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7/22/2019 Anlise Econmica e Financeira como Instrumento de Apoio ao Processo Decisrio
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Aos meus pais, minha filha e meus irmos,
Pelo incentivo e dedicao,
Com todo o amor.
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IV
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeo ao Professor Dr. Anbal Azevedo Fonseca que me
concedeu a honra de ser meu orientador. Agradeo sua disponibilidade, dedicao e
todo o acompanhamento dispensado na orientao tcnica e cientfica deste trabalho.
Agradeo aos meus pais, especialmente minha me, pelo amor, apoio moral e
emocional e a todos os meus irmos pela ajuda concedida, incentivo e encorajamento
para vencer os obstculos em torno de nosso crescimento pessoal e profissional.
Torno pblico o meu agradecimento Associao Z Spencerpelo apoio, sem o qual
no seria possvel realizar a minha formao e consequentemente o presente trabalho.
Um agradecimento especial TRANSCOR-SV, S.A., em especial pessoa do seu
Presidente do Conselho Administrativo, Eng. Lus Gonzaga e pessoa do seu Director
Financeiro, Dr. Manuel Monteiro, pela total disponibilidade em ceder os documentos
necessrios e demais informaes pertinentes para a realizao do Estudo de Caso.
Meu sincero agradecimento aos meus colegas de curso, companheiros e amigos que, de
uma forma ou de outra, colaboraram comigo na realizao deste trabalho.
Uma palavra da apreo aos Professores/Coordenadores do 9 semestre e a todos os
Professores que ministraram o Curso de Contabilidade e Administrao contribuindo,
assim, para o enriquecimento dos meus conhecimentos.
Gostaria, tambm, de deixar meu apreo e agradecimento pela simpatia, apoio e
disponibilidade dos funcionrios do ISCEE (Instituto Superior de Cincias Econmicas
e Empresariais), ao longo desses anos e ao longo da realizao do presente trabalho.
No seria justo encerrar esta nota sem uma palavra de muito apreo e agradecimento a
empresa Carvalhoconta, Lda., em particular pessoa do seu Gerente, pela oportunidadede estgio e a todos os seus funcionrios, pelas valiosas sugestes nas questes ligadas
elaborao das Demonstraes Financeiras.
Agradeo a todos os que, directa ou indirectamente, colaboraram para a finalizao
deste estudo auxiliando com sugestes e conhecimentos tcnico-cientficos.
Um agradecimento antecipado a todos os que queiram fazer crticas e sugestes, aps a
leitura deste trabalho.
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V
RESUMO ANALTICO
O foco central deste relatrio consiste em mostrar a total importncia da Anlise
Econmica e Financeira como instrumento de apoio ao processo decisrio. No contexto
actual onde a concorrncia cada vez mais forte e a busca pela competitividade uma
necessidade constante, as empresas necessitam de informaes precisas e oportunas
para apoiar o processo decisrio. A escassez de recursos financeiros e o elevado custo,
aliado com a falta de planeamento e controle, tm contribudo para que muitas empresas
encerrem suas actividades. A tomada de boas decises torna-se, ento, um factor crucial
para assegurar a sobrevivncia, crescimento e permanncia da empresa no mercado.
Neste sentido, buscamos trazer para todos os interessados alguns conceitos e tcnicas
fundamentaisde anlise e medio da performance econmica e financeira das empresas
que ser igualmente til, quer a nvel acadmica, como tambm a nvel profissional.
Procuramos evidenciar a importncia de se conhecer os indicadores que podem ser
vistos como alertas de possveis falncias de empresas e com base nisso, tomar decises
que determinam que estratgias utilizar para enfrentar a concorrncia.
