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PONTOS CONTROVERTIDOS DA HISTRIA DO BRASIL
A CRISE, A REVOLUO E O MILAGRE
GOVERNO JK (1956-60)
ANOPIBPRODUTO
INDUSTRIALPIB PER
CAPITAIGP-DI(dez-dez)EXPOR-TAESIMPOR-
TAES
1956360261,41,0
195785571,41,3
195811178241,21,2
195910137391,31,2
19609116311,31,3
GOVERNOS JNIO E JANGO (1961-63)
ANOPIBPRODUTO
INDUSTRIAL PIB PER
CAPITAIGP-DI(dez-dez)EXPOR-TAESIMPOR-
TAES
19619115481,41,3
1962784521,21,3
19631-0,2-2801,41,3
1. A CRISE: 1964-64
. progressiva tomada de conscincia de que ciclo expansivo se esgotara
. divergncias quanto a diagnstico e solues: instabilidade poltica1.1. O DEBATE SOBRE O DIAGNSTICO
. a viso de Furtado: tendncia estagnao causada pelo esgotamento do processo de substituio de importaes
. a pauta de importaes torna-se mais rgida
. pois cada vez so necessrios mais recursos financeiros e tecnolgicos para internalizar novos setores
. estes novos setores so de bens de produo
. cuja demanda originria no de consumidores, mas de firmas de bens de consumo que vendem diretamente populao
. como a renda concentrada, o crescimento do consumo insuficiente para assegurar o crescimento do conjunto da economia
. perfil de distribuio de renda incompatvel com perfil da oferta de BCD
. pobres no conseguem comprar bens de alto valor unitrio
. soluo: reformas de base para
. redistribuir a renda
. redimensionar estrutura da oferta: de BCD para BCND
. a viso de Roberto Campos
. inflao o maior responsvel por concentrao de renda
. soluo: poltica antiinflacionria e reformas financeira, fiscal e trabalhista
1.2. O GOVERNO JANIO QUADROS (janeiro-agosto de 1961). reforma cambial (proposta de Campos)
. Instruo 204 da SUMOC: fim das taxas mltiplas de cmbio
. maxidesvalorizao: fim do cmbio apreciado
. poltica monetria rgida
. poltica fiscal contencionista
. reduo dos subsdios a petrleo e trigo
. reduo de gastos
. medidas foram bem recebidas pelos credores, permitindo
. reescalonamento da dvida vincenda entre 1961 e 1965
. novos emprstimos
. sem base parlamentar, tentou o golpe e fracassou
1.3. O GOVERNO JOO GOULART
. imposto o parlamentarismo
. Tancredo Neves como primeiro-ministro
. Walter Moreira Salles na Fazenda
. em 1961 houve crescimento sem estabilizao
. PIB em 1961 cresceu 8,6%
. resultado da maturao dos ltimos projetos do Plano de Metas
. inflao no cedeu
. aumentou de 30,5% para 33%. em 1962: queda no crescimento (para 6,6%) e aumento na inflao (para 47,8%)
. inadivel um plano de estabilizao
. Celso Furtado no Planejamento o Plano Trienal (janeiro de 1963)
. diagnstico ortodoxo: inflao resultava do excesso de demanda gerado pelo gasto pblico
. proposta de estabilizao
. realismo cambial
. corte de despesas
. controle do crdito e aumento do compulsrio
. em paralelo: proposta de crescimento
. ampliao do mercado interno via
. reforma agrria
. redistribuio de renda
. Santiago Dantas (na Fazenda) renegociava a dvida externa
. proposta rejeitada
. hostilidade lei da remessa e lucros aprovada em setembro de 1962
. que limitava remessa a 10% dos lucros
. reduziu em 40% a entrada de capital de risco no pas
. insatisfao com a Poltica Externa Independente
. aproximao com mundo socialista
. apoio aos movimentos anticoloniais
. resultado altamente insatisfatrio: US$ 400 milhes, dos quais
. US$ 84 mi para desembolso imediato
. US$ 30 mi para indenizar a ITT
. em abril de 1963 o governo decidiu
. restituir subsdios do trigo e do petrleo
. elevar salrios
. mnimo 56%
. funcionalismo 60% (FMI aceitava 40%)
. descontrole das contas pblicas
. no meio do ano foi feita a reforma ministerial
. substituio da equipe econmica e extino do Ministrio do Planejamento
. resultados de 1963:
. PIB estagnado (1%)
. inflao em alta (82%)
2. A REVOLUO E AS REFORMAS
GOVERNO CASTELO BRANCO (1964-66)
ANOPIBPRODUTO
INDUSTRIAL PIB PER
CAPITAIGP-DI(dez-dez)EXPOR-TAESIMPOR-
TAES
1964350921,41,1
19652-50641,60,9
19667124391,71,3
. Roberto Campos no Planejamento
. Gouveia de Bulhes na Fazenda2.1. A ESTABILIZAO. PAEG previa controlar inflao gradualmente para retomar crescimento (no
ortodoxo)
. inflao: causas e terapias
. dficit pblico:
. aumento arrecadao (reforma fiscal)
. corte de gastos no-prioritrios
. congelamento salrios do funcionalismo civil
