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HUMANITATIS INSTITUTO DE FORMAÇÃO TRANSPESSOAL Ana Lucia dos S. Bertotti Maria José Souza Feitosa Paulo Henrique Romero Doin Priscila Torres A DESCOBERTA DO PALHAÇO INTERIOR NO CAMINHO TRANSPESSOAL DE CURA SÃO PAULO 2013 1 1

26 a Descoberta Do Palhaco Interior j9

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tese sobre o arquetipo do embusteiro como o palhaço

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  • HUMANITATIS

    INSTITUTO DE FORMAO TRANSPESSOAL

    Ana Lucia dos S. Bertotti

    Maria Jos Souza Feitosa

    Paulo Henrique Romero Doin

    Priscila Torres

    A DESCOBERTA DO PALHAO INTERIOR NO CAMINHO TRANSPESSOAL DE CURA

    SO PAULO

    2013

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  • Ana Lucia dos S. Bertotti

    Maria Jos Souza Feitosa

    Paulo Henrique Romero Doin

    Priscila Torres

    A DESCOBERTA DO PALHAO INTERIOR NO CAMINHO TRANSPESSOAL DE CURA

    Qualificao do Trabalho de Concluso de Curso, apresentado ao Instituto Humanitatis, como requisito para Formao em Psicologia Transpessoal aplicada.

    SO PAULO

    2013

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  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos primeiramente a Deus, por nosiluminar e abenoar nossa trajetria. Aos nossos

    guias espirituais, pela proteo e inspirao.

    Aos familiares pela compreenso de nossasausncias nos finais de semana, pelo incentivo ao

    nosso trabalho e por acreditarem no nossopotencial.

    A todo corpo docente, que contribuiu para a nossaformao, com primor e maestria. Especialmente, nossa querida mestra, Leyde, que com eficincia e

    dedicao, foi de suma importncia para nossaformao e transformao interior.

    s assistentes Renata e Ineke, que nos auxiliaram econduziram amorosamente, durante todo o ano,

    tanto nas vivncias, como nos momentos em quenecessitamos de algum apoio.

    Enfim, agradecemos aos queridos colegas da turmade 2013, do Curso de Formao em Psicologia

    Transpessoal Aplicada, do Instituto Humanitatis, e atoda equipe que estiveram empenhadas em nos

    mostrar que a Transpessoal um caminho infinitoreconhecimento de nossas almas.

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  • NO H NADA QUE UM HUMOR INTELIGENTE

    NO POSSA RESOLVER COM UMA GARGALHADA,

    NEM MESMO O NADA

    Armand Petitjean, Imagination et ralisation

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  • SUMARIO:

    1. INTRODUO Pg 06

    2. O RISO

    2.1. Os Gregos Arcaicos e o Mistrio do Riso Pg 07

    2.2. A Histria do Riso Pg 07

    2.3. Yoga do Riso Pg 08

    2.4. O Riso e a Cincia Pg 10

    2.5. O Riso e as Relaes Humanas Pg 11

    2.6. O Riso e a Sade Pg 12

    3. O PALHAO

    3.1. O Palhao Atravs dos Tempos. Pg 13

    3.2. O Palhao Europeu Pg 14

    3.3. O Bobo da Corte Pg 15

    3.4. Bess Pg 17

    3.5. Heyoka Pg 17

    3.6. O Louco Pg 19

    3.7. Representaes do Palhao Pg 22

    4. O PALHAO E O RISO, NO PROCESSO TERAPEUTICO

    4.1. Os Doutores da Alegria. Pg 24

    5. O CIRCO

    5.1. A Histria do Circo Pg 26

    5.2. O Circo no Brasil Pg 28

    6. CONCLUSO Pg 20

    7. VIVNCIA: RECONHECENDO SEU PALHAO INTERIOR Pg 30

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Pg 31

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  • 1- INTRODUO

    ' S aquilo que somos, realmente

    tem o poder de curar-nos

    C. G. Jung

    Ser palhao no s colocar um nariz vermelho, uma roupa engraada e saber contaruma piada. O palhao um arqutipo social e sua funo muito sria, sincera erespeitosa. Ele a representao da falibilidade humana, do fracasso, da inadequao,do ridculo que existe em cada um de ns, do ridculo que presente na sociedade. "Eleno representa. Ele ", Jacques Lecoq.

    Este trabalho tem o objetivo de demonstrar a verdadeira importncia do palhao nasociedade e assim desmistificar a imagem do palhao, como apena um profissional decirco. Pois trabalhar esta linguagem exige muita dedicao, estudo e, por que no dizer,disposio, pois escolher colocar um nariz vermelho e se expor significa escolher tirartodas as armaduras, as mscaras, as representaes cotidianas e deixar com quetodos vejam o seu lado frgil, aquilo que voc chama de defeitos fsicos e psicolgicos,enfim, o seu ridculo o seu fracasso. Eis a funo do palhao. Quando isso exposto de maneira sincera e verdadeira, quandoeste lado frgil mostrado e quando se deixa rir dele, automaticamente existe umaidentificao de quem o assiste, seja uma identificao pessoal com a figura inadequadaque o palhao, ou uma identificao com o ambiente em que ele est inserido,justamente por que ele mostra as falhas desse ambiente, dessa sociedade. O palhaono aponta seus defeitos e nem os defeitos de ningum. Ele deixa que os outrosapontem, que os outros percebam. Ele mostra, de uma maneira sutil e sincera, o que todomundo tenta esconder.

    Para a execuo deste trabalho, o grupo utilizou de pesquisas bibliogrficas, atravs delivros e artigos da internet, e pode concluir que , partindo do conceito apresentado, afuno social que tem o palhao vai muito alm da imagem que lhe atribudo nos diasatuais. Vemos diversos grupos, como por exemplo, os Doutores da Alegria, quedesenvolvem suas atividades e pesquisas, utilizando-se dessa arte, tambm, para umobjetivo social, explorando ambientes diferentes, outras situaes e contextos.Vivenciando e registrando o que este arqutipo significa e o que ele capaz detransformar, a importncia dele em cada lugar, em cada ambiente por onde passa. Este um trabalho que no tem fim e isso muito bom. Quanto mais informao, maisdescoberta, mais material obtido para aprofundamento e desenvolvimento destapesquisa, deste ofcio.

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  • 2- O RISO

    2.1- OS GREGOS ARCAICOS E O MISTRIO DO RISO

    Tendo rido Deus, nasceram os sete deuses que governam o mundo...

    Quando ele gargalhou, fez-se a luz... Ele gargalhou pela segunda vez, tudo era gua. Na

    terceira gargalhada, apareceu Hermes; na quarta, a gerao; na quinta, o destino; na

    sexta, o tempo. . Depois, pouco antes do stimo riso, Deus inspira profundamente, mas

    ele ri de tanto que chora, e de suas lgrimas nasce a alma. Assim se exprime o autor

    annimo do papiro alqumico, que data do sculo III, o papiro de Leyde. O universo

    nasceu de uma enorme gargalhada.

    Deus acometido de uma crise de riso louco, como se, de repente, ele tivesse

    conscincia do absurdo de sua existncia. Nessa verso de criao, Deus no cria pela

    palavra, que j civilizao, mas por esse explodir de vida selvagem, e cada um dos seus

    sete acessos faz surgir do Nada, um novo absurdo, to absurdo quanto o prprio Deus: a

    luz, a gua, a matria, o esprito, e no final desse big bang cmico e csmico, Deus e o

    universo se encontram em um face a face eterno, perguntando-se um ao outro o que

    esto fazendo l: aquele que ri e sua gargalhada

    2.2. A HISTRIA DO RISO

    O estudo sobre a histria do riso vem nos mostrar que, diferentemente dos dias de hoje, o

    riso no costumava ser associado sempre positividade e alegria.

