52
Catarina Fontes Ruivo | 2 de Fevereiro de 2011 CLÍNICA UNIVERSITÁRIA DE RADIOLOGIA HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA DIRECTOR:PROF .DOUTOR FILIPE CASEIRO ALVES Moderadora: Dr.ª Cristina Marques

ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Catarina Fontes Ruivo  |  2 de Fevereiro de 2011

CLÍNICAUNIVERSITÁRIA DE RADIOLOGIAHOSPITAIS DAUNIVERSIDADE DE COIMBRA

DIRECTOR: PROF. DOUTOR FILIPE CASEIROALVES

Moderadora: Dr.ª Cristina Marques

Page 2: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Massas de TMs são frequentes na prática clínicadiária Alterações não neoplásicasTumores benignos / malignos Caracterização problemática Distinção benigno/maligno nem sempre possível

Características clínicas / radiológicasimportantes para o DD: História clínica Localização Mineralização em RX Características da IS em RM

Page 3: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível
Page 4: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível
Page 5: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível
Page 6: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Detecção / confirmação de lesão tumoral Elaboração do diagnóstico ou DDxsapropriados

Estadiamento Avaliação pós‐QT/RT Detecção de recidiva tumoral

Page 7: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Exame preferencial: RM Excelente contraste de TMs Definição da relação com estruturas neuro‐vasculares (superior à TC)

1.º Radiografia  2.º RM

Ecografia Sólido / líquido

Page 8: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Radiografia Tumor ósseo? Lesão óssea concomitante? Gás? Calcificações características?▪ Flebólitos▪ Miosite ossificante▪ Osteocondromatose sinovial

Difícil avaliação por RM

Page 9: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível
Page 10: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível
Page 11: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Protocolos técnicos RM variáveis de acordo com o tipo de estudo planeado

Optimização dos protocolos RM – equilíbrio de factores: Relação sinal / ruído Resolução espacial Definição anatómica Contraste tecidular Controlo de artefactos Tempo de aquisição de imagem (tolerância do doente, artefactos de movimento)

Page 12: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

SEQUÊNCIAS

T1, T2, STIR, T2* T1FS antes e após Gd Diferenciação sólido/líquido Determinação da 

vascularização

PLANOS

Axial Coronal / Sagital / Oblíquo Extensão cranio‐caudal Relação com estruturas 

vizinhas

Page 13: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Critérios de benignidade / malignidade Dimensões Regularidade e definição dos limites Homogeneidade do sinal em T1 e T2 Edema perilesional Envolvimento das estruturas ósseas ou neurovasculares adjacentes

Não específicos!!!

Page 14: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Idade História Clínica Localização Multiplicidade Comportamento em RM: Intensidade de sinal  Morfologia  Níveis líquido / líquido Comportamento dinâmico

(...)

ASSOCIAÇÃO DEVÁRIOS

CRITÉRIOS

> SENSIBILIDADE E

ESPECIFICIDADE

Diagnóstico específico:24‐44%

(1) Kransdorf et al. AJR 153:541‐547(2) Gielen et al. Eur Radiol 2004 14:2320 

Page 15: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

História Clínica Idade Antecedentes (pessoais / familiares) Variação dimensional

Exame Físico Massa única / múltiplas Massa fixa ou móvel Alterações cutâneas associadas

Page 16: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização Nevroma de Morton▪ Pé (vertente plantar do 2º ou 3º espaço interdigital)

Page 17: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização Fibromatose plantar

Page 18: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização Sarcoma sinovial

Page 19: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização Elastofibroma▪ Região dorsal (subescapular)

Page 20: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização TCGs das bainhas sinoviais▪ Tendão

Page 21: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Localização Articular / Para‐articular▪ Quistos▪ Bursite▪ Osteocondromatose sinovial▪ Sinovite vilonodular pigmentada

Page 22: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Intensidade de sinal Lesões com hipersinal em T1 Lesões com hipossinal em T2 Lesões com acentuado hipersinal em T2 (cystlike)

Page 23: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Lesões com hipersinal em T1

Jim S. Wu, MD. and Mary G. Hochman, MD. Soft‐Tissue Tumors and Tumorlike Lesions: A SystematicImaging Approach.Radiology: vol 253:Number 2 ‐November 2009, RSNA

RX!

