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Perguntas & Respostassobre o

RCCTERegulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico dos Edifcios D.L. 80/2006 de 4 de Abril

Um dia todos os edifcios sero verdes

Verso 1.5 Maro de 2009

O presente documento inclui um conjunto de perguntas e respostas sobre o Regulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico dos Edifcios, estabelecido pelo D.L. 80/2006 de 4 de Abril. Para alm de um resumo ou transcrio dos aspectos previstos legalmente, a informao aqui apresentada visa esclarecer sobre a forma como a legislao est a ser implementada na prtica, estando, por isso, sujeita a eventuais alteraes em funo da experincia adquirida e das necessrias adaptaes do sistema. Este documento no dispensa a consulta do diploma publicado em Dirio da Repblica Decreto-Lei n. 80/2006 de 4 de Abril.

Perguntas & Respostas

RCCTEndice A - mbito de aplicao ................................................................................................................. 2 B - Licenciamento .......................................................................................................................... 8 C - Requisitos regulamentares..................................................................................................... 12 D - Delimitao da envolvente ..................................................................................................... 16 E - Clculo regulamentar ............................................................................................................. 20 F - Necessidades nominais de energia til.................................................................................. 24 G - Necessidades nominais globais de energia primria ............................................................. 26 H - Paredes, coberturas e pavimentos......................................................................................... 28 I - J - L - Pontes trmicas...................................................................................................................... 31 Vos envidraados................................................................................................................. 46 guas quentes sanitrias ....................................................................................................... 80

K - Ventilao............................................................................................................................... 66 M - Colectores solares trmicos ................................................................................................... 91 N - Energias renovveis............................................................................................................. 116 O - Outros................................................................................................................................... 123

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RCCTEA - mbito de aplicao

A.1

O D.L. 80/2006 de 4 de Abril a primeira regulamentao sobre trmica de edifcios existente em Portugal?

No. A primeira legislao neste mbito que surgiu no nosso pas foi o D.L. 40/90 de 6 de Fevereiro, o qual constituiu o primeiro Regulamento para o Comportamento Trmico de Edifcios (RCCTE). O regulamento de 1990 introduziu, pela primeira vez, os aspectos trmicos e energticos no estudo e projecto de edifcios, definindo requisitos construtivos mnimos para a envolvente dos mesmos. A nvel europeu, foi mesmo pioneiro na introduo de requisitos mnimos ao nvel do sombreamento para evitar sobreaquecimentos no Vero, isto para alm de estabelecer coeficientes de transmisso trmica mximos que visavam minimizar fenmenos de condensao interior. Embora pouco exigente, o primeiro RCCTE conduziu ao recurso, mais ou menos generalizado, do isolamento trmico na construo, tendo mesmo o mercado evoludo para o uso de solues que iam alm das exigncias regulamentares. Contrariamente ao previsto, os requisitos do RCCTE original nunca chegaram a ser objecto de reviso e o novo D.L. 80/2006 de 4 de Abril veio mesmo substituir, na ntegra, o primeiro regulamento.

A.2

Em que contexto legislativo surge o novo RCCTE?

O novo RCCTE (D.L. 80/2006 de 4 de Abril) integra um pacote legislativo composto tambm pelos D.L. 78/2006 (Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios - SCE) e 79/2006 (Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao dos Edifcios RSECE), todos publicados na mesma data e que correspondem, na prtica, transposio para direito nacional da Directiva 2002/91/CE de 16 de Dezembro relativa ao Desempenho Energtico dos Edifcios.

A.3

A que edifcios se aplica o RCCTE?

O RCCTE aplica-se a: edifcios de habitao; edifcios de servios com rea til inferior ou igual a 1000 m2 e sem sistemas mecnicos de climatizao ou com sistemas de climatizao de potncia inferior ou igual a 25 kW:

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RCCTEgrandes intervenes de remodelao ou de alterao na envolvente ou nas instalaes de preparao de guas quentes sanitrias das duas tipologias de edifcios referidas anteriormente; ampliaes de edifcios existentes, das duas tipologias atrs referidas, exclusivamente na nova rea construda. Entende-se por grandes intervenes de remodelao ou de alterao na envolvente aquelas cujo custo seja superior a 25% do valor do edifcio, sendo este ltimo calculado com num valor de referncia Cref por metro quadrado definido anualmente em portaria conjunta ministrial. At actualizao por Portaria, o valor de referncia Cref de 630 EUR/m2.

A.4

Que tipo de edifcios no tm de cumprir com as exigncias do RCCTE?

Excluem-se do mbito de aplicao do RCCTE: os edifcios ou fraces autnomas destinados a servios, a construir ou renovar que, pelas suas caractersticas de utilizao, se destinem a permanecer frequentemente abertos ao contacto com o exterior e no sejam aquecidos nem climatizados, por exemplo, lojas no climatizadas com porta aberta para o exterior; os edifcios utilizados como locais de culto e os edifcios para fins industriais, afectos ao processo de produo, bem como garagens, armazns, oficinas e edifcios agrcolas no residenciais; as intervenes de remodelao, recuperao e ampliao de edifcios em zonas histricas ou em edifcios classificados, sempre que se verifiquem incompatibilidades com as exigncias do Regulamento e desde que essas incompatibilidades sejam devidamente justificadas e aceites pela entidade licenciadora; as infra-estruturas militares e os imveis afectos ao sistema de informaes ou a foras de segurana que se encontrem sujeitos a regras de controlo e confidencialidade. Todos os edifcios no-residenciais que fiquem sujeitos ao RSECE (Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao nos Edifcios).

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RCCTEA.5 Como se limita fisicamente a fraco autnoma ou corpo do edifcio ou zona de ampliao s quais se aplica o RCCTE?

O regulamento aplica-se a cada fraco autnoma de um edifcio, ou seja, a cada uma das partes de um edifcio que: seja dotada de contador individual de consumo de energia; esteja separada do resto do edifcio por uma barreira fsica contnua e; cujo direito de propriedade ou fruio seja transmissvel autonomamente. Quando um grupo de edifcios tiver um nico contador de energia, o regulamento aplica-se a cada um dos edifcios separadamente. Nos edifcios com uma nica fraco autnoma mas constitudos por corpos distintos (parte do edifcio com identidade prpria significativa, comunicando com o resto do edifcio atravs de ligaes restritas), o regulamento aplica-se a cada corpo. No caso de ampliaes de edifcios existentes, apenas a nova rea construda fica sujeita ao regulamento, a menos que a interveno, pela sua dimenso, configure uma grande reabilitao (ver questo A.3). Dentro de cada fraco autnoma, corpo do edifcio ou zona de ampliao, as exigncias regulamentares aplicam-se aos espaos teis interiores para os quais se requerem condies interiores de conforto (vd. RCCTE, Anexo I). Esses espaos sero completamente delimitados por elementos construtivos, nomeadamente paredes, pavimentos, coberturas, envidraados e portas que compem as: envolvente exterior, quando definem a fronteira entre o espao til interior e o ambiente exterior ou a; envolvente interior, quando definem a fronteira entre o espao til interior e outros espaos interiores no climatizados (espaos anexos no teis), tais como garagens, armazns, lavandarias, caixas de escadas, outras fraces no habitacionais (comrcio e servios), etc.

A.6

Em que momentos um edifcio objecto de verificao regulamentar?

De uma forma simples, a verificao regulamentar exige, para edifcios novos ou grandes intervenes de reabilitao: a) Licenciamento Licena de construo demonstrao do cumprimento do RCCTE e termo de responsabilidade do Projectista.

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RCCTEdeclarao de conformidade regulamentar subscrita por um Perito Qualificado no mbito do SCE. b) Concluso da Obra Licena de Utilizao/Certificao termo de responsabilidade do tcnico responsvel pelo direco tcnica da obra declarando o cumprimento do projecto. declarao de conformidade regulamentar subscrita por um Perito Qualificado no mbito do SCE. Mais detalhadamente, no caso de edifcios novos, o primeiro momento de verificao da aplicao do RCCTE durante a fase de projecto, nomeadamente antes do pedido ou autorizao da licena de construo. Ao elaborar o projecto, o projectista deve, desde logo, observar a aplicao do regulamento, efectuando os clculos, verificando o cumprimento dos requisitos mnimos e preenchendo as fichas necessrias ao processo de licenciamento. Este trabalho dever ento ser objecto de verificao por um perito qualificado (que pode ser o prprio projectista) no mbito do sistema de certificao energtica (SCE), para atestar (ou no) do cumprimento regulamentar e para propor eventuais medidas de melhoria de desempenho do edifcio, emitindo (ou no) a respectiva declarao de conformidade regulamentar. As fichas, folhas de clculo, elementos construtivos e declaraes (incluindo a declarao de conformidade regulamentar) devero integrar o processo entregue entidade licenciadora. Depois da concluso da obra e para pedido ou autorizao da licena de utilizao, o edifcio ser novamente objecto de anlise por um perito qualificado, desta feita para verificar se a obra e eventuais alteraes cumprem o RCCTE. Feita a verificao da conformidade da obra com o regulamento e com projecto final, o perito emite o respectivo certificado energtico, o qual dever integrar a documentao para pedido de licena de utilizao a entregar entidade licenciadora (normalmente, a Cmara Municipal). De referir tambm que, nas situaes em que um edifcio existente seja sujeito a uma grande reabilitao ou for objecto de ampliao, dever tambm haver lugar verificao regulamentar, neste ltimo caso apenas para a zona de ampliao. A calendarizao da aplicao do SCE encontra-se definida na Portaria 461/2007 de 5 de Junho.

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RCCTEA.7 O limite de 25 kW para a verificao do RCCTE ou RSECE corresponde a que potncia?

O limite referido no RSECE (pontos 4 e 5 do artigo 27) corresponde maior das potncias trmicas de climatizao (aquecimento ou arrefecimento) dos equipamentos de produo instalados para o efeito. Nos casos em que a potncia de climatizao instalada seja inferior ou igual a 25 kW, aplica-se o RCCTE. Na tabela seguinte apresentam-se alguns exemplos:Potncia trmica de Descrio do sistema Arrefecimento Aquecimento Valor de potncia utilizada para a verificao no mbito regulamentar 9,8 kW 25 kW (soma das potncias para aquecimento 2,5 kW + 22,5 kW) 23 kW

Split tipo bomba de calor para aquecimento e arrefecimento ambiente

9,2 kW

9,8 kW Split 2,5 kW Caldeira (aquecimento ambiente) 22,5 kW Caldeira (aquecimento ambiente) 23 kW

Split tipo bomba de calor e caldeira com 2 servios (climatizao e AQS)

Split 3,3 kW

Caldeira com 2 servios (climatizao e AQS)

A.8

Um edifcio ou fraco autnoma sem sistemas de climatizao mas que dispe de uma caldeira de 28kW para produo de AQS est sujeito ao RCCTE ou RSECE?

