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ANAIS ‘’Os desafios da Acreditação Hospitalar no Maranhão‘’ 1º Congresso Maranhense de Gestão Hospitalar 27 e 28 de Outubro de 2017

1º Congresso Maranhense de Hospitalar - Ensino de Excelência · A Acreditação deve ser entendida, portanto, em duas dimensões. A primeira, como um processo educacional, que leva

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ANAIS

‘’Os desa�os da Acreditação Hospitalar no Maranhão‘’

1º Congresso Maranhense de Gestão Hospitalar

27 e 28 de Outubro de 2017

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FACULDADE LABORO

Profª Dra. Sueli Tonial PistelliReitora/Diretora Geral

Profª Ma. Francielene Duarte SantosDiretora Acadêmica

CONSELHO EDITORIALMariana Moreira Lima de Assis

Stephany Duarte SantosIsabella Silva Duarte Cutrim

COORDENAÇÃO DE CURSOProfº Ma. Josenilson Neves

COMISSÃO CIENTÍFICAProfª. Dra. Sueli Tonial Pistelli - Faculdade LaboroProfª. Ma. Francilene Duarte Santos - Faculdade LaboroProfª. Ma. Luciana Rodrigues - Faculdade LaboroProfª. Ma. Leonor Viana - Faculdade LaboroProfª. Ma. Marla Medeiros - Faculdade LaboroProfª. Esp. Bruna Aires Faculdade LaboroProfª. Ma. Isis Maria Monteles - Faculdade LaboroProfª. Dra. Joiyce Santos Lages - Hospital Presidente DutraProfº. Esp. Arthur Rolhano Heick - Faculdade LaboroProfº. Esp. Arlindo Lopes - Hospital São DomingosProfª. Esp. Adriana RoseProfº Esp. Marcus Vinícius Texeira de Almeida - Faculdade LaboroProfº. Ma. Josenilson NevesJoão Gomes - Hospital São Domingos

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Congresso Maranhense de Gestão Hospitalar (1. : 2017 : São Luís, MA) Anais do I Congresso Maranhense de Gestão Hospitalar, 27 e 28 de outubro, E [recurso eletrônico]: Os desafios da Acreditação Hospitalar no Maranhão / organizado por Sueli Tonial Pistelli, [et al.] [realização Faculdade Laboro] - São Luís, 2017.

Edição Digital 1. Gestão Hospitalar – Congresso – Maranhão - Brasil. 2. Acreditação Hospitalar. I. Faculdade Laboro. II. Pistelli, Sueli Tonial, org. III. Santos, Francilene Duarte, org. IV. Rodrigues, Luciana, org. V. Viana, Leonor, org. VI. Medeiros, Marla, org. VII. Aires, Bruna, org. VIII. Monteles, Isis Maria, org. IX. Lages, Joiyce Santos, org. X. Heick, Arthur Rolhano, org. XI. Lopes, Arlindo, org. XII. Rose, Adriana, org. XIII. Almeida, Marcus Vinícius Texeira de, org. XIV. Neves, Josenilson, org. XV. Gomes, João, org.

CDU: 614.2:061

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SUMÁRIO

ACREDITAÇÃO HOSPITALAR NA PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE..............................4

OS DESAFIOS DO GESTOR HOSPITALAR NA ACREDITAÇÃO EM SAÚDE .......................................16

OS DESAFIOS DO GESTOR HOSPITALAR NA LOGÍSTICA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS HOSPI-TALARES EM HOSPITAIS PÚBLICOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA...........................................20

A RELEVÂNCIA DO SERVIÇO DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICA (SAME) EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR ...............................................................................................................................36

A SAÚDE COMO DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO: UMA ANÁLISE HISTÓRICA DO CONTEX-TO DA REALIDADE DA SAÚDE NO BRASIL.....................................................................................38

PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE ATRAVÉS DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS...................47

AUDITORIA EM SAÚDE: ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E A QUALIDADE DOS SERVIÇOS ....................................................................................................................................54

O PAPEL DOS PROFISSINAOS DE SAÚDE NO CONTEXTO DA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ...........66

PLATAFORMA GIRAFA: MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE .................................68

VANTAGENS E DESAFIOS DA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ..........................................................73

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ACREDITAÇÃO HOSPITALAR NA PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDEDanilo Gomes Ferreira, Lícia Gabriela Oliveira de Carvalho, Nelma Silva Pereira

INTRODUÇÃO

A busca por uma assistência mais segura e excelente levou as organizações hospitalares a apri-morar os seus processos de forma permanente, para viabilizar a sustentabilidade financeira que garanta a sua perenidade no mercado aliada a efetividade no resultado assistencial, principalmente a satisfação dos pacientes por meio de uma assistência qualificada e com lucros para o hospital (BOMFIN; TRIVELLA-TO; HASTENREITER, 2013; OZZI; PINHEL, 2015). Embora existam hospitais considerados de excelência, a grande maioria ainda precisa avançar em termos de qualidade dos serviços prestados (BURMESTER; PEREI-RA; SCARPI, 2007; LA FORGIA; COUTTOLENC, 2008). A qualidade do cuidado e a segurança do paciente são consideradas grandes desafios deste século nas organizações hospitalares e vem sendo internacionalmente difundida desde as duas últimas décadas do século XX, com alta prioridade na agenda da Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de pro-cessos que garantam a melhoria da qualidade de seus serviços bem como minimizar custos com retra-balhos, ações processuais e o comprometimento da imagem institucional (LUEDY; DIAS; RIBEIRO JUNIOR, 2013; LUCENA, 2013; MACINATI, 2008; ALAVI; YASIN, 2008; ALÁSTICO; TOLEDO, 2013). Uma das estratégias adotadas para melhorar a qualidade e a produtividade nas organizações de saúde é a criação de programas de acreditação hospitalar que implica em padrões de referências desejáveis, se-gundo a Auditoria de qualidade, para alcançar um diferencial de humanização e excelência no mercado (POMEY et al., 2010; MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012). A Acreditação Hospitalar é um mecanismo que avalia a gradação da qualidade dos serviços presta-dos em instituições de saúde. O processo não pode ser dissociado da mudança organizacional, condição intrínseca na fase de preparação e implantação das adequações necessárias para receber a certificação (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTENREITER, 2013). A Acreditação Hospitalar é um procedimento que avalia os recursos da instituição, de maneira periódica, voluntária, racionalizada, ordenadora e, principalmente, de educação continuada dos profis-sionais, visando garantir a qualidade da assistência através de padrões previamente aceitos (CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO, 2011). Para Manzo, Brito e Corrêa (2012),

[...] o Programa de Acreditação Hospitalar é um procedimento de avaliação dos recursos institucio-nais, de forma periódica, voluntária, racionalizada, ordenadora e, principalmente, de educação continuada dos profissionais, com o intuito de garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente aceitos. A Acreditação deve ser entendida, portanto, em duas dimensões. A primeira, como um processo educacional, que leva as instituições prestadoras de serviços de as-sistência em saúde, especialmente os profissionais de saúde, a adquirirem a cultura da qualidade para implementação da gestão de excelência, fundamental para o processo. A segunda dimensão se refere ao processo de avaliação e certificação da qualidade dos serviços, analisando e atestando o grau de desempenho alcançado pela instituição de acordo com padrões pré-definidos

A procura por uma assistência de excelência pelas instituições hospitalares tem se mostrado como uma das possibilidades de sobrevivência e sucesso dessas organizações. E nesse diapasão, os programas de certificação de qualidade são considerados como um importante recurso a ser desenvolvido pelas or-

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ganizações, ou seja, um diferencial frente ao contexto competitivo no qual os hospitais estão inseridos (BETTIO, 2007). No Brasil, é através da Organização Nacional de Acreditação (ONA), uma organização não governamental que classifica hospitais em três níveis de acreditação, que um número crescente de instituições busca re-spaldo e reconhecimento de seus serviços. Os hospitais que optarem por serem avaliados, devem estar de acordo com o Manual Brasileiro de Acreditação, disponível pelo Ministério da Saúde (ALÁSTICO; TOLEDO, 2013). O objetivo da Acreditação é estimular o aprimoramento permanente dos processos hospitalares com o objetivo de promover a qualidade na assistência à saúde, através da padronização de processos com foco na segurança do paciente (NASCIMENTO et al., 2008). De acordo com a ONA em 2017, existem 165 organizações hospitalares acreditadas, 178 acredita-do pleno e 229 acreditado com excelência. Esses ser-viços hospitalares estão dispersos geograficamente, com maior concentração no estado de São Paulo, seguido pelo estado de Minas Gerais. No Maranhão, há dois hospitais com Acreditação com excelência, um acreditado pleno e um laboratório acreditado pleno (ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2017). O processo de classificação da Acreditação é voluntário, reservado e periódico, onde os dados de cada instituição são privados e não divulgados. O selo oferecido tem um período de validade variante de dois a três anos, con-forme nível atingido (OZZI; PINHEL, 2015). As políticas nacionais e os incentivos dados para que os hospitais parti-cipem do processo de Acreditação são variáveis que influenciam nos sistemas de Acreditação (TABRIZI; GHARIBI; WILSON, 2011; FORTES; MATTOS; BAP-TISTA, 2011). As primeiras iniciativas de avaliação da qualidade dos serviços de saúde foram feitas na década de setenta, mas só com a criação do Progra-ma Brasileiro de Acreditação Hospitalar (PBAH) na década de noventa, que a Acreditação ganhou maior projeção, sendo operacional-izado pela ONA (OR-GANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2014). Diante disso, pode-se afirmar que a falta de qualidade incide em conse-quências variáveis como danos, tanto aos pacientes como para os profissio-nais e a própria instituição. Assim a qualidade em saúde emerge como prioritá-rio para os gestores de instituições de saúde. A adoção de medidas que garan-tam a segurança em saúde, como a reorganização dos processos de trabalho e capacitação contínua da equipe apresentam-se eficazes para estabelecer o cuidado ideal6. Visando tal resultado, esperam-se participações efetivas por parte da Alta Administração e dos profissionais de saúde em cada setor do hospital, uma vez que a Acreditação possibilita a melhoria do gerenciamento da organização hospitalar e a da qualidade da assistência prestada ao usuário (EL-JARDALI et al., 2008). Assim, esse estudo se justifica pelo fato de a Acreditação e sua adesão ocorrer de forma gradativa, com o foco na melhoria da Qualidade de Assistên-cia, rompendo velhos paradigmas, implantando me-canismo de definição dos indicadores clínicos, administrativos e econômicos para monitorar o resultado. Nesse contexto, os profissionais se deparam com um processo de mudança organizacional, que muitas vezes gera resistência e aceitação e isso afeta o processo de Acreditação Hospitalar em Hospitais Públicos, Filantrópicos e Privados.

OBJETIVO GERAL

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Verificar a percepção dos profissionais de saúde sobre o processo de Acreditação hospitalar.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão bibliográfica, que foi realizado nos bancos de da-dos Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) no período compreen-dido entre maio e julho de 2017. Para tanto, foram utilizadas como descritores: Acreditação Hospitalar; Gestão de Qualidade; Pessoal de saúde. Foram estabelecidos como critérios de inclusão: estudos nacionais completos, publicados com re-sumos disponíveis em português, dos últimos cinco anos, apresen-tando a temática percepção dos profis-sionais de saúde sobre o processo de Acreditação hospitalar como objeto de estudo. Foram excluídos os estudos coincidentes e textos que não abordam as questões investigativas deste estudo e os de revisão. Considera-se o recorte temporal am-plo e pertinente para captação de arti-gos atualizados. Dos 158 estudos encontrados, 34 foram publicados na BVS e 124 no Sci-elo. De posse dos 158 estudos encontrados, foi realizada a primeira seleção atra-vés da leitura dos títulos e resumos disponíveis na base de dados e, percebeu-se que 7 estavam repetidos nos bancos, 137 não abordavam as variáveis de interes-se para esta revisão, 3 não estavam disponíveis e, posteriormente, a partir dessa leitura, foram captados apenas os artigos disponíveis, totalizando 11 estudos. Fez-se, então, a leitura das 11 publicações, as quais se adequaram a todos os critérios de inclusão citados anteriormente. Para coleta de dados foi construído um instrumento, de acordo com os re-sultados investigados, contendo as seguintes variáveis: autor e ano, titulo, objeti-vo e conclusão. Os dados foram apresentados nos resultados utilizando quadro e foram discutidos à luz da literatura pertinente sobre a temática. Atendendo aos preceitos éticos, houve o comprometimento em citar os au-tores utilizados no estudo respeitando a norma brasileira regulamentadora 6023 que dispõe sobre os elementos a serem incluídos e orienta a compilação e produ-ção de referências. Os dados coletados foram utilizados exclusiv-amente com fina-lidade científica.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Do total de 11 artigos selecionados para compor a amostra desse estudo, os pode-se verificar que evidenciaram que o processo de Acreditação hospitalar permite padronização e qualificação dos proces-sos da organização hospitalar; os profissionais acreditam na mudança do processo de trabalho, mesmo diante da pressão imposta, mas necessitam ser motivados e valorizados por parte dos que operam o siste-ma; possibilita crescimento e desenvolvimento profissional, porém gera stress profissional e sobrecarga de trabalho; há maior escuta dos profissio-nais; facilita a comunicação no ambiente hospitalar; há maior segurança para o trabalhador; favorece boas práticas na assistência de enfermagem e a importân-cia de atividades educativas; melhora a gestão de custos, a estrutura da organiza-ção, o gerenciamento da as-sistência e a percepção de orgulho/satisfação no tra-balho; planeja ações para corrigir as arestas e poten-cializa as vitórias conquista-das com o processo de qualidade existente; desenvolve a liderança, estimula a formação de competências (interpessoais e gerenciais) e da uma conotação mais gerencial à execução das rotinas desempenhadas pelo enfermeiro; evidencia a importância da comunicação para envolvimento e

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participação dos funcionários; e melhora a qualidade nos serviços de saúde (Quadro 1).

Quadro 1: Publicações referentes a Síndrome de Burnoutem profissionais médicos no período de 2012 a 2017.

AUTOR E ANO TÍTULO OBJETIVO CONCLUSÃO

Francisco, Paz

e Lazzari

(2012)

Perspectivas de enfermeiras

sobre gestão da qualidade e

Acreditação hospitalar

Conhecer as perspectivas dos

enfermeiros sobre os Pro-

gramas de gestão de quali-

dade e Acreditação hospita-

lar.

A Acreditação hospitalar é uma podero-

sa ferramenta na gestão, pois padroniza

e qualifica os processos da organização

hospitalar. Assim, torna-se necessário que

os profissionais mantenham a busca con-

tínua por inovações visando à qualidade do

cuidado.

Manzo, Brito e

Corrêa

(2012)

Implicações do processo de

Acreditação Hospitalar no

cotidiano de profissionais de

saúde

Analisar as implicações do

processo de Acreditação no

cotidiano dos profissionais de

saúde

Observou-se que o processo de Acreditação

se configura como uma possibilidade de

crescimento /desenvolvimento da capaci-

dade crítica dos atores envolvidos. Contudo,

as exigências impostas por este processo

desencadeiam stress profissional/ sobrecar-

ga de trabalho.

Peixoto, Brito e

Santana

(2012)

Gestão de pessoas em uma

unidade pediátrica na per-

spectiva do diagnóstico ONA

e de profissionais

Compreender as práticas de

gestão de pessoas na per-

spectiva do diagnóstico da

Organização Nacional de

Acreditação Hospitalar (ONA)

e de profissionais de saúde de

uma unidade de internação

pediátrica

Conclui-se que o diagnóstico é importante

para o planejamento da gestão de pessoas,

devendo ser utilizado juntamente com me-

canismos para escuta dos profissionais.

Manzo, Brito e

Alves

(2013)

Influência da comunicação

no processo de Acreditação

hospitalar

Analisar, na perspectiva de

profissionais, as principais

barreiras de comunicação

vivenciadas no decorrer do

processo de Acreditação em

um hospital privado de mé-

dio porte de Belo Horizonte

A comunicação organizacional é uma fer-

ramenta eficaz para subsidiar mudanças

importantes nas empresas, como o alcance

da Acreditação hospitalar. Articulando a

mudança de forma concisa e clara no que se

refere à comunicação, poderá ser alcançado

perenemente o padrão de qualidade.

Velho e Treviso

(2013)

Implantação de programa de

qualidade e Acreditação: con-

tribuições para a segurança

do paciente e do trabalhador

Descrever a opinião de profis-

sionais de enfermagem di-

ante da implantação de um

programa de qualidade e

Acreditação

O estudo evidenciou mudanças com a im-

plantação do programa de Acreditação,

como maior segurança para o trabalhador

e para o paciente, busca contínua de boas

práticas na assistência de enfermagem e a

relevância de atividades educativas.

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Camillo et al.

(2015)

Acreditação em hospital pú-

blico: percepções da equipe

multiprofissional

Analisar as percepções da

equipe multiprofissional so-

bre a Acreditação em um hos-

pital público.

Os participantes percebiam a Acreditação

como sistema favorável à gestão da quali-

dade no serviço público porque promove o

desenvolvimento de competências profis-

sionais e melhora a gestão de custos, a es-

trutura da organização, o gerenciamento da

assistência e a percepção de orgulho/satis-

fação no trabalho.

Fernandes e

Peniche

(2015)

Percepção da equipe de en-

fermagem do Centro Cirúr-

gico acerca da Acreditação

Hospitalar em um Hospital

Universitário

Analisar a percepção da equi-

pe de enfermagem do centro

cirúrgico sobre o processo de

Acreditação hospitalar, nas

dimensões avaliativas de es-

trutura, processo e resultado.

Este diagnóstico situacional subsidiará a

reestruturação dos pontos vulneráveis aval-

iados nas três dimensões, sobretudo da

dimensão de estrutura, com vistas à Acred-

itação nível 2 pela Organização Nacional de

Acreditação pleiteada na Instituição.

Mendes e Mi-

randola (2015)

Acreditação hospitalar como

estratégia de melhoria: im-

pactos em seis hospitais

acreditados

Analisar os impactos da

Acreditação no desempenho

organizacional de hospitais

Os resultados evidenciaram que a Acredi-

tação hospitalar tem capacidade de gerar

melhorias relacionadas à gestão dos pro-

cessos, satisfação dos clientes e desenvolvi-

mento de profissionais de saúde.

Freire

(2017)

Estratégias para manutenção

do nível de certificação em

um hospital Acreditado com

Excelência

Analisar as estratégias ge-

renciais para promoção de

melhorias no cotidiano dos

serviços de um hospital e

para manutenção da certifi-

cação de Acreditado com Ex-

celência.

Evidencia-se a importância da comunicação

para envolvimento e participação dos fun-

cionários no processo de Acreditação, com

disseminação de informações até o nível

operacional. Os treinamentos constantes

e as auditorias internas contribuíram para

desenvolvimento de pessoal e melhoria dos

processos, refletindo no trabalho cotidiano

com qualidade e na manutenção da certifi-

cação.

Oliveira et al.

(2017)

Mudanças gerenciais resul-

tantes da Acreditação hospi-

talar

Analisar as percepções de ge-

stores e trabalhadores sobre

as mudanças no gerencia-

mento hospitalar advindas da

Acreditação

As mudanças gerenciais nas organizações

hospitalares, advindas da Acreditação, se

mostraram amplas, multifacetadas e coadu-

nam às melhorais da qualidade nos serviços.

