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A FORÇA DA COERÊNCIA DO DISCURSO E DA PRÁTICA EM LIDERANÇA: o caso de Jesus Cristo Fátima Lourdes Fernandes Maranhão

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A FORÇA DA COERÊNCIA DO DISCURSO E DA PRÁTICA EM LIDERANÇA:

o caso de Jesus Cristo

Fátima Lourdes Fernandes Maranhão

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO LIBERTAS CONSULTORIA E TREINAMENTO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE EQUIPES,

A FORÇA DA COERÊNCIA DO DISCURSO E DA PRÁTICA EM LIDERANÇA:

o caso de Jesus Cristo

Fátima Lourdes Fernandes Maranhão

RECIFE 2007

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A FORÇA DA COERÊNCIA DO DISCURSO E DA PRÁTICA EM LIDERANÇA:

o caso de Jesus Cristo

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Monografia de Conclusão de Pós-Graduação

apresentada à Universidade Católica de

Pernambuco e ao Libertas Consultoria e

Treinamento, para a obtenção do título de

Especialista em Gestão de Equipes, sob a

orientação do Professor José Ricardo Paes

Barreto.

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A idéia dessa Monografia veio no instante

exato, em que me deparei com a maravilhosa

obra de Augusto Cury e sua análise delicada

e lúcida sobre a inteligente liderança de Jesus

Cristo.

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A Deus, pela oportunidade que me deu de

existir, pelo amor com que me orienta e

protege na caminhada pelas estradas da vida,

pelo carinho com que me acolhe e ensina nas

horas de dor.

“Mas, Jesus, chamando-os para junto de si,

disse-lhes: Sabeis que os que são

considerados governadores dos povos têm-

nos sob seu domínio, e sobre eles os seus

maiorais exercem autoridade”.

“Mas entre vós não é assim; pelo contrário,

quem quiser tornar-se grande entre vós, será

esse o que vos sirva; e quem quiser ser o

primeiro entre vós será servo de todos.”

Marcos 10.42-44

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Dedico esta monografia aos meus filhos

Tiago, Bárbara e Luana que são a prova viva

da existência de Deus em minha vida.

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Eu nunca esqueço a mão benfazeja

que, em qualquer tempo, me faça um bem:

sou unidade que o chão poreja

do lençol d’água que em si contém

Não há semente que em mim esteja

que, a certo ponto, não deva a alguém:

por isso, o trigo que em mim loureja,

eu não oculto em meu armazém

Fujo aos avaros, renego a inveja;

ódio e vingança nego também.

gosto da sombra que me proteja,

gosto do sol, do ar, amo a igreja,

amo os amigos de aqui, de além,

e nunca esqueço a mão benfazeja!

Jorge Fernandes (meu pai)

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RESUMO

Este trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica e de referencial teórico,

trazendo o estudo dos temas: Liderança e Jesus Cristo. Tem como fonte principal,

a obra de Augusto Cury – Análise da inteligência de Cristo. É uma tentativa de

mostrar a Natureza Interior de um Verdadeiro Líder, numa busca incessante para

mostrar que um líder não “nasce” de fora para dentro, pelo contrário, é um semear

interno, profundo, é um movimento constante que se manifesta nos pequenos

gestos, nos momentos de alegria e se consolida nos momentos de tensão. A

importância dada a escuta empática, o burilamento permanente da atenção que

dispensamos ao outro, o amor que emanamos, sinalizam mensagens e produzem

os efeitos, da atuação de um líder. Pretendo aqui identificar características de uma

liderança espontânea e transformadora, analisar a dinâmica desse discurso que

provocou efeitos tão profundos e modificadores, edificando e construindo pessoas

melhores e mais felizes e assim procurar entender o tipo de comunicação,

construída entre Jesus e Seus comtemporâneos, que a uns provocava torpor e a

outros, pavor. Augusto Cury norteia sua argumentação num estudo voltado para as

características peculiares e misteriosas dos pensamentos de Jesus Cristo de uma

forma atraente e simples, assim como Ele o foi e, por acreditar que Jesus foi a

pessoa mais interessante e com maior capacidade de comunicação que já passou

por esta Terra, Cury chega a sugerir que as escolas introduzam, além de todas as

disciplinas convencionais, uma que explore os ensinamentos de Cristo, pois assim,

mais que técnicos, seriam formados seres humanos mais equilibrados, com uma

preocupação no desenvolvimento do caráter e da sanidade emocional. Entendendo

que esses ensinamentos são o caminho e a resposta aos anseios dos profissionais

que desempenham papel de Liderança e que sonham com uma comunicação

fluida, sensível, capaz de conduzir pessoas rumo a excelência.

Palavras chave: Jesus Cristo Liderança Ensinamento Servidora

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ABSTRACT

This work stems from bibliographic research and theory concerning about

Leadership and Jesus Christ. It has as first source, Augusto Cury’s literary work –

Analysis of the Intelligence of Christ and H. Spencer Lewis’ book The Mystical

Life of JesusIt attempts to show the interior nature of a true leader by illustrating

that a leader is not created from external forces, yet is born deep within. It is a

constant movement that manifests itself in the small gestures of pleasurable

moments, and defines itself in moments of tension. The emphasis on listening

closely, attention shown to one another and empathetic love we share all shows

signs of these actions by a leader. I intend to identify the characteristics of the

thoughts and teachings, which raise and transform others. I will analyse the

dynamics of these thoughts and teachings which provoke a profound effect on

some, and lead to happier and better people, and will attempt to understand Jesus'

word that He spread to so many of His time. It was these words that caused so

many to admire Him out of love leading to their faith, and others to admire Him out

of fear leading to His death. Augusto Cury based his arguments through a simple

analysis of the mysterious and peculiar characteristics of Jesus Christ’s thoughts;

the way He was. This simple analysis stems from Cury’s belief that Jesus was the

most interesting person with the greatest capacity for communication that ever

existed on this earth. Cury also suggests that, along with all other disciplines there

should be another that teaches Christ’s knowledge. This knowledge forms

individuals with more than just a technical study, but also a balanced intellect with a

developed character and emotional health. This knowledge is what is desired by all

professionals in a leadership role to aid in better communication and the ability to

lead people to excellence. Through this work I will show the importance of these

ideas in leadership and just how rich Jesus Christ’s leadership was.

