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Arquitetura Art Déco

Professor Mario Muylaert

Unigranrio

História e Teoria da Arquitetura IV

LINHA DO TEMPO

Construção do EdifícioA Noite em 1929,Rio de Janeiro

Exposição Internacional de 1925, lançamentodo ART DÉCO ao público

Construção da Central do Brasil em 1937




ART DÉCO MOVIMENTO da ARQUITETURA, URBANISMO, PAISAGISMO, INTERIORES, DESIGN

(de MOBILIÁRIOS, SERRALHERIA ARTÍSTICA, LUMINÁRIA, OBJETOS DECORATIVOS, CRISTAIS,

JÓIAIS, CENOGRAFIAS, PUBLICIDADE, ARTES GRÁFICAS, MODA, VESTUÁRIO) que se

LOCALIZAM suas EXPRESSÕES MAIS SIGNIFICATIVAS.

Robert Bonfils. Cartaz daExposição de 1925, Paris

Richard Herre. Tapete.

A. M. Cassandre. Tipografia.

Eric Bagge. Pingente.




O ARRANHA-CÉU mais FAMOSO É o EDIFÍCIO CHRYSLER,

com sua CÚPULA em FORMA de COROA feita de AÇO

INOXIDÁVEL com sucessivos ARCOS preenchidos com RAIOS

de SOL e COROADA com uma FLEXA.

Edifício da Chrysler, Nova Iorque, 1929-1930, de William Van Alen




Edifício da Chrysler, Nova Iorque, 1929-1930, de William Van Alen

Seu ESPAÇO INTERNO recebeu MÓVEIS SUNTUOSOS,

MATERIAIS OPULENTOS e ILUMINAÇÃO ESPETACULAR,

CAPTURANDO o ESPÍRITO de NY nas décadas de 1920-30.




CARACTERÍSTICAS da ARQUITETURA ART DÉCO no BRASIL:

1. COMPOSIÇÃO de MATRIZ CLÁSSICA : SIMÉTRICA/AXIAL, com ACESSO CENTRALIZADO ou

valorizando a ESQUINA, TRIPARTITE em BASE, CORPO e COROAMENTO ESCALONADO;

2. PREDOMINÂNCIA de CHEIOS SOBRE VAZIOS, GEOMETRIZAÇÃO, PLANOS VERTICAIS e

HORIZONTAS bem DEFINIDOS e CONTRASTADOS, LINGUAGEM FORMAL TENDE a ABSTRAÇÃO,

CONTENÇÃO expressiva dos ORNAMENTOS;

3. ARTICULAÇÃO/INTEGRAÇÃO entre ARQUITETURA, INTERIORES e DESIGN, VALORIZAÇÃO dos

ACESSOS e PORTARIAS;

4. ESTRUTURAS em CONCRETO ARMADO, EMBASAMENTO em MATERIAIS NOBRES, JANELAS

tipo COPACABANA, MESCLA de TÉCNICAS MODERNAS e ARTESANAIS;

5. PLANTAS FLEXÍVEIS e ILUMINAÇÃO CENOGRÁFICA.




Chamado ESTILO AERODINÂMICO, apresenta ALAS BAIXAS que MORDEM na ESQUINA

e a TORRE do RELÓGIO, expondo VERTICALIDADE REALÇADA por DESCER até o SOLO.

Central do Brasil, 1937, Roberto de Carvalho




PRIMEIRO verdadeiro ARRANHA-CÉU da CIDADE, uma IMENSA MASSA VERTICAL de 22 pavimentos.

CONSTRUÍDO com a NOVA TECNOLOGIA do CONCRETO ARMADO.

Edifício A Noite, 1929, Joseph Gire e Elisário da Cunha Bahiana





Igreja de Santa Terezinha, 1935, Av. Lauro Sodré, 83, Botafogo, de Archimedes Memória e Francisque Cuchet




Teatro Carlos Gomes, 1931, Gusmão Dourado e Baldassini Ltda





Teatro Carlos Gomes, 1931, Gusmão Dourado e Baldassini Ltda




Edifício Biarritz, 1940, Rio, Flamengo - de Henri Sajous e Auguste Rendu


INFLUÊNCIA FRANCESA

ESPECIAL para o REQUINTE do DETALHAMENTO,

que apresenta um DELICADO PERFIL dos BALCÕES

ABAULADOS com ARREMATES e FRISOS VINCADOS

na ARGAMASSA.




Edifício Biarritz, 1940, de Henri Sajous e Auguste Rendu





Edifício Biarritz, 1940, de Henri Sajous e Auguste Rendu





Edifícios Hicatú e Itaiúba, 1933, Rua Senador Euzébio, 6-10, Flamengo, de Raphael Borges Dutra

Estes EDIFÍCIOS GÊMEOS estão entre os MAIS BELOS da ARQUITETURA ART DÉCO do RIO de

JANEIRO, com sua DELICADEZA de PROPORÇÕES, o FINO TRATAMENTO do EMBASAMENTO e

COROAMENTO FRISADOS, a ELEGÂNCIA dos BALCÕES ABAULADOS.




Edifícios Hicatú e Itaiúba, 1933, Rua Senador Euzébio, 6-10, Flamengo, de Raphael Borges Dutra





Edifícios Guahy, 1932, Rua Ronald de Carvalho, 181, Copacabana, de Ricardo Buffa

FACHADA TRABALHADA em PLANOS CHANFRADOS, quando o PLANO é VERTICAL, os CHANFROS

APLICAM-SE as LAJES dos BALCÕES ENTALADOS, determinando-lhes a FORMA SERRILHADA.