    Na maioria das vezes o riso ganhava conotao de zombaria, deboche, frequentemente

    associados sexualidade. Na antiguidade, na histria da Filosofia, as teorias do riso so

    muitas. Plato e Aristteles, por exemplo, diziam que o riso vem de certo sentimento de

    superioridade, pelo qual expressamos nosso desprezo por aqueles que julgamos

    inferiores.

    No incio do sculo XX, Henri Bergson escreveu um ensaio sobre o riso, que se tornou

    uma espcie de clssico na literatura filosfica sobre o tema. Nele, Bergson sugere a

    idia do riso como o rompimento com o mecnico, com o automatismo que permeia

    constantemente nossa vida cotidiana. E nos diz tambm, que rir um ato profundamente

    humano e social, pois ns, seres humanos, somos os nicos seres capazes de rir de

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  • alguma coisa. No muito distante da poca em que Bergson publicou seu ensaio sobre o

    riso, encontramos a obra de Freud, Os chistes e suas relaes com o inconsciente, de

    1905. Sua teoria consiste em dizer que o chiste (ou a piada) um mecanismo pelo qual

    liberamos impulsos socialmente reprimidos, frequentemente relacionados ao sexo e

    agressividade. Pelas piadas expressamos o que no temos coragem de falar, ou seja,

    proposies machistas, racistas, xenfobas e assim por diante.

    George Minois, na obra Histria do Riso e do Escrnio fala da histria do riso com o

    sendo a histria sobre a teoria do riso. Segundo ele, traar conjuntamente a histria da

    prtica e da teoria do riso no o mais fcil, mas tambm no o menos interessante.

    Minois, trata o riso e o escrnio como sendo uma resposta apropriada aos

    questionamentos do Ser humano sobre a existncia.

    Na poca moderna, filsofos como Kant tambm escreveram sobre o riso. Na sua Crtica

    da razo pura, ele dizia que o riso faz bem sade, pois massageia os intestinos e o

    diafragma. Essa idia seria retomada sculos mais tarde pelo mdico indiano Madan

    Kataria, que a partir de 1995 fundou os clubes do riso. Neles, as pessoas se renem para

    rir, pois supostamente isso tem uma finalidade curativa

    Hoje em dia, as teses de Bergson e Freud esto dando lugar a teorias neurocientficas e

    antropolgicas, que visam explicar os mecanismos de produo do riso por meio de

    estudos do crebro e do comportamento, no s de humanos, como tambm de primatas.

    H pesquisas sobre esse tema sendo feitas tambm por cientistas cognitivos, como o

    caso, por exemplo, do laboratrio do riso, criado na Inglaterra.

    2.3 YOGA DO RISO

    O Yoga do Riso uma atividade ldica com o objetivo de mudar o estado de nimo dos

    seus participantes , atravs de exerccios de relaxamento. O mtodo foi criado por Madan

    Kataria, um mdico indiano que concluiu que a gargalhada ajuda no processo de

    recuperao das doenas e dos desequilbrios emocionais.

    Hasya, em snscrito, significa sorrir, gargalhar, dar risadas. E o Hasya Yoga tornou-se,

    portanto, o yoga do riso. Na ndia j existem associaes dedicadas especialmente a esta

    modalidade de yoga, so espcies de clubes, onde os membros se renem para rir

    durante perodos que duram, em mdia, uma hora.

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  • O idealizador do Hasya Yoga o mdico indiano Madan Kataria, o mtodo que

    desenvolveu inspirado em algumas tcnicas do Yoga, mais especificamente os

    pranayamas e os asanas, que depois adaptou para formarem sequncias harmoniosas

    que tm por finalidade simularem uma boa gargalhada. O objetivo que os participantes

    se riam.

    No incio o riso induzido por meios artificiais, sendo que logo se transforma em algo

    absolutamente espontneo. Segundo o Dr. Madan Kataria, duas sesses de yoga do riso

    por semana, de 15-20 minutos de durao, melhoram muito a produtividade de uma

    empresa, reduzindo o stress e aumentando a motivao e a eficincia.

    O Hasya Yoga foi concebido para ser praticado em grupos com vrios participantes, pois

    a motivao muito maior. Compartilhar esses momentos de alegria pode fazer toda a

    diferena para se alcanarem melhores resultados.

    Conexo entre yoga e riso: A palavra yoga significa conectar. No fundo a conexo que

    encontramos entre o yoga e o riso a ligao entre os exerccios de respirao e os

    exerccios de riso, que ajudaro a conectar o corpo com a mente. Atravs do exerccio do

    riso ajudamos o nosso crebro a recuperar o sentido de humor e a achar de novo graa

    vida.

    Eficcia no trabalho: O yoga do riso uma excelente dinmica de grupo que fortalece os

    laos entre os colaboradores da empresa e em pases como a Dinamarca, a Alemanha, a

    ndia e a Frana j utilizado com um meio de preveno, tanto para doenas como no

    absentismo laboral, tendo neste momento um grande sucesso.

    Um estudo cientfico nos EUA mediu a auto-eficcia de empregados que praticaram Yoga

    do Riso, durante 15 minutos em 15 dias de trabalho consecutivo. A auto-eficcia consiste

    em acreditar na sua habilidade em organizar e executar a ao necessria para conseguir

    um objetivo ou controlar uma situao, ela tem uma influncia direta na eficcia do

    trabalho. Depois de trs semanas de sesses dirias de Yoga do Riso todos os

    participantes melhoraram em todas as habilidades de CAP (Capabilities Awareness Profile

    = perfil de conscincia das capacidades). Passaram de empregados com potencial a

    empregados com "aptides". As melhorias persistiram depois do estudo.

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  • 2.4. O RISO E A CINCIA.

    Muitos pesquisadores acreditam que o propsito do riso fazer e fortalecer as relaes

    humanas e est presente nos diversos aspectos de comportamento, geralmente, como

    resposta natural ao humor. O riso ou sorriso uma expresso facial decorrente da flexo

    dos msculos das extremidades da boca. Quando rimos, 15 msculos faciais se contraem

    e o nosso lbio superior se levanta. Neste mesmo momento, nossa respirao

    interrompida pela glote (parte de trs da garganta) fechando um pouco a laringe e

    deixando-nos ofegante. Em casos extremos, os canais lagrimais tambm so ativados.

    Estudos realizados sobre a estrutura snica do riso revelam que todas as risadas

    humanas consistem numa srie de notas curtas, parecidas com as vogais e repetidas a

    cada 210 milsimos de segundos. essa repetio que gera o som ha,ha ou ho,ho.

    No campo psicolgico-afetivo, pode ser provocado por um sentimento ntimo de alegria,de felicidade, de satisfao ou prazer. uma reao involuntria;

    No campo lingustico, pode ser provocado por uma piada ou outro recurso humorstico. uma reao involuntria;

    No campo scio-cultural, pode ser uma ao voluntria do indivduo, com o objetivo deexpressar algum sentimento ou opinio dentro de um determinado grupo;

    No campo fisiolgico, uma reao involuntria. Pode ser provocado por uma ao mecnica (ccegas, por exemplo), por processos biolgicos (feridas em fase final de

    cicatrizao, por exemplo), ou ainda pelo consumo de alguma droga.

    Neste ltimo caso, um mtodo bastante conhecido a inalao de xido nitroso, que no

    exatamente provoca a sensao de riso no indivduo, mas causa uma contrao

    involuntria dos msculos faciais. Outro mtodo o consumo da Cannabis, que pode

    induzir episdios de riso intenso. Esta segunda forma de riso, por vezes, pode levar s

    lgrimas ou mesmo a uma dor muscular moderada.

    O riso por vezes contagioso: a risada de uma pessoa pode provocar riso nos demais.

    Um exemplo extremo disto o caso de riso epidmico ocorrido em Tanganica. O estudo1.

    Citado por REINASCH, S. Cultures, mythes et religions. Paris: ed. Bouquins, 1996, p. 147.

