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a pureza de num uma -mistura rica e forte cigarro sem filtro FÁBRICA VLOSA desde sempre gulhosamente mocambicana N DOCUMENTOS República Popular de Moçambique: primeira ofensiva do Governo ............ O processo da revolução democrática em Moçambique ........... .................... Primeira Sessão de Ministros ................................ Proclamada a República Popular de Moçambique, investido o primeiro governo da nossa pátria independente, o trabalho inensificou-se em todo o pais. O Conselho de Ministros reuniu-se durante 16 dias seguidos e do seu labor exaustivo já o povo moçámbicano colhe os frutos dessa extraordinária jornada de trabalho. O Camarada Presidente Samora Machel num comício gigante organizado no estádio da Machava na càpital do pais falou para todo o pova anunciando as primeiras medidas importantes para o avanço da revolução moçambicana. De ora avante a terra pertence ao, povo e apenas -.. Estado a distribui, os médicos e advogados deixarão de exercer a sua profissão no sentido da exploração do A NOSSA CAPA: República Popular de Moçambique: 1., Ofensiva do Governo. Director: Mota Lopes; Chefe de Redacção: Albino Mageia Chefe de Reportagem: Calane da Silvd; Redacçio o Reportagem: Mendes de Oliveira, Luís David. Alves Gomes; Noficihrio. Actualidades e Secções: Maria Pinto S6. Agostinho de Campos, Dipac Jaiantilal, Rosário Ferneandes; Fotografia: Ricardo Rangel (chefe) Kok Nam, Armindo Afonso; Maquefisç ;o: Lourenço de Carvalho (chefe) e Eugénio Aldasse; Agi*scias Noticiosas Nova China, Novosti, ADN, France Press e Inter Nationes; Propriedade: Tempográfica. SARL; Redacção, Administração, Serviços Comerciais e Oficinss: Av. Afonso de Albuquerque. 1017-A e 9, Prédio Invicta (Cave, Rés do Ch8o e 6.- andar). Telfoies: 26191/26192/26193; C. Posta 2917oçmbique Inquérito à primeira ofensiva Cota . . ... do Governo da República Popular de Moçambique 18 Ainda a festa da Indepen. E REPORTAGENS dência .......... ................ Angola: Resistência popular generalizada ................ E SECÇõES

a pureza de - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · O povo moçambicano acolheu com entusiasmo revolucionário as decisões do Conselho

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a pureza denumuma -mistura rica e forte cigarro sem filtroFÁBRICA VLOSAdesde sempre gulhosamente mocambicana

N DOCUMENTOSRepública Popular de Moçambique: primeira ofensiva do Governo ............O processo da revolução democrática em Moçambique ........... ....................Primeira Sessão de Ministros ................................Proclamada a República Popular de Moçambique, investido o primeiro governoda nossa pátria independente, o trabalho inensificou-se em todo o pais.O Conselho de Ministros reuniu-se durante 16 dias seguidos e do seu laborexaustivo já o povo moçámbicano colhe os frutos dessa extraordinária jornada detrabalho.O Camarada Presidente Samora Machel num comício gigante organizado noestádio da Machava na càpital do pais falou para todo o pova anunciando asprimeiras medidas importantes para o avanço da revolução moçambicana.De ora avante a terra pertence ao, povo e apenas -.. Estado a distribui, os médicose advogados deixarão de exercer a sua profissão no sentido da exploração doA NOSSA CAPA:República Popular de Moçambique: 1., Ofensiva do Governo.Director: Mota Lopes; Chefe de Redacção: Albino Mageia Chefe de Reportagem:Calane da Silvd; Redacçio o Reportagem: Mendes de Oliveira, Luís David. AlvesGomes; Noficihrio. Actualidades e Secções: Maria Pinto S6. Agostinho deCampos, Dipac Jaiantilal, Rosário Ferneandes; Fotografia: Ricardo Rangel (chefe)Kok Nam, Armindo Afonso; Maquefisç ;o: Lourenço de Carvalho (chefe) eEugénio Aldasse; Agi*scias Noticiosas Nova China, Novosti, ADN, France Presse Inter Nationes; Propriedade: Tempográfica. SARL; Redacção, Administração,Serviços Comerciais e Oficinss: Av. Afonso de Albuquerque. 1017-A e 9, PrédioInvicta (Cave, Rés do Ch8o e 6.- andar). Telfoies: 26191/26192/26193; C. Posta2917oçmbiqueInquérito à primeira ofensiva Cota. . ...do Governo da RepúblicaPopular de Moçambique 18 Ainda a festa da Indepen.E REPORTAGENSdência .......... ................Angola: Resistência populargeneralizada ................E SECÇõES

Em Quelimane como emtodo o país, domingo é dia de comité de bairropovo, o ensino ficará totalmente nas mãos do Estado, pondo-se fim aos colégiosparticulares para previlegiadõs e acabando-se deflíútiramente com o ensinomissionário, o ensino entregue às variadissimas confissões religiosas.A par destas medidas importantissimas o Camarada Presidente anunciou tambémque, a partir de agora, findava a própria comercialização . da morte. As agênciasfunerárias foram nacionalizadas de modo a que todo o cidadão falecido tenha omesmo tipo de enterro digno.Tudo isto constitui na verdade uma profunda machadada nas estruturas coloniaisherdadas e permitem o avanço da revolução nos vários sistemas e domínios,nomeadamente para a revolução agrária, revolução no ensino e revolução nasaúde.A Redacção ........................22 Semana a Semana ............O povo moçambicano acolheu com entusiasmo revolucionário as decisões doConselho de Ministros que reflectem bem a linha da FRELIMO e os profundosânseios do povo.'Por outro lado, na luta das ideias que agora se trava, o que foi promulgado -vaipermitir sa: ber «quem está do lado do povo, quem está do lado dos capitalistas».Finalmente não se pode deixar de relembrar a reunião dos quadros das ForçasPopulares de Moçambique que, constituindo o braço armado do povo e a suavanguarda, vão intensificar o seu trabalho organizativo e contribuir decisivamentepara a Reconstrução Nacional.... .i . . .. .... .. ... ..e4-.....-.............,...................~ , - .

1 Depois de vários dias de reunurõs consecutivas do Conselb de Ministros oCamarada Presidente Samora. Rachei dirigiu um comiio popular na capital deMoçambique, onde falando para todo o povo moambicano do Rovuma ao Maputoe nãs'apenas para as 100 mil pessoas que se comprimiam no Estádio daRHachava, anunciou inedidas importantssimas para o avanço da nossa revoluçãopopular.l ado ao encontro dos anseios mais legtimos do povo moçambicano e atacandofrontalmente os problemas reiaciandos çom a exploração de que fomos vitimas oCamarada Presidente historiou a nossa luta e a actuação correcta da lina daFRELIMO. anunciando ao povo medI40 gue liquidam aexploraçi* ao uivei de terras, da saúde, é usin e da jus-. tiça.O Camarada Presidente Samora Rachel, constantemente ovacioado pelo povo;mostrou e tornou claro, todos s ue canisms que pemitiam ao aparelho do Estadoser até ao mmento ditadura da burguesi colonial. Afirmando que as decisões aliaclmadas seriam postas em vigor logo no dia seguinte, o Camarada Presidenteanunciou tambm a fornua çío de uma organizaçío de massas para todos ostrabaladeres.

Dois dias aps a sua extraordinária comunicacío ao pOVi foi distrimildo aos 6rgãosde infonação m extenso comou-

nicado das decisões gerais tomadas em Conselho de Ministros. Mais do que umcomunicado aquele documento politico e de orietaçUo do governo dirigido pelaFLIMO é uma anilise profunda e atenta de todos os nossos problemas, no camposocial, econêmico poilco.As palavras do Camarada Presidente primeiro e, logo a seguir, as decisões doConselho de Ministros, para além de rovolucionalizarem o aparelhogovernamental e modificarem prof udamente todas as estruturas,que nuncaserviram o povo, sã. sobretudo decisões que bem reflectem a luta das Ideias queagora se traya.Éno cumprimento das decisões tomadas, no cumprimentodas palavras de ordem que se há1-de definir «quem quer ser. vir o povo, quemquer servir os capitalistas,.Estas grandes decisões governamentais surgem precisamente um mês após aproclamação da nossa independênc três anos depois da abertura de Frente deNanica e Sfala, decisiva para a queda do colnialista; e sete anos aps o fim do IICongresso da FRELIMO.Esta é de facto a primeira grande ofensiva da República Popular de Moçambiqueno contexto da nossa luta contra as formas de opressão e exploração.Seguem-se na integra, nas próximas pkinas, as pala. vras do Camarada PresidenteSmora Machel no seu qoo contacto com o povo no Estádio da Machava na capitalde Moçambique.

V ivà a FRELIMO que unee Qrganliza o Povo!iva a FRELIMO que unee grgaiza o Povo!Viva o Povo moçambicano unido do Rovuma ao MaputolViva a Unidade Nacionalunido do Rovuma ao Maputo!Viva' a unidade Nacional!0 povo do Maputo não tem força. O povo do, Maputo não tem força. O. povo doMaputo está a pedir~para que o coloniais mo regresse para Moçambique."(Não)O povo do Maputo está a pedir para que a humilhação, à descriminação regressepara Moçambique. <Não)O povo do Maputo está a pedir para que a palavra rapazes e raparigas regressepara Moçambique. (Não),O povo do Maputo está a pedir que o nome Maria regresse a toda a mulhermoambicana. (Não)Viva a FRELIMO! Viva a FRELIMO! Viva a'FRELIMO que une eorganiza o Povo!Viva a FRELIMO que une eorganiza o Povo!

Viva o povo moçambicanounido do Rovuma ao Maputo.! :Vivo o povo moçambicano * Ud0 do Rovuma ao Maputo.!Viva a luta armada revolucionára de LibertaçãoNacional!Viva a luta armada revolúcionária de LibertaçãoNacionallViva a luta justa contra o colonialismo! Viva a luta justa contra ocolonialismo!Viva a emancipação da mulher moçambicana! Vi-,a a emancipação da mulhermoçambicana! Viva os continuadores da Rovolução moçambicana! Vivaá Qs-continuadores da Revolução moçambicana! Abaixo a discriminação racial!Abaixo a discriminação raAbaixo a humilhação! Abaixo a hmnflhação! Abaixo aexploração do homem pelo homem! Abaixo a exploração, do homem Pelohomem! Abaixo o imperiaismo! Abaixo o imperialismo! Viva a. luta justa dospovos oprimidos!Viva a lu¥ justa dos povos oprimidbs!Viva a luta das forças democráticas do mundo!Viva a luta das forças demo. cráticas do mundo!Viva as forças progressistas do mundo!Viva as forças revolucioná rias .do mundo!Viva a luta dos trabalhadores do mundo!Viva a luta justa dos trabalhadores do mundo inteiro!Abaixo o coloniio Abaixo o colonialisíol Abaixo o imperialismo! Abaixo areacção! Abaixo o tribaismo! Abaixo o tribalismo! Abaixo o regionalismo!Abaixo o regionalismo! Abaixo o racismo! Abaixo- o racismo! Viva a luta doPovo moçambicano!Viva a luta do Povo moçambicano!Viva a'luta do Povo moçambicano dirigida pela FRLIMO!Viva a República Popular deMoçambique!Viva a República Popular deMoçambique!Viva a revolução! Viva a revolução!Obrigado.(canção)COMO ACTUAVAM O COLONIALISMO ECAPITALISMOEM MOÇAMBIQUEViemos para aqui para trocarmos experiências, experiências do sofrimento donosso Povo. Viemos para trocarmos experiências do sofrimento comum do Povomoçambicano do Rovuma ao Maputo. Viemos para analisar a situação docolonialismo português em Moçambique, como éçqe lutamos contra o colo alismoportuguês em Moçambique, como é que derrubamos esse colonialismo, e,implantamos a nossa República Popular de Moçambique. Parece que todos aquitem. experiência triste 'sobre o colonialismo português. Ex. neriência dolorosa. Ocolonialismo português em Mo. ç bique estava misturado com o Imperialismo,

misturado com o racismo, todas as manifestações do Imperialismo estavammisturadas com o colonialismo português. Por isso há muitotempo nós tinhamos dificuldade de definir correctamente o nosso alvo, a nossa estratégia, em geral, o nosso inimigo comum. Por exemplo, a exploração. Mão-de-obra barata, é uma forma de Imperialismo em todo o mundo. A' disriminação notrabalho pela distribuição do trabalho. Em Moçambique não há ainda, ainda nãoconseguimos, talvez no processo da nossa Revolução, liquidaremos Issototalmente no nosso pais. Mas até há aqui em Moçambique a selecção para otrabalho na base da cor da pele. Há trabalho para o preto, há trabalho para obranco. Isto existe no nosso pais. O trabalho de criado só está reservado para opreto. É ou não é? (É). Trabalho de criado, trabalho de maln~to, trabalho devarredor da estrada, são serviços reservados exclusivamente ao preto. Nosserviços públicos categoria auxiliar, categoria de assalariado eventual, reservadaao preto. Pedreiro, há duas categorias: pedreiro branco e pedreiro preto.Carpinteiro preto, carpinteiro branco. Os que cultivam a terra, quando é preto émachambeiro, e quando é branco é agricultor. De modo que todas estasmanifestações são manifestações do Imperialismo. É para explorar. Isto não ésomente em Moçambique. Mas em toda a parte do Mundo. Classe e luta de classe.A LUTA DOS MOÇAMBICANOS É A LUTA DOS POVOS OPRIMIDOS ÉUMA LUTADECLASSSA nossa luta é uma luta da Huffmanidade inteira. A luta do Povo moçambicanointegra-se na luta geral dos povos oprimidos, em todo o mundo. Por isso o Povomoçambicano tinha dificuldades em definir o seu inimigo verdadeiro, que era ocolonialismo. Todos nós aqui an tes da fundação da FRELIMO dizíamos - obranco está-nos matando. É ou não é? (É). É ou não é? (É). Eu próprio dizia isso.Eu próprio dizia isso, quando era descriminado, quando era humilhado, quandoera maltratado. Eu dizia - o o branco.A FRELIMO apa;eceu como instrumento que definecorrectamente o imgo do Povo moçambicano. O nimigo verdadeiro daHuáianidade, o inimigo verdadeiro do mundo e dos Povos oprimidos, é ocoloniaismo. j um sistema muito complica. do. Sistema muito complicado porquediscrimina a partir do lar, vem para a sociedade em geral. Divide as famílias efinalmente divide a Nação inteira. O colonialismo não une os Povos, ocolonialisno não une os grupos lingulsticos. Antes pelo contrário é uminstrumento que divide para poder explorar -objectivo essencial do còlõniaismo.Na nossa sociedade encontramos pessoas de primeira classe, pessoas de seguiidaclasse, pessoas de terceira. classe e pessoas de quarta classe. Há classes no seio dasociedade. O sistema capitalista, sabem quê há brancos de 1,' classe, não é. (É).Sabem ou não sabem? (Sabemos). Sabem que há bran,cos de segunda classe.Sabem ou não sabem? ('Sabemos). Há brancos de terceira classe. É ou não é. («£).Aqui em Moçambique. Aqui em Moçambique. Há ou não há? (Há). Em Portugaltambém existe. Em todos os países capitalistas do Ocidente. O essencial éexplorar a força do trabalhador. E não há colonialismo lá. £ por isso que dizemque aqui em Moçambique nós tnhamos dificuldade em definir o verdadeiroinimigo do- Povo moçambicano. Porque tudo se escondia através do

colonialismo. E chegávamos somente a esta conclusão, somente a esta conclusão:a raça branca é superior. É ou não é? (É). A raça negra é inferior. É ou não é?(É).Já tinha este complexo, todo o preto tinha este complexo. Por ser preto, tinha ocomplexo da cor da sua p e l e. Considerava-se inferior, só o branco é que ia parachefe, era superior, era chefe, era patrão.Por exemplo, no seio das mulheres, há senhoras e há mulheres. É ou não é? (É).Há meninas e há raparigas. É ou não é? (2). Há ou não há diferenças? HásenhOras e mulheres, meninas e raparigas. Os homens, rapazes, rapazes emeninos. Senhores e rapazes.(Canção)

0 CAPITALISMO SRA DERRUBADOTodas as guerras que existem no mundo são guerras desencadeadas pelocapitalismo. Com o objectivo de explorar a força dos trabalhadores. São guerrasdesencadeadas pelo capitalismo para submeter os Povos aos interessescapitalistas. A História tem provado que ò capitalismo esta condenado s umaderrota. É uma forma que atraza os povos. Cria miséria no seio do povo. :É umaforma de explorar a riqueza de um pais para outros países. Sabem que houve em1914 a -Grande Guerra Mundial, a Primeira Guerra Mundial, desencadeada peloscapitalistas. Mas o resultado foi o ,aparecimento de um novo sistema, o sistema,mais correcto, sistema que serve Inteiramente o Povo. Sabem da existência daUnião Soviética, o sistema socialista. O primeiro pais socialista que apareceu foidepois- da Primeira Guerra Mundial, com a derrota do capitalismo.A Segunda Guerra Mundial fez nascer muitas naçóes, muitos países socialistas. Ea guerra popular travada pelo povo fez nascer um pais socialista que é a China.Mas o capitalismo aqui em Moçambique, o colonialismo, sempre nos dizia que oschineses venceram porque não são pretos.Nos anos cinquenta assistimos k agressão imperialista contra a Coreia. E as forçasrevolucionárias venceram' o Imperialismo. .Apareceu novo estado socialista.Nos anos 54 para cá houve guerra aqui em África. A Argélia desencadeou aguerra contra a França. Mas o colonialismo aqui em Moçambiqueý dizianossempre que a Argélia venceu porque são árabes, são um pouco brancos, não sãopretos.Angola em 1961 desencadeou-a guerra, luta armada, contra o colonialismoportuguês. Não chamaram guerra a isso, chamaram terrorismo. Bandoleiros, umaguerra feita pelos terroristas. Nunca disseram que era uma guerra de libertacãonacional, era o Povo contra o sistema, contra o colonialismo.Nos anos 60, 61, 62 o imperialismo desencadeou umaguerra no Congo. Chamaram-lhe guerra tribal, incapacidade do preto governar:Incapacidade do africano, guerra contra o branco. Nunca disseram que havia oImperialismo. Porque, o colonialismo não tem a responsabilidade de educar ospovos. É ou não é? (É).A fRELIMO: FORÇA ORGANIZADA DO POVO MOÇAMBICANOEm 1962 criámos a FRELIMO, na Tanzânia. AFRELIMO significa unidade doPovo Moçambicano. Força organizada do Povo Moçambicano. Os objectivos da

FRELIMO eram lutar contra o colonialismo em Moçambique. Lutar contra o1imperialismo em Moçambique. Uma guerra de Liberta ção Nacional. Primiro eranecessário organizar o -Povo. Organizar o Povo significa fazer com que o Póvo,tenha consciência da sua própria força. Significa adquirir novos comportamentos,novo tipo de comportamento, novo tipo de relações, novas ideias, confiar naspróprias forças. Ter confiança em cada um, na sua própria força, ter con. fiança nasua própria força e ter confiança na força unida, na força organizada. Foiisso,,que nos permitiu desencadear a Luta de Libertação Nacional.Em 1964 começámos a guerra aqui em Moçambique e os colonialistas chamaram-nos terroristas. Era para a libertação- nacional, para a independência deMoçambique. Reconquista da n o s a a personalidade destruida pelo colonialismo,a personalidade moçambicana. Desenvolvimento da. nossa cultura, culturamoçambicana. A cultura que era desprezãda aqui em Moçambique, proibida aquiem Moçambique, porque era uma dança de animais, dança de selvgns, dança depagãos. Gente não civilizada, gente não civilizada. Mas a verdade é qué não t e mo s nenhuma cultura colonialista aqui. Não temos+ nenhuma cultura coloniaWstaaqui. Não precisamos da cultura colonialista aqui. A cultura portuguesa repr sentao Povo português, é a cultura do Povo português. Nós temos a nossa cultura e aculturado Povo português cm Moçambique é uma cultura estrangeira.CRIAR UM SISTEMA POPULAR LIQUIDANDO OS VICiOS DASOCIEDADE EXPLORADA,Esperava ver hoje um pouco de baile aqui, estava à espera de ver baile aqui. Obaile nunca vem ao público, é nas casas fechadas e quando não está fechada acasa é 'de noite, com um pouco de luz, quando há um pouco de luz, quando a luzchega um .,pouco à sala onde se dança, diminuem para aparecerem aquelas luzesescuras. Esta é a cultura civilizada, cultura dos homens civilizados. Só de noite,quando o sol não existe" Foi essa civilização que envenenou o nosso Povo, é ounão é? (É) Os civilizado moçambicanos, é essa a sua cultura, é ou não é? (). Aescuras. É ou não é? (É). A cultura dos homens civilizados é não trabalhar, éexplorar. É ou não é? (É). l. explorar, vivendo explorando. É ou não é? (É). É nãocultivar, pegar na enxada siguifica não evoluir, roubando, violando, aldrabando. Éou ou não é? (É).Mas apesar de terem dito que a nossa guerra era uma guerra terrorista, debandoleiros, o Povo moçambicano, organizado e dirigido pela FRELIMO, venceuo colonialismo português. Ganhámos nossa Independência. É ou não é? (É). Hojetemos nossa personalidade moça.i bicana. É ou não é? (É).Hoje temos a nossa cultura moçambicana desenvolvida e desejada em toda a parte do mundo. Mas a Luta con. tinua.

Nas zonas libertadas nóscriámos um sistema popular, criámos, uma nova mentalidade nas zonas libertadas,libertamos a energia do Povo moçambicano, liquidámos a exploração nas zonaslibertadas, criámos um novo tipo de relações de amizade entre todas as camadasdo Povo moçambicano: distribuímos tarefas corretamente no seio de Povo naszonas libertadas, li.

quidámos o espírito de desprezo, desprezo pelo trabalho nas zonas libertadas,liquidámos os complexos de inferioridade nas zonas libertadas, liquidámos asdiferenças entrè os Instruídos e não instruídos nas zonas libertadas, todosaprendem uns com os o u t r o s, colectivamente, nas zonas libertadas.Liquidámos o individualismo nas zonas libertadas, liquidámos a ambição naszonas libertadas, liquidámos esse espírito nas zonas libertadas.Nas zonas libertadas nósnão temos senhores doutores, nós não temos senhor engenheiro, nós só temos oPovo moçambicano engajado n a s tarefas da reconstrução, nas tarefas do combateao inimigo. Nas zonas libertadas valorizámos a mulher moçambicana,valorizámos o trabalho da juventude, criámos o espírito- de confiança nas nossaspróprias forças. Liquidámos o tribalismo, liquidámos o espírito de gente do Sul,gente do Centro, gente do Norte, liquidámos esse espírito e criámos o espírito decada um de nós moçambicano, de todos nós moçambicanos do Rovuma aoMaputo, espezinhados, colonizados pelo colonialismo português. Povo exploradoe Povo oprimido do Rovuma ao Maputo! Ouviram? (Ouvimos). Liquidámos oregionalismo, nós não conhecemos isso nas zonas libertadas. Liquidámos oespírito de complexo de inferidridade. Donde é que vocês deram o nome demulungo? (Mu1uno é «que 4abe). É ou não é?) (É).ZONAS LIBERTADAS:BlMA NOVA SOCIEDADELiquidámos o racismo nas zonas libertadas, nós prendíamos os soldadosportugueses feridos e eram tratados pelos hospitais da FRELIMO, tratados pelosenfermeiIros da FRELIMO. E porquê, vocês podiam perguntar, não é? Porque-éque vocês tratavam bem os soldados inimigos? É que nós não lutávamos contra acor, nós não lutávamos contra o Povo português, mas lutávamos contra o sistema,contra o colonialismo Português, representado por um punhado de gente.Representado pelo snhor dr. Sa-lazar, pelo sr. doutor Marcelo Caetano. Este estádio é o estádio Salazar, não é?Salazar aqui, não é? Estamog em cima do senhor Salazar, não é? (É).Nas zonas libertadas criámos confiança e n t r e nós. Médicos com os enfermeiros,médicos e o m a população, professores com os alunos, os alunos e professorescom a população, com as Forças Ar. moadas da FRELIMO. Mas essa batalha édifícil, reconhecemos. É uma batalha difícil, de unir os Povos, de unir os homens,sobretudo, homens de diversas cores, de várias raças. É uma batalha dura mas éuma batalha necessária. Dissemos isso porque em toda a parte onde passámosantes da Independência, encontrámos conflitos raciais. Sobretudo nas cidadesonde está mais desenvolvida a civilização portuguesa, a civilização da Europa, acivilização do homem mais evoluído, que é encarregado de educar e civilizar opreto, encontrámos conflitos raciais. E aqui em Lourenço Marques existe também,e agora a nossa guerra acabou, a Luta Armada acabou, como é que vamos liquidaresses complexos de superioridade, como é quf os vamos liquidar?Nós pensamos, pensamos, pensamos, eu q u e r o propôr aqui. Talvezencontremos as soluções em conjunto. 'k que estas zonas que não viveram aguerra, têm tendência de encontrar soluções fáceis, evitar soluções difíceis.Gritam abaixo o racismo e pensam .que já combateram o racismo, porque

gritaram, abaixo o racismo e o racismo já caiu. É ou não é? (.). Porque gritaramcai o racismo, o racismo caiu. É ou não é? (Não).O caminho mais difícil cria condições, cria relações verdadeiramente h a r moniosas. Difícil de caminhar porque tem um caminho- sinuoso, pedregulhos, cheiode precipícios, mas é necessário nós caminharmos por esse caminho, é necessárioO RACISMO É AMAUM INIMIG0 PARA O POVO MOÇAMBICANOPor exemplo, um e: pequenino: alguns, van agora, agora, com a I dência, é umpouco mas vou dizer, mas vou porque é um problem cional, é um problem, cional,é um problema vo moçambicano. Se n formos directamente ps se problema,significa, fica duvidarmos da nos nha. Nós diremos, dize não ser racista, é umcasar com uma preta,preto casar com uma branca, significa não ser racista. Uns dizem: eu não s o uracista, porque a minha muflier é branca e eu sou preto. E o branco também diz:eu não sou racista, pois a minha mulher é preta. Dizem, já resolvemos o problema.Porque já existem os casamentos, pronto, já está resolvido.Quando alguém diz eu não sou racista, tanto que a minha mulher é branca, éporque é t, é uma atituderacista ess. Eu não sou racista, tanto que a minha mulher é preta, não há diferençanenhuma, é uma atitude racista. Não é esta a solução, porque quando eu me casocom alguém é uma questão particular, uma questão pessoal, minha. Não é multasdas vezes uma questão política, é muitas das vezes uma questão económica, umaquestão social. Uma questão social e uma questão económica, uma queseconómica emuitas das vezes politica.A minha mulher é minha família, é minha famflia. Durante a Luta de LibertaçãoNacional, nos combatemos o °racismo, não através de soluções fáceis, masatravés de soluções políticas.Trabalhando juntos, trabalhando juntos na mesma tarefa, sofrendo juntoscompartilhando na alegria e no sofrimento junto, resolvemos problemas nacionaisjuntos, discutindo juntos sempre. E assim, fomos destruindo pouco a pouco oscomplexos raciais. Portanto só trabalho colectivo, o trabalho comum,o,engajamento completo na Reconstrução Nacional, é que liquidaremos oracismo. Não através de soluções fáceis e aparentes. Ouviram? (Ouvimoa).ESTENDER AS ZONAS i.ITADAS DO ROVYIMA AO MAPUTOUma das coisas essenu.rns4que a nossa Revolução conseguiu liquidar é a exploração nas zonas libertadas, oPovo das zonas libertadas tem umaexperiência rica na luta contra os exploradores. O explorador nío tem -cor.templo Mas na cidade é difícil pornos 16, que uma grande p a r t e da depen-nossa economia está na mão difícil, bÍanca, é. Mas não é o facto dizer de ser dacor branca que é a Na- explorador. A exploração não a Na- tem, cor nenhuma.Nós tivedo Po- mos problemas nas zonas lis não bertadas com e x p l oradoresara es- pretos que roubavam o trasigni- balho e o esfoiço do Povo. :sa Li-Vocês diriam: que tipo de m que trabalho nas zonas libertabranco das. Naszonas libertadas nós é um produzíamos. amendoim, nóU

