39
1 3. Potencial Eléctrico 3.1. Diferença de Potencial e Potencial Eléctrico. 3.2. Diferenças de Potencial num Campo Eléctrico Uniforme. 3.3. Potencial Eléctrico e Energia Potencial de Cargas pontuais. 3.4. Potencial Eléctrico de Distribuições Contínuas de Carga. 3.5. Potencial dum Condutor Carregado. 3.6. Cálculo do campo eléctrico a Partir do Potencial Eléctrico.

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1

3. Potencial Eléctrico

3.1. Diferença de Potencial e Potencial Eléctrico.

3.2. Diferenças de Potencial num Campo Eléctrico Uniforme.

3.3. Potencial Eléctrico e Energia Potencial de Cargas pontuais.

3.4. Potencial Eléctrico de Distribuições Contínuas de Carga.

3.5. Potencial dum Condutor Carregado.

3.6. Cálculo do campo eléctrico a Partir do Potencial Eléctrico.

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2

Forças conservativas ⇒ energia potencial

Exemplos: Força da gravidade,força elástica duma mola,

força electrostática ...

Lei da conservaçãoda energia

Potencial Eléctrico(grandeza escalar)

(grande valor prático)

A voltagem que se medeentre dois pontos dumcircuito eléctrico é a diferença do potencialeléctrico entre os pontos.

Uma vez que a força electrostática dada pela lei de Coulomb é conservativa, podemos descrever os fenómenos electrostáticos em termos de uma energia potencial.

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3

3.1. Diferença de Potencial e Potencial Eléctrico

• A força gravitacional é conservativa (Lei da gravitação universal)

• A força electrostática (Lei de Coulomb) tem a mesma forma, também é conservativa ⇒ É possível definir uma função energia potencial associada a essa força.

• Carga de prova q0 colocada num campo electrostáticoEr

0F q E=r r Soma vectorial de todas as forças

individuais ⇒ conservativa.

• O trabalho feito pela força é simétrico do trabalho feito por uma força

externa que deslocasse essa carga no campo0q Er

Er

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4

• O trabalho efectuado pela força eléctrica , sobre a carga de prova,

num deslocamento infinitesimal é:0q Er

dsr

0= ⋅ = ⋅r rr rdW F ds q E ds

0= − ⋅r rdU q E ds

• Por definição, o trabalho feito por uma força conservativa é igual ao simétrico da variação da

energia potencial, dU:

percurso

• No caso de um deslocamento finito de carga de prova, entre os pontos A e B,

a variação da energia potencial é:

0∆ = − = − ⋅∫r rB

B A AU U U q E ds

Não depende do percursoseguido entre A e B

Integral de linha

Força Conservativa

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5

• Por definição, a diferença de potencial, VB - VA, entre os pontos A e B é igual

à variação da energia potencial dividida pela carga de prova q0.

0

BB AB A A

U UV V E dsq−

− = = − ⋅∫r r

1

- Diferença de potencial ≠ energia potencial.

- Proporcionais ∆U = q0.∆V

- ∆U → escalar ⇒ ∆V escalar

- ∆U = simétrico do trabalho (W) feito sobre a carga pela força eléctrica dessa

carga, sendo também igual ao simétrico da variação da energia cinética (∆K).

KWU ∆−=−=∆

⇒ VB - VA = ao trabalho, por unidade de carga, que uma força externa deve efectuar para deslocar uma carga de prova, no campo eléctrico, de A até B,

sem alterar a variação da energia cinética (K) da carga.

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6

- A equação define somente a diferença de potencial ⇒ somente as diferenças de V têm sentido.

- Por conveniência, a função V é tomada muitas vezes como nula num

determinado ponto. Usualmente escolhemos um ponto no infinito (∞) como o

ponto de potencial nulo ⇒ Com essa escolha: O potencial eléctrico num ponto arbitrário é igual ao trabalho necessário, por unidade de carga, para

trazer uma carga de prova positiva do infinito até o ponto considerado.

1

∞= − ⋅∫

r rP

PV E dsVA = 0 no ∞ ⇒

Na realidade VP representa a diferença de potencial entre P e um ponto no ∞.

