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A afirmação do Direito à Memória e a importância dos acervos do Poder Judiciário. Dailor dos Santos [email protected]

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A afirmação do Direito à Memória e a importância dos acervos do

Poder Judiciário.

Dailor dos [email protected]

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(Salvador Dali (1904-1989) – a persistência da memória; 1931)

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Como o Direito situa a memória?

I. A construção do Direito moderno funda-se em um ideário positivista;

II. O tempo, a partir disso, é concebido sob uma perspectiva linear;

III. A retomada do passado igualmente alicerça-se numa suposta ideia de progresso;

IV. A narrativa jurídica contenta-se com a história dita oficial (memória nacional).

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(Hugo Jaeger – fotógrafo de Adolf Hitler) [Retratos da vida dos judeus no Gueto de Kutno, Polônia, no ano de 1939]

[Imagens divulgadas em outubro de 2012 e disponíveis na internet]

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O abismo ético: A nova racionalidade do

pós-guerra

I. A alteridade como um novo paradigma;

II. A memória como resposta aos vencidos e às vítimas: uma ética da memória;

III. A valorização dos relatos, dos testemunhos e a admissão de

memórias subterrâneas;

IV. A narrativa jurídica abre-se para a rememoração, questionando sua própria dinâmica.

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(Paul Klee (1879-1940) – angelus novus; 1920)

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O que a rememoração possibilita ao Direito?

O paradigma da memória no Brasil: as vítimas da ditadura militar

I. A importância da rememoração para a atribuição de novos sentidos aos Direitos Humanos: o Terceiro Plano

Nacional de Direitos Humanos (PNDH3).

II. A compreensão da realidade social brasileira a partir da Escala de Terror Político (Political Terror Scale – PTS).

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O Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos – PNDH3

Decreto n. 7.037/2009

EIXO ORIENTADOR VI:A investigação do passado é fundamental para a construção da cidadania.

Estudar o passado, resgatar sua verdade e trazer à tona seus acontecimentos caracterizam forma de transmissão de experiência

histórica, que é essencial para a constituição da memória individual e coletiva.

Diretriz 23:Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da

cidadania e dever do Estado.

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COMPARATIVO – PTS

8 ou mais anos de julgamentos

ANOS PTS ANTES PTS APÓS

Argentina 19 4 2.3Chile 15 4 2.8

Guatemala 13 4.4 4Paraguai 12 3.2 2.6Panamá 11 3 2Honduras 9 3.2 2.5Peru 8 4.8 3.9

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COMPARATIVO – PTS

6 ou menos anos de julgamentos

ANOS PTS ANTES PTS APÓS

Haiti 6 3 3.8Equador 5 3 2.7México 5 3.2 3.4Nicarágua 5 3 2.7El Salvador 4 4.6 3Venezuela 3 3.2 3.5Bolívia 2 4 2.6

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COMPARATIVO – PTS

sem julgamentos

ANOS PTS ANTES PTS APÓS

Brasil 0 3.2 4.1

Guiana 0 2 1.9

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Argentina Brasil ChilePTS antesPTS depois

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(Georges Seurat (1859-1891) – Tarde de domingo na ilha da grande jarra; 1884)

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O espaço da rememoração no Direito

I. O Direito à Memória é de fundamental importância à construção de sentidos para os Direitos Humanos;

II. A eleição de acervos e a designação de sua real importância

necessariamente passa por uma construção multidisciplinar;

III. A totalidade dos relatos e das vítimas importa ao Direito;

IV. É preciso instrumentalizar o acesso aos acervos (ainda que digitalizadas ou dispostos em meio eletrônico), cada vez mais

necessários à moderna construção do Direito.

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O espaço da rememoração no Direito:

a importância dos acervos.

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O espaço da rememoração no Direito

I. Necessidade de uma política de preservação multidisciplinar, a ser continuamente revista, ciente da importância do acervo como

via de construção dos Direitos Humanos;

II. Nos acervos processuais reside o espaço privilegiado da afirmação jurídica do Direito à Memória, pois:

a) oferecem a radiografia detalhada do substrato social e político de determinado tempo e

b) permitem o acesso direto à fonte documental, faceta que o Direito passou a compreender como questionadora de sua

própria dinâmica.

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(Salvador Dali (1904-1989) – a desintegração da persistência da memória; 1952-1954)