produzíamos o milho, o gergelim, o rcino, o feijão, pesças s e g u n d ocooperativas.Mas uma vez em Lourenço Marques, temos ouvido que esta parte do Sul até aocentro, Moçambique i m p o r t a amendoim para alimentar o P o v o,Moçambique importa amendoim para alimentar o Povo. Vocês vivem do amen-' doim. que vem do exterior, vocês vivem do milho que vem do exterior. Durantedez anos de guerra o Povo das zonas libertadas vivia do seu trabalho, produzia,nunca recebemos comida vinda do exterior para alimentar o P o v o. É umavergonha para o Povo moçambicano, numa terra rica, terra que produz tudo, todoo tipo de cereal.Mas diriam e responderiam que a fome foi organizada, planificada pelocolonialismo em Moçambique, porque as terras pertenciam aos senhores dasterras. Como é que sairemos desse sistema? Temos uma solução quanto à terra.Nós pensamos que a terra pertence ao Povo, a terra é controlada pelo Estado.Alguns aqui na cidade sobretudo têm terras alugadas, alguém que q u e i r aconstruir casa vai pedir ao senhor da terra a constrdção da sua casa e pagaanualmente, não é assim?A uRRA PERTENCE AO POVO E E CONTROLADA PELO ESTADONas zonas libertadas, ora vejam bem: nós lutávamos para libertarmos a terra, nóslutávamos para libertar o Povo moçambicano, é ou não é(É). Parece-nos que não faz sentido que' a terra continue nas mãos de um certogrupo de gente.Aqui em Moçambique não podemos conceber isso, não podemos conceber isso.Morremos a favor de um punhado de gente? Todos os camaradas que sesacrificaram, o Povo bombardeado e queimado pelo Napalm, para depois libertara terra e a terra continuar controlada por um punhado de gente aqui no nosso país?Onde está a liberdade, onde está a libertação da terra?Nas cadeias da Machava, assassinados aqui .na prisão da Machava, perseguidospela PIDE, postos em sacos e lançados ao mar, torturados dia e noite, por causa daterra. "Porque queria libertar Moçambique e continuarmos a permitir que a terracontinui dividida, esteja nas mãos de um punhado de gente, é inconcebível.Se a terra ainda não está libertada significa que continuaremos vigorosamente onosso combate até libertarmos a terra, cercaremos o

punhâd de gente que se poe controlar a noma terra. N4o faz sentido a nsIndependência enquanto a terra continuar nas mãos de um punhado de genteýSignifica que ainda ião somos Independentes ,Moçambique ainda não está livre, oPovo ainda não e libertado. Queremos dizer aos senhores da terra que 6 épocafeudal essa, época feudal doa tempos de antes do colonialismo quando haviasenhores de terra. Aqui no nosso pais... senhores de terra, quem lhes deu, quemlhes deu a ter? A terra pertence ao Povo, a terra é controlada pelo Estado. A terrafoi libertada pelo Povo, 96 o Povo é que pode controlar a nossa terra. É ou nÃo 6?(t)Não 6 só Lourenço Marques. Em todo, o ,território moçambicano, todo oterritório moçambicano 6 centrolado pelo Povo, dirigido pelo eta-

do. * o Povo que trabalha a terta, portanto a terra pertence ao Povo. Só a casa quenós construimos, somos possuidores da caga sobre a terra, a casa erguida sobre aterra pertence-nos, a terra não pertence a ninguém. A terra pertence, ao Povo e écontrolada pelo Estado.E, iso veio na constituiç4o de Moçambique. Ouviram ?Queremos dizer aos senhores de terra, feudais que vi-vem lá para o século XIV, século VIII, não acompanham a evoluço da história, aevoluç4o do mundo, vivem como parasitas. A terra pertence ao Povo porque foi oPovo que libertou a terra, por isso aqueles que cobram rendas anualmente deterras, cessa a partir de hoje. Aqueles que vivem cobrando dinheiro porque,alugaram os seus trre-' nos e esse terrenos tem coqueros, deixa de cobrar di-Durante o comício foi feita uma oferta de um bem trabalhado quadro comfotografias ao Camarada Samora Machel.Segurando o quadro n6-se também o Camarada Vice-Presidente MarceUno doeSantos.

nheiro por causa da terra. A terra pertence ao Estado. Fizemos isso durante aguerra. A zona libertada pertencia ao Povo e era dirigida na zona pela FRELIMO,obedeciam a o a princípios d a FRELIMO.EXPLICADORES, ESCOLAS PARTICULARES E PRIVADAS. ESCOLASMISSIONÁRIAS POSTAS AO SERVIÇODO POVOHá outro sistema que é complicado aqui em Moçambique. Muito complicado essesistema. Manobrado, dirigido, organizado pelos capitalistas e aqui peloscolonialistas portugueses. É o serviço da educação no nosso pais. Serviço daEducação. Só aprende quem tem dinheiro em Moçambique. .É ou não é? (é)Muitos fazem dos seus conhecimentos um instrumento da exploração. Estuda,conclui o curso já com o desejo orientado na vocação capitalista. RecuÈam pôr osseus conhecimentos ao serviço do povo. Não querem servir o Povo, queremexplorar o Povo, viver explorando o Povo.Existem aqui em Moçambique os senhores explicadores, explicadores porque:porque, precisamente o sistema da educação é um sistema defeituoso, é umsistema cheio de insuficiências. É uma combinação com os professores próprios.Os professores nas escolas não se dão ao luxo de explicar porque os explicadoresestão lá fora à espera. Nós educamos o Povo nas zonas libertadas, construímosescolas, sem explicadores. E no mundo, sobretudo aquele mundo em que ahumanidade já está livre, já está libertada, dos países socialistas não existe essesistema dos explicadores partic u 1 a r e s, n ã o existe em nenhuma parte.Não existem colégios particulares, não existem escolas privadas, portanto, aquiem Moçambique, a partir do explicador até....está organizado para explorar onosso Povo. É o senhor explicador á espera do filho do outro explicador, do outroexplorador. É o colégio A espera do filho do sr. Doutor. É a escola privadaespecial à espera do filho do senhor engenheiro. E o filho do Povo, onde está?E, há outras escolas que são especiais, dos homens de «boa vontade» queconstroem escolas em Moçambique Para aludar o Preto, para educar o preto.

Pagam, onde arraniam dinheiro não sabemos. São as escolas missionáriasespecialmente nara o preto. f ou não é? (É).ORGANIZAR O SISTEMA EDUCACIONAL POPULARComo é que nós vamos avançar, como é que salmos da ignorância, como é quesairemos do analfabetismo, com este sistema corrupto, como é que nós siiremos?São os explicadores, são as escolas privadas, são os colégios particulares, efinalmente as grandes, as grandes escolas de caridade, as grandes escolas decaridade, escolas missionárias para educar o selvagem, para dar consciênciênciaao selvagem porque, sem estas escolas ficaria animal. É ou não é? (É).Gostaríamos que vocês fizessem uma declaração pública, pelo menos um anosofrendo. Um ano sofrendo, dois anos sofrendo mas organizando o nosso sistemaque servirá inteiramente o Povo Moçambicano. Pudemos ter falta de professores,um, dois, três anos, mas quando decidirmos, quando chegarmos à altura de termosos nossos professores serão realmente professores para liquidar aignorância, o analfabetismo, para desenvolver o Povo moçambicano, para o Povomoçambicano caminhar firme com as suas próprias pernas.O Governo de Moçambique tem lugar para todos os professores, mas não temlugar em Moçambique para os privados. Não tem. Repito: O, Governo deMoçambique tem lugar para todos os professores e explicadores particulares,professores das escolas privadas, professores dos colégios particulares, incluindodas escolas de caridade. Incluindo das escolas que educam o selvagem.Portanto, a partir de hoje. queremos dizer aqui. O explicador particular não temlugar aqui em Moçambique. Não tem. Não tem aqui em Moçambique. Deveintegrar-se no sistema estabelecido pelo Governo de Moçambique, o sistemaestabelecido pela FRELIMO, pelo Povo moçambicano que respeita os interessesdas largas massas. Escolas privadas cessam, colégios particulares deixam defuncionar, não queremos escolas particulares aqui emMoçamique. Escolas missionárias pertencem ao Estado.' São da missão Suiça, sãoda igreja católica, são da igreja Wicheliana ou das outras igrejas. Todas elaspertencem ao Estado.ELIMNAR OS CRIMESELIMINANDO AS CAUSASNós não fizemos a guerra para alimentar os exploradores aqui em- Moçambique,não. A nossa vida é complicada meus irmãos, muito complicada, a vida deMoçambique, muito complicada. Aqui há muitos crimes. É verdade ou não é? (É).Há muitos ladrões. É ou não é? (É) E assaltam os bancos. É ou não é? (É).Matam. É ou não é?(É). Matam. É ou não é?(É). Bandidos, ladrões, malfeitores, malfeitores. Roubam 5 mil contos, 20 milcontos, 25 mil contos e tiram 5 mil contos e vão ter com o sr. Alberto. Oh senhorAlberto eu roubei. Senhor Alberto eu roubei. Olhe roubei 10 mil contos. Ah,porque é que rou-

baste pouco seu palerma? Porque é que roubaste pouco meu palerma, maluco, 10,mil contos, quanto é que me vais dar agora? Roubaste somente 10 mil contos,agora com esses 10 mil contos o que é que vais-me dar? Devias ter roubado 30

mil contos para me dares 10 mil contos e tu ficares com 20. Outros matam.Porque é vagabundo às vezes porque é malandro ou por questões políticasmesmo.Arrastado para os tribunais, julgado, alguns levantam para interceder. Não matou,não matou, ou não roubou.Aquele que defende as causas mais sujas e consegue convencer é o mais famosodo pais, coisas mais sujas, causas perdidas, é o mais inteligente, o mais admirado.Artigo vigésimo quarto. Eu não sei o que é que diz o artigo vigésimo quarto.Quem é que conhece, aqui o vigésimo quarto. Conhecem? Conhecem?? Artigo3004, 3005, conhecem vocês? (Não). Nós nas zonas libertadas -durante 10 anoseliminamos todas ascausas, nós não eliminamos os crimes, mas as causas. 0 Povo participava emtodos os julgamentos, o Povo participava num julgamento, o Povo era polícia naszonas libertadas e quando chegamos aqui convidam-nos para seguir as leis doscolonialistas. Aquelas leis que consideravam a nossa guerra, como uma guerrainjusta, uma guerra de terrorismo.FIM DA «JUSTIÇA, PRIVADASão os senhores advogados particulares que têm os seus escritórios nas cidadespara defender um punhado de gente. Esta gente nunca foi ao tribunal. Estagente.... alguma vez foram ao tribunal? (Não). Nós dizemos que não queremosadvogados particulares aqui em Moçambique. Não queremos escritórios privadosde advogados aqu. Mas sabem que há muitos agentes do inimigo aqui, infiltradosaqui. Vieram para aqui, precisamente para poderem ir interpretar os seus patrões.Agentes do imperia-lismo aqui. Há agentes aqui, alguns serviram a PIDE. É ou não é? (É). Estão ounão aqui? (Estão).Aqueles que serviam fielmente a PIDE não estão aqui? (Estão). Onde estão, sea PIDE desapareceu completamente e eles nunca foram agentes. Então os PIDESonde estão? Onde estão os servidores do colonialismo português, onde estão?Queríamos apelar aos Grupos Dinamizadores, aos Comités do Partido paraelevarem a Vigilância, para impedir a infiltração dos agentes do imperialismo, osPIDES.Nós devemos perseguir os PIDES, capturar os PIDES e neutralizá-los. Os GruposDinamizadores devem transformar-se em elementos dinâmicos, dinâmicos,defensores da linha política da FRELIMO. Aqueles que aplicam de uma maneiracriadora, de uma, maneira viva a nossa linha política.Para isso, não quepemos violações no seio do Povo, náo queremos elitismo noseio do Povo, não queremos bebe-deira no seio do Povo, não queremos assassinos no seio do Povo. Esses elementostodos, malfeitores, vagabundos, devem ser neutralizados pelos GruposDinamizadores. É assim que nós fizemos o nosso trabalho durante dez anos deguerra.Z a a FRELIMO!a FRELIMO!CONSULTÓRIOSPARTI'ULARES,

CUNICAS PRIfVAAS, HOSPITAIS- DAS MISSÕES S10 DO ESTADOA exploração é complicada. Mas onde há exploração deve haver Revolução. É ounão é? A Revolução significa transformação profunda das estruturas, t r a nsformação profunda da nossa vida. .É a Revolução. Não há coexistência com osistema corrupto, com o sistema que explora o Povo, com o sistema que oprime oPovo, com o sistema que

m ~-ontnuadoaa do uma mensagem quando se iniciou o comcio. Aos Lado* vé-8o o cazmarada Armando Guebuza, Comissdrio Politiceo Nacionalnão liberta a iniciativa do Povo.Relaç4es sãs entre nós, relações humanas entre nós. Porque alguns vivemconsiderando-nos como minas. Minas de oiro, minas de diamante. São os médicoseses. São os senhores médicos, doutores médicos. Quando não estamos doenteseles não estão satisfeitos. Que é que tem? Dói- a -cabeça. Ah sim,há quantos dias? Três dias. Tem apetite. Ah!, não tenho. Muito bem, dá-me 800escudos porque eu te observei. Porque ele me pergunta simplesmente, o-que é queeu tinha e eu dibse-lhe o que é qie tinha, agora devo 800 escudos. É iou não é?Senho\res doutbres como é? Este é um serviço nobre, serviço de saúde é um serviçonobre, serviço nobre, de valor, mas é comércio aqui em; Moçambique.É pior que um restaurante, pior que um hotel. É uma cervejaria, é uma cervejaria.Serviço de Saúde em Moçambique é uma cervejaria, Medicamento é cerveja 'aquiem Moçambique . i ou"" não é?(É). Como é que vamos sair d e 8 te sistema. As clínicas particulares, consultóriosem toda a parte aqüi em, Moçgmbique, quem é que vai a este consultório, quem?"Oh! Se eles não vêm aqui vão iorrer. Então como é, eu sou médico, se nãoprecisam demim, eu vou-me embora. Que vá. Que vã.Precisam de mim, porque sem mim eles não vão fazer nada, eu sou médico. E 1 es precisam de mim. E ele não precisa de nós? Ele não preci s de nós? Existe,porque nós estamos. Mas recusamos que ele faça de nós minas. Não precisamos.Não queremos ser minas e, ,.o médico ser parasita é.feio também, não é? Quanto éque tem? Não tenho àinheiro. Então volta. É ou não é? São os" médicosparticulares, clínicas, consult<iIos, maternidades p a r t iculares, d%2 são oshospitais mi nsi os, de novo eneontramóB. É um sistema or-ganizado este, de novo encontramos, a missão missionária.FI4 AO CO WtCI DA DOlIÇASe dissermos que esses hospitais pertencem a nós, e eles deixarem de trabalhar oPovo vai revoltar-se. É ou não é? (É). Vocês vão revoltar-se, não é? (É). Vocêsvão a esses consultórios, esses consultórios tratam-vos? (Não). s s a s clínicasparticulares tratam a vocês? (Não). Estão ao serviço de quem? E se quisesemos osserviços sanit rios, os serviços de saúde ao serviço do Povo. Qual se-

ria o mal? E se pusessemos os médicos, todos eles ao serviço do Povo, ao serviçodo Estado? (Sim, está certo). Já nos exploraram o suficiente os senhores médicoLBasta, basta. Não quereníos médicos particulares com consultórios. Pedimos aos

senhores doutores para fecharem os consultórios. Fechem os consultórios, fechemas clínicas particulares.Em todo o território moçambicano, em todo o território moçambicano, m é d i co s particulares devem fechar as suas clínicas, devem fechar os seus consultórios.Dirijam-se aos hospitais do Estado para servir o Povo. Mas nós sabemos quehaverá sabotagem, estejam preparados para enfrentar a crise. Eles diro: vão tercom o vosso Governo, vão lá ao vosso Governo, vocês gritaram lá no estádio parafecharmos os nossos consultórios. Mas se esse médico disser isso nós dizemos: asportas estào abertas, saia de Moçambique. I m e d i atamente as portas estarãoabertas. Vão para a África do Sul, vão para outra parte onde explorarão à vontade,O nosso -Povo não está para ser explorado. Vão para onde quiserem menos emMoçambique, não há lugar em Moçambique para o exploradores. Todos oshospitais dos homens de boa vontade, homens de 'caridade, homens de «boavontade» que fazem bem ao Povo moçambicano. Q u e r emos que realmente f a ça m bem para o Povo moçambicano, mas integrados no sistema do Governo deMoçambique. Todos os hospitais das missões pertencem ao Estado, sãopropriedade do Estado.A FORÇA DO POVO E Q1 DESENVOLEPM MOÇAMBIQUEMas o Governo não tem dinheiro para dirigir as escolas, não tem dinheiro paradirigir os hospitais. Onde é que arranja dinheiro o Estado? Por isso, por isso osServiços de S a ú d e fixarão um certo imposto para o tratamento, fixarão umimposto para os tratamentos, para a hospitalização, porque nós não temos dinheiroagora. Vocês sabem. Dez anos de guerra, 500 anos de exploração. Onde é que estáo dinheiro de Moçambique, como vamos pagar? Temos de pagar para as nossasescolas, temos de pagar para os nossos hospitais para termos dinheiro parapagarmos aos enfermeiros e pagar aos médicos e mobilar os hospitais .Para isso énecessário que o Povo moçambicano trabalhe arduamente.Os homens é que constroemo nosso pais a nossa força é que desenvolve o pais, é a nossa força. .Astransformações so trazidas pelo homem, não há milagre para o desenvolvimento-do pais, não existem mila4res, como não existi1m esses milagres para:aLiber<ação Nacional. Par , correr com o colonialismo do nosso país, nio houvemilagres.LIQUIDAR TODOS OS vESTI610SCOLONIAIS E O SISEMACAPITAISTAQuando falamos da terra, quando falamos dos hospitais, quando falamos daeducaçÃo, quando falamos dos advogados, significa que nós estamos a transmitira vocês todos aqui a experiência que nós colhemos nas zonas libertadas, aexperiência que nós ganhámos ao longo de dez anos de guerra. Significa quequalquer tentativa de resistência nós não duvidaremos em desencadear a guerraaqui em Moçambique. Qualquer resistência que nós encontrar-mos, desenvolveremos um novo combate aqui em Moçambique, porque o nossoobjectivo primeiro, primeiro, é a Libertação Total de Moçambique. Libertação eliquidação total de todos os vestígios coloniais, de todo o sistema capitalista emMoçambique..

Preparemo-nos para uma ofensiva revolucionária, preparemo-nos para umarevolucionarizaçio c o mp leta do sistema em Moçambique: neutializando osPIDES, agentes do imperialismo, infiltrados no nosso seio, liquidando osexploradores, libertando a iniciativa criadora, libertando o Povo. Ouviram?(Ouvimos). Ouviram? (Ouvimos).Dizemos isto e fazemos isto porque nós estamos convencidos q u e se ocolonialismo português tivesse continuado a agredir o nosso Povo, nós estávamosprontos a "ntrar aqui em Lourenço Marques com as nossas a r m a a em 1976.Ouviram? O 25 de Abril que libertou o Povo português é um produto da Luta do Po v o moçambicano dirigido pela FRELIMO. Foi a Luta do Po v o moçambicanoquepreparou a consciência dos joveng oficiais portugueses. Foi a Lt*a do Povomoçambicano, foi a Luta do Povo de Angola, foi a Luta do Povo da Guiné.Nós vencemos aqui o colonialismo português politicamente e militarmente.Derrubámos as forças da reacção. Por isso, qualquer força que tentar semear adivisão no seio do Povo, criar intrigas no seio do Povo, tentar denegrir, desvirtuaro sentido revolucionário da nossa Luta, nós estaremos de armas na mão contraessas forças. Não importa que côr terão. Não importa, não importa. Não importase têm cor preta, se têm cor branca. Nós somos revolucionários, não combatemosa cor, combatemor as ideias e sistemaLACABAR COM A MORTE DE PRIMEIRA OU SE6UNDA ACABAR COM OCOMÉRCIO DA MORTEHá certos serviços ai que também desinquietam. Sobre-

tudo nas cidades, nas cidades. Marracuene não estão esses serviços, na Catembenão es-' tão. S6 a q u i em Lourenço Marques, capital dos civilizados. Eu estouaqui há 30 dias. Quando alguém morre, as famílias choram, não por causa damorte, mas é de como vai enterrar a pessoa. É ou não é? (É). E dizem: por que éque. morreste neste momomento, porque é que não ficaste m a i a alguns dias?Porque eu receberia, estou quase a receber agora, morreste hoje.... No meio domês, eu não tenho dinheiro, como é que vou fazer agora? Pedir ao diabo para queressuscite, para morrer no fim do mês. quando há dinheiro. É ou não é? (É).-20 contos, 30 contos Até os cadáveres têm categorias, até os cadáveres.Cadáveres têmclasse também, cadáveres. vão à casa mqrtuária, lutam lá para apanhar o cadáverda primeira c l a s s e. Compram agentes nos hospitais para comunicar ao senhordos cadáveres, quando vê sobretudo cadáveres de primeira classe. Um mortotambém tem classe, o cadáver também tem classe. As pessoas vão ao cemitério,não p a r a acompanhar o enterro, mas para ver: Ah! aquele cadáver foi deprimeira classe ou da segunda classe. É ou não, é (É).Só reparam na cor do caixão, como é que foi arranjado o caixão, o carro quetransportou o caixão. O que éý isso? São serviços pequeninos só aqui na cidade deLourenço Marques. O Estado vai ter responsabilidade disso, o Governo vai tomarresponsabilidade disso. Não queremos ca-

dáveres da primeira, da segunda, da terceira. Queremos cadáveres, só. Nós nãoqueremos enterrar classea« mas queremos enterrar cadáveres. 0 Estado fixará umpreço, um preço para todas as classes. Preço único, preço único.A HERANÇA DO COLONIALISMO PORTUGU.SMas para tudo isso é necessário que o Povo trabalhe. O nosso pais está em ruínas.Tem 500 anos de colonização, de roubos. Os colonialistas não deixaram nada aquino nosso pais, mas deixaram o Povo moçambicano desorganizado, disperso,disperso em toda a parte do nosso pais. Por isso, o Povo não tem escolas porqueestá disperso,desorganizado. Não tem hospitais, não tem divertimentos políticos, recreativos, asua cultura não está organizada, o conteúdo não está dado. E assim o nosso Povonão tem força. Povo desorganizado, Povo disperso, dividido em grupos. O no~oPovo não pode ter uma força, não pode definir as tarefas para o desenvolvimentodo pais.M u i t o desemprego. Em Lourenço Marques, m u i t a gente aglomerada semtrabalho e os trabalhadores para agravar esta situação com as suas revoltas ereivindicações diárias. Greves, greves, como é que vamos desenvolverMoçambique com greves?ORGANIZAR A M NIO Comité Central da FRELIMO reunido na província

de Inhambane decidiu criar a Organização da Juventude, juventude que deve serorientada pela Linha política da FRELIMO. E, uma grande atenção a essajuventude, porque o futuro do nosso pais depende do desenvblvimento dessajuventude, depende da orientação correcta dessa juventude. É por isso queconsideramos a juventude moçambicana como a seiva da Nação.Para serem verdadeiramente Continuadores.... A juventude não são Continuadoresenquanto continuarem dispersos, não são Continuadores. É a juventude que vaifazer a Revolução aqui em Moçambique, é a juventude que vai liquidar oImperialismo aqui em Moçambique.OR6ANIZAR OSTRABALlADORES ORGANIZAR AS POPULAÇOSAssim como a força dos trabalhadores. O trabalhadores devem ser organizados.Também é a decisão do Comité Central lsta. Mas isto só é possível se o Povoestiver organizado para permitir o desenvolvimento rápido do nosso País énecessário criarmos desde já as aldeias comunais. Para permitir que cada um vivaorganizado, viva com tarefas concretas, para que a nossa Vigilância esteja sempreaguçada contra os agentes do impelrialismo, contra os agentes do colonialismo.Por exemplo, a cidade de Lourenço Marques. Sabemos que as populações vivemem condiçóes subhumanas epor isso é necessário, é necessário, desde já, quer dizer o Governo, a FRELIMO,sobretudo a FRELIMO, orientará este sistema que permitirá que as populaçõesvivam organizadas, em condições humanas. Ê2 difícil o engajamento conscientede cada um, o engajamento completo de todo o Povo moçambicano. Só assim éque nós construiremos Moçambique forte, Moçambique próspero, só assim é queliquidaremos a exploração em Moçambique, liquidaremos os seus agentes.

Estabeleceremos desta maneira o sistema Popular, o sistema Popular. Nos paísesdesenvolvidos chama-se sistema socialista. Nós queremos aqui em Moçambique osistema Popu'lar, sistema que sirva, o Povo. Para isso, necessitamos de umaLibertação com p leta,porque há multas Influ8ncias sobre nósNas zonas libertadas aprendemos a viver, viver organizados, organizados pelaFRELIMO. Diríamos directamente, a religião 6 uma questão pessoal, umaquestão individual.A RJ6IO NÃO M SIRUSADA C040 LBD'IO MDEO nosso Estado, Estado de Moçambique, a República de Moçambique, não tem'religião. Não se ldentifieà com nenhuma religião .Moçambique. Mas identifica-secom o Povo de Moçambique. Com todo o Povo de Moçambique.. Nio seidentifiecace nénhum grupo reiigÍosco,J aqui Moçambique.