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7

• Diferença de potencial é uma medida de energia por unidade de carga (SI)

1 V (volt) = 1 J/C

• A diferença de potencial também tem as unidades de campo eléctrico vezes distância ⇒ a unidade SI de campo eléctrico (N/C) também pode ser expressa como volt por metro:

1 N/C = 1 V/m

• Unidade de energia usualmente usada em física atómica e nuclear é o electrão-volt [def.: energia que um electrão (ou um protão) adquire ao deslocar-se através de uma diferença de potencial de 1V].

1 eV = 1,6×10-19 C·V = 1,6×10-19 J

Exercício 1: Calcule a a diferença de potencial necessária para acelerar um electrão num feixe de um tubo de TV a partir do repouso, sabendo que a sua velocidade é de 5x107 m/s.

∆K = ½(mv2)-0=0,5·9,11x10-31 · (5x107)2= 1,14x10-15 J∆K= 7125 eV ⇒ ∆V = -7125 V

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8

3.2. Diferenças de Potencial num Campo Eléctrico Uniforme

• A diferença de potencial não depende da trajectória entre esses dois

pontos; isto é, o trabalho de levar uma carga de prova (q0), do A até B, é

sempre o mesmo, ao longo de qualquer trajectória. ⇒ Um campo eléctrico uniforme, estático, é conservativo.

A B

duas placas carregadas

d

o

Er

0− = ∆ = − ⋅ = − ⋅ ⋅ = −∫ ∫ ∫cosr rB B B

B A A A AV V V E ds E ds Eds

∫ −=−=∆B

AEddsEV

VB < VA⇒Linhas do campo eléctrico

apontam no sentido do potencial decrescente.

E = cte

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9

• Se uma carga de prova q0 se deslocar de A para B ⇒ a variação da sua energia potencial vai ser:

EdqVqU 00 −=∆=∆

amEqF rrr== 0

• Se q0 > 0 ⇒ ∆U < 0 → Uma carga (+) perde energia potencial eléctrica quando se desloca na direcção e sentido do campo eléctrico.

⇒q0 é acelerada no sentido de ⇒ ganha energia cinética (K) e perde igual quantidade de energia potencial (U).

• Se q0 < 0 ⇒ ∆U > 0 → Uma carga (-) ganha energia potencial eléctrica (U) quando se move na direcção do campo eléctrico, mas no sentido contrário ( direcção oposta à direcção do campo eléctrico).

⇒Quando uma partícula carregada é acelerada, ela perde na realidade, energia, pela radiação de ondas electromagnéticas.

Er

ar

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10

Bd

CA θ

Er

VB < VAVB = VC

Caso geral:

θcos⋅⋅=⋅=⋅−=⋅−=∆ ∫∫ dEdEsdEsdEVB

A

B

A

rrrrrr

dEqVqUrr

⋅−=∆=∆ 00⇒

Todos os pontos sobre um plano perpendicular a um campo eléctrico uniforme estão num mesmo potencial: B e C estão ao mesmo potencial

⇒ VB-VA=VC-VA

Superfície equipotencial é qualquer superfície constituída por uma distribuição contínua de pontos que possuam o mesmo potencial.

Sendo ∆U = q0·∆V, não há trabalho para se deslocar a carga de prova entre dois pontos sobre uma mesma superfície equipotencial.

O ponto B está a um potencial inferior ao de A.

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11

Exercício 2:

Uma bateria de 12 V está ligada a duas placas planas e paralelas, conforma a figura em baixo. A separação entre as placas é de 0,3 cm. Determine o módulo do campo eléctrico entre as placas, assumindo que é uniforme.

( )V/m 4000003,012

==−

=dVV

E AB

A placa positiva está a um potencial mais elevado que o da placa negativa

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12

Exercício 3:

Entre as placas metálicas paralelas de dois condutores electrizados existe um campo eléctrico uniforme de intensidade E = 100 N/C. Uma partícula de carga q =10 µC e massa m=1 g penetra na região perpendicularmente às linhas de força do campo, com uma velocidade horizontal v0 = 10 m/s, de acordo com a figura, atingindo, depois de certo tempo, a placa negativa. Admitindo que a única interacção sobre a partícula é eléctrica, determine:a)a aceleração da partícula;b)o intervalo de tempo que a partícula leva para ir de uma placa à outra;c)a energia cinética da partícula imediatamente antes de atingir a placa negativa;

d)o trabalho da força eléctrica no deslocamento da partícula de uma placa à outra.