. 120% para militares
. inflao corretiva: tarifao em servios pblicos
. dvida pblica com correo monetria
. comportamento:
. 1963 4,3% PIB financ. com emisses
. 1964 3,2%
. 1965 1,6 ttulos
. 1966 - 1,1
. crdito excessivo s empresas
. crdito dosado para impedir inflao de demanda
. reajustes salariais acima da produtividade
. substituio da livre negociao pela frmula que reajusta pela mdia dos ltimos 2 anos e pela inflao prevista para o
prximo ano2.2. As Reformas Institucionais
2.2.1. Financeira
. especializao no crdito com firmas independentes
. de curto prazo: Bancos Comerciais, para desconto de duplicatas
. de mdio prazo: Financeiras, para vendas de BCD
. de longo prazo, para empresas: BNDES e SFH
. de muito longo prazo, para famlias: SFH
2.2.2. FISCAL. fim dos impostos em cascata
. centralizao dos recursos e controle da distribuio
2.2.3. Trabalhista
. fim da negociao de reajustes
. substituda pela frmula de Simonsen
. fim das indenizaes por demisses
. substitudas por FGTS
3. O MILAGRE ECONMICO
GOVERNOS COSTA E SILVA E MDICI (1967-1973)
ANOPIBPRODUTO
INDUSTRIAL Pib per capitaIGP-DI(dez-dez)EXPOR-TAESIMPOR-
TAES
1967421241,71,4
196810147251,91,9
196910117192,31,9
197010128192,72,5
197111129192,93,3
197212149164,04,2
1973141711166,26,1
. a desmoralizao de Campos e Bulhes: pouco crescimento e inflao alta
. o Vice Rei do Planalto e seus Delfin Boys
3.1. A Poltica Anti-Inflacionria
. diagnstico: inflao de demanda j estaria sob controle, agora restava a de custos
. em 1966 a expanso de M1 foi de 13% e o IGP-DI de 35%
. o custo do crdito era o principal responsvel
. nova terapia: o CIP controles diretos de preos de oligoplios
. reduzir margem unitria para estimular o crescimento da produo
. regime precisava de crescimento para se legitimar
. PED previa duas etapas
. uso da capac. ociosa com FBKF mantida em 16% do PIB
. PIB cresceria 6% a.a.
. ampliao da base produtiva, com FBKF indo a 20%
. principais traos da pol. eco.:
. expanso do crdito, principalmente ao consumidor e agricultura
. isenes fiscais para agricultura, elevando oferta de alimentos e exportaes
. aumento de recursos para o SFH (incorporao do FGTS)
. incentivos a exportaes
. crdito
. subsdios
. reduo de entraves burocrticos
. incentivos ao desenvolvimento regional
. incentivo a setores industriais especficos via BNDE (setor privado)
. dispndio em infraestrutura
. reforma do Sistema Financeiro
. concentrao bancria para obter economias de escala
. reduo das taxas pagas pelo tomador (tabelamento temporrio)
. criao das estatais, com autonomia operacional e bons salrios
. permitida pelo Decreto-lei 200 de 1967
. objetivo:
. desenvolver o que no interessava ao setor privado
. fornecer economias externas ao setor privado
. criadas, entre 1968 e 1974, novas 231 empresas estatais
. 175 em servios
. 42 na ind. de transformao
. 2 na agricultura
. holdings setoriais, derivadas do crescimento na escala e extenso dos
monoplios nacionais de eletricidade, telecom. e outras reas de
infraestutura
. busca de maior eficincia operacional
. contriburam para dficit pblico 1,5 a 2% do PIB (externalidades)
. fim da capacidade ociosa -> inflao recrudesce em 1973
. escassez generalizada leva a desrespeito ao tabelamento
. ndices FGV e IPE: em torno de 15% (uso preos tabelados)
. ndice DIEESE 26%, Deflator Implcito 22% (uso preos efetivos)
3..2. O Crescimento 1968-73
. ind. Transformao: 13% aa
. por categoria de uso:
. BCD: 23% (mesma taxa de eletro-eletrnicos domsticos)
. BK: 18% (puxado pelo gasto governo em infraestrutura)
. BI: 14% (puxado pelos investimentos dos demais)
. BCND: 9% (puxado pela renda dos trabalhadores)
. segmentos lderes:
. mat transporte: 21%
. mecnica : 17%
. mat. eltrico e de comunicaes: 16%
. capac utilizada: 1967 76%
. 1971 93%
. 1972-3 100%
. ind. Construo: 15%
. habitacional: novo aporte de recursos para construo e venda
. FGTS passa para BNH
. efeitos de arrasto (linkages) s/ cimento, mat. construo, equiptos e ao
. pesada: puxada pelo gasto do governo em energia, transportes e comunicaes
. servios industriais de utilidade pblica: 12%
. transportes e comunicaes: 13%
. comrcio: 11%
. setor tercirio: faltam dados confiveis
. Poltica Industrial conduzida pelo CDI (mas BNDE e Banco do Nordeste autnomos)