É um dever para cada moçambicano trabalhar para o desenvolvimento do nossosistema. É um dever, é uma obrigação. Mobilizar toda a sua força para odesenvolvimento do nosso País, para a reconstrução nacional. Aqui, sabemos quevocês estão divididos. Igreja Católica, tem a sua sede no Vaticano. Católica. Estãoaqui católicos. É ou não é? (É). Quando perguntamos, a primeira egisa que diz: eusou católico. Eu, quando alguém me pergunta, eu digo: eu sou moçambicano. Emprimeiro lugar. O resto não. Primeira coisa, moçambicano. Portanto, comomoçambicano só obedeço à FRELIMO. A FRELIMO é pai e mãe. FRELIMO, éFRELIMO. Não há outra forçavpara mim.Foi 'a FRELIMO que organiza, que organizou o Povo, foi a FRELIMO quedirigiu a Luta de Libertação Nacional, foi a FRELIMO que expulsou ocolonialismo português de Moçambique. Foi a FRELIMO. M ai s nenhuma outraforça, mais nenhuma outra força. Foi a FRELIMO que proclamou aIndependência de Moçambique. É ou não é? (É). É ou não é? (E').A NOSSA INDEPEIDNCIAE UM d>CADO»?Outros, Presbiterianos, ligados com a Suíça. Pensam na Suíça antes de pensar emMoçambique. A cabeça está na Suíça, o corpo está em Moçambique. É ou não é?(É). É ou não é? (E'). Agora a cabeça em Roma, o corpo em Moçambique, cabeçana Suíça, o corpo em Moçambiquem. Quem vai, pensar por ti ó Moçambicano?Por que é que não fazem dessas igrejas, igrejas moçambicanas. Porquê?Por que é que não fazem dessas igrejas moçambicanas. Porquê? Porquê? Vocêsnão têm cabeça? Têm ou não têm? (Temos). Porquê que não fazem dessas igrejasmoçambicanas? Outros, mentequistas, mentequistas. C a b eç a na América.Cabeça na América, longe, lá. A cabeça está na América. O corpo emMoçambique. O americano ýpensa pelo moçambicano. O suíço pensa pelomoçambicano. O romano, lá, pensa pelo moçambicano. Porquê que omoçambicano não pensa por si próprio. Porquê? Por que é que não nos libertamosdos outros? Esses países estavam ligados ao colonialismo português. Ajudavam ocolonialismo português a massacrar o Povo moçambicano A criar cadeias em todaa parte do mundo, em toda a parte do nosso Pais.

Eu sei que havia muitosinutilizados pela cadeia da Machava. É ou não é? (É). É ou não é? (É). Por quenão vinham os suiços, por que não vinham os americanos, por que não vinham osromanos p ar a vos libertar? Inutilizados .... Porque alguns vão utilizar a religião.Vãoutilizar a religião para impedir o desenvolvimento do nosso Paíi. Não queremos.Queremos vigilância contra essas manobras. Ouviram? (Ouvimos). Ouviram(Ouvimos).. Dez anos de guérra, foram dez anos de massacres, de assassinatospraticados pe-lo colonialismo português, ajudado esse colonials por algumas Igrejas que estãoaqui em Moçambique, que diziam que a nossa Independência 6 um pecado. AIndependência significa pecado. Pecado a Independência? Pecado a Liberdadenossa? Sa-

bemos que ao os padres pre- na política, no se metam, te ~q o começar aqui anem com a organizaio doinfi'ltrar as Ideias no nosso Povo. J ,̂ já, estio noseio do Povo em nome demeados na cor, já os pretoseu SabemoL Em nome da se vão virar contra nós, parareligio io os padres. Nós dizer: à guerra civil em Monko impedimoL Que façamlá çambique, moçambicanos conas uas oraçes, pratiquem a tra moçambicanos.Sabemos religião, mas não se metam isso. Manobra do imperialis-mo. Mas não permitimos também que haja mobilizaçâo Andar a organizar o Povopara adquirir um certo comportamento que o permite ser engajado na religião.Querem engajar vio para a igreja. Cá fora nio, Ouviram? Ouviram? (Ouvimos).Einquadrando te das 100 mil pessoas que lotatfam todos os ca4ntos do gr~ndeEstddio da Machava flutuam nas mãos do povo a bande4ras Nacionalde.Moçambique e do nosso Partido R FELIMO.LIQUIDAR OS flClOS DOCOLONIALISMONós queremos o desenvolvimento científico, aqui em Mo-çambique. D e s e nvolvimento científico aqui em Moçambique. Queremos que o nosso Povo dominea Natureza. Mobilizar a Natureza em seu favor. Eu sei que vocês rezaram muito,dizem que rezaram muito desde a Independência. A .nossa independência nasceuda violência. Ouviram? A nossa Independência; nasceu da violência, da violênciaArmada. Foram as ba-. las disparadas pelo Povo que, liquidaram o colonialiÊpioportuguês aqui em Moçambique.Finalmente,' sabemos que nas cidades há certos grupos dinamizadores de todo oPaís. Existem em todo o nosso Pais. O alcoolismo, o alcoolis-1 mo. O alcoolismorepresenta o atraso dum Povo. Destrói o pensamento do povo. Destrói a vida dopovo. Mas alguns aqui dizem que o al-, coolismo é parte integrante da vida deles.Sem o alcoól não podem viver.: Mas o alcoól .permite a prática de crimes, roubos,violações....Onde há, onde existe o alcoolismo, existe o atraso, existe o analfabetismo, existe aignorância, existe o crime, existe a imoralidade, existe'a falta de respeito. É ounão é? (É). Por isso, devemos combater energicamente contra o alcoolismo aqui

no nosso Pais. O alcoolismo e s t â aliado intimamente a essas lojas humanas eambulantes. As lojas humanas e ambulantes.... Essas, essas lojas humanasdesonram, o nosso País e tiram prestígio à mulher moçambicana. Nós queremosreconstruir a personalidade da mulher moçambicana, a dignidade da mulhermoçambicana, o prestígio, porque a mulher moçambicana ao longo de dez anosprovou, e é, elemento dinâmico, elemento difusor da Revolução, da linha políticada nossa FRELIMO E queremos aqui pedir ao Povo, também, a esse respeito doalcoolismo. Um soldado da FRELIMO quando está fardado não deve beber. OPovo é que deve controlar. O Povo deve controlar o soldado da FRELIMO. Nãoimporta trazer ou não trazer arma, basta trazer farda no corpo. O soldado daFRELIMO não deve beber. O Povo deve controlar. E quando'é o seu dia de folga,o soldado da FRELIMO deve trazer a guia de marcha. É o que nós 'fizemosdurante a guerra. Foi o Povo que controlou os soldados da FRELIMO. O soldadoda FRELIMO é um elemento político, não deve meter-se na corrupção. É umrepresentan-

te da linha da FRELIMO. Quando chega a casa da mãe, a primeira coisa que devefazer é apresentar a guia de marcha. Ouviram? Ouviram? (Ouvimos). Porque se osoldado da FRELIMO se meter na bebedeira, significa que vai criar, sabe o que é:Vai ter muitas lojas humanas ambulantes. E uma vez essas lojas engajadas com ossoldados da FRELIMO, será difícil descobrir as lojas que estarão escondidaspelos soldados da .FRELIMO. E sabemos que essas lojas humanas se preparampara assaltar os soldados da FRELIMO. É bom encontrar, ter um amigo soldadoda FRELIMO. Por isso, apelamos vigilância no seio do Povo. Controlo eficaz,efectivo, realizado pelo Povo sobre os soldados da FRELIMO.COMBATER A FOME, MISRIA. DOENÇA E CRIMEFalámos 'aqui nas aldeias comunais. Alguns Ministérios estão engajados nestatarefade engajar o Povo em aldeias comunais. Para que o Governo possa ajudar o Povona construção de hospitais, na construção das escolas, centros de culturamoçambicana, e outras actividades. Estejamos vigilantes contra a infiltração deagentes nessas aldeias comunais. Teremos de liquidar a fome com a criação, coma construção das aldeias comunais. Vai-nos permitir produzir todo o tipo decereal. Criação de todo o tipo de animal. Nas aldeias conmnaia É preciso que osnossos filhos tenham leite. É preciso que o pão não seja, não seja privilégio,mesmo nas cidades,. só um pequeno punhado é que come pão diariamente. Onosso Pais produz trigo, é uma questão de organização e de definirmos aprioridade daquilo que nós queremos. E, devemos estar vigilantes também contrao racismo. Temos de criar relaçóes humanas entre todas as raças que existem emMoçambique. Relações de fraternidade. E lutamos contra o desequilíbrio queexiste no nosso Pais: desenvolvi-mento económico. Liquidámos o colonialismo, l i q u i d emos agora a miséria,fome, doença e crime.Saibamos preservar a nossa Unidade Nacional, porque é um instrumentofundamental, é a força motriz da nossa luta para podermos conservar as tradições

que nós ganhámos durante a guerra. Tradiçóes r e v o 1 u cionárias, tradiçõesrevolucionárias para podermos consolidar a nossa Independência. Para podermosdesenvolver a revolução moçambicana e darmos contribuição à revolução doMundo.A LUTA DO POVO DO ZIMBABWE É A NOSSA LUTAAqui em África o colonialismo continua. O Povo Moçambicano deve apoiaractivamente a luta do Povo do Zimbabwe. Estejamos prontos, desde o Rovumaaté ao Maputo, a aceitarmos sacrifícios para que a luta se desenvolva noZimbabwe, para que a liquidação do colonialismo inglês seja rapidamenteliquidado e para fazermos triunfar o que aqui declaramos hoje, sobre os serviçosde saúde, as escolas, e outras coisas.Viva a FRELIMO!Viva a FRELIMO que unee organiza o PovoýViva a FRELIMO que unee organiza o Povo!Viva a República Popular de Moçambique!Viva a -República Popular' de Moçambique!Viva a África Unida! Viva a África Unida! Viva a Unidade Nacional! Viva aUnidade Nacional! Viva o Povo Moçambicano unido do Rovuma ao Maputo!Viva o Povo Moçambicano unido do Rovuma ao Maputo!A Luta continua! A Luta continua! A Luta continua! A Revolução continua!Independência ou Morte! Independência ou Morte! Independência ou Morte!Viva o Povo Moçambicano! Viva o Povo Moç ambicano!-Viva o Povo Moçambicanona sua luta justa! Obrigado.

Relativamente às dkposiçies tomadas pelo Governo no sen io de liquidar osprevilégios e exploração nos sectores da medicin, justiça, terras, ensino e funerais,«Tempo», logo após o comicio dirigido pelo Camarada Presidente no estádio daMachava fez um pequeno inquérito entre a população sobre o assuto.As referidas disposições que foram imediatamente postas em prática na manhã dodia 25, não só são medidas para a criaçã da nova sociedade, como também para acriação da mentalidade do Homem Novo. A supressão da actividade de umaestrutura de direito e justiça que não defendia de ma-neira alguma as causas do povao, mas sim as de uma classe prevllgWa; asupressão de u medkina que se preocupava com a posição ecolmica dos pacientese não com o seu estado de saúde; de um ensino particular que apenas servia osfilhos das classes preveligindas, constituindo tudo Isso um processo de selecçãosocial que se estendia até aos próprios enterros de defuntos e, finalmente a legtimaentrega das terras ao povo, constituem um passo decisivo para a implantação doPoder Popular na nosso pais.Seguem-se os depoimentos.Humberto Valentim - ses provilegiadas. Por isso responsável p e 1 o colégioestou plenamente de acordo «João Antunes». com a decisão tomada pelo

-Até eote ponto o en- Governo pois penso que o sino particular é para cias-ensino deve vir de encontro1 S T Ros1MEC AN<

Cândido da Silva - 23 anos - tractorista.-Quando nós procur.vamos m explicador nós tinhamos que lhe pagar mais do quen- solas do Estado. Por leso é Melhor estipular díesçe queconstituam 6 escolas do Es. tado. É bom que esses co.Iógios passem para e e do o se tornem do povo.- Eles (os colonialistas)nío nos deixavam estudar e depois diziam que o preto é burro que 6 ignorante.Faziam tudo para os filhos dos trabalhadores não estudarem. Escolas longo dassuas casas, mensalidadescaras, horários impossíveis. etc..Caria Antunes - 16 anos estudante do ensino par. ticular.- Estudo no colégio Pio Xil onde sou aluna da.9." classe (antigo o.* ano do liceu)e para onde fui estudar depois do colégio em que estudava (colégio AntónioBarroso) fechar. Pago uma mensalidade de 1 100$00 q u e considero bastantecara. Os filhosdos operários que estudam .no meu colégis fazem trabalhos para pagar as suasmensalidades (trabalhos como levar pratos, etc.). Havia certas diferenças no planode avaliação de conhecimentos como nos que diz respeito a dispensas de examese que agora deixario de existir uma vas que as escolas serão todas oficiais.Pedro Simango anos - escriturário.-No pim dos co. t6rio (como em todos outros) penso que as didas tomadas estãorectas pela medida em aos consultórios só pc ir quem tivesse dinheiro. certasvezes é que lá lau e lembro-me que que fui a um da Missão &< a um tal Dr."Marga acompanhado de duas cr ças. levaram-me logo nheiro à etrada e qua fuicomprar os remé35 disseram-me que já não havia.sul- -Os mélicos devamos modificar as suas atitudes me.e. métodos do tabalho inteque ressando-se pelo estado dos idia doentes e nãopelo seu as s6 pecto económico. Os menos dicos que cá trabalhavam ndo (noHopital) estavam -.rida preocupados com Osiem- doentes dos seus consult6di- rios e não se preocupavam o assim com osdoetes doslios hopitais. oR.[ v I I[ .1ýMo S

Gilberto Mendes - 44 anos - empregado de escritório.

- Na sociedade ocidental o advogado é conhecido como indivíduo que aluga aconsciência. Eram de facto imorais as cobranças que certos advogados faziam. Alei do mundo burguês serve para defender os interesses da classe previlgiada e osJosé Luís - 35 anos técnico de raios X,- A socialização da me. dicina e de outros particu. lares é positiva. Os traba.advogados são os seus mandatários.Conheço casos de advogados que pediram 00 mil Esc. para fazerm um simplesrequerimento. No mundo burguês só o indivíduo com estável situação económicarecorre ao advogado. Era de facto necas s~rio derrubar esse espírito.elhadores do sector particu. lar de medicina devem ser intégrados nos hospitaiscentrais nas suas diferentes categorias.Artur Martins - 29 anos moldador de construção civil.- Q u e os consultórios passem para o Estado. Aquilo é só para-quem tem capital.e nós trabalhadores não podemos lá ir. Temos que ir para as bichasaté recebermos novas ordens. Está certo que os médicos passem para os hospitais,os doentes dos hospitais devem ser tratados de uma melhor forma.José de. Matos 55 dida bem tomada a medidaanos - enfermeiro. que foi tomada a respeitedos advogados particula- Acho que é uma me- res. Eles exploravam o povo

porque o povo não era bem esc-'oecldo o povo não se podia defender dada a suafraca posição económica. Eram defensores de uma lei que pode ser deturpada.Os advogados neo defendiam uma ca~ justa, defendiam a causa que lhes dessemais dinheiro.Narciso Cuamba - 25 anos -,guarda da polícia do porto.-Naquele tempo o negócio dos torrenos era uma maneira de roubar. O terreno queeu comprei ao régulo foi-lha dado pelo governo colonial. Os donos dos terrenoseramcomo carraças em cima das vacas vivendo à custa do dinheiro do povo. É melhorque o Governo tome conta dos terrenos e os distribua pelo povo.-A t é se compravam terrenos para mortos, coisas destas são Inconcebíveis.Antonio Paunde 26 serão do Estado eo Estadoanos - tractorista. não procura lucros mas simdefender o povo. O Estado- Acho que a posição é do povo. tomada pelo governo é correcta. Não vai havermais exploração na venda dos terrenos porque os terrenosFrancisco Cadeche - 40 anos - ajudante de pedreiro.-Concordo com as medidas tomadas pelo gover-no, não é preciso gastar tanto dinheiro para manter um morto. Muito menoscaixões de Io, 2.° e 3. classe.Maria, ao '.armo L.uzia r~55. pura mnnurwu vnfuncionária pública. torros.Haveria problemasno pagamento dos enterApoio a medida tema- ros. da pelo governo. Não há

EM OUELIMANE, COmO EM TODO PA

Domingo já não é um dia de ócio, de não fazer nada. Em todos os pontos 'do país,em todas as localidades, círculos, domingo é dia de Comité. Especialmente deComité de Bairro, de Lugar de ResidAncia.t dia das tarefas colectivas, de Interess, e benefício colectivo.Por todo o lado as populações organizadas e enquadradas Delas suascélulas, pelos seus grupos dinamizadores, realizam nos seus bairros operações delimpeza, de abertura de valas, de construção de sedes, abrem e cultivammachambas colectivas, organizam sessôes culturais, convivios, discussão dosproblemas do bairro, de aprofundamento da linha o dos ensinamentos doCamarada Presidente Samora, etc., etc. ... As fotografias que apresento-7 HORAS - BAIRRO TORROIN Aqui vai ser a sede do nosso Grupo Pina.mizador. Enquanto uns vêm trazendo paus, outros cortam.os, unem.os constroemas estruturas para as paredes. Este edifício grande vai ser para reuniões e para asaulas de alfabetização e de escolarização. Mais um,o M 1 N.G 0

PÂGINA 23IImos foram obtidas no cidade de Quelimano. Num domingo da cidade deQuelimane. Podiam, no entanto, ter sido conseguidas fotografias idênticas- iguaizinhas -. em qualquer outra localidade do País.O domingo 6 igual em todo o País. E, 6 assim - o dia das tarefas colectivas, deinteresse e beneficio colectivo.O dia do Comité de Bairro, de Lugar de Residência.já não é um dia qualquer, um dia de ócio, não fazer nada.É um dia de trabalho colectivo, de fortalecimento da consciência de que naovivemos isolados no nosso bairro, do espírito colectivo, de fortalecimento daUnidade.dois fins-de-semana e fica pronto, se - como até aquil viermos todos trabalhar.Enquanto estamos n6s a construir as paredes, há outros camaradas que estão apreparar mais capim para o tecto. A sede é de todos nós, osdo Bairro, o trabalho é feito por todosCO .M 11

PÁGINA 24tnquanto os homens amarram os paus, as mulheres carregam para lábacias de terra para maticar as paredes. Com o esforço e trabalho conjunto detodos, distribuidas as tarefas, vai ser fácil acabar depressa a sede. Outro grupo demulheres com uma outra tarefa: abrir o leito parauma rua que - o Povo quer - vai passar ali, junto à sedeAo lado do edifício da sede, um outro grupo faz blocos. São para a cons. trução denovas casas. Todos os meses temos uma subscrição. Cada família dá 50 escudos.Juntamos à volta de 25 contos por mês. Com esse dinheiro compramos materiais -cimento, madeira, zinco - e, todos os fins desemana iremos fazer em conjunto duas ou três novas casas

Para os encarregados de informação e propaganda e continuadores a tarefa émontar os jornais de parede. Uma caracteristica, inédita para nós, nos jornais deparede de Quelimane: A um canto, quatro folhas elaboradas pela SecçãoProvincial de Educação e Cultura, e distribuídas por todas as células, cominformação formativa sobre educação sanitária, história e geografia. Para aspessoas que ainda não sabem ler, os canselhos, de educação sanitária emdesenhos

9 HORAS: Todos os dominges representantes de todas as células prestam contas,expem os seus problemas e trocam experiências, em «Assembleia Popular». 1muito frequente responsáveis e diligentes do Partido e do Governo participaremcom o Povo nesta AssembMela. Na imagem, o camarada Bonifáclo Gruveta,Governador da Zambézia, falando numa dessas assembleiasÀ tarde, os representantes à <Assembleia do Povo», transmitem em cada umdos seus bairros, das suas células, as experiências e ensinamentos colhidos.Prblemas da própria célula são também debatidos nessas reuniõesDOMINGO1 DI DE COMIt[M QU[UMN[

l0DA REVOLUCAO DEMOCRATICAP OPULAR!EM MOCAMBIODE 1O.4exto do Camarada Presidente Samora Machel <O Processo da RevoluçãoDemocrática e Popular em Moçamblque que iremos começar a publicar nestenúmero, faz parte de caderno n.' 8 da FRELIMO e foi divulgado pelo respectivoDepartamento de Informação e Propaganda.De uma actualidade extraordinária para o povo moça.bicano nesta arrancadadepois da conquista da nossa indepedêncla, este oitavo caderno da colecção«Estudos e Orientaçoes» vai crtamente ser motivo de estudo para todos oscamaradas engajados na revolução. Muito embora tenham sido hpressos milharesde exemplares, achou-se Importante começar o Inseri-lo também na cTempo, parama ainda maior divulgação e expansão.Coaforme diz a própria Introdução a este caderno «o presente texto é uma sínteseda nossa expe'iência colectiva no desenvolvimento, implantação e consolidaçãodo processo revolucionário em Moçambique. Resulta de numerosas discussões eintervenções feitas pelo Camarada Presidente em reuniões com as massas ecombatentes e com a própria direcção.«Esta refelxão sobre a nossa experiência permite-nos aprofundar o nosso trabalhoelevando o nosso conhecimento sobre a nossa teoria e prática revolucionárias».O texto queagora se vai publicar foi também reproduzido pela pr6pria Academiade Ciências da União Soviética numa obra preparada pela secção africana daquelaAcademia à cerca de Luta de, Ubertação nas col6ulas portuguesas.PROCESSO

..~ ~4~' 0%"a ou aeao 'a~ ~ 4~t'4i, ou4....>, .44. .4 >44.4< 5VN 0<»90.'>.>~%4i is >lO 041 * >4> m>.'...''4"\'0 4'4.4.4 4 'a ~ ~&~1':..3i~ ~ 4 0<'4'0 444 4 4~ >~*'a lé$*~ 0*1301. Alguns pontosde partidaDURANTE muito tempo e sobretudo para a maioria dos observadores dos paísesocidentais, o colonialismo português aparecia como uma manifestação quasearqueológica, um capricho anacrónico dum ditador que vivia ainda à hora daConferência de Berlim.Uma campanha de propaganda Viem orquestrada, sobre as virtudes únicas dumcolonialismo que se pretendia multirracial e se drapejava das supostas virtudesdum luso-tropicalismo de recente invenção, contribuia a que se entretivesse aqui eacolá ilusões sobre a benevolência da exploração colonial portuguesa.A censura rigorosa, a repressão feroz, o obscurantismo cultural sistemático, acuidadosa escolha de itinerários, permitiam que uma pesada cortina de silêncio eignorância mantivesse as colónias portuguesas isoladas do mundo.O desencadeamento' das lutas armadas de libertação no período entre 1961 - 1964assestou um golpe mortal às campanhas de p r o p aganda que faziam dos povosdas colónias portuguesas povos felizes porque submissos.Paralelamente, a revelação dos crimes cada vez mais sádicos, atrozes, esistemáticos cometidos pela soldadesca co-' lonial, destruíram t o d a s aspretensões dum' carácter único de benevolência ou virtude do colonialismoportuguês.A substituição de Salazar e a continuação e incremento da guerra colonial sob oseu sucessor, o fortalecimento das alianças económicas e militares que há mais deuma década sustêm a guerra colonial, a extensão da agressão aos países limítrofesdo colonialismo português, a participação crqscente de efectivos e a r m a s nãoportuguesas na guerra, em resumo a inter-nacionalização c r e scente da guerra colonial, obrigaram os diferentesobservadores a situar a guerra colonial portuguesa no seu contexto real.A natureza do colonialismo português e das alianças que o apoiam impuseram-nos a luta armada como único ins trumento para a resolução das eontradições quenos opõem à dominação estrangeira no nosso país.Todavia, o processo de -desenvolvimento da luta em Moçaxfbique, c o n d u z i uà sua transformação qualitativa. A luta é feita por massas que possuem interessesprecisos, reivindicações concretas. Estes interesses e reivindicações clarificam-seno processo de combate e imprimem a este uma natureza determinada.