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13

Exercício 3: resolução

ea) F maqEam

=

⇔ = ⇒ = 2a 1 m/s

r r

2 21 1b) y 2 12 2ya t t= ⇔ = ⋅ ⋅ ⇒ =t 2 s

fy 0y y fy

2 2 2 2f fx fy

2f f

c) v =v a 0 1 2 v 2 m/s

v = v v = 10 2 = 10, 2 m/s

1K mv 0,052 2

t+ = + ⋅ ⇒ =

+ +

= ⇒ =f

K J

d) W qEd+→− +→= ⇒ = -3- W 2 x 10 J

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14

3.3. Potencial eléctrico e energia potencial de cargas pontuais

• Carga pontual positiva isolada.

radial, para foraEr

Diferença de potencial na superfície entre A e B:

q

A

B

rA

rBr

ds

Er

∫ ⋅−=−B

ABA sdEVV rr

rrqkE ˆ2=

r

?sdr

rqksdE rrr

⋅=⋅ ˆ2

rddssdr rr=⋅=⋅ θcos.1ˆ (θ ≡ ângulo entre )sder̂ r

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15

• ds·cosθ é a projecção de sobre ⇒ ds·cosθ = dr

(qualquer deslocamento provoca uma variação dr no módulo de )

sdr rr

sdr rr

q

ArA

rBr

ds

Er

Errd

rqksdE rrr

=⋅ 2 B

B

A

B

A

r

rrkqr

r rdr

rAB kqdrEVV =−=−=− ∫∫ 2

−=−

ABAB rrkqVV 11

∫ ⋅− B

A

r

rsdE rr

é independente da trajectória entre A e B, como deve ser.

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16

⇒ Com esta escolha, o potencial eléctrico de uma carga pontual, a uma distância da carga, é:

Ar

rr

• VB - VA só depende das coordenadas radiais rA e rB

• É comum escolher como zero o potencial em rA= ∞

(naturalmente )1 ; 0AV r V∝ →∞⇒ →

rqkV =

⇒ V é constante sobre uma superfície esférica de raio r. No caso de

uma esfera, as superfícies equipotenciais são superfícies

esféricas e concêntricas com a carga.

Recorde que uma Superfície equipotencial é perpendicular em

cada ponto a uma linha do campo eléctrico. V Ed∆ = −

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17

V Ed∆ = −

Er

a b

Er

Superfícies equipotenciais (---) e linhas do campo eléctrico (→)

campo eléctrico uniforme provocado por um plano ∞ carregado

a b uma carga pontual

rqkV =

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18

c Um dipolo eléctrico

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19

• Potencial eléctrico de duas ou mais cargas pontuais ⇒ princípio da sobreposição.

∑=i i

i

rqkV 1Potencial total em P:

Onde tomamos V = 0 no ∞, e ri é a distância do ponto P à carga qi¡! é uma soma algébrica de escalares ⇒ é muito mais fácil calcular V do que calcular

1Er

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20

Energia potencial de interacção de um par de partículas carregadas

V1 = potencial da carga q1 no P⇒ o trabalho necessário para trazer q2, do ∞ até P, sem aceleração, é dado por |q2·V1|

•Por definição, esse trabalho é o simétrico da variação da energia potencial, U, do sistema de 2 partículas separadas por r12.

q2

q1

12rr

P 12

2112 r

qqKVqU ==

q1 e q2 mesmo sinal ⇒ U > 0

q1 e q2 repelem-se e efectuou-se trabalho sobre o sistema para aproximar uma carga da outra.

q1 e q2 sinais opostos ⇒ U < 0

q1 e q2 atraem-se e o sistema cede trabalho quando as cargas se aproximam.

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21

Exemplo: Trabalho realizado para levar a carga q de A para B na presença da carga Q

( )eF f iW U U U= −∆ = − −

eF A B A BA B

qQ qQW U U qV qV k kd d

= − = − = ⋅ − ⋅

( )e A B

B B

F eA AW F ds q E ds

→= ⋅ = ⋅∫ ∫

r rr r

Q

O trabalho realizado pode também ser calculado a partir da área A sob o gráfico da Força em função da distância à carga Q.

O trabalho realizado não depende da trajectória efectuada para ir de A para B, em virtude da força eléctrica ser conservativa.