3.3. Salrios e Emprego
. correo da distoro da frmula
. mas salrio mnimo real caiu ou ficou constante (conforme o lugar)
. no entanto aumentou o salrio mdio
. e diminuiu a quantidade dos que ganhavam salrio mnimo
. aumentou concentrao da renda
. emprego cresceu 4,3% aa, contra 2,9% da populao
3..4. O Setor Externo. exportaes aumentaram 3,6 vezes; importaes 4,4 vezes
. comrcio exterior cresceu mais rapidamente que o PIB
. exportaes passaram de 5,8% PIB para 7,8
. importaes de bens e servios passaram de passaram de 6,2% para 9,2% do PIB
. fatores favorveis
. endgenos: polticas cambial e de incentivo s exportaes
. exgenos: crescimento eco mundial, evoluo dos termos de troca e liquidez no mercado internacional
. polticas para exportaes
. minidesvalorizaes
. subsdios fiscais e creditcios variados
. concedidos pela BEFIEX (Comisso para Concesso de Benefcios Fiscais e Programas Especiais de Exportao)
. medidas administrativas
. desburocratizao
. promoo governamental de produtos de export no exterior
. melhorias na infraestrutura de transporte e comercializao
. resultados: manufaturados passam de 20% para 31% da pauta
. soja pulou de 2% para 15%
. caf caiu de 42% para 28%
. melhora dos termos de troca (crescimento da economia mundial). polticas para importaes:
. reduo do imposto de importao mdio (de 47% para 20%)
. manufaturados: de 58% para 30%
. reduo da taxa de proteo efetiva (incluindo tarifa sobre os insumos)
. mdia: de 72% para 31%
. manufaturados: de 98% para 52% (indstria continuou protegida)
. mdia efetivamente praticada (incluindo isenes) cai de 13% para 8%.
. resultados: import mquinas e equipamentos mais que dobrou entre 1970 e 1973, refletindo fim da capacidade ociosa
. BC negativa em 71 e 72, equilibrada em 73, sofre o choque do petrleo em 74
. dvida externa
. 1966: dvida bruta 3.666 M, reservas 421 M
. 1973: 12.572 6.416
. participao dos emprstimos privados na dvida pblica externa (= total) de 27% para 64%
. aumento da dvida visava principalmente o aumento das reservas, mais que financiar o investimento (embora estatais tenham se endividado pesadamente)
. investimento externo quase triplicou em 7 anos (dobrou em termos reais)
4. A AVALIAO DO MILAGRE
. a autocrtica dos crticos
. contra a idia da estagnao de Furtado: Tavares e Serra
. sistema cresce mesmo sem distribuio de renda -> pela via do crdito
. mas a distribuio de renda piorou e os dados so inquestionveis
. no longo prazo reduz a capacidade de crescimento
. como resolver o problema?
. alternativa Delfim: esperar que o bolo aumente
. alternativa Langoni: investir em educao
. a prxima gerao ser bem paga
. alternativa Tavares: mudar o modelo e crescer distribuindo renda
. nova poltica salarial -> aliana com sindicatos
. novas polticas sociais -> aliana com profissionais de sade e educao
. poltica industrial com prioridade para BK -> aliana com FIESP
. difuso em conferncias: nasciam os economistas da oposio
. Tavares, Castro e Lessa
. fundao do IE/UNICAMP: centro de aglutinao de cepalinos
. Belluzzo, Coutinho, Joo Manuel e Serra
5. A CRISE INTERNACIONAL
. o auge de 1973 e a armao da crise internacional:
. superaquecimento da economia mundial (produto cresceu quase 7%) por:
. aumento dos gastos com a guerra do Vietn
. aumentos salariais em todo o mundo desenvolvido
. expanso do crdito bancrio privado
. dando a impresso de que o sistema financeiro oficial
multilateral de Bretton Woods poderia ser substitudo por outro baseado em bancos privados
. exportaes dos pases em desenvolvimento cresceram 18% aa entre 1966 e 75 (o qudruplo do decnio anterior)
. aumento da inflao nos pases centrais visto como o preo da prosperidade
. fim das taxas fixas de cmbio -> desvalorizao do dlar e flutuao de todas as moedas
. final de 1973: OPEP quadruplica preo (demanda cresceu mais que
investimentos em petrleo e fontes alternativas)
. enquanto isso, no Brasil economia crescia ao dobro da taxa histrica
. avalanche de crditos externos pressionava oferta de moeda, sancionando demandas sem contrapartida do lado da oferta -> inflao futura
. Mdici, em busca da transio pacfica do poder, prefixou inflao em 12% -> FGV usou preos tabelados para chegar a 13%
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