Neste caso, o edifcio ou fraco autnoma apenas estar sujeito ao RCCTE. Como a caldeira um equipamento dedicado exclusivamente produo de AQS e uma vez que esta componente no est includa na definio de climatizao prevista no regulamento, e no deve ser contabilizada para efeito da verificao da potncia de aquecimento. De qualquer forma, aconselha-se a que sejam seguidos os requisitos de eficincia energtica previstos no RSECE para este tipo de equipamento.

A.9

O limite de 25kW de potncia instalada para climatizao utilizado para verificao da aplicao do RCCTE diz apenas respeito maior das potncias de aquecimento e arrefecimento ou dever tambm levar em conta a potncia de equipamentos instalados para a produo de AQS?

Para a verificao do limite de 25 kW dever ser considerada a maior das potncias de aquecimento ou de arrefecimento ambiente. No caso de caldeiras que sirvam para AQS e aquecimento ambiente, desde que a caldeira tenha dois servios um para AQS e outro paraVerso 1.5 - Maro de 2009

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RCCTEaquecimento ambiente, e se funcionar com potncias identificadas para cada funo, ento dever ser considerada unicamente a potncia identificada para aquecimento ambiente. No caso de a caldeira no verificar a condio acima descrita (dois servios e duas potncias diferenciveis), ento a potncia a considerar que a maior das potncias de aquecimento, de arrefecimento ou de preparao de AQS.

A.10

No caso de um edifcio sujeito a uma grande reabilitao, aplicam-se os requisitos para edifcios novos. No entanto, essa exigncia apenas diz respeito s partes reabilitadas ou ir obrigar a interveno tambm nas partes para as quais no est prevista reabilitao (p.e. uma parede que no cumpre com o valor de U para edifcios novos?

Uma grande reabilitao constitui geralmente uma boa oportunidade para intervir no edifcio ao nvel dos diversos aspectos que podem influenciar o desempenho energtico, como a envolvente, as instalaes mecnicas de climatizao e os demais sistemas energticos. Assim, nos aspectos que dizem respeito ao mbito inicial previsto da reabilitao (p.e. introduo de isolamento nas paredes exteriores), devem ser sempre observados todos os requisitos aplicveis a edifcios novos, nos termos e condies previstos no regulamento. Em relao s restantes componentes para alm dos aspectos que integram a reabilitao inicialmente prevista do edifcio, o ponto n 6 do Artigo 2 do RCCTE define que lhes so aplicveis os mesmos requisitos previstos para edifcios novos da mesma tipologia, isto como forma de potenciar todo o resultado da interveno. Apenas no caso de existirem impedimentos tcnicos, legais ou de outra natureza, desde que devidamente justificados pelo projectista nas peas escritas do projecto de reabilitao e desde que explicitamente aceites pela entidade licenciadora, poder o promotor ou proprietrio ficar dispensado da aplicao, aos referidos componentes, dos requisitos previstos para edifcios novos.

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RCCTEB - Licenciamento

B.1

Os projectos de arquitectura que agora derem entrada nos servios camarrios para licenciamento ou autorizao de construo j tero de cumprir com o novo RCCTE?

Sim. Quando, a 4 Abril de 2006, foi publicado o D.L. 80/2006, este previa a entrada em vigor da nova regulamentao 90 dias aps a sua publicao. Ou seja, desde 4 de Julho de 2006 que os projectistas devem cumprir o novo RCCTE.

B.2

Para obter a licena de construo de projectos submetidos a apreciao aps 4 de Julho de 2006 necessrio apresentar declaraes dos peritos qualificados atestando que o projecto cumpre o RCCTE?

Essas declaraes s devem ser exigidas pela entidade licenciadora aps entrada em vigor do Sistema de Certificao Energtica definido pelo D.L. 78/2006 de 4 de Abril, de acordo com a calendarizao definida na Portaria 461/2007 de 5 de Junho. Caso o edifcio ainda no seja abrangido pelo SCE, os processos de licenciamento apenas tero que incluir todos os outros elementos (fichas, folhas de clculo, peas desenhadas, etc.) que o regulamento exige.

B.3

Num edifcio de habitao unifamiliar com menos de 50 m2 que tenha sido isenta de verificao detalhada, que elementos devem ser apresentados junto da entidade licenciadora?

Nesses casos, devem ser apresentados os mesmos elementos previstos para os outros edifcios, excepo da pgina 2 da ficha n. 1 (com o mapa de valores nominais para o edifcio) e a ficha n. 2 (com o levantamento dimensional). A ficha n. 3 de demonstrao dos requisitos mnimos para a envolvente dever ser preenchida, observando os valores mximos regulamentares aplicveis a este caso particular e anexando desenhos dos pormenores construtivos definidores das situaes de potencial ponte trmica. No necessrio apresentar qualquer folha de clculo. Ser no entanto necessrio apresentar tambm, depois da entrada em vigor do SCE, para este tipo de edifcios, a apresentao da Declarao de Conformidade Regulamentar ou do Certificado Energtico, consoante o aplicvel.

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RCCTEB.4 Que elementos/informao devem conter os processos de pedido de emisso de licena ou autorizao de construo e de licena de utilizao?

No pedido de licenciamento / licena de construo devem ser apresentados os seguintes documentos: Ficha 1 - Mapa dos valores nominais para o edifcio, incluindo todos os elementos associados a todas as fraces autnomas do edifcio. Ficha 2 - Levantamento dimensional por cada fraco autnoma. Se houver duas ou mais fraces autnomas (FA) exactamente iguais, suficiente elaborar uma ficha para cada grupo de FA iguais. Ficha 3 - Comprovao de satisfao dos requisitos mnimos, por fraco autnoma. Em alternativa, pode ser submetida uma nica Ficha 3, comum para todas as Fraces Autnomas de um mesmo edifcio. A esta ficha devem ser anexados os pormenores construtivos definidores de todas as situaes de ponte trmica. Folhas de clculo FCIV e FCV (Anexos IV e V do RCCTE) por cada fraco autnoma. Declarao de reconhecimento de capacidade profissional, por parte do projectista, para aplicao do RCCTE, declarao essa emitida pela Ordem dos Arquitectos, Ordem dos Engenheiros ou pela Associao Nacional dos Engenheiros Tcnicos Termos de responsabilidade do tcnico responsvel pelo projecto, nos termos do disposto na alnea e) do n 2 do Art 12 do RCCTE. Declarao de conformidade regulamentar subscrita por perito qualificado no mbito do SCE, nos termos do disposto na alnea f) do n 2 do Art. 12 do RCCTE. Do processo RCCTE devem ainda constar uma memria descritiva e justificativa, bem como todas as peas escritas e desenhadas que permitam evidenciar os aspectos determinantes do desempenho trmico do edifcio. No pedido de licena de utilizao devem ser apresentados os seguintes documentos: Ficha 4 Demonstrao da conformidade regulamentar Termo de responsabilidade do tcnico responsvel pela direco tcnica da obra Declarao de reconhecimento de capacidade profissional, do tcnico responsvel pela construo do edifcio, emitida pela respectiva associao profissional. Certificado energtico emitido por perito qualificado no mbito do SCE, conforme o Artigo 12, n3. Os documentos no mbito do Sistema de Certificao Energtica (SCE), nomeadamente a declarao de conformidade regulamentar (DCR) e o certificado energtico, s devero ser apresentados para os edifcios abrangidos por aquele sistema, conforme indicado na Portaria n 461/2007 de 5 de Junho.

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RCCTEB.5 Que tipos de pormenores construtivos devem constar nos processos de licenciamento ou autorizao de construo relacionados com a aplicao do RCCTE?

No pedido de licenciamento / licena de construo devero constar, para alm das fichas e respectivos anexos referidos no Anexo VIII, os pormenores construtivos definidores de todas as situaes de ponte trmica linear, nomeadamente: ligao da fachada com pavimentos trreos, ligao da fachada com pavimentos sobre locais no aquecidos ou exteriores, ligao da fachada com pavimentos intermdios, ligao da fachada com cobertura inclinada ou terrao, ligao da fachada com varanda, ligao entre duas paredes verticais exteriores, ligao da fachada com padieira, ombreira ou peitoril, ligao da fachada com caixa de estore, paredes e pavimentos em contacto com o terreno, montagem de caixilharias e situaes de ponte trmica plana.

B.6

O regulamento aplica-se para as situaes isentas de licenciamento ou autorizao?

Sim, o RCCTE tambm se aplica s situaes isentas de licenciamento ou autorizao, com as devidas adaptaes.

B.7

Um edifcio destinado ao alojamento de uma famlia institucional pode ser considerado um edifcio residencial para efeitos de enquadramento no RCCTE?

Sim, pois a sua funo similar ao alojamento permanente de uma famlia convencional, embora a rea e o nmero de residentes seja normalmente superior. Assim, independentemente da rea til, estes edifcios ficam abrangidos pelo RCCTE, a menos que tenham uma potncia de climatizao instalada superior a 25 KW, em que ficam abrangidos pelo RSECE, como edifcio residencial, nos termos da alnea c) do n 1 do artigo 2 do RSECE. Famlia Institucional significa conjunto de pessoas residentes num alojamento colectivo que, independentemente da relao de parentesco entre si, observam uma disciplina comum, so beneficirios dos objectivos de uma instituio e so governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo.

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RCCTEB.8 Existindo uma pequena ampliao em que necessrio verificar o regulamento, tambm necessrio proceder certificao da mesma?

No, pois a classificao energtica no deve ser atribuda a uma parte de uma fraco, mas sim ao seu todo. Deste modo, o projectista dever limitar-se verificao do regulamento.

B.9

No licenciamento para edificao de um loteamento de moradias em banda, em que a construo das mesmas ser efectuado em simultneo (no faseada), qual o requisito a que dever obedecer a parede de separao entre as moradias? E se o licenciamento de cada moradia for efectuado separadamente das restantes?

