Legenda Gianni Schicchi

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Legenda da ópera 'Gianni Schicchi' de Puccini em português

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Ópera “Gianni Schicchi”

de Puccini

Florença. 1º de dezembro de 1299Quarto de Buoso

Donati.

Pobre Buoso!

Pobre primo!Pobre primo!

Pobre tio!

Oh, Buoso! Buoso!

Oh, cunhado! Oh, cunha...

Eu o chorarei por dias e dias

Xô!

Dias? Por meses!

Xô!

Meses? Por anos e anos.

Vou chorá-lo a minha vida toda!

Pobre Buoso!

Leve-o embora Gheraldo! Vamos!

Oh, Buoso, Buoso por toda a vida...

choraremos a sua partida.

- Choraremos... toda a vida!

- Oh! Buoso! Buoso!

Mas como? Verdade?

Comentam em Signa!

O que dizem em Signa?

Comenta-se que...

O que?!

Dizem-no em Signa!

O que dizem em Signa?

Comenta-se que...

Não?!

Marco, ouve o que dizem em Signa...

Dizem que...

É?

Mas enfim podemos saber...

É o que se comenta em Signa.

O que diacho dizem em Signa?!

Correm rumores... meias palavras...

Disseram ontem à noite ao padeiro

Cisti:

“Se Buoso morrer fica aos frades o

dinheiro...”

Dirão: “pança minha, vai se encher

como nunca”

E um outro: “sim, sim, sim, no

testamento deixou tudo ao convento.”

Mas o que? Quem disse?

Comentam em Signa.

Comentam em Signa?

Comentam em Signa!!!

- Oh, Simone!- Simone?

Fale, você é o mais velho...

Você foi prefeito de Fucecchio...

O que acha disso?

O que acha disso?

Se o testamento estiver nas mãos de

um tabelião...

Quem sabe? Pode ser uma desgraça!

Porém se o tivesse deixado nesta

casa...

desgraça para os frades, mas para nós esperança!

Desgraça para os frades, mas para nós esperança!

Oh, Lauretta, meu amor!

Confiemos no testamento do tio!

Não. Não é.

Não. Não está.

- Não. Não é.- Onde está?

Salvos! Salvos!

Testamento de Buoso Donati.

Tia, eu o encontrei!

Como recompensa, diga-me...

se o tio, pobre tio...

me tivesse deixado bem...

se daqui a pouco fôssemos todos

ricos...

num dia de festa como este...

me deixaria desposar Lauretta, a

filhinha do Schicchi?

Será mais doce minha herança...

poder desposá-la no mês de maio!

- Oh, sim!- Sim!

- Claro que sim!

Há tempo para falar nisso depois.

Poderei desposá-la no mês de maio?

Dê cá, depressa o testamento!

Vê que estamos com os espinhos

sob os pés?

Tia?

Se tudo andar bem, despose quem

quiser...

ainda que seja a bruxa.

Ah, o tio me queria tão bem...

Terá me deixado com os bolsos

cheios!

Corre à Gianni Schicchi!

Diga lhe que venha aqui com Lauretta...

e que Rinuccio do Buoso os espera.

Pegue duas moedinhas, compre

alguns docinhos!

“Aos meus primos Zita e Simone!”

“Aos meus primos Zita e Simone!”

Pobre Buoso!

Pobre Buoso!

Merece todas as velas do mundo!

Até o fim se deve queimar! Sim.

Alegre-se! Pobre Buoso!

Pobre Buoso!

Se me tivesse deixado essa casa!

E os moinhos de Signa! E também a

mula!

Calados! Está aberto!

Então era verdade!

Nós veremos os frades

engordarem...

Nas fuças dos Donati.

Todos aqueles belos florins

acumulados...

Acabarem nos bolsos dos frades!

Privar todos nós dos bens...

e os frades se esbaldarem na

abundância!

Eu deverei beber a péssima bebida de

Signa...

e os frades beberão o vinho da vinha!

Estufarão sob a batina!

Nós explodiremos de raiva e eles... de

comer!

A minha felicidade será roubada...

pela obra da Santa Reparata!

Abram as dispensas dos conventos!

Alegres frades afiem os dentes!

Abrimos as portas do mercado!

Estalem a língua com o palato!

Estalem a língua com o palato!

Temos pra vocês, pobres frades, tordos gordos:

Codornas tenras!