    O estudo do humor, do riso e de seus efeitos psicolgicos e fisiolgicos no corpo humano

    denominado gelotologia.

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  • 2.5. O RISO NAS RELAES HUMANAS

    Estudos sobre o riso demonstraram que quando rimos, rimos de diferentes modos,

    dependendo da situao e ou com quem estivermos acompanhados. Pessoas do sexo

    masculino, utilizam o riso para reforar a amizade entre os homens e diferenciar-se na

    dinmica adversria ou competitiva. Quando esto juntos, os homens se contentam em

    dar grandes risadas para chamar a ateno. Mas quando esto diante da presena

    feminina, eles do risadas mais sutis para se precaver e no assustar o sexo oposto.

    Enquanto os homens so capazes de dar risadas de at 1.200 hertz (a mesma nota

    alcanada por uma soprano treinada), as mulheres podem alcanar a incrvel marca de

    2.000 hertz!

    O riso uma das coisas mais comuns que fazemos. Ns rimos muitas vezes por dia e em

    situaes extraordinariamente diversas, mas no percebemos isso, porque raramente

    controlamos conscientemente o nosso riso.

    O neurobiologista Robert Provine, ao observar 1200 conversaes em locais pblicos

    como shopping centers, salas de aula, lanchonetes, ruas, etc., descobriu que 80% do

    nosso riso no tem nada a ver com humor. Ns rimos essencialmente em situaes

    sociais e geralmente em momentos de felicidade, prazer e brincadeiras, mas sabemos

    que ele muito mais do que apenas uma mera manifestao de alegria. Ele tambm

    atenua hostilidade e agresso, repare como utilizamos o riso quando queremos atenuar

    uma tpica tenso entre estranhos ou necessitamos dizer no a algum. Ns

    frequentemente rimos quando nos desculpamos. O riso desarma as pessoas, cria uma

    ponte entre elas e facilita o comportamento amigvel.

    Tudo isto indica que o riso um elemento importante de nossa biologia comportamental

    humana. Ele parece ter sido selecionado pela evoluo como um dispositivo importante

    para a nossa sobrevivncia. Entender o riso significa compreender as nossas razes

    sociais e biolgicas e aprimorar as nossas relaes sociais.

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  • 2.6. - O RISO E A SADE

    No dia-a-dia, um bom riso fornece uma vlvula de segurana, que inibe o fluxo de

    hormnios do estresse, disparado pela nossa resposta biolgica quando sentimos

    estrico, raiva ou hostilidade. Desbloqueados e sem a presena das risadas, estes

    hormnios do estresse podem debilitar o sistema imunolgico, aumentando o nmero de

    plaquetas (que podem obstruir as artrias) e a presso sangunea. Quando sorrimos, as

    clulas naturais que destroem os tumores e os vrus, a Gamma-interferon (protena que

    combate as doenas), as clulas-T (importantes para o nosso sistema imunolgico) e as

    clulas-B (que criam anticorpos para combater as doenas) aumentam. Alm de tambm

    abaixar a presso sangunea, o riso aumenta o oxignio no sangue, ajudando na

    recuperao do indivduo.

    Na terapia, o riso um mecanismo de resistncia vital, que nos proporciona uma sada

    catrtica para enfrentar o estresse, a humilhao, a vergonha, a dor e o sofrimento. Os

    efeitos teraputicos do riso esto sendo aproveitados por profissionais da sade mental.

    Eles partem do princpio de que rir dos prprios problemas uma das sadas para cura. A

    risoterapia ensina os pacientes a rirem sobre coisas que no so normalmente

    engraadas, e usar o riso para suportar situaes muito difceis. Num estudo feito nos

    Estados Unidos com 40 pessoas que sofrem de aracnofobia, a risoterapia provou ser to

    bem-sucedida quanto as terapias convencionais. Seguindo o exemplo do doutor-palhao

    da vida real, Patch Adams, mais doutores esto percebendo que os efeitos teraputicos

    do riso no so uma piada.

    12 1

  • 3. O PALHAO

    3.1. O PALHAO ATRAVS DOS TEMPOS.

    Os palhaos so conhecidos h aproximadamente quatro mil anos, mas a verdade,

    atravs dos tempos, inmeras pessoas dedicaram-se arte de fazer rir.

    Por mais de mil anos, em vrias partes do Oriente (como Malsia, Burma e o Sudeste da

    sia) os palhaos apareciam em teatros, mesmo em representaes religiosas; eram

    conhecidos como Lubyet (homens frvolos), atuavam como desastrosos assistentes dos

    personagens prncipes e princesas. Nas cortes dos imperadores chineses os palhaos

    adquiriram importante papel, podendo inclusive fazer com que o imperador mudasse de

    idia em suas decises.

    Na Malsia os palhaos se chamavam P'rang e usavam horrendas mscaras de

    bochechas e sobrancelhas enormes, cores carregadas e um grande turbante, criando

    uma figura pavorosa.

    Alguns dos melhores palhaos asiticos vm de Bali; os personagens mais populares so

    os irmos Penasar e Kartala. O primeiro palhao aparece sempre preocupado e

    angustiado, e nunca deixa de se comportar bem; o segundo palhao no faz nada do jeito

    certo, seno tudo ao contrrio.

    Na antiga Grcia, h mais de 2.000 anos, os palhaos faziam parte das comdias teatrais.

    Aps a apresentao de tragdias srias, eles davam sua prpria verso do fato, onde os

    heris apareciam como idiotas. Seu alvo preferido era Hrcules, mostrando que suas

    faanhas aconteciam mais pelo acaso do que intencionalmente.

    J no incio da Idade Mdia, com os teatros fechados, artistas perambulavam por toda

    parte para atuar onde pudessem, para sobreviver, participando de feiras em vrias

    regies. Foi nessa poca, que surgiu a figura do bufo, ou bobo da corte (palhao da

    corte); onde alguns eram realmente bobos, mas a maior parte era formada por palhaos

    inteligentes, que se faziam de estpidos para alegrar as pessoas com a arte do palhao.

    Ainda durante a Idade Mdia, os palhaos atuaram nos teatros pouco a pouco re-

    abertos, principalmente em comdias religiosas, representando o diabo, os vcios, a

    estupidez e o mal. Muitas vezes o narrador era um palhao que mantinha a platia

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  • entretida, atenta, e que tinha a funo de explicar melhor a histria. Cada vez mais o

    papel do palhao foi se tornando mais importante, ressaltando os contrastes, at que

    William Shakespeare mostrou que o palhao podia no s fazer rir, como fazer chorar, e

    tornar ainda mais dramticas as cenas trgicas de uma obra, os palhaos passaram a ser

    to importantes, nessas representaes, quanto os atores srios de grandes clssicos do

    teatro.

    Na Alemanha os palhaos eram chamados de alegres conselheiros, pois, em suas

    agudas observaes, cada palhao inclua bons conselhos. Na Escandinvia os palhaos

    eram conhecidos como gleemen, e na Frana, jongleurs (malabaristas).

    Os palhaos contavam contos, cantavam baladas, eram msicos, malabaristas, mmicos,

    acrobatas, equilibristas e toda sorte de artistas. Em pocas mais festivas, grupos de

    mmicos e palhaos apresentavam danas e comdias nessas feiras. Nesses grupos,

    depois dos bailarinos, os personagens mais importantes eram os palhaos, que levavam

    uma bola atada por um barbante, com o qual iam batendo nos espectadores, a fim de

    abrir espao, para a atuao dos mmicos e dos prprios palhaos. Com frequncia

    levava uma vassoura para varrer as pessoas do local gritando: "Espao! Espao! Preciso

    de espao para recitar minhas trovas!". As palhaadas eram, nessa poca, mais

    importantes do que a prpria histria que se apresentava.