Sempre que o processo de licenciamento d entrada na entidade licenciadora como um nico acto, prevendo a construo das edificaes em simultneo ento poder considerar-se as moradias como fraces autnomas adjacentes sem requisitos. No caso de o licenciamento de cada moradia ser efectuado separadamente, ento dever considerar-se que a parede de separao corresponde a envolvente exterior caso no esteja prevista a construo no imediato da moradia adjacente ou ento pertencente envolvente interior com requisitos de interior em contacto com um edifcio adjacente com tau igual a 0.6 caso a construo seja efectuada em simultneo ou j exista. B.10 O que so consideradas lojas no climatizadas com porta aberta ao pblico e como devem ser tratadas em contexto de aplicao dos requisitos regulamentares?

Para que uma loja possa ser considerada de porta aberta para efeitos de verificao regulamentar e aplicao do RCCTE, devem ser verificadas cumulativamente as seguintes condies: a) a loja, por impedimentos de ordem tcnica ou de natureza legal, no pode ser dotada de sistemas de climatizao; b) a loja est na totalidade do seu tempo de funcionamento, em abertura franca e permanente para o exterior. Como referncia, pode entender-se por abertura franca para o exterior, as situaes em que a razo entre a rea de abertura permanente e o volume til total igual ou superior a 0,05 m2/m3. Por abertura permanente entende-se aquela que no dispe ou para a qual no estejam previstos quaisquer dispositivos mecnicos que permitam a sua separao fsica do exterior.

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RCCTEC - Requisitos regulamentares

C.1

Que tipo de requisitos energticos sero agora objecto de verificao no mbito do RCCTE?

No que se refere s caractersticas e desempenho energtico dos edifcios, os requisitos a verificar no mbito do RCCTE so: Requisitos mnimos para a envolvente Valores mximos admissveis dos coeficientes de transmisso trmica superficiais de elementos opacos da envolvente. Nenhuma zona de ponte trmica plana pode ter um valor de U, superior ao dobro do valor de U da zona corrente adjacente, respeitando sempre os valores mximos referidos no ponto anterior. Os vos envidraados cuja rea total seja superior a 5% da rea til de pavimento do espao que servem, excluindo os envidraados a Norte, no podem apresentar um factor solar correspondente ao vo envidraado com os dispositivos de proteco 100% activos, maior do que est definido no regulamento. Valores limite para as necessidades energticas Limites das necessidades nominais de energia til para aquecimento (NicNi); Limites das necessidades nominais de energia til arrefecimento (NvcNv); Limites das necessidades nominais de energia til para preparao de gua quente sanitria (NacNa); Limites das necessidades nominais globais de energia primria (NtcNt).

C.2

Que requisitos de Qualidade do Ar Interior esto previstos para os edifcios no mbito do RCCTE?

Nenhum, o RCCTE apenas impe uma taxa de renovao de ar, para clculo de perdas trmicas, superior ou igual a 0,6 renovaes por hora.

C.3

As exigncias regulamentares agora estabelecidas no RCCTE iro ser revistas?

As novas exigncias do RCCTE para a envolvente so um compromisso entre a realidade das tcnicas de construo correntes em Portugal e a aplicao estrita de critrios de viabilidade

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RCCTEeconmica. Ser portanto de prever que, no prazo de 5 anos, ou antes se o Governo assim o entender, de acordo com a Directiva 2002/91/CE, seja feita a reviso do RCCTE. Quaisquer valores-objectivo podem ser alterados a qualquer momento por Portaria Ministerial. Este tipo de estrutura permitir manter actualizados os requisitos do RCCTE atravs de intervenes tcnicas peridicas, onde e quando oportuno. Assim, os tcnicos envolvidos devem, portanto, estar atentos possibilidade de alteraes dos valores dos requisitos tcnicos a qualquer momento.

C.4

Tenho uma casa de apenas 47 m2 de rea til. A mesma est dispensada da verificao do RCCTE?

No necessria a verificao detalhada, apenas se exige a verificao dos valores de referncia definidos no anexo IX, n 4. Habitaes unifamiliares com rea til inferior a 50 m2 podem no ser objecto de verificao detalhada dos requisitos impostos pelo RCCTE, devendo, para tal, satisfazer cumulativamente as seguintes condies: nenhum elemento opaco da envolvente, em zona corrente, pode ter um coeficiente de transmisso trmica superior ao limite definido no quadro IX.3; nenhum elemento da envolvente que constitua zona de ponte trmica plana pode ter um coeficiente de transmisso trmica superior ao dobro da zona corrente adjacente; as coberturas tm de ser de cor clara; a inrcia trmica do edifcio tem de ser mdia ou forte; a rea dos vos envidraados no pode exceder 15% da rea til de pavimento do edifcio; os vos envidraados com mais de 5% da rea til do espaos que servem e no orientados no quadrante norte devem ter factores solares que no excedam valores definidos no quadro IX.4. No entanto, se se tratar de uma fraco de um edifcio multifamiliar, esse apartamento no est dispensado da verificao detalhada do RCCTE.

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RCCTEC.5 A que elementos da envolvente no se aplicam requisitos mnimos de qualidade trmica?

Os elementos aos quais no se aplicam requisitos trmicos mnimos no mbito do RCCTE so:

U Coeficiente de transmisso trmica Os vos envidraados; Os elementos opacos que fazem a separao de fraces autnomas residenciais do mesmo edifcio (a envolvente de separao para fraces autnomas no-residenciais tm requisitos de envolvente interior, ou exterior se o tau da fraco no-residencial for superior a 0,7); As portas da envolvente exterior e interior. g Factor Solar Os vos envidraados orientados no quadrante Norte; A todos os vos envidraados cuja rea total no ultrapasse 5% da rea til do pavimento do compartimento respectivo.

C.6

O RCCTE impe algum valor mnimo para a Fraco Solar de um sistema solar trmico?

O RCCTE no impe nada a este respeito, apenas impe rea mnima de colectores solares instalados (1 m2 de colector por ocupante convencional previsto).

C.7

As paredes ou lajes de separao entre duas fraces autnomas, uma residencial e outra no-residencial, dentro de um mesmo edifcio de uso misto, tm requisito mnimo?

De acordo com a tabela dos coeficientes

do RCCTE, todos os espaos no-residenciais

devem ser considerados como espaos no-teis para efeitos de aplicao dos requisitos mnimos. Esta imposio deriva do padro habitual de climatizao dos espaos comerciais, em que o horrio de funcionamento muito limitado quando comparado com o padro de utilizao habitual de uma habitao. Portanto, durante muitas horas da semana, o espao comercial no climatizado, pelo que a separao para com os espaos de habitao tem de ser isolada, protegendo assim o desempenho trmico da habitao. 14/132

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Perguntas & Respostas

RCCTE

C.8

As paredes ou lajes de separao entre duas fraces autnomas noresidenciais, dentro de um mesmo edifcio de uso misto, tm requisito mnimo?

Tratando-se de dois espaos no destinados habitao, as envolventes de separao entre duas fraces de servios est sujeita a requisitos de envolvente interior ou exterior, em funo do tau.

C.9

No caso de um edifcio, em que as fachadas sejam completamente envidraadas, no havendo elementos opacos no edifcio, fica sujeito verificao de que requisitos mnimos?

Se o edifcio apenas tem vos envidraados, ento apenas ter de respeitar o facto solar mximo admissvel de acordo com o quadro IX.2, do Decreto-Lei n 80/2006 de 4 de Abril (RCCTE). No existindo qualquer parede, caixa de estore, pilar ou outra soluo opaca vertical exterior, ento no so aplicveis os requisitos que constam no quadro IX.1 do RCCTE. No caso de existirem quaisquer elementos opacos, independentemente da sua rea, os requisitos em termos dos valores mximos dos coeficientes de transmisso trmica tm de ser respeitados.

C.10

Uma porta exterior com parte envidraada tem requisitos trmicos na zona envidraada?

Se o vidro apresentar uma rea til inferior a 5% da rea til do espao que serve, no tem requisitos, caso contrrio sim.

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RCCTED - Delimitao da envolvente

D.1

Se estiver previsto um edifcio adjacente ao edifcio em estudo, as futuras paredes de contacto entre ambos so classificadas como envolvente interior?

Quando a construo de um edifcio adjacente ao edifcio em estudo est prevista mas no concretizada, as futuras paredes de contacto entre os dois edifcios so tratadas com requisitos de parede exterior. Quando os edifcios vizinhos estejam j efectivamente construdos, ou cuja construo se realize em simultneo com a do edifcio em estudo, as paredes adjacentes ao edifcio vizinho devero ser consideradas como tendo requisitos trmicos de envolvente interior.

D.2

No caso de espaos no teis cuja designao comum no se encontra descrita na Tabela IV.1 do Anexo IV, como o posso enquadrar nessa mesma tabela?

Nesses casos, deve ser feita analogia com um dos tipos de espaos no teis definidos na Tabela IV.1. De seguida apresentam-se alguns dos exemplos mais comuns:

Designao comum Lavandarias Estufa / Jardim de Inverno Solrio Arrecadaes Casa das mquinas / Zonas tcnicas Arquivos Arrumos

Tipo de espao no til (Tabela IV.1) Varandas, marquises e similares Varandas, marquises e similares Varandas, marquises e similares Armazm Armazm Armazm Armazm

D.3

No clculo de Ni e Nic, em que situaes, um ducto (negativo na laje para tubagens, cabos, ventilao), poder ser considerado um espao no til?

No caso de courettes no ventiladas, pode ser desprezada a sua existncia para efeitos da verificao do RCCTE. No caso de courettes ventiladas ou destinadas evacuao de gases, e na falta de melhor informao ou justificao apresentada pelo projectista de que a courette pode ser considerada no ventilada, estas devem ser considerados espaos temperatura dos gases que nele circulam e, como tal, tratados como espaos exteriores, ou interiores com o tau do espao de onde provem esses gases evacuados (por exemplo, o tau de uma garagem cujoVerso 1.5 - Maro de 2009

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RCCTEar seja extrado por essa courette, ou o ar exterior numa courette onde circula ar exterior para insuflao num dado espao). Em alternativa, para courettes ventiladas em que no seja possvel determinar a temperatura do espao de onde provem os gases evacuados, o valor de pode ser obtido de acordo com o estipulado no ponto 7 da Tabela IV.1 (pgina 2493). Apresenta-se em seguida um exemplo que pretende ilustrar o referido. Considere um edifcio multifamiliar com 4 pisos, 2 fraces/piso, e garagem enterrada, encontrando-se representado na figura seguinte a planta do piso tipo com a indicao das vrias courettes.

FA1

C2

C1

C4

FA2C3

Neste exemplo dever ser adoptado o seguinte: A courette C1 encontra-se localizada junto caixa de escadas que tem um Tau>0,7, sendo seccionada piso a piso, destinando-se exclusivamente passagem de infra-estruturas de electricidade e telefone. Uma vez que se trata de uma courette no ventilada inserida num espao que contacta com a caixa de escadas com tau>0,7, devero ser verificados os requisitos de envolvente exterior na parede que contacta com o espao no til, desprezando no entanto as perdas para a courette.