A partir desses resultados verifica-se que a implantação do processo de Acreditação hospitalar pre-cisa fazer parte do planejamento com metas e expectativas devidamente formalizadas. Por promover a qualidade em saúde a partir de um processo de avaliação externa, na qual uma organização especializada avalia uma instituição de saúde, para verificar se padrões ótimos são possíveis de serem atendidos, a fim de propiciar uma melhoria contínua de qualidade nos serviços prestados (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTEN-REITER, 2013; COUTO; PEDROSA, 2007). Contudo, essa estratégia abrange ainda o compromisso com a segurança, a ética profissional, os

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procedimentos e com a garantia da qualidade no atendimento à população, com vistas a beneficiar usuári-os, trabalhadores da saúde e instituição hospitalar (EMIDIO et al., 2013). Nesse contexto, a Organização Nacional de Acreditação (ONA) tem o objetivo de promover a implantação da certificação da qualidade dos serviços de saúde em diferentes categorias de organizações de saúde, que voluntariamente optam por aderir à Acreditação (ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2014). A partir desse objetivo, as instituições hospitalares desenvolvem e implementam a avaliação da qualidade dos serviços assistenciais, contemplando investimentos em tecnologia, em treinamento huma-no e na aplicação de melhores práticas assistenciais (ALONSO et al., 2014). No Brasil, a Acreditação consiste num processo de avaliação voluntário, periódico e reservado, que tende a garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente aceitos. Assim, cabe ao hos-pital a prerrogativa de analisar os potenciais benefícios gerados pela Acreditação e decidir pela sua im-plantação ou não. Tais padrões são estabelecidos em grau de complexidade crescente e servem de guia para que uma instituição avaliadora possa avaliar a infraestrutura, os processos e os resultados de um hospital, dependendo do nível de Acreditação a ser implantada (ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDI-TAÇÃO, 2014). Segundo o modelo brasileiro, a certificação mediada pela Acreditação é representada na forma de níveis e os critérios que regem cada nível podem ser observados no Manual Brasileiro de Acreditação, proposto pela ONA (ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2014). Além disso, as instituições de saúde nacionais também podem requerer a certificação internacional, por meio (principalmente) da Joint Comission Internacional (JCI) e a Canadian Council on Health Services Accreditation (ALVES, 2009). Os níveis são de Acreditação (nível 1) caracterizado pela ênfase na segurança, no qual são verifi-cados o atendimento de requisitos formais, técnicos e de estrutura conforme a legislação corresponden-te. Enfatiza também a gestão de riscos adotada pelo hospital. Na Acreditação Plena (nível 2) foca-se nos processos, avaliando a gerência dos processos e suas interações sistêmicas e pressupõe um sistema de medição de desempenho e ações de educação para melhoria desses processos. E por fim, a Acreditação com Excelência (nível 3) visa os resultados avaliando a existência de políticas de melhoria contínua do de-sempenho organizacional a partir das medições internas e comparações externas. Neste nível, há evidên-cias de maior maturidade na gestão hospitalar e uso estratégico das ações de melhoria (ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2014). Os benefícios elencados pela literatura são a possibilidade de avaliação e distinção das organi-zações de saúde, importante ferramenta de gestão para: entender os requisitos para a melhoria do desem-penho, promover a cooperação interna entre setores, processos e pessoas da equipe, melhoria contínua; qualidade da assistência; construção de equipe e função educativa; critérios e objetivos concretos adapta-dos à realidade brasileira; gerenciamento; e segurança para pacientes e profissionais (ALONSO et al., 2014). Para que o processo de Acreditação hospitalar não resulte apenas na redução de custos e otimização de recursos, é fundamental a interação entre a direção e o os profissionais da instituição, na busca de me-canismos de controle dos processos de trabalho no hospital, a terceirização de atividades meio, a infor-matização da maioria dos processos administrativos e forte ênfase na utilização de protocolos (MENDES;

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MIRANDOLA, 2015). Isto exige uma nova cultura e clima organizacionais, onde a horizontalização de infor-mações conviva com a adoção de decisões individuais e coletivizadas (resultante de um processo) (EMIDIO et al., 2013). Desse modo, ao decidir pela implantação da Acreditação, a organização hospitalar passa pela ade-quação dos processos assistenciais, padroniza os procedimentos assistenciais e documenta as práticas de desempenho das atividades em toda a organização. Assim, o processo de Acreditação hospitalar necessita da participação de toda a equipe multidisciplinar envolvida com a qualidade do atendimento prestado ao paciente, incluindo diretores, administradores, técnicos, médicos, enfermeiros, enfim, precisa transpor a barreira hierárquica. Esta integração será facilmente reconhecida na configuração dos indicadores de qualidade, que servirão de controle para a avaliação dos resultados obtidos (ALONSO et al., 2014). A implantação da Acreditação hospitalar necessita do envolvimento de diversos segmentos profis-sionais (alta direção, médicos, enfermeiros e pessoal administrativos) (MENDES; MIRANDOLA, 2015). Para Manzo, Brito e Corrêa (2012), a Acreditação é influenciada pelo nível de motivação dos trabalhadores, ao mesmo tempo que ela influencia o ambiente de trabalho desses profissionais. No entanto, esse processo ainda apresenta resistência por parte dos profissionais, já que as orga-nizações hospitalares são formadas por pessoas, com as suas características pessoais intrínsecas, valores incorporados na sua conduta ética, atitudes e expressões que imprimem sua individualidade, posicionam seu espaço no grupo, legitima as especificidades que lhes são peculiares como ser humano. Nesse contex-to, as mudanças afetam os processos de trabalho que são executados por pessoas (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTENREITER, 2013). A transformação de hábitos arraigados representa um dos principais fatores de resistência às mu-danças, pois se trata de uma instituição que contém rotinas programadas e sistemáticas e relações de poder formal e informal. A adesão a novas práticas pode ser entendida como ameaça, quando não estão bem estabelecidas. Por isso, é importante que gestores acreditem e adotem modelos gerenciais eficazes e motivacionais, envolvendo as lideranças no esforço para as mudanças (LUEDY; DIAS; RIBEIRO JUNIOR, 2013). A adaptação a essas mudanças ocorre por meio de situações educacionais nas quais todos os seus participantes precisam discutir de forma aprofundada temas como eficiência e eficácia. É comum que determinados setores ofereçam resistência a tais programas, o que exige etapas de sensibilização e de diagnóstico institucional participativo, para posterior avaliação da situação e discussão de processos de aperfeiçoamento. Fazem parte permanente deste processo, o planejamento estratégico, o redesenho e a padronização de processos, a integração informacional e a análise e melhoria contínua (EMIDIO et al., 2013). Mesmo a assim, alguns estudos abordam que a resistência possui um índice de ocorrência infinita-mente superior ao da aceitação ao processo de mudança organizacional devido ao Acreditação hospitalar. E pode ser citada, a inércia estrutural, pois essas instituições hospitalares possuem um organograma hi-erarquizado com relações sedimentadas e a mudança pode representar ameaça e estabilidade (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTENREITER, 2013).

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Outro ponto relacionado à resistência é o foco limitado de mudança, pois quando há mudanças em setores isolados, há sempre negligencia outros setores na sua adesão e desse modo, estas mudanças serão sacrificadas em benefício daquelas que propõem um bem-estar geral da empresa. Ainda há a ameaça à especialização, por ser interpretada com uma desestabilização dos profissionais que se especializaram em tarefas profissionais cuja tendência é ser polarizada e absorvida por outros profissionais, eliminando a verticalização e estimulando a multidisciplinaridade dos profissionais (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTENREIT-ER,2013). Além disso, são abordados a ameaça às relações estabelecidas de poder, dado que a introdução da equipe de trabalho autogerida ou decisão participativa, aniquila a relação estabelecida pela autoridade e hierarquia existente na supervisão e gerência de nível médio. E ameaça às distribuições estabelecidas de recursos por setores que se sentem ameaçados na distribuição orçamentária dos recursos nos próximos períodos de alocação (BOMFIN; TRIVELLATO; HASTENREITER, 2013). Nesse interim, é observado que os profissionais médicos relutam em se envolver ativamente nos processos de Acreditação (MENEZES et al., 2009). Enquanto, os enfermeiros se envolvem de forma relevante por, normalmente, assumirem funções técnicas e de gestão, desempenhando uma posição-chave na Acreditação (MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012). Diante, enfatiza-se que a adesão a Acreditação por parte dos profissionais é entendida como uma estratégia eficaz para a qualidade e melhoria do desempenho organizacional (DAVIS et al., 2007; ALKHENI-ZAN; SHAW; 2011). Também, seria uma forma de demonstrar compromisso com a qualidade dos serviços (AURAS; GERAEDTS, 2010). Já as atitudes negativas associam a Acreditação à burocratização e aos seus altos custos de implantação (MENEZES et al., 2009). À vista disso, cabe a alta direção o estabelecimento de um propósito de organização e, no caso da Acreditação, seu engajamento serve como exemplo para os demais profissionais de saúde (EL-JARDALI et al., 2008; MACINATI, 2008). Visto que esses profissionais devem entender sobre as vantagens e as barreiras e/ou dificuldades advindas desse processo, porque os seus resultados podem fomentar a tomada de de-cisão mais assertiva e também contribuir na elaboração de estratégias voltadas à implantação e monitora-mento desse sistema (ALVES, 2009). Assim como benefícios gerados pela Acreditação para a instituição hospitalar, há os benefícios referidos por profissionais que entendem a importância desse processo e apresentam uma boa adesão. São apontados a maior segurança da assistência ao usuário e da atividade profissional, padronização de técnicas, respaldo na cientificidade do cuidado, melhorias nas condições de trabalho; aumento da quali-ficação dos profissionais de saúde, estimulo a realização de atividades de treinamento e educação, o que contribui para a capacitação dos profissionais de saúde e o aprendizado organizacional e contribui para o aumento da satisfação dos profissionais de saúde (MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012; MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012; TOUATI; POMEY, 2009; AL TEHEWY et al., 2009). Portanto, cabe aludir que a Acreditação, para produzir melhorias na qualidade da assistência, exige trabalho interdisciplinar e superação da atenção fragmentada. Nessa perspectiva, para viabilizar a quali-dade almejada, é preciso que os profissionais internalizem a lógica do cuidado integral e considerem o

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usuário como foco do processo de atendimento (MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012).

CONCLUSÃO Após a pesquisa, concluímos que a Acreditação apresenta diversas vantagens como legitimação da qualidade e promoção do sentimento de orgulho e de satisfação entre os profissionais, porém as im-plicações desse processo no cotidiano dos profissionais de saúde apresentam várias barreiras, assim ne-cessitando que comportamentos sejam modificados, obstáculos ultrapassados e o agir qualificado, provo-cando nos profissionais de saúde, motivação e compromisso para promoverem as mudanças necessárias, bem como propiciar ao paciente uma melhor prestação de serviços, com um cuidado humanizado e de excelência. Com base nisso, considera-se que a Acreditação tem potencial para se consolidar como sistema de gestão da qualidade nas instituições de saúde, pois, através de seus propósitos e métodos claramente definidos, as organizações governamentais poderão favorecer o desenvolvimento de competências profis-sionais, a gestão de custos, o incremento da estrutura, o gerenciamento eficiente do cuidado e a valori-zação do trabalhador.

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OS DESAFIOS DO GESTOR HOSPITALAR NA ACREDITAÇÃO EM SAÚDEMarcos Paulo da Silva Soares; Eliudo Lopes Soares; Jorge Costa Rocha;

João Batista Alves de Sousa; Cristiane Moraes.

RESUMO

Metodologia: Para elaboração do trabalho, foram realizadas pesquisas cientificas juntamente com reuniões dos integrantes da equipe para obtenção de entendimento e domínio do assunto abordado. Foram utilizados dados oficiais da ONA em relação a quantidade de instituições acreditadas no MaranhãoObjetivo: Este trabalho tem o objetivo de informar e instruir gestores hospitalares e pessoas relacionadas a administração hospitalar, das principais dificuldades da acreditação em saúde. Resultados: Foram identificadas características referentes às “vantagens” e “dificuldades” e quais ações devem ser tomadas para que se tenha um melhor desempenho na implementação da acreditação em saúde Conclusão: A avaliação da qualidade é um tema que preocupa os gestores dos serviços de saúde e por isso é importante que sua operacionalização ocorra por meio de ferramentas e técnicas sistemáticas, para que o processo gerencial alcance uma visão racional e estratégica da qualidade, com decisões volta-das à melhoria contínua dos processos e produtos.

INTRODUÇÃO

O processo de certificação de qualidade dos serviços prestados por instituições de saúde, operado-ras e planos conceitua Acreditação Hospitalar. No Brasil, esse processo se acontece por iniciativa própria, o que difere de outros países que pode ser obrigatória. A importância desta certificação está muito além do trabalho de gestão, envolve uma questão de segurança, ética profissional, educativa, a consciência à necessidade de aprofundar em técnicas tecnológi-cas afim de garantir a qualidade nos serviços prestados à população pelas instituições de saúde. A acreditação hospitalar é essencial e determinante para qualquer estabelecimento de saúde que busca uma melhora significativa, como em qualquer atividade hospitalar, este processo não é uma tarefa simples, exige total envolvimento, administrativo, financeiro, de serviços e pessoal. A unidade por completa incluindo todos os membros devem estar cientes do objetivo da acredi-tação, consequentemente, para que tal evento aconteça, alguns procedimentos realizados pela instituição necessitam ser alterados ou melhorados, envolvendo mudança de comportamento dos funcionários po-dendo gerar alguns conflitos. Os responsáveis por grande parte dessa mudança são os gestores, que diretamente ligados ao ob-jetivo de conseguir a acreditação, desenvolvem alguns métodos, elaboram treinamentos e capacitações para que tal mudança seja executada de forma funcional, os gestores devem acompanhar todo o proces-so, auxiliando e supervisionando suas ações, sejam de atendimento ou administrativa. Este processo afeta diretamente a rotina dos colaboradores, já que não é fácil o processo de mu-dança, havendo resistência por parte da equipe de profissionais para seguir novos procedimentos, e os gestores detêm a função de intermediá-los e auxiliá-los diretamente junto aos processos que precisam ser melhorados, implantados ou capacitados. A proposta deste trabalho é apresentar as dificuldades encontradas pelo gestor, levando em con-

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sideração, o ambiente, equipe organizacional, a estrutura em um todo, para que consiga elevar o nível de qualidade da instituição dentro das normas exigidas pelas ONA (Organização Nacional de Acreditação).

DESENVOLVIMENTO

O processo de acreditação hospitalar é inteiramente organizado e direcionado pela ONA (Organi-zação Nacional de Acreditação), que credencia as IACs (instituições acreditadoras credenciadas), que são contratadas pela unidade que pretende alcançar a acreditação.Neste projeto, destacamos alguns dos principais passos que o gestor deve seguir para conseguir sucesso neste processo. Uma das principais ações e essencialmente a mais importante é garantir o apoio da alta admin-istração da instituição, sobretudo o departamento financeiro, pois em processos que contam com uma infraestrutura física não adequada em alguns aspectos como por exemplo uma construção antiga, essas adequações podem modificar os ambientes, deixando adequado aos padrões de qualidade exigidos. A administração deve estar sempre motivando seus colaboradores, pois etapas de mudanças nas atividades podem desestimular alguns profissionais e até mesmo resultar em uma redução de rendimento, além de supervisionar e planejar as ações a serem tomadas, é importante que os responsáveis administrativos estimulem toda a unidade de forma geral. É necessário designar um responsável direto que possa acompanhar os processos que envolvem a implantação das mudanças que acontecem principalmente no comportamento interno de todo pessoal. Este profissional deve ser ligado diretamente a direção, pois estará em contato direto com uma consultoria externa e todos os processos envolvidos para a implantação da acreditação. A seleção e contratação da empresa credenciadora deve ser orientada pela ONA que dispõe de um programa de acreditação de IACs (Instituições Acreditadoras Credenciadas) que fará um diagnóstico primário, conseguindo a acreditação, a empresa contratada permanecerá parceira para visitas de vistoria e manutenção à instituição. A partir de todas essas mudanças, é necessário a criação de um comitê de qualidade, onde reunirá todos os colaboradores chave para discutir as mudanças e o andamento dos processos que são realizados. A comissão será composta por Presidente, Vice-presidente, líderes dos processos, gerência administrativa, técnica e diretor. Para garantir que esses líderes possam alcançar os objetivos, é necessário que sejam capacitados, garantindo a segurança e qualidade nos processos de melhoria contínua, gestão de qualidade, liderança, gerenciamento de risco e gestão de cuidados, são essas pessoas que irão desenvolver todas as etapas necessárias para o processo de acreditação a serem implantados e atuarão também como fomentadores das mudanças e das aplicações das normas a serem seguidas. Para alcançar o número total de colaboradores, é indispensável a integração dessas pessoas com os conceitos de acreditação, trazendo métodos de capacitação contínua, realizando palestras, criar even-tos relacionados à acreditação, para que durante o aprendizado dos métodos possa ser despertado os benefícios da implantação da acreditação, posteriormente, adotar um sistema de reuniões frequentes onde serão revisadas o desempenho e benefícios alcançados a partir dessas mudanças e que sejam des-dobrados nas atividades. Assim como em toda empresa, a relação com fornecedores de insumos e produtos é fundamental para o desenvolvimento de suas atividades, nas instituições de saúde, essa relação acontece interna e

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externamente, é importante garantir parcerias com os processos fornecedores, que estão ligados dire-tamente a segurança e qualidade dos insumos e materiais de todos os setores, seja de, equipamentos, informações, fornecimentos de substanciais, sendo necessário uma vigilância permanente em tudo que é adquirido para uso nos seguimentos para o funcionamento da instituição, somente deste modo, será garantido que os materiais externos entrem de forma adequada nos processos internos. O processo de acreditação é sobretudo a busca pela segurança e qualidade, sensibilizar toda a or-ganização a compreender o benefício da segurança e qualidade a ser alcançado pode ser complexo, pois envolve todos os colaboradores de diferentes cargos e setores da unidade, desde funções primárias de recepção até os atendimentos e pós atendimentos, essa sensibilização pode ser transmitida de diversas formas, recursos visuais, como painéis, banners, panfletos, vídeos com o objetivo de mudar a visão dos colaboradores em relação a importância de suas tarefas de forma que analise e entenda que não é apenas uma execução de tarefa, e sim a integração com todos os procedimentos realizados na instituição. O processo de acreditação só acontecerá quando houver uma mudança cultural existente, em relação a execução de tarefas de modo pessoal que afetam a qualidade e a segurança dos procedimen-tos. A acreditação tem um grande desafio, pois o comportamento das pessoas pode afetar a eficiência das execuções das tarefas, os processos de mudança, confrontam comportamentos culturais predomi-nantes, os gestores devem conhecer seus colaboradores, para que percebam os métodos de abordagem na correção de desvios comportamentais não padronizados com os níveis de segurança e qualidade da acreditação. Em busca de alcançar os padrões rígidos de segurança à saúde, a acreditação é definida em três níveis:

ACREDITADOPara instituições que atendem aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais.Válido por dois anos.

ACREDITADO PLENOPara instituições que, além de atender aos critérios de segurança, apresenta gestão inte-grada, com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as ativi-dades.Válido por dois anos.

ACREDITADO COM EXELÊNCIAO princípio deste nível é a “excelência em gestão”. Uma Organização ou Programa da Saúde Acreditado com excelência atende aos níveis 1 e 2, além dos requisitos específicos de nível 3. A instituição já deve demonstrar uma cultura organizacional de melhoria con-tínua com maturidade institucional.Válido por três anos.

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No maranhão, alcançaram a acreditação hospitalar apenas quatro instituições, relacionadas abaixo:

No entanto, o interesse na acreditação demonstrado por outras instituições traz para o gestor hospitalar uma urgência na busca pelo conhecimento da implantação e atuação dos processos de segurança e quali-dade em saúde, possibilitando um amplo mercado disponível a gestores determinados a investir cada vez mais na capacitação do processo de acreditação hospitalar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em qualquer unidade de saúde a busca pela segurança deve ser contínua, e os gestores hospitala-res tem um grande papel nessa missão. Como vivemos em um país com de diversos costumes, encontramos algumas dificuldades para implantar o processo de acreditação. A avaliação da qualidade é um tema que preocupa os gestores dos serviços de saúde e por isso é importante que sua operacionalização ocorra por meio de ferramentas e técnicas sistemáticas, para que o processo gerencial alcance uma visão racional e estratégica da qualidade, com decisões voltadas à melho-ria contínua dos processos e produtos. Por isso, os gestores devem estar sempre atentos as inovações nos métodos de inclusão e capaci-tação de pessoas, garantindo um conhecimento consolidado acerca da acreditação em saúde.

REFERÊNCIAS

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O DESAFIO DO GESTOR HOSPITALAR NA LOGÍSTICA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOSHOSPITALARES EM HOSPITAIS PÚBLICOS: uma revisão de literatura

Ana Cristina Félix Guimarães; Francismar Costa Viana;Tatiana Conceição Silva Rodrigues dos Santos

INTRODUÇÃO

O método de trabalho gerencial da expectativa das práticas de saúde socialmente estruturadas tem função importante na constituição de uma maneira de fazer saúde voltada para a necessidade de saúde. No exercício desse papel e pautadas na articulação e integração, três dimensões são inerentes à atividade gerencial: técnica, política, comunicativa e de desenvolvi-mento da cidadania (KURCGANT et al., 2010). Kurcgant et al., (2010) ressalva que a gestão em saúde é uma das atividades, cuja função está artic-ulada na integração, possibilitando ao mesmo tempo, transformação do proces-so de trabalho e transfor-mação as determinações presentes no cotidiano das organizações. A gestão ou administração em saúde pode ser definida como o conhecimento apli-cado no manejo do complexo das organizações de saúde, envolvendo a gerência de redes, es-feras públicas de saúde, hos-pitais, laboratórios, clínicas e demais instituições e serviços de saú-de. Abrange três grandes dimensões altamente complexas: os espaços dos cuidados diretos - singulares e multiprofissionais; as diversas institu-ições de saúde; e a exigência da formação e operação de redes de serviços de saúde para uma assistência universal, integral, equânime, de qualidade e eficiente para as necessidades de saúde da população (CE-CÍLIO, 2009). A gestão de materiais envolve as atividades que são decorrentes do fluxo de materi-ais, desde a compra junto aos fornecedores até os consumidores finais. A distribuição destas atividades engloba: o for-necimento dos produtos, o controle da produção, o planejamento, a dis-tribuição física, o armazenamen-to, o uso da quantidade e da maneira adequados. Na área hospi-talar, existe um fluxo elevado de entrada e saída de materiais; e para conduzir essa demanda, é primordial que haja uma gestão qualificada que entenda os processos e normas para um bom gerenciamento destes materiais. É um processo no qual se projeta, executa e controla, em condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de materiais, partindo das especializações dos artigos a comprar até a entrega do produto. Os avanços tecnológicos tem impulsionado o aumento constante da com-plexidade assistencial, exigindo um nível de atenção cada vez mais alterado, por parte dos pro-fissionais de saúde, criando uma demanda crescente por recursos materiais (CASTILHO; GONCALVES, 2005). Segundo Amaral (2013) a gestão de materiais hospitalares é um setor fundamental de apoio para que haja redução de custos e prejuízos, apoiadas pelos setores de licitações de compras, pelo serviço de controle de qualidade e almoxarifado, propondo atender às demandas institucionais por recursos materi-ais, bens e serviços. Diante esse contexto, Gil, Chaves & Laus (2015) respaldam que o planejamento e a gestão de custos hospitalares estão interligadas a gestão de compras, viabilizando a redução de gastos e desperdício de insumos através de escolhas de alternativas possíveis, com a finalidade de oferecer qualidade máximo ao menor custo. Portanto, o gerenciamento de materiais depende diretamente do envolvimento dos profis-sionais ligados aos setores onde ocorre o efetivo consu-mo, de forma que possa garantir o uso adequado com mínimo de prejuízo.