A finalizar este relatrio procedemos a uma pesquisa Estudo de Caso que engloba uma
anlise econmica e financeira, baseada na anlise das Demonstraes Financeiras edemais informaes complementares da TRANSCOR-SV, S.A. Foram explorados
alguns conceitos relacionados com o tema, mostrando de forma simples e objectiva a
situao de como a empresa vem actuando no mercado. Constmos algumas
deficincias, pois, foram verificados alguns pontos fracos. Diante dos problemas,
sugerimos formas de mudanas e de viabilidade dos mesmos. Esperamos, ento, que
este relatrio contribua para a empresa analisar melhor a forma de administrar a parte
econmica e financeira e demais sectores.
Palavras-chave: Empresa, Demonstraes Financeiras, Anlise Econmica e Financeira.
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VI
ABSTRAT
The central focus of this report consists of showing to total importance of the Analysis
Economic and Financial as support instrument to the ruling process. In the contextactual where the competition is more and more strong and the search for the
competitiveness is a constant need, the companies need necessary and opportune
information to support the ruling process. The shortage of financial resources and the
high cost, ally with theplanninglack and control, they have been contributing so that a
lot of companies contain their activities. The socket of good decisions becomes, then, a
crucial factor to assure the survival, growth and permanence of the company in the
market.
In this sense, we looked for to bring for all the interested parties, some concepts and
fundamental techniques of analysis and measurement of the performance economic and
financial of the companies, which will be equally useful, he/she wants to academic level, as
well as at professional level. We tried to evidence, the importance of knowing the
indicators that you/they can be seen as alerts of possible bankruptcies of companies and
with base in that, to make decisions that determine which strategies to use to face the
competition.
To conclude this report we proceeded to a research Study of Case that includes an
analysis economic and financial, based on the analysis of the Financial Demonstrations
and other complementary information of TRANSCOR-S.V., S.A. Some concepts
related with the theme were explored, showing the situation of simple form and
objective of as the company is actingin the market. It was verified some deficiencies,
because, some weak points were verified. Before the problems, we suggested forms of
changes and of viability of the same ones.We waited, then, which this report contributesto company to analyze the form better of administering the part economic and financial
and other sectors.
Word-key: Company, Financial Demonstrations, Analysis Economic and Financial.
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VII
LISTA DE ABREVIATURAS / SMBOLOS
Pg.
AEActivo Econmico............................................................................................... 29
BFBalano Funcional........................................................................................... 39, 40
DFCDemonstrao dos Fluxos de Caixa...................................................................35
DF'sDemonstraes Financeiras........................................................33,35,36,37,38,39
DRFDemonstrao de Resultados Funcional............................................................44
EVAEconomic Value Added.....................................................................................29
FMFundo de Maneio.......................................................................................40, 41, 43
NFMNecessidades de Fundo de Maneio.........................................................41, 42, 43
NRFNormas do Relato Financeiro..............................................................................36
PCGA'sPrincpios Contabilsticos Geralmente Aceites.......................................33, 36
ROIReturn On Investment.........................................................................................29
SNCRF- Sistema de Normalizao Contabilstica e de Relato Financeiro...........36
TLTesouraria Lquida ..........................................................................................42, 43
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VIII
LISTA DE TABELAS / FIGURAS
Tabelas
Tabela 1- Exemplos de principais fluxos reais..............................................................15
Tabela 2- Exemplos de principais fluxos financeiros ou monetrios...........................15
Tabela 3- Regra do Equilbrio Financeiro Mnimo.......................................................27
Tabela 4- Demonstraes Financeiras e conceitos fundamentais................................32
Tabela 5- O Balano Funcional....................................................................................39
Figuras
Figura 1Fases da Anlise Econmica e Financeira...................................................21
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IX
NDICEAGRADECIMENTOS ................................................................................................... IV
RESUMO ANALTICO ................................................................................................... V
ABSTRAT ...................................................................................................................... VI
LISTA DE ABREVIATURAS / SMBOLOS .............................................................. VIILISTA DE TABELAS / FIGURAS ............................................................................. VIII