- Cotovias!- Perdizes!

-Figos!- Codornas e

gansos engordados!

-Perdizes!- E frangos!

Frangos? Franguinhos!

Franguinhos bem fresquinhos!

E com as faces vermelhas e bem

gordas...

estufem as bochechas de saúde

e riam de nós.

Vejam lá um Donati...

Vejam lá um Donati...

e ele queria a herança... riam, oh,

frades...

riam nas fuças dos Donati!

Quem diria que quando Buoso fosse para o cemitério...

iríamos chorar de verdade!

E não há nenhum meio...

de mudar isto?...

De contornar?...

Amenizar?...

Oh, Simone, Simone?

Você é o mais velho!

Você foi prefeito de Fucecchio...

Somente uma pessoa pode

resolver isto e talvez, talvez

salvar...

Quem?

Gianni Schicchi!

De Gianni Schicchi e sua filhinha

Não quero ouvir falar nunca mais!

Bem entendido?

Ele está chegando!

Quem?

Gianni Schicchi!

Quem o chamou?

Eu o mandei porque esperava...

- É mesmo o momento de termos

Gianni Schicchi!- Se subir, eu o faço rolar das escadas!

Você deve obedecer somente a seu pai.

Um Donati casar-se com a filha de um

vilão?!

De um roceiro aparecido em

Florença!

Aparentar-se com essa gente nova!

Eu não quero que venha aqui!

Não quero!

Estão enganados!

É fino! Astuto...

Cada malícia das leis e dos códigos conhece e sabe.

Motejador!... Zombador!...

Querem pregar uma peça original e rara?

É Gianni Schicchi que a prepara!

Seus olhos astutos lhe iluminam...

Com um riso estranho no rosto

Assombreado pelo seu grande narigão...

Que parece um promontório assim!

Vem da roça? Pois bem! E o que quer

dizer?

Parem com estes agouros

mesquinhos!

Florença é como uma árvore florida...

que na praça da Sinhoria tem tronco

e ramagem...

mas as raízes trazem novas

forças dos vales límpidos e fecundos!

E Florença cresce até às estrelas.

Se elevam palácios sólidos e torres

esguias!

O Arno, antes de chegar à foz...

canta, beijando a Praça de Santa

Cruz...

e o seu canto é tão doce e tão sonoro

que atrai a si os pequenos regatos

em coro!

Assim, desçam vocês, doutores...

nas artes e nas ciências...

a tornar mais rica e explêndida Florença!

E do Vale de Elsa sob os castelos...

bem-vindo seja Arnolfo a fazer a

torre bela!

E venha também Giotto do Mugel

selvagem,

e o Médici, comerciante

corajoso!

Chega de ódios e de despeitos!

Viva a gente nova e Gianni Schicchi!

É ele!

Que aspecto assustado e desolado!

-Lauretta- Rino

Buoso Donati, certamente melhorou!

Por que está pálido assim?

Ai de mim, o tio...

E então, fala...

Amor, amor, quanta dor!

Quanta dor!

Morreu...

Por que estão a lacrimejar?

Interpretam melhor que a verdade!

Ah! Compreendo a dor de tal perda...

Tenho a alma comovida...

É a perda foi realmente grande!

É são coisas...Mas o que fazer?

Neste mundo uma coisa se perde...

uma se ganha...

perde-se Buoso, mas há herança!

Certo! Para os Frades!

Certo! Para os Frades!

Ah! Deserdados?

Deserdados! Sim, sim, deserdados!

E por isso lhe digo:

pegue sua filhinha e desapareça daqui!

Eu não dou meu sobrinho a uma moça sem dote!

- Oh tia, Eu a amo, a amo!

- Papai! Papai! Eu o quero!

- Filhinha, um pouco de orgulho!

- Não me importa nenhum pouco!

Brava velha! Brava!

Que por um dote sacrifica a minha

filha e seu sobrinho.

Brava velha! Brava!

- Velha tacanha! Sovina! Miserável!

Sórdida!- Rinuccio...Não me

deixe!

- Você me jurou amor.

- E ainda me insulta!

- Sob a lua de Fiesole me jurou amor,

quando me beijou.- Aquela noite em

Fiesole tudo parecia flores.

- Não me deixe Rinuccio.

- Um pouco de orgulho!

- Venha!- Venha!

