ACTAS DEL CONGRESO INTERNACIONAL ORGANIZADO POR EL G R I S O Y LA UNIVERSIDAD DE PARMA

(PARMA, 7 - 8 DE MAYO DE 2001)

LAURA DOLFI Y EVA GALAR (EDS.)

L a u r a D o l f i y E v a G a l a r ( ed s . )

TIRSO DE M O L I N A :

TEXTOS E INTERTEXTOS

ACTAS DEL CONGRESO INTERNACIONAL ORGANIZADO POR EL G R I S O Y LA UNIVERSIDAD DE PARMA,

(PARMA, 7 - 8 DE MAYO DE 2001)

Instituto de Es tud ios Tirs ianos . 2001

A g r a d e c e m o s a la F u n d a c i ó n Univers i tar ia de N a v a r r a su ayuda en los p r o y e c t o s de investigación del G R I S O a los cuales pertenece

esta publ icac ión.

A g r a d e c e m o s al B a n c o Santander Centra l H i s p a n o su co laborac ión en la edición de este l ibro.

L a organizac ión del congreso se realizó con una ayuda de la Univer s i t à di P a r m a - D i p a r t i m e n t o di L i n g u e e Letterature S tra­

niere, y del Inst i tuto Cervantes de Milán.

© C o p y r i g h t 2 0 0 1 . G R I S O (Univers idad de Navarra)-Revis ta Estudios Depósi to L e g a l : N A 1601-2002

I S B N : 8 4 -9 5 4 9 4 -06-X Madrid-Revis ta Estudios P a m p l o n a - G R I S O (Univers idad de Navarra)

Diseño portada: Cruz Larrafieta

Impreso en: E U R O G R A F N A V A R R A , S . L . Pol ígono Industrial Tajonar, Ca l l e O , n.° 3 1 . Muti lva Ba ja . Navarra

Í N D I C E

PRESENTACIÓN 7

MIGUEL ZUGASTI

La ocasión perdida de L o p e de Vega , antecedente nece­sario de El castigo del penseque de T i r so de Mol ina 11

IGNACIO ARELLANO

Biblia y doctr ina teológica en los autos de T i r so : un caso de intertextual idad pr ivi legiada 39

BLANCA OTEIZA

Aspectos emblemáticos y pictóricos en el teatro de T i r so de Mol ina 57

FRANCISCO FLORTT

L a reescritura de lo popular en La Santa Juana. Primera parte 89

ALAN K . G . PATERSON

U n teatro terapéutico: Celos con celos se curan 113

BERTA PALLARES

L a melancolía c o m o enfermedad en la obra de T i r s o de Mol ina (contr ibución a su es tudio) 125

LUCIA CHIERICI

Tir so y los conquis tadores : Vie jo y N u e v o M u n d o en la Trilogía de los Pizarro 179

6 TEXTOS E INTERTEXTOS

FELIPE B . PEDRAZA

L a atr ibución del tercer acto de La venganza de Tamar a C a l d e r ó n . Cues t iones de estilo 215

Luis VÁZQUEZ

Influencia de T i r s o en El gran teatro del mundo de C a l d e r ó n 237

LAURA DOLFI

Tirso y Cicognini : dos don Juanes frente a frente 255

FRANCO QUINZIANO

El burlador de Sevilla en la cultura italiana del X V I I I : historia y perfil de una recepción 289

DIEGO SAGLIA

T i r s o y la l iteratura inglesa: modal idades de la apropia­ción del s iglo X V I I al X I X 327

B I B L I A Y D O C T R I N A T E O L Ó G I C A E N L O S A U T O S D E T I R S O :

U N C A S O D E I N T E R T E X T U A L I D A D P R I V I L E G I A D A

Ignacio Arellano IET. Universidad de Navarra

LAS TÉCNICAS ALEGÓRICAS DEL AUTO Y DE LAS SAGRADAS ESCRITURAS

D e los autos atr ibuidos a T i r so hay tres publ i cados en el Deleitar aprovechando, y otros tres conservados en testimonios diversos sobre los que recaen sospechas de autor ía 1 . A u n q u e no han sido t radic ionalmente muy atendidos por la crítica, los autos t irsianos revelan una comple j idad en su e laboración que permiten c o n s i d e ­rarlos ciertamente, aun en su reducida expres ión, como los a n t e c e ­dentes más cercanos a la gran construcción ca lderoniana , lo que se percibe bien en el mane jo , por e jemplo , del material bíbl ico y en las técnicas de apl icación intertextual .

L a inserción del material bíbl ico es muy esperable en un género que utiliza en cierta medida técnicas alegóricas semejantes , usando modos de expres ión que la exégesis escriturística ha perc ib ido en la Biblia, de manera que la alegoría poét ica del auto cont inúa sin fracturas la alegoría bíblica de las letras sagradas . Esta c o n t i n u i d a d (además de las coincidencias propias de un teatro rel igioso) con­vierte a los autos en un terreno ópt imo para la integración de los elementos bíblicos.

C o m o es sabido , el a rgumento de los autos ha de entenderse en dos niveles o a dos luces, leyendo la l iteralidad como sombra del verdadero sent ido que se a lcanza a través de la interpretac ión a le­górica. Y respecto a la Biblia no es preciso recordar el método de la

1 U s a r é las ed ic iones del In s t i tu to d e E s t u d i o s T i r s i a n o s (ver la b i b l i o g r a f í a ) . S in te t i zo a q u í y r e o r d e n o a l g u n o s mater ia le s de los p r ó l o g o s q u e e scr ib í p a r a esas ed ic iones , d e j a n d o a u n l a d o m u c h o s a s p e c t o s q u e n o h a c e n al c a s o ; r e m i t o a los c i t ados p r ó l o g o s y a la b ib l iogra f í a m e n c i o n a d a en el los .

40 IGNACIO ARELLANO

exégesis a legórica que mediante la t ranspos ic ión s imbólica p rocura descubr i r otros sentidos a d e m á s del l i teral 2 .

Acumulac iones notables de varia documentac ión sobre este mo­do de entender la Bibl ia ( « A d Scr ipturam sacram rite intelligen-d a m diversi eius sensus dignoscendi , necnon varia eius loquendi et enarrandi spec ie s » ) , y los sentidos que contiene (literalis, allegori-cus, tropologicus y anagogicus) se hallarán copiosamente en los Commentarii de Corne l io a L a p i d e 3 .

