inibição da síntese endógena de colesterol;
Ativação da LCAT;
METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS
O transporte reverso de colesterol é uma via de
transporte que remove o colesterol das células
extra-hepáticas para o fígado e talvez para o
intestino, para excreção;
Ainda pela redução do acúmulo de colesterol das
paredes das artérias, esse transporte previne o
desenvolvimento de aterosclerose.
Este processo é determinado parcialmente pela
concentração plasmática de HDL, apo A-I e pelo
metabolismo entre as subclasses de HDL.
DISLIPIDEMIAS
Hipertrigliceridemia: resulta do acúmulo de
quilomícrons e/ou de VLDL no compartimento
plasmático;
Hipercolesterolemia: acúmulo de lipoproteínas
ricas em colesterol como a LDL no
compartimento plasmático.
DISLIPIDEMIA E EXERCÍCIO FÍSICO
O combate às dislipidemias através do exercício
físico vem sendo alvo de inúmeros estudos e
debates científicos em todo o mundo;
Atualmente, essa prática está sendo
recomendada como parte integrante do
tratamento dessas doenças (ZIOGAS et al.);
A prática regular da atividade física melhora o
perfil lipídico;
Exercícios aeróbicos atuam no metabolismo de
lipoproteínas.
Estudo analisou a prática
continuada de exercícios
físicos ao longo da vida e a
ocorrência de dislipidemia
na idade adulta,
envolvendo 2720 adultos,
de ambos os sexos.
EXERCÍCIO AERÓBIO E DISLIPIDEMIAS
Praticar exercício de maneira regular e orientada
proporciona diversos benefícios, podendo haver
redução de 30 a 55% do risco cardiovascular;
Apesar do nível de colesterol total não sofrer
modificação significativa, a partícula de LDL, que
é a mais aterogênica, apresenta redução
significativa em sua concentração (Ramos SB);
A prática sistematizada de exercícios físicos parece ser um importante estimulador do aumento do tamanho das moléculas de LDL-colesterol, diminuindo sua capacidade de penetrar no espaço subendotelial e ser oxidada;
O efeito do exercício aeróbico sobre o organismo deve-se ao estímulo da produção das enzimas antioxidantes e o consumo de lipídeos para a produção de energia;
Exercício aeróbico e dieta com teores reduzidos de gordura saturada e colesterol, são a primeira maneira de intervenção quando se deseja diminuir níveis elevados de lipídios;
Investigando as modificações no
perfil lipídico plasmático, das
enzimas lipoprotéicas atuantes no
metabolismo lipídico, após apenas
uma sessão
de exercícios físicos aeróbios
(antes, imediatamente após, 24 e
48h do exercício) com intensidade
de 70% do VO2máx em homens
hipercolesterolêmicos e
normocolesterolêmicos, foram
detectadas mudanças benéficas
nas concentrações lipídicas
plasmáticas com redução do LDL-
colesterol (apesar de transitórias),
elevação do HDL-colesterol e
HDL3- colesterol após 24h,
permanecendo assim por 48h, e
aumento da atividade enzimática
da lipase lipoprotéica nos dois
grupos.
CONCLUSÃO: Estes dados
indicam que as alterações
induzidas pelo exercício em
HDL - C e triglicéridos são
semelhantes em homens e HC
normocolesterolêmicos e pode
ser mediada , pelo menos em
parte , por um aumento da
actividade lipoproteína
lipase.
Estudo realizado 40 homens, sendo
20 hipercolesterolêmicos de boa
aptidão cardiorrespiratória
(VO2máx >50ml/kg/min) que
praticavam exercícios pelo menos
três vezes por semana com duração
superior a 30min em esportes
vigorosos e 20 sedentários (VO2máx
<45ml/kg/min). Nos indivíduos
treinados foram observados menos
LDL pequenas e densas
(d>1.040g/ml), substituídas por
partículas de subfração da LDL
grandes e menos densas
(d<1.037g/ml), do que os sedentários
hipercolesterolêmicos, mesmo sem
mudanças na concentração de LDL-
colesterol total entre os grupos.
Além disso, uma elevada subfração
HDL2- colesterol foi observada no
grupo com boa aptidão
cardiorrespiratória.
COCLUSÃO: Estes dados
demonstram a influência
significativa de
condicionamento aeróbico
sobre a concentração da
subfração de lipoproteína e
sua composição, enfatizando o
papel do exercício no
tratamento e redução de risco
de hipercolesterolemia .