- Adeus esperança bela...

- Venha, Lauretta venha. Enxugue os

olhos...

- Seria em péssimo casamento...

-Apaga-se toda a sua luz!

-Venha, venha!-Apaga-se toda a sua

luz!- Não poderemos nos

casar no mês de maio.

Papai eu o quero!

Justamente agora! Pensem no

testamento!

Velha sovina! Miserável! Sórdida!

Pensem no testamento!

Amor!

Pensem no testamento!

- Não! Não! Não!- Venha! Venha!

Venha!

Senhor Giovanni, fique mais um pouco!

Em vez de berrar, dê-lhe o testamento!

Procure salvar-nos!

Ao senhor não pode faltar uma idéia

portentosa...

um achado, um remédio, um recurso,

uma solução!

A favor dessa gente?

Nada!Nada!Nada!

Oh! Meu paizinho querido...

...eu o amo! É Belo, é belo!

Quero ir à Porta Rossa...

Para comprar um anel!

Sim, sim, eu quero ir!

E se esse amor for em vão...

Irei a Ponte Veccio...

mas para atirar-me no Arno!

Consumo-me e me atormento!

Oh, Deus, quero morrer!

Papai, piedade, piedade!

Papai, piedade, piedade!

Dêem-me o testamento!

Nada a fazer!

Adeus, a esperança bela, doce ilusão!

Não poderemos nos casar no mês de

maio.

Não poderemos nos casar no mês de

maio.

Nada a fazer!

Adeus, esperança bela!

Apaga-se toda a sua luz.

Mas!

Talvez nos casaremos no mês de maio.

E então?

Laurettinha! Vá ao terraço!

Leve uma migalha para os passarinhos.

Sozinha!

Ninguém sabe que o Buoso bateu as

botas?

Ninguém sabe que o Buoso bateu as

botas?

Ninguém!

Bom!

Ainda ninguém deve sabê-lo!

Ninguém o saberá!

E os servos?

Depois da piora...no quarto...nenhum!

Vocês dois carreguem o morto...

E os candelabros para o outro quarto!

Senhoras! Refaçam o leito!

Mas!

Silêncio! Obedeçam!

Quem pode ser?

Mestre Spinelloccio, o médico!

Tomem cuidado para que não passe!

Digam-lhe qualquer coisa.

Que Buoso está melhor e que repousa.

Com licença!

Bom dia, Mestre Spinelloccio.

Vai melhor!

Vai melhor!

Vai melhor!

Houve melhora?

Certamente!

Que potência é hoje a ciência.

Bem, vejamos, vejamos...

Não, Repousa!

Mas eu...

Repousa.

Não! Não! Mestre Spinelloccio!

Oh! Mestre Buoso!

Tenho tanta vontade de descansar...

Poderia passar novamente esta

noite?

Estou quase dormindo!

Sim, Mestre Buoso! Mas, está melhor?

De morto que estava, renasci!

Até a noite!

Até a noite!

Também pela voz percebo: está melhor!

Eh! Comigo nunca morreu um doente!

Não tenho nenhuma vaidade disso

O mérito é todo da escola bolonhesa!

Até a noite! Doutor!

Até a noite!

Estava igual a voz?

Tal e qual!

Ah! Vitória! Vitória!

Na cara o lencinho!

Entre a toquinha e o lencinho...

um nariz que parece o de Buoso e no

entanto é o meu!

Porque no lugar de Buoso estou eu.

Eu! O Schicchi, com outra voz e forma!

Eu falsifico em mim Buoso Donati!

Atestando e dando forma ao testamento!

Oh, gente!

Oh, gente!

Esta louca extravagância...

que me jorra da fantasia...

é tal que desafio...

a eternidade!

Schicchi!

Eu corro ao tabelião!

Marco! Gherardo! Nella! Zitta! Betto!

Schicchi!

Oh! dia de alegria! A burla aos frades é

bela!

Schicchi!

Como é belo o amor entre os parentes.

Oh, Gianni, agora pensemos um pouco

na divisão:

O dinheiro vivo...

Em partes iguais!

Para mim as terras de Fucecchio.

Para mim as de Figline .

Para mim as de Prato.

Para nós as terras de Empoli.

Para mim as de Quintole.

- Para mim as de Prato!

- E as de Fucecchio!

Restariam ainda:

A mula, esta casa...

e os moinhos de Signa.

