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Evolução

O caminhoneiro deve considerar os avanços tecnológicos

incorporados nos caminhões como aliados para

ajudá-lo a obter mais lucro operacional, conforto e segurança.

A tecnologia

amiga

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Por: Graziela Potenza l Foto: Roberto Silva e divulgação l Arte: Júlio Kniss

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Charlie Chaplin soube retratar com brilhantismo no filme “Tempos Moder-nos”, a situação pela qual passava o homem com o advento da Revolução Industrial. Sem dúvida, a invenção da máquina a vapor foi o primeiro passo para uma transformação as-sustadora que mais adiante se refletiria na vida do homem. Essa invenção tão significativa para a história da humanidade desencadeou não só uma revolução tecnológica, mas tam-bém, uma revolução de hábitos, costumes e valores humanos.

Nos tempos atuais, dessa mesma forma, os avanços tecnológicos incorporados nos caminhões estão mudando conceitos dos caminhoneiros e dos frotistas.

Segundo Celso Mendonça, gerente de Engenharia de Vendas da Scania no Brasil, as inovações tecnológicas são fantásticas. “O sistema elétrico nos caminhões da Scania se comunica usando a tecnologia CAN “Controller Area Network”, que é uma rede de comunica-ção de dados que possibilita a comunicação entre si de vários sistemas do veículo”. Com a ajuda da tecnologia, foi criada uma platafor-ma elétrica modularizada, que possibilitou a implementação de várias funcionalidades que são necessárias para atender as exigências estabelecidas para um moderno caminhão. Com o desenvolvimento do sistema elétrico, foi possível melhorar, entre outras coisas, a se-gurança no trânsito, o ambiente do motorista, o consumo de combustível, que foi reduzido e o grau de confiabilidade e disponibilidade que foram aumentados. O motorista e os mecâni-cos podem agora, em maior grau, receberem informações importantes sobre a condição do veículo, que facilitam os trabalhos de manu-tenção e reparo.

Para Mauro Simões, gerente da Engenharia Avançada da Volkswagen Caminhões e Ôni-bus, os componentes dos caminhões estão em constante evolução com o sistema de injeção de controle eletrônico, turbocompressores de geometria variável, transmissões automatiza-das, ABS, controle de tração, uso de materiais estruturais de alta resistência, navegação por satélite, monitoramento de funções do veícu-lo por satélite e intervenções na eletrônica do veículo remotamente e freios a disco.

O sistema de injeção mais moderno que existe é o common rail onde uma bomba de alta pressão injeta o combustível em um acumulador de pressão e, os injetores são atuados por válvulas eletromecânicas que

injetam a quantidade certa de combustível, controlando o tempo de injeção.

No ponto de vista de Mauro Simões, a ele-trônica vai expandir muito na área de serviços reduzindo a ociosidade dos veículos. Em cinco anos, as transmissões automatizadas vão ter um crescimento significativo e em dez anos provavelmente serão regras. Nesse prazo, o transporte rodoviário será feito por motores a combustão interna, mas biocombustíveis de segunda geração vão permitir motores de uma eficiência muito superior.

Celso Duarte, supervisor de Engenharia Avançada da Ford, aponta entre as tecnolo-gias mais modernas usadas nos caminhões, o ABS, air-bags, sistema antiembaçante dos vidros e espelhos e alarmes de manobra. Mas, o sistema que mais trará benefícios ao caminhoneiro e ao frotista é o sistema de gerenciamento 100%. Ele proporciona uma

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análise detalhada de cada item do caminhão, oferecendo ao frotista e ao caminhoneiro mais segurança e conforto na utilização do veículo. O sistema moni-tora, em tempo real, itens essenciais para o bom funcionamento do caminhão: ve-locidade, rotação do motor, consumo de combustível, localização, funcionamento do motor, temperatura, marcha utilizada, peso da carga e mapeamento da rota, dentre outros.

Com ele, é possível para um analista de logística de uma frota obter informa-ções mais precisas sobre o funcionamen-to e utilização do caminhão, possibilitan-do aumentar a produtividade do mesmo e até mesmo reduzir possíveis paradas por utilização incorreta.

“O nível de segurança de um cami-nhão será equivalente ao de um auto-móvel. Também a tecnologia de veículos híbridos ganhará bastante destaque em alguns anos”, diz Duarte.

O executivo Alexandre Capelli, enge-nheiro de Produtos da Iveco, que atua na área de Engenharia Avançada da monta-dora, aponta como uma das tecnologias mais modernas dos caminhões de hoje, o sistema de propulsão híbrido elétrico paralelo, que combina um motor/gerador elétrico ao motor diesel do veículo. A Iveco possui modelos híbridos em testes avança-dos em alguns clientes na Europa.

Capelli explica que as novas tecno-logias jamais são incorporadas a um novo veículo sem que o cliente tenha um benefício claro e um retorno certo. É seguro dizer que as tecnologias disponí-veis hoje no Brasil são acessíveis tanto ao grande frotista quanto ao caminhoneiro autônomo. “O profissional tem liberdade de escolher, dentro do segmento que ele atua, qual o modelo - e com quais tecnologias - ele terá resultado melhor perante seu investimento”.

Em 10 anos, certamente testemu-nharemos o nascimento de famílias inteiramente novas de veículos, com tec-nologias hoje ainda em fase de prospec-ção e ainda não aplicadas em nenhum caminhão ou automóvel atual. “Em paralelo, serão dados grandes passos na modularização dos caminhões - uma maior variedade de modelos com um número cada vez maior de componentes em comum entre eles”, diz.

O gerente de Marketing de Produto – Caminhões, da Mercedes-Benz do Brasil, Eustaquio Sirolli, salienta que o caminho-neiro só tem a ganhar com todas essas tecnologias, refletindo diretamente no melhor custo operacional, custo menor do transporte da mercadoria/produtos, além de agregar mais segurança. Em termos mundiais e mesmo no Brasil, a Mercedes-Benz é detentora de muitas tecnologias que outros fabricantes usam como opcional, exemplo, ABS, freio motor top-brake, e freios a disco, computador de bordo com sistema de manutenção flexível, entre outros.

”Numa evolução constante e cada vez mais, a eletrônica embarcada está se fa-zendo presente visando mais segurança, conforto, gestão de frota, logística, entre outros aspectos possíveis de se explorar com os camiônicos”, explica Sirolli.

Para Álvaro Menoncin, gerente de

Engenharia de Vendas da Volvo, a tec-nologia também ajuda a evitar ou mi-nimizar riscos de acidentes (ver matéria nesta edição sobre piloto automático inteligente, sistema antitombamento e outras maravilhas tecnológicas da linha F de caminhões). “O caminhoneiro não deve relutar com as novas tecnologias. Elas vieram para facilitar a vida deles e não ocupar o seu lugar. O motorista sem-pre será a chave principal em todo esse processo. Ela veio para auxiliar a vida do profissional da estrada. O impacto de um acidente é muito negativo para a imagem da empresa, economicamente e, sobretudo, em termos humanos, já que uma vida não tem preço”.

Menoncin explica que esses itens tecnológicos só trazem benefícios já que o cliente tem um retorno rápido e, nor-malmente, o custo por km rodado é mais baixo em relação a um caminhão que, no passado, não possuía todos esses recursos. Hoje, o caminhoneiro transporta mais car-ga com maior velocidade, consumo menor de combustível e com segurança. l

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