A criação das zonas libertadas, pôs em primeiro plano a questão de saber a quempertence o poder, quem o deve exercer e quem deve beneficiar dele, da mesmamaneira que pôs en causa o tipo de relações sociais de produção, quer herdadas dasociedade tradicional ou quer ainda da' introdução colonial.Assim, no decurso mesmo da luta armada de libertação nacional foi desencadeadoum processo destinado a instalar um poder fundado na aliança das camadassociais exploradas do nosso pais, destinado a levar a termo a luta de libertaçãonacional e a liqui-dar o sistema de exploração do homem, a fim de edificar umaSociedade Nova.Por outras palavras, à reivindicação primária de independência nacional,acrescetaram-se outras, numa primeira fase, dando um conteúdo real àindependência e, numa segunda fase introduzindo a questão essencial da naturezado regime a ser edificado.Não se tratou de um plano abstracto estabelecido a longo termo, que como ummodelo completo fosse imposto ao processo real nem de uma improvisaçãoconstante, produto de uma qualquer espon-taneidade, ou ainda outro mecanismo.Na realidade, a evolução resulta de uma relação dialética entre a orientaçãopolítica da FRELIMO, o desenvõlvimento da luta armada e da consciência das ma s s a s por um lado, e o'tipo de contradições existentes entre as vastas massasexploradas e a sociedade exploradora, por outro lado.A percepção destas contradições é acelerada pela situação de guerra, quediariàmente duma, maneira clara, desmascara as f o r ç as que apoiam o inimigo: aarma capturada, o, avião abatido, o tanque ou camião destruidos -invariavelmentesão de origem não portuguesa. Simultaneamente a consciência do sacrifíciodispendido exige que a libertação se traduza numa transformação radical dasociedade, das relações no seu seio e das suas estruturas.É neste conjunto de dados que leva* a nossa luta de libertação a aparecer comouma luta popular, na forma e no conteúdo das reivindicações, contra ocolonialismo português e o -imperialismo, contra a exploração do homem.2. O capitalismoportuguêsq* a guerra qcolonial eN1O'é de sobejo insistir em 2que Portugal é um pais e subdesenvolvido que v i v e u num estado de' semi-colónia P britânica desde os inicios do P século XVII e que hoje ainda tem a suaindependência hipotecada aos diversos interes- p ses estrangeiros -que contro- çlam o pais cEnquanto as potências co- e loniais, cujas economias tinham já ascendido à faseim- f perialista, podiam, ainda que n forçadas, aceita- as indepen- z, dênciasformais dos territó-rios que elas colon izavam semIque os seus interesses fundamentais fossem lesados, tal não é co caso português, .o coloMalisin. português em Moçambique assume fufidamentalmente.» papel, de

in-! termediário entre as diversas potências imperialistas e o território, o, que emsuma constitui o papel das classeil dirigentes indígenas nas "si-V tuações denecoloniais. EnIm l1959 e 1967 a percentagemil anual dos investimentos nãoportugueses nas colónias pas-1 sou de 1 por cento para 30 por cento. As colóniasconsti-.J ruem ainda um.instrumentoi temporário para impedir os agravamentodas contradi- ¥ çes sociais em Portugal, pr.mitindo assim uma sobrevi-l vência doregime.A determinaçãQý das dffe-a rentes gamas de interesses'" colonialistas, pèrmite-nos si- M tuar correctamente o tipo ew a importância do co n fli t o opondo onosso povo à do.1 reinação portuguesa.Portugal é um p aíis que mantém estruturas agrcolas fortemente arcaicas e pr6xi-]mas do feudalismo: os 5005 maiore.q proprietários agricoIas em Portugaldispõem de 1 tanta terra quanto os 500 0001 mais pequenos proprietãriosiportugueses.Est a situação determinei por um lado, um êxodo crescent (nos últimos 10 anoshouve distritos em Portugali que chegaram a- perder um$ quarto da população) eumi agravamento da situação so-m i!al do camponês, que produ-1 i|ram uma fortecorrente migratória e se traduziram por uma diminuição global da$ opulaçãoportuguesa, de 2 or cento na década de 19601970.A possibilidade de exportar§ )ara as terras férteis de Mo-fZ embique aquela m a aa a dele arponeses pobres, apareceu omo a solução ideal para um§ egime que,ligado aos lati-m undiários, não pode .t o e a r |as estruturas agrárias e la- . ruma'reforma agrária queM lucione a que~ela da tclna

na favor dos çamponeses pobres e médios. A instalação de comunidades ruraisbrancas nas terras 1 férteis de Moçambique, donde previaniente foram expulsos oscamponeses africanos, é hessencialmente destinada, na ,estratégia inimiga, a criarumconflito entre as duas comunidades, que servirá para re.forçar a dominaçãocolonial.Com efeito, o camponês branco deveria segundo o plano Icapitalísta identificaros- seus-interesses ao do Estado Colonial, que lhe garante a propriedade das terrasespoliadas aos africanos.SÉ este, por exemplo, o esquema que preside aosdiferentes planos do vale do Zambeze, onde os colonialistas se propõem instalarum milhãode colonos brancos nas terras a serem irrigadas pela futuIra barragem de CaboraBass Moçambique oferece aindaum mercado seguro e proteIgido aos produtores da agricultura portuguesa, p o u co Icompetitivos no mercado internacional. É o caso dos vinhos'e seus derivadosque reagularmente ocupam um dos primeiros postos no valor toItal dasimportações do nosso pais. As colónias absorvem 175 por cento das exportaçõesde vinhos portugueses.Se a persistência do colonialismo português responde làs exigências da estruturaIfeudalista da agricultura portugue sa, ela corresponde também às necessidades da

indústria capitalista portuguesa.O caso da indústria têxtil, que ocupa cerca de um terço ida mão-de-obra industrialee u j a exportação representa §perto de um quinto do valor gdas exportaçõesportuguesas, lé bastanté significativo.De acordo com o inquérito do II Congresso das indústrias portuguesas entre 30 ;a50 por cento da maquinaria 4éxtil é antiquada ou já estáfora de uso e os fusos tem em média uma idadú superior a 20 anos, dos quais 15por cento têm uma idade superior a 50 anos. Os preços particularmente baixos doalgodão moçambicano desempenham um papel relevante no f u n cionamento daindústria têxtil portuguesa.De 1939 a 1961, os preços máximos para o algodão de primeira em caroço pagosao produtor, foram respectivamente de 1$10 e 3$70. Durante o mesmo período opreço máximo pago ao produtor pelo algodão de segunda passou de $90 para2$30. Para a safra de 1973-1974 os preços máximos fixados foramrespectivamente, de 6$00 para o algodão de primeira e 3$00 para o algodão desegunda.No entanto, einquanto em Moçámbique o produtor africano em 1961 só recebiaum máximo de 3$70 pelo algodão de primeira, os produtores récebiam 12$00 emIsrael, 6$97 na Rodésia do Sul, 4$61 no Tanganyika, 4$40 na Niassalândia, 4$12no Quénia, 4$14 no Uganda.Comprado a preços baixos aos produtores moçambicanos o algodão é vendido apreços de f a v o r aos importadores portugueses.Preços médios CIF do algodão importado;Anos Moçambique Estrangeiro 1947-48 11$83 19$151948-49 12$18 21$501949-50 12$56 34$60 1950-51 14$25 38$20 1951-52 15$48 29$141952-53 15$53 24$02 1953-54 15$46 24$06 1954-55 15$35 26$22Entre 1947 e 1955 a dife.rença dos preços de importação entre o algodãomoçambicano e o estrangeiro resultou num benefício de 2 774 771 milhares deescudos para a econõmia portuguesa.Um benefício anual idéntico é realizado pela indústria oleaginosa portuguesa.Moçambique fornece ainda cerca de 80 por cento da matéria-prima da indústriaaçucareira portuguesa.A deterioração dos termos de troca entre Moçambique e Portugal, ilustra muitobem os benefícios auferidos pelo capitalismo português, graças à exploraçãocolonial. Entre 1958 e 1962 o preço médio da tonelada exportada para Portugalbaixou de 5200$ para 3500$00 por tonelada, ou seja uma perda média de 1700$00por tonelada. Simultaneamente, o preço médio da tonelada importada de Portugalsubiu de 6500$00 para 9800$00, ou seja um aumento de 3300$00. Por outras pala v r a s, enquanto anteriormente a tonelada importada de Portugal era coberta por1,19 toneladas exportadas, a deterioração actual requer 2,8 toneladas para cobrir ocusto da tonelada importada.A guerra colonial constitui ainda uma fonte, apreciável de receitas para certosmeios que sobre ela especulam.

Em 1965, no debate sobre as contas gerais do Estado, o deputado fascista Manuelde Sousa Gomes, declarou:«Uma percentagem elevada das despesas engajadas ao título da defesa nacional,pode ser considerada com um elemento motor potente na aceleração denumerosos sectores de actividade: companhias de navegação, sociedades detransportes, produtores e comerciantes de produtos agrcolas e alimentares,fábricas têxteis, produtos farmacêuticos».A confirmá-lo, em 30 de Março do mesmo ano, o relatório apresentado pelaCompanhia Nacional de Navega-' ção à Assembleia Geral dos Accionistab, dizia:«Regista-se um aumento de 80 por cento no tráfego dePortugal para o Ultramar e mais particularmente p a r a Moçambique».Fixalmente M o ç a m bique constitui também uma importante fonte derendimento em divisas para o colonialismo português, em especial através davenda de trabalhadores para as minas da África do Sul e plantações da Rodésia.Em virtude dos acordos assinados com o governo sul-africano que permitem àscompanhias mineiras do Rand recrutar anualmente 100 000 trabalhadoresmoçambicanos, o governo colonialista recebe da África do Sul cerca de 1 biliãode escudos em divisas, produto de taxas e salários dos trabalhadores e das receitasdos portos e caminhos de ferro de Lourenço Marques, utilizados pela África doSul como contrapartida de venda de trabalhadores. Acordos idênticos ligamPortugal à Rodésia.Estas receitas em si representam mais de 1/4 dos excedentes da balança de contasdo Ultramar, que transferidos para a metrópole colonial lhe permitem manter umabalança de pagamentos largamente excedentária, muito embora o valor dasexportações portuguesas cubra apenas 60% do valor das importações.O esforço actual empreendido pelo capitalismo português para modernizar as suasestruturas e torna-se capazes de se integrarem competitivamente na Europa torna-se possível e é largamente de-' pendente da acumulação realizada através dapilhagem dos nossos recursos económicos e trabalhadores. assim como do afluxode divisas resultante dos excedentes produzidos pela nossa balança de pagamentose também da existência de mercados seguros e protegidos para a poucocompetitiva Indústria portuguesa.

1ma vida miserável no estrangeiro esperava o emigrante português, que fugia daopressão no seu próprio país. Acabava no entanto por cair nas garra« do capital-imperial.R4a europeu3. G imperialismoNa AfricaAustral e emMoambiqueMoçambique desempenha um papel relevante não apenas no contexto docolonialismo português. A sua importância é tão grande senão maior ainda, noque respeita à sobrevivencia da exploração imperialista e dos regimes racistas nosul do continente africano .. Ao.nosso pais estão fixadas neste quadro tõda uma série de funções vitais.

Moçambique constitui um vasto reservatório de mão-de-obra a preço irrisóriopara a indústria mineira sul-africana e para as grandes plantações da Rodésia.Mais de 1 milhão de moçambicanos trabalha nos diversos ectores de actividadedaqueles dois países. 80% da mão-de-obra estrangeira nasminas sul-africanas proVzém de Moçambique.A importância destes trabadores pode ser exactamente medida se considerarmos asituação da indústria aurífera sul-africana, onde se concentra o essencial da mão-de-obra moçambicana, no Rand.As minas sul-africanas produzem cerca de 70% do ouro do mundo ocidental. Arentabilidade destas minas é baixa: é necessário trabalhar 160 000 t de terra parase obter 1 t de ouro. No Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália minas de umteor aurífero superior às da África do Sul, foram encerradas porque a suaexploração se revela anti-económica.O segredo da rentabilidade das minas sul-africanas encontra-se no baixíssimopreço da mão-de-obra africana e no desprezo total pelas condições de segurançados trabalhadores.As estatísticas oficiais reconhecemn uma média ayiual de 2500 acidentes mortaisen-tre os- trabalhadores moçambicanos nas minas sul-africanas. É inútil acrescentarque as famílias não recebem Praticamente nenhuma indemnizaço.Além de fornecedor de mão-de-obra, o imperialismo necessita de Moçambiquecomo' fornecedor de energia para uma Africa Austral pobre em fontes energétias enum período de rápido crescimento industrial.Sete companhias, das quais 6 americanas, recebem vastas concessões para aprospecção de petróleo e gás em Moçambique. Entre 1967 e 1970, as companhiasinvestiram 300 milhões de escudos nas prospecções de hidrocarbonetoa Asjazidas de carvão de Moatize são das mais importantes naquela região docontinente, sendo Moçambique na sua fase actual o quinto maior extractorafricano. A empresa belga que as explora previa a elevação da produção para maisde 4 milhões de toneladas anuais, antes que a situação militar na Provincia deTete a forçasse a rever os seus planos.No entanto, no campo energético, o que deve sobretudo reter a atenção é ogigantesco projecto de Cabora Bassa. Com uma prevista produção de 18,5 bilhõesde KW/h, seria a quarta maior' barragem do mundo e produziria cerca de um terçodo total da energias produzidas em África. Numa segunda fase, 3 barragensadicionais 'seriam ainda construídas no percurso moçarhbicano do Zambeze eseus afluentes elevando o total da produção do conjunto a 50 bilhões de KW/h.De acordo com os planos, este enorme potencial destinar-se-la a alimentar não sóos vastos complexos industriais a criar em Moçambique, nomeadamente asindústrias siderúgicas de ferro cobre e alumínio, mas também a África do Sul,Rodésia e Malawi. O ituito do plano era ainda que a energia de Cabora Bassafosse fornecida aos países limítrofes como a Zâmbia e outros países como o Zaire,Quénia e Uganda.A ideia subjacente é a de utilizar a energia do complexo como base de partidapara a criação dum mercado comum na África Austra, Central e Oriental, queintegraria sob o controlo imperialista as economias do -onjunto.

Um terceiro papel reservado a Moçambique, dada a sua situação. geográfica,' é ode Porto natural do vasto hinterland da África Austral. Nos 2795 Km de costamoambicana encontramse diversos portos, entre os quàis Lourenço Marques queserve a África do Sul, Swazilândiae o Lesoto, Beira que serve a Rodésia, a Zâmbia, o Zaire re o Malawi, Nacala queserve o Malawi. O movinento dos portos moçambicanos é.da ordem dos 30milhões de toneladap anuais, movimentando o porto de Lourenço Maíques por sisó cerca de 15 milhões de toneladas anuais o que faz i dele um dos primeirosportos do continente.A situação geográfica de Moçambique, banhado peloCanal de Moçambique e cemtrolando o acesso à rota do Cabo, faz do nosso paisumi elemento essencial do dispos. tivo estratégico imperialista para manter osseus interesses bélicos na zona. A localização geográfica do nosso país permiteaindã a utilização quer como plataforma de agressão contra os regimesprogressistas limítrofes, quer como zona de protecção dós racistàs de Pretória eSalisbúria. Por isso continuamente certos meios imperialistas propõem-sealargar a zona de acção da OTAN a sul do Trópico de Capricónio, ou mesmoconstituir um novo Pacto Militar.Inúmeras são as declaracões do Primeiro - Ministro J Vorster e outros altosresponsáveis racistas de Pretória e Salisbúria, apresentando os rios Rovuma eZambeze como constituindo as fronteiras de segurança e defesa dos regimes deminoria branca da Âfrica Austral.Finalmente, as riquezas do solo e sub-solo mocmbicarilo, o baixo preço da mão-de-obra e a repressão severa contra os movimentos reivindicativos despertaram ointeresse dos grandes monopólios tendo dado lugar a investimentos macicos.Este interesse crescente do imperialismo pelas riquezas ' do nosso país, foiacompanhado por uma industrialização relativamente muito importante.N No campo da indústria os investimentos imperialistas têm-se multiplicado aum ritmo elevado: entre 1961, iicio das guerras coloniais e 1964. início da lutaarmada de libertação de Moçambique, o número de instalações indistriais com umvalor igual ou superior a 50 milhões de escudos, passou de 85 a 647. ! Fntre 1967-1969 o ritmo médio de crescimento anual da producão indústrial atingiu os 20%.situando Moçambique entre os Países de mais rápido crescimento industrial docontinente. O valor da producão industrial moçambicana situa hoie Moçambiqueentre os 7 países mais industrializados do continhe]te (África do Sul excluída) erepresenta cerca de d% do total da producão industrial da Africa.Entre 1962, e 1969 o total

dos inventimentío a. jadstria aumentou de mais de 100% atingindo a soma de 13159 900 milhares de escudos. De Janeiro a Julho de|1973 foram autorizadas instalaõe no výalo» de 52,3% do total do investimentosforam destinados a 180 unidades industriais que se ,consagram à exportaçãoenqi"aído que 1724 unidades industriais que abastecem, o mercado interno sóreceberam 47,7% dos inves- amtimentos. Os investimentos A

benefeciam assim a balança de pagamentos da zona do escudo e criam por isso selhores condições para o flnanciamento da guerra colonial. SUD-OU~STIsto torna-se mais claroquando observamos que, em- AFRICAI Nbora os investimentos tenham mais que duplicado no pero' do em questãlo, onúmero ide trabalhadores passou apenas de 59 060 parä 75 672, ou seja umaumento de 16 562 trabalhadores, que representam 28% da mão-de-obraindustrial de 1962.O lucro das empresas (an- R EP1tes dos impostos e não deduzidos ainda os juros e a depreciação) ultrapassa amédia anual de 20,3%; em 1969 os lucros de 17 sectores induStriais atiniram 2679 000 mi- A I Nlhares de escudos sobre um total de 13159 900 milhares de escudos investidos.LI WPNo entanto, os salários mi- P11 El~nimoscontinuaram fixadós entre 18$00 e 25$00 por dia (0.72-1 US$) conforme asregiões. O total dos salários pa- 1 SWAZILAND gos (incluindo os funcionários,técnicos e elementos da 2 BASUTOLAND.direcção das empresas) representa uma percetagem mínima dos lucros auferidospelos diferentes sectores. A AÃrwa Austral: uma parte domundo que o imperaiO quadro junto que repre- não quer perder. As ez-colóniýa po-rtuguesas, A. Sul e Rodésiasenta a maior uarte do sector stiuim um bastião do capital <,4agora esut em decomindustrial mostra-nos sinteti, posãO, devdoàs mtit das guerras populaes de liberta.camente vários destes elemenLUCROS W4.' DE TRABALHADORESSALÁRIO MIDIO iNDICE DE AUMENTOINDúSTRIA Ee 100bO) E EMPREGADOS DIÁRIO (emescudos (baia 100 em 1963)196, 1969 1962 . 1969' 2 1969 lucW.s salíri de ... tra_________________balhadomRefinaria de petróleo 70800 135 100 183 182 f°32;10 213,20.190,8 161,3 99,4Indústria química 40 500 173 800 1 723 1 013 24,40 52,60424,1 215,5 58,7Bebidas e refrigerantes 126 000 212 800 610 1 675 29,80 51,60168,8 173,8 274,5Minerais não metálicos 75200 176 700 3 677 3 609 42,90 46,10234,9 107,0 98,1Têxtil 360000 364400 11126 8658 12,70 25,30101,2 199,2 77,8Tabaco 112200 233200 527 520 32,70 64,00 207,8.195,7 98,6Alimentares 394 200' 887 900 20034 27 304 15,20 21,30225,2 140,1 136,2Máquinas e aparelhos

eléctricos .7600 34 100 367 604 55,60 57,70 448,6103,7 164,5Mobiliário 5200 25500 1 106 2.024 31,40 37,10490,3 118,1, 183,0Indústria de borracha 9800 29400 643 903 24,10 29,30300 121,5 140.4Indústria de papel 5000 - 10'300 97 274 22,90 35,20 206153,7 282,4Indústria de couro 200 3300 126. 203 14,80 26,00 1650175,6 161,1,Indústria de ca!çado 7 500 39600 937 3053 19,50 26,60528 136,4 325,9Tipografia 12200 39600 1 421 1 972 59,70 62,20322,1 104,1 138.7Serrações 41 900 129000 11 118 11,165 12,40 19,60307,8 158,0 100,4Metalurgia 37 700 75000 1 . 221 22,50 35,40 198,9157,3 .6

PÁGINA 321) No que respeita aos lucros constata-se.1. Dos 16 sectores apresentados apenas o sector têxtil representa um baixo índicede crescimento.2. Para um índice 100 em 1962: encontramos 8 8etres com um índice de cresimento lucros compreendidos entre 150 e 200: bebidas e refrigerantes, refinaçãode petróleo, metalurgia - 4 sectores apresentam um índice de crescimento entre200 e 300: papel, tabaco, indústrias alimentares e minerais não metálicos - 3sectores têm um índice de crescimento entre 300 e 400: borracha, serração etipografia - 3 sectores viram os seus índices de lucros aumentar para 528 e outrapara 1650, trata-se respectivamente da indústria do calçado e da indústria docouro.b) Todavia o índice de aumento de salários é absolutamente d i f erente:1. Apenas em 2 dos 16 sectores o índice de crescimento do salário médio diáriofoi superior ao do índice de crescimento dos lucros; trata-se do sector têxtil e dosector de bebidas e refrigerantes. No entanto é de observar no campo do sectortêxtil que o número de trabalhadores baixou consideravelmente - índice 77,8(base 100 em 1962.), sem que os lucros do sector tivessem sido afectados, antespelo contrário, cresceram.2. Embora 11 dos sectores estudados apresentem índices de crescimento de lucrosiguais ou superiores a 200, no que respeita ao aumento de salários só a indústriaquímica apresenta um índice de crescimento de 215,5. É de notar no entanto quepara o período considerado este é o sector em que o índice do n ú m e r o detrabalhadores mais baixos: índice 58,7 para uma base 100 em 1962.c) No que respeita ao índice do número de trabalhadores empregados observamos:

1. O índice baixou ou manteve-se relativamente estacionário em 6 dos ramos semque isto implicasse uma consequência no lucro das empresas.2. Apenas em dois sectores o índice de aulnento do núm e r o de trabalhadores foisuperior ao índice de aumento dos lucros; trata-se dos sectores de bebidas erefrigerantes e indústria de papel.d) No que respeita aos salários nota-se que os 4 sectêres que agru-pam 50 180 trabalhadores, ou sejam mkis de 60 por cento da mão-de-obra i n d ustrial, os sectores têxtil, indústrias alimentares, calçado e serrações, são ossectores em que os salários médios são os mais baixos, variando entre 19$00 e26$60.Ora é peste sector precisamente que se encontra o ess e n c i a 1 dos trabalhadoresafricanos.Em contrapartida o sector da refinaria do petróleo que é o que paga os saláriosmais altos, 213$20 em média por dia, é o sector em que se encontram menos.trabalhadores - apenas 182 e na sua maioria esmagadora não africanos..Analisando a origem dos capitais que controlam a agricultura, a indústriamaIpufactureira e extractiva, verifica-se que são raros os casos em que os capitaisportugueses ocupam uma posição dominante.Como se disse a percentagem anual dos investimentos não-portugueses naeconomia colonial passou de 1 por cento em 1959 para 30 por cento em 1967.São os g r a n de s capitais portugueses e multinacionais que controlam aeconomia moçambicana.Na produção e refinação do açúcar encontramos 5 com-, panhias principais: aSena Sugar Estates, com 90 por cento dê capitais pertencendo a accionistasingleses, o que é ainda o caso da Sociedade Agrícola do Incomáti; a Companhiado Búzi, subordinada à Companhia de Moçambique, controlada por seu lado pelaBritish South Africa; a Sociedade Açucareira de Moçambique, controlada p e 1 aCOMPADEC, fr ancesa, e seus associados; a MARAGRA, que se diz portuguesamas aparece bastante ligada à Industrial D e v e I opment Corporation of SouthAfrica.As grandes plantações de sisal, coqueiro e outras são controladas por companhiasonde os capitais portugueses são limitados: Companhia da Zambézia (capitaisbritânicos), Companhia das Culturas de Angoche (Suiça), Sociedade Agrícola doMadal (S u í ç a, França, Noruega), Companhia do Boror (Alemanha Ocidental),Z e m b e Plantations (Holandesa).No algodão e no têxtil 2 bancos, Banco Português do Atlântico e BancoComercial de Angola, a Companhia de Moçambique (controlada pela BSA) e afamília João Ferreira dos Santos, directa ou indirectamente c o n t rolam amaior parte das sociedades concessionárias do algodão.Os três maiores produtores de chá, Companhia da Zambézia, Chá de Moçambique(Companhí de Moçambique) e Sociedade Agrícola do Madai são dominados porcapitais não-portugueses.Na indústria extractiva um panorama semelhante.A Cmpaínhia do Urânio de Moçambique, controlada pela Bri#ish South Africaatravés da Companhia de Moçambique, obteve em concessão os direitos deprospecção e exploração dos minerais radioactivoa.

A prose- o e exploração de diamantes foi concedida a companhias sul-africanas: aD I A M O C controlada pela Anglo-American e a Federal Volksbeliggims Bepeka s s ociada ao Gabinete Moçambicano da Organização Ltd. Gamor.Na prospecção e exploração de petróleo e o gás dominam as companhiasamericanas: Pan American Oil Company, Mozambique Amoco Oil Com pany,Alexander Hutchings, Texaco Inc, Hunt Corporation, Kilrey. A Anglo-Americansul-africana obteve também concessões econtrola um consórcio de prospecções em que os outros compónentes são aSociété Nationale des Pétroles d'Aquitaine e a Enterprise de Recherches etActivités P e t r o lière - ERAP-ELF, ambas francesas e a GelsenkircherBergwerks Artiengeselschaft da Alemanha Ocidental.Atraídas pelo que se chama o «escândalo geológico de Tete» numerosascompanhits obtiveram em concessão largas regiões da província. Em Teteencontramos a Companhia Carbonífera de Moçambique controlada pela SociétéMinière et Géologique com capitais belgas, a Companhia de Urânio deMoçambique (BSA) que formou um consorciumn-Companhia Mineira de Tete -em que os outros componentes são: a Bethlehem Steel Corporation, Montedison,Finmiive e a Companhia Mineira do Lobito. Um putro importante consórcio emTete*é a Companhia Moçambicana de Minas, constituído pela JohannesburgConsolidated Investment e a Anglo-Anierican.O trust japonês Sumitomo, através da Namapa Iron Mines, obteve o controlo doferro na Província de Moçambiq ue. A Duby and Company da frica do Suladquiriu o controlo da prospecção e exploração da colombo-tantalite e barilo daProvíncia da Zambézia, através da Sociedade Mineira de Marropino. Em Manicae Sofala a fluorite é controlada por um consórciuminternacional - Sociedade Internacional Fluorité de Moçambique- em queencontramos a Continental ore Corpokation dos Estados Unidos, a Société desMinéraux de Luxemburgo e o Banco Português do Atlântico; no cobre domina aEdmundian Investments (PTY)da África do Sul: na níquel a International NickelSouthern Exploitation Ltd do 'Canadá. A dominação do capital multinacionalsobre os nossos recursos mineiros manifesta-se ainda pela presença da Jkapnek eLonhro, britânicas, a Mussima Transvaal Development Company, a Bullosa, etc.Na iudústria transformadora a presença cada vez mais dominante das grandescompanhias multinacionais e dos bancos é de rigor.O caju é uma das principais riquezas nacionais. As principais companhias quedominam o ramo são as seguintes:CAJUCA: consórcio formado pela Sociedade Agríco-la do Madal OltremareIndustria Prodotti Alimentari e Derivati SPA da Itália e a Cuca.SPENCE an d PIERCE Ltd: consórcio de 2 empresas britânicas, Pierre Leslieand Corporation e Gill Duffu.MOCITA: consórcio quesob a direcção da: Anglo-American, agrupa a Tiger Oats and National MillingCorporation e a Indústria de Prodotti Alimentares de Bologna.A Mocita controla ainda a Indústria de Caju Antires SARL.SOC.JU: associa o Banco Nacional Ultramarino e a CUF.Nas indústrias alimentares

encontramos a. g i g a n tesea Companhia Industrial da Matola (CTMI em que seencontram associados a Metalur-gy South Africa (PTY) Ltd de Joanesburg, aGesellschaft furEllektrometallurgie GmbH de Dusseldorf, a London andScandinavian Metalurgical Company de Londrès e a A. B. Ferrodegeringan deEstocolmo, a Metallurg Inc of New York e a Shieldalloy and Co of New -Yorkambas ' americanas. Nos lacticínios a Nestlé e a Cooperativ Condens FrabriekFriesland Holandesa controlam a produção do leite condensado, queijo e outrosprodutos.A pesca é dominada por três grupos: a Aglo-American que controla a SociedadeInos e a Empresa Pesqueira de Nossa Senhora de Fátima, L. Cobert Investment(PTY) Ltd da Africa do Sul que controla a IMPESCAL, grupo ARPEM dominadopor capitais franceses.A refinagem e distribuição de petróleo é monopolizada

e'.>4 'O. 4>4'. .5e lo grupo SONAP (SONAP, SONAPMOC SONAPMARITIMA, OIL COM) emque 27% e 20% das acções pertencem respectivamente à Compagnie Françaisedes Pétroles e à TOTAL agora ascociadas ao grupo BULLOSAA produção de adubos é dominada por 2 grupos: a Companhia Química Geralde Moçambique em que a Sociedade de Estudos e Investimentos (Champalimau.)está associada às firmas francesas SODEIX e SOGALTRA e a capitais sul-africanos. O segundo grupo que monopoliza .a produção de ácido fosfato écontrolado pela Phosphate Development Corporation LtdFaukor.As firmas americanas General Tyre e a Fireston (directamente ou - através daMABOR) controlam a produção de pneus e câmaras-de-ar.A CODAUTO da British Leyland e a FAMOL, dominam a montagem de viaturasautomóveis, enquanto a fábrica de bicicletas de Moçambique está ligada aosgrupos RALEIGH e SERI-RENAULT.O oleoduto Beira-Umtali peiotnce à LONHRO«britânica. No projecto do'gasoduto do Pande para a África do Sul encontramos a Gulf Oil e o gruDoChamPalimaud.Nos diferentes projectos de instalae de indústrias siderúrgicas de ferroencontram-se a Companhia de Urânio -de Moçambique (British South Africa),a Sociedade Rdro-eléctréa do Revuè (Banco Português do Atlântico e BancoComercial de Angola), a Companhia Industrial da Matola (capitais ingleses,escandinavos,.' americanos e alemães ocidentais), a Rhodesian A. Company e ogrupo Champalimaud.A produção do cimento é controlado por três grupos: a Companhia deMoçambique, a Companhia de Cimentos de Moçambique (grupo Champalimaud)e a Lusalite de Moçambique (grupo BULLOSA, Compagnie Financière EternitSA e Fabrecin Fabriques Réunies de Fibro-Ciment SA ambas francesas eAmindus ,Holding SA).