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22

r12

q2

q1 q3

r23

r13

++=

23

32

13

31

12

21

rqq

rqq

rqqkU

1 22 1

12

q qU q V kr

= =

1 3 2 33 1 3 2

13 23

q q q qU q V q V k kr r

= + = +

Trabalho para trazer q2 do ∞ à sua posição na vizinhança de q1 é igual à energia potencial:

Trabalho para trazer q3 do ∞ àsua posição na vizinhança de q1 e q2 é igual à energia potencial:

Para 3 cargas, por exemplo, teremos a energia potencial de interacção entre as cargas:

Se o sistema tiver mais de duas partículas carregadas

Cálculo de U para todos os pares de cargas

• Soma algébrica dos resultados.

Interpretação: Suponhamos q1 fixa (numa posição dada) e q2 e q3 no ∞ .

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23

Exercício 4:

Duas cargas pontuais, Q1 = 4x10-8 C e Q2 = -4x10-8 C, criam um campo eléctrico, como mostra a figura. Determine:a) o potencial eléctrico total no ponto a;b) o potencial eléctrico total no ponto b;c) o trabalho realizado pela resultante das forças eléctricas, no deslocamento de uma carga q= 1x10-10 C, desde o ponto a até ao ponto b.

d1 d2

d’1 d’2

32a2

2

kQV 3, 6x10 Vd

= = −a) 31a1

1

kQV 3, 6x10 Vd

= =

0Va =⇒+= a2a1a VVV

b) 31b1 b1

1

kQV V 6x10 Vd'

= ⇒ =32

b2 b22

kQV V 9x10 Vd'

= ⇒ = −

V3x10V 3b −=⇒+= b2b1b VVV

c) ( )a bW b aU q V q V V→ →= −∆ = − ∆ = − − ⇒ = -7a bW 3 x 10 J

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24

3.4. Potencial Eléctrico de Distribuições Contínuas de Carga.

Pr

dq Duas maneiras:

Desconhecendo o campo eléctrico,

principiamos considerando o potencial de um

elemento de carga dq, tratado como carga

pontual ⇒

rqkV =

dqkdV =

1.

rPotencial total em P:

∫= rdqkV a

• O que fizemos foi substituir a soma na equação anterior por um

integral para todo o volume da distribuição de cargas.

• A expressão traz implícita uma escolha específica do potencial

de referencia: V = 0 num ponto P localizado infinitamente distante da

distribuição de cargas.

a

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25

∫ ⋅−=−

=−=∆B

ABA

AB sdEqUUVVV rr

0

b2. Principiamos com

• Método útil quando se conhece o campo eléctrico, por outras

considerações, como a Lei de Gauss.

⇒ Distribuição de cargas muitos simétricas ⇒ calculamos

mediante a Lei de Gauss, e depois substituímos em a fim de

achar ∆V. Finalmente, escolhemos um ponto conveniente,

arbitrário, onde V é nulo.

b

PE ∀,r

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26

3.5. O Potencial de um condutor carregado

condutor em equilibro:• Se tiver excesso de carga ela distribui-se na superfície externa.

• no exterior é perpendicular à superfície.

• no interior do condutor.

• Todo ponto sobre a superfície dum condutor carregado, em equilíbrio, tem o mesmo potencial.

Er

0E =r

sdE rr⊥Sobre qualquer curva, na superfície:

0 0E ds V⋅ = ⇒ ∆ =r r

0=⋅−=− ∫B

AAB sdEVV rrpara todo A e B

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27

⇒ A superfície de qualquer condutor carregado, em equilíbrio, éuma superfície equipotencial.

no interior ⇒ o potencial é constante ∀P no interior do condutor, é igual ao valor que tem na superfície do condutor.

⇒ Não há trabalho para deslocar uma carga de prova do interior dum

condutor carregado até a sua superfície.

0=Er

QkR

E

V Qkr

r

r

2

Qkr

R

R

• Esfera metálica maciça raio R, carga Q

2rQkE = r > R; E = 0 se r < R

RQkV = r ≤ R

rQkV = r ≥ R; (V = 0 no ∞)

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28

Cavidade no Interior de um Condutor

• O campo eléctrico no interior da cavidade deve ser

nulo, independentemente da distribuição da carga

na superfície externa do condutor e mesmo que

exista no exterior do condutor.Er

• não existem cargas no interior da cavidade.

∫ ⋅−=−B

AAB sdEVV rr

AB

VB - VA = 0 (todo ponto num condutor está ao mesmo potencial)

00 =⇒=⋅−⇒ ∫ EsdEB

A

rrr

¡! Uma cavidade, envolta por paredes condutoras, é uma região livre de campos, desde que não haja cargas no interior da cavidade.