T e n i e n d o en cuenta la c o m u n i d a d de proced imiento es muy coherente y natural la cont inuidad desde la alegoría bíblica a la alegoría poét ica . Podr ía decirse que la técnica del auto para crear la a legoría poét ica remeda la exégesis b íb l i c a 4 , y de ahí que mues­tre un tratamiento de los mot ivos bíblicos a m e n u d o e laborado des ­de los Padres , la tradición y las modulac iones l itúrgicas, sin olvidar, claro, la invent iva personal en lo que es terreno propio de la p o e ­s ía 5 .

Los AUTOS DE «DELEITAR APROVECHANDO»

E n los autos de Deleitar aprovechando la p ieza sacramental viene a c o m p a ñ a d a de otras que desarrollan, como acordes mus ica ­les de tono menor , los motivos que tendrán mayor ampl i tud en el auto mismo, muchos de ellos de procedenc ia b íb l ica 6 .

2 V e r p a r a u n a i n t r o d u c c i ó n al a s u n t o Schre iner , 1974, y B a u e r , 1974. 3 T r a t a , p o r e j e m p l o , « D e vari is S c r i p t u r a e s e n s i b u s » en I, 7, 2 o señala q u e

« q u a t t u o r h a b e t s e n s u s » , literal y a l egór i co s , etc. (ver V I , 165 , 1) . C i t o p o r t o m o , p á g i n a y c o l u m n a .

4 A s í l o s eña l a P a t e r s o n en su p r ó l o g o al a u t o El nuevo palacio del Retiro d e C a l d e r ó n .

5 E s t a i m p o r t a n c i a d e los P a d r e s y exegetas en la ap l i cac ión a u t o s a c r a m e n t a l d e la B i b l i a t iene q u e ver t a m b i é n c o n el d e s e o d e garant í a o r t o d o x a frente a cor r i en te s p r o t e s t a n t e s d e f e n s o r a s d e la l ibre in te rpre tac ión . L a m i s m a p r o f e s i ó n d e fe t r ident ina (ver D e n z i n g e r , 1963, n ú m . 995 ) expl ic i ta q u e s o l o la Ig les ia p u e d e in terpre tar las E s c r i t u r a s , y q u e las l ibres in te rpre tac iones s o n i leg í t imas p a r a los pa r t i cu l a re s . L a f o r m u l a c i ó n t r i d e n t i n a se vuelve a recoger , p o r e j e m p l o , en el C o n c i l i o V a t i c a n o ( D e n z i n g e r , n ú m s . 9 9 5 , 1 7 8 8 , etc.) . C . a L a p i d e a p o r t a d e n u e v o in f in idad d e d a t o s y tex tos s o b r e este p u n t o : X V I I I , 3 7 2 , 2 ; X X , 4 3 7 , 2 ; X X , 4 3 8 , 2 ; X X , 4 9 4 , 1; X I X , 64 , 2 . . . A e s t o hay q u e a ñ a d i r q u e T i r s o , c o m o ind ica P a l o m o , « r e c r e a - s i e m p r e r e v e r e n t e m e n t e - lo s t ex to s s a g r a d o s , q u e hace s u y o s . E n r e a l i d a d , aque l l a imitatio n o c las ic i s ta [...] se hab ía c o n v e r t i d o , p r á c t i c a m e n t e d e s d e T r e n t o en a d e l a n t e , en u n a recreado d e m e n s a j e d i ferente p e r o d e s i g n o cultural a n á l o g o » (1999 , p . 3 6 3 ) .

6 D e h e c h o la p r e s e n c i a d e la B i b l i a en t o d o Deleitar aprovechando es m u y in tensa y su a p l i c a c i ó n , c o m o r e c u e r d a P a l o m o (1999 , p . 355) « d e rigurosa e x a c t i -

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 41

El que abre la serie - q u i z á el más e laborado de t o d o s - El colme­nero divino, se introduce con la canción « C o n t a r o s quiero las bo­das» , construida sobre el modelo de los epitalamios y d e s c r i p c i o n e s de bodas rústicas, vert ido a lo divino. Se casan Cristóbal Salvador con Olalla de la Igreja, hija de Pedro Pastor. Los regalos, dotes y vest iduras tienen sentidos s imbólicos alusivos a Cr i s to y a la E u c a ­ristía: el novio lleva como dote sus dos naturalezas ( d o g m a de la unión hipostática) , y «en pratos de accidentes / un cordero que asó amor» , esto es, ofrece el cordero de Dios que quita los pecados del mundo, su mismo cuerpo , ba jo la forma eucarística, en la que pan y vino conservan sus accidentes , pero no su substancia ( d o g m a de la t ransubstanc iac ión) , sin que falten referencias al convite de Asuero narrado en el l ibro bíblico de Ester.

La b o d a es imagen de la unión establecida entre Cr i s to y su Iglesia, en cuyo banquete nupcial se consume el Sacramento . Esta metáfora de la Iglesia c o m o esposa de Cr i s to la adapta Tir so de San Pablo, Efesios 5 , 23-32 ( « C r i s t o es cabeza de la Iglesia y sa lvador de su cuerpo . . . la Iglesia está sujeta a C r i s t o . . . Cr i s to a m ó a la Iglesia y se entregó por ella para santif icarla» , etc.) , que glosa por e jemplo Bar to lomé C a r r a n z a en su Catecismo7.

La canción inicial avanza las principales cuest iones de la lec­ción catequét ica del auto, y las mismas reaparecen en las otras dos compos ic iones de a c o m p a ñ a m i e n t o , dens i f icando al m á x i m o la carga eucaríst ica del conjunto , objet ivo para el cual T ir so acude a símbolos, tipos8 o imágenes que están f i rmemente instalados en la tradición y la doctrina.

A la canción sigue la loa, una p ieza comple ja de gran interés 9 . Apunta É t i e n v r e 1 0 que «Tir so relata toda la Hi s tor ia Sagrada ( d e s ­de la creación del m u n d o hasta la muerte de Cr i s to en la C r u z ) a través de una part ida de n a i p e s » .

t u d » p o r par te d e T i r s o . R e m i t o a P a l o m o (1999) p a r a m á s o b s e r v a c i o n e s s o b r e la B ib l i a ( V u l g a t a ) en el c o n j u n t o d e Deleitar aprovechando.

7 C a r r a n z a , Catecismo cristiano, II, p p . 315-16 . P a r a la i m a g e n n u p c i a l en la patr í s t ica ver D a n i e l o u , 1956, p p . 191-207 ; y p a r a el c a s o de T i r s o , O r t u ñ o , 1973, p . 175 , no ta 15.