1. INTRODUO ................................................................................................... 11
1.1. Apresentao do tema .......................................................................................... 11
1.2. Justificao da escolha ..................................................................................... 11
1.3. Objectivos do estudo ........................................................................................ 11
1.4. Metodologia ..................................................................................................... 12
1.5. Plano de Desenvolvimento .............................................................................. 12
2. ENQUADRAMENTO TERICO ...................................................................... 13
2.1. Conceito e Funes Clssicas de Empresa ...................................................... 13
2.2. Ciclos de Actividade da Empresa .................................................................... 14
2.3. Principais Decises Empresariais .................................................................... 16
3. A FUNO FINANCEIRA ................................................................................ 17
3.1. Conceito de Funo Financeira ........................................................................ 173.2. Objectivos e Limites da Funo Financeira ..................................................... 18
3.3. Funo Financeira, Gesto Financeira e Anlise Financeira ........................... 19
3.4. A Estrutura Organizacional e a Funo Financeira ......................................... 20
4. ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA ...................................................... 21
4.1. A Anlise Econmica e Financeira como Instrumento de Gesto ................... 22
4.1.1. pticas de Abordagem da Anlise: Principais utentes ............................. 23
4.2. Anlise Financeira ........................................................................................... 24
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X
4.2.1. O ciclo Financeiro da Empresa ................................................................. 25
4.2.2. Estrutura Financeira da Empresa .............................................................. 26
4.2.3. A Anlise Financeira e a Criao de Valor para o Accionista ................. 28
4.3. Anlise Econmica .......................................................................................... 29
4.3.1. Elementos de Suporte a anlise econmicaIndicadores Econmicos .. 30
4.3.2. Anlise Esttica e Anlise Dinmica no Estudo da Rendibilidade .......... 30
4.3.3. Rendibilidade e Risco ............................................................................... 30
5. ELEMENTOS DE BASE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA ........ 32
5.1. Elementos de carcter contabilsticos .............................................................. 32
5.1.1. As Demonstraes Financeiras (DF's) ...................................................... 33
5.1.2. Preparao das Peas Contabilsticas para Anlise .................................. 36
5.2. Elementos de carcter extra contabilsticos ..................................................... 38
6. MTODOS E TCNICAS DE ANLISE ......................................................... 39
6.1. O Balano Funcional (BF) ............................................................................... 39
6.1.1. O Fundo de Maneio (FM) ......................................................................... 40
6.1.2. Necessidades de Fundo de Maneio (NFM) .............................................. 41
6.1.3. A Tesouraria Lquida (TL) ....................................................................... 42
6.2. A Demonstrao de Resultados Funcional (DRF) ........................................... 44
6.3. Mtodo dos Indicadores e dos Rcios .............................................................. 44
6.3.1. Vantagens e Limitaes dos Rcios ......................................................... 44
6.3.2. Classificaes dos Rcios ......................................................................... 45
7. ESTUDO DE CASO: EMPRESA TRANSCOR-SV, S.A. ................................. 46
7.1. Apresentao e Caracterizao da Empresa .................................................... 46
7.2. Anlise Econmica e Financeira da TRANSCOR-SV, S.A. ........................... 46
7.2.1. Anlise dos Rcios e Indicadores ............................................................. 51
7.2.2. Concluses, Recomendaes e Propostas de melhoria ............................ 55
CONCLUSO ................................................................................................................ 57
CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................... 58
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... LIX
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1. INTRODUO
1.1. Apresentao do temaO presente trabalho procura evidenciar a importncia da anlise econmica e financeira
como instrumento de apoio ao processo decisrio nas empresas.
Com a crescente globalizao dos negcios e com o aumento da competitividade e
racionalidade econmica, h cada vez maior presso, no sentido de dar respostas aos
desafios que as empresas enfrentam e vencer a concorrncia. A informao financeira
constitui, ento, um suporte para que se possa analisar a situao da empresa e tomar
boas decises. A incessante busca por essa informao tem aumentado a
responsabilidade da empresa perante os diversos utentes, da, a necessidade de mtodos
eficientes e seguros para analisar a sua performance econmica e financeira.