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Os serviços de saúde devem aprimorar os sistemas de gerenciamento de materiais, com preços de mercado e consumo, no intuito de garantir uma assistência contínua e de quali-dade a um menor custo, além de assegura a qualidade e quantidade dos materiais necessários para a consumação do trabalho, conforme citam Almeida & Silva (2016). Os autores concluem ainda que quando há medida que viabilize a gestão com alcance de boa qualidade, bom custo e benefício, as dificul-dades e limitações amenizam. A gestão de equipamento médico-hospitalar é uma área que atua na tomada de de-cisões ref-erentes ao custo e à aquisição de insumo, visando atender às diversas complexidades que o ambiente hospitalar enfrenta diariamente como a necessidade tecnológica, as exigências legais e as restrições no orçamento econômico (ANARAL, 2013). O procedimento de gestão dos equipamentos médico-hospitalares nas organizações de saúde inicia quando é ressaltada a precisão de um produto no setor ou na unidade. Quando o equipamento encontra-se padronizado, ocorre investigação de disponibilidade ou necessidade de compra. Por outro lado, quando o produto não está padronizado na instituição, em alguns casos, é emitido um comunicado à comissão de avaliação de equipamento para definição de caracte-rísticas e da necessidade de compra. Caso contrário, o descritivo do equipamento é avaliado e substituído por outro produto similar, devida-mente cadastrado na instituição (REIS et al., 2015). Segundo Brandalise (2014), a gestão de estoques relaciona-se com atividades como planejamento, programação e apoio às operações de produção. Além de incluir a execução de atividades de armazena-mento do estoque em locais de fabricação, manuseio e transporte. É possível definir estoque, segundo o autor, como sendo um conjunto de bens que ficam à disposi-ção de forma a atender uma demanda. O almoxarifado é o local para armazenar os materiais, e deve ser construído de pre-ferência de alvenaria, com uma estrutura ampla e segura, com a finalidade de colocar pratelei-ras com divisórias para comportar os materiais de acordo com suas especificações. As pratelei-ras devem ser identificadas com etiquetas, constando o nome dos produtos, para facilitar a sua localização. Para determinados materiais, é necessário criar depósitos e/ou baias em locais se-parados. Dias (2012) define que o almoxarifado é re-sponsável pelo armazenamento do estoque, com exceção de produtos em processo. Portanto, administrar materiais, de forma adequada, ajuda no processo para evitar perdas e desper-dícios. Isso pode ser feito de algumas maneiras, tais como: fazer um planejamento adequado da utilização dos materiais, requisitar e comprar materiais de acordo com a demanda, treinar profissionais do almoxari-fado na gestão de materiais, dispor de depósitos ou almoxarifado seguro e com espaço adequado, contro-lar e fiscalizar o recebimento, o manuseio, o armazenamento e a utilização destes materiais, entre outros. O presente trabalho traz, para a sociedade, conhecimentos sobre a prática e os processos de gestão hospitalar para administrar materiais, de modo a aperfeiçoar a utilização dos materiais, evitando o desper-dício. Para a ciência, o trabalho científico serve como pesquisa para acadêmicos que estão ingressando na academia e para aqueles profissionais que buscam aprimorar o conhecimento, pois trata-se de conteúdo atual, que é abordado de forma simples, tendo como referência autores da área de gestão em saúde, ga-rantindo coerência e credibilidade. A pesquisa desenvolvida traz grandes aprendizados, tanto na parte teórica quanto na prática, em que é possível fazer uma análise como um todo na parte administrativa hospitalar, tendo a oportunidade de sugerir e colocar em prática o conhecimento teórico adquirido nas disciplinas voltadas a gestão, com objetivo de solucionar os problemas que ocorrem no cotidiano das empresas, visando a melhoria contínua dos processos nas organizações. Considerando-se a relevância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como

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problema de pesquisa: De que maneira os gestores hospitalares poderiam amenizar o desperdício de ma-teriais e manuseamento de equipamentos? Tal questionamento há de requerer tanto uma revisão bibli-ográfica quanto a utilização de mecanismos de observação ou coleta de informações através de pesquisa integrativa. Assim, os objetivos da pesquisa foram descrever, através de uma revisão de literatu-ra, a percepção sobre a gestão de material e equipamentos hospitalares no processo de trabalho hospitalar; descrever as atividades de gestão e sua importância; destacar a atuação de profissio-nais de saúde como gestor de qualidade; discutir o gerenciamento como ferramenta de controle do uso de materiais de consumo; e, ex-por a gestão quanto ao manuseio inapropriado de equipamentos hospitalares. No presente estudo utilizou-se uma revisão de literatura integrativa a qual tem a fina-lidade de reunir e sintetizar resultado de pesquisa sobre o desafio da gestão de materiais e equi-pamentos hospita-lares em hospitais públicos, de maneira sistemática e ordenada. Para Carneiro et al., (2012), a revisão integrativa é considerada ferramenta científica relevante para assegurar a realização de uma assistência à saúde, uma vez que sintetiza os es-tudos e direcionam estraté-gias com ênfase ao conhecimento em uma abordagem rigorosa do processo, permitindo a diminuição de possíveis vieses. Esse tipo de estudo consiste em ampla análise de publicações, com a finalidade de obter dados sobre determinada temática. Inclui a análise de publicações relevantes, possibilita a síntese de estudos publicados sobre o assunto, indica lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas por meio de novas pesquisas, além de proporcionar conclusões gerais a respei-to da área do estudo (MENDES; SILVEI-RA; GALVÃO, 2008). Para operacionalizar essa revisão, foram realizadas por quatro etapas: A Coleta de dados faz parte da primeira etapa, a qual foram feitas busca de periódicos e artigos científicos através nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Pubmed, pesquisados no período de junho e julho de 2017. Na segunda etapa, buscou-se os descritores para a pesquisa: Gerenciamento. Mate-rial. Hospitalar. Através desses descritores, que foi feita a coleta tanto para o critério de inclusão quanto de exclusão para fazer parte do corpo da pesquisa. Os critérios de inclusão e exclusão estão na terceira etapa. Entretanto, para atingir essa etapa, de-staca-se a seguinte questão de pesquisa: Qual o papel do gestor em relação à gestão de material e equi-pamentos hospitalares no processo de trabalho hospitalar? Os artigos que serviram para a construção do estudo compreendem artigos, teses e dissertações, com dis-ponibilidade on-line; redigidos em português. Já o critério de exclusão foram os trabalhos que não estivessem compatíveis com os objetivos. Foram encontrados 28.900 periódicos com os descritores (entre os anos 1998 a 2017). Por obter um número excessivo de estudo, buscaram-se somente os que se enquadra-ram com os objetivos propostos e com os critérios de inclusão. Foram utilizados 48 estudos pu-blicados por se enquadrarem nesses critérios. E por fim, foi feita a quarta e última etapa que trata da análise dos resultados. Após a identificação das obras nos periódicos, realizou-se a leitura do material, em seguida, foi realizada uma leitura dos re-sumos com o objetivo de verificar se o artigo obtido interessava ao estudo, respeitando os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Após a leitura analítica dos artigos, foi realizado um fichamento para melhor compreensão e análises dos textos e finalmente a re-dação final do trabalho. Para a análise dos artigos utilizou-se as variáveis: autor, ano, tipo de es-tudo, e principais achados. Ao que condiz aos aspectos éticos da pesquisa, ressalta-se a preservação da autoria e a referência

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das pesquisas empregadas para elaboração deste artigo. Ainda, pelo seu perfil científico, a revisão integra-tiva dispensa a submissão do estudo a um Comitê de Ética em Pes-quisa.

REVISÃO DE LITERATURA A partir do cruzamento dos descritores foram encontrados 20 artigos e, seguindo os critérios de inclusão e os indicadores de coleta, para concretização dos resultados desta pesqui-sa foram analisados e evidenciados conforme quadro 1. Quadro 1: Distribuição do número de artigos científicos segundo atividades gerenciais e sua im-portância.

AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Santos; Lima, 2011

Pesquisa qualitativa do tipo estu-do de caso

As ações de previsão e provisão de recursos são: elab-oração de escala mensal de funcionários, distribuição diária dos funcionários e gerenciamento de recursos materiais.

Pezzi, Leite, 2010

O estudo de abordagem quali-tativa, pautado por entrevistas semi-estruturadas,

Cabe ao gestor a escolha dos recursos materiais e hu-manos condizentes com as atividades do setor. Este tem total responsabilidade pela seleção e treinamen-to de pessoal: tanto a qualificação quanto o recruta-mento dos recursos humanos devem ser dimensiona-dos, criteriosamente, levando em conta o trabalho e o funcionamento da Central de Material e Esterilização (CME).

Domingues Garcia et al., 2012

Trata-se de um estudo descritivo, exploratorio de naturezaqualitativa.

Para nortear os processos de compras de material médico-hospitalar, sugere-se a valorização das pecu-liaridades da instituição e levantamento de estraté-gias inoadoras que acrescentem qualidade ao proces-so, sem deixar de respeitar o que é preconizado para as instituições públicas.

Oliveira, 2017

O estudo de caso utiliza aborda-gem qualitativa e quantitativa

Fica evidente a importância da implantação do siste-ma de gestão de custos para o processo de apuração de custos hospitalares e também a importância da in-formação produzida pela contabilidade na gestão do hospital.

Martins; Dall'Ag-nol, 2016

Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa

As atividades gerenciais envolvem a promoção de momentos dialógicos para articular os diferentes pro-cessos existentes no CC, a fim de produzir subsídios para ampliar a segurança e a qualidade nos serviços prestados.

O gerenciamento de recursos materiais tem grande importância no fluxo de ativida-des de pro-gramação, compra, recepção, armazenamento, distribuição e controle, com o objetivo de garantir que a

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assistência aos usuários não sofra interrupções por insuficiência na qualidade e na quantidade de materi-ais (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). Segundo Cruz; Soares (2002) a necessidade de formação, qualificação e atualiza-ção dos profission-ais atuantes em CME, assim como do respectivo quantitativo necessário às diversas atividades de proces-samento de material, são possibilitadas a desenvolver de forma produtiva e com maior satisfação o que pode proporcionar um trabalho de qualidade. Assim, a gestão nas organizações requer informações que possibilitem o controle, a análise e a tomada de decisões de forma adequada. Para que isso seja possível, as informações geradas devem ser confiáveis e apropriadas para a finalidade a que se propõem. É fundamental que o sistema de custos seja amparado por um modelo conceitual consistente e robusto, dimen-sionado para seu propósito e dotado de critérios que possibilitem o tratamento dos dados de for-ma a assegurar a produção de informações para auxiliar, efetivamente, nos processos de toma-da de decisão e controle (GONÇALVES et al., 2010). Segundo Carvalho et al. (2015) todo setor necessita de um gerenciamento de quali-dade, o Centro Cirúrgico por ser um ambiente, marcadamente de intervenções invasivas e de recursos materiais com alta precisão e eficácia, requer profissionais habilitados para atender diferentes necessidades do usuário diante da elevada densidade tec¬nológica e à variedade de situações que lhe conferem uma dinâmica peculiar de assistência em saúde. Para que seja feito um gerenciamento de qualidade é necessário que o profissional de saúde esteja preparado para manusear com os processos de compras de material médico-hospitalar, através de es-tratégias articuladas garantindo assim segurança e qualidade. Daí a im-portância do gestor no ambiente hospitalar, pois apesar dos desafios e limitações, as práticas gerenciais devem ser constituídas de conhec-imentos teóricos (grifo nosso). Quadro 2: Distribuição do número de artigos científicos segundo atuação do profissional de saú-de como gestor de qualidade.

AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Paschoal et al., 2010

Trata-se de um relato de ex-periência

Avaliar previsão mensal com cotas mal dimensiona-das, perda do controle de estoque, desconhecimento total do consumo, falta e desperdício de material, en-tre outros.

Fernandes; Alcântara; Sadoyama, 2017

Revisão bibliográfica As organizações refletem e optam por ações voltadas para o planejamento, performance, desenvolvimento e melhoria. Assim, Observa-se um crescimento do in-divíduo quanto profissional levando a ampliando sua capacidade e criatividade.

Toigo; Picco-li; Lavarda, 2017

Pesquisa descritiva com aborda-gem qualitativa

O gestor do hospital mantém postura pró-ativa no atendimento das solicitações médicas dentro das dis-ponibilidades que o orçamento público possibilita ao gestor público, dessa forma, constata-se abertura para o diálogo de ambas as partes e para que cada uma dessas partes possa defender seus interesses profis-sionais.

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Placencio, 2017

Plano de ação Todo profissional de saúde deve estar preparado para um atendimento de urgência e emergência, onde a vida do paciente está em risco. Porém, não basta ape-nas habilidade técnica ou conhecimento científico, é necessária infraestrutura adequada, além de materiais e equipamentos para um suporte avançado de vida.

Bugs et al., 2017

Trata-se de estudo descritivo de natureza quantiqualitativa,

É nítida a necessidade de apoio a esse profission-ais, que reconhecem sua prática como fundamental, porém estão carentes por aprendizado, por valori-zação pessoale por reconhecimento no processo de trabalho desen-volvido no âmbito da melhoria da qualidade assisten-cial.

A atuação do profissional de saúde na administração de recursos materiais constitui-se uma con-quista nas esferas de tomada de decisão, destacando a importância do seu papel na dimensão técnico-ad-ministrativa inerente ao processo de cuidar e gerenciar (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). De acordo com Fadel e Filho (2009), gerenciar serviços de saúde que se envolvem ações relacio-nadas a prestação do serviço e não a um produto tangível, tornaeste tipo de gestão um processo delica-do. Neste contexto a relação dos profissionais com o cliente deve ser maleá-vel, pois o envolvimento do cliente dentro desse processo é muito presente. As organizações necessitam permanecer em constante avaliação e transformação, pois as pessoas que procu-ram estes serviços procuram estes serviços procur-am por qualidade no atendimento e nessa situação, a percepção da qualidade da assistência recebida está à frente da assistência esperada.

AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Paschoal et al., 2010

Trata-se de um relato de ex-periência

Avaliar previsão mensal com cotas mal dimensiona-das, perda do controle de estoque, desconhecimento total do consumo, falta e desperdício de material, en-tre outros.

Fernandes; Alcântara; Sadoyama, 2017

Revisão bibliográfica As organizações refletem e optam por ações voltadas para o planejamento, performance, desenvolvimento e melhoria. Assim, Observa-se um crescimento do in-divíduo quanto profissional levando a ampliando sua capacidade e criatividade.

Toigo; Picco-li; Lavarda, 2017

Pesquisa descritiva com aborda-gem qualitativa

O gestor do hospital mantém postura pró-ativa no atendimento das solicitações médicas dentro das dis-ponibilidades que o orçamento público possibilita ao gestor público, dessa forma, constata-se abertura para o diálogo de ambas as partes e para que cada uma dessas partes possa defender seus interesses profis-sionais.

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Placencio, 2017

Plano de ação Todo profissional de saúde deve estar preparado para um atendimento de urgência e emergência, onde a vida do paciente está em risco. Porém, não basta ape-nas habilidade técnica ou conhecimento científico, é necessária infraestrutura adequada, além de materiais e equipamentos para um suporte avançado de vida.

Bugs et al., 2017

Trata-se de estudo descritivo de natureza quantiqualitativa,

É nítida a necessidade de apoio a esse profission-ais, que reconhecem sua prática como fundamental, porém estão carentes por aprendizado, por valori-zação pessoale por reconhecimento no processo de trabalho desen-volvido no âmbito da melhoria da qualidade assisten-cial.

A atuação do profissional de saúde na administração de recursos materiais constitui-se uma con-quista nas esferas de tomada de decisão, destacando a importância do seu papel na dimensão técnico-ad-ministrativa inerente ao processo de cuidar e gerenciar (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). De acordo com Fadel e Filho (2009), gerenciar serviços de saúde que se envolvem ações relaciona-das a prestação do serviço e não a um produto tangível, tornaeste tipo de gestão um processo delicado. Neste contexto a relação dos profissionais com o cliente deve ser maleá-vel, pois o envolvimento do cliente dentro desse processo é muito presente. As organizações necessitam permanecer em constante avaliação e transformação, pois as pessoas que procuram estes serviços procu-ram por qualidade no atendimento e nessa situação, a percepção da qualidade da assistência recebida está à frente da assistência esperada.Covaleski e Dirsmith (1983 apud TOIGO; PICCOLI; LAVARDA, 2017) mencionam que hospitais têm procura-do adotar várias formas de controle de gestão, tais como sistemas orçamentários para combater o aumen-to de custos. Tais medidas vêm reduzindo a dissociação (ou dissociação perdida) entre os gestores inan-ceiros que buscam a redução de gastos e os profissionais da área médica que clamam por mais recursos hospitalares. Desse modo, aos gestores cabe apoiar sumariamente as instituições de saúde, para garantir quantitativo de profissionais e recursos materiais para o atendimento adequado e eficien-te, levando à qualidade da assistência prestada (COSTA et al., 2015). Para tanto, a participação do gestor é fundamental para toda instituição hospitalar, onde a busca pela qualidade é cobrada por esse profissional para que se tenha sucesso no aten-dimento, não faltando materiais necessários. Além do mais, o gestor não atua somente na ges-tão de materiais, mas como um dos principais no desenvolvimento e melhoria da instituição (grifo nosso). Quadro 3: Distribuição do número de artigos científicos segundo gerenciamento para controle do uso de materiais de consumo.

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AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Lenotti Zuliani et al., 2012

Trata-se de um estudo de-scritivo - exploratório

O gerenciamento adequado de materiais, desde a fase do planejamento até o consumo pelos clientes, visa manter o equilíbrio entre os recursos disponíveis e a qualidade da as-sistência prestada. Para isso, pode-se utilizar como ferramen-ta a implementação de um sistema de custeio, permitindo uma análise diferenciada dos dados.

De Olivei-ra; Chaves, 2009

Trata-se de um estudo de-scritivo e exploratório

O gerenciamento de recursos materiais em uma perspectiva de administrar todo o fluxo de itens utilizados para assistên-cia de enfermagem.

Grossi; Bittar, 2012

O estudo caracterizou-se como exploratório, descri-tivo e documental.

Alguns profissionais não utilizam critério algum no momen-to da escolha do novo material, e apesar não existirem pa-drões regulamentando tal prática, todas as ações de cuidado desenvolvidas junto ou para o cliente devem ser precedidas de raciocínio e decisões críticas.

Capucho; Cassiani, 2013

Revisão bibliográfica A implantação do sistema informatizado de notificações sobre incidentes na saúde como base para a cultura de se-gurança do paciente no sistema de saúde brasileiro parece ser uma estratégia viável e necessária para a qualificação da assistência, com a qual os gestores conhecerão os incidentes que ocorrem na prestação de assistência aos usuários do sistema, em instituições públicas e privadas, de forma siste-matizada, sem depender de que pesquisas sejam realizadas exclusivamente para esse fim.

Souza et al., 2012

Trata-se de uma reflexão teórica

É preciso que o profissional de saúde reflita sobre sua partic-ipação no gerenciamento dos materiais e equipamentos uti-lizados, empenhando-se na prática da elaboração de pare-ceres técnicos já que esses podem garantir a qualidade das tecnologias utilizadas nas instituições de saúde. Por isso, para garantir uma assistência de qualidade nos setores de saúde é imprescindível que haja um adequado gerenciamento dos recursos materiais.

A atuação do profissional de saúde na administração de recursos materiais constitui-se uma con-quista nas esferas de tomada de decisão, destacando a importância do seu papel na dimensão técnico-ad-ministrativa inerente ao processo de cuidar e gerenciar (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). De acordo com Fadel e Filho (2009), gerenciar serviços de saúde que se envolvem ações relaciona-das a prestação do serviço e não a um produto tangível, tornaeste tipo de gestão um processo delicado. Neste contexto a relação dos profissionais com o cliente deve ser maleá-vel, pois o envolvimento do cliente dentro desse processo é muito presente. As organizações necessitam permanecer em constante avaliação e transformação, pois as pessoas que procuram estes serviços procu-ram por qualidade no atendimento e

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nessa situação, a percepção da qualidade da assistência recebida está à frente da assistência esperada.Covaleski e Dirsmith (1983 apud TOIGO; PICCOLI; LAVARDA, 2017) mencionam que hospitais têm procura-do adotar várias formas de controle de gestão, tais como sistemas orçamentários para combater o aumen-to de custos. Tais medidas vêm reduzindo a dissociação (ou dissociação perdida) entre os gestores inan-ceiros que buscam a redução de gastos e os profissionais da área médica que clamam por mais recursos hospitalares. Desse modo, aos gestores cabe apoiar sumariamente as instituições de saúde, para garantir quantitati-vo de profissionais e recursos materiais para o atendimento adequado e eficien-te, levando à qualidade da assistência prestada (COSTA et al., 2015). Para tanto, a participação do gestor é fundamental para toda instituição hospitalar, onde a busca pela qualidade é cobrada por esse profissional para que se tenha sucesso no aten-dimento, não faltando materiais necessários. Além do mais, o gestor não atua somente na ges-tão de materiais, mas como um dos principais no desenvolvimento e melhoria da instituição (grifo nosso). Quadro 3: Distribuição do número de artigos científicos segundo gerenciamento para controle do uso de materiais de consumo.

AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Lenotti Zuliani et al., 2012

Trata-se de um estudo de-scritivo - exploratório

O gerenciamento adequado de materiais, desde a fase do planejamento até o consumo pelos clientes, visa manter o equilíbrio entre os recursos disponíveis e a qualidade da as-sistência prestada. Para isso, pode-se utilizar como ferramen-ta a implementação de um sistema de custeio, permitindo uma análise diferenciada dos dados.