São as coisas melhores!...

Ah! Entendo! Entendo!

Porque sou o mais velho...

e fui prefeito de Fucecchio...

querem dá-los para mim!

Eu lhes agradeço!

Não, não, um momento!

Se você é velho, pior pra você!

Vejam só o grande prefeito!

Quer o melhor da herança!

Quanto duro é o amor entre os parentes!

A casa...a mula...os moinhos...

Ficam pra mim! Ficam pra mim!

Souberam de tudo!

Souberam que Buoso morreu!

Tudo por terra!

Papai, você acredita?

O passarinho não quer mais

migalhinhas.

Então dê-lhe de beber!

Aconteceu um acidente ao negro...

batizado do senhor capitão...

“Descanse em paz!”

Com relação à casa, a mula e os moinhos...

Proponho confiarmos na justiça e

honestidade de Schicchi!

Proponho confiarmos na justiça e

honestidade de Schicchi!

Confiemos em Schicchi!

Como queiram.

Dêem-me as roupas para me vestir!

Rápido! Rápido!

Eis a touquinha!

Se me deixar a mula, esta casa...

e os moinhos de Signa, dou-lhe trinta

florins!

Está bem!

Se me deixa a casa, a mula e os moinhos dou-lhe cem florins!

Está bem!

Gianni, se me deixa a casa, a mula...

e os moinhos de Signa, entupo-o de

quatrins!

Eis o lencinho!

Está bem!

Se nos deixar a mula, os moinhos de

Signa...

e esta casa, te abarrotaremos de

florins!

Está bem!

E aqui está a camisola!

Se nos deixar a casa, a mula e os moinhos

de Signa...

para você mil florins!

Está bem!

- Tire a roupa, garotinho que vamos

pô-lo na cama...- É Belo, grandioso!

Quem não se enganará?

- E não faz biquinho...- É Gianni que se faz

de Buoso?

- Se der certo te daremos docinhos...- É Buoso que se faz

de Gianni?

- O testamento é odioso?

- Vamos trocar essa roupinha...

- Um camisolão majestoso, um rosto,- O ovo gera o frango,

a flor o fruto...

- um rosto dorminhoco...

- os frades comeriam tudo...

- um nariz poderoso, e fala lamentosa.

- mas os frades se empobrecem e a

Ciesca se enriquece.

E o bom Gianni...

...troca as roupas...

...para poder nos servir!

Muda a cara...

...focinho e ventas...

...para poder nos servir!

- Muda a fala...-...testamento...

...para poder nos servir!

- Vou servi-los devidamente!

- Bravo!- Vou fazê-los

contentes!

Isso mesmo.

• Isso mesmo.

Oh, Gianni, Gianni, nosso salvador!

Oh, Gianni Schicchi, nosso salvador!

Oh, Schicchi!

Oh, Gianni Schicchi, nosso salvador!

É o próprio!

Perfeito!

Para a cama!

Primeiro uma advertência!

Oh, senhores, juízo!

Vocês conhecem os riscos?

“Para quem se coloca no lugar de outro...

em testamentos e legados...

para ele e para os cúmplices...

o corte da mão e depois o exílio”

Lembrem-se bem! Se fossemos

descobertos...

Vêem Florença?

Adeus, Florença, adeus, céu divino...

eu a saúdo com esse cotinho...

e vou vaguear como Ghibellino!

Adeus, Florença, adeus, céu divino...

eu a saúdo com esse cotinho...

e vou vaguear como Ghibellino!

Eis o tabelião!

Mestre Buoso, bom dia!

Oh! Estão aqui! Obrigado Mestre

Amantio!

Oh! Pinellino sapateiro, obrigado!

Obrigado Guccio pintor!

Muito bom, muito bom que vieram...

Pobre Buoso! Eu sempre o calcei...

Vê-lo neste estado... me faz chorar!

O testamento desejaria escrevê-

lo...

de meu próprio punho...

impede-me a paralisia!

Por isso quis um tabelião insigne e

leal...

Oh! Mestre Buoso, obrigado!

Então está sofrendo de paralisia?

Pobre Buoso!

Oh! Pobrezinho! Basta!

As testemunhas já viram...

“testes viderunt”!

Podemos começar...mas...os

parentes?

Que permaneçam!