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Perguntas & Respostas

RCCTE

-

Courette C2, encontra-se situada no interior da fraco autnoma 1 (FA1), e desenvolve-se ao longo de todo o edifcio at cobertura destinando-se a fazer a extraco do ar da garagem com tau=0,4. A courette dever ser contabilizada como um espao no til com o tau do espao de onde provm, neste caso de 0,4.

-

Courette C3, encontra-se localizada na FA2, no seu interior encontram-se condutas que fazem ventilao mecnica de uma das instalaes sanitrias da fraco, no entanto a courette no ventilada. Neste caso uma vez que a courette no ventilada poder ser desprezada a sua existncia para efeitos de clculo de RCCTE, sendo necessrio no entanto verificar os requisitos de envolvente exterior (aplicando isolamento, se necessrio) na parede que faz a separao da courette com o exterior.

-

Courette C4, encontra-se localizada na FA2, e no seu interior encontra-se a tubagem da rede de saneamento domstico das instalaes Sanitrias, sendo uma courette fracamente ventilada. Para determinar a temperatura deste espao, teremos de recorrer ao ponto 7.2 da tabela IV.1 do RCCTE e retirar o valor de tau para a courette em anlise. Desta forma, uma vez que a courette atravessa todo o edifcio, e a rea de contacto com o exterior na cobertura reduzida, o valor de Ai/Au resulta no seguinte valor de tau:

Ai 4 pisos 4 0,50m 2,70m 21,60m 2 = = = 5,61 = 0,7 A u 4 0,50m 1,80m + 0,50m 0,50m 3,85m 2A courette C4 dever ser considerada um espao no til com tau igual a 0,7.

D.4

No estudo de uma pequena fraco de servios que se encontra sob uma fraco de habitao, esta ltima deve ser considerada como espao no til para efeitos de verificao do RCCTE?

No, uma vez que a fraco autnoma um espao que, para efeito de clculo regulamentar, se considera que est em condies de conforto trmico.

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RCCTE

D.5

Estou a fazer a anlise regulamentar da loja 1, localizada no piso trreo de um edifcio multifamiliar de acordo com a figura seguinte. Que reas se devem considerar para o valor de Ai necessrio para a determinao do tau para a loja 2?

Nota: Sobre as lojas, nos pisos superiores, encontram-se fraces autnomas destinadas a habitao.

Para o clculo do Ai da loja 2, dever ser contabilizada a rea da parede entre a loja 1 e loja 2, assim como a rea da loja 2 em contacto com a habitao.

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RCCTEE - Clculo regulamentar

E.1

A altitude do local, quando considerada para efeitos de determinao de eventuais alteraes ao zonamento e aos dados climticos de referncia, determinada com base na altitude mdia do Concelho ou em relao ao nvel do mar?

A altitude do local de implantao de um edifcio sempre referida ao nvel do mar (altitude 0).

E.2

Como se mede a distncia costa para efeitos da determinao de uma eventual correco aos dados climticos dos locais perto do litoral?

A distncia costa medida entre o ponto da costa mais prximo da localidade em que o edifcio se situa. Esta situao apenas contemplada para os seguintes concelhos: Inverno Pombal, Leiria e Alcobaa; Vero Pombal, Santiago do Cacm e Alcer do Sal.

E.3

Que tipo de ganhos trmicos devem ser considerados nos clculos da verificao regulamentar?

Os ganhos trmicos a considerar para a estao de aquecimento so: Ganhos trmicos associado a fontes internas de calor (ocupantes, iluminao, equipamentos,...); Ganhos trmicos solares associados ao aproveitamento da radiao solar atravs dos vos envidraados e; Ganhos trmicos associados a sistemas especiais, p.e. sistemas solares passivos. Estes ganhos trmicos permitem a reduo das necessidades nominais de aquecimento do edifcio, diminuindo, desta forma, o consumo energtico necessrio para compensar as perdas de calor por conduo atravs da envolvente do edifcio e as perdas resultantes da renovao de ar. Os ganhos trmicos a considerar para a estao de arrefecimento so: Ganhos trmicos associado a fontes internas de calor (ocupantes, iluminao, equipamentos,...);

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RCCTEGanhos trmicos solares associados incidncia e transmisso da radiao solar atravs dos vos envidraados e; Ganhos trmicos devidos incidncia e absoro da radiao solar incidente nos elementos opacos da envolvente exterior (paredes e coberturas).

E.4

As medies para clculo no mbito do RCCTE, desde reas de superfcie at ao desenvolvimento das pontes trmicas, so todas feitas pelo interior das zonas a analisar?

Sim, sem excepo. Por exemplo, especificamente para o clculo da rea til, devem-se medir em planta, pelo interior, todas as reas de cada um dos compartimentos da fraco autnoma, incluindo reas de armrios e espaos equivalentes (arrumos, dispensas), zonas de circulao interior fraco autnoma, etc.

E.5

Como devem ser consideradas as portas inseridas nas fachadas exteriores?

As portas exteriores no tm requisitos mnimos mas devem ser contabilizadas como elementos especficos da envolvente, com a respectiva rea e valor de coeficiente de transmisso trmica superficial, quer no Vero, quer no Inverno. Em termos de ganhos solares, as portas envidraadas devem ser tratadas como vos envidraados. As portas opacas devem ser tratadas como portadas opacas.

E.6

Como se procede ao clculo de Ai e Au numa caixa de escadas?

Entende-se por Ai a rea dos elementos que separam o espao til interior do espao no til e por Au a rea do elemento que separa o espao no til do ambiente exterior. Deve-se contabilizar para Ai toda a rea correspondente s vrias fraces autnomas em contacto com essa zona no til e contabilizar para Au toda a rea de envolvente exterior (paredes, coberturas, etc.) da zona no til, mesmo que estas abranjam vrios pisos. As reas enterradas no devem ser consideradas na determinao de Au.

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RCCTEE.7 Como se procede ao clculo de Ai e Au num cave (arrecadao ou garagem, por exemplo)?

Entende-se por Ai a rea do elemento que separa o espao til interior do espao no til e por Au a rea do elemento que separa o espao no til do ambiente exterior. No caso especfico considerado, deve-se contabilizar para Ai toda a rea correspondente todas as fraces autnomas em contacto com essa zona no til e contabilizar para Au toda a rea de envolvente exterior (paredes, coberturas, etc.) da zona no til em contacto directo com o ar exterior, mesmo que esta abranja vrios pisos. As reas enterradas no devem ser consideradas na determinao de Au.

E.8

Qual o valor de a considerar da tabela IV.1 (RCCTE) quando Ai/Au =1?

A tabela IV.1 deve ler-se da seguinte maneira : Ai/Au Tipo de espao no til Menor que 1 0 Ai/Au < 1 De 1 a 10 1 Ai/Au 10 Maior que 10 Ai/Au > 10

Entende-se por Ai a rea do elemento que separa o espao til interior do espao no til e por Au a rea do elemento que separa o espao no til do ambiente exterior.

E.9

Como se processa o clculo das perdas trmicas de uma fraco autnoma para espaos de comrcio+escritrios?

Para calcular as perdas da habitao para espaos de comrcio+escritrios deve multiplicar-se o U por tau (), que deve ser calculado de acordo com a tabela IV.1 (Espaos comerciais). Os requisitos mnimos da envolvente interior dependem de valor de tau;

E.10

No caso de um espao no til se encontrar totalmente enterrado (Au=0), como deverei obter o valor de (tau)?

Se Au= 0 (rea do espao em contacto com o exterior), o valor de Ai/Au = +, pelo que o valor de dever ser obtido na coluna Maior que 10, tendo em conta o tipo de espao no til.

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RCCTEE.11 Como devero ser consideradas as portas no clculo regulamentar?

As portas no tm requisito mnimo. No entanto, devem ser contabilizadas como elementos especficos da envolvente, com a respectiva rea e valor de coeficiente de transmisso trmica superficial.

E.12

Na regio Autnoma da Madeira, quando o nmero de graus-dia (GD) muito reduzido, em locais a baixa altitude, verifica-se que o valor limite das necessidades de aquecimento (Ni) do n1 do artigo 15 do RCCTE muito baixo (por ex. ao nvel do mar, com factor FF=1, tem-se: GD=50; Ni=7,4 KWh/m2). Desta forma, em algumas situaes, poder ser invivel o cumprimento do valor limite das necessidades de aquecimento. Como proceder nestas situaes?

Enquanto no houver alterao do Captulo V Disposies finais e transitrias ou anexos do RCCTE que permita ultrapassar essa dificuldade, aceitvel a seguinte formulao alternativa para o clculo do valor limite das necessidades de aquecimento (Ni), para edifcios localizados na Regio Autnoma da Madeira: a) Para FF 0,5: b) Para 0,5 < FF 1: c) Para 1 < FF 1,5: d) Para FF > 1,5: Ni = 25+0,025 GD Ni = 25+(0,015+0,02 FF) GD Ni = [25+(0,015+0,02 FF) GD] (1,2-0,2 FF) Ni = 22,5+0,0405 GD

Como condio para aplicar esta formulao alternativa, sem prejuzo dos coeficientes de transmisso trmica superficiais mximos admissveis (Quadro IX.1 do RCCTE), devero ser cumulativamente cumpridos os seguintes requisitos na envolvente exterior e envolvente interior com > 0,7: i) Coeficiente de transmisso trmica de paredes em zona corrente, excluindo as pontes trmicas planas: U 0,90 W/m2.K. ii) Coeficiente de transmisso trmica de coberturas em zona corrente: U 0,65 W/m2.K.

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RCCTE

F - Necessidades nominais de energia til

F.1

O que se entende por necessidades nominais de aquecimento e por necessidades nominais de arrefecimento de um edifcio?

As necessidades nominais de aquecimento e arrefecimento, ambas expressas em kWh/m2.ano, indicam o consumo anual de energia til, por metro quadrado da fraco autnoma em estudo, que seria necessrio para manter o espao nos nveis de conforto definidos regulamentarmente (20C no Inverno e 25C e 50% de humidade relativa no Vero), durante o tempo previsto para toda a durao da estao de aquecimento e de arrefecimento.

F.2

As eficincias utilizadas no clculo das necessidades de energia primria dizem respeito aos equipamentos ou aos sistemas de aquecimento/ arrefecimento instalados no edifcio?