Key words: Jesus Christ Leadership Teaching Servant

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1

1. AUGUSTO CURY: Sensibilidade para perceber

CAPÍTULO 2

2. JESUS CRISTO: Da fraternidade essênia à liderança servidora 2.1. O fazer comunitário dos Essênios; 2.2. Jesus – Entre a família e as influências sociais; 2.3. Exemplos de um líder servidor; 2.4. Os artigos da fé dos essênios; 2.5. O juramento, segundo os essênios.

CAPÍTULO 3

3. A LIDERANÇA DE JESUS CRISTO 3.1. A liderança; 3.2. Características de liderança; 3.3. Jesus Cristo, o líder absoluto.

CONCLUSÃO REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO

A elaboração deste trabalho é fruto de um sentimento muito forte de

admiração e curiosidade, de amor e soberba, de gratidão e respeito que trago

comigo desde a infância, por Jesus. É resultado de uma necessidade de entender

e de explicar o significado do Seu discurso, de compreender a forma como Ele

usava as palavras e a força que estas palavras tinham sobre os seus seguidores. A

profundidade com que Jesus ensinava seu povo, a inteligência Dele, a

sensibilidade para perceber as necessidades de cada um, sempre provocaram em

mim uma vontade imensa de entender claramente para poder assimilar a riqueza

dos ensinamentos desse Mestre que norteia meus passos e acalma a ansiedade

que sinto em conhecer a razão para estar “aqui”.

Em um cenário de constantes desafios, cada vez mais recai sobre a figura

do Líder a responsabilidade dos resultados, e profissionais de todas as áreas

arriscam palpites, desenvolvem teorias, mas principalmente, buscam na História,

líderes que obtiveram grandes resultados com suas equipes, para analisar os

caminhos percorridos e entender os resultados de seus trabalhos.

É claro que acabaram trazendo Jesus para o foco dos estudos em

Liderança por ser Ele o exemplo mais bem sucedido, com resultados mais

surpreendentes e de maior repercussão já conhecidos até os dias de hoje. “Ele

produziu comportamentos e proferiu discursos que revolucionaram a humanidade”.

(CURY, 1999)

Em seu livro, Jesus, o maior líder que já existiu, Laurie Jones compara

Jesus a um empresário que montou uma equipe com 12 pessoas simples,

naturalmente imperfeitas e preparou-as usando todas as prerrogativas do líder

nato, motivando-as a caminhar ao seu lado, assimilar e defender seus princípios e,

principalmente, treinou-as para que realizassem suas missões com sucesso.

Para melhor dividir o desenvolvimento dos estudos, o trabalho será

apresentado em capítulos onde procuro trazer um pouco da história de Jesus

Cristo, da origem de seus pais e do povo que o recebeu, além de um breve

comentário sobre o contexto social na época do seu nascimento, para mais

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facilmente demonstrar que seus ensinamentos são reais, possíveis e direcionados

para o ser humano, ao contrário da conotação divina e distante que impossibilita

sua aplicação pelos mortais. Em seguida, falarei um pouco sobre Liderança para

então estudar como Jesus exerceu Sua liderança e porque foi tão marcante, pois

“suas mensagens são capazes de perturbar a mente de qualquer um que queira

estudá-Lo livre de dogmas” (CURY, 1999)

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CAPÍTULO 1

AUGUSTO CURY: Sensibilidade para Perceber

Os verdadeiros sábios são os mais convictos

da sua ignorância. Desconfiem das pessoas

auto-suficientes. O orgulho é um golpe contra

a lucidez, um atentado contra a inteligência

Augusto Cury

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1. AUGUSTO CURY: Sensibilidade para Perceber

Nascido em 02 de Outubro de 1958, em Colina - SP, Augusto Cury,

psiquiatra, psicoterapeuta, cientista, escritor e fundador da Academia de

Inteligência aplica seus estudos na investigação da personalidade do personagem

que dividiu o tempo.

Investiu na sua qualidade de vida, quando tomou coragem e trocou o

consultório próximo à Avenida Paulista, no coração de São Paulo, para ir viver em

sua terra natal.

Mora com a mulher, a Dra. Suleima Cury, e as três filhas no meio de uma

mata, um lugar paradisíaco que tem araras, pavões, macacos e muitas aves.

Segundo ele, o lugar é um ambiente que o ajuda a ter idéias, onde areja a sua

emoção e que o faz ver Deus nos pequenos detalhes".

Pós-graduado em Psicologia Social, fez pesquisas na Espanha na área de

Ciências da Educação. Fundou a Academia de Inteligência, um instituto que

promove o treinamento de psicólogos, educadores e profissionais de recursos

humanos, oferecendo seminários, cursos e treinamentos sobre o desenvolvimento

da inteligência lógica, emocional e multifocal, além de propor técnicas para resgatar

a qualidade de vida.

É autor de UDez Leis para Ser FelizU, URevolucione sua Qualidade de Vida U,

USeja Líder de Si MesmoU, UNunca Desista de Seus SonhosU e UO Futuro da

HumanidadeU. Todos publicados pela Editora Sextante. Também é autor de

UInteligência Multifocal U, pela Editora Cultrix, UTreinando a Emoção para Ser FelizU

e da UColeção Análise da Inteligência de CristoU, publicados pela Editora

Academia de Inteligência.

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CAPÍTULO 2 JESUS CRISTO: da fraternidade essênia à liderança servidora

CURY, em todos os seus livros faz uma apresentação de várias dedicatórias as quais citamos abaixo:

Que “O Mestre dos Mestres” o ensine que nas falhas e lágrimas se esculpe a sabedoria.

Que “O Mestre da Sensibilidade” o ensine a contemplar as coisas e a navegar nas águas da emoção.