    3.2. O PALHAO EUROPEU

    O nome palhao comeou a ser usado porque a primitiva roupa desse cmico era feita do

    mesmo pano e revestimento dos colches: um tecido grosso e listrado, e afofada nas

    partes mais salientes do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro

    colcho ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e

    estripulias. A palavra Palhao deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, que era o

    material usado no revestimento de colches.

    Todos os palhaos do mundo fazem rir, mas enquanto os palhaos europeus tinham no

    sculo XIX a mmica como principal expresso, o palhao europeu, se comunicava com a

    platia atravs de mmica.

    14 1

  • No final do sculo XIX e meados do sculo XX em toda a Europa, o cavalo ocupava um

    lugar central nas apresentaes circenses, sendo chamados ento circos de cavalinhos,

    e em sua maioria os nmeros hpicos que davam valia apresentao da companhia

    circense.

    O trapzio foi criado por um acrobata francs no sculo 19 e virou uma das atraes mais

    empolgantes do circo. Hoje alguns grupos se apresentam no trapzio com grandes tiras

    de tecido colorido e outros acessrios que tornam o vo desses incrveis artistas ainda

    mais bonito.

    3.3. - O Bobo da Corte

    O bobo teve origem no Imprio Bizantino. No fim das Cruzadas, tornou-se figura comum

    nas cortes europias, e seu desaparecimento ocorreu durante o sculo XVII. Vestia

    uniformes espalhafatosos, com muitas cores e chapus bizarros com guizos amarrados.

    Inspirou a 13 carta do baralho e, nos dias atuais, o famoso vilo, arquiinimigo do Batman.

    Bobo da corte, bufo, bufo ou simplesmente bobo o nome pelo qual era chamado o

    funcionrio da monarquia, encarregado de entreter o rei e os ulicos, fazendo-os rir.

    Existe desde a antiguidade, estando presente na corte, no teatro popular, sendo cmico e

    considerado desagradvel, por apontar, de forma grotesca, os vcios e as caractersticas

    da sociedade. O corpo do bufo caracteriza-se pela deformidade e o exagero, sendo o

    excesso uma de suas principais caractersticas. Tambm apontado como Arlequim, ou

    Faustaff, declamava poesias, danava, tocava algum instrumento e era o cerimonirio das

    festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de

    dizer ao rei e zombava da corte. Com ironia mostrava as duas faces da realidade,

    revelando as discordncias ntimas e expondo as ambies do Rei. Muitas vezes eram as

    nicas pessoas que podiam criticar o rei, sem correr riscos.

    Houve na histria, casos de bobos da corte que se envolveram com integrantes da famlia

    real. E em apenas um caso acabou em tragdia, no sculo XVI na Espanha, quando o

    bobo da corte foi assassinado depois de se envolver com a princesa.

    15 1

  • No final da Idade Mdia, especialmente entre os sculos XIV e XVI, nobres e reis se

    divertiam com a figura do bobo. Acreditava-se que ele espantava mau-olhado e trazia

    sorte ao castelo. Em geral, era um indivduo de grotesca figura. Na maioria das vezes, os

    bobos eram loucos, deficientes fsicos, anes e corcundas, que tinham a misso de

    entreter os monarcas com palhaadas e, principalmente, com suas deformidades. Alguns

    bobos tinham suas colunas quebradas para que tivessem um aspecto mais interessante

    aos nobres.

    O bobo da corte, representado no baralho como o Curinga, o que pode alterar o jogo

    radicalmente, tinha como funo imitar as atitudes e os gestos (corporais, faciais etc.) de

    todos, contava histrias que no tinham nem p nem cabea, porm seu significado

    oculto era sempre o de fazer com que todos refletissem. Refletir sobre o qu? Sobre a

    incongruncia, a subjetividade, do ser humano.

    Suas atitudes dbias, conflitivas, que numa hora o levam a uma direo, noutra o

    conduzem a uma direo totalmente diferente, muitas vezes at em sentido contrrio.

    Essa a finalidade essencial, primitiva, dos Ensinamentos do bobo da corte. Levar uma

    sabedoria psicolgica por meio do riso, das alegorias subjetivas, das pantomimas, do

    hilrio.

    Que tal despertarmos nosso bobo da corte interior? Ou seja, despertar aquela faculdade

    da Conscincia que vigia as manifestaes do Ego? Que no permite que desenvolvamos

    o defeito da auto-importncia, da auto-conscientizao, do amor-prprio? Claro, sem

    perdermos o sentido csmico do auto- respeito.

    O bobo um personagem comum e recorrente, por exemplo, nas peas de William

    Shakespeare. Geralmente, o Bobo shakespeariano um personagem aparentemente

    ingnuo e inconseqente, de lngua afiada, que serve para insultar e fazer comentrios

    speros e irnicos sobre as atitudes e posturas dos demais personagens. Na maioria das

    peas em que aparece, esse personagem se mantm margem da trama, falando

    diretamente platia.

    O bobo da corte era uma figura real comum na poca de Shakespeare. A rainha

    Elizabeth, por exemplo, costumava mant-los em sua corte. Usado tanto nas comdias,

    quanto nas tragdias, os bobos mais relevantes de Shakespeare so o da corte do Rei

    16 1

  • Lear (que funciona como um alter ego, um espelho, do prprio Lear), o bobo profissional

    de Timo de Atenas (em torno do qual se desenvolve uma espcie de sub-trama).

    A maioria das pessoas infelizmente, riem dos bobos da corte, sem compreender que

    esto rindo de si mesmas, onde as situaes ridculas e incongruentes, so delas

    mesmas. O que o bobo da corte queria, era que esse pblico compreendesse, que na

    realidade, ns somos os bobos, que nossa vida cheia de esquisitices, de multiplicidades

    psicolgicas, de diabruras mentais e de conflitos.

    3.4.- BESS

    Na ilha de Agilka, em Aswan, o povo egpcio da Antiguidade, construiu um templo

    dedicado a sis, a deusa do amor. Entre as figuras ali representadas, estava Hathor, a

    deusa da maternidade. Com dois enormes chifres de vaca, representava a fertilidade.

    Mas de todas as figuras presentes nesse espao, uma s aparecia de frente, um palhao:

    Bess, o deus da alegria. Em uma civilizao que nasceu 4.500 anos antes de Cristo as

    pessoas tinham o conhecimento que a alegria era algo importante para o equilbrio

    humano.

    3.5. - HEYOKA

    " Heyokah!

    Faa-me rir para que eu volte a ser humano.

    Permita-me ver o meu caminho torto.

    Heyokah!

    Como que voc pode ser assim - do contra,

    e me fazer aprender tanta coisa?"

    Em todos os caminhos, a maior medicina o riso, pois diminui o stress e nos alerta para

    no levarmos tudo to a srio. Levar-se a srio em demasia nos torna cegos para

    situaes que poderiam ser encaradas de forma bem mais simples e fluida. Nesse

    conceito que se deu a fama de Heiokah que, dentre tantos outros nomes e subttulos,

    o de um xam que lida com a energia primordial criadora, chamado de Esprito do Trovo.

    17 1

  • Nas tribos, o Heyokah era uma pessoa que se fantasiava em festas para brincar com a

    comunidade e com sua astcia e graa impulsionavam o processo de cura.

    Heyoka, diferentemente dos outros, possui grande sabedoria e leva seus ensinamentos

    ao povo, atravs do riso e dos contrrios, tambm denominado por Jung de Triskster

    Sagrado, tem como objetivo fazer as pessoas pensarem por si mesmas, para chegarem

    s prprias concluses, levando-se ao questionamento do correto sobre aquilo que os

    outros fazem ou dizem.