Os valores de eficincia utilizados na frmula de clculo dizem respeito apenas aos equipamentos de aquecimento, arrefecimento ou de preparao de AQS efectivamente instalados no edifcio/fraco autnoma e no eficincia global dos sistemas (incluindo todos os seus componentes). So, no entanto, consideradas penalizaes de eficincia (10%) nos casos das redes de gua quente no serem isoladas termicamente. As eficincias dos equipamentos devem ser as mdias sazonais. No caso de edifcios que utilizem mais de um sistema e/ou fonte energtica para o mesmo fim (aquecimento, arrefecimento, preparao de AQS), as respectivas necessidades devero ser fraccionadas nas componentes associadas a cada sistema/fonte e afectadas dos respectivos valores de eficincia do equipamento e dos factores de converso em energia primria.

F.3

Se no projecto no estiverem definidas as caractersticas, nomeadamente a eficincia, dos sistemas e equipamentos de aquecimento e/ou arrefecimento, o que deve ser considerado pelo projectista ou perito qualificado aquando da verificao regulamentar?

O RCCTE prev que, na ausncia de dados mais precisos relativamente eficincia dos sistemas, podem ser utilizados os seguintes valores de referncia:

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RCCTE

Sistema Resistncia elctrica Gasoso Caldeira com combustvel Lquido Slido Bomba de calor Mquina frigorfica Aquecimento Arrefecimento Ciclo de compresso Ciclo de absoro

Eficincia nominal () 1,00 0,87 0,80 0,60 4,00 3,00 3,00 0,80

Se, aquando do licenciamento, no estiverem definidos quais os sistemas de aquecimento e/ou de arrefecimento que vo ser adoptados, considera-se, por defeito, que o aquecimento ser obtido recorrendo a uma resistncia elctrica e o arrefecimento por uma mquina frigorfica com eficincia (COP) igual a 3. Tal como a soluo por defeito considerada no regulamento para a preparao de AQS, tambm estas opes de base para aquecimento e arrefecimento so conservadoras e, muito provavelmente, penalizadoras do desempenho do edifcio quando comparada com a soluo efectivamente a implementar.

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RCCTEG - Necessidades nominais globais de energia primria

G.1

Como feita a converso de energia til em energia primria para efeitos do RCCTE?

At nova publicao em Despacho pelo Director-Geral de Geologia e Energia, os factores de converso entre energia til e energia primria (Fpu) so definidos em funo do mix energtico nacional, utilizando-se: Electricidade: Fpu = 0,290 kgep/kWh Combustveis slidos, lquidos e gasosos: Fpu = 0,086 kgep/kWh A diferena nestes factores indicia que a utilizao de equipamentos elctricos para aquecimento, arrefecimento ou preparao de gua quente sanitria resultar mais penalizadora das necessidades energticas globais de energia primria de um edifcio, embora a eficincia dos equipamentos desempenhe tambm um papel relevante nesse mbito.

G.2

Um edifcio est regulamentar se cumprir com o limite das necessidades energticas de energia primria mas no cumprir com as necessidades de aquecimento?

No. Para estar regulamentar, um edifcio deve cumprir cumulativamente com os valores limite para as necessidades nominais de: i) energia para aquecimento; ii) energia para arrefecimento; iii) energia para preparao de guas quentes sanitrias; iv) energia primria. Devem ainda ser cumpridos os requisitos mnimos para a qualidade trmica para a envolvente dos edifcios.

G.3

O que traduzem os termos 0,1 e 0,9 usados na frmula de clculo das necessidades globais de energia primria?

Com a multiplicao do valor das necessidades de aquecimento e de arrefecimento por 0,1 pretende-se levar em conta o facto de, na tradio nacional, os edifcios no serem aquecidos ou arrefecidos, em contnuo e durante 24 horas por dia, durante toda a estao correspondente. Desta forma, considera-se que os edifcios apenas so climatizados, em mdia, 10% do tempo, com a consequente e idntica reduo nas necessidades de energia para aquecimento e para arrefecimento.

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RCCTECom o termo 0,9, pretende-se incentivar um melhor desempenho dos edifcios, estabelecendo que o limite para as necessidades nominais globais dever ser inferior a 90% da soma dos limites mximos permitidos para as necessidades de aquecimento, arrefecimento e preparao de AQS. No bastar, por isso, ao edifcio cumprir justa com o limite individual estabelecido para cada uma das necessidades parciais.

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RCCTEH - Paredes, coberturas e pavimentos

H.1

Como deve ser tratada, em termos de clculo das perdas trmicas, uma chamin que se desenvolva ao longo de uma parede exterior do edifcio?

Uma chamin que se desenvolva ao longo de uma parede exterior deve ser tratada como um espao no-til em que Tau () = 1, ou seja como parede exterior.

H.2

Qual o sentido do fluxo que se deve considerar no estudo de lajes de cobertura em contacto com o exterior ou das esteiras (lajes ou esteiras leves) com espaos no teis?

Para o clculo das perdas trmicas por transmisso, uma vez que a temperatura mdia exterior em Portugal, mesmo no Vero, sempre inferior temperatura interior de conforto, o fluxo a considerar, durante todo o ano, no clculo do coeficiente de transmisso trmica dever ser ascendente; Para o clculo dos ganhos trmicos de Vero devidos absoro da radiao solar pela cobertura o fluxo a considerar descendente (folha de clculo FCV.1C). Ser no entanto aceitvel usar sempre o mesmo valor de U (fluxo ascendente) para uma dada laje, pois o erro cometido com esta aproximao negligencivel no conjunto do clculo do Nv. H.3 No caso de uma cobertura em desvo fortemente ventilado, tipo sto no habitado com isolamento na esteira, e uma vez que se trata de uma cobertura interior com requisitos de cobertura exterior, a rea e respectivo coeficiente de transmisso trmica devem ser inseridos folha FC IV.1.a ou na FC IV.1.b? E no caso de um pavimento sobre uma zona no til com um >0,7?

Uma vez que, tanto a esteira com o pavimento, so elementos da envolvente interior, estes devem ser includos na FC IV.1b, indicando o respectivo valor de tau () para afectar as perdas trmicas associadas. O facto de os espaos no teis adjacentes zona em estudo terem um (tau) superior a 0,7 apenas tem influncia sobre os requisitos mnimos a observar para a envolvente opaca em termos do limite para o coeficiente de transmisso trmica da mesma.

H.4

Considere uma fraco autnoma de um edifico que possua uma zona de tecto falso em toda a sua rea. Qual a metodologia de clculo que dever ser adoptada para efectuar o clculo trmico?

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RCCTEO tecto falso estanque Em termos de regulamento, a zona acima do tecto falso em baixo da placa do 1 piso, no deve ser considerada zona no til; O p direito da fraco ser unicamente at ao tecto falso; Nas paredes acima do tecto falso, aplicam-se, no entanto, os requisitos mnimos, isto , deve-se isolar pilares e tales de viga devido ao problema de condensaes; No clculo do U desta fronteira deve ser considerada a resistncia trmica do tecto falso, do isolamento trmico que lhe fique ligado, da caixa-de-ar e da laje. O tecto falso no estanque O p direito dever ser contabilizado at placa do piso superior; No clculo de U desta fronteira deve ser considerada a resistncia trmica da laje que separa as duas fraces e eventual isolamento que possa existir, bem como da caixa-de-ar do tecto falso, em funo do grau de ventilao.

H.5

Qual o valor do coeficiente de perdas (r) a associar massa superficial til (Msi) de uma parede de compartimentao de uma FA de beto revestida por gesso laminado (15 mm) com caixa-de-ar (35 mm)?

Conforme preconizado no ponto 2.1 do Anexo VII do RCCTE, para os elementos interiores de uma fraco autnoma em estudo, a massa Msi multiplicada por r = 0,75 ou 0,50, conforme o elemento tenha revestimento superficial com resistncia trmica superior a 0,14 m2.C/W numa ou nas duas faces, respectivamente. Placas de gesso cartonado e espao de ar 0,14 < R 0,30 m2.C/W

Constituio Placa de gesso cartonado 15 mm Caixa-de-ar com 35 mm TOTAL

Rj (m2.C/W) 0,08 0,18 0,26

Referncia: ITE 50 Quadro VII.2, RCCTE

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RCCTE

Uma vez que o valor da resistncia trmica (R), est compreendida no intervalo entre 0,14 e 0,30 m2.C/W, este dever ser reduzido para 50% pelo coeficiente de perdas (r).

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RCCTEIPontes trmicas

I.1

Qual a diferena entre pontes trmicas planas e pontes trmicas lineares?

Uma ponte trmica plana uma heterogeneidade inserida em zona corrente da envolvente exterior ou da envolvente interior em contacto com espaos no teis, tais como pilares, tales de viga e caixas de estore, por onde se considera uma perda trmica unidimensional por unidade de rea de superfcie. A ponte trmica plana quantificada multiplicando o valor de U pela respectiva rea. Uma ponte trmica linear corresponde ligao de dois elementos construtivos exteriores e uma singularidade da envolvente em que o fluxo trmico bi- ou tridimensional assimilada a uma perda trmica por unidade de comprimento (Psi). A ponte trmica quantificada multiplicando o valor de pelo respectivo desenvolvimento.

I.2

Que valor mximo pode ter o coeficiente de transmisso trmica numa zona de ponte trmica plana?

O valor de U de uma ponte trmica plana no poder exceder o dobro do valor de U da zona corrente adjacente da envolvente opaca vertical ou horizontal. No caso de haver dois ou mais elementos adjacentes com valores de U diferentes, dever ser considerado o menor. Em qualquer circunstncia, devero sempre ser respeitados os valores mximos admissveis indicados no Quadro IX.1 do RCCTE.

I.3

Como deve ser medido o desenvolvimento de uma ponte trmica linear correspondente ligao fachada / padieira, peitoril ou ombreira?

A medio dever corresponder a todo o desenvolvimento perimetral do vo envidraado, ou seja, ligao de todo o caixilho com a parede. No caso de uma janela de sacada, o comprimento do perfil inferior da janela (ligao do caixilho com o pavimento) deve ser includo. No caso da ligao do caixilho com uma eventual caixa de estore, o comprimento do perfil superior da janela (ligao do caixilho com a caixa de estore) deve ser includo.

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RCCTEI.4 Se no encontrar no regulamento um valor para um tipo de ponte trmica linear, que devo fazer para a considerar no clculo?

O regulamento prev nessas situaes, que se considere (psi) igual a 0,5 W/m.C Em alternativa, poder usar a norma EN ISO 10211-1.