Que “O Mestre da vida” o ensine a não ter medo de viver e a superar os momentos mais difíceis da sua história.

Que “O Mestre do Amor” o ensine que a vida é o maior espetáculo no teatro da existência.

Que “O Mestre Inesquecível” o ensine que os fracos julgam e desistem, enquanto os fortes compreendem e têm esperança.

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2. JESUS CRISTO: da fraternidade essênia à liderança servidora

2.1. O fazer comunitário dos essênios

Em seu livro A Vida Mística de Jesus, cuja 1ª edição foi em 1929, H.

Spencer Lewis aborda estudos importantes que nos levam a conhecer as antigas

organizações e escolas que contribuíram para preparar a chegada de Jesus.

Durante o século passado, na bibliografia sagrada, foram

descobertas inúmeras anotações referentes à Fraternidade

Essênia e às suas atividades na Palestina, pouco antes do

nascimento e durante toda a vida do Mestre Jesus.

Ainda, segundo Lewis, (1929) os essênios tiveram origem no Egito, durante

os anos que precederam o reinado de Aquenaton, Faraó do Egito e fundador da

primeira religião monoteísta, que manteve e apoiou a existência de uma irmandade

secreta com o objetivo de ensinar as verdades místicas da vida. A maioria de seus

membros era constituída de médicos ou enfermeiros e sua organização se

dedicava a um sem-número de práticas humanitárias, além da arte de curar.

Os essênios também eram conhecidos como terapeutas e todo membro da

comunidade, no Egito e na Palestina tinha de receber, em sua infância, educação

apropriada, orientada por mestres e instrutores determinados, a fim de que

pudesse desenvolver-se intelectualmente e fosse capaz de pôr à prova tais

capacidades.

Cada departamento da organização essênia estava subordinado a

administradores que cuidavam dos bens materiais postos à disposição do fundo da

comunidade, que era denominado “fundo dos pobres” e se destinava a aliviar os

sofrimentos dos necessitados, em todos os lugares.

Vale lembrar a declaração de Jesus, consoante Mateus XIX: 21: “Desfaze-te do

que tens, doando-o aos pobres... e segue-me”.

Os essênios moravam em comunidades e cada membro possuía sua casa

com jardim e os que não eram casados moravam na casa comunitária. No

entanto, eles viviam em função da uma obra humanitária em nome da

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organização.

“José, o historiador, ao escrever sobre os essênios de 146

a.C revelou que haviam sido dispensados de prestar

juramento a Herodes. Por certo que nada prometeriam nem

jurariam em nome de Deus, porque tanto os essênios como

os judeus, que nisto os imitaram, só pronunciavam o nome

de Deus de forma sagrada, - nos templos, pois em qualquer

outra circunstância Seu nome não era proferido.”

É, também, do mesmo autor a máxima que diz: “em caso de

discordância com outras pessoas, os essênios preferiam

calar ou sacrificar-se a envolver-se em discussões ou ter

suas relações arranhadas”. LEWIS SPENCER

Todos os irmãos essênios e as mulheres a eles ligadas se comprometiam a

educar os filhos de conformidade com os princípios fundamentais e o ensino da

organização, até a idade de doze anos, quando, então, eram submetidos a provas

que duravam até os vinte e um anos, idade em que eram admitidos ao primeiro

grau e geralmente, ao chegar aos trinta anos atingiam o quarto grau, o final, em

seu progresso no seio da organização, e nesse momento, “o iniciado”, como eram

chamados os aprendizes, prestava o único juramento por eles admitido e, aceitas

as obrigações referidas, era ele admitido à mesa da comunidade, a fim de

compartilhar da simbólica refeição do dia, durante a qual havia momentos de

meditação e contemplação e se discutiam problemas relacionados à obra.

É interessante observar que todas as refeições dos essênios eram comedidas e

naturais.

Os essênios não se propunham a discussões públicas, inclusive de caráter

religioso ou político. Normalmente mantinham silêncio, enquanto outros falavam.

Em suas casas, os essênios passavam muito tempo diante do altar ou

estudando os manuscritos antigos e raros que passavam de mão em mão, de

acordo com o grau de iniciação de cada um. Tinham grande conhecimento em

Astrologia, Astronomia Elementar, História Natural, Geometria, Química Elementar

e Alquimia, além de misticismo, leis naturais e religiões. Faziam curas

surpreendentes, através da simples aposição das mãos sobre o enfermo, ou

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sugerindo-lhe o mergulho no sono e no silêncio de sua casa, para que a cura se

realizasse no inconsciente psíquico.

Apenas a um ou outro essênio era permitido pregar em público ou, então

fazer milagres, mas jamais como demonstração e sim por necessidade, e tinham a

obrigação de dedicar-se a uma atividade construtiva, tais como carpintaria,

jardinagem, etc.

Eles esperavam a chegada de um Grande Salvador, que nasceria em seu

seio. Possuíam altos conhecimentos e íntimo contato psíquico com o Cósmico e

assim estavam muito bem informados dos acontecimentos futuros. Documentos da

Fraternidade Essênia e as crônicas literárias de muitos países fazem referências

aos profetas que existiam entre eles.

2.2. Jesus – Entre a família e as influências sociais.

Vou fazer, aqui, um breve esclarecimento sobre as condições da região em

que Jesus nasceu e dos seus habitantes.

A Palestina era um território de muitas nações, com povos que falavam

línguas diferentes, tinham interesses diferentes, fragmentados e opostos, que

impossibilitavam de todo a paz e a concórdia entre eles.

Àquela época, o judaísmo constituía um problema. Os fariseus e os

saduceus eram as duas seitas mais importantes, porém, sustentavam princípios

opostos e mutuamente se odiavam, enquanto os essênios, se nos permitirmos

considerá-los como seita, não participavam nem de uma nem de outra.

Os essênios constituíam um grupo ou HTseitaTH judaica HTascéticaTH (renúncia do

HTprazer TH ou mesmo a não satisfação de algumas necessidades primárias, com o fim

de atingir determinados fins espirituais), e estavam relacionados com outros grupos

religioso-políticos, como os próprios HTsaduceus TH.