    Quando as pessoas so levadas a pensar por conta prpria, comeam a questionar suas

    prprias crenas, que envolve conceitos e preconceitos, pertencentes ao seu passado,

    onde atravs dos questionamentos, podero testar alguns ensinamentos atravs da

    prpria experincia e sentindo a verdade desse ensinamento, a crena se torna vacilante,

    transformando-se num sistema de conhecimento, que a pessoa poder levar consigo pelo

    resto de sua vida.

    muito importante notarmos que, para o desenvolvimento de nosso ser, precisamos s

    vezes sair do campo das garantias e certezas. Quantos casamentos so mantidos com

    muito sofrimento, apenas por medo do desconhecido? Quantos adultos vm a sua vida

    travada, por no ter garantias em suas escolhas? O Trikster quebra com a ordem, e isso

    de forma alguma pode ser julgado como algo somente negativo, pois a possibilidade de

    vida nova. Atravs desse humor, que nos apresentado por meio dos opostos, Heyokah

    nos empurra, de certa forma, a uma morte simblica da nossa verdade aparente, para

    que saibamos do que realmente somos feitos.

    Se o Heyokah um palhao, ou se apresenta como tal, pode ser tambm uma energia

    poderosa de cura, que est alm do palpvel, e sim um caminho poderoso, uma energia

    que pode ser acessada internamente, por cada um de ns. Essa energia nos ensina

    atravs da brincadeira e dos opostos a rirmos de ns mesmos e a lidar com as

    adversidades da vida de uma forma mais leve, porque a alegria, o riso, a brincadeira

    quebram o medo e a estagnao, logo trazem a cura.

    Em vrias tradies vamos encontrar essa energia, com os mais diversos nomes,

    Hermes, Loki, Exu, Pomba-Gira... Enfim, eles esto a muito presentes, e podem se

    chamar Joo, Maria, Jos, adorveis trapaceiros da sisudez humana, so mestres que

    esto no caminho, na sua simplicidade e singeleza, estendendo a mo com um sorriso

    nos lbios, convidando-nos a brincar.

    18 1

  • A mensagem principal da carta do Heyokah a de que precisamos nos animar mais, e de

    que deve comear a equilibrar o sagrado com a irreverncia. Solte-se mais, abra-se para

    a vida, abra um sorriso, e siga o seu Caminho Sagrado, at sentir que o Universo se abre

    para voc, mostrando-lhe tudo aquilo que realmente importante.

    3.6- O LOUCO

    Se o homem persistisse em sua

    loucura, tornarse-ia sbio.

    Willian Blake

    O Louco representado como um andarilho , energtico, ubquo e imortal. No tar, o

    mais poderoso de todos os trunfos, no pquer fica louco, capturando o rei e toda sua

    corte. Em outros jogos de cartas surge quando menos se espera, criando

    deliberadamente o que decidimos denominar um erro de carteio. Um tar austraco

    mostra o louco com um capuz de monge e campainhas, tocando uma gaita de foles. Hoje

    os palhaos de circo, s vezes, so visto carregando uma srie de foles ou batem na

    cabea uns dos outros com bexigas vazias, conservando assim uma conexo com a

    loucura borrascosa das suas origens.

    O Louco o vigsimo segundo Arcano maior do ,Tarot ou, simplesmente, o nmero 0,conforme os baralhos. Esta carta representa um jovem leve e solto, que caminha a tocar

    flauta. sua frente est um precipcio, tem uma trouxa s costas, h uma borboleta que

    voa por ali e um co que lhe morde o calcanhar.

    No louco, tudo leve e solto. Isto pode trazer inquietao e atividade, pode trazer

    mudanas quilo que est estagnado, aquela que inicia, que impulsiona, que tem a

    pureza e a inocncia de uma criana. Ele desconhece o medo e aprecia o desejo. Por

    isso, quando estamos sob sua energia, porque o momento de enfrentar tudo e todos

    sem medo. O tempo de comear, de se jogar, de ir sem ao menos olhar para trs. O co

    tenta avis-lo do precipcio que tem frente, mas parece que ele nem percebe, por estar

    distrado a olhar a borboleta, livre. Simboliza o desligamento da matria, uma histria a

    ser vivida, continuar vivendo a vida sabendo que algo surpreendente poder acontecer e

    19 1

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Tarothttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arcano_maior

  • aceitar esse fato despreocupadamente. O acaso ir resolver tudo. Pode ser interpretado

    como despreocupao, curiosidade de experimentar coisas novas ou at mesmo um

    pouco de confuso. Tambm pode significar que o Louco partiu em busca de algo que

    procurava, como um desejo que de repente extravasa, uma busca que foi sufocada

    durante muito tempo. Geralmente conselho seguir a espontaneidade e estar aberto

    para tudo aquilo que a vida tem a lhe oferecer. Deve-se aceitar que voc um aprendiz

    da vida.

    Indo a fundo no Tarot, podemos vislumbrar vrios arcanos, muito bem qualificados para o

    exerccio da autoconfiana, mas em certa medida, a raiz dela est na lmina sem nmero,

    O Louco. Sim, a mais descontrada figura do baralho tambm a facilitadora dessa

    convico to sria capaz de mover montanhas de medos e bloqueios. O Louco aquele

    viajante ousado que desbrava os caminhos de acordo com a mais absoluta vontade.

    aquele que sabe que cada itinerrio, por mais incerto que se mostre, um genuno

    presente da vida.

    O Louco sabe que viver livremente sinnimo de correr riscos e por isso mesmo se lana

    alegremente s passarelas e aos barrancos, pois eles so caminhos que podem reservar

    surpresas maravilhosas. No h porque no olhar para uma direo nova quando

    estamos frustrados ou decepcionados com nossas escolhas.

    Seu entusiasmo em busca de libertar-se do antigo evidente. Assim como o misto de

    curiosidade e incertezas em relao ao que vem pela frente. Ele segue seu caminho

    movido pela intuio, pelo corao, e no pelo racional. Na verdade, um arcano muito

    pouco racional, caminhando a esmo pela vida, em direo a alguma coisa que nem

    mesmo ele sabe o que . Ele renasce para o mundo, com graa, leveza e inconstncia,

    deixando de lado suas mscaras. Caminha em direo ao abismo, sendo necessrio

    despencar para que possa, ento, estabelecer slidas estruturas.

    O Louco pode ser positivo ou negativo, mas o zero, um vazio que d origem a uma

    existncia. Mas se prestamos ateno, notamos que o desenho do nmero zero, forma

    um crculo, fechado, smbolo da completude. Assim, segue o caminho dos iluminados,

    saindo do caos e rumando em direo a alguma coisa, prestes a ser materializada. Seu

    entusiasmo em busca de libertar-se do antigo evidente. Assim como o misto de

    curiosidade e incertezas em relao ao que vem pela frente. Ele segue seu caminho

    movido pela intuio, pelo corao, e no pelo racional. Afinal, o que temos a perder

    20 2

  • quando parece ter dado tudo errado? justamente essa a hora de se mostrar criativo

    diante da vida.

    Em nossa jornada para a individuao, o Louco arquetpico demonstra com frequncia

    no s a resistncia, mas tambm a iniciativa inerente sua natureza, influindo em nossa

    vida de maneira menos drstica e mais criativa. A sua curiosidade impulsiva impele-nos

    para sonhos impossveis, ao passo que sua natureza folgaz tenta atrair-nos de volta ao

    laissez-faire dos dias da infncia. Sem ele nunca empreenderamos a tarefa do

    autoconhecimento, mas com ele estamos sempre tentados a vagabundear a beira da

    estrada. Visto que ele parte de ns mesmos, destacada da conscincia do ego, pode

    pregar peas nossa mente pensante, falhas como s escorregadelas embaraosas da

    lngua e os lapsos convenientes de memria podem ser as menores dentre elas. s

    vezes, suas brincadeiras, ainda mais pesadas, nos atraem para situaes em que o ego

    nunca se arriscaria a aventurar-se.