I.5

Se no encontrar no regulamento um valor de Psi para as perdas lineares de elementos da envolvente exterior em contacto com o terreno, que devo fazer para a considerar no clculo?

As tabelas que fazem parte integrante do anexo IV no D.L. 80/2006 cobrem as situaes mais correntes nas edificaes existentes. No entanto, e em alternativa, poder usar a norma EN 13370.

I.6

Numa situao de ponte trmica linear configurada pela ligao entre duas paredes verticais de espessura diferentes, qual das espessuras dever ser considerada para determinao do valor de (psi)?

Deve ser considerada a parede de maior espessura. De notar que esta configurao de ponte trmica linear apenas se deve quantificar para cunhais (ngulos salientes). S se contabilizam estas pontes trmicas nas situaes de envolvente exterior ou de envolvente interior para zonas com maior que 0,7.

I.7

As pontes trmicas (planas e lineares) s devero ser consideradas, para efeitos de aplicao e verificao regulamentar, quando integradas na envolvente exterior ou tambm se devem considerar quando integradas na envolvente interior?

No caso de pontes trmicas planas, estas devem ser sempre consideradas quando integradas na envolvente interior independentemente do valor de tau. As situaes de ponte trmica linear no so contabilizadas nos seguintes casos: paredes de compartimentao interior interceptando coberturas e pavimentos, quer sobre o exterior, quer sobre espaos no teis; paredes interiores separando um espao til de um espao no til adjacente desde que menor que 0,7.

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RCCTEI.8 Nos valores de (psi) de pavimentos com isolamento trmico em contacto com o terreno (tabela que est ausente do regulamento), o desenho esquemtico mostra o isolamento sob a laje. Caso o isolamento esteja colocado sobre a laje (que de facto a soluo mais corrente), posso utilizar a mesma tabela?

No entender da ADENE, essa soluo poder ser uma boa aproximao, pois os valores de psi indicados no RCCTE, para o referido tipo de ligao, tm apenas a ver com o facto de existir ou no isolamento, independentemente se este tiver por cima ou por baixo da laje. O facto de o isolamento estar por cima da laje apenas ter influncia no clculo da inrcia.

I.9

A configurao tipo F (Ligao entre duas paredes verticais) apresentada no anexo IV, pg. 2497, considerada quer o cunhal tenha elemento estrutural (pilar em beto armado) ou no?

Sim. Mesmo nesta situao dever ser considerada a ponte trmica linear, uma vez que existe uma ligao entre duas paredes verticais, no caso apresentado na figura seguinte, ser o pilar com a parede adjacente).

EXTERIOR

PTL

PTP INTERIOR PTP

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RCCTEI.10 Na determinao da espessura da laje (ep), devo considerar apenas a espessura da laje ou deverei incluir as camadas de enchimento?

Camada enchimento Esp-0,05m

de

Soalho Esp0,03m

Laje de Beto Esp-0,20m Reboco Esp0,02m

Espessura da laje a considerar: 30 cm, incluindo a camada de enchimento. Considera-se a espessura da laje sem o isolamento trmico.Soalho Esp0,03m

Camada enchimento Esp-0,05m

de

Isolamento Esp-0,03m

Laje de Beto Esp-0,20m Reboco Esp0,02m

Espessura da laje a considerar: 22 cm, incluindo a camada de enchimento.

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RCCTEI.11 Em janelas de sacada ou vos envidraados com a altura do piso, qual o valor de ?

Nesta situao, o valor de dever ser de 0,5 W/m.C. O desenvolvimento linear a considerar dever ser o valor do comprimento da ligao nas seguintes situaes: Fachada com a soleira; Fachada com pavimento.

I.12

No caso de uma fachada em contacto com o piso trreo em que z=0 m, deverei contabilizar a perda trmica de parede em contacto com o terreno, e a ligao da fachada com pavimento trreo, ou apenas uma das situaes?

Nesta situao dever ser adoptado apenas o valore de da tabela IV3.a, sendo o valor de da parede em contacto com o terreno igual a zero.

I.13

Quais as pontes trmicas lineares a considerar no preenchimento da seco Pontes trmicas (apenas para paredes de separao para espaos no-teis com tau maior que 0.7) na folha de clculo FC IV.1b?

Neste campo devero ser consideradas todas as pontes trmicas lineares que seriam consideradas se se tratasse de uma parede em contacto com o exterior. Considere o seguinte exemplo:

Marquise ou arrecadao

tau >0.7

FA

Na figura acima, a parede de separao apresenta dois tipos de perdas trmicas lineares: 1. Pavimento em contacto com o terreno;

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RCCTE2. Fachada com pavimento trreo. So estas as pontes trmicas lineares que devem ser colocadas na folha de clculo FC IV.1b

I.14

Que PTLs devem ser consideradas na situao seguinte, caracterizada pela existncia de um espao no til com > 0,7?

A figura seguinte representa uma moradia de um piso cujo pavimento se encontra em contacto com o solo. A rea da moradia dividida entre uma zona til e uma zona no til com de 0,75. Espao til

Espao no til

O quadrado representado na parede interior pretende recriar um envidraado sem caixa de estore. As paredes em contacto com os espaos no teis so em tijolo cermico 22 com 4 cm de isolamento de EPS aplicados pelo exterior e rebocadas em ambas as faces. O pavimento ser constitudo por uma laje de beto armado com 15 cm de espessura, 5 cm de argamassa de assentamento e revestimento cermico. A cobertura ser constituda por uma laje de beto armado com 13 cm de espessura, 5 cm de argamassa de assentamento, 6 cm de XPS aplicado pelo exterior e um revestimento interior em reboco com 2 cm de espessura (Ep = 20 cm). Uma vez que o espao no til tem um > 0,7 ter-se- que analisar todas as situaes de ponte trmica linear previstas para a envolvente exterior e o quadro da folha FCIV.1b relativo a pontes trmicas interiores deveria apresentar a seguinte forma:

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RCCTEPontes trmicas (apenas para paredes de separao para espaos no teis com >0,7) PTL1 - Fachada com pavimentos trreos PTL2 - Pavimento em contacto com o terreno PTL3 - Ligao de fachada com varanda PTL4 - Ligao entre duas paredes PTL5 - Ligao da fachada com padieira, ombreira e peitoril Comp. [m] 10,00 10,00 10,00 8,10 4,40 [W/mC] 0,45 1,50 0,40 0,15 0,20

[-] 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 Total

.B. [W/C] 3,34 11,25 3,00 0,91 0,66 19,16

Nos pontos seguintes esto explicados os pressupostos e consideraes que levaram determinao de valor de em cada uma das PTL indicadas.

PTL1 - Ligao de fachada com pavimento trreo:

O valor de 0,3 W/m.C que ter que ser agravado em 50% por no existir isolamento trmico na laje, obtendo-se 0,45 W/m.C.

PTL2 - Ligao de pavimento em contacto com o terreno sem isolante trmico: O valor de 1,5 W/m.C ser obtido directamente da seguinte tabela.

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RCCTE

PTL3 - Ligao de fachada com varanda:

No que se refere definio do associado ponte trmica em estudo, recorrendo tabela, obtm-se o valor de de 0,4 W/m.C.:

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RCCTEPTL4 - Ligao entre duas paredes verticais Neste caso, apenas sero contabilizadas as salincias, conforme ilustrado na figura:

No que se refere definio do associado ponte trmica em estudo, recorrendo tabela seguintes, considera-se o valor 0,15 W/m.C.

PTL5 - Ligao de fachada com padieira, ombreira e peitoril.

No que se refere definio do associado ponte trmica em estudo, recorrendo tabela:

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RCCTE

Sendo condio obrigatria o contacto do isolamento com a caixilharia, caso contrrio dever ser considerado um de 0,2 W/m.C. De acordo com o pormenor explicativo da ponte trmica no foi considerada a continuidade do isolamento, pelo que se deve considerar esse valor.

I.15

Qual a espessura a considerar na parede para contabilizao das seguintes pontes trmicas lineares?

Caso 1: Isolamento pelo interior ou pelo exterior. A espessura a considerar para a parede at ao isolamento.

Assim para o exemplo seguinte, a espessura a considerar ser de 22cm.

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RCCTE

Caso 2: Isolamento repartido ou isolante na caixa-de-ar. A espessura a considerar a total da parede.

Assim para o exemplo seguinte, a espessura a considerar ser de 32cm.

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RCCTE

I.16

A espessura da parede indicada nos quadros das pontes trmicas lineares, nos casos em que o isolamento preenche total ou parcialmente a caixa-de-ar das paredes duplas, refere-se parede superior ou inferior?

A medio da espessura da parede feita na parede superior que se encontra sobre a laje.

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RCCTE

I.17

Quais as pontes trmicas lineares a considerar nas seguintes situaes de coberturas inclinadas em desvo (no habitado)?

Independentemente da altura da parede lateral da laje inclinada deve considerar-se sempre e apenas a ponte trmica linear de Ligao da fachada com cobertura inclinada ou terrao (PTL D). Assim, as duas situaes acima ilustradas tm o mesmo tratamento em relao a este aspecto.

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RCCTEI.18 A resistncia trmica do isolante da caixa de estore, refere-se soluo da caixa de estore e s camadas de materiais adjacentes ou apenas prpria caixa de estore.

Refere-se apenas caixa de estore em si, quando a prpria o isolamento ou camada de isolamento colocada na mesma, sem contabilizao das demais camadas de materiais adjacente.

I.19

Que referncias posso utilizar para a contabilizao do valor de para situaes no previstas no RCCTE?

Para situaes no previstas das apresentadas no RCCTE, poder utilizar a metodologia definida na EN 13370 (ponto 2.2 do Anexo IV do RCCTE) para elementos em contacto com o solo, e a metodologia definida na EN ISO 10211-1 (ponto 2.3 do Anexo IV do RCCTE) para pontes trmicas bidimensionais.

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RCCTEI.20 Qual o valor de a considerar, para o caso de uma varanda pertencente a uma fraco autnoma em contacto com um espao no til (conforme indicado na figura seguinte)?

Esta situao no se encontra tabelada, pelo que, deve ser considerado o valor de 0,5 W/m.C ou utilizar a metodologia definida na norma EN ISO 10211-1.

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RCCTEJ - Vos envidraados

J.1

A rea de um vo envidraado diz apenas respeito ao vidro?

No. A rea de um vo envidraado diz respeito rea do vidro e do respectivo caixilho, sendo sempre medido pelo interior.

J.2

Que aspectos so relevantes na determinao do U de um vo envidraado?