No mundo econômico, os judeus ortodoxos ou hebreus, tinham os bancos e

o comércio nas mãos e isso representava a riqueza, influência política e

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consequentemente informação e poder. Acreditavam ser o povo escolhido de Deus

e lamentavam silenciosa e secretamente que o centro do poder houvesse sido

tirado da Judéia e que o povo escolhido de Deus se houvesse transformado em

vassalo de Roma. Esperavam, contudo, livrar-se de semelhante humilhação e

confiavam que dia viria em que seu povo de novo ressurgiria poderoso, quando

chegasse o Rei da Glória, que restauraria o poder e o reino de Israel. Assim, em

silêncio, emoções reprimidas, esperavam a chegada do grande dia.

O povo estava inquieto, porque sentia sobre si o peso da escravidão a que

estava submetido, e difícil estava suportar aquela situação por muito mais tempo.

A sociedade estava perdida e todos se entregavam ao vício e a práticas

destrutivas, como a libertinagem, a permissividade. A intriga e o crime haviam

contaminado os tribunais e o poder civil estava dividido entre a nobreza e a classe

sacerdotal. À nobreza o que importava era desfrutar a vida e cumprir a lei, apenas

quando esta servia a seus fins egoístas. Muitos nobres pertenciam à seita dos

saduceus, enquanto, do outro lado, os sacerdotes, que pertenciam à seita oposta

dos fariseus, se consideravam puros e os separados, insistiam em manter a

rigorosa e estrita obediência às suas leis e assegurar para si mesmos o poder. Os

saduceus eram seus principais inimigos, principalmente aqueles que haviam

ascendido a cargos ou posições importantes.

“A casa de Davi, de cuja estripe haveria de nascer o

verdadeiro chefe do povo de Israel, de há muito passara às

mãos estrangeiras. Os Sumos Sacerdotes, de cujo seio

poderia provir o Grande Messias, eram judeus apenas pelo

cargo, pois politicamente eram romanos, culturalmente,

gregos e por nascimento, qualquer coisa, menos

descendentes da grande Casa de Davi. Por conseguinte, o

Grande Libertador que os tiraria da escravidão, como Moisés

o fizera, não poderia provir da linhagem de quem, na

ocasião, estava à frente da nação, nem tão pouco poderia vir

da classe sacerdotal.” LEWIS SPENCER

A massa popular estava oprimida e ignorava a verdadeira situação do país,

porém acreditava que houvesse possibilidades de melhorar suas condições

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de vida, caso surgisse algum líder. Uma frase, porém, permanecia na consciência

do povo: “Dentre meus irmãos escolherei um que guiará meu povo!”.

Jesus nasceu de pais gentios, que viviam na Galiléia e, por conseguinte,

eram galileus em toda a extensão da palavra. Pouco sabem os historiadores sobre

a infância de Jesus. No ano de 103 a.C., Aristóbulo, rei dos judeus, obrigou todos

os habitantes da Galiléia a fazer circuncisão e aceitar a lei mosaica e

consequentemente, todas as crianças, ao atingir 12 anos de idade, tinham que

adotar o judaísmo, apresentando-se formalmente a sinagoga, a fim de submeter-se

à prova de admissão de fé.

Os essênios da Palestina e do Egito e de outras terras aguardavam

confiantemente que de seu próprio meio viria o próximo Grande Mestre, isto

porque, àquela época, eram os essênios, o grupo humano mais desenvolvido e de

maior espiritualidade de toda a Terra.

Durante o domínio da HTDinastiaTH HTHasmonéa TH, os essênios foram perseguidos.

Retiraram-se por isso para o HTdesertoTH, vivendo em comunidade e em estrito

cumprimento da HTleiTH HTmosaicaTH, bem como da dos HTProfetas TH. Na HTBíblia TH não há menção

sobre eles. Sabemos a seu respeito por HTFlávio JosefoTH (historiador oficial judeu) e

por HTFílon de Alexandria TH (filósofo judeu).

Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns

membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no HTdesertoTH.

Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do HTjudaísmoTH ocorreu

quando os príncipes HTMacabeus TH no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do

Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam

tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião,

a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e

povoações rurais.

José era um essênio extremamente devotado, carpinteiro por ofício,

obediente às regras da organização comunitária.

Maria era filha de Ana e Joaquim, este era Sumo Sacerdote do templo

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sagrado, junto às portas de Jerusalém nos dias de cultos sagrados da Grande

Fraternidade Branca no Oriente. No entanto, por imposição das leis daquela terra,

foram obrigados a aceitar o judaísmo e, tiveram que se identificar com a fé

mosaica.

Aqui gostaria de chamar a atenção para um fato muito importante: para os

místicos orientais, em todos os países e em todas as épocas, o profundo mistério

da Virgem e do nascimento espiritual de um Filho de Deus é aceito não só como

uma possibilidade, mas, também, como um fato natural. Para esses místicos não é

difícil aceitar a probabilidade e real possibilidade da Mente de Deus fecundar e

vivificar com sua energia a matéria e, assim, operar a Imaculada Conceição, como

a de Maria.

Lewis (1929) trás um ponto interessante a respeito do nascimento de Jesus

e que está ligado à visita e adoração dos Magos. Ele conta que, de acordo com as

versões cristãs, os três Magos foram guiados por uma estrela muito brilhante, que

os "levou do Oriente”, até o lugar onde nascera o Menino, trazendo consigo

oferendas de ouro, incenso e mirra.

Sabemos, já há algum tempo, que os astrônomos que estudaram esses

assuntos, através das cartas de periodicidade de famosos cometas e outros corpos

celestes, descobriram que, na época, do nascimento do Menino Jesus, realmente

apareceu uma grande estrela, rapidamente se movimentando pelos céus daquelas

terras.

Muitas tradições antigas revelam o fato de ser crença comum entre os

Magos, os astrólogos e os místicos dos países orientais, que quando um cometa

aparecia no firmamento era sinal de que estava para nascer um líder, ou grande

Avatar que se tornaria um Salvador, um Redentor da Humanidade.