Edifícios Guahy, 1932, Rua Ronald de Carvalho, 181, Copacabana, de Ricardo Buffa

Quando o PLANO é HORIZONTAL, os CHANFROS

IRRADIAM-SE por todo o EMBASAMENTO a PARTIR das

ARQUIVOLTAS do PLANO de ACESSO.




Residência Villiot, de 1929, Rua Sá Ferreira, 80, Copacabana, de Antonio Virzi, Jayme Machado e Umberto Kaulino

Um dos ÚLTIMOS PROJETOS do ARQUITETO ANTONIO VIRZI, que EVOLUIU de um ART NOUVEAU

para uma GEOMETRIZAÇÃO EXPRESSIONISTA de LINHAS ART DÉCO e ORGÂNICAS.




O REVESTIMENTO em PEDRAS, a INEXISTÊNCIA de

JANELAS, tal como normalmente entendidas, o

OCULTAMENTO do ACESSO PRINCIPAL, os VOLUMES

INTERPENETRANTES, a DECORAÇÃO GEOMETRIZADA,

a ILUMINAÇÃO por DOMOS ZENITAIS, a COBERTURA em

LAJES de PATAMARES DESCRESCENTES fazem da

“CASA SEM JANELAS” uma das MAIS AVANÇADAS

PROPOSTAS ARQUITETÔNICAS da DÉCADA de 1920.

















Edifício Itahy, 1932, Av. Nossa Senhora de Copacabana, 252, de Arnaldo Gladosch





Edifício Tabor Loreto, Praia do Flamengo, 244, de Henri Paul Pierre Sajous





Lustres do Hall do Edifício Vaz no Centro Painel “Riquezas do Brasil”, 1940, no Edifício da Associação Comercial do Rio





Portaria do Edifício Ribeiro Moreira, 1928, Rua Ronald de Carvalho, 21, Copacabana, de Gusmão, Dourado e Baldassini





Interior do Edifício Ophir, 1934, Rua Ronald de Carvalho, Copacabana, de Raul Lessa de Sadanha da Gama




CRISTO REDENTOR

Foi um PROJETO para ser APRECIADO a CURTA, MÉDIA eLONGA DISTÂNCIA, e a LINGUAGEM ART DÉCO se

ADEQUA perfeitamente a essa INTENÇÃO, ao se

CONCENTRAR na DEFINIÇÃO dos GRANDES VOLUMES e

PLANOS, SIMPLIFICANDO e REDUZINDO DETALHES.

Monumento ao Cristo Redentor, 1926-31, de Heitor da Silva Costa, Paul Landowski e Lelio Landucci




Mesmo estando a MAIOR PARTE da PRODUÇÃO da ARQUITETURA ART DÉCO no RIO de JANEIRO,

HÁ REGISTROS em OUTROS ESTADOS, como em SÃO PAULO, MINAS GERAIS, PARÁ, GOIÁS,

RIO GRANDE do SUL, CEARÁ, PARANÁ, etc...

Elevador Lacerda, de 1929, Salvador, Bahia, de Fleming Thiesen e Adalberto Szilard





Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, Pacaembu, 1941, São Paulo





Instituto Biológico, 1945, São Paulo




Moinho Chaves, 1922, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, de Theo Wiedersphan





Teatro Goiânia, 1934, Goiânia, de Atílio Correia Lima




A VARIANTE MARAJOARA

Embora AUTODEFININDO-SE como um ESTILO INTERNACIONAL, a ARQUITETURA ART DÉCO,

assim como as MODERNISTAS, ao ser INTRODUZIDA no BRASIL ENCONTROU uma FORTE corrente

NACIONALISTA que BUSCAVA desde o FINAL do século XIX uma EXPRESSÃO PRÓPRIA para a

CULTURA BRASILEIRA.

Esses GRUPOS, chamados genericamente de NATIVISTAS, GERARAM inúmeras MANIFESTAÇÕESem TODOS os GÊNEROS ARTÍSTICOS: na MÚSICA (VILLA-LOBOS), na LITERATURA (MONTEIRO

LOBATO, MÁRIO de ANDRADE, OSWALD de ANDRADE)...

Na ARQUITETURA esse PENSAMENTO GEROU 2 LINHAS de DESENVOLVIMENTO: o MOVIMENTO

NEOCOLONIAL, que vimos anteriormente, e o ESTILO MARAJOARA, de INSPIRAÇÃO INDIGENISTA,

INVENTADO por EDGAR VIANNA, que logo se IDENTIFICA com a TEMÁTICA DECORATIVA do ART

DÉCO, TORNANDO-SE uma VARIANTE DESTA.





A INFLUÊNCIA INDÍGENA nessa ARQUITETURA restringe-se a 3 ASPECTOS:

1. MOTIVOS DECORATIVOS GEOMÉTRICOS e LABIRÍNTICOS, INSPIRADOS naqueles da CERÂMICA

MARAJOARA da ILHA de MARAJÓ, PARÁ;

2. ALTOS e BAIXOS RELEVOS e ESCULTURAS

(mais raras) REPRESENTANDO o ÍNDIO, a FLORA,

e a FAUNA AMAZÔNICA;

3. EDIFÍCIOS BATIZADOS com NOMES INDÍGENAS.

Roberto Lacombe eFlávio Barbosa,Projeto de 1939




Residência José Custódio Dias Araújo – “Casa Marajoara”, 1937, Rua Paissandu, 319, Flamengo, de Gilson Gladstone Navarro


RARO EXEMPLAR PRESERVADO, a COLUNA ANELADA da VARANDA, DESENHOS em FORMA de

DIAMANTE do MURO e a UTILIZAÇÃO de PEDRAS BRUTAS assentadas LEMBRAM a ARQUITETURA

PRÉ-COLOMBIANA.

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