8 « L a t i p o l o g í a c o n s i s t e en c o m p r o b a r la c o r r e s p o n d e n c i a q u e exis te entre p e r ­s o n a s , a c o n t e c i m i e n t o s , in s t i tuc iones y o b j e t o s de u n a é p o c a anter ior y o t r o s d e t e r m i n a d o s d e u n a é p o c a pos ter ior . P a r a ello es en rea l idad ind i fe rente q u e la relación sea pos i t i va ( M o i s é s / C r i s t o ) o nega t iva ( A d á n / C r i s t o ) o q u e p r e s e n t e u n a clara g r a d a c i ó n » ( A r m s t r o n g , c i t ado p o r Schre iner , 1974, p . 19).

9 V e r A r e l l a n o , 1998a. 1 0 É t i envre , 1990, p . 98.

42 IGNACIO ARELLANO

Los pr imeros versos presentan algunos de los atributos de Dios: es eterno, incomunicab le a otro que no sea El mismo, e n g e n d r a d o r cont inuo del H i j o , se expresa a sí mismo en el A m o r , es acto a b s o ­luto, indiviso , p u r o , etc.:

Estábase recreando (antes del tiempo y los siglos) incomunicable Dios; sin lugar, solo en sí mismo contemplábase ab eterno, cuyo pensamiento vivo sustancia en él (si accidente en lo humano intelectivo), fecundo siempre engendraba, siendo origen y principio de aquella especie que expresa es su imagen, por ser su Hijo, enamorado de verse en su retrato Narciso, y al concipiente el concepto correspondiendo recíproco, producían un amor, como los dos infinito, (vv. 1-18)

L a base teológica apela sobre t o d o a ciertos lugares del Génesis y a la doctr ina de Santo T o m á s en la Suma teológica, parte I, cuest io­nes 2 a 43, que tratan de la naturaleza de Dios y del misterio de la T r i n i d a d .

T ir so exhibe una gran precis ión teológica: usa el s intagma ab initio para precisar el decreto de la creación, s intagma que se a t r i ­b u y e a la Sab idur ía divina en Eclesiástico 24, 14 ( « A b initio et ante saecula c r e a t a s u m » ) , p o r q u e la creación es obra de la S a b i d u r í a ( evocada p o r el s intagma señalado) : la Sagrada Escr i tura enseña que D i o s hizo todas las cosas con sabidur ía {Salmos 103, 24: «Todas las creaste con sab idur ía» , o también en Proverbios 3, 19 y ss.; 8, 27 y ss., etc.) . Es de fe que las tres divinas personas constituyen un único y c o m ú n pr inc ip io de la c r e a c i ó n 1 1 , como declaró el concilio unionis ta de Florencia en el Decretum pro Iacobitis (1442). Es decir, que el tema desarrol lado en estos pr imeros versos constituye una premisa lógica del s egundo m o m e n t o de la loa, el de la c reac ión

1 1 V e r O t t , 1960 , p p . 145-46.

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 43

del m u n d o , desarrol lado en el breve hexaemeron12 de los vv. 38-69, sobre un nuevo mode lo bíbl ico, esta vez del Génesis.

Integra Tir so algunos otros pasajes bíbl icos , c o m o el de los Salmos 8, 4 en el v. 45 «Vio las obras de sus dedos» , y sobre todo, el p a s a j e de los Proverbios que le dará pie para establecer la a legoría del juego de naipes. L a coherencia alegórica la sustenta Tir so en el texto de Proverbios 8, 22 y ss., especia lmente 8, 30-31 , d o n d e se habla de los juegos de la Sabidur ía , que Tirso adapta contextúa 1-mente al juego de naipes, que refleja los avatares del m u n d o y la vida humana . C o m p á r e s e el texto de la loa (vv. 53 y s s . ) :

Viendo su Sabiduría el ingenioso artificio desta máquina universa, tanto a deleitarse vino con ella, que en fe de ser baraja cuyos distintos manjares forman sus cartas -según el rey sabio dijo— juega delante de Dios,

con el texto bíblico a ludido: «E l Señor me tuvo consigo al p r i n c i p i o de sus obras [...] y eran mis diarios placeres el holgarme c o n t i n u a ­mente en su presencia , el holgarme en la creación del universo , siendo todas mis delicias el estar con los hijos de los h o m b r e s » ; Tirso parafrasea exactamente Proverbios 8, 30-31 , según la Vulgata don­de aparece el término « ludens» , como ha comentado P a l o m o 1 3 : «Et delectabar per s ingulos dies , ludens coram eo omni tempore , ludens in orbe terrarum, et deliciae meae esse cum filis h o m i n u m » .

Tras un juego que le p r o d u c e pérdidas , el h o m b r e es expulsado del Paraíso y condenado a una vida de traba jos .

L a historia de Cr i s to se contrapone a la del h o m b r e pecador . Es la contrapos ic ión del pr imero y el s egundo Adán , como se e x p o n d r á más largamente en Los hermanos parecidos. Diversos episodios de la vida de Je sús p r o c e d e n t e s de los Evangel ios se narran en c lave del juego (adorac ión de los reyes, huida de la Sagrada Fami l i a a Egipto , presentac ión en el templo, tentaciones en el des ierto , un-

1 2 E l t é r m i n o hexaemeron fue e m p l e a d o p o r v e z p r i m e r a p o r F i l ó n d e A l e j a n ­dría y l u e g o p o r T e ó f i l o d e A n t i o q u í a . Se apl ica a t ex to s i n s p i r a d o s en el c a p í t u l o I del Génesis. E s p a r a d i g m a f avor i to d e C a l d e r ó n . V e r A r e l l a n o , 1 9 9 8 b y 1999.

1 3 T i r s o , c o m o es general en el S ig lo d e O r o , y h a b í a p r e c o n i z a d o el C o n c i l i o de T r e n t o , par te s i e m p r e d e la V u l g a t a . V e r P a l o m o , 1999, p p . 356-57 d o n d e c o m e n t a la a d a p t a c i ó n t i r s iana d e este m i s m o p a s a j e .

44 IGNACIO ARELLANO

ción de la M a g d a l e n a . . . ) hasta la culminación en los episodios de la pas ión y muerte .

D e s p u é s de la loa se canta una adaptac ión de la canción popular « V o l a b a la p a l o m i t a » 1 4 - q u e conoce versiones a lo divino, como la de Miguel T o l e d a n o en su Minerva sacra de 1616-, en la que la tórtola (que sustituye en Tirso a la pa lomita) escucha «con la fe» (v. 8) al esposo: la sustancia de la Eucar i s t ía se acepta por la fe, y la fe entra p o r el o í d o , como en Salmos 17, 45, o en San Pablo , Romanos 10, 17: «la fe procede del oír, y el oír depende de la pred icac ión de la pa labra de C r i s t o » .