Portugal aparece assim claramente como o gerente dos interesses, decompanhias sobretudo não-portuguesas, dado que estas pouco mais são capazesdo que encontrarem-se associadas ao capital multinacional.O colonialismo português procura ainda fazer valorizar o seu papel de parasita,tentando integrar mais direc-tamente Moçambique nos planos dos meiosbelicistas.Continuamente o Governo Português e a sua máquina diplomática e depropaganda insiste sobre a necessidade de integrar Moçambique na zona deintervenção da OTAN. Certos meios americanos inclinam-se em transformar oporto de Nacala, o maior porto natural do fndico, em base naval americana.Existem manobras políticas visando a criação de uma aliança militar entre asprincipais potências imperialistas por um lado >e por outro o Brasil, a África doSul e Portugal com os «seus territórios» de Angola e Moçambique. Em resumo,fomentar o clima de guerra-fria para se manter a dominação colonial e racista emMoçambique e na África Austral, p a r a maior proveito das companhias.4. Os interessesdas massasface aocolonialismoe aoimperialismoAs formas particularmente opressivas de exploração aA8 matinacúma os «Trust» petrolíferos tive~a a certa altura attorizaç4o~ar fazer prospeções - Moçamfq4e 0 iwEdio que se reg~to em Pande quea imagem reporta, r el aos . nbo.os o complot fascista português como ~ai imperialiáta.PÁGINA 33que estão submetidas as largas mas s a s trabalhadoras não aparecem comoepisódi-. cas ou marginais. Correponderé, como se verificou, às exigências docolonialismo e das grandes companhias multinacionais que controlam a economiamoçambicana e a África Austral.Entre os interesses das massas camponesas e d as companhias concessionárias eprodutoras, existe uma incompatibilidade total.As companhias concessionárias de algodão que controlam Moçambique fundam asua actividade na imposição da cultura do algodão e no monopólio da sua compraaos produtores africanos a preços obrigatoriamente 4 a 5 vezes inferiores aos domercado livre e do mercado internacional. Mais de 500 000 a g r i c u Itoresencontram-se submetidos a este regime antes do desencadeamento da guerra,atingindo hoje 550000 o número de agricultores submetidos ao regime.É certo que o desencadeamento da guerra obrigou o Governo Colonial aprogressivamente libertar o mercado e a abolir a imposição da cultura, numatentativa desesperada de ganhar as massas camponesas, de lhes- fazer abandonaruma dassuas rei-

vindicações tradicionais. Mas as necessidades das companhias que em últimaanálise controlam o governo, rapdamente tem imposto o recomeço das culturas

forçadas no quadro dos campos de concentração criados com o objectivo deisolar as populações da FRELIMO. Com efeito nestes campos de concentração,onde já se encontram internados, segundo declarações governamentais, mais de 1-milhão e meio de moçambicanos (cerca de 1/6 da população moçambicana), aspopulações sob a ameaça das armas colonialistas são forçadas a produzir osprodutos adquiridos em seguida a baixos preços pelas companhias que gozam domonopólio de compra.A insta)ação de comunidades rurais europeias nas nas terras férteis espoliadas àpopulação 4fricana é uma das constantes da política colonial portuguesa. Estaacção prossegue um duplo objectivo: por um lado absorve a mão-de-obra ruraldesempregada em Portugal, por outro transformar os agricultores europeus emdefensores da ordem colonial. Diversas regiões do nosso pais têm sido objectodesta prática, como é o caso do Vale do Limpopo, Montepuez, Marrupa, osplanaltos do Chimolo, GúrUè e Vila Manica, ete. Pelas suas proporções, o planode instalação no Vale do Zambeze de 1 milhão de colonos europeus, assume umsignificado particular: trata-se desde já de modificar a composição étnica do país ede levantar uma barreira humana ao desenvolyimento da luta de libertaçãO,preparando-se assim as condições para tentar desvirtuar o conteúdo real docombate, transformando-o em afrontamento racial.A criação dos colonatos opõe-se radicalmente aos- interesses das comunidades,rurais africanas. A espoliação das terras e a transferência forçada das populaçõespara novas zonas reduz sistematicamente à miséria as populações, permitindoassim o aumento de mão-de-obra barata a ser utilizada pelas companhias ecolonos. Um exemplo típico foi o da criação do colonato do Limpopo na segundametade dos anos 50, que bloqueou e destruiu o desenvolvimento dumacomunidade rural africana próspera, que já integrava na economia de mercado elançava as bases duma agricultura mecanizada.O trabalho forçado nas plantações das companhias,. que é a base dos lucrosfabu- losos das companhias monopolistas do açúcar, chá e sisal,' constituisobretudo uma forma particularmente dura da exploração dos trabalha-dores rurais. Estes são obtigados a abandonar as suas actividades agrícolas ouartesanais, em troca de um salário inferior a 5$00 por dia de trabalho de 12 horas.Mais de 100 000 trabalhadores encontram-se anualmente submetidos a eàteregime.0 grosso das massas atingidas' por estas práticas é constituído pelas populaçõesrurais.São estas populações ainda, quem fornece os efectivos de trabalhadores vendidosanualmente -para as minas sul-africanas e plantações rodeslanas.Sobre as populações rurais pesa ainda um imposto directo pessoal que atinge 1/4do rendimento anual do africano e representa 17,3% das receitas ordinárias doEstado. Os impostos indirectos, que recaem essencialmente sobre as massas maisdesfavo-de sobre os restantes sectores.As indústrias manufactureiras extractivas e de construção contribuem em 16,5%do PBI, sendo a contribuição do comércio e certos serviços '(tíansporte e x cl u í do) de 41,7%. Ora o imposto sobre as indústrias repre s e n t a apenas 9% as

receitas gerais ordinárias, enquanto o imposto sobre o capital só representa 16%das mesmas receitas.A prodqá d~&%cAp asi co~ a espi w~us da e~&uavi~d da. ~mtinaeo" Moç. iq&.O <di, uma gd ~ anão bOnelioiva o povo, m~ ema mirecidas representam 12,5% das receitas: ordinárias. Quer isto dizer que no totaldas receitas do Estado as -massas mais pobres. contribuem com 29,8%. Nota-tseque o sector agrícola de Moçambique embora compreendendo estatistlcamente aagricultura europeia e as diversas companhias agrícolas contribui apenas em 28%do produto interior bruto.Para melhor se apreciar a maneira como os impostos coloniais coi.situem u ,a fpr-, ma refinadai de e p oeaçAó: das' massas : em ,4avor do grande capital, bastaanalisar a incidfncia da fiscalida-que. No entanto, as despesas da saúde e da educação orçam apenasrespectivamente em 3% e 2,6% e, é claro que, a maior parte desta magrapercentagem destina-se às zonas urbanizadas onde vive o grosso da populaçãoeuropeia. O Iii Plano de Desenvolvimento num total de 1113,2 milhões de escudogastos nó ano de 1970, consagrou precisamente 1,5% do total para odesenvolvimento rural.Dentro deste contexto compreende-se que a libertação fiacional para as largasmfasýas camponesas do nosso país, exija uma modificação radital 1da situaçãocamponesaque abranja a abolição real das culturas forçadas e do trabalho forçado, o fim daespoliação das terras e da exploração das companhias concessionárias e dasgrandes plantações, a liquidação da prática da venda de trabalha dores aoestrangeiro, a transformação tqtaI do sistema fiscal a favor das massas trabadoras.Em resumo, o conteúdo da reivindicaçãoý camponesa no nosso pais exige adestrui.ção do Estado Colonial do Estado das culturas forçadas e das plantações, doestado da dependência em relação ao imperialismo, representado pe lascompanhias multinacionais e pela subserviência perante os interesses da indústriamineira sul-africana e da indústria agrícola rodesiana.A classe operária moçambicana, embora de recente formação, conhece uma certaexpansão devido ao crescinento rápido da indútria moçambicana.A classe operária encontra-se submetida aos grandes capitais multinacionaisamericanos, ingleses, franceses, oeste-alemães, japoneses, belgas, italianos, sul-africanos que dominam os sectores da petroquímica, construção naval, construçãode fnáquinas e artigos eléctricos, montagem de automóveis, i n d ú s t riaspneumática, cimentos, indústria extractivas, produção hidra-eléctrica, industrialalimentar, etc.A legislação colonial facista reprime brutalmente qualquer tentativa deorganização da classe, fora dos quadros dos sindicatos fascistas, quaseexclusivamente reservados aos funcionários e trabalhadores europeus. Osmovimentos reivindicativos, tal como o testemunharam as greves da Estiva e dosCaminhos de Ferro da Beira e Lourenço Marques em 1963, são ferozmentereprimidos saldando-se o seu fim como mortos, feridos, prisões em massa.

Derivado das despesas de guerra, a subida extremamente rápida do custo de vida,absorve os magros aumentos de salários que intervêm para diminuir ainsatisfação geral: assim, em Setembro de 1970 e Setembro de 1973 enquanto oíndice de preços subiu de 43%, o salário médio dos trabalhadores não qualificadosapenas subiu de 17%.A industrialização de Moçambique em proveito exclusivo do capitalmultinacional e financiada na prática pela exploração desenfreada dos dostrabalhadores e pela pilhagem dos recursos naturais da Nação, é incompatível comos interesses das massas trabalhadoras.Neste contexto, também, .:

0 Povo mogsmbcaso cont*ttui u~a mina para oa coloni.U aca~state eimPO~'Jý. Milhares de orionçae como as d4imaoem, mo~ de dersntiço,eqw.sato os ezploradores en"quec~m ada vez mat.para a classe operária moçambicana, a independência nacional exige a destruiçãodo Estado Colonial, o Estado da subserviência em relação aos capitalistasportugueses e às sociedades multinacionais. A Instauração de-novas relaçõessociais de produção para pôr cobro à exploração existente, corresponde aosinteresses e à consciência crescente das massas trabalhadoras moçambicanas.O conjunto destes dados mostra-nos claramente que a reivindicação daindependência nacional, compreendida como destruição dó Estado Colonial e aedificação dum Poder Popular livre da domn imperialista, correspo~m aosinteresses e as-pirações das largas m*.ssaa do nosso país, o que é demonstrado na práticaquotidiana pelo eco encontrado pelas nossas palavras de ordem.Sob a pressão internacional contra a política obscurantia. ta e racista docolonialismo português, sob a pressão ainda do imperialismo, preocupado com ainexistência duma burguesia africana aignificativa, Portugal na última décadaresignou-se em promover um pequeno sector africano de funcionários e técnicos.No entanto, a formação desta camada, que pela sua educação e conhecimento seapresenta como um competidor. sério da massa iletrada ou semi-iletrada decolonos, sus-cita graves problemas aos colonialistasEm «O Problema Estratégico Português», euma séria de lições proferidas no anolectivo de'1966-1967 num Curso de Altos-Comandos, o General Kaulza deArriaga, que foi comandante-em-chefe do exército colonial em ~embique de1970 a 1978, procura definir a linha política e estratégica a ser seguida dentrodeste quadro: .... «Só seremos capazes de aumentar um domínio branco emAngola e ,Moçambique se o povoamento (branco) -for em ritmo que acompanhe eultrapasse ligeiramente pelo menos, a produýko de negro% evoluídos...fllopodemos pred¥uir negros evo-luídos em quantidade superior aquela. que corresponde ao Povoamento Branco....Precisamos de travar ligeiramente a promoção dos Povos Negros depois temosque convencer esta gente que estamos a promovê-los num ritmo adequado....».Assim, ao mesmo tempo que, demagogicamente, se proclama uma política depromoção das populações africanas e se procura convencer o mundo e os «negros

evoluídos» de que tudo se faz em favor do africano, na realidade o colonialismoage pam «travar ligeirament a prOmoção dos Povos Negro .̂Ê dentro deste eotexto que devemos utiar as manobras presentes de «Autasmala,

criação do Estado Ronorifico de Moçambique, alargamento do ConselhoLegislativo, ete.Na realidade, estas e outras manobras (há meios colonialistas que sugeremmesmo uma futura «independência», quer no quadro duma pseuda-comunidade luso- africana, quer ainda no estilo apartheid) visam sobretudo doisobjectivos essenciais: desviar a atenção das massas e do mundo da naturezacolonial do regime português em Moçambique e tentar seduzir e corromper umamagra camada africana, a quem seria reservada a triste sorte de agente fantochedo colonialismo português.A prática demonstra no entanto, que cada manobra colonialista destinada aresolver a sua contradição antagónica com as massas, agrava e suscita novascontradições.Assim, ao mesmo tempo queos colonialistas dizem promover a constituição duma camada de «negrosevoluídos» agravam a repressão contra esta camada, que pela sua condição podeapreender a natureza e as intenções do regime. Vemos neste contexto que nosúltimos 3 anos as va-gas de prisões nas zonas urbanas do sul do país onde predominam os «Negrosevoluídos», atingiram cerca de 5000 pessoas incluinao saácerdotes, pastores eoutras personalidades eminentes respeitadas pela população.A Universidade de Lourenço Marques onde se deveria formar esta elite, evoluídaainda que a maioria dos alunos seja de origem europeia, foi encerrada comocentro subversivo da Frelimo. Os dirigentes associativos, quase todos elesbrancos, foram presos sob a acusação de militarem subversivamente a favor daFrelimo; depois de libertos estes mesmos elementos foramincorporados à força no exército.Para a camada embrionária de pequenos e médios funcionário, e empregados,para a camada nascente de jovens técnicos e intelectuais também o colonialismohão fornece outra solução, que ada subserviência às potências estrangeiras' e ao colonialismo, o amordecimento daconsciência e do pensamento, à traição nacional. A troco da servidão, ocolonialimo propõe alguns salários relativamente elevados e um conforto pre-,cário, sob a vigilância e repressão constante da PIDE.A inelutabilidade da derrota do colonial-fascismo, em Moçambique, que seconfirma diariamente pela extensão da luta armada e pela importância cada vezmaior das vitórias alcançadas pelas forças da Frelimo, pelo sentimento e tradiçõespatrióticas que indiscutivelmente animam a quase totalidade destaca~ , pela justeza da nosse linha, têm levado progre,sivamente esta camada arejeitar o papel de fantoche o que o colonialisno a quer vo.m tar, aderindo abertaou elan-m destinamente às fileiras daiE Frelimo.0 isolamento crescente doi

regime colonial-fascista ve-ý rifica-se mesmo junto da pró-& pria populaçãoeuropeia, que normalmente, no plano inimigo, deveria. servir de ba-luarte dedefesa das teses opressoras.Os colonialistas que junto' destas populações fundaram a sua acção emcampanhas chauvinistas e racistas, naE especulação sobre a naturezaf terrorista eanti-branca do movimento patriótico, foram§ forçados a constatar que eraimpossível embrulhar-se o fogo da realidade e da verdade com o papel dapropaganda mentirosa. eA conduta exemplar e sis-i temática dos combatentes e

1militaes~ da Freimoem relação à população europeia, nomeadamente oseomerciantese ag~i*tores das zonasrurais, desmisificam a propaganda colonial e dissipam o falsos receiosinculcados. Tão intenso se tornou o fenómeno que o inimigo viu-seobrigado a recorrer às pro-veia à Frelimo.As práticas terroristas, parte integrante do comportamento do exército colonial-fascista, o desenvolvimento rápido e sistemático das acções mais brutais, erepugnantes como os massacres de envergadura crescente, contrastam claramentecom a li-bispos no julgamento dos padres do Macúti constitui uma conden~ão aberta dasprática terroristas sistemáticas do colonialismo português. O massacre deWiriyamu, que produziu um choque sem precedentes na opinião internacional, foiainda uma ocasião para que numerosos sacerdo-cista e exploradora -do regimea sua política em benefício exclusivo do grandecapital português e multinacional também se fez ressentir junto da populaçãoeuropeia, intelectuais. Estas camadas,-sujeitas à exploração capitalista e à repressão fascista, sofrem urna degradaçãocons-Foi o povo explorado que, contribuindo com tudo o que lhe era possível, r6sistiu oiutou contra o colonialismo e imperialismo até a vitória final Organizado e unidopela FRELIMO o povo moçanbicano veneu o colonial , A luta continua agoracontra todas as for~m de explor«$o do homem pelo hontem,voções mais descaardas e Ärtais para o tentar deter. Assim em Tete e Manica eSofala em particular, soldados colonialistas envergando uniformes iguais aos daFrelimo, atacam e saqueiam lojas §de comerciantes europeus, brutalizando osseus proprietários e deixando em segui4afalsos panfletos da Frelimo §a « assinarem»: o crime. Outras vezes apresentam-senas lojas como militantes da Fie,limo com objectivos de detectar as simpatias einclinações dos comerciantes e desencadear represálias contra os que Imostramsentimentos favorá-nha e a prática dos militantes da Frelimo. Isso tem levado sectores cada vez maisamlplos da população europeia a sentir que na realidade os únicos terroristas ecriminosos, os únicos racistas em Moçambique são as forças de opressão dosistema colonial-fascista. Esta situação é testemunhada duma maneia clara pela

evolução da Igreja Católica em Moçambique. A Igreja que se identificatotalmente ao re. gime, salvo raras e honrosas excepções, começa hojepublicamente a denunciar o reino do terror e do massacre. A deposição corajosade váriostes e prelados se demarcassem constituída na sua maioria por trabalhádores,empregados, funcionários, técnicos e do regime colonial-fascista. Hoje, o regimecolonial-fascista que pretende .defender em África a civilização cristã aparecepublicamente como o assassino dos chefes da Igreja Presbiteriana emMoçambique, os reverendos Zedequias Manganhelas e José Sidumo, prende,tortura, condena e expulsa pastores e sacerdotes, submete bispos a ameaçaspoliciais e provocações.A natureza repressiva, fas-tante do seu nível de vila em consequência da política de guerra e da sujeiçãò aocapital. A linha e a prática da ção Frelimo, que sempre definiram claramente oalvo das nossas armas e distinguiram sem hesitação a população branca eportuguesa do colonial-fascismo, tem levado este sector a tomar uma atitudepositiva em re1ção à luta de libertação., crescente o número de brancos, que sentindo Moçambique como a Pátria detodos os moçambicanos sem distinção de raças, se integra nas fileiras da Frelimopara li-

A# Porças Populk#es de Libertação de Moçambique sõo o braço armado do povo.bertar a pátria a destruir o regime de dominação e exploração estrangeira e arepressão fascista. Por isso mesmo as forças da PIDE lançam-se agora tambémcontra a população europei% enquando a m máquina de propaganda colonial seesforça por convencer a população europeia qè esta não deve confiar nas palavrada Frelimo Amar-gamente, no fim do ano de 1973, o Governador-Geral Colonial queixava-se docrescimento da «subversão» no seio da juventude branca e no seio .das fileiras daprópria administração.Assim, na realidade diária, a luta de libertação encabeçada pela Frelimo, apareceverdadeiramente, no conteúdo e na forma, como o combate detodas as camadas sociais sem distinção de etnia, raça ou crença religiosa, contra adominação colonial-fascista portuguesa e imperialista em Moçambique.Para as massas trabalhadoras moçambicanas, q u e constituem a maioriaesmagadora da população, assim como para os sectores de funcionáriòs eempregados, técnicos e intelectuais, pequenos e médios proprietários ecomerciantes a libertação nacional significa necessariamente a destruição dumEstado que se identifica com a dominação brutal do grande capital, àsubordinação dos interesses nacionais, aos in-teese da doiaã impe 4rialista no:5 nos asenregião autaocotnnePelo se otúoefrapelos ~ sesojcivs osluaédmortc popul.

Por iso dade á .nanosspátra, ns znas iberadaque obre 1/3do pís, e 4kinstla oPode Poplarderessqes dfc domaoiePaelovsuaot, d fra peosseobjetivoa nossluaéperáticaemopua Porisoeráoanos

o traballriquezapara o povoParticipe no progresso do pars.Junte-se aos nossos 100 000 depositantes. 0 seu dinheiro depositado no Montepioserã agoraaplicado na construço de casas populares.Assim, além de ver crescer as suas economias,contribuirá para a construço doMoçambique novoaMontepoII axs!djuos!t 9,5% isentos de impostos

AINDA AS FISTAS DA INDIPEIBASTIDORESCONTAMOSCOMDurante os festejos da nossa Independência, que galvanizaram todo o povomoçambicano do Rovuma ao Maputo, estiveram presentes em todo o pais dezenasde delegações estrangeiras com inúmeros convidados, onde se destacavam Chefesde Estado, Chefes de Governo, Ministros, embaixadores. délegações de partidospolíticos e multas outras entidades.Sem possuirmos ainda um serviço de protocolo ao nível das estruturas doGoverno, por conseguinte, sem possuirmos em quantidade intérpretes oficiais eguias, sem possuimos os chamados hotéis do Estado e hotéis do partido, semnunca temos tido uma experiência do género em Moçambique, com foi possívelfazer frente a este problema novo?NOSDOASN.C

ERVIÇO SSAS FDEPROTOCOLOROPRIASFORÇAS

Contando com as próprias forças, com a activa participação do povomoçambicano nestas tarefas - afirmar-nos-la o Chefe do Protocolo da ComissãoExecutiva das Festas da lndependêncta, camarada Daniel Banze.Houve falhas? Certas insuficiências e contratempos? Decerto que si.Todavia, esta foi de facto mais uma experiêncI1iistórica do povo moçambicano emais uma batalha ganha por esse mesmo povo.Sobre os problemas, as dificuldades e vitórias que terão surgido nos bastidoresdeste mundo protocolar será o próprio camarada Daniel Banze, por nós solicitado,que irá fazer um apontamento critico de tudo o que aconteceu.

PÁGINA C EE DDEPOIMENTO CRITICO DO C HEFE DC DA COMISSAO EXECUTIVADAS FESTASAntes de começar propriamente a descrever o que foi todo este imenso trabalhoprotocolar durante os festeos da independência, o camarada Banze agradeceu emnome de todos os camaradas que estiveram directa ou indirectamente ligados aostrabalhos protocolares da festa, ao Comité Central e ao Comité Executivo, anomeação desta, Comissio de Festejos, que era uma necessidade imperiosa. Poroutro lado, agradeceu também a todos os camaradaa que com ele trabalharam,todos os responsáveis da FRELIMO que não se pouparam a esforços para superaros problemas surgidos no inicio, assim como a todo o povo moçambicano que deuo seu contributo para os festejos da independência e em especial o da Província doMaputo, que teve sobre ele o grosso do serviço protocolar.- Falei concretamente como s trabalhos decorreram, não falarei apena como oserviço do. protocolo decorreu. Fisicamente ndo fui capaz de vive a realidade dosproblems protoolares em todo o pais. Senti ser muito limi nestesentido,.devido a raszões claras de não poder participar em todos os problmas.Todavia, em todo o nosso Psis sabemos que se o ambiente não foi idêntico foi apor -ausa da lorma,pois o contetdo de todos os servi'os protocolares foi idêntico. Esse conteúdoencontra-se na aplicado da linha política da FRELIn1O - comearia por dizer ocamarada Daniel Banze, que acrescentou:- Sobre as tarefazs do protocolo em geral e do protocolo em especial na provínciado Maputo, gostaria de dizer que-existe no mundo diferentes formas de protocolo em diferentes países. Porconseguinte iremos centralizar esta nossa conversa hoje, n4 forma como aFRELIMO orientou esses servios protocolares na Independência.NOSSOS SERVIÇOS DE PROTOCOLO TE:M CARCTPOLÍTICO- P~ra nós, os seios de protocolo tém caráctr polico; na m ida em que elesserram de instrumento para in-terpretaç0-o política do acontecimento que pela sua natureza foi tambm político;As festas da Independência de Moçambique foram resultado da luta longa quedecorreu durante 10 anos para conquista ou afirmaçao doa direitos do povomoçambicqn. Depois da vitória deciivt, um destes dias tinha que ser o dia 25 de

Junho. Portanto eteý dia é de importância capital; p~a a humanidade em geral- dopovo moçambicano em particular.- Para a realização desta d a t a era necessário que se crwesem condiçõesprotocolores, alým. de muitas outras condições quer sociais, quer humanas ,etç.Sabia-se que para estas festas, o nosso povo havia de se alegrar, como participanteactio no combate contra o cancro 'colonial que ruia os valores l4umanos e miteriais de Moçambique. Sabia-se muito bem qz,9 viriam Delegações de povos epartidos amigos, que durant, os 10 anos de luta não pouparam. todas aspotencialidades políticas, mate~iat e espirituais, para que esta data fosse umarealidade. Por tude isto o protocolo foi político.- Os serviços protocolares assentaram nessa pedra angular qud foi o instrumentocorrecto na orientação da linha corre a da FRELIMO na luta de libertaçãoNacionab).Camarada Daniel Banze: Chefe de Comissão Erecutiva d«as Festas delndependênca.A COMISSÃO DE FESTAS A EXECUÇÃO [ AS REALIDADESO camarada Daniel Banze diria mais adiante:- A FRELIMO, o povo moçambic4no, consideraram seriamente a participaço deGovernos de diversos países e a particioaçOo do próprio povo moçambicano, nasfestas da nossa Independênc. Portanto &chou-ae necessário a nomeação de u i aComissdo Ezecutiva Nacionl para as Celebrações da IMependência que não sófacilitasse a chegada dos hóspedes, 'o seu alojamento e movimentaáão no nossopaís, mas também para, através d e s t a Comissão,- interpretasse objectivamente aUni~ do nossopovo.- Esta conuesdo era constituída por elementos vindos de todas as províncias donosso pais. A Comissão estudou todos os problemas que serviram de base para arealização do que foi confiado pelo Partido e pó-los em execução.- Vdrios problemas surgiram no entanto desde o início dos trabalhos daComissão. Destes problemas podemos enumerar e recordar alguns. Ondeencontrar carros para receber os nossos hóspedes, casas para os alojar, etc., etc.?- alando na linguagem protocoiar, a necessidade imperiosa de formaão depessoal habilitado, foi uma das primeiras preocupações. Sabia-se muito bem queos hóspedes que viessem para Moçambique não eram turistas. Eram pessoas quedirecta ou indirectamente, tiveram participação na nossa Luta de LibertaçãoNacional- Para isso era preciso que houvesse uma estrutura política para a realização dostra-balhos protocolares. Paralelamente às tentativas de '~contrar carros emquantidade, casas de espectáculos, etc., estabeleeu-se pela primeira vez no nossopaís um programa intensivo (acelerado) de formação de quadros para assuntos deprotocolo. Os progmaas para o efeito obedeceram a aspec tos linguísticos,políticos e diplomáticos.- O tempo para a exseução deste programa foi muito limitado, portanto hd quereconhecer a rapidez havida com a preparação desses quadros.CONFIAR NAS PRÓPRIAS FORÇAS PARA SUPERAR AS DIFICULDADES