O coeficiente de transmisso trmica (U) de um vo envidraado depende do seguinte: do tipo de caixilharia (madeira, metlica com ou sem corte trmico e plstico): do tipo de vo: do tipo de vidro (espessura , emissividade) da espessura de lmina de ar do dispositivo de ocluso Em relao a este ltimo aspecto, o RCCTE define coeficiente de transmisso trmica mdio dia-noite de um vo envidraado, como a mdia dos coeficientes de transmisso trmica de um vo envidraado com a proteco aberta (posio tpica durante o dia) e fechada (posio tpica durante a noite) e que se toma como o valor de base para o clculo das perdas trmicas pelos vos envidraados de uma fraco autnoma de um edifcio em que haja ocupao nocturna importante, por exemplo, habitaes, estabelecimentos hoteleiros e similares, zonas de internamento de hospitais, etc. De qualquer forma, para efeitos do clculo regulamentar, podero ser utilizados valores fornecidos pelo fabricante ou consultadas tabelas em publicaes de referncia como o ITE 50 Coeficientes de transmisso trmica de elementos da envolvente dos edifcios para os elementos de mais comuns.

J.3

Que factores afectam o clculo dos ganhos solares brutos dos vos envidraados de um edifcio?

Os factores a considerar no clculo dos ganhos solares brutos so: o factor solar do vidro; 46/132

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Perguntas & Respostas

RCCTEas proteces interiores e/ou exteriores do vo envidraado; os factores de sombreamento por elementos horizontais e/ou verticais; o factor de sombreamento do horizonte; a fraco envidraada; factor de correco da selectividade angular do tipo de envidraado; a radiao solar representativa da zona climtica de Inverno em que o edifcio se situa, o factor de orientao do vo envidraado e a durao da estao de aquecimento (apenas contabilizados na estao de aquecimento) e; a intensidade mdia da radiao total incidente em cada orientao durante toda a estao de arrefecimento (apenas contabilizado na estao de arrefecimento).

J.4

Na determinao dos ganhos solares pelos vos envidraados, que aspectos devem ser tidos em conta no clculo do factor solar?

A forma e pressupostos para clculo do factor solar de um envidraado variam consoante se trate da estao de aquecimento ou da estao de arrefecimento. Assim, na estao de aquecimento, considera-se que, para maximizar o aproveitamento da radiao solar, os dispositivos de proteco solar mveis devem estar totalmente abertos. Impe-se que o vo envidraado, no sector residencial, e apenas neste, disponha de, pelo menos, cortinas interiores muito transparentes de cor clara. Nestas condies, e para a situao mais comum de vidro incolor simples ou duplo, o valor do factor solar mximo a usar no clculo ser de: vidro simples incolor - g = 0,70 e vidro duplo incolor - g = 0,63 Na estao de arrefecimento, j deve ser considerada a utilizao dos dispositivos de sombreamento activados a 70%, ou seja, o factor solar do vo envidraado ser igual a 30% do factor solar do vo sem qualquer proteco (nem sequer a cortina muito transparente indicada para o clculo das necessidades de aquecimento), mais 70% do factor solar do vo envidraado com a proteco solar mvel completamente actuada: g = 0,30 x gv do vo sem proteco + 0,7 x g do vo envidraado com proteco solar mvel activada.

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RCCTEJ.5 No caso de um envidraado com duas palas laterais de comprimentos diferentes, como deve ser calculado o valor de Ff?

Neste caso, o ngulo (beta) de cada pala vertical, medido a partir do ponto mdio do vo envidraado, ser distinto para cada uma duas palas. O valor de Ff aplicvel aos vo dever ento ser o produto dos dois valores de Ff determinados (um para cada pala, com base no correspondente valor do ngulo Beta).

J.6

Como devem ser tratadas as prgolas e proteces solares do tipo "vegetal" dos vos envidraados? So admissveis no RCCTE ou no?

Uma vez que este tipo de solues faz parte da nossa arquitectura tradicional, sendo mesmo referenciadas em diversas publicaes como solues solares passivas, devem ser consideradas na aplicao e verificao do RCCTE como palas horizontais. Se forem de folha caduca, na estao de aquecimento considera-se como se no existissem. No entanto, se na verificao regulamentar dos edifcios aps a construo, o perito constatar que a vegetao prevista no foi efectivamente plantada (ou, em contexto de verificao para renovao do certificado, observar que essa vegetao no se desenvolveu), a mesma no dever ser considerada para efeitos de clculo das necessidades energticas.

J.7

Que tipo de informao complementar s folhas de clculo deve ser disponibilizada junto com o projecto de um edifcio para que o perito possa avaliar se o clculo dos ganhos solares foi correctamente efectuado pelo projectista?

Para alm das folhas de clculo FC IV.1e (ganhos teis na estao de aquecimento), FC V.1d (ganhos solares pelos envidraados exteriores), o projectista dever tambm apresentar: desenhos com planta de implantao do edifcio e alados com identificao de possveis obstrues e respectivo ngulo de horizonte (para verificao do factor Fh), nomeadamente, edifcios vizinhos; para os envidraados com palas, alados e cortes com dimenses e ngulo horizontal ou vertical de cada pala (para verificao de Fo ou Ff); Elementos descritivos do tipo de material do caixilho, da existncia ou no de quadrcula no vidro e de outras caractersticas construtivas pticas (vidros especiais) e do vo envidraado.

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RCCTEJ.8 Qual o factor de selectividade angular, de um vidro horizontal na situao de Vero?

Salvo justificao fundamentada pode adoptar-se o valor de 0,90.

J.9

Se uma caixilharia no tiver sido ensaiada, que classe lhe deve ser atribuda?

As sries de caixilharias podem ser sujeitas a ensaios de caracterizao de desempenho (p. ex., em Portugal, no LNEC), e classificadas, segundo a norma EN 12207, em 4 classes de permeabilidade ao ar (classe 1 a pior e classes 3 e 4 as melhores). Se uma caixilharia no tiver sido ensaiada, ser considerada sem classificao, facto que, no novo RCCTE, contribui para agravar o valor nominal da taxa de renovao de ar (rph).Nota: Para efeitos de aplicao do RCCTE, a classe 4 de permeabilidade ao ar deve ser equiparada classe 3.

J.10

A excepo ao factor solar mximo admissvel dos envidraados com rea inferior a 5% diz respeito a apenas um envidraado independentemente de existirem mais envidraados no compartimento, ou considera-se a rea total de envidraados do respectivo compartimento?

O limite de 5 % corresponde soma de todos os envidraados de um compartimento.

J.11

Como se quantifica a ponte trmica linear correspondente a uma caixa de estore / padieira?

Na padieira s se considera o valor de definido na Tabela IV.3G.

J.12

Considere o edifcio da figura que se apresenta, localizado em Esposende, indique os factores de sombreamento que dever considerar para o clculo do factor de obstruo (Fs)?ngulos Fh 45 Fo () ? Ff () ?

Orientao Vo envidraado NW

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RCCTE

Vo envidraados

Neste caso especfico dever ter-se em conta os factores de sombreamento por elementos verticais e elementos horizontais, uma vez que a incidncia dos raios solares sobre a pala em questo provoca sombreamento sobre o ponto mdio do envidraado segundo um ngulo com a vertical ( - ngulo da pala vertical) e com a horizontal ( - ngulo da pala horizontal). Para melhor visualizao dos ngulos de obstruo, anexa-se um modelo ilustrativo, com o respectivo clculo do factor de sombreamento. Os valores dos factores de correco de sombreamento para a estao de aquecimento constam nas tabelas IV.6 e IV.7, respectivamente, do RCCTE.

2,0

2,2

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RCCTE

Orientao Fh Vo envidraado NW 45

ngulos 30 60

Factores de Sombreamento Fh 0,8 Fo 0,94 Ff 0,80 Fs 0,60

J.13

Para efeitos do RCCTE quais so os vidros considerados incolores correntes?

So os vidros que tm factor solar de 0,85 no caso de vidro simples e 0,75 no caso de vidro duplo, conforme indicado na Tabela IV.4 do Anexo IV RCCTE.

J.14

Para o clculo do Nic, o factor solar do vo envidraado para a estao de aquecimento, numa fraco de servios abrangida pelo RCCTE, dever considerar a existncia de cortinas interiores muito transparentes de cor clara?

No. Esta imposio vlida apenas para edifcios residenciais, salvo justificao credvel em contrrio. Nestes casos dever ser usado um factor solar de 0,70 para vidro simples incolor corrente com cortina interior muito transparente, e 0,63 para o vidro duplo com cortina interior muito transparente.

J.15

Numa habitao, se houver um vidro especial com factor solar inferior a 0,70 (vidro simples) ou de 0,63 (vidro duplo), deve-se considerar a existncia de cortinas interiores muito transparentes?

Neste caso, como o vidro s por si, j tem uma proteco solar superior da cortina interior muito transparente, esta no necessria e utiliza-se, para o clculo do Nic, o valor do factor solar do vidro especial utilizado na janela sem qualquer proteco solar adicional.

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RCCTEJ.16 Para efeitos regulamentares quais as proteces solares constantes no quadro V.4 do RCCTE que so consideradas opacas?

Apresenta-se de seguida um quadro resumo com os vrios tipos de proteces solares constantes no quadro V.4 do RCCTE com a indicao das respectivas proteces (opacas/no opacas).Proteco solar Portada de madeira Rguas de madeira Rguas metlicas ou plsticas Lminas de madeira No opaca Lminas Metlicas Lona opaca Estore Lona pouco transparente Lona muito transparente Proteces Interiores Estores de lminas Opacas Ligeiramente transparente Transparente Muito transparente Portadas de madeira (opacas) Persianas de madeira Proteco entre dois vidros Estore veneziano Lminas delgadas No opaca Opaca No Opaca No opaca No Opaca Opaca No opaca Tipo de proteco Opaca

Proteces Exteriores

Persiana

Opaca

Estore veneziano ou Portada de lminas fixas

Cortinas

O quadro acima traduz a classificao de opaca ou no opaca a adoptar, por defeito, para as solues descritas no Quadro V.4 do RCCTE. Para a atribuio de uma classificao diferente da indicada, dever o projectista apresentar a respectiva justificao com base nas

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RCCTEcaractersticas tcnicas dos dispositivos adoptados e da sua maior ou menor permeabilidade radiao solar directa e difusa. Apresentam-se de seguida alguns exemplos de proteces solares exteriores e interiores: Proteces Solares ExterioresPersianas de rguas plsticas

Estore veneziano

Estore de lona opaca

Portada de lminas fixas*

*Comportamento idntico portada de madeira

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RCCTEProteces Solares InterioresEstores de lminas Cortina interior Opaca

Portada de madeira interior

Persiana de lminas

J.17

Como se calcula o factor solar de um vo envidraado para verificao dos requisitos mnimos regulamentares?