Page 24: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Lipoma Massa composta exclusivamente (ou quase) por gordura Finos septos; sem componentes nodulares sólidos não‐lipomatosos

Page 25: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Lipoma atípico (LS bem diferenciado) > 10 cm, com septos com espessura > 2 mm e/ou componentes nodulares/globulares não lipomatosos; ou < 75% gordura

Page 26: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Hemangioma Lobulados / serpiginosos, com hipersinal em T2 Podem conter vasos serpiginosos, gordura, músculo liso, hemossiderina, flebólitos (RX!) Atrofia gorda nos músculos circundantes ou esclerose reactiva em ossos adjacentes

Page 27: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Hemangioma

Page 28: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Hemangioma

Page 29: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Metástase de melanoma

Page 30: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Hematoma (sub‐agudo)

Page 31: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Leiomiossarcoma hemorrágico

Page 32: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Miosite ossificante

Page 33: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Lesões com hipossinal/sinal intermédio em T2

Jim S. Wu, MD. and Mary G. Hochman, MD. Soft‐Tissue Tumors and Tumorlike Lesions: A SystematicImaging Approach.Radiology: vol 253:Number 2 ‐November 2009, RSNA

RX!

Page 34: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Fibromatose plantar

Page 35: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Desmóide

Page 36: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

TCG das bainhas sinoviais

Page 37: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Lesões com acentuado hipersinal em T2

Jim S. Wu, MD. and Mary G. Hochman, MD. Soft‐Tissue Tumors and Tumorlike Lesions: A SystematicImaging Approach.Radiology: vol 253:Number 2 ‐November 2009, RSNA

Page 38: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Abcesso

Page 39: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Abcesso

Page 40: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Mixoma

Page 41: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Sarcoma mixóide

Page 42: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Mixofibrossarcoma

Page 43: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Tumor maligno das bainhas nervosas periféricas

Page 44: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Neurofibroma / schwannoma

Page 45: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Morfologia Fusiforme: fibroma, neurofibroma Redonda: quisto, schwannoma Alvo: neurofibroma (++), schwannoma Serpiginosa: hemangioma, neurofibromaplexiforme “Bolas de sabão”: lipoma arborescente

Page 46: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Alvo

Neurofibroma

Page 47: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Serpiginosa

Neurofibroma plexiforme Hemangioma

Page 48: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Bolas de sabão

Lipoma arborescente

Page 49: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Difusão ADC dos tumores benignos vs. malignos: sem diferença significativa▪ Difusão superior nas massas de TMs benignas comparativamente com as malignas – contribuição da perfusão para os valores de ADC (fracções de perfusão superiores nos tumores malignos) (van Rijswijk C et al. JOURNAL OF MAGNETIC RESONANCE IMAGING  (2002) 15:302–307)

ADC afectado pela matriz extra‐celular▪ Tumores . mixóides / T. quísticos ‐ADC significativamente + elevado

▪ T. não mixóides /  T. sólidos –ADC mais baixo▪ Se ADC > 1.35 × 10−3 mm2/s  baixa probabilidade de malignidade

(Nagata S et al. Radiat Med (2008) 26:287–295 )

Page 50: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Difusão – Neurofibroma plexiforme

b50 ADCb700

Page 51: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Espectroscopia Detecção e quantificação de colina e derivados 

(componentes importantes no metabolismo fosfolipídico das células –aumento da biossíntese de membranas e marcador de proliferação celular )

▪ 1,5T▪ 19 malignas , 17 benignas – 3 FPs (lesões com hipercelularidade, hipervascularização e/ou grande número de células inflamatórias), 1 FN (OS parosteal densamente  mineralizado) (WangCK et al. Radiology 2004;232:599–605)

▪ 3T▪ 27 lesões msk: E: 87,5%; S: 68,4% (ChanWha Lee et al. Clinical Imaging 34 (2010) 47–52)

Page 52: ª Cristina Marquesclinicauniversitariaradiologia.pt/biblio_data/... · Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível

Espectro de entidades benignas e malignas é muito vasto e a sua diferenciação nem sempre é possível.

Com base na história clínica, localização da lesão, mineralização nas radiografias e aspecto em RM, entre outros, o radiologista pode formar uma lista de diagnósticos diferenciais curta e apropriada.

A RM revela‐se a técnica mais fidedigna para a caracterização de massas de TMs, sendo particularmente útil nas lesões benignas que não requerem follow‐up ou biópsia.

Nos casos em que as massas são consideradas indeterminadas, com base nos dados clínicos e imagiológicos, a biópsia deve ser considerada.