1.2. Justificao da escolhaA motivao para a escolha deste tema justifica-se pelo interesse acadmico, desejo e
necessidade de aprofundar os meus conhecimentos nesta rea e, sobretudo, por ser um
tema de grande relevncia e utilidade prtica. Assim, no se pretende esgotar o tema,mas sim, torn-la perceptvel aos interessados em ampliar seus conhecimentos tericos e
prticos na temtica da anlise econmica e financeira das empresas.
1.3. Objectivos do estudoPretende-se ao longo desta pesquisa:
Evidenciar a importncia de se conhecer a situao financeira de uma empresaou sua capacidade de dispor de meios financeiros necessrios s suas
necessidades operacionais e cumprir com as suas obrigaes perante terceiros;
Analisar a importncia de se conhecer o grau de eficincia e eficcia de umaempresa, em termos de rendibilidade e produtividade e sua capacidade de gerar
lucros necessrios para remunerar os capitais postos sua disposio;
Proceder ao estudo de uma empresa, do ponto de vista econmico e financeiro,para se concluir acerca da sua situao econmica e financeira actual e, assim,
apontar vectores para a resoluo de eventuais problemas apresentados;
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Pretendemos, ainda, fornecer uma base tcnica a todos que, directa ouindirectamente, esto ligados funo financeira da empresa.
1.4. MetodologiaA metodologia deste trabalho est baseada na pesquisa bibliogrfica, baseada na anlise
da literatura j publicada em forma de livros e informaes disponibilizadas na Internet.
Obteno de ideias e sugestes junto de pessoas com conhecimentos na rea, com o
objectivo de esclarecer alguns conceitos. Tendo em conta o objectivo primordial deste
trabalho, escolhemos como principal metodologia a Pesquisa Estudo de caso. Deve-se
ressaltar que, tantos os mtodos qualitativos, como os mtodos quantitativos utilizados
em pesquisas cientficas, alm de terem vantagens, tm suas limitaes. Ao utilizar o
Estudo de Caso em pesquisas h uma delimitao do universo em estudo, dificultando
as generalizaes dos resultados obtidos. Apesar destas limitaes, optamos por esta
metodologia, precisamente por ser um mtodo que d nfase e exige uma anlise
profunda uma determinada situao. Esta metodologia, sem dvida, a melhor a ser
utilizada com vista ao alcance dos nossos objectivos.
1.5.Plano de DesenvolvimentoO presente trabalho est estruturado em sete captulos, correspondendo o primeiro a
introduo. O segundo captulo dedicado ao enquadramento terico. O terceiro
captulo tem como objectivo o estudo da funo financeira, apresentando alguns
conceitos fundamentais no mbito da anlise financeira. O quarto captulo identifica os
principais conceitos relacionados com a anlise econmica e financeira, no deixando
de focar sua importncia como instrumento de gesto. O quinto captulo consiste,
fundamentalmente, na apresentao dos principais elementos de base anlise
econmica e financeira. No sexto captulo abordamos os mtodos e tcnicas de anlise.
Finalmente, no stimo captulo, procedemos ao estudo da situao econmica e
financeira da TRANSCOR SV- S.A.
Aps abordar estes captulos, apresentmos as concluses resultantes desta pesquisa e
algumas consideraes finais.
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2. ENQUADRAMENTO TERICO
2.1.Conceito e Funes Clssicas de EmpresaExistem mltiplas formas de definir empresa.
Segundo Pierre Lauzel (apud MENEZES, 1995, p. 15), A empresa um agrupamento
humano hierarquizado, que mobiliza meios humanos, materiais e financeiros para
extrair, transformar, transportar e distribuir produtos ou prestar servios e que em
resultado de objectivos claramente definidos por uma direco, (), faz interferir nos
diversos escales hierrquicos as motivaes do lucro e da utilidade social.