    O Louco, seja ele bobo da corte, embusteiro ou palhao de circo, sempre tocado da

    tristeza e da solido de qualquer figura que se destaca do aconchegante anonimato de

    que desfruta o homem mdio. Como salvador em potencial encantadoramente retratado

    num Tar desenhado na primeira dcada, deste sculo, sob a direo de A. E. Waite.

    Esse delicioso jovem, com suas vestes floridas e sua rosa, parece quase andrgino,

    combinando qualidades masculinas e femininas numa mistura feliz. A conexo do louco

    com o seu lado instintual tem o poder no s de salv-lo, mas de salvar toda a

    humanidade tambm. Talvez o Louco sonhador de Waite se acabe salvando e salvando-

    nos. Como o prncipe Mishkin em O idiota de Dostoievsky, o Louco de Waite personifica o

    poder redentor da simplicidade acrescida da f.

    3.7. REPRESENTAES DO PALHAO.

    Comeamos a entender o que de fato representa o palhao, quando percebemos que o

    arqutipo prescinde a mscara. A questo da compreenso do arqutipo de palhao vai

    alm de se colocar uma mscara, ser palhao, experimentar-se, e isso pode ocorrer

    na rua, com os amigos, na troca de olhares com a linda garota, no jogo de Pquer, com

    21 2

  • as crianas que esto chorando num espao pblico e a me no sabe mais o que fazer,

    enfim, tudo o que pode entrar em cena e compor no jogo da vida.

    Sem tirar toda a importncia da menor mscara de todas que o nariz de palhao,

    menciono aqui, a importncia de, ao coloc-lo, buscar-se o palhao interior e no

    simplesmente se revelar um ser diferente, um profissional do circo. No universo do

    palhao, com toda a sua indumentria, o tempo que conta o da intensidade e no o da

    durao. Por isso, que bons palhaos realizam por anos a fio o mesmo nmero, e mesmo

    assim continuam sempre engraados, porque so intensos no que fazem. Mesmo para

    os profissionais do riso, o dia de trabalho no s um dia de trabalho, levar a cura

    atravs do riso, mesmo que inconscientemente. Isso a mestria genuna do palhao, que

    vai alm da mscara, viver a identidade, que extremamente difcil, mas pode ser

    duplamente prazeroso.

    "Criatividade no descobrir umafrmula mirabolante de sucesso

    instantneo para qualquerproblema. Longe disso. Criatividade

    ouvir as suas prpriaslamentaes, mergulhar no fracasso

    e extrair a fora necessria paraemergir firme e forte."

    Salvador Dali

    Na verdade, ser palhao no s colocar um nariz vermelho, uma roupa engraada e

    saber contar uma piada. O palhao um arqutipo social e sua funo muito sria,

    sincera e respeitosa. Ele a representao da habilidade humana, do fracasso, da

    inadequao, do ridculo que existe em cada um de ns e que est presente na

    sociedade. "Ele no representa. Ele ".

    Colocar um nariz vermelho e se expor, significa escolher tirar todas as armaduras, as

    mscaras, as representaes cotidianas e deixar com que todos vejam o seu lado

    frgil, aquilo que voc chama de defeitos fsicos e psicolgicos, o seu ridculo, o seu

    fracasso. Eis a funo do palhao. Quando isso exposto de maneira sincera e

    verdadeira, quando este lado frgil mostrado e quando se deixa rir dele,

    automaticamente existe uma identificao de quem o assiste, seja uma identificao

    pessoal com a figura inadequada que o palhao, ou uma identificao com o ambiente

    22 2

  • em que ele est inserido, justamente por que ele mostra as falhas desse ambiente,

    dessa sociedade.

    Esta funo existe desde a Antiguidade, quando o Bobo da Corte podia falar as verdades

    sobre o reino e sobre o seu rei, sem perder a cabea. Afinal de contas, ele era s o

    Bobo da Corte. Ele podia dizer, por exemplo, o quanto o seu Rei era soberbo ou o quanto

    era estpido, satirizando situaes que j tinha presenciado. E, os outros riam, inclusive o

    Rei. Riam por que sabiam que aquilo tinha mesmo acontecido, no exatamente daquela

    maneira exagerada, mas tinha acontecido, ou ainda, poderia acontecer. E o Bobo podia

    fazer tudo isso simplesmente por que brincava com a situao.

    O palhao no aponta seus defeitos e nem os defeitos de ningum. Ele deixa que os

    outros apontem, que os outros percebam. Ele mostra, de uma maneira sutil e sincera, o

    que todo mundo tenta esconder. E, partindo deste princpio, da funo social que tem o

    palhao, diversos grupos sociais, tm desenvolvido suas pesquisas utilizando-se dessa

    arte, tambm, para um objetivo social, explorando ambientes diferentes, outras situaes

    e contextos. Vivenciando e registrando o que este arqutipo significa e o que ele capaz

    de transformar, a importncia dele em cada lugar, em cada ambiente por onde passa.

    Este um trabalho que no tem fim e isso muito bom. Quanto mais informao, mais

    descoberta, mais material obtido para aprofundamento e desenvolvimento desta

    pesquisa, deste ofcio.

    O palhao se constri a partir a partir das falhas, dos vcios e defeitos de cada um. O

    palhao existe independentemente de uma dramaturgia especfica. Palhao no um

    personagem de teatro, uma forma de brincar. Para que ele surja na cena basta apenas

    a vontade de quem o brinca e de pelo menos um curioso a ver de que se trata essa

    brincadeira.

    4.0 O PALHAO E O RISO NO PROCESSO TERAPEUTICO.

    4.1 DOUTORES DA ALEGRIA

    Doutores da Alegria uma ONG (Organizao no Governamental), que desde 1991,

    atua em hospitais. A misso dos Doutores da Alegria promover a experincia da alegria,

    como fator potencializador de relaes saudveis por meio da atuao profissional de

    palhaos, junto a crianas hospitalizadas, seus pais e profissionais de sade. A essncia

    do trabalho a utilizao da pardia do palhao que brinca de ser mdico no hospital,

    23 2

  • tendo como referncia a alegria e o lado saudvel das crianas e colaborando para a

    transformao do ambiente em que se inserem.

    A viso dos Doutores da Alegria tornar-se um centro cultural referncia na arte do

    palhao e nas artes cmicas em geral, oferecendo acervo, publicaes, cursos e

    produes artsticas, que estimulem a reflexo e o dilogo crtico com diversos setores da

    sociedade.

    Esta ONG no visa a captao de lucros, mas sim levar conforto e plulas de felicidade

    ao pblico infantil enfermo. Seus integrantes tm como meta incentivar vivncias

    divertidas para que esta camada da sociedade possa, mesmo a partir do desequilbrio

    orgnico, instaurar em suas vidas uma interao salutar com as outras pessoas.

    Esta instituio nasceu da experincia de uma organizao similar, a Clown Care Unit,

    de Nova Iorque. Este grupo foi fundado por um palhao dos Estados Unidos, Michael

    Christensen, em 1986, quando, em um evento num dos hospitais nova-iorquinos, ele

    decidiu incluir em suas brincadeiras crianas que no podiam se deslocar at o espao

    escolhido para a festa. Neste momento ele instaurou, em um local dominado por imagens

    de doenas, cones de alegria e festividade. Desta forma surgiu a Clown.

    O brasileiro, Wellington Nogueira, entrou para esta equipe em 1988. Satisfeito com esta

    prtica, decidiu implant-la no Brasil. Depois de muito esmero, ele conseguiu dar incio a

    este trabalho no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em So Paulo,

    atualmente conhecido como Hospital da Criana, no ano de 1991.

    A partir de ento este intrprete, palhao e Coordenador Geral dos Doutores da Alegria,

    junto com os demais membros desta Organizao, j levaram doses macias de alegria a

    550 mil crianas e adolescentes internados, a 600 mil famlias e a mais de 13 mil

    integrantes do campo da sade. Eles empreendem aproximadamente 75 mil visitas

    anuais em instituies de So Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte.