Quanto a este aspecto da li-

PRPTOOLO DA INDEPENDÊNCIAmitação do tempo para -preparação do pessoal e outras dificuldadesposteriornente surgidas, o Chefe do Protocolo da Comissão Executiva das Festasda Independência, adiantou:-- Tudo o que disse antes ao foi porque a Comissão foi apnaade surpresa, mas simdedoó afluência d prob~esa resolver no mesmo peodo de tempo.- Estes programas de form~ção de quadros ndo foram estabelecidos pararesponder -a formalismos do protocolo internac mas s, para responder aexignc imperiosas da linha política da FRELIMO.- O problema da preparação de quadro otocolars é um problema ao nível nainalque se stá a en~'a, não só em relação às festas que se fizeram, mas também para acontinuação do serviço que se expande actualmente ao nível governm~etaL- Como chefe do protocolo e sendo produto da luta de liberta~o nacional e do p ov o mambicano, não esconderemoa em declarar que pela primeira vez nosencontramos numa nova situação com este serviço. Nenhum de nós tinhaexperiência anterior neste capítulo. No entanto, mesmo durante a preparação dosquadros não fomos cotratar jieritos na matéria; aceitdms e cumprimos osprincípios que na FRELIMO são usuai «Confiacr nas nossas próprias Força.- Por outro lado devemos a~rescentar que ndo sentimos complexos deinferioridade na execução desta missão porque pensámos que já tínhamosrealizado, outras missóes, não no gênero, mas em condições muito mais difíceis,missões essas que originaram e resultaram esta própria Cômiss&o Executiva dasfestas da Independência.AMPLAMEIITERESPONDIDOSegundo afirmou o camarada Banze, logo que se iniciou o trabalho da Comissão,esta lançou um apelo de cóiaboração que foi pronta e rapidamente correspondidopelo povo moçambicano. Pessoas de todas as idades e sexos acorreram achamadas para os serviços protocolares. Instituições, repartições públicas,entidades particulares, empresas ofereceram os seus préstimos, quer fornecendocarros, quer casas para alojamento e todo o tipo de ajuda para que as festas da.independência terminassem em êxi-. to.Por outro lado, salienta-se que muitas dificuldades surgiram quando, depois deterem já o programa estabelecido com o quantitativo de casas e carrosestabelecidos, mensagens em Telex chegados à capital poucos dias antes daIndependência confirmavam por exemplo que determinadas delegações em vez devirem apenas com 4 elementos vinham com' 9, ou então que determinadadelegação chegaria no dia 24, anunciava que c h e g a v a por exemplo uns diasantes.- Estes dois exemplos podem mostrar como fomos logo forçados a apliar umagindstica flexível para ir ao encontro desta situação. Era preciso provídenciar maiscarros, mais casas, mais intérpretes visando o número de membros surgidos àúltima hora - disse o camarada Banze, que acrescentou:

- O nosso optimismo caíu uma semana antes da proclamoção da Independência.No entanto o facto de termos falhado neste aspecto não nos desanimou e a lutacontinuou. Além desta situação, um dos problemas mais difíceis de resolver foi odos transportes: Atendendo a que vinham «VIPs», elementos Q u e representavamGovernos, Organizações, o protocolo exigia certo número de carros dedeterminado tipo, tipo esse que não possuíamos em quantidade suficiente. Por i ss o tivemos de recorrer à mobilização g e r a 1 dos carros de praça. Aquiqueremos agradecer novamente a todos os que compreendendo o alto significadopolítico da data, não se pouparam a esforços para resolver este problema.- Encaramos também dificuldades motivadas pela inexperiéncia, e outros errosque nós reconhecemos por falta de coorde~ o das subcomissões incumbidas p ara as tarefasprotocolares., Esta f a 1 t a de coordenaço n eramtivadapor efetos de moný;oo foi,na minha maneira de ver,' falta de experiência em trahlhos do género. No que diz'espeito ainda aos intérpretes:hi& q'ue salientar o es~ íito Cm., ç: .desempenharam as suas funções com o espírito de interpretação político deciada pessoa e acontecimentos históricos das celebrações das festas deIndependência. Se houve insuficiên.eia foi em casos muito isolados e temosesperança de superar essas dificuldades porque hd valores humanos que podemser utilizados e há vontçde para aceitar a orientação polític4 da nossa Orgnização.Pois que tanto intérp~es como guias, assumiram a responsabilidade de realizar assuas tarefas na defesa da Unidade Nacional. É de salientar que muitos destesintérpretes e guias dos comités de recepção muito antes de ter começado operíodo das festas, desligaram-se das suas - famílias e profissões para executarestas tarefas, que é um dos aspectos da reconstrução nacional.SER VIÇO PERMANENTE DE PROTOCOLOO Chefe do Protocolo do Comité Executivo das Festas da Independência frizou, aseguir, que não existem de facto ao nível nacional estruturas de protocolo, masque este próblema está a ser resolvido em primeiro lugar ao nível de Ministérios,com mais evidência para o Ministêrio dos Neg6cios Estrangeiros. :,<. Sobre os problemas relativosa certos aspectos, tal como, o ganização do 'trânsito, vias de acesso e outrasquestões surgidas durante os festejos, o camarada Daniel Banze diss, o seguinte:- De ora avante espergmqs que nós todos sejamos elementos do serviço deprotocolo. Se alguma coisa ndão correu be, é sem dúvida alguma a falta- como dissems. - de coordanao, experiência, Como o que sucedeu por exempoem, certas cerimónias, como por exemplê nos acessos ao estádio da Machave,onde À policia, no espírito de garantir harmonia bloqueava os acessos, paraaquele estádio, mesmo 74 nos portões, não os abrindo.- Também sucedeu coisa parecida nos teatro, o nd e se realizavam actividade~~lturais, espectáculos esses que começavam às vezes uma hora mais tarde do queo marcodo.

NOVA EXPERIÊNCIA HISTÓRICA PARA O POVO MOÇAMBICANO

Apelamos para que de futuro, todos procuremos -detectar essas anormalidadespara não só enriquecermos as nossas festas, mas também para contribuir naelevação do nível de conhecimento geral, que é afinal a cultura geral de c povo.- Os serviços de protocolo agradecem, todavia, às Forças Populares deMoçambique, à C. P.M. (Corpo de Policia de Moçambique), ao povo, órgãos deInformação e todos os demais que deram a sua inesgotável contribuição para fazerdo 25 de Junho (embora com chuva), um dia de Alegria e Felicidade.UMA EXPERIÊNCIAHISTÓRICASobre as celebrações que foram, de facto, uma nova experiência histórica para onosso povo, o camarada Daniel. Banze, acabou por afirmar:- Nas festas da Independência, vários cama'nadas de várias Províncias do n o e e opaís foram destacados para seguir para o curso acelerado de serviços de protocolo,Juntamente com eles participam camaradas do Maputo. Mas além dos serviçosprotocolares, muitos de nós aceitamos em trabalhar em diferentes sectóres eserviços programados e tudo isso constituiu uma experiência história.- Se se verificaram, como é óbvio, alguns pontos f r a c o s nuns e noutrosaspectos, isso deveu-se excluevamente a muitos multi-factores: excesso deoptimismo antes da experiência histórica, falta de compresão da necessidade decolaboração dos trabalhos comuns, e ainda aqueles vestígios e valores dasociedade decadente que herdámos no passado. Tudo isto impediu muitos de nósde estarmos à altura de corresponder às exigências de um protocolo perfeito.- Sem dúvida alguma que não fomos perfeitos. Recebemos criticas directas eindirectas, tanto do nosso povo como dos inúmeros amigos que vie-rampaticpar connsc t a alestas e nós awmos que essas críticas foram .ntrutivas e portanto aceitamos apalmatória, para nunca mais aceitarmos outra. Estamos certos que depois destaexperiência histórica 5o m o e capazes, na qualidade de homens detentores devalores humanos e materiais de vencer e atingir o nível que nós todos desejamos.- A imperfeiãv de h o j e não significa a incapacidade de realizar no futuro asnossas tarefas da melhor maneira. Temos potencialidades que, ao- seremdesenvolvidas conscientemente, podemos corresponder ao que -a história exige denós todos.- Achamos que a Proclama,ção da Independênca, as tarefas realizadas durante ascelebrações, da Independência, a presen~ dos hóspedes no nossoPais, o trabalho colectivo que realizámos, a falta de bens materiais e éstruturashumanas organizadas, vieram precisamente neste acontecimento histórico, paramedir as nossas capacidades físicas e intelectuais. Quem não aprendeu destaexperiência histórica não soube aproveitar as liçóes da experiência histórica».

RESISTENCIA POPULAR GENERALIZADA CONTRA ATAOUES EMASSACRES DO IMPERIALISMO. - . ... .,: ...... . . .. .O o* apnolano encotra-se neste momenfo a resistir e o Intar contra as forcas aoserviço do Imeriallsião deselosas de nenretuar a onressão e a exeloração naqueleterrft& ri ;mãn da Mfrfa Ociental.

A FtiRA e o seu exrflto merr.enfrlo, o E.HA. ensmnentam neste momento a terrarica de Anoola, emna o o pois dirldo Dela sua vain.uarda revolucionária oMPLA e o brace amado desse mesmo povo as FAPIA (Forcas Amadas Poçalaresde Libertaçio de Anoola) encontram-se epenihos m'n'a resistênria aeneralizadacontra os agressores.futretanto toda a chamada grande imprensa Ociental ao serviço do capitalismo fazcrer que os combates que se travam em Anqola são apenas resultado da«incompatibildde entre movimentos rivais», tentando confundir desta maneira averdadeira natureza da luta.Aentes da CIA vestidos de <imãoç brasleiros». oroanizacóes de extrema.direta decolonos dirinldos por ex-Pies. boicote econmico. pseudo-overnos no exillo deCabinda. tudo isto acomoanhado por massacres. bombardeamentos e todo * tinode provocacies, fazem parte do comol6traitalimnerllista contra Amola.

-~"'-4A situação em Angola só é confusa para quem a não quer compreender. De umlado estão as forças da reacção, ao serviço dos grandes interesses capitalistas e deoutro as forças revolucionárias populares e que desejam uma verdadeiraindependência para o território, ainda sob a dominação portuguesa.Manietados pelos acordos do Alvor, os portugueses em Angola falam no entantode uma «neutralidade activa», actividade essa que nem sempre tem sido. dirigidaa favor dos legítimos interesses do povo angolano por culpa do próprio Alto-Comissário Silva Cardoso, cujo afastamentotem sido nos últimos meses insistentemente pedido por todas as forçasprogressistas angolanas.Um terceiro movimento, a UNITA, do dr. Jonas Savimbi, que tenta surgir comouma terceira força presentemente neutral, é no entanto uma importante forçareaccionária a jogar pelo imperialismo, calso falhar o ataque sanguinário e brutalda FNLA. A visita que Jonas Savimbi fez recentemente à África do Sul e a ofertade um avião a jacto por Voftter são bem evidentes.M OS ACONTECIMENTOSPRECIPITAM-SELogo após a cimeira de Nakuru, no Quénia, que logo de início se soube não vir aresultar na unidade dos três movimentos, pois todos os anteriores acordos foramsistematicamente boicotados pela FNLA, este movimento fantoche imediatamentedesencadeou uma onda de assaltos e massacres em Luanda e noutras vilas doNorte daquele país, enquanto o seu líder, Holden Roberto, visitava a França, parafornecimento de armas pesadas e mísseis terra-ar para os criminosos do ELNA.O MPLA e as Forçah Populares de Libertação de Angola ,depois de Holden teranunciado uma declaração aberta de guerra acompanhada da intensificação dosreferidos massacres e ocupação com blindados de localidades do Norte, lançou apalavra de ordem de resistência generalizada, que teve como consequênciasimediatas a libertação da cidade de Luanda e do principal órgão de informaçãoescrita do pais, o exjornal «A Província de Angola». Os trabalhadores, depois de

afastarem o chefe de redacção afecto ao FNLA, passaram a chamar àquele órgãoJornal de Angol&

*« A esquerda: Nas delegaçs da P.N.L.A. o que este mo~mento fantochedemagogicamente chamava «casas do povo», foram encontradas esta dIaras dtortura e morte aquano da libertaço desses antros pelo braço armado do povoangolano as PAPLA. Na foto ainda se vêm os fios el rios que ligavam da molasda ama e da cadeira para assar os eros dos militantes do M.P.L.A.n Em cima: A ac-tual eituaço em Angola devè-&e bastante ao conluioestabelecido entre Mobutu cuhado de Holden Roberto) e Spinola com vista oservir fielmente o imperial'smo.Entretanto a luta continuaem todas as frentes, com o povo angolano e a sua vanguarda política a resistir àstropas do ELNA, cuja grande parte dos efectivos é zairense.* TRABALHADORESANGOLANOSDENUNCIAM MASSACRESDO IMPERIALISMOA União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (U. N. T.A.) emitiu umcomunicado logo ap6s a libertação de certas áreas importantes da cidade deLuanda, em que denunciava os crimes horrorosose as manobras do imperialismo em Angola. Pela sua importância no contexto daluta do povo angolano passamos a transcrev'-lo na Integra:Os trabhador angolanos denunciam energicamente as manobras dos lacaios doimperialismo que f o me n t a m contradições tribais com o fim de prowooar ocêodo dos trabaluadores naturais do Norte de Angola.Com tais manobras os tribalistas-procuram servir mais eficientemente os seuspatrões-imperialt, numa congoliz~ço de Angola, dividindo o Norte do centro e ste do Sul,a fim dos imPeatas perpetuarem a exploraqo do povo anolano. -.As faciliddes e prontido"' COM que certos reo svei puseram à disposiço dostrabalhadors naturais do Norte, ba~ros,. avi s eoutros meios de transport pararegressarem as sa terras, revelam a# inequívoa bras tribalistas que.negam a esesrp Eoces qualqr consceiel nac~naOs objec ti~os ~a aço, ~lo tanto mais évidentes quanto é certo que seo foramapers abaador do- ~ quo sofr m as sefquenp dua oonfronta, es entre oeMPLA 6 aIPNLA, foio povo angolano que sofreu. É do nhecimento de todo o povo angolano osmasaacres que os lactos do imperialismo levaram a cabo contra a# popuaes dosdistritos do Ulge e Zaire, obrigando-a a rofugiarem-se na mattý Centea defamília aid coniseguiram chegar a Luanda comvid "O povo angolano sabe quem eoóos torturadores do povo em cadeia -e~Etiicadas, fossas e forcas, o povo angoiano sabe qu ~ nosseus q t camas de erropara asamu" !& um~maO povo de Luanda sabe muito bem, pois viu e s#tiu

- y-f

Aspeto em que ficou a sed da U~io dos Trabalhadores de Angola (UNTA) emLuanda depois de um feroz e b~rbaro ataque da F.N.L.A. e do seu exércitosinistro e s inário o ELNA. A F.N.L.A. que v perpetuara exploraffio do povo em Angola odea £ organ~iação política dos trabalhadoresangolanos... 0na c~e dos seus filhos, onde foram encontrados pulmões e coraçõYe humnoesmetidos em geleiras nos quwrtéis agora abandonados.O povo de Luanda sabe quem matou crianças e as introduziu em salmoura comrequintes de antropofagia,A imprensa internacional foi ver, fotografou esses factos monstruosos para que aimprensa c o l o n i aI-fascista (que fez que não compreendeu o que viu), ndovenha desavergonhadamente afirmar que foram fotografias do Biafra.Todo o povo angolano já está inteirado dos massacres bárbaros pratiados no Uíge,Negage e Sazaire, onde foram serrados e ar r a ncandos oscouros cabeludos dos trabaldores que *do pacuaram tais monstruosidadeszairenses.Por todos esses actos repugnantes, os trabalhadores angolanos não dem permitirque os lacos do imperialismo continuem a ocupar posições militares em Angola.Nós, trabalhadores angolanos, não podemos permitir que as nossas mulheres efilhos voltem a ser violadas e esquartejadas por zairenses e seus Lacaios internos.Nós, trabalhadores angolanos, ndo podemos permitir que as forças progressistasque sempre lutaram para proteger as vidas e os direitos do povo angolano, fça/mpac-tos com os opressore do povo, para de seguida, praticarem novas violências. Bastade acordos violados durante a própria ocorr 'nia. As forças reaccionárias nocumprem, nunca cumpriram a e o r d o s aceites demooraticamente.Nós, trabalhadores angolanos, lançamos um apelo às# forças progressistas do paíspara que ndo mai permitam a reorga*tiação dos carrascoe do nosso povo.Basta de sangue iocntel As morgues sM¿o chias de cadáveres que ndo ado nem doNorte, Centro ou do Sul, são do povo angolano Esses lacaios do imperialismo,comparados aos paranocos Idi Amin e Pioht, nãotornarílo% a violentar o. povo porque nós, trabalhadores angolanos, n6sverdadeiros prodatores das rquezas do pas; paraisaremos totalmente o país se osla~os do imperiai regressarem.Reforcemos a vigilncia em todos os locais de trabalho e residência.Organizemo-nos pora defende-nos contra as agressõies imperiai zairensesou no.Lutemos por uma demoracia Popular.A Luta contina

este símbolo.tom um valórmaisjusto!

Tem maior valor.9 é agora a maior taxa de juro que o Instituto de Crédito concede aos seusdepósitos a prazo.Deposite no Instituto de Crédito torne o seu dinheiro mais produtivo dando-lhe omáximo rendimento, contribuindo assim para o progresso de Moçambique.INSTITUTO DE CRÉDITO DE MOÇAMBIQUE o banco do povo

4W Quando acabamcom as estruturascoloniais?Haverá necessidade de aproveitar certas estruturas coloniais?Um país como Moçambique, que ao longo de cinco séculos foi explorado com osargumentos de não ser civilizado, não pode de um dia para o outro lançar ao maras estruturas coloniais.Mas com o tempo serão eliminadas. A tarefa urgente seria a eliminação de certasestruturas que ainda prevalecem no nosso seio. As mais resistentes são as dascategorias de auxiliares, algumas sem razão de existir, porque isto era um sistemade colocar as pessoas num lugar de privilégio.Vamos ver estes tais auxiliares no caso dos condutores dos machimbombos dos S.M. V., que eram considerados como tais. São considerados como auxiliares, masninguém podia sair da garagem sem eles.Felizmente, acho que esta categoria para os condutores já acabou. Mas existeainda para as enfermeiras, que passam noites sem dormir, com muitasresponsabilidades, e ainda são designadas auxiliares de categoria e nome.O que digo, as pessoas de boa vontade bem o sentem, mas os antagónicos atedirão: «0 gajo está parvo»! Em geral só os doentes é que precisam de médico,então s6 os doentes reconhecem o papel desempenhado por estes auxiliares.Alguns elementos nem querem ver esses auxiliares serem promovidos Digo isto,partindo dum princípio: Já em Junho de 1973, um tendencioso, de nome Avelar,escreveu para a revista «TEMPO», dizendo que não concordava com a promoçãodos auxiliares de Enfermagem, «visto terem poucas habilitações literárias». Éclaro que não sei se pessoas deste tipo estarão agora ao lado do promotor dachamada «política multirracial», ou se já estarão a viver a «apartheid». Se é queestejam ainda neste pais, agradecia que fizessem um combate interno, pois sóassim serão capazes de acompanhar as mudanças dos ventos da História. É claroque após o Avelar, se lhe seguiram outros Avelares, como prova o que 'aconteceuem Agosto último; em que um elemento, que possivelmente confiava napretendida vitória reaccionária do fracassado 7 de Setembro, disse que muitas dasreivindicaçõeg que abalaram Moçambique não tinham nem pés nem cabeça, entreas quais não se excluíam as dos Enfermeiros Auxiliares. É natural que seja umacéfalo.Mas agora com o Governo do Povo, eu acho que serão tomadas medidas pa-ra equacionar o problema, que herdámos do colonialismo. Em 1970, numaentrevista promovida pela «Rádio Cairo», o camarada Presidente SamoraMoisés Machel, respondeu a um's pergunta sobre quando acabaria a guerra emMoçambique, disse:.

«A guerra no nosso país só acabará quando Moçambique se transformar num marimenso e afundar o colonialismo português»,Para finalizar, quero dirigir um apelo ao Avelar e aos seus lacaios para osinformar de que nas novas estruturas do povo o auxiliar (pelo menos o deEnfermagem) já não morrerá auxiliar, podendo até ascender a categorias de maisalta responsabilidade. E uma pergunta: que seria dos Avelares, se um dia tivessemque ser consultados por um antigo auxiliar?!Viva a liberdade de expressão!Viva a Revolução!&. MANHIQUEN. R.- 1 indesmentível que por todoo nosso país o cheiwro nauseabundo das estrutuiras coloniais vd intozicando sempiedade as* pessoas ainda não afectadas pela descolzni<ýçao mental. Por essarazdo, facilmente aguçaím «garras e dentes» da reacção, colocando em perigo arevolução em curso. O auxiliar de Enfermagem, r o mo qualquer outro elementOindispensável na produção, é, sempre foi, de reconhecida utilidade para os povosdo mundo inteiro. Como tal, cada etapa de produção não pode excluir o seudireito à promoção. Esta, é bem de ver, só pode significar maior responsabilidade,e m umprivilégio. Que seria dos Avelares? Pois é, simples: o auxiliar de Enfe~ ^,promovido ou n ã o, dev;erd sempre cumprir as suas responsabilidades, desde queesteja em cansa a doença das pessoas, incluindo os Avelares.VIGILANCIA NESTE MOMENTOCamarada Director da revista TEMPO:Agradeço que publique esta peque-na mensagem aos camaradas Moçambicanos do Rovuma ao Maputo.Ousamos lutar e ousamos vencer.Camaradas Moçambicanos do Rovuma ao Maputo: unamo-nos ederrotemos osreaccionários e todos os lacaios do imperialismo.Sejamos todos corajosos, ousados, travamos combate, desafiamos as dificuldadese avancemos em vagas sucessivas, pois deste modo Moçambique inteiro nospertencerá. Todos os monstros serão liquidados.'Os ataques lançados pelos reaccioná rios do interior e exterior não só devemcomo também podem ser esmagados.É verdade, que quando as nuvens sonibrias aparecem no céu nós analisamos queelas são apenas temporárias, que a escuridão passaria depressa e o sol voltaria abrilhar.Na história da humanidade toda a força reaccionária no limiar da mente, lança-seinvariavelmente numa última e desesperada luta contra as forças do Povorevolucionário. - ' i .Se esses reaccionários insistirem nas suas reacções o povo jamais os perdoa, rã,serão aniquilados e nós conquistaremos a Paz e a nossa vitória final.Portanto nós devemo, banir das nossas fileiras toda a ideologia feita de fraqueza einipotência.Nós devemos estar bem preparados seja qual for o momento e organizados. Emcaso de a reacção se aproximar, nós banimo-la.

Camaradas Moçambicanos: sigamoà as três palavras de ordem do nosso povo:Viva a unidade do Povo moçambicano!Viva a vigilância do Povo moçambicano!Viva o trabalho do Povo moçambicano!LUCIANO SAMBANECOMBATERO COMPORTAMENTODIVISIONISTANO TRABALHOAntes de mais nada, peço ao camarada motorista da «Construtora Tãmega» naMachava, que por sua vez faça a sua critica e autocritica por esta mesma via, afim de podermos adquirir a longo prazo a plataforma de entepdi mento, entrecamaradagem.Sei perfeitamente que o camarada não sabe porque tive coragem de me dirigirjunto de si por este meio, apenas gostaria que me esclareça, se o camarada játrabalhou como motorista noutras empresas ou se é pela primeira vez que se e n eo n t r a aglomerado na

Construtora do Támega? Parece-me que sim! .... Acima de tudo parece-me que ocamarada não está a compreender o que actualmente se está passando.Sabe dizer-me o que é possuir nova consciência para uma nova sociedade?Sabe o que quer dizer Passo revolucionário?Sabe o que quer dizer ajuda mútua?Sabe o que quer dizer possuir nova consciência para melhor poder servir asmassas?O amigo deve estar" fora deste critério.Como sendo o camarada o único motorista de expediente que nos possa auxiliai,admiro-me tanto, quando lhe peço para me comprar um jornal na Baixa, ocamarada dizer-me que não tem tempo. Peço-lhe o favor de me comprar pelomenos graxa para os meus sapatos, o camarada diz que não tem tempo; peço parame comprar, ou seja passar pelos correios, comprar-me selos paracorrespondência, o camarada diz que não pode perder tempo na'bicha.O que me admira é que quando o ar. Fulano lhe manda comprar pelo menos papelhigiénico o camarada ainda diz muito *obrigado. Ainda, mais quando lhe peçopara esperar um bocado de tempo a fim de levar o meu serviço urgente para osnossos escritórios na Baixa, o camarada arranca o seu comboio e #ronto? O patrãoreclama o atraso de serviço e a minha res é inexplicável. Será que o camaradafaz aquilo por não gostar da -tal pessoa?Ou porque ginga muito? Ou porque trabalha bem? È chefe? Seria critério darazão? Eu acho que é mais pelo contrário, falta de mentalidade, de consciência,que reside num indivíduo, capaz de ser ciriminoso, a tarefa revolucionária, que sósabe inflingir a linha ideológica, nesta nova fase em que estamos engajados.Portanto deves combater egs mal, você não serve só a entidade patronal, tantocomo os seus aliados. Nós precisamos da tua ajuda. Agora faço mais umapergunta: O patrão ficaria satisfeito ter que lhe pedir dia a dia licença para ircomprar um jornal ou pelo menos um quilo de açúcar, o que é muito

indispensável neste momento?, Portanto nada de superioridade camarada JuliãoSilambo, quando nós nos Identificamos como sendo Moçambicanos 100 porcento, procuramos corrigir todos os erros, para melhor podermos presenciar noInterior do Povo, ajudando cada vez mais no que for possível.Camarada: corrija-se. Nada de superioridad4, distinção étnica, credo ou reiglosa.Obrigado, camarada.Abaixo o divisionlamo!Abaixo a discriminação racial ou énicalViva a FRELIMO! Unidade, Trabalho, Vigilância! Teu conterrâneo de serviço,JOSÉ S. CHIMOIO (Rádio)N. R. ,- E tas pequenas contradiçõesprovocadaa ere trabalhadorea, por determinado omportO~to inidviduol, po~tMoser rapidamnte , resol'id~ o m uma discusso franca e aberta entre os interessados.Serd que ainda não possuem aí na Machava na «Construtora Tâmega, um GrupoDinamizador?Tai como estd ezposto na ~na carta, parece que o caar~ada Chimoio nao teve oundo tem possibilidades de expor ese problema na sua secOo, pois de contrârio ndotinha que recorrer a imprensa. Estes pequenos problema. resolvem-se entre ospróprio. trabalhadoresno local de trabalho.NAO HA CHEFESNAS SECÇõESDO TRABALHO?Verifica-se em certos funcionários dos Serviços uma má interpretação no que srefere à igualdade de todos os, Moçambicanos. «Dizem que, actualmente, j nãohá chefes, somos todos iguais e todos mandamos»!Há indivíduos que recusam ordens dos seus dirigentes, porque todos mandamos,não há superiores e por isso se negam a trabalhar.Será certa esta ideia, camaradas? Vamos reflectir bem.... idealizam o que seria seassim fosse? Acho não haver necessidade de muita explicação neste sentido.Partindo deste ponto, quero tentar expor aos camaradas, que mal compreendem, osistema que acho adequado para o bom avanço do trabalho, nas Repartições,Oficinas, Firmas, etc., entretanto, sendo conscientes que existem orientadores domesmo:- Sou de parecer opinativo que no trabalho, cada funcionário deve inteir a r - a e eresponsabilizar-se pelo seu exercício, trabalhar a nível do esforço possível, semque esteja a ver a presença ou ausência do chefe.Pois, há iamaradas que só trabalham quando o dirigente estiver presente e, naaltura que este se ausenta da Secção, começam a meter-se em conversas, desligamo serviço dizendo: «Estou farto de trabalhar, ganhando miséria, sou independente,é momento de g a n h ar também 20 contos». Mas, enquanto o chefe estiver nãodizem .nada.Estes não contribuem para o progresso e não são elementos que constituem oPovo Moçambicano, porque procuram sabotar o trabalho utilizando aquelananobra.