Davam o título de Mago àqueles que tivessem recebido a iniciação superior

nos mistérios da escola e demonstrado ser mestre em artes e ciências. Muitas

vezes exerciam funções de conselheiros nos tribunais de última instância, em

julgamentos de várias naturezas.

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Por isso era muito natural que alguns Magos tivessem visto surguir a estrela

e compreendido seu significado. De acordo com antigas crônicas, ocorreu que a

estrela já vinha sendo observada durante alguns meses. Foram feitas tabulações

cuidadosas a respeito de seu movimento e a ocasião provável de seu significado

final. E aqueles que foram escolhidos pelas escolas místicas para viajar até o lugar

do nascimento deram inicio à sua longa viagem até a Palestina, várias semanas

antes do dia do nascimento. Valorosos reis vieram do Oriente, guiados pela estrela para

saudar o rei dos reis, Jesus o unigênito nascera para que se

cumprisse o que estava escrito. Temeram os poderosos,

mas, tomando a forma humana, o Senhor ofereceu ao mundo

a Dádiva suprema: Seu filho muito amado para resgate da

humanidade perdida. (BARRETO, 1999)

As crônicas relatam, também, que aqueles Magos conheciam a escolha de

Maria, como predestinada mãe do Divino Infante e também sabiam onde moravam

José e Maria. Quando a estrela alcançou seu ponto máximo de ascensão e

começou a declinar na direção do horizonte, o Magos souberam que havia

chegado a hora e tiveram apenas que caminhar uma curta distância até a gruta,

para ver O esperado. “Depois de visitar oficialmente o Menino e presenteá-lo

formalmente com suas oferendas e saudações, os Magos

viajaram para o monte Carmelo, a fim de retas declarações a

respeito do nascimento e deixar instruções oficiais com os

guardiões do mosteiro e da escola do Carmelo, com respeito

à educação do Menino, durante sua infância e adolescência.

Em seguida, regressaram ao Egito e deram conta de sua

viagem ao Sumo sacerdote e aos altos dignitários da

Fraternidade”. LEWIS SPENCER

2.3. Exemplos de um Líder Servidor

A suposição de que Jesus estivesse em constante e perfeito contato

espiritual com a fonte da energia de Deus, tirando dela toda a inspiração e os

pensamentos iluminados e até hoje iluminadores, não inibe a lógica de que

teria recebido educação com orientação adequada para que pudesse se

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comunicar verbalmente e expressar toda a sua sapiência.

Aos seis anos de idade, Jesus foi levado para a escola do Carmelo, a fim de

dar início a Sua preparação e educação como Filho de Deus e embora fosse um

estudante lúcido e brilhante, recebeu toda a assistência que podia ser concedida a

quem se sabia ser o grande Enviado. Aos 12 anos de idade, os jovens da Palestina

eram convocados ao templo judaico para serem sabatinados e suas respostas

revelariam suas idéias e fé religiosa. Jesus respondia a respeito do lado místico

das questões teológicas, deixando surpresos os doutores, os sábios e Sumos

Sacerdotes. O espanto e o vivo interesse dos doutores se fixaram na magnífica

intuição do Jovem, Sua extraordinária inteligência espiritual e Suas “lúcidas

respostas”.

Tão logo voltaram à aldeia onde viviam, Jesus retorna à escola do monte

Carmelo, para terminar Sua instrução preliminar e apesar de Sua precocidade e

esclarecida mente, não Lhe foi permitido abreviar os estudos preparatórios até que

chegou à hora de transferir-se para cursos superiores em outras escolas e a cargo

de outros professores e assim, o jovem Jesus foi tutelado por dois Magos cuja

missão era conduzi-Lo à Sua primeira e distante escola, o Seu primeiro local de

experiência.

Quase um ano foi necessário para que chegassem a destino e durante todo

esse tempo os Magos continuaram a instruir Jesus. Através de seus muitos

sofrimentos e provações, eles Lhe indicaram os males da Humanidade, as

fraquezas e a força dos ideais dos homens.

Jesus estudou línguas, estudou os métodos terapêuticos hindus, estudou

artes, leis e a cultura dos povos por onde passava. Seu progresso nos temas aos

quais se dedicou foi tanto que O destacaram para a missão de professor em uma

pequena cidade, o que Lhe proporcionou a primeira oportunidade de se

familiarizar com a arte de ensinar e instruir através de parábolas ou histórias.

Muitos pediam que o jovem Jesus se tornasse seu mestre e os informasse

dos princípios superiores que parecia compreender através da inspiração. Foi

então que o Ele esclareceu aos mais velhos que a maior instrução que tinha

para dar era aquela que havia conseguido em meio ao silêncio, depois de

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meditar sobre qualquer lei importante a Ele transmitida durante estudos e leituras.

Dessa maneira, o jovem Jesus estabeleceu o método de Penetrar o Silêncio.

Jesus demonstrou, ainda, que possuía consideráveis poderes terapêuticos e

durante meses Ele analisou esse poder que havia em Seu ser e, do cuidadoso

estudo de Sua índole, revelou aos Seus superiores Sua crença de que a atitude

mental e a harmonia da parte dos pacientes surtiam considerável efeito nos

resultados obtidos em todas as formas de cura.

Segundo Karen Armstrong em sua obra Uma História de Deus: quatro

milênios de busca do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, os essênios

mantinham uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais

judeus, como por exemplo, vestir-se sempre de branco, não possuírem a

propriedade privada, ser vegetarianos, contrários ao casamento, tomar banho

antes das refeições e terem sua comida sujeita a rígidas regras de purificação. Não

tinham amos nem escravos. A HThierarquia TH estabelecia-se de acordo com graus de

HTpureza espiritual TH dos irmãos, os HTsacerdotes TH que ocupassem o topo da ordem.