De Olivei-ra; Chaves, 2009

Trata-se de um estudo de-scritivo e exploratório

O gerenciamento de recursos materiais em uma perspectiva de administrar todo o fluxo de itens utilizados para assistên-cia de enfermagem.

Grossi; Bittar, 2012

O estudo caracterizou-se como exploratório, descri-tivo e documental.

Alguns profissionais não utilizam critério algum no momen-to da escolha do novo material, e apesar não existirem pa-drões regulamentando tal prática, todas as ações de cuidado desenvolvidas junto ou para o cliente devem ser precedidas de raciocínio e decisões críticas.

Capucho; Cassiani, 2013

Revisão bibliográfica A implantação do sistema informatizado de notificações sobre incidentes na saúde como base para a cultura de se-gurança do paciente no sistema de saúde brasileiro parece ser uma estratégia viável e necessária para a qualificação da assistência, com a qual os gestores conhecerão os incidentes que ocorrem na prestação de assistência aos usuários do sistema, em instituições públicas e privadas, de forma siste-matizada, sem depender de que pesquisas sejam realizadas exclusivamente para esse fim.

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Souza et al., 2012

Trata-se de uma reflexão teórica

É preciso que o profissional de saúde reflita sobre sua partic-ipação no gerenciamento dos materiais e equipamentos uti-lizados, empenhando-se na prática da elaboração de pare-ceres técnicos já que esses podem garantir a qualidade das tecnologias utilizadas nas instituições de saúde. Por isso, para garantir uma assistência de qualidade nos setores de saúde é imprescindível que haja um adequado gerenciamento dos recursos materiais.

É relevante apontar que, nas instituições hospitalares, os gastos com materiais re-presentam, aprox-imadamente, 15 a 25% das despesas correntes. Logo, os investimentos em estoques constituem grande parte dos custos hospitalares, sendo de extrema relevância seu manuseio adequado, já que atualmente não se admite operações com desperdícios (DALLORA, 2007). O gerenciamento de custos na assistência em saúde é um processo administrativo de tomada de decisão, na busca de eficiente racionalização na alocação de recursos disponí-veis, respeitando tanto as necessidades da clientela quanto as finalidades institucionais (KURCGANT, 2012). A equipe de enfermagem é a maior usuária de recursos materiais na as-sistência em saúde e a at-uação gerencial do profissional de saúde na contenção de gastos en-volve várias medidas, entre outras: estilo de liderança, processo de comunicação que é estabe-lecido com os funcionários, satisfação no tra-balho, adequação do espaço físico, dos recursos matérias e do dimensionamento de pessoal (LOURENÇO; CASTILHO, 2006). No controle do estoque, os objetivos principais do gestor são diminuir custo, prevenir perdas e desperdício devido a roubo, obsolescência, quebras, dano do produto e da embalagem, assim como es-tabelecer, de maneira clara, onde se encontra cada produto para uma fácil e rá-pida expedição, ter fácil acesso a cada material, poder controlar fisicamente os estoque e man-ter a qualidade dos produtos du-rante o máximo de tempo possível, mediante o controle adequa-do de temperatura e umidade, exposição mínima ao sol ou a luz do dia e a ausência total de in-setos (MALAGON-LONDONO; MORERA; LAVERDE, 2000). Logo, o gestor é capaz de realizar a administração de recursos materiais, participan-do, de todas as fases do processo, já que está intimamente vinculado à prática, a escolha do material a ser utilizado e, prin-cipalmente, na identificação de possíveis problemas, propiciando uma assistência rentável (HAUSMANN; PEDUZZI, 2009). É possível um gerenciamento eficiente para o controle de uso de materiais de con-sumo, partindo de planejamentos, equilíbrio e qualidade para assistência prestada. Tais ações devem ser realizadas por meio de conhecimento sobre liderança e como o líder deve atuar (grifo nosso). Quadro 4: Distribuição do número de artigos científicos segundo gestão quanto ao manuseio in-apropriado de equipamentos hospitalares.

AUTOR/ANO

MÉTODO RESPOSTASAO OBJETIVO DA PESQUISA

Ribeiro; Sil-va; Ferreira, 2016

Revisão Integrativa A prevenção de eventos adversos com equipamentos é uma das responsabilidades da enfermagem e, nesse sentido, é rel-evante que o gestor crie barreiras defensivas para evita-los.

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Diamente, 2016

Estudo prospectivo, quan-titativo, descritivo e obser-vacional.

Compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais do serviço de saúde os resultados da análise e avaliação dos dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde

Meira, 2016 Pesquisa qualitativa, de-scritiva, transversal e de caráter exploratório.

Considerando o contexto atual das políticas públicas para o ensino e a saúde brasileira, é necessário capacitar os profis-sionais envolvidos, possibilitando responsabilidade da equi-pe multidisciplinar no manuseio correto desses resíduos, e para atuação de profissionais em instituições hospitalares.

Martins, 2017

Pesquisa bibliográfica Para a gestão não há a aplicação de um procedimento pa-dronizado, ou seja, cada evento deverá ter um planejamen-to próprio e especifico. E como indicada tem-se a técnica de análise preliminar de risco, pois seu resultado mostra-se efi-caz e permite visualizar os eventos de maior impacto, dan-do-lhes os melhores encaminhamentos.

Ribeiro, 2016 Pesquisa de campo, do tipo descritiva e aborda-gem qualitativa

A compreensão dos mecanismos que explicam tais erros sinaliza a influência de diferentes aspectos, na dependência do nível em que se situa a atividade a ser realizada: falhas de memória e atenção no manuseio dos equipamentos – hab-ilidade; falhas de planejamento durante a programação dos monitores – aplicação de regras e conhecimento.

O erro só acontece em ações intencionais, podendo ser: erros de execução, que são os deslizes e lapsos; erros de planejamento/conhecimento, que são os enganos. Deslizes são ações observáveis que ocorrem de forma diferente do plano prescrito, e os lapsos estão associ-ados com falhas de memória. Já os enganos são falhas na seleção de um objetivo ou dos meios para alcançá-lo (GONÇALVES et al., 2012). A falta ou deficiência de qualquer material / equipamento pode gerar estresse em toda a equipe durante um atendimento, além de ser fator de atraso e prejuízo na assistência prestada ao paciente. No estudo de Silva e Padilha (2000), foram observados problemas relaciona-dos aos recursos materiais e equi-pamentos gerados pela falta de checagem do carrinho de emergência como, por exemplo, falhas do des-fibrilador, falta de materiais básicos como agulha, seringa, medicamentos, além de monitor incompleto. Os resultados negativos em saúde são conhecidos principalmente como eventos ad-versos ou qualquer tipo de incidente com potencial para causar danos aos pacientes (VICTORIA et al., 2011) e que pode fornecer importantes informações para a construção de um sistema de saúde mais seguro (MIASSO et al., 2006). Os incidentes podem ser sem dano, com dano (evento adverso), ou near misses1, também denominado de potencial evento adverso (CAPUCHO, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim deste estudo, é possível perceber que a instituição pode adotar maneiras de evitar ou min-imizar perdas de materiais. Perdas que a empresa, provavelmente, nem tem co-nhecimento. Com isso, acredita-se que ao ter tais números de perdas em uma tabela, sendo explicada sua ocorrência, facilita para

1 Quase – erro” (“near-miss”): incidente que não atinge o paciente.

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que o gestor possa entender e analisar as causas, toman-do as devidas providências. Na prática, uma gestão eficaz de materiais, desenvolve processos de gestão admi-nistrativa cujo objetivo é de gerir materiais durante todo o fluxo. Logo, tais desperdícios e perdas podem ser amenizados pelas instituições de saúde aplicando métodos, diretrizes e processos, tais como: • Investir em otimização de projetos, e desenvolvimento de projetos de produção; • Levantamento correto dos materiais e compra; • Desenvolvimento e padronização de documentos e fichas de verificações que orien-tem e evi-denciem o controle de todo o processo da gestão de materiais, compreen-dendo a compra, a entrega, o recebimento, o transporte, o armazenamento e a utili-zação do material; • Aplicação de treinamento contínuo, tanto para a equipe que recebe, transporta e ar-mazena os materiais como para a equipe que executa os serviços; • Práticas contínuas de conscientização do uso correto dos materiais e premiação pa-ra os profis-sionais de saúde que apresentarem bons resultados. Portanto, tais práticas são maneiras de evitar ou minimizar as perdas, de forma a se-rem executadas no padrão de qualidade que a instituição de saúde possui, com a correta e con-trolada gestão de materiais, dentro do custo esperado, reduzindo desperdícios e perdas desne-cessárias.

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A RELEVÂNCIA DO SERVIÇO DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICA (SAME)EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR.

Carlos Magno Veloso Cutrim; Graça Maria de Carvalho; Lauanna Fernanda Lima PessoaLayanna Christine Lima Pessoa; Isabelle Joanne Ribeiro

INTRODUÇÃO

No Brasil, o trabalho descritivo de documentos de arquivo vem sendo realizado desde a criação do Arquivo Público do Império, em 1838. Com o passar do tempo, foram utilizados inúmeros critérios e práti-cas arquivísticas para a descrição dos documentos, muitos dos instrumentos de pesquisa que possuímos hoje, refletem essa diversidade e descrevem a evolução da arquivística no país. A preservação é uma função regimental de todo arquivo. Preservar documentos significa, basicamente, fazer com que o acesso ao conteúdo intelectual do acervo seja facultado, tanto no presente, quanto no futuro. E entre as atividades prioritárias estão, portanto, aquelas relacionadas à melhoria das condições de acesso, de guarda e de preservação. A todo o momento em uma empresa, existe a necessidade de tomadas de decisão. Porém, em que se fundamentam para tomarem decisões, se não nas informações que trafegam pela organização e, na quali-dade que as mesmas são levadas ao conhecimento de cada um? O gerenciamento organizacional, além de inúmeros outros fatores, depende também, da capacidade do gerenciamento das informações. PAES (1997, p.16) conceitua arquivo como: “... A acumulação ordenada de documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua criatividade, e preservados para a consecução de seus objetivos, visando à ut-ilidade que poderão oferecer no futuro.”

OBJETIVO GERAL

Verificar a importância e valorização das informações do paciente para um atendimento continua-do e de qualidade. Guardar as informações do paciente garantindo um atendimento futuro; Organizar os prontuários para servir de suporte aos profissionais de saúde como também para o paciente, a instituição e os meios legais.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo, com análise de revisão da literatura a fim de identificar o conhecimento existente sobre a importância do SAME. Far-se-á a análise da literatura.

PRINCIPAIS RESULTADOS

SERVIÇO DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICA – SAME Na época atual, não é possível conceber o funcionamento de uma instituição hospitalar sem prontuári-os médicos completos, pois o grande volume de informações geradas em uma instituição hospitalar faz

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com que se tenha uma avaliação qualitativa da assistência prestada ao doente e isso só é possível por meio desse registro. SAME é a sigla que identifica o Serviço de Arquivo Médico e Estatística de um hospital. O SAME é um serviço técnico imprescindível ao hospital, pois permite que sejam apreciados, o o valor do trabalho profissional e o grau de eficiência com que os pacientes são tratados. No Brasil, coube ao Prof. Odair Pache-co Pedrosa, a iniciativa de criar e estruturar o primeiro SAME, em 1943, ao planejar e organizar o Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Neste mesmo ano, a terminologia, Serviço de Arquivo Médico e Estatística passou a ser adotada, pois até então, várias instituições denominavam tal serviço por Documentação Científica, terminologia adotada pelos americanos. LEITE (1988, p. 46), afirma que “... o principal papel do SAME é manter os prontuários médicos dis-poníveis para continuação do atendimento ao paciente para fins de ensino e pesquisa ou ainda jurídicos.” Inicialmente, o SAME surgiu “... da necessidade de serem arquivados os documentos médicos de cada paciente internado no hospital.” (LEITE, 1988, p. 46). Finalidades do SAME a) Coletar, tabular, apurar, analisar e interpretar os dados existentes no prontuário médico; b) Organizar e manter em perfeita ordem, o arquivo de prontuários médicos; c) Manter atualizado o censo de doentes – dia e as apurações diárias e mensais; d) Fazer a revisão dos prontuários; e) Contribuir para a melhoria dos serviços que devem ser prestados aos pacientes. MAC EACHERN apud SOUNIS (1993, p. 23), enfatiza que o SAME representa “o pulso do hospital”. Fa-zendo-se importante ressaltar, que o SAME suscita à elaboração de trabalhos e pesquisas científicas, tendo também, por finalidade, constituir a memória do hospital. Conforme SOUNIS (1993, p. 22). “... esse serviço deve se entrosar com os demais serviços técnicos e administrativos do hospital, colaborando com os mesmos no sentido de aprimoramento do padrão de assistência prestada”.

CONCLUSÃO

O SAME, sigla que identifica o Serviço de Arquivo Médico e Estatística de um hospital e que é um serviço técnico imprescindível, não possui vida organizacional sem a existência do seu principal instru-mento de trabalho: o prontuário do paciente, que é o acompanhamento de toda a vida do paciente dentro da instituição e, mesmo quando o paciente morre, o prontuário continua sendo o relato do período em que ele esteve no hospital e deverá ser protegido para o caso de alguém vir a precisar desta informação.Conclui-se então, este trabalho, com a certeza de que esse estudo poderá servir de base para um maior aprofundamento junto as Instituições de Saúde no que diz respeito ao SAME - Serviço de Arquivo Médico e Estatística, bem como, a oportunidade da atuação do gestor hospitalar, no campo de trabalho.

REFERÊNCIAS

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A SAÚDE COMO DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO: uma análise histórica docontexto da realidade da saúde no Brasil

Aluisio Oliveira de Andrade; Hete Almeida Costa;Laerte Ronalde Serrão Lopes; Maressa Soares de Assis Lopes

INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 assegura no seu texto o direito a saúde a todo cidadão brasileiro, esta Constituição fornece também fundamentos jurídicos que devem ser ressaltados pelo Estado e pela sociedade no aumento de ações que estejam visando: promoção, proteção e a recuperação da saúde no Brasil (CBONAVIDES, 2000). Desta forma, fica claro que a Constituição Federal de 1988 colocou em prática diversas mudanças substanciais no que se refere ao direito á saúde da população brasileira, como também os direitos sociais dos mesmos. E, após 29 anos depois de sua promulgação a Constituição Federal de 1988, observa-se que pouco mudou na saúde do país, ou seja, o Estado pouco realizou mudanças para satisfazer a necessidade da sociedade (GODOY; GONÇALVES, 2010). Levando em consideração os direitos a saúde que a Constituição Federal 1988, pode-se dizer que a saúde é de suma importância para o bem estar da população de qualquer nação, portanto, os cuidados e aperfeiçoamento da mesma requer ajuda do Estado, pois sem ajuda do mesmo fica mais complicado acompanhar os avanços tecnológicos dos países considerados de ponta no que se refere a saúde. As principais dificuldades em relação ao assunto abordado são elencar todos os descasos em relação à saúde. Descasos estes proporcionados pela péssima qualidade de atendimento e infraestrutura dos hospitais públicos espalhados em todo País. Tem autor que engloba até mesmos os hospitais particu-lares, pois estes em alguns casos estão deixando a desejar no fator assistência e humanização à saúde dos pacientes que procuram por atendimento médico. Como já foi dito anteriormente a Constituição Federal de 1988, visa garantir assistência médica aos brasileiros, consagrou a saúde como direito de todos e dever do Estado, assegurada por políticas sociais e econômicas, que prevêem também riscos de doença e de outros fatores, possibilitando, assim, o acesso universal e igualitário às ações e serviços na perspectiva da promoção, proteção e recuperação de melho-ria das condições de vida da população.

OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem por objetivo principal expor a realidade sobre o exercício do direito à saúde assegurada à população brasileira pela Constituição Federal, e o dever do estado em relação a essa matéria, alvo deste trabalho.

METODOLOGIA

Por se tratar de assunto de grande importância para ciência e sociedade, por apresentar o direito do Estado em proporcionar a saúde à sociedade, justifica assim, a escolha do presente tema.Para realização do estudo usou a pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa. Para elaboração do referencial teóri-

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co, utilizou fontes tais como: livros, periódicos científicos, artigos científicos, dentre outras pertinentes ao assunto abordado.

REVISÃO DE LITERATURA

A instalação da Assembleia Nacional Constituinte em 1988, proporcionou ao cidadão brasileiro usufruir do direito à saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o que consequentemente, con-solidou o maior movimento de inclusão social na história do povo brasileiro e a efetivação da política de compromisso do Estado brasileiro com a sua população. O direito à saúde está inserido no Título VIII, Da Ordem Social, Capítulo II da Seguridade Social, Seção II, Da Saúde. Diversos debates e discussões ocorreram até a concretização dessa conquista, tendo em vista que, naquela época, os partidos políticos e determinados segmentos sociais se posicionaram, contrariamente, a esse sistema. Assim, presume-se, que os profissionais da saúde e a população em geral, reconhecem o Direito à Saúde como um instituto jurídico respaldado pela Constituição Federal do Brasil desde sua promulgação. Ressalta-se que, antes desse diploma legal, a saúde era considerada direito fundamental do homem, pois a saúde sempre foi vista intrinsecamente, vinculada à vida do indivíduo (MOURA, 2013). Com base no princípio constitucional, todos os brasileiros têm direito à saúde, sendo esta concret-izada por meio da integração do SUS, mesmo com uma prestação de serviços deficitária, tendo em vista que, tanto no pronto atendimento quanto no atendimento ao doente, deixa muito a desejar. E, ainda, a prevenção para se prevenir condições favoráveis ao surgimento de doenças, apresenta-se insatisfatória, pois, é bem visível a falta de investimento na área da saúde em todo o País (MARTINS; DIMOULIS, 2010). A Constituição Federal de 1988 e a garantia do acesso à saúde Na constituição Federal de 1988, os legisladores incluíram no título que trata da ordem social, o que tem por objetivo o bem-estar e justiça social, o direito à saúde. Nesse sentido, essa Constituição em seu art. 6º, preceitua que estão inclusos como direitos sociais fundamentais:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)(BRASIL, 1988, não paginado).

Convém salientar que, antes da implementação do SUS por essa Constituição, a saúde não possuía status de direito social. O modelo de saúde adotado naquela época, organizava os brasileiros em três cate-gorias, sendo elas: a) aquelas em condições de pagar por serviços de saúde privados, os que tinham direito à saúde em razão de serem segurados pela previdência, ou seja, trabalhadores com carteira assinada e aqueles que não tinham nenhum direito. Na III Conferência Nacional de Saúde realizada em 1986, significativas conquistas foram obtidas através da organização e participação dos cidadãos, dos quais foi oferecida, pela primeira vez, a oportuni-dade de participar de decisões políticas, visando melhorias nas condições de vida. Nessa ocasião, estavam presentes representantes de vários estratos da sociedade, tais como, usuários, profissionais de saúde, prestadores de serviços, presidentes institucionais, intelectuais e políticos, que, em conjunto, comprome-teram-se com a missão de assegurar à população o direito de exercer a cidadania (MOURA, 2013).

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Dentre os direitos sociais, o direito à saúde foi apontado como de grande importância2 , o que jus-tifica o tratamento dispensado a esse instituto, pelo constituinte, uma vez que esse bem jurídico foi abor-dado em capítulo próprio. Como consequência, o direito à saúde por se apresentar estritamente ligado ao direito à vida, expressa proteção constitucional à dignidade da pessoa humana (MOURA, 2013). Dentre os direitos sociais, o direito à saúde foi apontado como de grande importância , o que justifi-ca o tratamento dispensado a esse institudo, pelo contituinte, uma vez que esse bem jurídico foi abordado em capítulo próprio. Como consequência, o direito à saúde por se apresentar estritamente ligado ao direi-to à vida, expressa proteção constitucional à dignidade da pessoa humana (MOURA, 2013). Assim sendo, a saúde reconhecida pela Constituição Federal de 1988, como um direito social fun-damental3 , passou a receber proteção jurídica distinta conforme a ordem jurídica-constitucional brasileira (SARLET, 2002). O reconhecimento da saúde como direito social fundamental, o Estado foi obrigado a prestações positivas, bem como, à formulação de políticas públicas sociais e econômicas voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde (MARTINS; DIMOULIS, 2010. A proteção constitucional à saúde baseou-se no Direito Internacional4 , envolvendo as dimensões: promocional, preventiva e curativa da saúde, exigindo do estado o dever de possibilitar o acesso à população de tratamento que assegure, pelo menos, uma melhor qualidade de vida (MOURA, 2013). Nos dias atuais, verifica-se uma acentuada evolução do conceito de saúde, haja vista, que a saúde não é mais conceituada como ausência de doença, mas, sim como o completo bem-estar físico, mental e social do homem. No entanto, as discussões sobre o direito à saúde, ainda estão limitadas ao combate das enfermidades e, com efeito, ao acesso aos medicamentos. Nesse sentido, corrobora-se com as palavras de Schwartz (2003), quando ele ressalta que, a finalidade do direito sanitário está relacionada à libertação de doenças. A delimitação do tema se faz presente na Constituição Federal, mais precisamente, em seu art. 196, quando este acolheu um conceito abrangente de saúde, ao atribuir ao Estado o dever de formular políticas sociais e econômicas, que facilitassem o acesso universal e igualitário às atividades e serviços para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. Ao garantir o direito à saúde, a Carta Magna de 1988, não especificou o objeto desse direito funda-mental, não definindo também “se o direito à saúde como direito a prestações abrange todo e qualquer tipo de prestação relacionada à saúde humana” (SARLET, 2006, p.2).