Outros oferecem toda a força no trabalho com objectivo de ganhar um louvor.Trabalham imenso, sem mostrar cansaço, horas seguidas e até fora do temporegulamentar para o chefe os poder elogiar. A esses também não damos valor aoseu esforço. Ora vejamos: Que atitude tomam se não obtiverem, durante.... vamoslá.... três dias mantendo" o mesmo .esforço, o intento deles? Sem dúvda nenhumaque desistem «Estou a despender força de borla, o meu chefe nunca maismanifesta satisfação por mim que tanto trabalho, tanto me faz trabalhar muitocomo não». Desta maneira, é impossível reconstruirmos Moçambique Novo quemuito pecisa.Apelo aos chefes que devem ter espírito de camaradagem, saibam orientar otrabalho, mostrando ao s u b o rdinado, praticamente, como se deve trabalhar enão façais dele vosso muleque. E aos subordinados, que é dever respeitarmos onosso próprio trabalho e termos noção de responsabilidade.-Nunca trabalharmos só quando está presente o nosso chefe?-Nunca trabalharmos com o espírito de ganharmos elogio!Vamos trabalhar organizados e seguindo as estruturas correctas d a FRELIMO,para assim levarmos avante a Reconstrução Nacional. Saibamos imprimir a linhada FRELIMO ao exercício das nossas funções e respeitemos os interesses maislegítimos do Povo e, sobretudo, defendermos a revolução.Por isso, viva o trabalho organizado!Viva os funcionários organizados!Viva a linha muito correcta da FRELIMO!MANUEL DESTINO ALFREDO LANGA (Funcionário dos C. T. T.de Inhambane)AOS CONTINUADORESDA EXPLORAÇAONão há lugares para exploradores aqui em Moçambique, visto que a FRELIMOlutou dez anos para libertar o povo explorado.Causa-me admiração ver ainda individuos herdeiros 'da exploração.Camaradas, Moçáambicanos: tenhamos muita vigilín'ci4, 0m estes indivíduos,porque já estamos fartos deles.Senhores cantineiros: é o momento de se consciencializarem. A FRELIMO veiopara libertar o povo.Ao capturar uma G 3 na guerra não era para depois massacrar as massas,

mas sim para libertar. Porque não seguimos este exemplo?1Não é 'so por um dia que vamos ganhar o que perdemos em meio milénio deanos. Mas sim em longo tempo. Masnão é preciso a exploração.Viva a FRELIMO!Viva o entendimento!Abaixo a exploração!Luciano SambaneAPELODUM PARALITICO

Camaradas jovens da República Popular de Moçambique: Queiram permitir-mesaudar antes de mais os camaradas Governador do Distrito de Gaza,Administrador e ao Comissário do Chibuto, a que pertenço. Saúdo ainda mais aPresidência e o Ministério em geral e em particular os jovens moçambicanos, aquem dirijo totalmente a minha mensagem. Gostaria de entrar em contactoconvosco por intermédio de escrita e até através das vossas visitas, se vos fossepossível.Quem escreve? Podeis assim perguntar, e tal o façais com certa razão. Mas averdade é esta: quem vos escreve é um paralítico, em todos os efeitos, há 28 anosde cama com diversas deformidades, além de paralisia», bicos de papagaio», etc.E para acreditardes podeis ver com vossos olhos.Para quê? Para apreciardes o pioneiro dos homens do leito que goza para nãodizer entristecido, da sorte, a natureza que. lhe foi menos favorável no seudestino.Então que precisa dos jovens? Não necessita de nenhum alojamento, porque estábem servido na sua povoação, ama o local onde se encontra. O que necessita é deuma ajuda, uma consolação da sua sorte, através das suas palavras amigas,palavras revolucionárias e confiantes, seguras e confortáveis, calentosas. Mesmoalgumas revistas já usadas ou jornais, para o seu entretenimer,to do resto dos seusdias na terra.l esidência: atrás da Maternidade de Janvanhane, Distrito do Chibuto, Provínciade Gaza, a um quilómetro da citada Maternidade e a alguns metros do tanquecarracicida.Daqui em diante, posso dizer que aguardo a vossa resposta e t a m b é m aguardoansiosamente a vossa visita. para mais uma vez dialogarmos.Um abraço farternal, jovens da República Popular de Moçambique. Do vossoamigo paralítico,CUSTÓDIO DA ROCHARUNGUNATHPOETA OPERÁRIOEu sou poeta operárioSenhor BurguêsA minha poesia começa às quatro da [manhãE o trabalho pego às seis.Eu sou poeta operárioSenhor BurguêsForjado no barulho e chiar das máquiQuando tu acordas [nasEu já trabalho há três horas.Eu sou poeta operário Senhor Burguês Tenho ódio à opressão E ao jogo sujo,capitalista A tua perseguição não me assusta ....Eu sou poeta operário Senhor Burguês A minha aliança Com o camponês éindestrutível. Eu sou operário Senhor Burguês Quem me tornou poeta foste tu,Nas tuas fábricas de ódio. Onde trabalhei anos de chuva e calor E sempre de fomemorri. Nas tuas fábricas sinistras Onde minhas irmãs cedo envelheceram. Nas tuasfábricas de medo e de revoltas Fábricas de miséria Verdadeiros cemitérios degente Essas fábricas de cimento, aço, ho[mens ....

Que tornaram teu nome conhecido Nas Bancas estrangeiras.Basta!Minaste a minha saúde Pelos turnos decretados por conta de [Lucros e Perdas ....Perpetuaste a minha ignorância Para melhor me explorares. Fizeste pacto com aIgreja para me educares e me inculcares a [passividade.Com a tua pena sinistra Decretaste e encorajaste os vícios, o [álcoolPara me adormeceres lentamente. Pisaste-me, humilhaste-me, violaste-me Todosos dias, todas as noites Todos os Invernos e todos os Verões .... Eu para ti soumão-de-obra e nada [mais.Eu para ti sou preguicoso. nunca quero [trabalharNunca consigo satisfazer as tuas am[biçóes.Às quatro da madrugada Estou nas plantações, para cortar cana, Não há luz, nemSol, mas sou pregui[coso.Com fome, malária, mãos calejadas, muitos depósitos teus na Banca estran[geiraPOETAOPERARIOSou sempre malandro, senhor Capita[lista.Não -há exército que impedirá a minha [libèrtação,nem o teu deus inconsciente o impe[dirá ....Não há Bomba, técnica, ciência Não há mesmo nada Que deterá o avanço doOperário Do Antártico ao Ártico. Eu lutarei, nas fábricas, no 'campo, em [toda aparte,Porque eu sou poeta operário E quem me fez foste tu Senhor Burguês ....DJINGAUNIDADE, TRABALHOE VIGILANCIACamaradas: Como é do, nosso conhecimento, que não nos podíamos juntar comoutras raças, devido à separação que existia. Como sabemos, haviam raças que seconsideravam seres superiores às outras, ou de outr'a maneira; haviam pessoasque se julgavam seres superiores. Mas hoje em dia, devido à linha correcta daFRELIMO, a tal seI)::'a-ão fo ultrapassada, e o que reina agora é a unidade entretodos os moçambicanos de todas as raças, sexos e de crenças religiosas. ,Camaradas: Mas mesmo assim ainda há indivíduos que tentam de qualquermaneira sabotar a nossa unidade, que sao os reaccionários.Camaradas: Como sabem, todo o indivíduo que não aceita a linha correcta daFRELIMO (o bgateiro e outros instrumentos do colonialismo), estes sãochamados reaccionários. Pôr isso devemos estar unidos, vigilantes, c o n t r aqualquer manobra que possa dividir o nosso povo.Camaradas: Agora vamos falar um pouco acerca do trabalho. Como sabem,antigamente o Povo Moçambicano era obrigado a trabalhar, forçado ou não, massó para alimentar e sustentar um punhado de indivíduos que existiam lá emPortugal, os tais colonialistas, mas agora isso já acabou. Tudo aquilo que se faz épara o bem do nosso povo e não para meia dúzia de salazaristas e marcelistas.Portanto, devemos trabalhar mais, para podermos elevar este nosso Moçambique.Viva a FRELIMO!

Viva os trabalhadores moçambicanos! Viva a unidade moçambicana! Viva amulher moçambicana!ALFREDO ANTÓNIO MINGANA

OUAMOS E COMBATENTES DAS FORCAS POPULARESREONEM SE NA CAPITAL DO PAISO Departamento de Defesa da FRELIMO xeuniu-se pela primeira vez emMoçambique Indèpndente. Presidiu à sessão de abertura desta importante reunião- realizada em Lourenço Marques - o Camarada Presidente Samora, e nelaparticiparam o Ministro da Defesa Nacional e Membro dos Comités Central eExecutivo da FRELIMO, Camarada Alberto Chipande, e quadros e combatentesdelegados de todas as províncias.Esta reunião inseriu-se na necessidade de reorganização do Departamento deDefesa, de modo a melhor adaptar-se às suas importantes tarefas de en- «Permitam-me neste momento, Ia-delegados que vêm de dlcrentes Baquadramento politico das massas tra- zeruma pequena introdução de apre- talhões de Moçambique. E, para peJrbalhadoras e seu engajamento, bem sentação aos membros participantesmtirmos boas relações, cooperação ecomo o das Forças Populares na Pro- -nesta sessão de abertura de tão impor-discussão livre dos problemas que dução e no processo de Reconstrução tante,reunião histórica do Departa- vamos enfrentar nesta reunião, vamosNacional. mento de Defesa, que tem lugar pela poisconhecer quem são os camaradasA cerimónia de abertura realizou-se primeira vez no Moçambique indepen-que vão participar».no passado sábado, dia 25, no Clube dente, no caminho da reconstruçãoApõs a apresentação dos membrosMilitar de Lourenço Marques, e foi Nacional., de cadadelegação, o Presidente Samoiniciada pela entoação do Hino Nacio- CamaradaPresidente e membros ra Machel procedeu à abertura da ses.nal e pela apresentação dos Camara- partiepantes nesta sessão: são, queculminou com mensagensdas participantes da reunião, feita pelo Nós temos aqui presentes camara- detodas as Províncias.Camarada Ministro da Defesa, nos se- das, quadros e combatentes de vdriasguintes termos: Provínc as do nosso País, portanto,MINISTRO TANZANIANOVISITA MOCMBIODE-0* CAMARADA PETER SAIO SIYOVELWAESTEVE EM VARIAS PROVÍNCIASChmmd Peter Said Liyovelwa, ministo do Estadoda Presidn da Tanzania.Esteve vários dias em Moçambique depois para a Beira, Nampula e Pembao camarada Peter Said Siyovelwa, Mi- e desta última cidade seguiu para nistrodo Estado da Presidência da Dar-Es-Salaam.

República Unida da Tâni. Na visita às províncias do NorteDurante a sua estada na capital do aquela entidade foi acompanhada por país ocamarada Ministro contactou mais dois funcionários do governo tancomelementos do nosso Governo as. zaniano e três membros das Forçassim como o embaixador da Tanzânia Populares de Moçambique.em Moçambique Obed Katikaza.O csmarada Peter Siyovelwa partiu e

_wý_~SEMANA A SEMANAMOCAMBIOUE E ONUASSINAM CONTRATOS NO CAMPO DA SAODg0 AMPLIAÇÃO DA, FORMAÇÃO DE QUADROS SANITARIOS* CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃOAspecto da cermónia de assinatura de contratos entre o Governo da RepúblicaPopular de Moçambique e organização internacionais depente8 da ONU, noâmbito da saúde, no momento em que o camarada Ministro da Saúde (ao contro),usava da palavra.Foram assinados na última semana, entre o Governo da República Popular deMoçambique e organizações internacionais para ajuda aos países recém-independentes e aos países em vias de desenvolvimento, dois contratos que vãopermitir ao Ministério da Saúde realizar uma campanha nacional de vacinação eampliar e expandir os programas de formação de quadros da saúde,Por parte da República Popular de Moçambique, assinou os referidos contratos oMinistro da Saúde, camarada Hélder Martins. A delegação das organizaçõesinternacionais era composta por Anthony Balinski, representante permanente emMoçambique do Programa das Nações Unidas (PNUD), Bryan Jones, Directorregional para a África Oriental do Fundo das Nações Unidas para a infância(UNICEF), 1. Pellé, representante em Moçambique do UNICEF, e Ortiz Blasco eGarcia, ambos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Antes da assinatura dosdois contratos e referindo-se à sua importância, o camarada Ministro da Saúdeafirmou a dado passo:«:o domínio da formação de quasroe, hd um grande trabalho que serealizou já, de reformulação de programas e de reformúlação dos próprios cursos.E para que esse trabalho de reformulação pudesse ser levado a cabo econcretizado na prática, tornava-se necessário possuirmos edifícios, possuirmosequipamento e material eléctrico capazes de pôr em prática aquilo que foireorganizado e reestruturado, pelo que a ajuda material que nos é agora fornecidavai permitir realiz<rtr isso, embora o Governo da República Popular deMoçambique também tenha uma contribuição financeira no conjunto destescontratos.»«No domínio da campanha de vacinação, que é outro dos projectos assinadosaqui, é uma campanha de vacinação que se vai realizar à escala nacional, que vaidurar três anos e vai ter início efectivo no início do próximo ano de 1976, mas quevai exigir um trabalho de preparação a iniciar-se já este ano de 1975, em que serávacinada toda a população contra a eríola para garantir que "f oçambique fiquelivre da varíola».

A campanha de vacinação, como defi-niu o camarada Ministro da Saúde, inclui também a vacinação pelo «BCG», ouseja, contra a tuberculose, de todas as crianças até à idade de 15 anos. A terceiravacina a ser utilizada nesta campanha é a vacina contra o sarampo, sendovacinadas todas as crianças entre 6'e ,36 meses.Em nome da Delegação que chefiava, o representante permanente da ONU emMoçambique, Anthony Balinski, depois de manifestar o seu prazer e o dos seuscolegas em assinar os dois documentos, afirmou:«Estes dois contratos são os primeiros que as Nações Unidas assinam com oGoverno da República Popular de Moçambique. E, nós estamos muito satisfeitospor estes documentos estarem relaci os com o problema da saúde porque nóstemos a consiência da importância que este Ministério representa para areconstrução do vosso Pais.»

1.0 DECRETO DA REPOBLICA POPULAR DE MOÇAMBIQUEDEFINIDAS .TAREFAS DE[ CADA UM Dos MINISTROS DO NOSSOGOVERNONo inicio desta semana foi divulgado o Decreto n.0 1 do ano 1da Independència.Este Decreto que se enquadra dentro da política interna e externa do Estadodefineas tarefas e funç6es que cabem a cada um dos 15 Ministórios do nosso Governo.Assim como, delimita as suas competências.Este primeiro Decreto elaborado pelo Conselho , de Ministros e promulgado pelocamarada Presidente da República Popular de Moçambique è ainda a defi. niçãoda actuação do aparelho de Esta. do segundo a justa e correcta Linha daTRABALHADORESDO "NOTICIAS DA BEIRA"APOIAM NOSSA LUTADýos -camaradas trabalhadores do o avanço da Revolução Democrática«NotiCias da Beira» recebemos a se- Popular do nosso, pais.guinte mensagem de apoio à nossa luta contra-as manobras do capitalismo: 2;o-Saudar a unidade e orgnizacãoAOS CAMARADAS TRABALHADORES DA TEMPOGRÃ"ICAOs trabalhadores-. do «Noticias da Beira» decidiram em reunião:- Apoiar resolutamente a justa luta dos trabalhadores da «Tempográfica» contra asmanobras de sabotagem económica empreendidas pelo capitalista Augusto SãAlves e seus lacaios, com o intuito de criarem dificuldades suplementares àactuação do Governo da República Popular de Moçambique e ao Povomoçambicano- a FRELIMO - e assim entravaremFRELIMO - vanguarda Revolucionária do Povo Moçambicano- tendo comoobjectivo fundamental colocar as estruturas existentes ao serviço das largasmassas camponesas e operárias na consolidação do poder Popular, natransferôncia dos poderes económico e cultural para as mãíos do Povomoçambicano.

Dada a impossibilidade técnica de fazermos a transcrição interna deste primeiroDecreto na presente edição só nos sera possível faz640lo no nosso proximonumero.semearem a desconfiança e.a divisão entre os trabalhadores da «Tempogrfica»,como manobras objectivamente reaccionárias visando minar a unidade eorganizaço dos trabalhadores da empresa na sua Justa luta contra a sabotagencapitalistaViva a justa luta dos trabalhadores moçambicanos, contra as manobras docapitalismo!Viva a Revolução Democrática Popular!Viva a FRELiMO que une e organiza o Povo!A luta continua!dos trabalhadores de tOdos os sectores da «Tempográfica» em torno do GrupoDinamizador da empresa e de uma correcta linha de actuação politica, como umaimportante conquista poderá ser-vir de exemplo e estímulo'para os trabalhadoresde todas as empresas que neste momento, em Moçambique, enfrentam asmanobras reaccionárias do capitalismo destinadas a sabotar a economia do pais eo avanço da Revolu0ç.3.*- Denunciar todas as tentativas levadas a cabo pelo capitalismo e seus lacaios :em esecal pel seu sinistro agente, 'Flix Naharro':lres ý- para

Da esquerda para a direitaOtelo Saraiva de Carvalho, Costa Gomos e VascoGo¥çalves. Os três prinoipais elementos em que o MFA meutralizou o poder.UMA PILTICA AUSTERA DOA presente situação portuguesa, tal a sua delicadeza, ve. da A. ultimamentepreocupando não unicamente os dirigentes poli- ses deticos de Portugal, como igualmente a opinião pública inter- impuR nacional, quese apressam em colocar nos seus órgãos de co- do do municação social, o fluirconstante dos acontecimentos. res do<partiMas, de facto, a situação é menos tensa do que em regra listas, exacerbam osmeios de imprensa, quer internos, quer extero- que e res a esse pais, fortementecompetido entre os Estados Unidos náriosO. 11 de Março», data que se gravou na experiência do povo português, é umadata que os contra-revolucionários prepararam como sucedâneo do golpefracassado de 28 de Setembro, que levou ao desmascaramento e fuga de Antóniode Spinola e seus mais directos acólitos, neste momento residindo no Brasil comMarcelo Caetano e a restante camarilha reaccionária. Daqui se depreende que aponte de batalha que liga o 11 de Março ao 28 de Setembro não é inseparável daque compromete esta aos reaccionários depostos quando do golpe de Estado em25 de Abril.Analisemos num ápice o comportamento do PSP: logo após o golpe de Estado, osdirigentes deste agrupamento político, a partir dosque se proclamavam «democráticos», eram os mais confiados pelos então«homens fortes» de Portugal, entre os quais Antônio de Spínola. Nesta linhagem,Mário Soares fora indigitado para encabeçar as delegações portuguesas nas

missões de política externa portuguesa, não somente explicável pelo uso das suasobrigações, de Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas sobretudo por ostentar aconfiança daquele que projectara a invasão a Guiné-Conackry durante o exercíciodas suas funções de Comandante-Chefe na Guiné-Bissau: Spínola.Se a actuação desse ex-ministro português f o r a «excelente» n o reconhecimentopor parte de Portugal dos direitos da União Indiana sobre Goa (qlém deDamão to enc diplom asiátic velara disposi Acordo questõ em ger mesn rigorosprocesvel, q um hquer toda tadora cluind rante gueiralíticas própriFáci chama não é propri PSP,TRI UNVIRATO MILITARérica, a ocidente, e o resto do bloco europeu, onde pai. propensão capitalista emesmo fascista ainda coabitames. A situação portuguesa actual, não é senão o resultaevoluir das contradiçõesentre a classe dos exploradopovo português, que subrepticiamente se acoitamnuns dos» políticos que se rotulam de dmocráticos ou socapor um lado, e a classedos trabalhadores explorados, ngloba camponeses, operários e progressistasrevolucio,por. outro.e Diu) e no imedia- duma direcção por ele abasetamento de relações tecidapretendia desviar os .áticas com esse pais reais interesses dos trabao; se tambémse re- lhadores que, entretanto, boa nas primeiras contestavam energicamenteições que levaram ao a presença de um Rego nade Lusaka, e nas comissão directiva, o quees ,de descolonização só - disseram - aceleraria rol, o certo é que essa aconsolidação da facçãoactuação obedecia socialista», vitoriosa q u e samente a todo um saiu (maisde 37%) nas últiso histórico irrevogá- mas eleições. De facto, o coue nãodependia de gnominado «caso república»omem isolado, qual- nada mais foi do que «um que ele fosse, mas de conflitode trabalho entre a determinação liber- explorados-oprimidos e exde. um povo -in- ploradores-opressores», dos o o português - du- quais (últimos) o PSP nãodécadas e décadas es- estará certamente alheio. da das realidades poe económicasdo seu DA ASSEMBI.EiA NACIONAL o pais.1 é entender que o POPULARdo «caso república» AO TRIUNVIRATO MILITARsenão um caso cujoetário é o próprio Como resultado do agraq u e aproveitando-se vamento d a scontradiçõesPGINA NSITUAÇÃO PORTUGUESA:iANA A SEM,

no seio das classes em luta em Portugal, o Movimento das Forças Armadasdecidiu por unanimidade criar uma Assembleia Nacional Popular, com base nas

comissões dos moradores, comissões dos trabalhadores, e outras organizaçõespopulares que redondarão numa mais estreita aliança Povo-MFA.No intuito de forçar o Conselho de Revolução ao abandono dessa implacávelresolução, os «socialistas» e os «populares-democráticos», abandonaram acoligação depois do fracasso dos seus «ultimatuns», os quais preconizavam antesuma «demo. cracia pluralista», isto é em suma: envolvendo a classe dostrabalhadores e dos não trabalhadores (!).A' criação dessa Assembleia, vivamente criticada por partidos da direitaportuguesa e pelo próprio PSP, mereceu contudo o apoio do povo português, queanseia participar por aquele meio nas decisões-chave da política económicaportuguesa, entre as quais a reforma agrária e a forma de utilização dos bens doEstado consequentes das nacio.nalizações. Em contrapartida, o PSP, do mesmomodo que o PPD, e outros parti, dos da centro-direita e direita, não cansam decriticar severamente a decisão do MFA, em aliança com o Conselho deRevolução, de converter Portugal num Estado Popular pertença aos trabalhadores«porque - comentam - isso só pode beneficiar a o s comunistas», que de factocontrolam a maioria das autarquias locais.Entretanto o MFA decidiu numa assembleia realizada recentemente, centralizar opoder num triunvirato militar, constituído pelos generais Costa Gomes (Presidenteda República Portuguesa), Vasco Gonçalves (Primeiro-Ministro no últimoGoverno) e Otelo Saraiva de Carvalho (Comandante' do COPCON). O triunviratotrabalhará com o Conselho de Revolução, o qual terá uma função especialmentecons u t iv a, representando a aliança Povo-MPA, até à constituição de um Estadoverdadeiramente P o p u lar. Note-se que os membros do triunvirato tambémfazem parte do Conselho de Revolução, esperando-se p a r a muito- breve aformação de um novo governo, cujo primeiro-ministro, segundo se arvora nalgunsmeios deimprensa estrangeira, será provavelmente Vasco Gonçalves, com quemtrabalhariam dois 'vice-Primeiros-Ministros, nomeadamente Otelo Saraiva deCarvalho (recentemente regressado de Cuba após visita oficial), e o Reitor daUniversidade de Coimbra, Teixeira Ribeiro, um civil portanto.Em resposta à palavra de ordem lançada por Costa Gomes «estender a mão aosque ficaram pelo caminho»e na esperança de ver inítegralmente materializado o Programa do Movimentodas Forças Armadas portuguesas, em que se incluem a completa descolonizaçãodas ex-colónias e a revolução portuguesa, o povo por" tuguês, representado pelosseus dirigentes no Conselho de Revolução e no recém-constituído triunvirato,militar, lançou-se na determinação firme de se aliar aos movimentos e partidosseus companheiros de luta, nomeadamente a Intersindical, a Quinta Divisão doEstado-Maior do Exército, o PCP, o MDP/CDE, e outros, com quemconjuntamente trava a -luta revolucionária anti-capitalista.COMUNICADO DO PARTIDOCOMUNISTA PORTUGUÊSEntretanto o PCP emitiu um importante comunicado, cujo teor (parte) passamos atranscrever: «A situação actual põe à revolução a tarefa de criar um poder e umgoverno operativos, com autoridade, assegurando a iniciativa, o dinamismo e a

disciplina dos departamentos do Estado e expressando a aliança. As decisõesorgânicas da Assembleia do MFA de 26 de Julho, poderão facilitar a realizaçãodessa tarefa de principal importância no momento presente. Para o PCP, a soluçãoda actual crise tem de encontrar-se na defesa e consolidação das conquistasalcançadas pela revolução e não no seu abandono. Nesta perspectiva, u m apolítica económica de emergência terá de inserir-se numa firme política antimonopolista e antilatifundiária. (...) O PCP apela a todos verdadeiros democratasa unidade, de forma a reforçar a larga frente social e poltica das forças queparticipam activamente na revolução».UMA NOVA SENSAÇÃO DE FRESCURAO VERDADEIRO SABOR DE MENTA ue godo proeseamto que todos apreciamum mundo mais felize jovemRBUÇADOS. MINTA MATOLINHACOMPANHIA giDUSTRaL M MATUlA, S.A.1.L.