EXERCÍCIO DE FORÇA
São poucos os trabalhos científicos relacionando
alterações lipoprotéicas e exercícios de força;
Alguns desses poucos estudos apresentam falhas
de projeto ou limitações metodológicas, podendo
ter afetado seus resultados;
Não têm achado melhoria no perfil lipídico com o
treinamento de força.
HURLEY, realizou um estudo onde comparou os efeitos do
treinamento de força e aeróbio com grupos de indivíduos
saudáveis distintos.
O grupo com treinamento de força consistiu de 20 semanas,
três vezes por semana, executando duas séries de 12
exercícios, usando 10 a 15 repetições máximas para cada
exercício e o aeróbio, os indivíduos andaram e/ou correram
por aproximadamente 30min com intensidade, variando
entre 70% e 85% de sua frequência cardíaca máx de
reserva, por 20 semanas.
Não foram encontradas mudanças significativas no
perfil lipídico com o treinamento de força;
O treinamento aeróbio produziu somente
modificações nos triglicerídeos, sem modificações
significativas na HDL-colesterol e LDL-colesterol .
Um estudo realizado por Manning et al., também
não encontraram mudança significativa nas
concentrações da HDL-colesterol e LDL-colesterol
entre 16 mulheres obesas que participaram de
um treinamento de força, consistindo em duas
séries de seis a oito repetições de 60% a 70% de
uma repetição máxima, sendo realizadas três
séries no decorrer do programa, três vezes por
semana, durante 12 semanas, e um grupo
controle que não se exercitou.
EXERCÍCIO REGULAR COM
DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA E DISLIPIDEMIAS
Investigações experimentais, clínicas e
epidemiológicas demonstram a relação entre as
dislipidemias e a Doença Arterial Coronariana;
A terapia nutricional, segundo a National
Cholesterol Education Program’s Treatment
Panel e pela Diretriz Brasileira sobre
dislipidemias, enfatiza como prevenção primária
das doenças cardiovasculares, a mudança do
estilo de vida (MEV);
Essa MEV leva à redução de eventos
cardiovasculares em 82%;
Praticar exercício de maneira regular e orientada proporciona diversos benefícios, podendo haver redução de 30 a 55% do risco cardiovascular;
Os mecanismos pelos quais a atividade física exerce proteção cardiovascular ainda são desconhecidos;
Os efeitos benéficos se devem à redução do IMC, ao aumento do HDL, à redução da resistência à insulina, à melhora da hipertensão arterial e da função endotelial;
Apesar do nível de colesterol total não sofrer modificação significativa, a partícula de LDL, que é a mais aterogênica, apresenta redução significativa em sua concentração (Ramos SB);
ALTERAÇÕES EM LIPÍDIOS E LIPOPROTEÍNAS
COM ATIVIDADE FÍSICA REGULAR
Lipídios/
Lipoproteínas
Uma sessão de
exercícios
Atividade física
regular
Triglicerídios Redução de 14 a
50%;
Redução média de
20%;
Redução de 4 a
37%;
Redução média de
24%;
Colesterol Inalterado** Inalterado***
LDL Inalterado** Inalterado***
Lp(a) Inalterado Inalterado
HDL Aumento de 4 a
18%;
Aumento médio de
8%;
Aumento de 4 a
20%;
Aumento médio de
16%;
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS, FISIOLÓGICAS
E DE ESTILO DE VIDA ASSOCIADAS A MAIOR
RISCO DE EVENTOS CORONARIANOS
Bioquímicas ou
fisiológicas
(modificáveis)
Estilo de vida
Características
pessoais
Pressão arterial
elevada;
HDL baixo;
Obesidade;
Colesterol
plasmáticos elevado;
Tabagismo;
Sedentarismo;
Dietas com grandes
quantidades de
colesterol, gordura
saturada e energia;
Idade;
Sexo;
História familiar de
DAC;
História pessoal de
DAC ou doença
vascular
aterosclerótica;
CONCLUSÃO
Pode-se concluir, que segundo as pesquisas e
estudos, a indicação do exercício físico é reforçada
como parte de uma intervenção no tratamento
das dislipidemias. E que mudanças no estilo de
vida, como a prática de bons hábitos alimentares
também são indispensáveis para o controle e
prevenção dessa doença.
Sendo assim, destaca-se a importância de uma
alimentação adequada e equilibrada associada à
prática regular de exercícios.
REFERÊNCIAS
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