El públ ico está ya p r e p a r a d o para el auto de El colmenero divi­no, cuya alegoría sustancial es la del colmenero que p r o d u c e b u e n a miel y cuida sus abejas , atacadas p o r un O s o mal igno. Representa a C r i s t o ( C o l m e n e r o ) que llega para cuidar y salvar al A l m a h u m a n a (Abe ja ) . E l O s o s imbol iza al diablo, y la miel constituirá un símbolo ambiva lente : miel venenosa del M u n d o y Oso ; y miel eucar í s t i ca del C o l m e n e r o .

L a impor tanc i a de la intertextual idad bíblica y patríst ica se ev idencia de manera especial en esta alegoría, que a W a r d r o p p e r le parecía a b s u r d a prec i samente por no tener en cuenta el sustrato intertextual , y no darse cuenta de que Tirso reescribe alegorías patríst icas seguramente bien conocidas por la parte más i lustrada de su p ú b l i c o 1 5 . L a metáfora apicultural se halla en Or ígenes {In Isaiam Homilía 7 / ) 1 6 , y en otros Padres de la Iglesia, como C l e ­mente Ale j andr ino o S a n A t a n a s i o (Expositio in Psalmum CXVII): la abe ja es la Iglesia, «mel autem operatur quae D e i s a p i e n t i a m . . . facit» . M á s cerca de la formulac ión poét ica tirsiana está San G r e g o ­rio N a c i a n c e n o : « U t i n a m nos q u o q u e , qui Christ i ap iar ium sumus, ac tale t u m sapient iae , tum industr iae et laboris exemplum a c c e -p imus , eas imi t temur» (Oratio XLIV). D i e g o Sánchez de B a d a j o z escr ibió u n a Farsa del Colmenero, y Francisco Tár rega un auto de El colmenar.

L a p r i m e r a escena introduce al Placer, que recibe alegre al V e r b o E te rno , recién l legado para desarrollar una serie de t raba jos .

1 4 L a u s a t a m b i é n T i r s o en La elección por la virtud. V e r F r e n k , 1987, n ú m . 2 1 5 3 , q u e m e n c i o n a la v e r s i ó n d e La elección por la virtud; a ñ á d a s e a h o r a esta de Deleitar. P a r a lo s d e m á s d a t o s y l o c a l i z a c i o n e s s o b r e textos a lo d i v i n o , etc., ver F r e n k .

1 5 O r t u ñ o a p o r t a su f ic ientes deta l les d e es ta t r ad i c ión en 1973, p p . 2 0 - 2 3 ; v e r ­s i ó n cas i igual d e es tas p á g i n a s y o t ra s d e la tes is d e O r t u ñ o es su ar t ículo p o s t e r i o r d e 1982 .

1 6 V e r M i g n e , Patrología griega, X I I I , co l . 2 2 7 (la c i taré i n d i c a n d o s i e m p r e to­m o y c o l u m n a ) .

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 45

Su presentación incluye ya un término que debe ser leído en c l ave bíblica: el V e r b o ha sido muy « d e s e a d o » , lo que remite al epíteto del Mesías , en la profecía de Ageo 2 , 8 ( «y pondré en mov imiento a todas las gentes, p o r q u e vendrá el deseado de todas las g e n t e s » ) .

T o d o el discuso del Placer hay que entenderlo sobre este fondo de referencias : la tristeza del valle dura cinco mil años ( t i e m p o transcurr ido según ciertas cronologías bíblicas de sde la c r e a c i ó n 1 7 ) y los hidalgos de la cárcel son los justos que esperan en el seno de Abrahán el momento de la Redenc ión , como enseñan numerosos textos de los Padres de la Iglesia 1 8 .

T o d a la descr ipción del valle que hace Placer refleja e s ter i l idad de la tierra descrita en el Génesis después de la caída, hasta que sea fertilizada por el rocío , s ímbolo de la p iedad o benevolencia d i v i n a según la Biblia: en los Salmos el rocío s imbol iza al Mes ías 1 9 ; y lo mismo en el episodio del vellón de G e d e ó n , narrado en Jueces 6, 36 yss . , susceptible también de interpretación eucaríst ica . A ñ á d a s e a lo dicho que el rocío es signo de salvación en muchos otros pasa jes de Oseas (14, 6) y Zacarías (8, 12-13). Es t ipo de Cr i s to según glosa Fray Luis de L e ó n extensamente en De los nombres de Cristo (p . 189):

porque había comparado al aurora el vientre de la madre y porque en el aurora cae el rocío con que se fecunda la tierra, prosiguiendo en su semejanza, a la virtud de la generación llamóla rocío también. Y a la verdad así es llamada en las divinas letras, en otros muchos lugares, es­ta virtud vivífica y generativa con que engendró Dios al principio el cuerpo de Cristo y con que después de muerto le reengendró y resu­citó...

El Placer pasa a describir al C o l m e n e r o con ingeniosas di logías y anfibologías alusivas a la Encarnac ión de Cr i s to y su misión sa lv í f i -ca a través del sacrificio, c o m o el propio C o l m e n e r o explica al P l a ­cer. El C o l m e n e r o sirve a L ía y Raque l ( G é n e s i s 29, 6 y ss .) , tipos

1 7 S a n A g u s t í n se ref iere a el lo en La ciudad de Dios, l ibro 20, c a p í t u l o 7. 1 8 E l s e n o de A b r a h á n se m e n c i o n a en Lucas 16, 2 2 - 2 3 , c o m o el lugar d o n d e

va d e s p u é s de su m u e r t e el p o b r e L á z a r o : « m u r i ó el p o b r e , y fue l l e v a d o p o r los ángeles al s e n o d e A b r a h a m [ . . . ] . E n el in f ierno , en m e d i o d e los t o r m e n t o s [el r ico] l evantó s u s o j o s y v io a A b r a h a m d e s d e l e jo s , y a L á z a r o en su s e n o » . M a l -d o n a d o recoge las o p i n i o n e s d e v a r i o s P a d r e s y escr i tores s o b r e este lugar (ver 1964, p p . 696-98) . T a m b i é n I g n a c i o d e A n t i o q u í a , en Patrología griega, V , col . 669 ; I r eneo , en Patrología griega, V I I , co l . 1058; L e ó n M a g n o , en Patrología latina, L I V , col . 3 8 7 , e t c . . E n t r e lo s t e ó l o g o s , ver S a n t o T o m á s , Suma teológica, I I I , q. 52 , a. 1. E s d o c t r i n a ca tó l i ca de f in ida : ver D e n z i n g e r , 1963, n ú m . 429 .