De uma forma resumida, Empresa pode ser definida como uma organizao autnoma,estruturada e organizada que mantm uma constante e dinmica interaco com o meio
envolvente. Seu objectivo combinar, de forma eficiente e eficaz, factores de produo,
como recursos financeiros, materiais e humanos, sob o controlo de um ou mais
indivduos, com vista a produo de bens ou prestao de servios que vo de encontro
s necessidades das comunidades onde se encontra inserida e dos que nela participam.
Numa empresa, podemos encontrar as seguintes funes clssicas:
Funo Administrativa - Engloba todos os servios que, embora no estandodirectamente relacionados com as diversas funes, contribuem para a
consecuo dos objectivos particulares e da empresa como um todo.
Funo Produo - Rene tarefas relacionadas directamente com a produo,nomeadamente o controlo a nvel qualitativo e quantitativo da produo.
Funo Comercial responsvel pelos estudos de mercado, para melhoradaptar as caractersticas do produto em si com as caractersticas potenciais do
consumidor. Orienta a produo de modo a evitar excessos ou rupturas destock.
Funo Aprovisionamento Abarca as funes relacionadas com a gestomaterial, econmica e administrativa dos produtos. responsvel para assegurar
aos diversos sectores da empresa, o fluxo de materiais ou servios necessrios,
em devido tempo, ao mnimo custo e nas qualidades e quantidades requeridas.
Funo Pessoal responsvel pelas tarefas relacionadas com a gesto dosrecursos humanos, como recrutamento, formao de pessoal, proporcionar
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prmios de produtividade, sempre tendo em vista, o melhor aproveitamento da
energia humana.
Funo Financeir a -Determina a forma, mais racional possvel, de obteno eaplicao dos meios financeiros necessrios actividade da empresa. Preocupa-
se com o equilbrio financeiro, evitando dependncia perante terceiros e,
portanto, perda de autonomia da empresa.
2.2.Ciclos de Actividade da Empresa
O ciclo de actividade um dos conceitos bsicos para efeitos de anlise financeira. As
actividades da empresa referem ao processo de produo e troca com outros agenteseconmicos. Estas actividades, reais ou financeiras, se subdividem em trs pticas:
1- ptica financeiraque se relaciona com as despesas e receitas, que so direitos e
obrigaes de carcter financeiro, inseridas na ptica financeira da empresa e
evidenciadas no Balanoe na Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos.2- ptica de tesourariaou de caixa, diz respeito aos fluxos de entrada e sada de
meios monetrios. Relaciona-se com os recebimentos e pagamentos, conceitos baseados
na ptica monetria da empresa e que esto evidenciados na demonstrao dos fluxosmonetrios, vulgarmente conhecida por demonstrao dos fluxos de caixa.
3- ptica econmica ou produtiva que se relaciona com a transformao e
incorporao dos recursos no processo produtivo originando durante o exerccio
econmico, gastos e rendimentos que esto ligados ptica econmica da empresa. So
evidenciados na demonstrao de resultados por natureza e na demonstrao de
resultados por funes.
No decurso da sua actividade, uma empresa mantm e estabelece relaes com diversosagentes econmicos recebendo ou cedendo prestaes. Desta constante interaco,
origina fluxos de entrada de bens e servios dos fornecedores e fluxos de sada de bens e
servios para os clientes. Estes fluxos, reais ou financeiros, vo assegurar as operaes
entre a empresa e seus agentes econmicos.
Os Fluxos Reais relacionam-se com os bens e servios. So tambm designados por
fluxos econmicos de entrada ou sada de meios monetrios, decorrentes das actividades
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do ciclo de explorao, investimentos ou desinvestimentos em activos reais. Os fluxos
reais subdividem-se, por um lado, em fluxos econmicos de explorao, que abrangem
as aquisies de recursos e vendas de bens ou servios, e por outro, em fluxos
econmicos autnomos, relacionado com operaes de investimentos e
desinvestimentos.