Muitos caminhos foram percorridos até que Jesus estivesse, finalmente, no

limiar de Sua preparação final que o conduziria ao topo da referida pureza

espiritual, qualificando-O para sair pelo mundo e cumprir a Sua missão. Foi, então,

submetido a duras provas que evidenciassem seus merecimentos para sair pelo

mundo e proclamar as doutrinas e ensinamentos que iluminariam a Civilização e

promoveriam a evolução gradual da Humanidade.

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2.4. O s a r t i g o s d e f é d o s e s s ê n i o s .

Embora apareçam, aqui ou ali, nas diferentes seções da

organização essênia, com ligeiras variações verbais, estão, fora de

qualquer dúvida, firmados nos artigos de fé adotados pela Grande

Fraternidade Branca, ao ser fundada a corporação essênia:

1. Deus é essência. Seus atributos se manifestam ao homem externo

apenas por intermédio da matéria.

2. O poder e a glória do domínio de Deus não aumentam nem

diminuem, porque o homem Nele acredita ou não; nem tampouco

prescinde Ele de suas leis, a fim de sat isfazer a Humanidade.

3. O ego humano provém de Deus e é uno com Deus. Por

conseguinte, é eterno e imortal.

4. As formas de homem e mulher são manifestações da verdade de

Deus; porém Deus não se manifesta pessoalmente na forma de homem

ou de mulher.

5. O corpo do homem é o templo onde mora a alma, de cujas janelas

percebemos as criações e as evoluções de Deus.

6. Quando a alma se separa do corpo, ela passa a um estado secreto,

no qual as condições terrenas não têm nenhum atrativo; porém, o suave

alento e o grande poder do Espírito Santo consolam e acalentam o

fatigado e o ansioso, à espera de ação futura.

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Entretanto, aqueles que não aproveitam as bênçãos e os dons de

Deus, mas cedem às tentações e aos falsos profetas e às doutrinas

fala-se dos maus, permanecem no seio da terra até que possa libertar

das peias do materialismo e, purificados, passem ao reino secreto.

7. Santificadamente observar o sagrado dia da semana em que a

alma possa entrar em comunhão espiritual e pôr-se em contato com

Deus, aliviando-se de todo trabalho e discriminando todas as ações.

8. Abster-se de contendas, cerrar os olhos ante o mal e não dar

ouvidos aos blasfemos.

9. A fim de acautelar dos profanos as sagradas doutrinas, não se

deve falar aos incapazes de compreendê-las; mas estar, a todo o

momento, pronto a dar a todos, o conhecimento que os capacite a

elevar-se.

10. Permanecer firme até a morte, firme nas relações amistosas e

fraternais; jamais abusar do poder ou dos privilégios conferidos a

quem desempenha cargos de confiança e ser amável e indulgente

em todas as relações humanas, até mesmo com os inimigos da fé.

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2 . 5 . O j u r a m e n t o d o s E s s ê n i o s

"Prometo, na presença de meus superiores e dos Irmãos da

Ordem, ser sempre verdadeiramente humilde ante Deus e justo com

todos os homens; não causar dano algum a qualquer ser vivo, nem por

vontade própria nem por mandato alheio; abjurar sempre a maldade e

prestar auxílio, com retidão e justiça; ser fiel a todos os homens e, em

particular, a meus superiores em sabedoria e autoridade. Jamais abusarei

das prerrogativas e poderes que, temporalmente, me forem confiados,

nem tentarei rebaixar a quem quer que seja, com a ostentação pública de

minhas obras materiais ou intelectuais; adorarei sempre a verdade e

evitarei o trato com aqueles que se comprazem na falsidade; manterei

minhas mãos limpas de qualquer furto e minha alma livre das

contaminações do lucro material; refrearei minhas paixões, jamais

cederei à cólera ou a qualquer outra emoção sinistra; jamais revelarei as

doutrinas secretas da Fraternidade, ainda que com risco da própria vida,

exceto a quem as mereça receber; unicamente as comunicarei tal qual as

recebi, sem acrescentar ou subtrair qualquer coisa, conservando-as em

sua prístina pureza; e defenderei a integridade dos livros e das crônicas

de nossa Ordem, os nomes dos Mestres, Legisladores e de meus

superiores".

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CAPÍTULO 3 A LIDERANÇA DE JESUS CRISTO:

Pegadas na Areia Uma noite eu tive um sonho... Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do Céu, passavam cenas de minha vida. Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia; um era o meu e o outro do Senhor. Quando a última cena de minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes no caminho da minha vida havia apenas um par de pegadas na areia. Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos da minha vida. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor: “Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, por todo o caminho, mas notei que durante as maiores atribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas”. “Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste”. O Senhor respondeu: “Meu precioso irmão, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento. Quando viste na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS".

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3. A LIDERANÇA DE JESUS CRISTO

3.1. Liderança

Liderança é um conjunto de sinais emitidos por um ser vivo, que gera

encantamento, atração e motivação para seguir.

Entendemos que esse encantamento se dá quando encontramos no “líder”,

fonte de admiração, conforto e confiança, quando sentimos respaldo às nossas

convicções, quando seu comportamento tem ressonância dentro de nós, nos

permitindo sentir segurança.

James Hunter (2006) define liderança como “A habilidade de influenciar

pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns,

inspirando confiança por meio da força do caráter”. E responsabiliza o líder pelo

crescimento e declínio de qualquer coisa.

“Quando um líder verdadeiramente carismático é

apresentado a alguém, ele observa atentamente essa

pessoa” Laurie Beth Jones

Observando o comportamento das pessoas dentro de seus relacionamentos

percebo que, indiscutivelmente o líder precisa ser “admirado” para conseguir

influenciar e que esse processo passa pelo campo da energia sutil, da empatia que

gera o sentimento de confiança. Muitas vezes se diz que um determinado grupo é

difícil de ser liderado, transferindo-se as dificuldades para o comportamento do

grupo e esquecendo-se de analisar o estilo do líder e as características da

liderança que está sendo exercida.