2 O reconhecimento da saúde como direito fundamental social foi inovação da Constituição Federal de 1988. Inexistiu em constituições anteriores a previsão de acesso aos serviços de saúde de forma universal e igualitária. As Constituições de 1824 e 1891 foram omissas no tocante ao direito à saúde. As Constituições Federais de 1934, 1937, 1946 e 1967, por sua vez, apenas delimitavam as competências legislativas dos entes federativos (MOURA, 2013, p.11).3 O presente estudo parte do pressuposto de que a saúde constitui-se, na ordem jurídico-constitucional, como direito funda-mental, revelado em uma dupla fundamentalidade, formal e material, nos termos sintetizados por Ingo Sarlet (2002, p.2-3): “A fundamentalidade formal encontra-se ligada ao direito constitucional positivo e, ao menos na Constituição pátria, desdobra-se em três elementos: a) como parte integrante da Constituição escrita, os direitos fundamentais (e, portanto, também a saúde), situam-se no ápice de todo o ordenamento jurídico, cuidando-se, pois, de norma de superior hierarquia; b) na condição de nor-mas fundamentais insculpidas na Constituição escrita, encontram-se submetidos aos limites formais (procedimento agravado para modificação dos preceitos constitucionais) e materiais (as assim denominadas "cláusulas pétreas") da reforma constitucio-nal; c) por derradeiro, nos termos do que dispõe o artigo 5, parágrafo 1, da Constituição, as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais são diretamente aplicáveis e vinculam diretamente as entidades estatais e os particulares. [...]. Já no que diz com a fundamentalidade em sentido material, esta encontra-se ligada à relevância do bem jurídico tutelado pela ordem constitucional, o que - dada a inquestionável importância da saúde para a vida (e vida com dignidade) humana - parece-nos ser ponto que dispensa maiores comentários.” (SARLET, 2002, p.2-3).4 A Organização Mundial de Saúde – OMS ofertou um conceito de saúde o mais abrangente possível, tratando o direito à saúde não apenas como ausência de doenças, mas como o completo bem-estar físico, mental e social do homem (MOURA, 2013).

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Em face desse fato, passou-se a questionar se em seu dever de prestação dos serviços de saúde, fica obrigado a disponibilizar a assistência médico-hospitalar e odontológica, o fornecimento dos me-dicamentos indicados para o tratamento de saúde, a realização de todos os exames solicitados, aparelhos dentários, óculos, além de outras demandas. Segundo Sarlet (2006, p.5):

é o Legislador federal, estadual e municipal, a depender da competência legislativa prevista na própria Constituição, quem irá concretizar o direito à saúde, devendo o Poder Judiciário, quan-do acionado, interpretar as normas da Constituição e as normas infraconstitucionais que a con-cretizarem. Com a indefinição do que seria o objeto do direito à saúde, o legislador foi incumbido do dever de elaborar normas em consonância com a Constituição Federal de 1988.

Entende-se que, a aplicação da norma constitucional está condicionada, de maneira intrínseca, aos pro-cedimentos que serão executados pelo Estado, como também a criação de modelos organizacionais visando o cumprimento da finalidade constitucional de promover, preservar e recuperar a saúde e, atém mesmo a vida humana. Tem-se, então, um explícito dever do Estado, qual seja, de criar e fomentar a criação de órgãos capacitados para atuarem na tutela dos direitos e ações coerentes com a proteção e promoção desses direitos. Em relação a essa matéria, Sarlet (2009, p.21) complementa:

Se os direitos fundamentais são, sempre e de certa forma, dependentes da organização e do pro-cedimento, sobre estes também exercem uma influência que, dentre outros aspectos, se manifes-ta na medida em que os direitos fundamentais podem ser considerados como parâmetro para a formatação das estruturas organizatórias e dos procedimentos, servindo, para além disso, como diretrizes para a aplicação e interpretação das normas procedimentais.

Quanto a estreita ligação entre direitos fundamentais, organização e procedimento, Sarlet (2009, p.20), manifesta-se da seguinte forma: “os direitos fundamentais são, ao mesmo tempo e de certa forma, dependentes de organização e do procedimento, mas simultaneamente também atuam sobre o direito procedimental e as estruturas organizacionais”. Nessa mesma linha de pensamento, Hesse (1998, p.434) pontua que: “a organização e o procedi-mento podem ser considerados o único meio de alcançar um resultado conforme aos direitos fundamen-tais e de assegurar a sua eficácia. Do outro lado, é direito do cidadão”.No tocante ao direito à saúde, o texto constitucional inseriu importantes matizes nas perspectivas organi-zatória e procedimental. E, ainda, a Carta Maior de 1988, em seus arts. 198 a 200, conferiu ao Sistema Único de Saúde (SUS), a coordenação e a execução das políticas destinadas à proteção e à promoção da saúde no País. A Constituição Federal de 1988, não apenas fez previsão da criação de uma estrutura organizacio-nal a fim de assegurar o direito à saúde, mas, também apontou a forma de atuação desse órgão admin-istrativo e os objetivos pretendidos, verificando o modelo de administração do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora exista uma previsão constitucional, os procedimentos para um sistema de funcionamento para o SUS, assim como, as atribuições específicas dos órgãos, somente foi possível ser concretizadas com a aplicação das leis específicas da saúde. Com efeito, criou-se a Lei Federal de n. 8080, de 19 de setembro de 1990, que trata sobre as atribuições e funcionamento do SUS, como também a Lei Federal n. 8142, de 28 de dezembro de 1990, que aborda sobre a participação da comunidade na gestão do sistema SUS, em relação às transparên-

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cias intergovernamentais de recursos financeiros no campo da saúde. Alguns procedimentos do SUS são veiculados através de regulamentos, decretos, portarias. Tais normas infralegais, necessariamente, devem estar em consonância com o modelo constitucional, que exige a observância dos procedimentos à con-cretização dos direitos fundamentais. Dessa forma, faz parte do denominado direito sanitário não somente a Constituição Federal de 1988 e as leis específicas relativas à saúde, pois estão inclusos também nesse campo do direito, as portarias e protocolos do SUS, portanto, torna-se impositivo o atendimento das normas à finalidade constitucional do direito à saúde. E,ainda, pelo fato do Estado ser o responsável pela concretização da saúde, compete a ele a regulamentação, fiscalização e controle das ações e serviços de saúde. O abrangente acesso aos me-dicamentos, porque integra a política sanitária, inclui-se na efetivação do direito à saúde, razão pela qual as políticas e ações relativas aos produtos farmacêuticos também devem atender ao modelo constitucio-nal de importância pública. Universalização dos serviços de saúde A Constituição Federal de 1988, determina em seu art. 198, como diretrizes do Sistema Único de Saúde: a) a descentralização, com direção única em cada esfera de governo; b) o atendimento integral, com prioridade das atividades preventivas, sem causar prejuízos dos serviços assistenciais e c) a partici-pação da comunidade. Vale salientar que, as diretrizes não se limitam a essas três diretrizes, pois, podem ser observados alguns fundamentos desse direito, os quais servem de rumo para a conduta da adminis-tração Pública em relação ao direito à saúde. A universalidade não constitui apenas uma diretriz do SUS, visto que ela é também vista como a base de toda estrutura administrativa da saúde. A integralidade está relacionada com a política de forne-cimento de medicamentos, referindo-se à assistência terapêutica oferecida aos pacien tes do SUS. No to-cante à descentralização dos serviços e ações de saúde e ao financiamento, embora sejam analisados em separado, existe uma estreita interferência de obrigações ocorre com o correspondente repasse financeiro em prol da saúde. Na primeira vez em que a Constituição Federal de 1988, referenciou o direito à saúde, essa Lei Magna expressou a diferença do tratamento dispensado a esse direito, o qual foi diferenciado em relação ao tratamento dado pela previdência social5 . Trata-se, portanto, de um importante marco histórico, tendo em vista, que somente após a Constituição Federal de 1988, passou a reconhecido o direito de todos os brasileiros serem usuários dos serviços e ações de saúde independente de contribuição. A história da saúde pública no Brasil, expressa o tratamento desigual a que esteve submetida à população brasileira, marcada pela ausência ou limitada intervenção do Poder Público e a restrição de serviços de saúde a certas classes sociais (MOURA, 2013). O SUS substituiu o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que era uma autarquia responsável pela saúde dos contribuintes da Previdência desde o ano de 1974, quando ocorreu a separação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) até 1990, ano em que foi promul-gado a Lei n. 8080, que implementou o Sistema SUS. Nesse contexto, os beneficiários da saúde eram ex-clusivamente, as pessoas que contribuíam para a Previdência Social, geralmente, aquelas pessoas com vínculo empregatício. Assim, aos excluídos era oferecida a prestação dos serviços de saúde preventivos, ficando esse segmento populacional à mercê dos serviços de saúde preventivos, ficando esse segmento populacional à mercê dos serviços de instituições filantrópicas de saúde para os outros serviços médicos.

5 A saúde, a previdência e assistência social constituem a seguridade social, segundo a redação do Art. 194 da Constituição Federal de 1988 (MOURA, 2013).

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Após a VIII Conferência Nacional de Saúde, foi formulado o Sistema Unificado e descentralizado da Saúde (SUDS), através de convênios entre o INAMPS e os estados, esboço do SUS, implantado pela Consti-tuição Federal de 1988. O SUS, organização administrativa responsável pela promoção da saúde pública brasileira, com acesso universal e igualitário, possui estrutura de uma rede regional, apresenta-se organi-zada em conformidade com as diretrizes formuladas pela Constituição Federal de 1988, conforme os arts. 196 e 197, in verbis:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito priva-do (BRASIL, 1988, não paginado).

O princípio da universalidade não se encontrado no texto constitucional, no entanto, trata-se de uma norma implícita no art. 196 da Lei Maior de 1988, na qual está previsto o acesso universal às ações e serviços de saúde, de forma a possibilitar o ingresso de qualquer indivíduo no SUS. O acesso deve ser igualitário, além de universal, portanto, sem discriminação em relação aos usuários e serviços prestados. O acesso universal e igualitário implica na gratuidade dos serviços, ou seja, sem contrapartida pecuniária (HENRIQUES, 2008). O art. 200 dessa Constituição, ressalta as atribuições do SUS, as quais, dependem da competência fiscalizatória e de controle das atividades voltadas para a saúde, incluindo-se a produção de medicamen-tos e insumos, capacitação de profissionais e inovação na área da saúde. Em atendimento à norma constitucional, publicou-se a Lei n. 8080/1990, que trata da organização do SUS, como também a Lei Federal n. 8142/1990, que aborda sobre a participação da comunidade na administração do SUS e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros, essas duas Leis constituem a Lei Orgânica da Saúde. Os arts. 2º e 5º da Lei Federal n. 8.080/1990, preceituam:

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (BRASIL, 1990, não paginado).O art. 6º dessa mesma Lei, reitera que:Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):I - a execução de ações:a) de vigilância sanitária;b) de vigilância epidemiológica;c) de saúde do trabalhador; ed) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

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VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou pre-venir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da pro-dução e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, com-preendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; eII - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhe-cimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicio-nantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesqui-sas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de tra-balho;III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, dis-tribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresen-tam riscos à saúde do trabalhador;IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; eVIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores (BRASIL, 1990, não paginado).

Vale ressaltar que, os incisos VI e X, atribuem ao SUS, a incumbência da formulação da política de medicamentos e incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico no campo da saúde. A Lei Federal n. 8.080/1990 trata ainda, do financiamento da saúde, assunto este que também é abordado pela Lei Complementar n. 141/2011.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A saúde como direito de todos e dever do estado, foi assegurada com a Carta Magna de 1988, visando alcançar milhões de brasileiros sem emprego formal e carteira de trabalho assinada e, ainda, aque-les que não tinham condições de pagar por serviços privados na área de saúde, passaram a ter acesso à

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assistência médica e cuidados à saúde, visto que, estavam sendo assistidos por serviços de caridade e de filantropia. Tais mudanças contribuíram com a ampliação do conceito de saúde, pois este passou a ser decor-rente de diversos fatores determinantes e condicionantes, tais como: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer e, ainda, ao acesso a bens e serviços essenciais. Essas condições revelam a organização social e econômica de um país. Assim, a Constituição Federal assegura proteção à cura e prevenção de doenças por meio de me-didas que garantem a integridade física e psíquica do ser humano, haja vista, o fundamento da dignidade da pessoa humana, sendo, então, competência do Estado sua efetiva proteção. Entretanto, apesar do avanço garantido pela Lei Maior em relação ao direito à saúde, a conquista desse direito tem revelado um caminho muito longo, necessitando de debates com a participação da sociedade brasileira, na tentativa de um aperfeiçoamento das políticas públicas promovidas pelo Sistema único de Saúde e por maiores investimentos governamentais nessa área.

REFERÊNCIAS

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SCHWARTZ, Germano. A Autopoiese do Sistema Sanitário. Revista do Direito Sanitário,v. 4, n. 1, mar. 2003.

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PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE ATRAVÉS DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Carlos Eduardo Rodrigues Serra1; Florindomar Souto Romeu2; Gleyciane Dias Dutra3

Rafael Mendes Nunes4; Silvana do Socorro Santos de Oliveira5

INTRODUÇÃO

A segurança do paciente tem sido alvo de grandes discussões no mundo todo devido aos eventos adversos gerados pelos cuidados em saúde. O gerenciamento dos riscos permite a redução da possibi-lidade de ocorrência desses eventos, sendo necessário a identificação de tais eventos, juntamente com a análise de sua etiologia e de suas consequências para a estimativa de sua probabilidade. Isso permite que ações direcionadas para tais eventos possam ser aplicadas em prol da sua prevenção (CHEREGATTI; JERONIMO, 2011). Um dos principais eventos adversos dos cuidados em saúde são as infecções relacionadas à as-sistência à saúde (IRAS). As IRAS promovem o aumento da letalidade, da morbidade, dos custos com o tratamento, do tempo de internação, da propagação de agentes microbianos resistentes, além de cau-sarem um impacto psicológico nos pacientes, uma vez que estes procuram o serviço de saúde em busca da resolução dos seus problemas e acabam sendo acometidos por outra doença piorando ainda mais o seu estado de saúde (GIROTI; GARANHANI, 2015). As IRAS são todas infecções que acometem o paciente após a sua admissão hospitalar e podem se manifestar durante sua internação ou após a alta, nos casos em que possa estar relacionada com a inter-nação ou com os procedimentos ocorridos no hospital (WATANABE, et al., 2015).A higienização das mãos é umas das medidas de prevenção das IRAS, sendo considerada a ação mais sim-ples, eficaz e de menor custo no combate a esta adversidade. A não realização da higienização das mãos ou a utilização da técnica incorreta, colabora para ocorrência das IRAS implicando sobre a qualidade do serviço de saúde sobre a segurança do paciente (PRIMO, et al., 2010). Nesse sentido, o objetivo deste tra-balho é apresentar os principais aspectos da higienização das mãos, abordando principalmente as técni-cas de higienização. METODOLOGIA

Este estudo é uma pesquisa bibliográfica descritiva de abordagem qualitativa. As pesquisas de-scritivas possuem como objetivo a exposição das características de determinada população. Podem ser realizadas também com a intenção de identificar possíveis relações entre variáveis.” (GIL, 2010, p. 27, grifo do autor). A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de julho e agosto de 2017, a partir de livros, manuais e artigos publicados nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), utilizando os descri-tores higiene das mãos e segurança dos pacientes. Os critérios de inclusão de publicações na pesquisa1 Relator e discente do 9º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST;2 Discente do 9º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST;3 Discente do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST;4 Discente do 9º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST;5 Orientadora e docente do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST.

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dos dispositivos necessários para a execução da técnica, educação continuada que contemple toda a equi-pe multidisciplinar e englobe as definições, a importância da atuação de cada um, a relevância da cultura de segurança, a apresentação dos resultados à equipe, o envolvimento dos gestores com supervisão e conscientização a partir, por exemplo, de lembretes nos postos de trabalhos (BELELA-ANACLETO; PETERLI-NI; PEDREIRA, 2016).

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 50 da Anvisa, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre Normas e Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, definindo, entre outras, a necessidade de lavatórios/pias para a higienização das mãos. Esses instrumentos normativos reforçam o papel dessa prática como a ação mais importante na prevenção e no controle das in-fecções relacionadas à assistência à saúde (BRASIL, 2009, p. 13).

Antes de iniciar a técnica de higienização das mãos, é importante retirar todos os adornos da região das mãos e dos pulsos (pulseiras, joias, anéis, relógio etc.), pois tais objetos podem acumular microrganismos. Não é indicado utilizar unhas postiças ao entrar em contato direto com algum paciente, é importante man-ter sempre as unhas naturais, limpas e curtas. (HOSPITAL SÃO PAULO, 2013). A Organização Mundial da Saúde definiu cinco momentos para a realização da higiene das mãos (SOUZA, et al., 2015). Eles estão contidos a seguir no quadro 1:

Quadro 1 – Cinco momentos para a higienização das mãos

Momentos para a higienização das mãos

Antes do contato com o paciente

Antes da prestação de cuidados assépticos

Após a possibilidade de exposição a fluídos corpóreos

Depois do contato com o paciente

Depois do contato com superfícies próximas ao paciente

Fonte: Dados obtidos de SOUZA, et al., 2015.

Indicações de uso de produtos para a higienização das mãos Os produtos utilizados durante as técnicas de higienização das mãos variam de acordo com as ações que serão ou que já foram realizadas (BRASIL, 2009). A seguir, no quadro 2, serão destacadas algu-mas das indicações de uso de produtos para a higiene das mãos:

Quadro 2 – Indicações de produtos para a higiene das mãos

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Produtos Indicações de uso

Água e sabonete

Mãos visualmente sujas ou com presença de flui-dos corpóreos e sangueAntes de iniciar e ao terminar o turno de trabalhoAntes e depois de usar o banheiroAntes e depois de realizar as refeiçõesAntes de manejar alimentosAntes de manusear e administrar medicaçõesDepois do uso contínuo de preparação alcoólicaAntes de todas as indicações de uso de preparação alcoólica

Preparação alcoólica

Antes e depois do contato com o pacienteAntes dos processos assistenciais e atividades com instrumentais invasivosAntes e depois de usar luvasDepois da possibilidade de exposição a fluidos corpóreosAntes de iniciar um procedimento em um sítio cor-poral limpo após o contato com um sítio contami-nado do mesmo pacienteDepois do contato com áreas ou objetos localiza-dos perto do paciente

Produtos antissépticos

Estes produtos são misturados com detergentes e devem ser usados para a higienização antisséptica das mãos nas situações de precaução de contato para pacientes contaminados com formas microbi-anas multirresistentes e surtos, assim como, para a degermação da pele das mãos antes da realização de procedimentos cirúrgicos e invasivos

Fonte: Dados obtidos de BRASIL, 2009.

Técnicas de higiene das mãos

A higienização das mãos, também conhecida por lavagem das mãos, tem por objetivo evitar a propagação de microrganismos e que os trabalhadores da saúde e os pacientes possam ser vítimas das infecções relacionadas à assistência à saúde. As técnicas de higienização das mãos são variadas, cada uma com sua finalidade específica, sendo elas a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica e a antissepsia cirúrgica das mãos. (BRASIL, 2009). É importante que os profissionais conheçam as técnicas adequadas de higiene das mãos, incluindo o tempo e os momentos certos para a realização da mesma. (JEZEWSKI et al., 2017). Higiene simples Esta técnica é indicada para remover agentes microbianos abrigados nas porções superficiais da

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pele e a sujidade. Ela possui duração de no mínimo de 40 a 60 segundos (BRASIL, 2009). Os procedimentos para sua realização estão apresentados no quadro 3:

Quadro 3 – Higiene simples das mãosProcedimentos para a higiene simples das mãos

Enxague das mãos com água e uso do sabonete líquido em toda as duas mãos;Ensaboe das palmas das mãos, realizando a fricção delas entre elas;Deve-se esfregar a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda com os dedos entrelaçados e vice-versa;Deve-se realizar a fricção das áreas interdigitais com os dedos entrelaçados;Esfregar o dorso dos dedos da mão direita na palma da mão esquerda, segurando os dedos, com movi-mentos de vai-e-vem e vice-versa;Deve-se esfregar os polegares com movimentos circulares com o auxílio da palma da mão oposta;Esfregar as polpas digitais e as unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda com movimentos circulares e vice-versa;Enxaguar as com água e usar o papel toalha descartável para secá-las;Para o fechamento de torneiras manuais, utiliza-se o papel toalha.

Fonte: Dados obtidos de BRASIL, 2009.

Higiene antisséptica Através do uso de um agente antisséptico, esta técnica permite a remoção da microbiota tran-sitória, diminuindo assim a microbiota residente, e da sujidade, sendo que o procedimento é o mesmo realizado na técnica de higiene simples, exceto por usar um sabonete líquido antisséptico (BRASIL, 2013).Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica Esta técnica pode ser utilizada em substituição da higienização simples das mãos quando estas não estão visualmente sujas. Seu objetivo é reduzir os agentes microbianos das mãos através de uma prepa-ração alcoólica na forma de gel, espuma ou outras formas com a concentração final mínima de 70% ou com concentração de 60% a 80% na forma líquida. A duração do procedimento é de no mínimo 20 a 30 segundos, sendo realizado conforme indica o quadro 4 (BRASIL, 2013):

Quadro 4 - Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólicaProcedimentos para a fricção antisséptica das mãos

Aplica-se a preparação alcoólica em uma das mãos em uma quantidade necessária para cobrir as duas e prosseguir coma fricção das palmas das mãos;Depois deve ser esfregada a palma da mão direita contra o dorso da esquerda com os dedos entrelaça-dos e vice-versa, seguindo com a fricção das palmas das mãos com os dedos entrelaçados;Por meio de movimentos de vai-e-vem e segurando os dedos, o dorso dos dedos da mão direita deve ser esfregado com a palma da esquerda e vice-versa;Deve-se esfregar o polegar da mão direita com a palma da mão esquerdacom movimentos circulares e vice-versa;Deve-se friccionar as unhas e polpas digitais da mão direita contra a palma da mão esquerda com movi-mentos circulares e vice-versa;Em seguida deve-se esperar as mãos secarem.