Tabela 1
Exemplos de pri ncipais fl uxos reais
Prestaes Recebidas
EMPRESA
Prestaes Cedidas
Matrias-primas Produtos acabados
Equipamentos Prestao para a prpria empresa
Servios especializados MercadoriasTrabalho/ Mo-de-obra Servios especializados
Os Fluxos Financeirosse referem quantidade de moeda, ou entrada e sada de meios
financeiros que devida pelas transaces efectuadas. Subdivide-se em duas categorias:
Por um lado, em Fluxos financeiros induzidos por fluxos reais, se forem contrapartida
dos fluxos reais e, por outro, em fluxos financeiros autnomos, que se referem aos
fluxos que no se originaram dos fluxos reais, mas sim de fluxos resultantes de outrasoperaes, como aumento de capitas, reembolso de emprstimos, ou concesso de
emprstimos. Dependendo do nmero de agentes que intervm no processo, os fluxos
induzidos podem ser directos (venda de um activo fsico) ou indirectos (transformao
de um activo fsico em activo financeiro, para depois vender esse activo). E por sua vez,
os fluxos directos podem ser imediatos ou diferidos.
Tabela 2Exemplos de principais fl uxos financeir os ou monetrios
Contraprestaes Cedidas
EMPRESA
Contraprestaes Recebidas
Reembolso de emprstimos
obtidos
Reembolso de emprstimos
concedidosEmprstimos concedidos Emprstimos obtidos
Pagamento de bens servios
e trabalho
Preos dos bens e servios
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O conjunto destes fluxos financeiros origina o Ciclo Financeiroque, dependendo da sua
durao e natureza, pode ser de investimento, de explorao ou das operaes
financeiras. Este assunto ser abordado mais adiante, no captulo 4.
2.3.Principais Decises EmpresariaisDecidir significa optar, escolher ou seleccionar de entre vrias alternativas, aquela que
parea mais adequada. As decises exigem um processo e so tomadas em resposta a
problemas, alguma necessidade ou simplesmente para alcanar um objectivo. As
condies de certeza, incerteza e o risco associado so factores que, no estando sob o
controlo do tomador de deciso, influenciam as decises. No dia-a-dia das empresas, oGestor/Administrador necessita de tomar decises empresariais distintas e diferentes,
que tm de ser coerentes com os recursos disponveis, condicionalismos internos e
externos e objectivos da empresa. Devem ser tomadas de forma organizada e
equilibrada, no sentido de garantir um bom funcionamento da globalidade da empresa.
O processo decisrio pode ser dividido em trs categorias, a saber:
Decises Estratgicas Dizem respeito s decises tomadas, tendo em conta aempresa e o seu meio envolvente. Determinam as metas e objectivos
relacionados com estratgias a adoptar, no sentido de desenvolver e explorar a
posio actual no mercado.
Decises Administrativas So decises relacionados com a estruturao,aquisio e desenvolvimento de recursos disponveis, de modo a criar
possibilidades de realizar as opes estratgicas e ter melhores resultados
possveis de desempenho.
Decises Operacionais So decises relacionadas com a concretizao dosplanos definidos nas decises administrativas, de forma a maximizar a eficincia
e rentabilidade dos processos de transformao dos recursos. Exigem mais
ateno por parte dos rgos de deciso.
Estes trs tipos de deciso, apesar de distintos, so interdependentes e complementares e
so tomadas num ambiente de recursos limitados o que obriga, necessariamente,
escolha entre alternativas, todas elas, com um custo de oportunidade associado.
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3. A FUNO FINANCEIRA
Inicialmente, a funo financeira preocupava-se com tarefas que se resumiam a
operaes relacionadas com recebimentos e pagamentos resultantes das outras
actividades da empresa. Portanto, a funo financeira se limitava s questes ligadas
tesouraria da empresa, ou seja, s decises meramente operacionais.
Posteriormente, com a teoria tradicional, a funo financeira passou a ter um papel mais
activo dentro da empresa, preocupando-se, fundamentalmente, com a obteno dos
meios financeiros necessrios ao funcionamento e desenvolvimento da empresa. Nesta
fase, a funo financeira dava uma ateno especial s decises de financiamento,
aprimorando aspectos como custos de financiamento e sua aplicao, com vista a terequilbrio financeiro e rendibilidade.