1 9 S a l m o 71 (72) , 6: « D e s c e n d e t s icut p luv ia in vel lus / et s icut s t i l l ic idia s t i l l a n -tia super t e r r a m » .

46 IGNACIO ARELLANO

de la S inagoga y de la Iglesia: r echazado el Mesías por el pueb lo e leg ido ( L í a ) pasará a ser la preferida Raquel , s ímbolo de la Iglesia.

L a tarea del C o l m e n e r o gira en torno a las act iv idades agrícolas y de pas toreo , según otro sistema s imból ico establecido en las S a ­gradas Escr i turas . L o s desvelos del pastor por sus animales (Génesis 31 , 38-40) se convierten en c o m p a r a c i ó n clásica de la p r o v i d e n c i a divina (Salmos 23, \-A;Juan 10, 11-16); el pas tor cuida y protege el rebaño de la rapiña y de los ladrones (Salmos 23, 4; Miqueas 7, 14). Pastor es t ambién u n o de los nombres de Cr i s to (ver Fray Luis de L e ó n , De los nombres de Cristo). L a v i ñ a 2 0 de la Iglesia es otra imagen muy repetida y Cr i s to es la vid verdadera : ver los e v a n g e ­lios de Mateo 2 1 , 33-34, y Juan 15, 1-5 ( «Yo soy la vid verdadera , y mi Padre es el v i ñ a d o r . . . » ) . El huerto cerrado que cultiva es la Esposa en el Cantar de los cantares, s ímbolo de la Virgen y de la Iglesia, etc. E n el diá logo central entre C o l m e n e r o y A b e j a desarro­lla T ir so una serie de textos del Cantar de los cantares:

Esposa mía, los desiertos deja de Cedar, que aunque hermosa, estás morena. Baja a mi huerto si mi amor te aqueja, que soy la flor del campo y la azucena. Tu Colmenero soy, sé tú mi Abeja, (vv. 2 0 3 - 0 7 )

L a imagen del O s o para el demonio t a m p o c o es arbitraria y se justi f ica expl íc i tamente (vv. 375 y ss.) apelando de nuevo a un t e ­j ido comple jo de lugares bíbl icos , especialmente de los Proverbios y el Libro de Daniel:

El Oso a quien los Proverbios llaman hambriento y rabioso.

PLACER ¡Oxte puto, guarda ell oso! O s o Soy el rey de los soberbios,

la bestia que Daniel vio (porque el temor aumentes) con tres órdenes de dientes en figura de oso cruel, el que pudo hacerle a Dios guerra y competirle el cielo.

2 0 L a c o m p a r a c i ó n de l p u e b l o e l eg ido c o n la v id hab ía s i d o u t i l i z ada en el A n ­t iguo T e s t a m e n t o . E n el s a l m o 80 se h a b l a d e la ru ina y r e s t a u r a c i ó n d e la v iña a r r a n c a d a d e E g i p t o y p l a n t a d a en o t r a t ierra; en el cánt i co d e I sa ías (5 , 1-7) D i o s se q u e j a d e q u e su v iña p r o d u c e agraces y n o u v a s . . . P a r a la v iña c o m o s í m b o l o de la Ig les ia , ver C . a L a p i d e , V I I I , 2 3 4 , 2 ; X I I I , 4 1 1 , 1; X I , 1 5 2 , 2 . . .

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 47

L o s pasajes aludidos son los de Proverbios 28, 15: « L e ó n r u g i e n t e y oso hambriento es un pr ínc ipe impío que reina sobre un p u e b l o p o b r e » , y Daniel (7, 4-7) quien en unas vis iones profét icas ve salir del mar cuatro bestias distintas, s e m e j a n t e s a un león, un oso q u e tenía tres órdenes de dientes, un leopardo , y una cuarta best ia . Evoca , además , en el v. 378 «rey de los soberbios» , otro texto de Job (41 , 25) en que se descr ibe a la bestia Behemot , otra imagen del demonio : «es el rey de los más s o b e r b i o s animales» .

Tras el arrepent imiento de la A b e j a - A l m a , caída en las redes del demonio , p u e d e solicitar que le sea abierta la puerta del co lmenar divino eucaríst ico, d o n d e está el panal sanador , l abrado «con solas cuatro pa labras» (v. 791) , las cuatro palabras de la consagrac ión «hoc est corpus m e u m » , según las trae Mateo 26, 26.

Al llanto del A l m a arrepent ida responde el C o l m e n e r o con otra canción que da entrada a la secuencia « Q u e besóme en el c o l m e -neruelo» , canción popular que aparece en vers ión profana en La villana de la Sagra, y que p r o p o n e el mot ivo del beso, re l ac ionado explícitamente en el d i scurso de la Abe ja con el Cantar de los can­tares (Cantar 1 ,2 : « B é s e m e con besos de su b o c a » ) . Este beso, por tanto, halla su verdadero sent ido e x a m i n a d o sobre su fuente b íb l ica según la interpretación de los Padres de la Iglesia que lo c o n s i d e r a n expresión de la Encarnac ión divina (vv. 805-06) , m á x i m a mues t ra de amor de Dios al hombre .

El C o l m e n e r o , en fin, expulsa a los enemigos d iaból icos , que se hunden por el escotillón, para dar lugar a la apoteosis e u c a r í s t i c a que se apoya de nuevo en imágenes del Ant iguo Tes tamento , como el panal de Sansón (Jueces 14, 8), una de las figuras eucar í s t icas fundamentales en este auto t irs iano, aunque aparezca e x p l í c i t a ­mente solo al final de la pieza:

come imitando a Sansón, que en la boca del león halló el místico panal. [...] Enigmas de la Escritura por ti, mi Dios , he sabido, que pues miel has producido, del fuerte salió dulzura (vv. 989-1003)

E n el segundo festejo eucarístico incluido en Deleitar aprove­chando volvemos a tener tres p iezas prel iminares y el auto. E n la canción « E n el banquete sabroso» las metáforas re sponden a la sim-bología cristológica y eucaríst ica desde la muy s ignif icat iva del banquete . Se reconocen fáci lmente en los motivos acumulados las

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referencias a los accidentes del pan y del vino (vv. 15-16) conser­vados en la t ransubs tanc iac ión eucaríst ica. L a loa es mucho más breve q u e la de El colmenero divino. C o n s t a de tres octavas reales que insisten en el tema de la oblación eucaríst ica y de la t ransubs­tanciación. Cr i s to se da a sí mismo, como subrayan muchos pasa jes de San Pab lo , Hebreos 7, 27; Efesios 5, 2; Romanos 6, 6; 1 Corintios 1, 17; Gálatas 2 , 19. L a s iguiente canción, «Albr ic ias , a lbr ic ias , pa s tores» , es un canto de alegría por la ba jada de Dios a la tierra en la Host ia eucaríst ica . U n a parte de la compos ic ión evoca la vis ión apocal ípt ica del C o r d e r o r o d e a d o de ángeles (Apocalipsis 4, 5).