Fonte: Dados obtidos de BRASIL, 2013.

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Antissepsia cirúrgica das mãos A remoção da microbiota transitória das mãos, a redução da microbiota residente e a geração de efeito residual na pele dos profissionais são os objetivos desta técnica, que deve ser realizada com escovas com cerdas macias e de uso único juntamente com um produto degermante. O procedimento tem du-ração variável, sendo que para a primeira cirurgia deve durar de 3 a 5 minutos e para as seguintes deve ser de 2 a 3 minutos (BRASIL, 2007). A seguir, no quadro 5, estão as orientações para o procedimento:

Quadro 5 – Antissepsia cirúrgica das mãosProcedimentos para a antissepsia cirúrgica das mãos

Primeiramente deve-se enxaguar as mãos, os antebraços e os cotovelos e colocar o antisséptico em to-das essas áreas;Nas situações em que seja utilizada a escova impregnada com o antisséptico, a superfície da esponja deverá ser pressionada sobre as áreas acima mencionadas;Em seguida, as unhas devem ser limpas com face da escova com as cerdas ou limpador de unhas;Deve-se realizar a fricção das mãos e antebraços, com as mãos acima do cotovelo, por no mínimo 3 a 5 minutos, e prosseguir com o exangue em água corrente;Por fim, através de movimentos de compressão, seque-se com toalhas ou compressas estéreis, começan-do nas mãos, seguindo pelos antebraços chegando até os cotovelos. Para as diferentes áreas use as dis-tintas dobras do instrumento de secagem.

Fonte: Dados obtidos de BRASIL, 2007.

CONCLUSÃO

A higienização das mãos é uma das medidas mais importantes na promoção da segurança do pa-ciente, refletindo assim na qualidade do serviço oferecido e na satisfação do usuário, combatendo a ocor-rência de agravos e possibilitando uma recuperação rápida e efetiva. Existe a necessidade da implantação de medidas que promovam e conscientizem os profissionais e usuários da importância da realização deste procedimento, tendo em vista que uma vez que o usuário conhece tal necessidade ele poderá cobrar dos profissionais quando estes não a realizarem. Além disso, medidas como redimensionamento de pessoal, diminuição da jornada de trabalho, condições de trabalho e repouso adequadas também são úteis para a promoção da higienização das mãos.Percebe-se que ainda não uma visão holística por parte dos gestores dos benefícios dessa prática, uma vez que ela atua tanto na melhoria dos serviços oferecidos como na redução de custos para a própria institu-ição hospitalar. Aliada a higiene das mãos, outras medidas também devem ser tomadas para o combate a outros agravos que interferem na segurança do paciente, uma vez que em conjunto essas medidas são mais eficazes e possibilitam um melhor gerenciamento dos riscos oriundos dos serviços prestados.

REFERÊNCIAS

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AUDITORIA EM SAÚDE: atuação da equipe multiprofissional e a qualidade dos serviçosGleice Maria Pereira da Silva; Ivo Miguel Segura;

Luciana Cruz Rodrigues Vieira (orientadora);Sandra Helena Lindoso Azoubel

INTRODUÇÃO

A avaliação dos sistemas de saúde constitui o elemento de maior importância na caracterização de um sistema desejável e economicamente acessível ao país. Com o intuito de garantir a qualidade dos serviços prestados, instituições de saúde têm-se preocupado em utilizar a auditoria. Nesse sentido, a audi-toria, hoje, é importante para subsidiar o planejamento das ações de saúde, sua execução, gerenciamento e avaliação qualitativa dos resultados. A auditoria visa a qualidade da assistência com vista na redução de custos, agregando os valores financeiros aos valores qualitativos. A regulação das ações e os serviços de saúde em todo o território nacional – apresentada por meio da Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990 – estabeleceu o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) como um mecanismo de controle técnico e financeiro, sob competência do SUS e em cooperação com os estados, Distrito Federal e municípios. A avaliação da qualidade na atenção à saúde, por meio do SNA, seria es-tratégia no processo de construção e manutenção do SUS. No entanto, a instituição desse sistema deu-se apenas em 27 de julho de 1993, pelo art. 6º da Lei N.º 8.689, e sua regulamentação ocorreu pelo Decreto N.º 1.651, de 28 de setembro de 1995. Essa base normativa possibilitou o acompanhamento, a fiscalização, o controle e a avaliação técnico-cientifica, contábil, financeira e patrimonial das ações e serviços de saúde (TAJRA, et. al., 2014). Paim e Ciconelli (2007) afirmam que a auditoria é utilizada com o objetivo de melhorar a qualidade da gestão e política dos serviços e sistemas de saúde, tornando-se necessária a partir da crescente preocu-pação das organizações de saúde com a otimização de seus serviços e recursos destinados ao financia-mento destas ações. Quanto à tipologia, as principais auditorias aplicadas no âmbito da saúde se classificam em analíti-ca e operacional, podendo ser ainda uma atividade de controle interno ou externo, quanto à forma. De acordo com Santos et. al. (2011), a auditoria analítica é referente a um conjunto de atividades, cujo ob-jetivo é analisar a formulação, implementação e os resultados de uma política visando reformulá-la ou reorientá-la. A operacional, por sua vez, trabalha na verificação in loco das atividades, procedimentos e condições estruturais, ou seja, concentra-se nas condições da rede física, nos mecanismos de regulação e no desenvolvimento das ações de saúde. Caleman, Sanchez e Moreira (1998) descrevem como se constituem a auditoria analítica e auditoria operacional na saúde pública. A auditoria analítica visa um impacto positivo nas condições de saúde da população, permitindo subsídio do processo de programação pactuada e integrada em sua elaboração ou reprogramação; a alteração do processo de gerenciamento da rede de serviços; a implantação de novas rotinas de controle e/ou auditoria operacional; a modificação das normas de regulação e/ou protocolos do sistema de saúde; a alimentação do processo de decisão do gestor a partir da identificação de situações que comprometam o bom andamento da prestação de serviços. Segundo os autores, os instrumentos da auditoria analítica são: plano de saúde do Distrito Sanitário; Programação Pactuada Integrada (PPI); relatório de auditoria operacional; cadastro da rede de serviços; banco de dados dos atendimentos ambulatorial e hospitalar; banco de dados de mortalidade, vigilância

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epidemiológica e ambiental; prontuários dos pacientes; entrevistas com usuários. De acordo com Caleman, Sanchez e Moreira (1998), a auditoria operacional tem como atividade analisar e auditar in loco as solicitações de internações; autorizar, previamente, a realização de cirurgias eletivas; autorizar realização de exames de alta complexidade (APAC); analisar os relatórios de saída do sistema ambulatorial e de internação (SIA e SIH/SUS); vistoriar os serviços em conjunto com a Vigilância Sanitária; acolher denúncias de usuários, prestadores, gestores ou profissionais de saúde; acionar a real-ização de auditoria analítica a partir da detecção de distorções ou problemas específicos, entre outros. Os autores indicam os instrumentos da auditoria operacional, tais como: programação pactuada integrada do Distrito Sanitário; contratos e convênios com a rede prestadora de serviços; manuais do SIH e SIA/SUS e de auditoria do MS e secretarias estadual e municipal da Saúde; portarias ministeriais, da Secretaria de Estado da Saúde e da Secretaria Municipal da Saúde, que regulam a prestação de serviços; prontuários dos pacientes; sistema de Informação em Saúde. A auditoria se mostrou, ao longo dos anos, como uma poderosa ferramenta utilizada para que se pudesse adotar a ética como fator principal na condução das organizações, bem como nas trocas de relações entre diversos agentes. Na saúde, a auditoria teve seu início voltado para análise das contas médi-co-hospitalares e, consequentemente, a assistência. De acordo com Rodrigues et. al. (2011), a auditoria na assistência à saúde teve ênfase na década de 1990, quando houve um crescimento progressivo na audi-toria hospitalar. Atualmente as atividades de auditoria vem se concentrando aos sistemas de regulação médica, tanto no âmbito do SUS quanto no sistema suplementar de assistência à saúde. Nesse contexto, atualmente a auditoria se configura como importante ferramenta para subsidiar o planejamento das ações de saúde, sua execução, gerenciamento e avaliação qualitativa dos resultados. Ela constitui uma ferramenta utilizada para a melhoria da qualidade da gestão e responsabilização da política, sendo também caracterizada como um compromisso social. A relevância da atuação multiprofissional vem disposta no Manual de Auditoria do SUS, onde ela é citada como um dos requisitos básicos para a implantação de um componente do SNA, além de ressaltar que o quadro de auditores deve ser permanente para o desempenho das ações técnicas e administrativas (COUTINHO, 2014). Todavia, entende-se, também, que o trabalho de auditoria não é tarefa fácil, sendo estressante e intenso, cujo foco é o equilíbrio financeiro, controle e excelência na prestação de serviços de saúde. Nesse sentido, o estudo se propôs a buscar respostas para a problemática da sistemática do trabalho multidis-ciplinar da auditoria em saúde, ao investigar de que forma a equipe multiprofissional atua no serviço de auditoria em saúde, visando a qualidade dos serviços prestados dentro das Instituições de Saúde.

OBJETIVO GERAL

Diante disso, o objetivo deste estudo é descrever sobre a atuação multiprofissional em auditoria no âmbito da saúde através de uma revisão de literatura. Nessa perspectiva, foi realizada uma pesquisa bibliográfica no primeiro semestre de 2017, entre janeiro e março, sendo a produção do artigo realizada entre março e maio do ano vigente. Para análise de dados foram pesquisadas 20 publicações que passaram por uma triagem, aonde foi possível analisar, identificar e selecionar àquelas que foram válidas, excluindo as inválidas. Para critério de inclusão foram selecionados artigos disponíveis nas bases de dados BIREME, LILACS, SCIELO e livros disponíveis no Goo-gle Books, entre os anos de 2000 e 2017. Já as publicações excluídas foram as que não eram provenien-

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tes de fontes confiáveis, de revistas científicas, produções desatualizadas ou de conteúdos que poderiam abordar a auditoria, porém, que não tinha uma relação intrínseca com a temática abordada neste trabalho.

REVISÃO DE LITERATURA

Para composição desse estudo foram coletadas 20 publicações, sendo que, destes, os que contem-plaram os critérios de inclusão foram 16 publicações, localizados nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde/BIREME, SCIELO, além das ferramentas de busca Google Books e Google Acadêmico. O quadro 1 faz um apanhado geral das publicações utilizadas para a pesquisa bibliográfica, que culminou na elaboração deste artigo.

Título Autor(es) Tipo de Publicação Ano Principais CaracterísticasAnálise dos audito-res em saúde quan-to aos serviços pú-blicos de fisioterapia no estado da Bahia

ALELUIA, Í.R.S.; SANTOS, F.C

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2013 Pesquisa de campo sobre audito-ria no serviço de Fisioterapia, no Estado da Bahia.

Auditoria no Siste-ma Único de Saúde: o papel do auditor no serviço odonto-lógico

AYACH, Carlos; MOIMAZ, Suzely A. S.; GARBIN, Cléa

Adas S.

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2013 Estudo bibliográfico e documen-tal, descritivo, com ênfase na au-ditoria e no papel do auditor nos serviços de odontologia.

Sistema Nacional de Auditoria

BRASIL. Ministério da Saú-de

Livro 2011 Apresenta algumas orientações concernentes à aplicabilidade da auditoria no âmbito da saúde; o papel do Sistema Nacional de Au-ditoria; O SUS, entre outros.

Auditoria, Controle e Programação de Serviços de Saúde.

CALEMAN, Gilson; SAN-CHEZ, Maria C.; MOREIRA,

Marizélia L.

Livro digital 1998 Descreve a auditoria e suas rami-ficações (analítica e operacional); os programas de serviços de au-ditoria em saúde.

Auditoria de enfer-magem da assistên-cia em saúde à saú-de: uma revisão de literatura.

CAMELO, Silvia H.H. et al. Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2009 Estudo bibliográfico a respeito da auditoria em saúde, no âmbito da enfermagem.

Sistema de informa-ções para acompa-nhamento, controle e auditoria em saú-de pública

CERCHIARI, Giovanna Schenkel Fornari; ERD-

MANN, Rolf Hermann

Anais eletrônicos 2005 Trabalho sobre auditoria em saú-de pública, apresentado Con-gresso internacional de custos, ocorrido em Florianópolis, SC.

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Auditoria médica: avaliação de alguns procedimentos inse-ridos no programa de atenção integral à saúde da mulher no posto de saúde da Vila Municipal, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

COSTA, Juvenal Soares Dias da

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

1998 Estudo referente à auditoria em saúde, realizado em Pelotas – RS, através dos prontuários das pa-cientes que fazem consulta no posto de saúde escolhido para a pesquisa.

Auditoria do Siste-ma Único de Saúde: um estudo de caso do Componente Estadual de Audito-ria de Pernambuco (CEA/SUS/PE), 2010 – 2013

COUTINHO, Bruna Maria-na

Monografia 2014 Estudo de caso sobre a auditoria no Sistema Único de Saúde, no Componente Estadual de Audito-ria de Pernambuco (CEA/SUS/PE).

Métodos e técnicas de pesquisa social

GIL, Antônio Carlos Livro 2008 Descreve a tipologia da pesquisa e demais estudos; apresenta as principais técnicas de pesquisas utilizadas em trabalhos científi-cos.

Auditoria e avalia-ção no Sistema Úni-co de Saúde

MELO, Marilene Barros de; VAITSMAN, Jeni

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2008 Estudo de campo, no qual des-creve as funções de uma audito-ria em saúde, como instrumento de avaliação no SUS.

PPRA/PCMSO: au-ditoria, inspeção do trabalho e controle social

MIRANDA, Carlos Roberto; DIAS, Carlos Roberto.

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2004 Pesquisa de campo, cujo obje-tivo é a realização de auditoria, do ponto de vista da inspeção do trabalho, PPRA e PCMSO ela-borados e implementados por empresas, de diferentes ramos econômicos no Estado da Bahia.

Auditoria de avalia-ção da qualidade dos serviços de saú-de

PAIM, Chennyfer R. P.; CI-CONELLI, Rozana M

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2007 Pesquisa exploratória, quantitati-va e de campo, aplicadas ás ope-radoras de planos de saúde da re-gião metropolitana de São Paulo (RMSP), identificar se o setor de credenciamento das operadoras de planos de saúde realiza audi-toria de avaliação da qualidade dos serviços de saúde.

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Perfil dos médicos auditores no Estado do Rio Grande do Sul

PREGER, Claus Michael Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2005 Pesquisa de campo aplicada para os médicos auditores que atuam em hospitais do RS, cujo objeti-vo é identificar a ficha funcional, grau de satisfação pessoal/valori-zação e ficha médica destes pro-fissionais.

Qualidade e acredi-tação em saúde

RODRIGUES, Marcus Vini-cius et al.

Livro 2011 Aborda sobre a gestão em saúde, serviços de auditoria em saúde e controle de qualidade.

Participação do fisio-terapeuta na equipe multiprofissional de auditoria em saúde

SANTOS, Fabiane Costa et al.

Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2011 Pesquisa exploratória, qualiquan-titativa, que investiga as avalia-ções de um serviço ou sistema de saúde, o aumento na demanda de assistência e gastos com fi-sioterapia; a equipe multiprofis-sional na auditoria; o perfil e as características do auditor neces-sárias para o exercício da audito-ria, além das atribuições do fisio-terapeuta que se relacionem com habilidades de gestão inerentes a atividades de auditoria

Análise da produção em auditoria e saú-de pública a partir da base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde

TAJRA, Fábio Solon et al. Artigo científico- Revis-ta eletrônica

2014 Faz uma revisão bibliográfica am-pla sobre auditoria em saúde.

Fonte: SILVA; AZOUBEL, 2017.

Quando se trata de auditoria, entende-se sua relação com o controle administrativo-financeiro das organizações. Lamberck propôs, em 1956, o conceito de auditoria, que tinha como premissa a avaliação da qualidade da atenção com base na observação direta, registro e história clínica do cliente (AYACH; MO-IMAZ; GARBIN, 2013). Com base nisto implica dizer que a auditoria se refere a um conjunto de atividades desenvolvidas tanto para controle (auditoria operacional) quanto para avaliação de aspectos específicos e do sistema (auditoria analítica). Para Chiavenato (2000), a auditoria é um sistema de revisão de controle, para informar a adminis-tração sobre a eficiência e eficácia dos programas em desenvolvimento; sua função não é somente indicar os problemas e as falhas, mas, também, apontar sugestões e soluções, assumindo, portanto, um caráter eminentemente educacional. Quanto ao seu objetivo, Santos et. al. (2011) salienta que a auditoria visa avaliar e controlar as or-ganizações de saúde no intuito de garantir a qualidade dos serviços prestados à população, devendo ser realizada em todas as áreas da assistência. As atividades da auditoria concentram-se nos processos e resultados da prestação de serviços e pressupõem o desenvolvimento de um modelo de atenção adequado em relação às normas de acesso,

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diagnóstico, tratamento e reabilitação. Consistem em controlar e avaliar o grau de atenção efetivamente prestada pelo sistema, comparando-a a um modelo definido. No tocante à auditoria no SUS, Coutinho (2014) reforça que esta figura como uma atividade de con-trole de interno, que busca, através de ações que visam a qualidade da gestão e da assistência ao usuário do SUS, principalmente, através de ações de cunho educativo e orientador. Contudo, apesar de sua rele-vância social, a auditoria do SUS ainda é pouco discutida, do ponto de vista acadêmico, tendo em vista que há poucos trabalhos publicados. Algumas situações implicam na necessidade de uma auditoria, como por exemplo, erros em co-branças derivados da falha de registro em materiais e medicamentos feitos pela equipe de saúde, acar-retando em prejuízos financeiro à instituição de saúde. De acordo com o pensamento de Camelo et. al. (2009, p. 1019): “A auditoria que visa à diminuição de perdas financeiras é de grande relevância, porém não deve ser a prioridade em auditoria em saúde para não haver perda de seu objetivo, que é a garantia da qualidade de assistência”. Para mostrar alguns resultados de auditoria no âmbito da saúde, é necessário salientar como é feito o processo de implementação dos serviços de auditoria na saúde. Se sabe que o SNA se estrutura na forma descentralizada nas três instâncias de gestão, os componentes do sistema de auditoria devem se conformar ao sistema nacional, de acordo com a legislação do SUS, ocupando um lugar formal na es-trutura organizacional das secretarias de saúde. De acordo com Ministério da Saúde (2011) é necessário que os componentes estaduais e municipais sejam regulamentados por Lei ou Decreto do chefe do Poder Executivo e que tenham também um responsável legal, como um gerente, coordenador ou diretor, con-forme organograma das secretarias de saúde e que o gestor designe, por meio de ato próprio (portaria ou decreto), o corpo de auditores, auferindo, assim, um caráter de legalidade aos trabalhos de auditoria desenvolvidos pela equipe designada. A partir disso, se torna possível a realização de auditoria e, para isso, é recomendado que a audi-toria tenha uma estrutura mínima compatível com as atividades a serem desenvolvidas, considerando-se o perfil e a complexidade da rede de serviços, inclusive o volume de produção de serviços e quantitativo de contratos firmados com a rede complementar. Nesse segmento, é esperado que os componentes do SNA sejam dotados de alguns recursos adequados, como por exemplo estrutura física, recursos humanos e financeiro (BRASIL, 2011, p.35). Costa et al. realizaram um estudo em um Posto de Saúde em Pelotas (RS), em 1998, por intermédio de levantamento de dados dos prontuários médicos, que pudesse controlar a demanda de pacientes, principalmente aqueles que residem fora da comunidade. O foco principal da auditoria foi investigar o Programa de Atenção Integral à Mulher, cujo objetivo foi avaliar a qualidade e quantidade de algumas ações preventivas, integrantes do PAISM. Durante a auditoria constatou-se que as mulheres acompanha-das por determinados problemas, principalmente de natureza crônica, em um serviço de saúde, tinham uma maior probabilidade de se submeter a formas de atenção mais integralizada, e, assim, determinados procedimentos tenderiam a ser mais registrados. Entretanto, as mulheres com um número expressivo de consultas médicas não tiveram os mesmos procedimentos registrados. O estudo de Miranda e Dias (2004) concentra-se na aplicação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que visam a se-gurança da saúde do trabalhador. O PPRA, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-9 da Portaria 3.214/78, tem como objetivo a prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais, isto é, a prevenção e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho.