Na gesto financeira moderna, esta funo participa nas decises de investimentos, na
anlise e controlo da rendibilidade das aplicaes, dando ateno especial tanto a gesto
financeira corrente como a gesto estratgica.
A vertente financeira est subjacente actividade empresarial de qualquer empresa e
preocupa-se em analisar, de forma mais profunda possvel, os aspectos relacionados
com a gesto da tesouraria, anlise e controlo da rendibilidade, politica de distribuiode resultados, polticas de investimentos, entre outros.
3.1.Conceito de Funo Financeira
Visto que qualquer deciso tomada ou aco realizada dentro de uma empresa tem
implicaes directas ou indirectas a nvel financeiro, h necessidade de uma funo que
vai determinar quais as melhores decises tomar com vista ao alcance dos objectivospr definidos. A funo financeira , ento, responsvel pela preparao, execuo,
avaliao e controlo das decises financeiras da empresa. Procura analisar e interpretar
a situao da empresa e decidir como aplicar os fundos que tem a sua disposio.
Com o aumento da competitividade e escassez dos recursos financeiros, em
consequncia da dinamizao da actividade econmica, as empresas necessitam fazer
uma gesto cada vez mais eficaz de todas as questes de natureza financeira. Assim, a
funo financeira pode ser considerada uma das funes bsicas de uma empresa ou
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qualquer organizao, a ser desenvolvida pelo gestor financeiro. Tem um papel
primordial, na medida em que ajuda o gestor a gerir, da melhor forma, os recursos que
so escassos, ao mesmo tempo que determina possveis necessidades de investimentos.
responsvel pela gesto da tesouraria, anlise econmica e financeira, elaborao de
programas e oramentos e do plano financeiro, de moda geral.
3.2. Objectivos e Limites da Funo FinanceiraSegundo a Teoria Tradicional (teoria clssica), o objectivo principal da empresa a
maximizao do lucro. Essa teoria foi sujeita a crticas, porque se tratava de uma
perspectiva restrita e no levava em conta a incerteza e o risco. O lucro uma medidasubjectiva do valor da empresa e depende de regras e princpios contabilsticos
adoptados no reconhecimento das classes das demonstraes financeiras. O objectivo
principal passou, ento, a ser a maximizao da riqueza dos accionistas. Da, surge o
conceito de Cash flow, uma medida objectiva de anlise do processo de criao de
valor da empresa que atende o valor do dinheiro no tempo e leva em conta o risco.
Seguidamente, o princpio de maximizao do valor da empresa passa a ser o objectivo
principal. Mas, dada a falta de compatibilizao dos interesses dos vrios utentes,
definiu-se a cr iao de valor para o accionista, como objectivo principal da funo
financeira.
A funo financeira avalia e controla as decises de investimento, tendo em conta a
rendibilidade esperada e o risco econmico e financeiro. Preocupa-se com a obteno e
aplicao dos recursos financeiros de forma mais vantajosa sendo, ao mesmo tempo,
responsvel pela elaborao de oramentos financeiros e oramentos de tesouraria
visando prever eventuais excedentes ou necessidades de tesouraria.
Outro objectivo da funo financeira eliminar ou reduzir o risco financeiro atravs de
instrumentos de cobertura de riscos os activos financeiros derivados incluindo
opes, futuros, contratoforward, swaps, entre outros. Alm de reduzir o risco, podero
ser utilizados na tomada de decises especulativas, para modificar a natureza de uma
dvida ou de um investimento ou para reflectir acerca da futura direco do mercado.
Apesar de integrar um vasto nmero de tarefas, a funo f inanceir a tem l imi taes, e
essas devem ser levadas em conta, principalmente quando se pretende visualizar a
empresa numa perspectiva financeira.