Para este efeito, distinguem-se as seguintes situaes: a) Para situaes em que o envidraado no tem qualquer dispositivo de proteco solar, o factor solar o correspondente ao vidro utilizado (simples ou duplo, incolor, colorido ou reflectante, etc.) sendo obtido directamente das Tabelas IV.4 do RCCTE. b) Para situaes em que o vidro seja incolor corrente e s haja uma nica proteco solar opaca, o factor solar obtido directamente do Quadro V.4 do RCCTE. c) Para o caso em que o vidro seja especial diferente do incolor corrente e possua uma nica proteco exterior no opaca ou pelo interior, o factor solar obtido pela aplicao das frmulas de clculo n1 ou 2 indicadas no ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE, consoante o vidro seja simples ou duplo. Vidro Simples;

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RCCTEg100% =Vidro Duplo;

g '.g v 0,85

(1)

g100% =Em que:

g '.g v 0,75

(2)

g100% - factor solar do vo envidraado com proteco 100% activa;g ' -factor solar do vo envidraado com proteco solar e vidro incolor;g v - factor solar do envidraado;d) Para situaes em que haja mais do que uma proteco, colocam-se vrias situaes: i) Quando houver uma proteco solar opaca, s se considera a contribuio de outros dispositivos ou vidros especiais que estejam para fora da 1 proteco opaca. Devero aplicar-se as frmulas de clculo n 3 ou 4 indicadas no ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE, considerando apenas as proteces solares existentes do lado exterior at ao interior at primeira proteco opaca: Vidro Simples:

g100% = g v i

g '. (3) 0,85

Vidro Duplo:

g100% = g v i

g '. (4) 0,75

Em que:

g100% - factor solar do vo envidraado com proteco 100% activa;g ' -factor solar do vo envidraado com proteco solar e vidro incolor; g v - factor solar do envidraado;ii) Quando no houver proteces opacas, considera-se a contribuio de todos os dispositivos e vidros especiais, utilizando-se as frmulas de clculo acima indicadas (3 e 4), considerando as proteces solares do lado exterior at ltima proteco do lado interior.

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RCCTEiii) Para situaes com vrios dispositivos, usam-se as equaes n 3 e 4 anteriormente referidas, considerando as proteces solares existentes do lado exterior at ao interior at primeira proteco opaca;

J.18

Qual o factor solar do envidraado com vidro duplo e proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco exterior tipo persiana de plstico de cor branca?

EXT

INT

Persiana de plstico de cor branca Cortina transparente de cor laranja Vidro duplo 5+4 mm g=0,78

Uma vez que a proteco exterior opaca, o clculo do g100% de acordo com o procedimento indicado na questo J.17, obtido directamente do Quadro V.4, ou seja, 0,04 qualquer que seja o tipo de vidro (incolor ou especial).

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RCCTEJ.19 Qual o factor solar de um envidraado com vidro duplo incolor com proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco exterior tipo estore veneziano?

EXT

INT

Estore veneziano de lminas de madeira

Cortina transparente de cor laranja

Vidro duplo 5+4 mm g=0,78

Uma vez que o estore veneziano no uma proteco opaca, devero considerar-se, para efeitos de clculo do g100%, todas as proteces solares existentes do lado exterior at ao lado interior, utilizando a frmula de clculo 4 indicada no ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE (ver questo J.17). O clculo do g100% de acordo com esquema indicado na figura, obtido da seguinte maneira:

g100% = g v i

g '. 0,08 0,39 = 0,78 = 0,043 0,75 0,75 0,75

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RCCTEJ.20 Qual o factor solar do envidraado com vidro duplo incolor com proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco interior tipo portada de madeira cor verde-escuro?

EXT

INT

Portada de madeira de cor escura Cortina transparente de cor laranja Vidro Duplo 5+4 mm g=0,78

O clculo do g100% de acordo com o indicado na figura, obtido atravs da frmula (2) no ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE (ver questo J.17). Para efeitos de clculo devero ser consideradas as proteces solares existentes do lado exterior at ao interior e at primeira proteco opaca, neste caso a portada de madeira.

g100% =

g '.g v 0,58 0,78 = = 0,60 0,75 0,75

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RCCTEJ.21 Qual o factor solar do envidraado com vidro duplo incolor com proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco exterior tipo estore de lona muito transparente de cor amarela e cortina interior?

EXT

INT

Estore de Lona muito transparente de cor amarela

Cortina Opaca de cor verde-clara

Vidro Duplo 5+4 mm g=0,78

O clculo do g100% de acordo com o indicado na figura, obtido atravs da frmula (4) do ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE:

g100% = g v i

g '. 0,16 0,46 = 0,78 = 0,1 0 0,75 0,75 0,75

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RCCTEJ.22 Qual o factor solar do envidraado com vidro simples colorido na massa de cor verde com proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco exterior tipo persiana de rguas de madeira de cor creme?

EXT

INT

Persiana de Rguas de madeira

Vidro simples reflectante colorido na massa cor verde 5 mm g=0,50

Uma vez que a proteco exterior opaca, o clculo do g100% de acordo com o indicado na questo J.17, obtido directamente do Quadro V.4, pelo que o valor de g100% 0,04.

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RCCTEJ.23 Qual o factor solar do envidraado com vidro simples reflectante colorido na massa de cor verde e com proteco 100% activa para o caso de ter uma proteco interior tipo portadas de madeira de cor escura

EXT

INT

Portada de madeira de cor escura

Vidro simples reflectante colorido na massa cor verde 5 mm g=0,50

O clculo do g100% de acordo com o indicado na questo J.17, obtido atravs da frmula de clculo (2) indicada no ponto 2.3 do Anexo V do RCCTE. Para efeitos de clculo devero ser consideradas as proteces solares existentes do lado exterior at ao interior e at primeira proteco opaca (neste caso as portadas de madeira).

g100% =

g '.g v 0,58 0,50 = = 0,34 0,85 0,85

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RCCTEJ.24 Num certificado ou declarao de conformidade regulamentar, que factor solar dever ser indicado no campo 6?

Os valores a indicar no campo 6 da DCR, so: o valor mximo admissvel para o factor solar dos vos envidraados (tirado do quadro IX.2 do RCCTE) e o factor solar com os dispositivos de sombreamento totalmente accionados (g100%). Seguidamente apresenta-se um exemplo de preenchimento do campo 6 de uma DCR.

J.25

Na existncia de palas verticais ou horizontais no amovveis que provoquem sombreamento total sobre o vo envidraado no Vero, possvel contabilizar o efeito das mesmas no factor solar 100% activo?

Embora os elementos fixos, como uma pala ou elemento equivalente, sejam tratados de forma diferenciada no DL 80/2006, no se encontrando contemplados no Quadro V.4, estes devero ser tidos em conta para o clculo do factor solar 100% activo, uma vez que contribuem para a reduo da incidncia solar. Assim, sempre que o dispositivo provoque sombreamento total e apenas nessas situaes, o respectivo efeito pode ser contabilizado no g e no no F, contribuindo desta forma para a verificao dos requisitos mnimos. Para que esta situao possa ser considerada, deve o projectista evidenciar que o dispositivo um elemento fixo e que o mesmo garante sombreamento total do vo envidraado durante a estao de arrefecimento. Considere-se o seguinte exemplo: Um vo envidraado, constitudo por vidro duplo com factor solar de 0,78, localizado numa fraco autnoma em Lisboa com inrcia trmica forte, virado a Sul e com as seguintes caractersticas:

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RCCTE1

58

Para obter o valor de Fo recorremos ao quadro V.1 do RCCTE, obtendo um valor de 0,52. O valor de g100% obtido atravs da seguinte frmula:

g100% = gv Fo = 0,78 0,52 = 0,41 < 0,56

J.26

Sempre que um vidro colocado face, isto , alinhado pelo face exterior da parede qual o valor a considerar para o produto de Fo.Ff?

Nos casos em que o vidro est alinhado pela face exterior da parede, no existe sombreamento no mesmo provocado pelo contorno do vo, pelo que o sombreamento deste no deve ser considerado, assim Fo.Ff deve tomar o valor de 1.

1,25

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RCCTEJ.27 Como calcular a fraco envidraada (Fg) de um vo envidraado?

Caso 1: O projectista conhece as dimenses da caixilharia. O projectista dever fazer a relao entre a rea envidraada e a rea total do vo envidraado tal como o exemplo que se apresenta de seguida.rea envidraada (vidro) rea total do vo envidraado

Fg =

Fg =

0.85 1.10 2 = 0.78 1.20 2

Caso 2: O projectista no conhece as dimenses da caixilharia. Neste caso deve-se recorrer aos valores tpicos da fraco envidraada para os diferentes tipos de caixilharia definidos no Quadro IV.5 do Anexo IV do DL 80/2006.

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RCCTEJ.28 Como deve ser considerado o tijolo de vidro em termos de clculo?

O tijolo de vidro deve ser considerado como vo envidraado. Normalmente nestes casos no existem proteces, pelo que, dever ser considerado um tipo de tijolo que respeite os factores solares mximos admissveis. Estes valores podem ser encontrados em forma de tabelas em catlogos tcnicos.

J.29

No clculo do factor de sombreamento por elementos verticais (Ff) como se diferencia se a obstruo est direita ou esquerda do envidraado?

Para estes casos, o projectista deve considerar que est colocado no lado interior da fraco em anlise conforme mostra a figura seguinte.

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RCCTEK - Ventilao

K.1

Quais os elementos construtivos que, para efeitos do RCCTE, afectam a taxa de ventilao natural de um edifcio?

Os elementos construtivos relevantes para o clculo dos valores convencionais rph de edifcios com sistemas de ventilao natural so: vos envidraados, em particular a permeabilidade ao ar das respectivas caixilharias; A existncia de caixas de estores quando montadas no interior das paredes; vedaes nas portas de patamar ou exteriores; dispositivos de admisso de ar (grelhas auto-regulveis ou no) na envolvente exterior, normalmente inseridas na caixilharia. Estes elementos podem afectar o grau de estanquidade da envolvente e, consequentemente, a taxa de renovao de ar do espao. Na prtica, e para estimar a taxa de renovao horria de ar de um edifcio ou fraco autnoma, o RCCTE apresenta uma tabela de valores nominais