Então começo:

“Em nome de Deus, ano mil duzentos e noventa

e nove da redentora reencarnação de Jesus

Cristo...

dia primeiro de setembro, décima

primeira tributação extraordinária...

eu, o tabelião Amantio de Nicolau, cidadão florentino...

por vontade de Buoso Donati, redijoaqui o

testamento...”

“Anulando, revogando e invalidando...

qualquer outro testamento.”

Que previdência!

Um preâmbulo.

Diga-me...

os funerais? (o mais tarde possível)...

Deseja-os ricos? Faustosos?

Dispendiosos?

Não, não, não...

Pouco dinheiro!

Que não se gaste mais de dois florins!

Oh, que modéstia!

Que coração!

Confirma-se a sua honra!

Deixo aos frades menores e à obra de

Santa Reparata...

Cinco libras!

Bravo! Bravo!

É preciso pensar sempre na

beneficência!

Não lhe parece um tanto pouco?

Quem se estrepa e deixa muito aos

frades...

faz, aos que ficam, dizer:

“Era dinheiro roubado!”

Que máximas!

Que mente!

Que sabedoria.

Que lucidez!

O dinheiro vivo deixo-o...

em partes iguais, para os parentes.

Oh, obrigado tio!

- Obrigado, primo! – Obrigado, cunhado!

Deixo a Simone, os bens de Fucecchio!

Obrigado!

Para Zita, as posses de Figline!

Obrigada, obrigada!

Para Betto os campos de Prato...

Obrigado, cunhado!

Para Nella e Gherardo os bens de Empoli!

Obrigado, obrigado!

Para Ciesca e Marco, os bens de Quintole!

Agora vamos à mula, a casa e os moinhos!

Deixo a mula, aquela que custa trezentos

florins...

que é a melhor mula da Toscana...

Ao meu devoto amigo...

Ao meu devoto amigo...

Gianni Schicchi.

- Como?

- Como?

- Como?

“Mulan relinquit eius amico...

devoto Joani Schicchi!”

E a que importa a Gianni Schicchi aquela mula?

Fique bonzinho, Simone!

Eu sei bem o quer Gianni Schicchi!

Ah! patife, patife, patife!

Deixo a casa de Florença ao meu caro...

devoto e afeiçoado amigo...

Gianni Schicchi!

Ah! Chega, Chega! Raios o partam.

Patife...Nós protestamos...nos

rebelamos!

Adeus, Florença, adeus, céu divino, eu a saúdo...

Que não se perturbe a vontade do testador!

Mestre Amantio, eu deixo os bens a quem quero!

Tenho em e mente um testamento e ele será

cumprido!

Se gritam, estou calmo cantarolando...

Ah! – Que homem! – Que homem!

E os moinho de Signa...

E os moinho de Signa...

E os moinho de Signa... (adeus, Florença!)

deixo-os ao mesmo caro e afeiçoado amigo!

(E a saúdo com este cotinho!)

Está feito!

Zita, da sua bolsa dê vinte florins às testemunhas...

e cem ao bom tabelião.

Mestre Buoso! Obrigado!

Nada de despedidas! Vão agora.

Sejamos fortes.

Ah, que homem, que homem.

Ah, que homem, que homem.

Que pecado!

Que perda!

Coragem!

Coragem!

Ladrão!

Ladrão! Ladrão! Patife! Safado! Traidor!

Tratante! Canalha! Ladrão! Velhaco!

Traidor!

Cambada de sovinas! Fora daqui!

A casa é minha!

Saqueiem! Saqueiem!

Saqueiem! Saqueiem!

A casa é minha!

Saqueiem! Saqueiem!

A casa é minha!

Saqueiem! Saqueiem!

Fora! Fora!

Minha Lauretta, estaremos sempre

aqui!

Olhe... Florença é de ouro!

Fiesole é bela!

Lá você me jurou amor!

Pedi-lhe um beijo...

O primeiro beijo...

Trêmula e pálida! Você virou o rosto...

Florença de longe nos parece o

paraíso!

Florença de longe nos parece o

paraíso!

Os salteadores fugiram!

Digam-me senhores...

Se o dinheiro de Buoso poderia

terminar de melhor maneira!

Por esta extravagância jogaram-me no

inferno...

Que assim seja!

Mas, com licença do grande pai Dante,

se esta noite divertiram-se

concedam-me...

o atenuante!

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