    O pblico-alvo constitudo por pacientes com doenas graves. Muitas delas

    consideradas incurveis. Estes enfermos se encontram, quase sempre, tristes e

    deprimidos, com uma viso negativa da vida e de seu corpo, sobre o qual acreditam no

    ter mais nenhum domnio. So pessoas profundamente traumatizadas e, muitas vezes,

    fechadas em si mesmas.

    Esta instituio auxiliada, financeiramente, por empresas e doadores fsicos. O trabalho

    realizado por seus integrantes de tal importncia, que por duas vezes ele foi listado pela

    Diviso Habitat da ONU, entre os melhores exerccios de solidariedade de todo o Planeta.

    24 2

  • 5. O CIRCO

    5.1 A HISTRIA DO CIRCO

    A magia do circo nos remete a algo incrvel, nos fazendo viajar na alegria dos palhaos,nas acrobacias dos malabares e na beleza das cores. Relatos trazem que esta arte

    difundida no mundo todo exista desde a antiguidade.

    Na Roma antiga, as instalaes ldicas circenses eram consideradas as mais importantes

    das cidades romanas, junto ao teatro e o anfiteatro, que forma a tricologia de instalaes

    de cultura e divertimento daquela poca. O circo romano um recinto com remates

    circulares nos extremos. Considerada a maior das instalaes destinadas a diverso do

    povo, era inspirado nos hipdromos e estdios gregos, mas tinha medidas muito maiores

    que estes. A arena, com sua caracterstica muito alongada, era dividida em dois, pela

    spina, formando duas ruas, por onde corriam as quadrigas, destinadas a corridas,

    espetculos e representaes, onde comemoravam os acontecimentos do Imprio. Nos

    circos faziam-se batalhas, corridas de cavalos e outras diverses. Nesta spina,

    costumava-se haverem colunas, esttuas e obeliscos comemorativos. Os contadores de

    voltas, costumavam ser de ovos de pedra ou estatuetas de delfins.

    Na China, foram encontradas pinturas com quase 5000 anos mostrando contorcionistas,

    acrobatas e equilibristas. Os guerreiros chineses usavam a acrobacia como forma de

    treinamento, j que isso exigia fora, flexibilidade e agilidade.

    Em 108 a.C, em uma festa em homenagem a alguns visitantes estrangeiros, houve uma

    apresentao acrobtica que encantou tambm ao imperador, este ento, determinou que

    apresentaes como esta se repetiriam todos os anos.

    No Egito, As pirmides tambm trazem gravuras com malabaristas. J em Roma a

    histria do circo foi um tanto quanto trgica. Por volta de 70a.c, surgiu o Circo Mximo, o

    primeiro a se tornar famoso, e teria sido inaugurado no sculo VI a.C., com capacidade

    para 150 000 pessoas. A atrao principal, eram as corridas de carruagens, mas, com o

    tempo, foram acrescentadas as lutas de gladiadores, as apresentaes de animais

    25 2

  • selvagens e de pessoas com habilidades incomuns, como engolidores de fogo. Destrudo

    por um grande incndio, esse anfiteatro foi substitudo, em 40 a.C., pelo Coliseu, cujas

    runas at hoje compem o carto postal nmero um de Roma.

    Dos chineses aos gregos, dos egpcios aos indianos, quase todas as civilizaes antigas

    j praticavam algum tipo de arte circense, h pelo menos um ano, mas o circo como o

    conhecemos hoje, s comeou a tomar forma durante o Imprio Romano.

    Com o fim do imprio dos Csares e o incio da era medieval, artistas populares

    passaram a improvisar suas apresentaes em praas pblicas, feiras e entradas de

    igrejas. "Nasciam assim as famlias de saltimbancos, que viajavam de cidade em cidade

    para apresentar seus nmeros cmicos, de pirofagia, malabarismo, dana e teatro".

    Tudo isso, porm, no passa de uma pr-histria das artes circenses, porque foi s na

    Inglaterra do sculo XVIII que surgiu o circo moderno, com seu picadeiro circular e a

    reunio das atraes que compem o espetculo ainda hoje. Cavaleiro de 1 001

    habilidades, o ex-militar ingls Philip Astley inaugurou, em 1768, em Londres, o Royal

    Amphitheatre of Arts (Anfiteatro Real das Artes), para exibies equestres. Para quebrar a

    seriedade das apresentaes, alternou nmeros com palhaos e todo tipo de acrobata e

    malabarista.

    O sucesso foi tamanho que, 50 anos depois, o circo ingls era imitado no s no resto do

    continente europeu, mas atravessara o Atlntico e se espalhara pelos quatro cantos da

    Terra.

    5.3 O CIRCO NO BRASIL

    Esta arte que encanta crianas e adultos, surgiu no Brasil no sculo XIX, atravs de

    famlias vindas da Europa, que se manifestavam em apresentaes teatrais. Os ciganos,

    vindos tambm da Europa, apresentavam-se ao pblico, demonstrando habilidades com

    doma de urso, cavalos e tcnica de ilusionismo. As manifestaes artsticas eram de

    acordo com a aceitao do pblico, o que no agradava, no era mais mostrado naquela

    determinada regio. Algumas atraes foram adaptadas ao estilo brasileiro. O palhao

    europeu, por exemplo, era menos falante, usando a mmica como base, j no Brasil, o

    palhao fala muito, utilizando de comdia sorrateira e instrumentos musicais, como o

    violo. O pblico brasileiro tambm gosta das atraes perigosas, como os malabares em

    26 2

  • trapzios e domadores de animais ferozes. O uso de animais em circo um assunto

    polmico, pois muitas vezes esses animais sofrem de maus tratos, Atualmente, as

    atraes circenses so mais modernas e trazem muitas novidades tecnolgicas.

    O novo circo um movimento recente que adiciona s tcnicas de circo tradicionais a

    influncia de outras linguagens artsticas como a dana e o teatro, levando em conta que

    a msica sempre fez parte da tradio circense. No Brasil existem atualmente vrios

    grupos pesquisando e utilizando esta nova linguagem.

    27 2

  • 6. CONCLUSO

    Atravs do que foi apresentado neste trabalho, pudemos demonstrar que, por trs de

    nossas atitudes pessoais, existem qualidades coletivas e milenares, s vezes, chamadas

    de arqutipos do palhao. Essas foras no pertencem apenas aos grandes sbios,

    pajs, samurais, sedutores, imperadores do passado. So inteligncias disponveis para

    os homens de hoje, incorporarem a qualquer momento.

    Demonstrou-se que a vitria do palhao aparece, segundos depois, ao ouvir, ao sentir a

    graa, seja na criana que ri inocente, seja no Deus que no se impressiona com os

    sincronismos dos malabares, com a coragem dos que domam lees, que no se espanta

    com flores, coelhos e lenos suados sados das cartolas mgicas, mas que ri ao ver o

    palhao se estrebuchar de pernas pro ar. Pois, afinal de contas, quem, seno o palhao,

    capaz de se declarar e dizer que ama a quem lhe ofendeu, h pouco, com bofetadas

    escandalosas? Quem, seno o palhao tem condies de rir de si mesmo, depois da

    tragdia pessoal?

    Assim, ao analisarmos neste trabalho, toda a trajetria do desenvolvimento da histria do

    palhao, conclumos que a eterna busca do palhao transpessoal, requer atravessar tudo

    aquilo que parece slido, concreto, imutvel. preciso avanar sobre a vida, desbravar,

    destruir o que nos trava, dentro e fora. No ser to refm da ansiedade, cime, orgulho e

    de todas as aflies da mente. No ser to travado, com o corpo meio torto, agitado,

    contrado. Podemos usar o silncio como arma. Vamos subir uma montanha s para

    aprender como ser assim, imvel. Atentos, disponveis.