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Já o PCMSO – estabelecido pela NR-7, Portaria 3.214/78 – é um programa médico que deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. De acordo com o autor, tanto o PPRA quanto o PCMSO se configuram como instrumentos de audi-toria de diagnóstico precoce. Toda empresa, independentemente de sua tipologia e função, tem o dever de elaborar um PCMSO que deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os riscos identificados nas avaliações previstas no PPRA. No estudo feito por Cerchiari e Erdmann, em 2005, a auditoria realizada na Secretaria Municipal de Saúde do Município de Itajaí-SC teve como objetivo apresentar alternativas para gestão dos recursos destinados à saúde pública através de um Sistema de Informações para os Programas de Diabetes e Hiper-tensão. Através da auditoria, os autores observaram que a qualidade no atendimento e sua quantidade, os números de internações e óbitos estavam diretamente relacionados ao desempenho do sistema de saúde e também do resultado do dinheiro investido. Nessa perspectiva, foi apresentado um modelo para gestão em saúde pública, utilizando as fór-mulas como indicador para avaliação de qualidade e custo em saúde. Este modelo apresenta-se como um Sistema de Informações para o (SIPDH). Alguns autores ressaltam que a análise dos custos é essencial para o controle dos programas desenvolvidos em saúde. Para Cerchiari e Erdmann (2005), essa análise contem-pla todos os fatores envolvidos nos processos em questão. Destaca também o aproveitamento adequado dos recursos, ou seja, através do planejamento, coordenação, direção e controle. Santos e et al. fizeram um estudo exploratório, cujo objetivo foi investigar os gastos em Unidades de Saúde dos municípios brasileiros, nos anos de 1995 a 2009. Identificou-se que o aumento dos custos com saúde, uma preocupação tanto dos financiadores privados como do grande financiador público, pois estes gastos têm crescido em ritmo acelerado, sendo que uma parcela importante dos recursos é descen-tralizada e destinada para os serviços de média e alta complexidade, nos quais o atendimento ambulato-rial se destaca como o principal responsável por esses aumentos (SANTOS, et. al., 2011). Santos et al. apontam que a necessidade crescente dos pacientes que precisam de atendimento fisioterapêutico no Brasil e o interesse na busca de soluções efetivas que, invariavelmente, passam pelas alternativas de reorganização das relações entre oferta e demanda dos recursos financeiros do SUS des-tinados às atividades de fisioterapia. Sobretudo, no SIA/SUS, encontram-se várias patologias e condições que se encaixam nas diversas áreas de domínio da fisioterapia, isto talvez venha contribuir para o aumento da demanda de atendimentos e custos que este serviço vem assumindo. Conforme análise de alguns estudos, para que os serviços de auditoria tenham plena aplicabilidade, é necessário ter profissionais capacitados na área para executar atividades de auditoria. Nesse segmento, a auditoria pode ser desenvolvida em vários setores da saúde e por diferentes profissionais, constituin-do-se em uma equipe multiprofissional de auditoria em saúde, que é geralmente composta por diferentes profissionais, que realizam a análise qualitativa e quantitativa do prontuário previamente ao faturamento e posterior a ele verificando as glosas efetuadas e redigindo relatórios finais para a tomada de decisão. É sabido que a atuação multiprofissional no trabalho de auditoria é imprescindível para melhoria na qualidade dos serviços de saúde. No entanto, nem todas as Unidades de Saúde do Brasil não dispõe de auditores para a realização de atividades de auditoria no ambiente do sistema de saúde. Coutinho (2014) chama a atenção para essa problemática em um estudo de caso realizado no Com-ponente Estadual de Auditoria de Pernambuco (CEA/SUS/PE), entre os anos de 2012 e 2013. Esta pesquisa integra um projeto chamado “O impacto das reformas estruturais no SUS: uma análise compreensiva sobre gasto público, acesso e performance da assistência à saúde de 2006 a 2012”, e foi publicado em 2014. O

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objetivo do estudo foi analisar o CEA/SUS/PE, segundo suas características operacionais e percepção dos seus auditores. Os resultados da pesquisa indicaram que no quesito estrutura há insuficiência no número de auditores e 39, 3% eram Enfermeiros. 268 auditorias (57,8% com objeto Assistência; 38,8% demandadas pelo Sistema Nacional de Auditoria federal (SNA) e 90,3% realizadas de forma direta, 10 ações de educação continuada e 13 ações de cooperação técnica. Apenas 5,9% dos municípios pernambucanos possuíam auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) implantada. O estudo de Coutinho apresenta um gráfico que expõe a composição de uma equipe multiprofis-sional de auditoria que atuam no CEA/SUS/PE no período da realização do estudo de caso.

Figura 1 – Distribuição (%) dos auditores do CEA/SUS/PE segundo categoria profissional, outubro/2013.

Fonte: SISAUD apud COUTINHO, 2014.

Conforme dados demonstrados no gráfico, entende-se a importância de uma composição multi-profissional e multidisciplinar da equipe de auditoria. Todavia, algumas profissões da área contábil e finan-ceira, entre outros da área das ciências médicas são insuficientes. Isto não reflete somente no Estado de Pernambuco, esse desequilíbrio é uma realidade presente em muitos Estados brasileiros. A respeito disso, Aleluia e Santos (2013) endossam a importância da equipe multiprofissional na auditoria do SUS, afirmando que a inexistência de algumas profissões compondo a equipe desta, dificulta a concretização e o aprimoramento da força de trabalho do SNA. A legitimidade desta informação é ratificada por meio das resoluções dos respectivos Conselhos Federais de algumas profissões que atualmente desempenham atividades de auditoria em saúde, e que enfatizam em seus incisos a importância da integração multiprofissional nesta atividade. Através de suas resoluções, algumas profissões estão credenciadas a realizar auditoria, em diversos setores e com demais profissionais. Aponta-se algumas áreas que tem maior componentes nos serviços de auditoria. Essa amostra deu-se com base nos estudos de Santos et. al. (2011) que elencou tais profissões na sua pesquisa. Desse modo observa-se, a seguir, as resoluções das áreas de Contabilidade, Medicina, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e Fisioterapia, conforme se observa a seguir: O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), resolução nº 781/95, afirma que o auditor pode realizar trabalhos de forma compartilhada com profissionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divi-

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são de tarefas, segundo a habilitação técnica e legal de seus participantes (CFC, 1995). O Conselho Federal de Medicina (CFM), resolução nº 1.614, de 8 de fevereiro de 2001, afirma que o médico, quando integrante da equipe multiprofissional de auditoria, deve respeitar a liberdade e independência dos outros profis-sionais (CFM, 2001). O Conselho Federal de Enfermagem, resolução nº 266/2001, afirma que o enfermeiro deverá participar da interação interdisciplinar, contribuindo para a auditoria em geral. (COFEN, 2001). E ainda, o Conselho Federal de Farmácia, resolução nº 508/2009, designa que compete a este pro-fissional, na função de auditor líder, a sua interação com os demais profissionais da equipe, no processo de organização e realização de auditorias (CFF, 2009). O Conselho Federal de Odontologia (CFO) descreve que é primordial a função de perito/auditor para os odontólogos dentro do contexto de saúde (CFO, 2001). O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) afirma que o profissional fisioterapeuta possui habilidades e competências para atuar multiprofissionalmente neste sentido, e o Decreto lei n. 938 - de 13 de outubro de 1969 versa que este profissional está habilitado a desempenhar auditorias no âmbito de sua competência profissional (COFFITO, 1969). Em uma pesquisa realizada por Preger e demais autores, em 2005, cujo objetivo foi analisar o perfil do médico auditor no Estado do Rio Grande do Sul, tomando por base o grupo de médicos que participou dos cursos de pós-graduação em Auditoria em Saúde, Fundação Unimed, nas cidades de Porto Alegre e Caxias do Sul. Nesse estudo constatou-se que o médico auditor no Estado do Rio Grande do Sul é um pro-fissional predominantemente do sexo masculino, na faixa etária entre 40 e 50 anos, formado há 22,1 ± 7,72 anos, com títulos de especialização e/ou universitários, tendo já frequentado um ou mais de um curso nes-ta área. Seu vínculo de trabalho é preferentemente informal, atuando como auditor há 7,24 ± 6,62 anos. Os médicos entrevistados mostraram estar satisfeitos com sua atividade, mais na instituição privada do que na pública, e sua remuneração equipara-se a dos outros médicos não auditores (PREGER et. al., 2005). De acordo com os autores, no grupo entrevistado, não existem médicos com menos de 33 anos de idade nem formados há menos de 7 anos, o que demonstra a tendência dos médicos auditores serem pro-fissionais que acumularam sua experiência por vários anos. A maioria tem menos de 30 anos de formada (84,5%), menos de 60 anos de idade (91,5%) e, embora cerca de 20% dos médicos estejam aposentados, permanecem em plena atividade profissional. As cooperativas médicas investem no aprimoramento pro-fissional de seus médicos auditores mais do que as outras operadoras de planos de saúde. Nesse contexto, fica evidente o alto grau de formação, especialização e de atualização dos médicos auditores entrevista-dos. Conforme se observou, diversas categorias profissionais desempenham a atividade de auditoria de saúde. Segundo Paim e Ciconelli (2007) a auditoria multiprofissional dispõe de áreas específicas de atuação, sendo que a característica do serviço em saúde definirá o papel do auditor e lembrando que seus objetivos são sempre os mesmos, ou seja, garantir a qualidade no atendimento ao cliente, evitar desperdí-cios e auxiliar no controle dos custos. Para o bom desempenho da atividade de auditoria, é preciso que o profissional que exerce a fun-ção de auditor não tenha vínculos com o ambiente que está sendo auditado, tendo, assim, uma conduta imparcial, atendendo aos princípios éticos da auditoria. Nesse contexto, Melo e Vaitsman ( 2008, p. 157) reforça que a auditoria deve basear-se em princí-pios éticos básicos, como autonomia, beneficência e justiça, sendo necessário, para isso, maior proximida-de quanto à realidade a ser auditada. Isto se torna um desafio, visto que o objetivo do trabalho do auditor é evitar irregularidades nas instituições, para que não haja prejuízos tanto para os colaboradores que nelas trabalham, bem como para terceiros que prestam algum vínculo de trabalho.

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Ayach, Moimaz e Garbin (2013) enaltecem a importância da auditoria, para o levantamento, estudo e ava-liação sistemática das transações, dos procedimentos, das operações e das rotinas, bem como nas de-monstrações financeiras de uma entidade. Assim, considera-se que a auditoria em saúde se configura como uma importante ferramenta para controle e avaliação nas organizações de saúde, que visa a melhoria na qualidade e resolubilidade dos serviços prestados e que requer o conhecimento técnico de diversas profissões, isso tem tornado tal ativi-dade um campo de saber e prática multiprofissional com considerável grau de complexidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo possibilitou perceber que as informações geradas por uma auditoria possibilitam o redi-recionamento das políticas e objetivos e, consequentemente, das atividades e ações dos serviços de saú-de. Essa ação se apresenta como uma oportunidade permanente de negociação e, ao envolver aspectos organizacionais e políticos relacionados, reorienta o desenvolvimento do processo de trabalho em saúde. Houve a preocupação com a qualidade na prestação de serviços de saúde ao longo dos anos, e houveram legislações que buscaram a regulamentação do trabalho de auditoria nos serviços públicos de saúde, a exemplo do Serviço Nacional de Saúde (SNA) – inicialmente pela Lei N.º 8.080, de 19/09/1990 e regulamentada, posteriormente pelo Decreto N.º 1.651, de 28/09/1995 –. A partir de então, a auditoria tem funcionado como ferramenta essencial na estrutura regimental dos serviços privados e públicos de saúde. A atuação multiprofissional da equipe de saúde é fundamental para realização de uma auditoria em diversos segmentos da saúde. Antes, uma tarefa intrinsecamente relacionada à área administrativa e contábil, hoje a auditoria se tornou uma atividade abrangente, em que muitos profissionais de outras áreas, quando capacitados, podem atuar. Isto contribui para que haja um serviço de auditoria que atenda às necessidades de diversos setores da saúde, em fomento de um serviço que preze pelo controle de qua-lidade e evite desperdícios. Conforme se observou, as ações de auditoria tendem a democratizar os direitos à saúde. Entretan-to, para que esse trabalho possa ser executado é necessário de ações de cobertura de massa para atender às expectativas das ações de saúde expressadas pelas demandas e a proposta constitucional, a qual afirma ser a saúde um direito de todos e dever do Estado. Espera-se que o estudo contribua para mostrar a utilidade e a praticidade dos instrumentos de ava-liação e operacionalização na organização de um serviço de saúde, aprimorando a qualidade dos cuidados e evidenciando a importância dos registros que são feitos cotidianamente.

REFERÊNCIAS

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O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO CONTEXTO DA ACREDITAÇÃO HOSPITALARJayron Barbosa Fonseca¹; Adriana de Jesus Rodrigues Costa Santos¹;

Thamires Messias Figuereiro¹; Mônica Andréa Miranda Aragão²¹Graduando em Enfermagem pela Faculdade Estácio de São Luís

²Coodenadora e Docente da Faculdade Estácio de São Luís

INTRODUÇÃO: A sobrevivência no mercado de trabalho cada vez mais globalizado e competitivo é, in-discutivelmente, um dos grandes desafios na área de saúde. Buscando se adequar às mudanças vividas pela sociedade contemporânea e ao mesmo tempo atender às demandas de uma clientela cada vez mais exigente, gestores dos serviços de saúde têm adotado novas posturas que impõem o incremento do nível de qualidade. Na perspectiva de alcançar os mais elevados padrões assistenciais, são adotadas iniciativas voltadas para o processo de Acreditação Hospitalar, as quais impõem novas exigências no que se referem às competências profissionais, mudanças comportamentais, mobilização constante dos profissionais em busca de metas e objetivos propostos, além da melhoria permanente e contínua do atendimento (MANZO 2009). Na área da saúde, constatamos uma preocupação crescente dos diversos profissionais em apri-morar conhecimentos técnicos e científicos, estimulando assim seu desenvolvimento e aumentando suas responsabilidades, pois cada um deles objetiva qualificar cada vez mais o nível de assistência prestada ao cliente, família e comunidade (SOUSA; BARROS, 1998).

OBJETIVO: Enfatizar o conhecimento dos profissionais de saúde quanto aos objetivos, vantagens do pro-cesso de acreditação hospitalar.

MÉTODOS: O estudo é uma revisão de literatura, sobre um tema delimitado, no caso o papel dos profis-sionais de saúde no contexto da Acreditação hospitalar, de maneira ordenada e sistemática, tornando-se um instrumento para o aprofundamento do saber a respeito do tema investigado. Para a elaboração da presente revisão foram percorridas: definição da questão norteadora (problema) e objetivo da pesqui-sa, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão das publicações (seleção da amostra); busca na literatura. O levantamento de artigos foi realizado por meio de uma busca online, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVC), nas bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências e Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), em Outubro de 2017. Optou-se por essas bases de dados por entender que elas atingem a literatura publicada com referências técnico-científicas brasileiras e incluem periódicos conceituados da área da saúde. Utilizou-se para a busca os seguintes descritores: acreditação hospitalar, gestão da qualidade, profissionais de saúde. Levantaram-se artigos e publicações com recortes temporais das produções científicas nacionais sobre Acreditação hospitalar, de 1998 até 2017.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir de Florence Nightingale, ao atuar na guerra da Criméia em 1854, já representam um marco para a qualidade da assistência de enfermagem. Ou seja, ela, ao incrementar o agrupamento dos pacientes por tipo de tratamento, estabeleceu um precedente, por exemplo, para o atual conceito de triagem. Além disso, utilizou sistematicamente dados de mortalidade para melhorar os cuidados prestados aos soldados feridos. Florence recomendava, também, o agrupamento dos pacien-tes mais graves e com maior grau de dependência em um setor onde a enfermagem possa manter uma vigilância e atendimento constantes. Mas, a sua preocupação central são os fatores ambientais (ar e água limpos, controle de ruídos, rede de esgotos adequada, diminuição da sensação de frio, entre outros) e as

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formas pelas quais estes afetam a recuperação do paciente (VARGAS et al, 2007). No âmbito de enferma-gem, sempre existiu ações informais para auferir a qualidade da assistência, representadas pela preocu-pação das enfermeiras em seguir rigorosamente os procedimentos executados, acreditando-se, com isso, que seriam assegurados os resultados almejados (VARGAS et al, 2007). A acreditação possibilita aos profis-sionais de todas as categorias a discussão, com largo embasamento técnico-cientifico, dos procedimentos e protocolos. A exigência da organização e do estabelecimento de ideias e condições de funcionamento destas categorias profissionais possibilita uma adequada e integrada relação com a direção da instituição e os demais profissionais em atividade (SILVA, 2008). Segundo Vargas et al (2007) o elemento humano que presta a assistência, com seus valores morais, sua formação profissional, sua atualização técnico-científica e o seu comprometimento influenciam muito mais na qualidade da assistência e na produtividade. No processo de Acreditação, tem sido reforçado que o papel de um corpo de enfermagem comprometido com o programa de qualidade é fundamental, pois é ele, entre todos os que trabalham nos hospitais, o único grupo profissional com presença permanente, familiarizado durante e depois da formação acadêmi-ca com temas gerenciais e de auditoria clínica e com habilidade ímpar para assessorar a implementação e a monitorização de todo o processo (VARGAS et al, 2007).

CONCLUSÃO: A Acreditação dos serviços de saúde é uma ferramenta que está sendo utilizada mundial-mente, ela tem evoluído seus processos continuamente para dar conta de alcançar com excelência seus objetivos, tem sido uma oportunidade das instituições de saúde melhorar a qualidade do atendimento, atenção e cuidado ao paciente. Identifica-se a necessidade de uma mudança cultural nas instituições de saúde, qualificação dos profissionais, liderança, comprometimento, dentre outros fatores, para a adesão e sucesso do processo. O processo de acreditação hospitalar está baseada na criação de uma mentalidade voltada para a qualidade dos serviços prestados a população, promovendo com isso a lógica do desen-volvimento e a implementação de um processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade permitindo a melhoria continua para as organizações de saúde. Com isso, a importância do conhecimento dos líderes, gestores e dos profissionais de saúde a respeito do instrumento de acreditação, como melho-ria da assistência integral da saúde.Palavras-chave: Acreditação Hospitalar, Gestão da Qualidade, Profissionais de Saúde.

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PLATAFORMA GIRAFA: melhoria na qualidade de vida do pacienteEzequiel Amorim Alcântara1; Paulo Roberto Barbosa Melo1;Francinalva de Jesus Ribeiro1; Ilka Kassandra Pereira Belfort2

RESUMO

Introdução: Acessibilidade é um dos principais itens que contribuem para a melhoria de qualidade de vida e o pleno exercício da cidadania pelas pessoas com deficiências e/ou aquelas com mobilidade reduzida. Objetivo: Construir uma plataforma girafa de custo reduzido para uso adulto ou criança, com a finalidade de transporte domiciliar e/ou hospitalar. Metodologia: Foi construída com um perfil galvanizado de 1.60 de comprimento por 1.60 de altura. A parte que sustenta o braço hidráulica, foi utilizado tubo galvanizado. Os materiais foram escolhidos de acordo com a demora de desgaste. Foi levado em consideração a ação do tempo. Conclusão: Após teste, espera-se com a plataforma melhorar a qualidade de vida de pacientes de difícil locomoção, além de colocá-la no mercado para vendas.

Descritores: Qualidade de vida. Defesa das Pessoas com Deficiência. Desenho de Equipamento.

ABSTRACT

Introduction: Accessibility is one of the main items that contribute to improving the life and full exercise of citizenship by people with disabilities / / those with reduced mobility. Objective: To construct a low cost giraffe platform for adult or child use, for the purpose of home and / or hospital transportation. Methodol-ogy: It was constructed with a galvanized profile of 1.60 in length by 1.60 in height. The part that supports the hydraulic arm, was used galvanized tube. The materials were chosen according to a wear delay. He was led to consider an action of time. Conclusion: After testing, a platform is expected to improve the quality of life of patients with difficult locomotion, in addition to placing it in the market for sales.

Keywords: Quality of life. Defense of People with Disabilities. Equipment Design

INTRODUÇÃO

Os espaços de saúde devem receber de forma igualitária o universo diversificado de pessoas, com ou sem limitações temporárias ou permanentes. De acordo com o decreto federal 5296/2004, desde 2008, todas as edificações de acesso público, assim como hospitais, clínicas, laboratórios etc., são obrigados a promover a acessibilidade (BRASIL, 2004). O termo acessibilidade significa incluir a pessoa com deficiência na participação de atividades como o uso de produtos, serviços e informações. Alguns exemplos são os prédios com rampas de acesso para cadeira de rodas e banheiros adaptados para deficientes (BRASIL, 2008; BRASIL, 2000). A segurança do paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado, e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade 1Alunos do 5º período do curso de Gestão Hospitalar2 Docente do curso de Gestão Hospitalar

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de oferecer uma assistência segura (BRASIL, 2013). Contudo, apesar de leis e portarias vigentes acerca da segurança do paciente os incidentes as-sociados ao cuidado de saúde, e em particular os eventos adversos (incidentes com danos ao paciente), representam uma elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde. Contudo, o fato de inúmeras construções/residências estarem fora das normas faz com que, segun-do Laguna (2012), aproximadamente 45 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sejam de certa forma são excluídos pelo fato de possuírem algum tipo de deficiência física, sendo assim terem limites de locomoção. A plataforma girafa está entre os elementos que vêm sendo utilizados para minimizar os prob-lemas relacionados à acessibilidade, pois ela auxilia no transporte de pessoas com necessidades especiais, diminuindo auxilio do cuidador/profissional de saúde, quando comparada às vias tradicionais, além de permitir acesso ágil e seguro. Mesmo em momentos de lazer nem todo mundo pode aproveitar plenamente esses momentos de diversão, isso porque pessoas com deficiência física frequentemente têm de lidar com dificuldades rela-cionadas à acessibilidade, tendo o seu momento de entretenimento muitas vezes transformado em prob-lemas. Mais do que conforto, respeito e segurança a plataforma girafa é um equipamento que permite ao deficiente físico ter plena condição para se transportar de um lado para o outro sem depender unicamente de outras pessoas. Sabe-se que o equipamento é de fácil instalação e adaptação ao lugar onde é alocado, não ge-rando maiores transtornos. Outra vantagem é que, também de forma prática, esse transporte pode ser disponibilizado tanto em áreas externas, quanto em áreas internas. Além disso, o equipamento ganha em economia de espaço, sendo por isso mais versátil. O projeto foi desenvolvido pensando no problema encontrado por cadeirantes para uso domi-ciliar e/ou hospitalar em deslocamento do leito para cadeira de rodas e vice-versa. Tendo também como parâmetro a Constituição federal no que concerne o direito de ir e vir (BRASIL, 1988). Contudo observa-se nem todos desfrutam desse direito, pois, geralmente, pessoas com deficiências de mobilidade precisam de ajuda de outras pessoas para executar algumas tarefas.