El a r g u m e n t o del auto comienza a desarrollarse con el A t r e v i ­miento ( s ímbolo de ángel ca ído) , quien declara a la A d m i r a c i ó n su intención de entrar al servicio del H o m b r e , n o m b r a d o gobernador del M u n d o , y convert irse en su pr ivado . A la entrada triunfal del H o m b r e s igue su caída y fracaso. D e s e s p e r a d o decide su ic idarse , pero es detenido por Cr i s to , su hermano parec ido , que a sume su papel , y se obl iga a pagar todas las deudas del H o m b r e .

C a s i todos los críticos señalan c o m o fuente de inspiración la t ra­za de los Meneemos de Plauto, pero la verdadera base doctr inal tiene fundamento escrituríst ico y radica en la contrapos ic ión q u e hace San Pab lo del p r imero y segundo A d á n . Es motivo repe t id í s i -mo en los Padres ; en San Agust ín se localizan infinitos lugares sobre esta contrapos ic ión , que empezaba con el texto nuclear de San P a ­blo , 1 Corintios 15, 22, y 45: «y como en A d á n hemos muerto todos, así t ambién en Cristo somos todos v iv i f icados» , «E l pr imer h o m b r e , A d á n , fue hecho alma viviente; el último A d á n , espíritu v i v i f i ­cante» . A partir de este mot ivo se traza el núcleo teológico del auto: la sust i tución redentora del H o m b r e pecador por Cr i s to . El p a r e c i ­do entre los dos permit i rá que sea Cr i s to el que pague la d e u d a , según otra metáfora para el pecado conoc ida en la tradición p a ­trística, como evidencia San Agust ín : « ¿ C u á l e s son esas deudas? ¿Acaso recibiste dinero de D io s ? N o , dices. N o te haré más p r e ­guntas sobre esto; el mismo Señor te aclarará cuáles son las deudas que p e d i m o s se nos p e r d o n e n » (Sermones, sermón 181, 6) , etc.

E n este auto la comple j idad de los elementos procedentes de la t radic ión bíbl ica y patr íst ica ( sobre todo el tema de pr imero y s e ­g u n d o A d á n ) hace que Los hermanos parecidos «represents rather the efforts of a creative artist w h o successfully weaves together the diverse strands of classical, Biblical , patrist ic , and popular materia l in such a w a y as to form a wel l-balanced dramatic un i ty» 2 1 .

2 1 O r t u ñ o , 1973, p . 88.

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 49

No le arriendo la ganancia ha s ido cons iderado el menos auto sacramental de los de Tir so ; G u t i é r r e z 2 2 aduce q u e esta v a l o r a c i ó n se ha p r o d u c i d o prec i samente por ignorar la crítica las p iezas p r e ­liminares, pero el hecho de que el mot ivo sacramental esté en las piezas prel iminares añade poco a la escasa sacramenta l idad e u c a -rística de este auto. L o que tenemos ahora es una especie de co lo­quio más moral que s acramenta l 2 3 , a u n q u e en la parte últ ima a p a ­rezca la Eucaris t ía .

L a pr imera letra, «Por los desiertos del m u n d o » , se centra en las peripecias de un peregr ino , es decir, el hombre , peregr ino en su vida terrenal, imagen omnipresente desde el Génesis 23, 4: «Soy extranjero y p e r e g r i n o » 2 4 . El peregr ino busca el pan (figura e u c a -rística) y se encamina al horno del amor.

L a loa es otra p ieza interesante, pero poco re lac ionada con el auto. Se advierten en ella distintos componentes , entre los que des ­taca una serie de elogios al Sacramento que incluye figuras ya c o ­nocidas (maná, mesa del banquete , o sol que se p o n e a la som­bra . . . ) , fundadas todas en la Sagrada Escr i tura y en los comentar ios exegéticos. Así , por e jemplo, la expresión antitética «Sol que se pone a la s o m b r a » (v. 69) , aparentemente mera parado ja ingeniosa conceptista , a lcanza su sentido profundo en la lectura sacramenta l de los símbolos del sol y de la expresión de sombra, alusiva a las especies del pan y el v ino, velo que encubre a D i o s s a c r a m e n t a d o .

L a tercera p ieza prel iminar es el vil lancico « L o que m e espanta y a s o m b r a » , que const i tuye una ampl iac ión poét ica de la p a r a d o j a glosada antes del sol y la sombra.

Si las p iezas prel iminares son de tema sacramental , no sucede lo mismo con el auto , cuyo argumento se desarrolla en los dos espacios significativos de la aldea y la corte. E n las pr imeras escenas H o n o r declara sus deseos de abandonar la aldea d o n d e viven su h e r m a n o A c u e r d o y otros parientes, para irse a la corte.

El elemento eucaríst ico aparece solo al final, en las bodas de Acuerdo con Quietud y correspondiente banquete nupcial , p re s i -

2 2 G u t i é r r e z , 1987, p p . 93-94 . T a n t o G u t i é r r e z c o m o O r t u ñ o m e n c i o n a n las p r inc ipa le s . r e f e renc ia s cr í t icas , m u y p o c a s y casi s i e m p r e super f ic ia le s , q u e h a y s o b r e este a u t o . L a s p á g i n a s d e N i c k e r s o n , 1973, p p . 10-16 s o n , c o m o en otras o c a s i o n e s , un r e s u m e n d e d a t o s a r g u m é n t a l e s s in c o m e n t a r i o s cr í t icos p a r t i c u l a r ­mente úti les .

2 3 O r t u ñ o ló c o n s i d e r a un c o l o q u i o o far sa c o m p a r a b l e a lo s d e l a c o l e c c i ó n d e R o u a n e t d e au to s vie jos , m á s q u e un a u t o s a c r a m e n t a l es tr ic to . Ser ía , en s u m a , más q u e u n a p i e z a s a c r a m e n t a l , u n a « m o r a l i t y p l a y » (1973 , p . 4 9 ) .