    Concluiu-se ento, que o profissional do palhao est alm do palhao em si, est alm

    do arqutipo que ele representa. Quando algum adoece ou encontramos algo sem vida,

    esse arqutipo pode surgir como curandeiros, alquimistas, transformando madeira em

    arte, alimento em prazer, depresso em brilho nos olhos. Operando com foras invisveis

    para muitos e colocando alma nas coisas. Tudo massa de modelar. Tocamos,

    alcanamos os outros, empoderando-os. Ao descobrir nossa arte, somos mais do que

    palhaos, somos xams.

    28 2

  • 7. VIVNCIA: RECONHECENDO SEU PALHAO INTERIOR.

    Segure em suas mos o nariz de palhao e o espelho.

    Fechem os olhos, respire profundamente e solte o ar bem devagar (3X)

    Procure agora se imaginar numa estrada de terra, que vai te levar a um lugar tranquilo e

    seguro, deixe-se guiar por essa estrada, observe a vegetao sua volta. No caminho,

    veja ao longe uma porteira. Observe se ela est aberta, se no estiver, abra-a e passe por

    ela. Siga em frente e mais adiante voc visualiza uma casa, v caminhando e entre nessa

    casa, abra a porta, voc est na sala de estar, olhe as paredes desta sala, observe a

    brancura das paredes, aproxime sua face da parede, encoste seu rosto na parede e sinta

    a sua textura, olhe novamente o branco da parede.

    Agora abra os olhos, ponha o nariz de palhao e diante do espelho, voc ir se posicionar

    o mais prximo possvel e olhar profundamente a sua face, observe cada detalhe do seu

    rosto, Observe.

    Agora olhe fixamente nos seus olhos, perceba a cor dos seus olhos, o contorno de sua

    ris e finalmente, fixe seu olhar no centro dos seus olhos e, abrindo a porta de sua alma,

    se veja entrando em contato com esse lugar interno e curador e faa as seguintes

    perguntas; repetindo por 3x cada uma:

    Quem voc?

    Onde voc est?

    Qual o seu nome?

    Como voc ?

    Como encontro voc?

    Vamos brincar juntos?

    Vamos viver juntos?

    (Coloca uma msica de palhao)

    Deixe que seu palhao interior converse com voc, se descubra.Permita que seus

    bloqueios se revelem de forma leve, com brincadeiras, sem armas, totalmente disponvel

    para o novo. Brinque com o seu palhao interior, permita que ele mostre seus traumas,

    seus bloqueios, suas mgoas.Transcenda-as, ridicularize-as, ria de si mesmo.

    29 2

  • Olhe para seu nariz vermelho, brinque, ria de suas prprias mazelas, ponha cores nelas,

    d formas, detalhes engraados. Imagine como seria sua maquiagem, o cabelo, o

    chapu, os acessrios, imagine-se vestida em sua roupa de palhao, como seria?

    Solte-se, liberte seu palhao interior e se permita ser feliz. Transcenda.

    Assuma seu palhao e divirta-se, voc livre, dance, pule, grite, se liberte das amarras

    sociais, culturais e seja feliz.

    Agora levante e caminhe. Encontre um par. E ento, olhando nos olhos do seu par, faa a

    ele as mesmas perguntas que fez a si mesmo. Conversem entre si.

    E ento formem um circulo, reconheam um ao outro.

    Escolha outro palhao, aponte para ele com seu prprio nariz e diga a ele qual o nome do

    seu palhao. Em seguida esse palhao que foi apontado pelo nariz anterior, repete o

    gesto, e diz seu nome apontando o nariz para outro palhao, at que todos sejam

    apresentados.

    30 3

  • BULA TRANSPESSOAL

    MANUAL DE INSTRUES PARA INICIAR UMA BUSCA DE CURA INTERIOR, ATRA-VS DA ENERGIA DO PALHAO.

    LIVROS

    Nichols, Sallie Jung e o Tarot:Uma jornada arquetpica/ Sallie Nichols; introduo Lau-rens van der Post; traduo Octavio Mendes Cajado. So Paulo: Cultrix, 2007.

    Minois, Georges, 1946- Histria do Riso e do Escrnio/ Georges Minois; traduo MariaHelena O. Ortiz Assumpo- So Paulo: Editora UNESP, 2003.

    Jaime, Sams- AS CARTAS DO CAMINHO SAGRADO. ILUSTRAES LINDA CHILDERSTRADUO FABIO FERNANDES ROCCO RIO DE JAMEIRO 1997.

    LIVRO EM PDF .

    A TERAPIA DO RISO- A CURA PELA ALEGRIA- Dr. Eduardo Lambert: .

    http://books.google.com.br/books?id=esSP8sAxg_0C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r#v=onepage&q&f=false

    ARTIGOS INTERNET

    http://www.docelimao.com.br/riso-terapia.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sincronicidadehttp://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=08286 http://www.opreracaode-riso.com.br/grupo.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Circo http://www.arcadovelho.com.br/Circo/HISTORIA%20DO%20CIRCO.htmhttp://www.funarte.gov.br/novafunarte/funarte/circo/circoprincipal.php http://pt.wikipedia.org/wiki/palha%C3%A7 o

    VIDEOS/YOUTUBE

    XAM, GUERREIRO, PALHAO, AMANTE E REI: OS HOMENS QUE SO-MOS http://www.portalhomem.com.br/multimidia/arquetipos-masculi-nos-os-homens-que-somos

    ENTRE LGRIMAS E RISOS:

    http://www.youtube.com/watch?v=Lj1y8yHoBrU&feature=youtu.be&hd=1

    FILME HOTXU:

    http://www.hotxua.com.br/?page_id=72

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    http://www.hotxua.com.br/?page_id=72http://www.youtube.com/watch?v=Lj1y8yHoBrU&feature=youtu.be&hd=1http://www.portalhomem.com.br/multimidia/arquetipos-masculinos-os-homens-que-somoshttp://www.portalhomem.com.br/multimidia/arquetipos-masculinos-os-homens-que-somoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/palha%C3%A7ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/palha%C3%A7ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/palha%C3%A7ohttp://www.funarte.gov.br/novafunarte/funarte/circo/circoprincipal.phphttp://www.arcadovelho.com.br/Circo/HISTORIA%20DOCIRCO.htmhttp://www.arcadovelho.com.br/Circo/HISTORIA%20DOCIRCO.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Circohttp://www.opreracaoderiso.com.br/grupo.htmlhttp://www.opreracaoderiso.com.br/grupo.htmlhttp://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=08286http://pt.wikipedia.org/wiki/Sincronicidadehttp://www.docelimao.com.br/riso-terapia.htmhttp://books.google.com.br/books?id=esSP8sAxg_0C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r#v=onepage&q&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=esSP8sAxg_0C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r#v=onepage&q&f=false

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    -Nichols, Sallie Jung e o Tarot: Uma jornada arquetpica/ Sallie Nichols; introduo

    Laurens van der Post; traduo Octavio Mendes Cajado. So Paulo: Cultrix, 2007.

    -Minois, Georges, 1946- Histria do Riso e do Escrnio/ Georges Minois; traduo Maria

    Helena O. Ortiz Assumpo- So Paulo: Editora UNESP, 2003.

    -Jaime, Sams- AS CARTAS DO CAMINHO SAGRADO. ILUSTRAES LINDA

    CHILDERS TRADUO FABIO FERNANDES ROCCO RIO DE JAMEIRO 1997.

    -FREITAS-MAGALHES, A., & CASTRO, E. (2009). The Neuropsychophysiological Con-struction of the Human Smile. In A. Freitas-Magalhes (Ed.), Emotional Expression: The Brain and The Face (pgs. 1-18). Porto: University Fernando Pessoa Press ISBN 978-989-643-034-4.

    - Lambert, Eduardo A Terapia do Riso

    -Endorfina - Alex Bruno Olivatto - Fisiologia - Site: FindYourself

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