OBJETIVO GERAL

• Construir uma plataforma girafa de custo reduzido para uso adulto e/ou criança, com a finalidade de transporte domiciliar e/ou hospitalar.

METODOLOGIA

A plataforma girafa foi construída por alunos do 5º período do Curso de Hospitalar da Faculdade Laboro. Para isso foram estudadas as plataformas já existentes no mercado e as normas ABNT referentes à acessibilidade. Assim, tendo essas plataformas e as normas como base, foi possível determinar as partes constituintes escolhidas para compor a plataforma girafa. Antes do início da construção foram feitos alguns delineamentos, pesquisas entre outros para pos-sível construção da plataforma. Os encontros foram realizados aos sábados no horário da manhã, em uma oficina de carros dis-ponibilizada por um dos alunos da equipe.

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Os materiais utilizados foram todos comprados pela equipe de construção de projeto, além de out-ros doados pelo dono da oficina mecânica, que é um dos alunos da graduação. Após os desenhos finalizados iniciou-se a construção com os materiais de perfil galvanizado de 1.60 de comprimento por 1.60 de altura. A parte que sustenta o braço hidráulica, foi utilizado tubo galva-nizado. Os materiais foram escolhidos de acordo com a demora de desgaste. Foi levada em consideração a ação do tempo. A plataforma foi construída em 6 meses, com acertos semanais. O custo final da plataforma girafa ficou entre os valores de R$ 900 a 1200 reais. No momento a plataforma girafa está em fase de testes com pessoas sem deficiência. Considera-se que depois de esgotados os testes com pessoas sem deficiência começará os testes com o aluno que com-põe a equipe, este possui paraplegia.

PRINCIPAIS RESULTADOS

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CONCLUSÃO

Este projeto fez com que a equipe realizasse um estudo teórico sobre os equipamentos envolvidos para o desenvolvimento de uma plataforma girafa para transporte de pessoas com deficiência. Além dos estudos, também foram realizados levantamentos de dados, visitas que possibilitassem um melhor en-tendimento em relação ao projeto proposto, e busca de profissionais da área técnica com conhecimento sobre o assunto. Assim foi possível obter maiores esclarecimentos sobre o funcionamento de plataformas. Essa luta constante é para dar qualidade de vida a pessoas com deficiência. É sempre satisfatório lembrar que ações simples e barata, como exemplo, a construção da plataforma, melhora a qualidade de vida não só das pessoas com deficiência, mas também seus cuidadores e familiares. Por conseguinte, após testes em pessoas com deficiência, espera-se melhor adequar o equipamen-to para uso, principalmente, em domicilio. Esperamos também após testes satisfatórios, seguidos da legis-lação vigente, além da ABNT, colocá-la no mercado para vendas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a pro-moção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 dez. 2000. Disponível em: <http://www.usp.br/drh/novo/legislacao/dou2000/lei10098.html>. Acesso em 24 de Out-ubro de 2017.

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VANTAGENS E DESAFIOS DA ACREDITAÇÃO HOSPITALARWeberth Nunes Mouzinho1; Ana Beatriz Silva Rosa2;

Gleyciane Dias Dutra3; Márcia Almendra Rios4; Flávia Dayane5

INTRODUÇÃO

Dados Históricos O Colégio Americano de Cirurgiões (CAC) estabeleceu em meados de 1924 o Programa de Padroni-zação Hospitalar – PPH. Este programa definiu um conjunto de padrões a fim de assegurar a qualidade da assistência aos pacientes. Em 1949, o Manual de Padronização mais desenvolvido, apresentava 118 páginas, mas o Colégio Americano de Cirurgiões passou a ter dificuldade em mantê-lo (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). O CAC iniciou parcerias com outras organizações direcionadas à melhoria e promoção da acredi-tação voluntária. Com a união destes grupos nos Estados Unidos, em 1951, foi criada a Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH) que logo, em dezembro de 1952, delegou oficialmente o programa de Acreditação a Joint Commission on Accreditation of Hospitals. Esta era uma empresa de natureza privada, que na ocasião procurou introduzir e enfatizar na cultura médico-hospitalar a qualidade em nível nacional (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). Em 1970 foi publicado o Accreditation Manual for Hospital contendo padrões ótimos de qualidade, considerando também processos e resultados da assistência. A mensuração de resultados passou a ser expresso em 4 níveis: acreditação com distinção, acreditação sem recomendação, acreditação com recomendação e acreditação condicional (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). No sistema de saúde brasileiro, as iniciativas de classificação e categorização de hospitais e out-ros serviços de saúde sempre pertenceram ao poder público. Em 1951, com o 1º Congresso Nacional do Capítulo Brasileiro do Colégio Internacional de Cirurgiões realizado em São Paulo foi estabelecido os pri-meiros padrões mínimos para Centro Cirúrgico e estudados tanto os aspectos de planta física como a organização desta unidade hospitalar (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). Desde 1970, o Ministério da Saúde desenvolve o tema Qualidade e Avaliação Hospitalar partindo de início da publicação de Normas e Portarias a fim de regulamentar esta atividade e atualmente trabalha na implantação de um sistema eficaz e capaz de controlar a assistência à saúde no Brasil. O Consórcio Bra-sileiro de Acreditação – CBA em dezembro de 1997 realizou um seminário com a assessoria da Joint Com-mission para elaborar um programa nacional de acreditação de hospitais. Nesta ocasião, com esta asso-ciação junto a Joint Commission, o Brasil foi integrado ao contexto internacional de avaliação de serviços de saúde (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). Em 1994, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Qualidade com o objetivo de promover esta cultura. Estabeleceu ainda a Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde - CNQPS que de-sempenhou importante papel na elaboração das diretrizes do programa e na sua disseminação, inclusive

1 Relator e discente do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST2 Discente do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST;3 Discentes do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST4 Discentes do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST5 Orientadora e docente do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha – CEST

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em outras esferas do governo (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). O Programa Brasileiro de Acreditação foi oficialmente lançado em novembro de 1998, no Congres-so Internacional de Qualidade na Assistência a Saúde em Budapeste, posteriormente, foram elaboradas propostas para o Sistema Nacional de Acreditação, ou seja, as normas básicas do processo de acreditação: credenciamento de instituições acreditadoras, qualificação e capacitação de avaliadores, código de ética e programa brasileiro de acreditação hospitalar (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). No período entre 1998 e 1999, o Ministério da Saúde realizou o projeto de divulgação da “Acred-itação no Brasil”. Constituiu-se de um ciclo de palestras envolvendo todas as regiões do país, teve como objetivo apresentar o projeto desenvolvido pelo Ministério, para sensibilizar e melhorar a compreensão sobre o Sistema Brasileiro de Acreditação bem como sua forma de operacionalização o que culminou com a criação da entidade ONA - Organização Nacional de Acreditação, em maio de 1999 (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). A partir do ano 2000, alterando o paradigma anterior, observa-se nos hospitais da região central de São Paulo mudança no padrão de atendimento e na prestação de serviços. Hoje se enfatiza a qualidade na assistência à saúde dentro de um mercado competitivo (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). A acreditação hospitalar apresenta-se como um dos métodos de avaliação dos recursos das orga-nizações de saúde, voluntário, periódico e reservado, que tende a garantir a qualidade da assistência por meio de padrões pré-estabelecidos (OLIVEIRA; MATSUDA, 2016; CALDANA; GABRIEL, 2017). Modelos na assistência da saúde foram sendo criados ao longo dos anos para tentar suprir o atendimento de clientes cada vez mais exigentes. Padrões foram sendo instituídos e avaliados por programas de acreditação hospi-talar que busca a realização de atendimento de qualidade nas instituições, assim como melhoria no cuida-do favorecendo mais segurança para os clientes nos procedimentos realizados (CALDANA, G; GABRIEL, C. S, 2017).

Define-se acreditação como a certificação de programa, serviço, organização, instituição ou agên-cia por um corpo externo autorizado de acordo com critérios pré-determinados,geralmente car-acterizados como padrões, estruturas e processos tipicamente de medição (CALDANA; GABRIEL, 2017).

Os trabalhos publicados mostram diversos benefícios para os profissionais e instituições que ade-rem o processo de acreditação. Ainda são poucas instituições públicas que aderiram no Brasil, compa-rando com outros países, pois encontram dificuldades como: custos crescentes para a manutenção dos serviços, os recursos financeiros limitados, reivindicação tanto dos profissionais de saúde, que almejam condições dignas e éticas de exercer seu trabalho, quanto dos governos responsáveis pelo financiamento do sistema de saúde (DUARTE, 2011). Desde a recepção do hospital até a alta do paciente, as mudanças nas práticas são difíceis e tem que haver determinação de todos envolvidos para alcançar a acreditação. Porém, nota-se que poucas ins-tituições conseguiram alcançar esse caminho de trabalho contínuo (DUARTE, 2011). Nos estabelecimentos de saúde a avaliação da qualidade é algo que preocupa com frequência os gestores, e a busca pela qualidade é considerada indispensável para a sobrevivência das instituições. Com isso, nas últimas décadas, a sociedade passou a exigir e a optar por serviços de saúde que apresentam pa-drões de excelência (FERNANDES; PENICHE, 2015). No ambiente de saúde a qualidade é definida como um conjunto de competências que inclui o alto grau de satisfação por parte do usuário, excelência profissional, uso eficiente de recursos, mínimo risco

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ao paciente, considerando os valores sociais existentes (FERNANDES; PENICHE, 2015). Contudo o objetivo deste trabalho é apresentar as principais vantagens e desafios da acreditação hospitalar.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva de abordagem qualitativa, na qual os estudos informam os dados colhidos. A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de agosto e setembro de 2017, a partir de manuais e artigos publicados nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), utilizando como descritores desafios da acreditação hospitalar, acreditação hospitalar e segurança do pa-ciente. O critério de inclusão de publicações na pesquisa foram apenas artigos publicados em língua por-tuguesa e que abordassem a temática acreditação hospitalar, vantagens, desafios e segurança do pacien-te. O critério de exclusão foram publicações em língua estrangeira e que não estivessem relacionados ao objetivo do estudo.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Acreditadoras no Brasil e no Mundo Há várias acreditadoras no mundo com suas normas e padrões porém, a metodologia empregada por elas se baseiam basicamente pelos padrões estabelecidos pela Joint Comission International. O mo-delo oferecido pela JCI foi o mais replicado, mesmo nos casos de adequações para manuais nacionais ( MENDES et al, 2016). O manual internacional é formado por padrões, organizados em onze funções, com a exposição dos respectivos propósitos: pelos elementos de mensuração dos padrões; e por políticas e procedimentos de acreditação. As funções estão relacionadas aos cuidados oferecidos ao paciente, aos seus direitos e à educação, sua e de seus familiares; e à instituição de saúde, considerando-a segura, eficaz e bem gerenciada. Con-tudo, o manual sofreu uma revisão e foi lançado em 2012 com o título: Padrões de Acreditação da Joint Comission International para Hospitais (2011). Nele, a definição de acreditação muda para incluir a ques-tão da segurança do cuidado e para inferir os padrões como concretizáveis em vez de acessíveis. O novo contém três funções a mais que o manual de 2003. Das atuais correspondem a primeira, sexta e sétima das descritas a seguir (MACHADO, 2017) . Quadro 1: Novo Manual dos Padrões de Acreditação.

Padrões de Acreditação da Joint Comission International.1. Metas internacionais de segurança do paciente – IPSG.2.Acesso ao cuidado e continuidade do cuidado – ACC.3. Direito dos paciente e familiares – PRF.4. Avaliação dos pacientes – AOP.5. Cuidados aos pacientes – COP.6. Anestesia e cirurgia – ASC7. Gerenciamento e uso de medicamentos – MMU

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8. Educação de pacientes e familiares – PFE.9. Melhoria da qualidade e segurança do paciente – QPS.10. Prevenção e controle de infecções – PCI.11. Governo, liderança e direção – GLD.12. Gerenciamento e segurança das instalações – FMS.13. Educação e qualidade de profissionais – SQE.14. Gerenciamento da comunicação e informação – MCI.

Fonte: Dados obtidos de FERNANDES; PENICHE, 2015

Atualmente, acreditadoras atuando no Brasil, sendo as mais significativas, a Organização Nacio-nal de Acreditação (ONA), brasileira, a Joint Commission International (JCI), americana, representada pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e a Accreditation Canada, canadense, representada pelo Institu-to Qualisa de Gestão ( MENDES; MIRANDOLA, 2015). A ONA, instituída em 1999, tem como suporte os padrões descritos no Manual Brasileiro de Acre-ditação Hospitalar ( MENDES et al, 2016). O certificado é emitido pela Instituição Acreditadora e tem a validade de dois anos, para “acreditado” (nível 1) caracterizado pela ênfase na segurança que avalia o aten-dimento de requisitos formais, técnicos e de estrutura conforme a legislação correspondente, “acreditado pleno” (nível 2) tem foco nos processos na gerência dos processos e suas interações sistêmicas e de três anos para “Acreditado com Excelência” (nível 3) que dá ênfase nos resultados. Avalia a existência de políti-cas de melhoria contínua do desempenho organizacional a partir das medições internas e comparações externas. ( MENDES; MIRANDOLA, 2015). Após estes prazos, a instituição de saúde deve submeter-se a um novo processo de avaliação. Nas outras metodologias, JCI e canadense, os padrões estão definidos no Joint Commission International Accreditation Standards for Hospitals e no Required Organizational Practi-ces (ROPs) e o prazo para reavaliação é de três anos. As agências internacionais têm o foco de avaliação na estrutura, na assistência, na segurança do paciente e na gestão de riscos. È importante ressaltar, que o processo de acreditação das agências certi-ficadoras exigem que as organizações de saúde trabalhem de acordo com os requisitos técnicos e legais, tendo seu licenciamento revalidado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ( MENDES et al, 2016). A JCI é líder mundial em acreditação de organizações de saúde, executora e avaliadora dos mais ri-gorosos padrões internacionais de qualidade e segurança do paciente. No Brasil, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, em 1998, foi pioneiro no processo de acreditação em nível internacional, sendo o primeiro hospital certificado pela JCI fora dos EUA ( MENDES et al, 2016). Desde 2003 começou a exigir que os hospitais implementassem metas de segurança, como algu-mas a seguir. Quadro 2: Metas Internacionais de Segurança do Paciente

Meta 1- Identificar os pacientes corretamente.Meta 2- Melhorar a efetividade da comunicação entre profissionais da assistência.Meta 3- Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância.Meta 4- Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedi-mento correto e paciente correto.Meta 5- Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde.

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Meta 6- Reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas. Fonte: Dados obtidos de FERNANDES; PENICHE, 2015.

Vantagens e Desafios da Acreditação Hospitalar A inserção do processo de acreditação nos hospitais proporciona vários benefícios não apenas para os pacientes como também para os profissionais que o realizam, pois melhora a organização da estrutura de trabalho, os procedimentos se tornam mais seguros proporcionando ao cliente melhora na qualidade da assistência (OLIVEIRA; MATSUDA, 2016). Dentre os maiores benefícios da acreditação hospitalar destacam-se: maior confiabilidade por par-te dos usuários; busca da instituição por melhorias no cuidado; maior compromisso e responsabilidade por parte da gestão hospitalar; treinamento e qualificação dos profissionais; educação continuada sobre a importância do processo de acreditação e melhora na segurança do paciente (DUARTE, 2011). È por meio da Acreditação Hospitalar, que as instituições de saúde conseguem realizar um diag-nóstico preciso a respeito do desempenho de seus processos. Incluindo as atividades de cuidado direto ao paciente e as que são de essência administrativa (FORTES, 2013).Através do diagnóstico, e do desenvolvimento do processo de instrução aos profissionais da unidade de saúde, é possível abordar e debater cada resultado da avaliação. A partir disso, desenvolver um plano de ação que seja capaz de promover a melhoria eficaz do desempenho da instituição. Envolvendo todos os seus serviços e setores existentes. Isso proporciona além da já citada melhoria na segurança do paciente e qualidade do atendimento, uma maior satisfação e motivação da equipe, o que faz com que os processos internos fluam de maneira ainda melhor (FORTES, 2013). Já as dificuldades geralmente estão relacionadas a falta de treinamento dos profissionais, que gera uma dificuldade na implementação e na manutenção do processo de acreditação. Portanto, a introdução e o monitoramento da acreditação dependem diretamente de que sua gestão seja coerente, ativa e inova-dora. Os gestores do processo devem trabalhar visando melhorias contínuas e otimização das ações que foram bem sucedidas (FORTES, 2013). Nessa ótica, considera-se o processo de acreditação um programa de educação permanente, além de ser utilizada como uma ferramenta de gestão, pois fornece recomendações, estimula o entendimento estratégico, a racionalização da utilização dos materiais (reduzindo os desperdícios) e a melhoria dos resul-tados da instituição (FORTES, 2013).Com o certificado de Acreditação, a confiança na instituição sobe e ainda é possível identificar claramen-te as áreas que ainda necessitam ser melhoradas (MANUAL BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR, 2002). CONCLUSÃO

Nota-se que a acreditação é uma ferramenta precisa na melhoria da assistência ao paciente e que estabelece um nível crescente de qualidade. Ela dispõe muitos benefícios para os pacientes assim como para as instituições. Contudo, encontra-se também muitas dificuldades que geralmente estão relaciona-das à falta de treinamento dos profissionais e dificuldade na implementação e na manutenção do proces-so de acreditação. Portanto, os profissionais envolvidos precisam ser e se sentir responsáveis pelos resul-tados alcançados além de trabalharem em busca de melhorias a fim de garantir a segurança do paciente e também oferecer um atendimento de qualidade.

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Observa-se que ainda existe resistência para a procura por processo de acreditação pelos gestores, principalmente em relação aos hospitais públicos, uma vez que a inserção dessas novas rotinas resultará na melhoria dos serviços oferecidos e na segurança dos procedimentos realizados, resultando em serviços de excelência com a satisfação pelos usuários. Teriam que ser tomadas medidas pelos gestores responsá-veis pelos serviços de saúde, para que as instituições tivessem obrigação de aderir às normas e padrões para conseguir a acreditação, para que os serviços ofertados, principalmente na rede pública, fossem mais humanizados e eficientes, melhorando a vida do usuário.

REFERÊNCIAS

CALDANA, G; GABRIEL, C, S. Avaliação do programa de acreditação hospitalar: validação de face e conte-údo. Rev. Bras. Enfen, São Paulo, v. 70, n.1, p.47-53, jan./fev, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672017000100047&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 3 set. de 2017.

DUARTE, M.S.M. O processo de acreditação: estudo sobre a construção coletiva da melhoria da ges-tão da qualidade em saúde, 2011. 137 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Cuidado em Saúde) - Uni-versidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.sobragen.org.br/traba-lhos_enenge/Trabalho%20017.pdf>. Acesso em: 5 ago. de 2017. FELDMAN, L. B; GATTO, M. A. F; CUNHA, I. C. K. O. História da evolução da qualidade hospitalar: dos padrões a acreditação. Acta Paul Enferm, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-209, 2005. Disponível em: <http://www.scie-lo.br/pdf/ape/v18n2/a15v18n2.pdf>. Acesso em: 5 ago. de 2017. FORTES, Maria. T. R. Acreditação no Brasil seus sentidos e significados na organização do sistema de saúde, 2013, Tese (Doutorado em saúde pública), Escola Nacional de Segurança de Saúde Pública, Rio de Janeiro. Disponível em:<https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7666/2/0000018.pdf>. Acesso em: 5 ago. de 2017. FERNANDES, H. M. L; PENICHE, A. C. G. Percepção da equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico acerca da Acreditação Hospitalar em um Hospital Universitário. Rev. esc. enferm.USP, São Paulo, v. 49, p. 22-28, dez, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49nspe/1980-220X-reeusp-49-spe-0022.pdf>. Acesso em: 3 de set. de 2017. MACHADO, M. M. Acreditação em Centro cirúrgico e Central de Esterilização. Disponível em: <http://www.iqg.com.br/uploads/biblioteca/centro_cirurgico.pdf>. Acesso em: 1 set. de 2017.

MENDES,V. L. P. S et al. Política de qualidade, acreditação e segurança do paciente em debate. Rev. Baiana de Saúde Pública. Bahia, v. 40, p. 232-249, jan./mar., 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/Moraes/Down-loads/2678-1-15415-2-10-20170923%20(2).pdf >. Acesso em: 3 ago. de 2017.

MENDES, G.H.S; MIRANDOLA, T.B.S. Acreditação hospitalar como estratégia de melhoria: impactos em seis hospitais acreditados. Rev. Gest. Prod., São Carlos. São Paulo, maio, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/2015nahead/0104-530X-gp-0104-530X1226-14.pdf. Acesso em: 3 ago. de 2017.

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Ministério da Saúde/ Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. 3 ed. Rev. e atual. Brasília: 108p, 2002. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acredita-cao_hospitalar.pdf>. Acesso em: 3 ago. de 2017.

OLIVEIRA, J. L.C; MATSUDA, L. M. Vantagens e dificuldades da acreditação hospitalar. Esc Anna Nery, vol. 20, n.1, p. 63-69, jan-mar, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-d=S1414-81452016000100063>. Acesso em: 5 de set. de 2017.