Aplicações: blindar circuitos electrónicos, laboratórios... contra campos externos.

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29

Densidade de Carga (σ)

• σ uniforme num condutor esférico

• Condutor não esférico ⇒

• σ elevada onde o raio de curvatura for pequeno e a superfície convexa.

• σ baixa onde o raio de curvatura for grande e a superfície côncava.

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30

⇒Como

• grande nas vizinhanças dos pontos que têm curvatura convexa,

com pequeno raio de curvatura, e atinge valores muito elevados nas

vizinhanças de pontas agudas.

σ∝Er

Er

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Descarga em Coroa

• Brilho azulado, visível a olho nu nas vizinhanças de pontas agudas de um condutor num potencial eléctrico elevado.

• O ar atmosférico torna-se condutor, em virtude da ionização das moléculas de ar nas regiões de campos eléctricos elevados.

• Em condições normais de T e P esse tipo de descarga acontece quando E ≈3×106 V/m ou mais.

• Condutor carregado ⇒ atrai os iões de sinais opostos ao seu.

• Vizinhanças de pontas agudas ⇒ campo muito elevado ⇒ iões do ar acelerado a velocidades muito elevadas.

• Iões muito energéticos colidem com outras moléculas de ar ⇒ produzem mais iões e elevam a condutividade eléctrica do ar.

• Descarga do condutor acompanhada, muitas vezes, por uma luminosidade azulada que envolve as pontas aguçadas.

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32

Experiência de Millikan

Esta experiência, decorrida no princípio do sec. XX, possibilitou a determinação da carga elementar do electrão e natureza quantificada da carga eléctrica. Valeu-lhe o prémio Nobel da Física em 1923.

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33

Gerador de Van de Graaff

Esquema de um gerador de Van de Graaff. A carga eléctrica é transferida para o condutor oco (de A para B) através de uma passadeira (correia móvel). É possível elevar o potencial do eléctrodo (condutor oco) até que ocorra uma descarga no ar. Sabendo que o potencial de rompimento do ar é 3x106 V/m , uma esfera com um raio de 1 m pode ser elevada a 3x106 V.

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As células e o sangue do corpo contêm agua salgada que funciona como um condutor. O óleo natural do cabelo também funciona como um condutor, daí que uma pessoa colocada num campo eléctrico muito forte pode funcionar como um condutor inicialmente descarregado.

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Efeito do pára-raios

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3.6. Cálculo de a partir do potencial eléctrico.Er

• e V são determinadas por uma distribuição específica de cargas.

∫ ⋅−=∆B

AsdEV rr

1

Er

sdEdV rr⋅−=1

Se só tiver uma componente, Ex ⇒Er

dxEdVdxEsdE xx −=⇒=⋅rr

dxdVEx −=

• O campo eléctrico é igual ao negativo da derivada do potencial em

relação a uma certa coordenada (x neste caso).

• dV é nula para todo deslocamento perpendicular ao campo eléctrico ⇒superfície equipotencial.

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• Distribuição de cargas com simetria esférica, em que a densidade

de carga depende somente da distância radial, r⇒ o campo eléctrico é radial.

drEdVdrEsdE rr −==⋅ //rr⇒

drdVEr −=

O potencial só se altera na direcção radial

As superfícies equipotenciais são perpendiculares às linhas do campo

eléctrico ⇒ família de esferas concêntricas à distribuição de cargas.

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⇒ por definição, ⇒ as superfícies equipotenciais devem ser, sempre, perpendiculares às linhas do campo eléctrico.

Quando uma carga de prova sofre um deslocamento numa superfície equipotencial:

sdr

0=⋅−= sdEdV rr

• Em geral, V é uma função das três coordenadas espaciais.

Se é dado em termos das suas coordenadas rectangulares( )V rr

yVEy ∂∂

−=xVEx ∂∂

−=zVEz ∂∂

−=⇒

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Derivadas parciais → por exemplo, na operação toma-se a

derivada em relação a x, mantendo-se y e z constantes.

Isto é, caso yzyyxV ++= 223

xV∂∂

( ) ( ) xyxx

yyxxx

V 633 22 =∂∂

=∂∂

=∂∂Então:

• Em notação vectorial:

Vz

ky

jx

iVE

∂∂

+∂∂

+∂∂

−=∇−= ˆˆˆrr

• ∇ é o operador gradiente.