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Na busca incessante para melhorar o desempenho dos profissionais e

proteger os resultados dentro das Organizações muito se tem escrito e ensinado

sobre técnicas de liderança e seus efeitos sobre as pessoas, mas, só consegui

encontrar ressonância nos textos que falam de liderança através do olhar profundo,

para o outro, do ver o interior e perceber suas necessidades e expectativas para

encontrar o meio de facilitar o entendimento, conduzir ao aprendizado,

disponibilizando recursos para o desenvolvimento do raciocínio que inspira

caminhos e soluções.

É muito forte e decisivo, no desempenho dos profissionais, o sentimento de

aceitação ou rejeição que a liderança projeta sobre eles. Se tornar um líder capaz

de entusiasmar e mobilizar pessoas levando-as ao prazer de realizar com sucesso

é uma escalada de responsabilidade e dedicação que precisa ser preparada,

construída, mesmo por aqueles que naturalmente já trazem essa característica.

O verdadeiro líder é um constante aprendiz que sente a necessidade do

crescimento pessoal como a base sólida de desenvolvimento do seu projeto na

vida pessoal e organizacional.

3.2. Características de liderança

O verdadeiro Líder transmite verdade, autenticidade, força, coragem, estimula

à ação, treina a resiliência e promove a sensação de bem estar.

Segundo Kouzes e Posner (2003), liderança é um relacionamento entre

aqueles que aspiram liderar e aqueles que optam por seguir.

Entendo que a opção de “seguir” é despertada pelo líder, quando ele é,

essencialmente, um Ser que irradia credibilidade, disposição, disponibilidade,

dedicação, acessibilidade, atitude impulsionadora, criatividade, coerência, preparo,

alegria e, principalmente, amor.

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Credibilidade

Indiscutivelmente, se você não acreditar no mensageiro, não vai acreditar na

mensagem.

Disposição

Entusiasmo e energia contagiam e provocam grandes mudanças de

comportamento.

Disponibilidade

Ter tempo e vontade de ouvir, dar atenção, se colocar no lugar do outro

para perceber a realidade sob nova visão, ter abertura para aprender são posturas

que irradiam boa vontade.

Dedicação

O resultado do trabalho não é considerado o principal objetivo, mas sim a

construção desse resultado e o aprendizado que advem desse cuidado com o

processo para o sucesso.

Acessibilidade

Interagir com as pessoas, ser encontrado e tocado por elas, se importar com

seus sonhos e com suas necessidades é reconhecer que somente a partir do

crescimento individual de cada colaborador é que uma organização cresce com

base forte e saudável e é função do líder facilitar e conduzir esse crescimento.

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Atitude impulsionadora

“Não conheço nenhum fato mais animador do que a incontestável

capacidade do homem de elevar sua vida pelo esforço consciente” .

Henry David Thoreau

Criatividade

“Criatividade é uma forma de inteligência, é uma maneira de se

desenvolver vendo outras possibilidades, é não ser limitado.”

MONOGRAFIA 2007 - Silvana Roma

Coerência

São magníficos os resultados obtidos pelo líder cuja equipe percebe em

suas ações, a prática de todos os padrões estabelecidos. A autoliderança, o

caráter autêntico, dá legitimidade ao líder que busca o autoconhecimento e a

consciência de por que alguém estaria disposto a segui-lo?

Preparo

O líder de uma equipe precisa sentir a importância de uma boa

comunicação. Saber comunicar-se, chegar até o liderado e ser ouvido por ele é

uma tarefa essencialmente do líder. É ele quem define as bases do

relacionamento, é ele quem estabelece a qualidade e a profundidade desse

relacionamento. Preparar-se e capacitar-se para essa função é, talvez, até mais

importante do o próprio preparo técnico.

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Alegria

A alegria é remédio para muitos males e isso é provado cientificamente. A

alegria é contaginte e excelente energizante. “Jesus se divertia com seu povo, era um líder carismático e

embora existam poucas representações em que apareça

sorrindo, ele certamente demonstrava alegria e distribuía

sorrisos ou as pessoas não teriam ido ao seu encontro.”

Laurie Beth Jones

Amor

Envolvimento pessoal, doação de tempo, disponibilidade para ouvir o outro.

Isso irradia o sentimento de que você se importa com as pessoas. Que você se

importa com elas, com o futuro delas e com o crescimento delas e está presente,

ali, para propiciar um ambiente que favoresça o desabrochar e florescer de cada

uma delas com alegria e carinho.

“O amor cura as pessoas...

tanto aquelas que dão

quanto aquelas que recebem”

Dr. Karl Menninger – Como se tornar um Líder Servidor

O verdadeiro líder deixa marcas em seu caminho de edificação, ele sabe

genuinamente que a força vem da raiz e da forma como essa base é alimentada e

assim prepara sua jornada com muito cuidado e respeito com os resultados.

O verdadeiro líder convence e deixa legado, assim como Jesus Cristo fez.

3.3. Jesus Cristo, o líder absoluto.

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A forma de liderar, simplesmente, não gera confiança. Quando lideramos

através da nossa essência, aí sim, conseguimos transmitir nossos propósitos,

valores, visão e nossa coragem e aí estabelecemos confiança.

Augusto Cury (1999) mostra que o mundo dobrou-se aos pés de Jesus

Cristo porque seus pensamentos e atitudes eram tão eloqüentes que falavam por

si só. Seu nome é sinônimo de sabedoria e mesmo não vivenciando seus

ensinamentos, o reconhece e admira.

Jesus estabeleceu um modelo de liderança com base no prazer de servir

sem a necessidade de ser servido e na força do amor às pessoas e acima de tudo,

amor à vida e ao significado existencial. Sua proposta não era simplesmente

preparar uma equipe, mas, sobretudo, preparar uma equipe de líderes. Buscou

pessoas nas quais reconheceu um potencial a ser desenvolvido.