2 4 C o m p . Génesis 47 , 9: « f u e r o n los d ías d e su p e r e g r i n a c i ó n c iento t re in ta a ñ o s » ; y ver Salmos 38; S a n P a b l o , Hebreos 11 , 13; 1 Pedro 2 , 11 , etc.

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dido p o r Sab idur ía , banquete al que es l lamado el Honor después de lavar su pecado . El tema de la pr ivanza y sus pel igros , i n e x t r i c a ­ble de la crítica a la corte, es en casi todo el auto el objet ivo p r i n c i ­pa l 2 5 .

D e s d e el p u n t o de vista de la intertextual idad bíblica nos i n t e ­resa e spec ia lmente el t ramo final, aunque antes hay algunos otros pasa jes importantes , c o m o la asimilación de los vicios que d o m i n a n en la corte a la hidra apocal ípt ica :

Trocad ovejas y bueyes por aduladoras leyes, que en sus vanos ejercicios hallaréis que son los vicios monarcas todos y reyes. Siete cabezas llevaba aquel dragón que pregona San Juan, que el mundo asolaba cada cual con su corona porque cada cual reinaba, (vv. 166 y ss.)

Tirso explota la imagen de la hidra del Apocalipsis (17, 3-6) s e ­gún una de sus interpretaciones habituales , que ve en los siete c u e ­llos de la best ia una representación de los siete pecados capitales.

Pero es la fiesta de las bodas la que nos introduce en el ámbito sacramental centrado en el banquete de esponsales, motivo e u c a -rístico ya conoc ido . E n este banquete es la Sabiduría quien prepara las mesas , según el texto bíblico de Proverbios 9, 1-5, en el que la Sab idur ía fabrica un pa lac io , inmola las víct imas para el convi te , mezcla el v ino y prepara la mesa, enviando a sus criadas para in­vitar a los c o n v i d a d o s .

Se trata ya de un territorio p lenamente inserto en el asunto de la Eucaris t ía , lo que permit irá al Honor sustituir su proyectado suic i­dio p o r la rest i tución al m u n d o dichoso de la aldea santa: a r repen­t imiento y penitencia , como en la parábola evangél ica del hijo p r ó d i g o que es invocada por el mismo Honor:

Perdón pido doloroso; como el pródigo, a la casa vuelvo del cano Escarmiento: viva de hoy más en su gracia, (vv. 1267-70)

2 5 P a r a c o m p l e t a r el t r a t a m i e n t o d e es te t e m a en T i r s o , véanse los t r a b a j o s de O t e i z a , « O b s e r v a c i o n e s s o b r e los e spac io s del s o s i e g o en el teatro d e T i r s o de M o l i n a » , y d e S t r o s e t z k i , 1998.

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 51

No le arriendo la ganancia es una «acc ión devota» ( según cal i f i ­cación en Deleitar aprovechando) con elementos de auto s ac ra ­mental, pero conceb ido sobre todo como pieza moral sobre el tema de la honra mundana , el poder , y los peligros de las van idades t e ­rrenas .

LOS AUTOS ATRIBUIDOS

Los tres autos restantes atr ibuidos a T ir so carecen de p iezas de acompañamiento y en general muestran modelos más ale jados de lo sacramental que los anteriores , con menos apl icación de la inter-textualidad bíbl ica .

El laberinto de Creta elige una historia mitológica para el a r ­gumento, cosa nada rara si se tiene en cuenta que también la m i t o ­logía (al igual que la Bibl ia) está somet ida a interpretac iones a legó­ricas frecuentes, como en la Filosofía secreta de Pérez de M o y a y otros mitógrafos desde la ant igüedad.

A b u n d a n en este auto referencias de t ipo histórico a los enfren-tamientos durante el Siglo de O r o en la región de los Gr i sones , b a j o dominio protestante, pero con parte de la p o b l a c i ó n catól ica, con­flictos en los que intervienen España , el Imper io , Franc ia y el P a ­pado. L o s elementos bíblicos son más escasos que en otras ocasiones, pero no faltan como base de la alegoría. L a just i f icación - n o solo poética, s ino doc t r ina l - del per sona je etíope, por e jemplo , se apoya en la historia de Sa lomón y la reina de Sabá , a la que se asocia un pasaje de los Hechos de los Apóstoles, mezc lando fuentes bíbl icas y mitológicas:

De Salomón y de Sabá soy hijo; Jerusalén, en el festivo gozo con que asombró a mi madre aquel rey sabio, tálamo fue de su amoroso agravio. A Etiopia ilustró su descendencia: la ley de su Moisén hemos guardado hasta que, humana ya la omnipotencia del Verbo Dios, pasible aunque increado, llegó a nuestra noticia su clemencia cuando Felipe, apóstol consagrado, porque mi reino a todos se anticipe, bautizó en Palestina a otro Felipe. Candaces, reina, es la primer cristiana que merecieron ver los abisinos; hijo soy suyo, y pues que Dios se humana, postrará en mí su fee tus desatinos, (vv. 538-53)

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Es pasa je nuclear desde el punto de vista de la in terpre tac ión del rey et íope. Según la tradición la reina de Sabá llevó la ley es­crita o antigua a Et iop ía y adquir ió el compromiso de enviar cada año un cordero para su oblación en el templo hierosol imitano.

Esta reina de Sabá tuvo un hijo de Sa lomón que los etíopes con­sideran c o m o fundador de la dinastía que les ha gobernado ; rey q u e s igue la ley de Moisés , pero que está predi spuesto a aceptar la Ley de la Grac ia , c o m o lo revela el mi smo tributo del cordero (figura de Cr i s to ) y el ep i sod io del baut i smo del et íope enviado por la re ina, según los Hechos de los Apóstoles. Repárese en que , según C . a L a p i d e , esta reina C a n d a c e s es la que llama Cr i s to «regina Austr i» en Mateo 12, 42, por e j e m p l o 2 6 : reina del Austro, y enemiga, por tanto, de las huestes del Aqui lón , d o n d e el mal coloca su trono, se­gún otros textos de la Bibl ia .

Sobre este te j ido de referencias queda clara la condic ión del rey et íope, creyente en la fe, defensor de las creencias católicas, q u e hace explícita profes ión de fe en el dogma de la unión hipostát ica (vv. 544-45) . Si no se interpreta sobre estas fuentes, el persona je resulta in inte l ig ib le .

Respec to al protagonis ta Teseo , construye su «autobiograf ía» so­bre episodios de la vida de Cr i s to con precisas alusiones intertex­tuales a pasajes evangé l i co s .