CELMOQUE.na construção, nos grandes empreendimentos,na indústria,na electrificação,sinalizaçãoe iluinação ferroviára, nas comunicações telefónicas A CELMOQUECONTRIBUIPARA O DESENVOLVIMENTO DE MOÇAMBIQUESEDE E FÁBRICA NA BEIRA O CAIXA POSTAL 1171 4 TELEFONES721043/ 4/ 5 ADMINISTRAÇIO EM LOURENÇO MARQUES 0 CAIXAPOSTAL 1974 O TELEFONES 20275/27125

1.a SESSO DO CONSELHO DE MINISTROSDurou dezasseis dias - de 9 a 25 de Julho - a primeira reunião do Conselho deMinistro da República Popular de Moçambique.Esta Importante reunião constou essencialmente da distribuição das tarefas paracada um dos ministérios em particular, e para o governo em geral, de modo atransformar o aparelho de Estado herdado num instrumento capaz de permitircolocar o Governo ao serviço dos Interesses da classe trabalhadora, dos operáriose camponeses, segundo a Linha Política e prioridades estabelecidas pelaFRELIMO.Dela saíram também as primeiras medidas revolucionárias com vista à ruptura dosistema de privilégioque no nosso país beneficiava em todos os sectores a burguesia opressora, aoestabelecimento de mais equili. brada justiça social, e ao desencadeargeneralizado da luta de Ideias, meio imprescindível ao avanço da Revolucão.Finda a reunião, o a ela referente, o Ministro de Informação divulgou umcomunicado que pelo seu conteúdo, é uma profunda análise ao aparelho de Estadoherdado, da situação política, económica e social do país e uma clara exposiçãodas linhas de orientação do Go. verno e de cada um dos ministérios nas tarefas de

reconstrução Nacional e no cumprimento do nosso dever internacionalista é umimportante documento de estudo, pelo que o transcrevemos na integr.Sé d1ri o do Prdedo da lep di , Saora M uisis 4achel, realizou.se, em, inicio a 9atoerm a 25 do Julho de 1975, a primeira sess do Conselho de Minisros da Repú.blica Popular de Moambilue.Noi momento da realização da reunião, aprimeira após a prodnmação daindepandnci de Moçambique, o Conselho de Ministros saudou a vitória do PovoMoçambicano contra o colonialismo poruguês e o imperialismo, presandohomenagemaos combatentes que se sacrificaram para liquidar a dominação estrangeira e criar,no nosso Pais, uma sociedade Justa e livre da exploraão. Porque a vitória foiobtida devido à direcção correcta da RELIMO, vanguarda do Povo Moçambicano,e consciente de que só a FIREUMO pode assegurar o friunfo -da RevoluçãoMoçambicana, o Conselho de Ministros considerou condiçío de sucesso da suaafção a observíncia, em todos os momen-tos, Ca linha política e das directivas das instipcias da FRE. UMO.A, ordem do dia da reunião consistiu na definição das tarefas que, no Imbito daacção governamental, competem a cada Ministério para que o Go. verno possarealizar de forma eficaz a sua tarefa fundamental de dirigir o aparelho do Estado.Antes de entrar na ordem de trabalhos, o Conselho de Ministros considerouindispensável proceder a uma reflexão deconjunto sobre a situação no nosso Pais, a fim de determinar a forma como oaparelho de Estado se deve inserir na acção nacional.O Conselho de Ministros apontou as caracteristicas que deve possuir o Estado naRepública Popular de Moçambique, salentando. que ele deve ser um instrumentopara a destruição de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para aeliminação do sistema de exploração do homem pelo homemMASSASOPUI t IIII IS APUIAAS

Camarada Presidente eConselho de Ministros d República Popular de Meçambique.e para a edifiaço da base política, matedal, idelgica, cultural e* social da novasociedade.APARELHO DE ESTADO REFLCTE AINDA DITADURA DABURGUESIA COLONIAL,0 Conselho de Ministros constatou que existe um ,profundo desnivel entre agrande disponibilidade das massas populares, que estio preparadas e ansiosas pelaRevolução, e a natureza, capacidade e métodos do aparelho de Estado quecaracterizava o sistema colonial. O aparelho-de Estado, na suja essência, reflecteainda os interesses e a ditadura da burgu'ea colonial sobre as largas massastrabalhadoras nacionais.A acção do Estado tem vindo a ser até agora fundamentalmente orientada para ascidades e para a população das zonas urbanas, como reflexo da natureza dopróprio Estado colonial cuja preocupação .esencial era beneficiar grupos de

prvilegiade- 0 contacto com o povo caracteriza-se pela, dificuldade de acesso dasmassas trabalhadoras à utilização dos serviços públicos, dificuldadeque deriva dos custos elevados, do sistema de funcionamonto inutilmentecomplicado e da própia linguagem utilizada nos serviços do Estado que está aoalcance apenas de uma minoria identificada com os padrões de cultura docolonizador.Outra manifestação da natureza do Estado colonial revela-se no sistema derecrutamento dos funcionários: os fundonários não eram recrutados segundocritérios de.competência 0 engajamento no serviço do pv wo c ori, o =Mmdo recrutamento dos funonrios era um método para distribuir regalias o favoreceramigos ou familiares através da <cunha'.Por outr lado nenhuma atenção ra dada à raço e recidagem permanente dopessoal do Estado, na sua tara do gstres e enca rgados da admnistço, tanto nomomento da sua admissão como no decurso do trabalho. om resulado do sistema,abundam a incompetência, a aienação, o desinteresse pelo trabalh, o dsperdicio ea corupçO aparelho de Estado, solecionando os problemas com base no neptismo ecompromisso individual, favoia essacorrupço e incompetência de funcinários para quem o serviço do Esido era ummeio cómodo de ganhar a vida e mão uma forma consiete e enteiasta deservir asas.REVOLUCIONALIZAR O APARELHO DE ESTADO: UMA DASTAREFAS FUNDAMENTAIS DO GOVRNO1Ege-se pois, um mudança radical que ponha o Estad ao s o das mass operáriase camponesas, para o que é nocessário mpreender, uma profunda ýtra ç dosmltodos de trabalho e de snturação; a fim de criar novos esquemas. mentais eregras de funcinmento.O Conselho de Mínistros coe. sidero ainda que era fundamental para o sucesso doseu trabalho que se criasse e consolidasse um verdadeiro espírito colectivo e umsentido de colaboração permanente e recíproco entre os vários érgãos do Governo,combatendo o espírito de depadamentalismo e de sepração que existe actualmenteentre os vários serviçQL.Revolucionarizar o aparelho de Estado é, pois, uma das taretas Tundamentais doGowro.Consciente deslãs responibilidades o Conselho de Ministros decidiu empreender um es tudo geral dosproblems da função pública sem prejuízo de medidas a tomar desde já na lutacontra a corrupro e o esbanjamento.Ainda a este nível foi deciadida a progrmação de cursos rápidos de reciclagmpolítica e de gestão administrtiva ao pessoal dos serviços do Estado. Estes cursos,a levar a cabo em colaboração com as Forças Populares de Libertação deMoçambique à semelhança do que sucedeu durante a luta de Uhertação, têmcomo objectiv ias e com a p u e combater os perigos do burocrafismo.Analisando o aparelho de Eslado, constato ainda o Conselho de Ministros anecsstdado de empreender em estado urgente do sistem ali nistrativo a fim de ornizar de modo a imprimir-lhe caracterfsticas de m verdadeiro poder popular tantoao nível das estrutura& como dos n~tdos. Em a~ o do disposto na

Constituiço impe-se desde já a reoranização da relação hierárquica dosGovernadores Provinciis que passaram a estar na dependn directa do Pr-

sidatelb dpfiku. A fim de procdr ao estudo do conjuno de proMems existentes aonivel de, administrao foi deidido criar uma Comissio do EstruturaçãoAdministraliva. EnIrlantk, o Ministérl do Ieior superintende na AdminstraçIoCivil e na cooao dos I os do poder local.Orlu,"tio 6eral: PRIORIDADE PARA O DESENVOLYMBEOTO DAS ZONASII. RAIS EM ALDEIAS. COMUNAIS,Correspondendo à linha paItic da FREUMO e ao Pdeo Consel de Ministros d di. coMder p o de»volvimnto das zons rurais -utodos es sctoes de acividad d Eado , com, ped pr aszooas mais d as polaguerra.Para este objectio os sorviços de Estado mobilzarão todos os mios de acço a seualcance para o su dasAlias C i ja criaçãe exteonsio cosliuem uma das primeiras procupaçes da ReãMoçambican, DefesaNacional:OS CIDAOS SUÃO REQM. RIDOS A RECEBER PREPARAÇÃOPOLUTICO.MLITARMa aplic4h do disposto na Constiluião, e em conformidade em as dois daFIEI. tO o Conselho de Ministros decidiu criar o reglmenta o 5ervi o Na n doDefesa o Rec a fim de ucenam a participaçã doá~ado nas tarfa da defes da Pátia e da RevoluçãoO Coseh do Ministros coos~e linda que, à -luz da exper~nd de luta de .ibrtçã,as tarelas de defesa nacinal deveria, profudame-L à reo nacirnal, p ~atid o carer« po-pulardo a v deuma pricpao dircta npr e de um profdconflac com as masa. Ao mesm tempo, a ac das Fo.ças Populares do Ubertaç3o de oçambioque continuará a constituir umacontribuição concreta à recuperação da economia nadQnal e à orgnização doma aação social! em benefício do povo.Os cidadãos serio portanto, requeds, sem # , a receber preparação polític lar, oa parlicipar na prouçã~ no quadro das Forças Po eua de Libertaçí de Moçambiquepor pedodos determinados, dorante es quais recebero uma formaç profissional etécnica que os habilite a contribuir utílmente para o desenvolvimento do país.Ecoene. e finénças: AUSTERIDADE E ECONOMIA NOS GASTOSPOLICOS E REIFINIÇÃO DA POUTICA FISCALAnalisando a situação econ6. mica e financeira, o Conselho de Ministrosconslatou o esta de ruína em que o govetno co. lonial mergulhou o país, comoresultado de sistema de pilha. geme exploraço, situação esaque .só poderá ser vencida odenando-se a economia na. cional no st dodesenveb

vimento da nação e dos inte. resses do povII, pois, que afectar os recuros financeiros priodlariamente aos grandes se~tos emque se forjará a reconruã nacIl - onsina, sído, agricultura e defesa nacional- aplicando m firme política de ausedado e enia dos gstos pblicos eo d visas,orienando e o ndoo crédito para o melhor aproveitamento possivel das dispo. nibilidades existantPor outro ld Uls umaredtiço da pe~c fiscal aoencor do o bjcivo ei do no artigo 13.° da Constiuiçã: fixaçio dos impos segundocritérios de jusliça s cial.,Além disse o Partido e os gãos de adminislração terio de desenvolver um trabalhede mobilização para que todos os cidadãos participom, atravi de pagamento deimpostos e evitando-se as fugas riscais, na obtenção dos+recursos financi rosneessárdo à concretizaçã da polftica de desenvolvimnto nacional definida pelaFLIMOAgiicuura:DMSBIVOLVIMENTO DAS FORMAS COLECTIVAS DE PROmoo p fundamntal de Agr.~ na economia de Moçasbique fe com que o Conseih de Mnistros eveidedicdo uma atão muilo particular a ose sector de actividade..Constu que no tompocoloni a agrcultura sev" para ficio exclusivo da minesta exploradora: o nossopovo era ~ a cultivar só aqui-lo que os intere o as necesiae de Prlugl e doscolonos ditavam. O noss pmovesta probid de tirar da terra mesmo es produtosmais simples de que necessilava para se alimear.No 4çambique independente e rolucinário, onde deixa de ter lugar a exploração deh plo homem, a agricl.fera deve beneficiar o povo int iro, umindo o seu papel na eliminaçio da fome eda mi"da e apoiando a indústria.A agricullura deve ser, porl, uma aclividade organizada, dado que, em grandeparte, 4 de organização que depende a per d Assn, o dentro da linha deorientaão dFEINO, o Conselho de Ministros decidiu promover a cria-çiado Mlolunailsendo* povo agotai4 o na suas p s frça, poderá prdzir o melhorar as suas condiçes de vida, baseado em for. mas coleclivas deproduoo. Esta forma de organizaço porimitiri também ao Parido e ao Governo,dentro dos maios dizponivois, fornecer ao povo os meios maeriai técnicos e cilics que facilitarão um desenvlvimento mais rápido.Constatando ainda a grande exploração a que são sujeitos os camponeses porparte das companbias e individuos que lhes compram os produtos por preçosbaixissimes para os lançar na rede comercial a Pros muito altos, com grandemargemi de lucro, o Conselho do Ministros determinou que as preços, na fase dacompra aos produtores, sejam fixados pel Ministrio da Agricultura.lustrl e Com~.cio. PNI ICAÇÃO DO NSEN. YOLVIENTO INDUSTRIAL ECOMBATE ENI1CO A SAOTAGEM ECONOMICA

Nos doínios da Indstria e do Comircio o Conseho de Ministros acntou anecessidade de promover o desenvolvimento industrial de oçambique dumaforma plianificada, contribuindo de modo decisivo para que a economia do Paisarranque da situaão de u udeonv m*mono em que o colinialismo a deixou peranovas fases do prepsso comcoe social.Imple.se portnto, não só assegurar o máxim aprv .mentó das indústrias exnte como criar novas unidades industriais, tirando todo 8ne-. ticio possível dos ross nturais de Mn . qu, Eses~ foram consideradosigualmente válidos para es sectores minir, do enrga o da pescas, que tUm vindo aser

explorados contra os Interesses do Povo Moçambicano.O Coel. de Minitros frisou a necessidade de o Estado orientar o comrcio externo einferno, lutando contra as manobres especulativas e comboa tendo energicamentetds as formas de sabotagem eaconó. mica.Turismo:PRIORIDADE PARA TURISMO INTERNO E RELAÇÕES COM PAÍSESAFRICANOS E $0CIALISTASFoi ainda decidido no domínio0d turismo conceder prioridade ao turismo embenefício das- massas populares, permitindo-lhes que conheam o país nos-seusdiversos asecs, ereforçando a unidade nadonaLNo que respeita ao. desenvolvimento turístico definiu-se o princíplo de darprioridade 'è organizaço de contactos regulares com os países africanos osocialistas, & fim de que .o turismo sirva de elemento de reforço dos laços deamizade existentes com esses povos.Ensino e Cultura: LUTA CONTRA O ENSINO EM BENEFICIO DEPREVILEGIADOSA situação do Ensino e da Cultura mereceu profunda aten. ção da parte doConselho -de Ministros. O desencadeamento de um combate frontal contra oanalfabetismo, a ignorància e o obscurantismo, ao nível das largas massaspopulares, a luta contra o elitismo e o favoritismo, produtos do capitalismo e dafome capilalista de organizar o ensino em beneficio dos privilegiados, apreparação de novos professores e a coordo-naçio do ensino com o plano de desenvolvimento nacional toram consideradastarefas prioritárias.Decidiu também o Conselho de Ministros que o Governo deve exercer umcontrolo directo e imediato sobre todo o ensino em Moçambique, tendo lança. dopara isso a palavra de or. dom de naclonalizaçío e estafizaçio do ensino particular,para o Inserir no sistema geral de ensino do País e assegurar a orientaç1o políticade FRELI. NO nede sector vital.No campo da cultura salientou-se a necessidade de promo ver o desenvolvimentoda cul. fura nacional e revolucionária a fim de afirmar a persnalidademoçambicana e completar a tarefa da educação na formação do homem novo.A fim de reforçar a unidade nacional, que s6 se consegue pelo conhecimentomútuo, e difundir o conhecimento do nosso pais no mundo, foi decidido divulgar

de forma sistemática no plano nacional e no plano internacional os várioselementos integrantes da cutra meçambicana.O Conselho de Ministros considerou a necessidade de se popuiadzar a EducaOãoFísica e o Desporto, estendendo a sua prática massas Populares.Saúde:NACIONALIZAÇAO DE TODAS AS CLINICAS PRIVADAS E CRIAÇÃODE SERVIÇO NACIONAL DE SAODEA prática da medicina pdvada constituí um meio de expIoraç o que utiliza adoença come método de enriquecimento. Ao mesmo tempo a Assistência Médicaestá reservada a uma elite com dinheiro. Esta situa. ç,ão deverá ser radicalmentetraformda e os serviçs de sade postos ao serviço das massas. para realizr esteobJectivo,o Conselho de Mnistra decidiu a nacionalizaç1o de todas s clínicasprivadas e a caiaço de um Serviço Nacional deSúde cujo objectivoé o deplanificar todos í serviços m.dicos e sanitários disponíves, assegurar assistnciasaniWiia a todos os cidadios Indiscriulnadamente.Neste dominio, a orientaçio de base é dada pela linha polirca sanitdia daFRE.IMO que concede prioridade à actuaço preventiva através de uma largmobilizaçIo e esclarecimenlo das massas e da sua parlicipaço activa na acçãosanitáde.Deve Igualmente dar-se prioridade, neste s ctor, Is zonas rurais, nomeadamente àsAlMelas Cemais, acabando com a olientaço colonialista que beneficiava quaseexclusivamente cedas minorlasdas cidados.Transportes:PLANIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAAGRICULTURA E RELAÇÕES COM PAÍSES AMIGOSO desenvolvimento de meios de Transportes a nível nacional de modo asatisfazerem coordenadamente as necessidades de circulaçãp da população e fluxoda produço, foi considerado pelo Conselho de Ministros como tarefa prioritiria nombito dos transportes.O Conselho de Ministros analisando o problema dos Transportes Aéreos eMarítimos, concluiu pela necessidade de o Coverno proceder a -um estudoprofundo das causas da crise e das possibilidades de desenvolvimento de cada umdos sectores, a fim de se definir a ointaçi polica que determinará a respectiv struturaç ãoA planificaçio do aproveitamento racional do parque transportador existente,deverá ter em paricular atenço a organizaç,o de agricultura que está a serplanificada e, ao mesmo tempo, visar o desevolvim das reaoes com os povos epaíses amigos.O Conselho de Ministrosconstatou a necessidade de se desenvelver a acço deprevenio de acidentes e segurança em todos os meios de transporte,incrementando-se a luta contra a corrupçIio que reina no sec Ior.O Conselho de Ministros prstou atenção aos problemas re lativos aos Correios eTelecomunicaçies e acentuou a ncesidade de se organizaram os respecivosserviços e Incrementar as redes existenes c prioridade para a rede nacional.Nabitaçko:CONTRARIAR O DESPREZO PELO DESENVOLVIMENTO DO CAMPO

A taçio da habita* foi considerada pelo Conselho de Ministros como exemploflagran. te da injustiça social e da exploraçio que caracterizam o sistema colonial.Ao Governo compeirá aplicar uma política habitaonal dirigida a contradar aatuação que se veriaf no sector, de um permanente desprezo pelodesenvolvimento do campo, em favor de um empolamento sse. mático dascidades.O Conselho de Ministros considerou que a habiação é um sector importante naorganizaçio das Popiuaçíes em Aldeia Cona s, que constituem o meIlor meio deconstruir e espalhar pelo País as estruturas urba. nisticas de apoio aodesenvolvimento ruraL

A criação de uma rede de estada s ubor4ínada às reais necessidades dápopulação e da produ o camponesa é tarefa priorifiria definida pelo Conselho deMinistros que coris. ft ou, ao mesmo tempo, a necessidä,e dê wírirem emêlhoiarem , estradas que liguem o o« País aos Píises amigos, nomeadamente,Tanzânia pjustiça:FIM DA ADVOCACIA PRIVADA SItPLIFlCAçAO E POPULARI. ZAÇODAlS LEIS E REEDUCAÇÃO DOS DE~TIDOSAnalisando os problemas da administração da Justia,,o C»., solho e Ministrosconstatou que no passado esta era um privilégio de ioucos dispensado através demtodos.,cusoso e POUCO claros. A própria apresentação das leis era de difícilcompreen-são para o povo, o que requeria a existência de profissionais para a suainterpretação. Além disso, na punição dos crimes n4,era considerada com aprofundidade exigida a necessidade da reeducação dos antigos criminosos e dasua reintegração na socie. aade.Procurando tirar o máximo de lições da experiéncia ganha nas zonas libertadas,durante a luta armada de libertação nacional, o Conselho de Ministros decidiuempreender a elaboração progressiva de novas !eis q-ie sejam instrumentos deunidade nacional e de defesa da revolução. Decidiu aplicar uma politica de!implificação da in-. guagem das les, e lançar campanhas de explicação sobre oseu conteúdo a fim de as popularizar.Na organização do sistema prisional o Conselho de Ministros Qeliberou concederprioridade à questão da reeducação dosdetidos a realizar em colaboração entre os Ministérios do Interior e da Justiça.Finalmente o Conselho de Minis considerou Incompativel com um sistema dejustiça popular a exisléncia da avcacia prViVl.Informaçãoi:ORIENTAÇÃO NO REFORÇO DA UNIDADE NACIONAL E DEFESA DAREVOLUÇÃOA Informação e Propaganda deturpadas foram dos principais instrumentos usadospelo coloíaliísmo para manter a sua dominação sobre o nosso povo. Os mitos dasua «missão civili. zadora», da sua «superioridade racial», da sua «invencibilidademilitar», conseguiram confundir no período colonial certos sectores da população,porque os colonialistas, além da brutalidade, usavam com astúcia a

informação (melhor dizendo: a desinformação) e a propaganda.Essas estruturas no sector da Informação, criadas pelo colonialismo para o servir,terão que ser revolucionarizadas, exigindo este processo uma vigilância constante,Os meios de informação de. vem agora ser orientados dentro de uma perspectivade reforço de unidade nacional, difusão dos valores culturais nacionais e de defesada Revolução. Ao mesmo tempo cabe popularizar a linha política da FRELMO efazer conhecer a actividade do Governo para que o povo se possa pronunciarsobre ela. Para este efeito a informação, rompendo radicalmente com os esquemasherdados do sistema colonial, deve exprimir as aspirações popular.s e falar aopovo na linguagem do povo.O conjunto dos meios de informação, em particular o cine-

ma, deve ser regulamentado pelo Governo a fim de pôr termo à degradação devalores e à corrupção moral que alguns destes meios transmitem, e transformá-losem verdadeiros instrumentos de uma cultura sI e não comercial.A mesma responsabilidade recai sobre o Governo no que respeita à importação demeios de, informação estrangeiros.Sistema Administrativo: PROPORCIONAR A CRESCENTE PARTICIPAÇÃODO POVO NA RESOLUÇÃO DOS SEUS PROBLEMASNos sectores afectos ao Ministério do Interior, há que impulsionar astransformaçãos iniciadas no período de transição, na reestruturação do sistemaadministrativo para uma crescente participação do povo na resoluçbo dos seuspróprios problems.A cação dum novo Corpo dePolicia despido da feição repressiva que caracterizava as polícias coloniais, poránas mãos do povo um instrumento para o combate eficaz contra a criminalidade,os vícios herdados da sociedade capitalista e para garantia da segurança daspessoas e dos bens.Outra tarefa importante confiada ao Ministério do Interior é a do controlo dacirculação das pessoas, e mais particularmente a' entrada e saída doi estrangeiros,que deverá proces, sar-se em termos de não pre judicar as conquistas da Revolução Moçambicana.Com o estabelecimento de navas estruturas de administraçãc a empreender nos termos d artigo 61.° daConstituição, cria -se-lo as bases de que depe derí o correcto funcionamenl dosórgãos do poder popular.Assif, o Conselho de Minitros decidiu a extinção das i gedorias, estruturas que pe sua natureza feudal e pelacolboração que prestaram ao colonialismo, são incompatíveis com o poder popular.Trabalho:CRIAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO DE MASSAS DE TODA A CLASSETRABALHADORAAnafisande a situação de Trabalho existente em todo o Pais, o Conselho deMinistros sublinhou o papel que ao Governo cabe de, instrumento de defesa dos

interesses das massas trabalhadoras, pelo que deverá estabelecer estruturasempenhdas na luta contra todas as formas de exploração.O Conselho de Ministros saudou a deciso do Comité Central da FRELIMO decriar uma organização de massas da cmae trabalhadora, organização essa queprestará uma contribuição decisiva para a consolidação dopoder popular.A actuao dos órgãos do Estado deve ser dirigida no sentido de criar condições queparmitam assegurar o direito expresso no artigo 31.o da Constituição, por forma aque todos os cidadãos participem com o seu trabalho na reconstrução doPais.Foi expressa, simultaneamete, a necessidade do gradual estabelecimento de umsistema geral de previdncia compatível com o desenvolvimento econó mico doPais e que apoie todo! s os trabalhadores nos casos dincapacidade, velhice e doença eliminando as discriminaçõeactualmnte existentes.Política Externa:REFORÇO DA SOLIDARIEDADI ANTI.Il4PERIALISTA E Di rCONTRIBUIÇÃO PARA A RE.VOLUÇÃO MUNDIALlo No Plano Exterior, o Governseguirá a linha política definid is pela FRELIMO de desenvolvimei e- to derelaçes com todos os PI la vos do mundo e de reforço ( ia- solidariedade anti -imperialistA política exterior da República Popular de Moçambique, em coformidado comos principios expostos na Constituição. basear-se- no intemacionalismo e nasolidariedade de luta com os povos oprimidos.A República Popular de Mo.çambique reforçará os laços slidos que unem o Povo de Moçambique desde a faseda luta armada aos paísos afdcanos, e socialistas e desenvolverá relações defraternidade militante com todos os regimes e forças progressistas no mundo como objectivo de reforçar a revoluço moçambicana e contribuirpera a revolução mundial.Na$ relações com os Estados,o Governo da República defendetá os princípios de independhcia e soberanianacionais, igualdade dos Estados, não ingerinca nos assuntos internos ereciprocidade de benefíciosnas relações mútuas.Conforme já foi divulgado, oConselho de Ministros decidiu, no decurso da reunião, pedir a admissão daRepública Popular de Moçambique na Organização das Naçkes Unidas e naOrganização da Unidade Africana e, em sessão extraordinária, reconheceu aindependncia do arquipélago das Comores no seutodo territorial.1 RECUSA AO REFORMISMO ECONDUÇÃO DA REVOLUÇÃOATÉ A VITÓRIA TOTAL

O Conselho de Ministros está s consciente de que a palavra deordem «Revolucionarizar o aparelho de Estado» não é nem pode permanecerpalavra de ordem para comunicados oM«slogans».Destruiras estruturas do pasado não é tarefa secundária rfão é luxo ídeológico». É con 0 dição do triunfo daRevolução a Se aceitarmos herdar as e!i- truturas do passado e as assL > mirmos, mesmo com retoquela e reformas, seremos absorvido e. corrompidos e desagregados pý~1elas.A sobevivácia das estruturas do pssad constitui um perigo imediato e grave,particularment em todas as regiões onde as estruturas coloniais e as mentalidadospermaneceram praticamente intactas por não terem sido abaladas pelo fogo daluta armada revolucionária de liberfação ,acnail.O intere4se do Povo trabalhador, o Interesse da classe operária e camponesa. ointeresse da revolução exigem que aceitamos enfrentar qualquer eventual crise.Ela será teporária, e conduzirá à consolidação do poder popular. Não receamosque os nossos quadros não estejam preparados tecnicamente. A técnica 6secundária em relação à linha política e à tonsciinca de classe. Os altos técnicosdo colonialismo e do capitalismo nada fizeram em lavor das massas porqueserviam uma linha política errada e as classes exploradoras. Aprenderemos atécnica no trabalho, no processo da revolução como aprendemos a ganhar a guerrafazendo a guerra.A tarefa do Conselho de Mlnisfroqs, que representa o Poder PopularDemocrático, é assumir os valores e as aspirações daluta revolucionária.Recusamos o reformismo queleva ao desvirtuamento da nossa linha, à perda das conquistas revolucionárias, àcapitulação e à derrota. Escolhemos decididamente prosseguir a Revolução"ue conduz à vit6ria.O Povo Moçambicano, maisunido e determinado do que nunca sob a direccão da FREi LIMO, estápreparado para exercer o Poder em todos os níveis, o Povo quer liquidar aexploração, o Povo exige a Revolução.VIVA A FREUMO QUE UNE EORGANIZA O POVO MOÇAMBICANOIes VIVA A REVOLUÇÃO MOÇAMBICANAI)r A LUTA CONTINUAI

mais pertoéA Deta liga Moçambique com o mundo. Carreiras regulares para a Europa.Serviço impecâvel. A Deta e uma das dez primeiras companhias de aviaçãoafiliadas na ATA.DýmTA

LINHAS AÉREAS DE MOÇAMBIQUEomundo1 ~1~tiI

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