Cury diz que Jesus não queria melhorar ou reformar o homem, mas produzir

um novo homem, sentia grande prazer em educar, ensinar seus discípulos a abrir

suas mentes para outras possibilidades de pensar e de agir. Ele tinha consciência

do que fazia e trabalhava sua equipe com segurança e determinação, tratando as

dificuldades com flexibilidade, atenção e muita educação. Provocava-os,

continuamente, induzindo-os a reflexão nos momentos de medo, diante dos erros,

dos fracassos e das dificuldades, estimulava sua equipe, preparando-a para se

tornar um grupo de pensadores. Mostrando com suas atitudes que um grande líder

não é aquele capaz de dominar o mundo, mas aquele capaz de governar a si

próprio.

No modelo de liderança que Jesus exerceu tem um papel muito peculiar o

hábito de elogiar. O elogio é uma forma de chegar perto e mostrar que o líder

percebe as qualidades da sua equipe como um grupo ou individualmente. O elogio

toca o outro e tem um efeito terapêutico transformador. Jesus elogiava seus

seguidores constantemente, pois conhecia ser inesgotável a necessidades dos

seres humanos de serem reconhecidos pelo que fazem e receberem a atenção e o

acolhimento carinhoso, pois quando conversamos e elogiamos, tocamos na

carência do outro e fazemos com que se desarme e se aproxime.

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Jesus Cristo, ao contrário do que muitos pensam, não tinha o desejo de

produzir regras morais, idéias religiosas, corrente filosófica, mas transformar a

natureza humana, porém deixava claro que para atingir seus objetivos, o caminho

era a humildade, a interiorização para assim gerar a grande transformação, no

espírito e na mente humana, capaz de produzir tolerância, simplicidade, justiça,

compaixão, admiração, cumplicidade e respeito pela angústia do outro.

Um profundo respeito pelas habilidades naturais de Sua equipe foi marca da

liderança de Jesus que nunca pretendeu desabilitar as competências dos Seus

seguidores, pelo contrário, transformou discípulos em apóstolos e elevou o nível

dos que acreditaram em suas opções de existência, instruindo, sempre, com

preciosas informações e mantendo-se vigilante aos compromissos assumidos pela

equipe.

Ele era o Mestre do diálogo e esse Mestre compreendia a mente humana e

as dificuldades da existência com muita clareza. Seu discurso mostrava que Ele

sabia que havia uma ansiedade intrínseca no ser humano que se manifesta

quando ele esta preocupado, passa por alguma doença ou contrariedade. Jesus,

como líder atento, percebia a ansiedade, se preocupava com ela e “cuidava”, pois

Ele sabia do grande desafio humano para administrar os próprios pensamentos e

sentimentos, administrar as emoções, sobretudo nos momentos de tensão.

“Os discípulos aprenderam, pouco a pouco, a lidar com

maturidade com seus sentimentos de culpa, com seus erros,

com as suas dificuldades, a transitar com dignidade pelos

seus invernos existenciais. Compreenderam, que seu mestre

não exigia que fossem super-homens, que não

fracassassem, não atravessassem dificuldades e nem

tivessem momentos de hesitação, mas que apresdessem a

ser fiéis à sua própria consciência, que se colocassem como

aprendizes diante da vida e se transformassem

paulatinamente”. AUGUSTO CURY

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Toda a trajetória de Jesus, plantando e cultivando seu estilo marcante de

liderança, foi sempre traçada por gestos intensos e precisos. Ensinando e

evidenciando, sempre, a integração entre as pessoas, à cooperação, as metas

coletivas, à tolerância, à solidariedade e principalmente a humildade.

Essa humildade que Jesus Cristo evidenciou ao lavar os pés dos seus

discípulos. Curvou-se à altura dos pés dos seus seguidores, atingindo

profundamente o orgulho e a arrogância de cada um deles.

Cury explica que “os pés são condutores da trajetória

existencial. Cristo queria expressar que nessa sinuosa e

turbulenta trajetória de vida o ser humano deveria lavar os

pés uns dos outros, ou seja, deveria cooperar, ser tolerante,

perdoar, suportar, cuidar, proteger e servir uns aos outros.

São lições profundas e dificílimas de serem aprendidas”.

O maior é aquele que mais serve, que mais honra, que mais se preocupa

com os outros.

A liderança de Cristo é incomparável.

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4. CONCLUSÃO

A Força da Coerência do discurso e da prática em Liderança: o caso de

Jesus Cristo é o resultado de várias leituras, especialmente de Augusto Cury que

recolheu informações preciosas para que este trabalho alcançasse êxito.

Neste trabalho, procurei mostrar a trajetória do Maior e Mais bem sucedido

caso de liderança conhecido até os tempos de hoje, pois acredito que mesmo os

líderes natos, aqueles que trazem do berço a força interior e o carisma envolvente,

precisam se preparar emocionalmente, desenvolver habilidades e se dedicar

amorosamente à delicada tarefa de liderar pessoas.

Procuro mostrar que Jesus amou, tocou, partilhou, viveu sua liderança

consciente de que para ser ouvido ele precisava conhecer as pessoas, perceber

suas necessidades e tocar suas dores. Sua trajetória firme e exemplar sempre

ensinava a coragem, a perseverança e determinação, ensinando que ninguém

pode oprimir ou deter aquele que sempre está pronto a levantar e seguir. Que um

líder deve estar tão comprometido com o projeto que seja capaz de estar acima de

controvérsias, pequenos ataques pessoais e problemas de ego (reais ou

imaginários) para realizar algo de valor e assim, entusiasmar, angariar e engajar

adeptos.

O legado de Jesus é repleto das lembranças marcantes que ele deixou. Ele

gostava de fazer pensar e deixar registros na emoção das pessoas. Ainda no

último momento, quando já sabia que teria que se afastar do convívio contínuo do

seu grupo, Jesus convidou para uma Última Ceia, um ritual de união, comunhão e

doação, no qual ele reparte o pão e o entregando aos apóstolos, diz: “Isto é o meu

corpo que é entregue em favor de vocês”, tomando o Cálice, ele entrega e diz:

“Isto é meu sangue que será derramado por vós” e pede: “Tomai e bebei em

memória de mim” deixando, assim, para a sua equipe, uma bela lembrança para

ser tocada e sentida por eles.

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