El auto no es tanto «en igmát ico» , como los estudiosos suelen apreciar , s ino e jemplo , más bien, de una fórmula todavía no r e ­suelta, c o m p u e s t a por elementos de distinta índole que conservan cierta a u t o n o m í a .

D e todas las obras de Tir so denominadas autos, La madrina del cielo es la menos sacramental . Se trata de una p ieza dramát ica en un acto , de a rgumento prop iamente hagiográf ico, sin apar ic ión del asunto eucaríst ico ni estructura a legór ica .

Los episodios arguméntales pertenecen a otros parad igmas , en­tre los que se reconocen fundamenta lmente las modal idades de la hagiograf ía y los milagros marianos .

Los pr incipales puntos doctrinales recorren, según anota M a r o -to 2 7 , los territorios de las ideas dogmát icas (Dios trinitario, cristolo-gía, an t ropo log ía cristiana, sacramentología , moral ) , bíblicas ( v e t e -

2 6 E n el t e x t o d e S a n M a t e o se ident i f ica c o n la re ina d e S a b á : « L a reina del a u s t r o h a r á d e a c u s a d o r a en el d í a del ju ic io c o n t r a es ta r aza de h o m b r e s y la c o n d e n a r á , p o r c u a n t o v i n o d e los e x t r e m o s d e la t ierra p a r a e scuchar la s a b i d u r í a d e S a l o m ó n y c o n t o d o a q u í tenéis a q u i e n es m á s q u e S a l o m ó n » .

2 7 V e r M a r o t o , 1998, p p . 100-07 .

BIBLIA Y DOCTRINA TEOLÓGICA EN LOS AUTOS DE TIRSO 53

rotestamentarias y neotes tamentar ias ) , y mario lógicas , con muy escasa ut i l ización sistemática de las Sagradas Escr i turas .

La ninfa del cielo es otro auto de apenas un millar de versos con un argumento sencillo organizado de manera igualmente sencilla. La trama consiste en el proceso de caída, arrepent imiento y p e n i ­tencia, con el cons iguiente perdón divino, de la N i n f a del cielo, es decir, el A lma . E n este esquema se suceden los mot ivos doctr inales pertinentes al argumento , con citas y glosas bíblicas y expos ic ión del magisterio de Santo Tomás .

La corte se evoca c o m o lugar de los vicios , de nuevo r e p r e s e n t a ­dos por las siete cabezas del dragón apoca l íp t i co .

En el c a m p o acecha el cazador diaból ico , que quiere tender su trampa d o n d e el A l m a vive en la contemplac ión de Dios : el a rran­que del auto adapta poét icamente algunos episodios narrados en el Génesis, donde los pr imeros padres viven en la inocencia hasta q u e caen en la tentación y son arrojados del paraíso .

El proceso de la tentación y caída tiene en cuenta el confl icto interior que se desarrolla entre las propias potencias del alma. En recuperac ión del a lma-ove ja perd ida sale a escena Cr i s to , de p a s ­tor. Las referencias evangélicas son claras y en los vv. 399 y s i­guientes, Cr i s to glosa la parábola de la oveja perd ida , s ímbolo del alma alejada de Dios .

La densidad de elementos bíblicos es grande en el d i scurso de Cris to , y se acentúa en otros pasa jes . Se compara al A l m a , por e jemplo, con una de las vírgenes imprudentes de la parábo la (Ma­teo 25) y se la apercibe para que abra los ojos a su v e r d a d e r o e s p o ­so. M á s adelante (vv. 407 y ss.) hay una nueva síntesis de la v ida de Jesús , fórmula que se desarrol laba también en El laberinto de Cre­ta. L a rec lamación de Cr i s to al A l m a integra fragmentos y e v o c a ­ciones del Cantar de los cantares.

El tramo final del auto trae las bodas místicas y apoteosis tr iun­fal. Tras la victoria de Cr i s to se efectúan las bodas míst icas del Al­ma con su Salvador. Más just i f icada todavía que en otros lugares está aquí la paráfrasis del Cantar de los cantares: «Ven , amada es­posa mía, / en el L íbano alto cedro , [ . . . ] . / Sube , p o r q u e te c o r o ­ne . . . » (vv. 984 y ss.).

FINAL

E n el comentar io en prosa de Deleitar aprovechando a El col­menero divino ofrece el propio Tirso un juicio sobre el auto en el que se pondera la p rop iedad de la alegoría y la apl icac ión no v i o ­lenta de las autor idades de la Escr i tura , juicio que se p u e d e apl icar

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a casi todos los autos tirsianos. E n la consecución de la a legór ica resulta fundamenta l la tradición bíblica y exegética que un fraile como Tirso domina m u y bien. Las autoridades no violentadas de la Escr i tura enr iquecen los matices doctrinales , componente básico del género: la lectura de un auto como El colmenero divino o los demás de Tir so no p u e d e hacerse despo jándolo de esta d imens ión principal : de ahí que la habi l idad que desea mostrar el dramaturgo sea la de integrar en su estructura dramát ica (esto es, poét ica) las autor idades doctr inales , cons iguiendo hilar dos planos o a d a p t a n d o mot ivos de la poes ía profana en contextos religiosos, p rovocando o act ivando las s ignif icaciones alegóricas que necesita: buen e jemplo hemos visto en su adaptac ión de las canciones tradicionales , entre otros recursos . E n este sentido el material bíblico en los autos se aplica de m o d o dist into al que ha estudiado O t e i z a 2 8 para la c o m e ­dia en su examen de Tanto es lo de más como lo de menos, d o n d e las parábolas evangél icas sirven de base temát ica global a la estructura de la acción, persona jes , etc. L a cal idad de conector y creador del sent ido alegórico es lo distintivo en el género autosacramenta l .

A u n q u e T i r s o no se dedica de manera m u y intensa a los autos, su obra podr í a considerarse un estadio intermedio y muy s igni f icat ivo entre las pr imeras fases y la etapa de auge calderoniana, no solo por cronología , s ino por los grados de e laboración artística que m a n i ­fiesta, en especial en lo relativo a su mane jo de la inter textual idad bíblica y patríst ica . Metáforas c o m o la de la abeja y el colmenero, o de los hermanos parec idos , deben situarse en su marco de tradic ión escrituríst ica, fuera del cual resultan sin sentido. E n ese marco se perc ib i rá bien la habi l idad con que T i r so mixtura los motivos de la t radic ión lírica profana con las imágenes bíblicas y las glosas p a ­trísticas correspondientes , art iculando unas piezas en las que poesía dramát ica y doctr ina se alian de manera inextricable con niveles de e laborac ión muy notables .

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