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Como referido anteriormente, a empresa uma unidade econmica autnoma que
mantm um contacto dinmico com a envolvente. Logo, a natureza dos seus problemas
no se resume s a aspectos de natureza exclusivamente financeira. Esto subjacentes as
estratgias que criam valor atravs da explorao de vantagens competitivas. Essa
criao de valor vai depender no s da situao financeira mas, sobretudo, da sua
capacidade de transformar as vantagens competitivas em fluxos de caixa futuros.
Reconhece-se ento que, apesar do equilbrio financeiro ser um factor indispensvel,
no suficiente para a sobrevivncia e crescimento de uma empresa. Deve-se,
efectivamente, ter em conta outros aspectos que no estando sobre o controlo da
empresa, podem condicionar a criao de valor para o accionista /scio.
3.3. Funo Financeira, Gesto Financeira e Anlise FinanceiraComo referido anteriormente, a F uno F inanceiraabarca todas as tarefas ligadas a
obteno, utilizao e controlo dos recursos financeiros, mais especificamente, estudos
e actuaes relacionados com a determinao das necessidades de recursos financeiros.
Controla as aplicaes dos fundos recebidos e a rentabilidade dos investimentos.
Gerir significa actuar, decidir e optar. AGesto F inanceira
est em constante evoluo,
e seu domnio tem sido ajustado e modificado, permanentemente ao longo dos anos. A
Gesto Financeira visa gerir as tarefas que fazem parte da funo financeira. Inclui
tarefas como, a previso dos acontecimentos, tomada de decises que resultam em actos
executivos posteriores, organizao e coordenao dos recursos materiais e humanos e
controlo e verificao do cumprimento das tarefas pr fixadas. Seu objectivo
minimizar os custos financeiros assegurando a liquidez no curto prazo, tendo em
considerao os objectivos e estratgias da empresa. A gesto financeira actua no
sentido de definir a estrutura mais adequada empresa assegurando-lhe o mximo de
rendibilidade, mantendo e promovendo o reforo dos seus activos.
Cabe, ento, Anlise F inanceirarecolher e analisar informaes de forma a obter um
julgamento seguro sobre a situao financeira da empresa, detectando eventuais
tendncias futuras e, assim, propr medidas a adoptar. Por conseguinte, a anlise visa
determinar em que medida so conseguidos os objectivos gerais e particulares que
correspondem ao conjunto das tarefas integrantes da funo financeira. Quando feita
internamente, vista numa perspectiva previsional e voltada para o controlo de gesto.
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3.4.A Estrutura Organizacional e a Funo Financeira
Para alcanar os objectivos previamente fixados em qualquer empresa ou organizao,
preciso ter os recursos necessrios e aplic-los de forma mais eficiente e racional
possvel. Esta condio indispensvel, mas no suficiente para o sucesso.
Com o desenvolvimento da actividade econmica, parece difcil, se no impossvel,
uma empresa atingir seus objectivos com sucesso se no for bem estruturada, possuindo
uma direco e uma organizao.
Deve, ento, possuir uma estrutura organizacional que depende da sua dimenso e
natureza1e que visa contribuir para a obteno de maior eficincia e eficcia no alcance
dos objectivos, no uso dos recursos disponveis e no apoio ao processo de tomada dedecises.
A funo financeira um dos elementos integrantes desta estrutura. Sua importncia e
extenso dependem, em grande parte, da dimenso da empresa. Se tratar de uma
pequena empresa, a funo financeira realizada pelo departamento de contabilidade.
Mas, a medida que a empresa vai atingindo uma certa dimenso, os problemas
financeiros vo-se tornando mais complexos, tornando-se necessrio criar uma unidade
organizacional autnoma que, alm de favorecer a comunicao com as restantesfunes, vai ajudar a empresa na tomada de decises.
No entanto, se os problemas da empresa so sempre financeiros, a gesto financeira vai
coincidir com a gesto empresarial, no tendo, deste modo, autonomia prpria.
Dependendo da dimenso da empresa, assim ser a necessidade de um departamento
que se ocupa com problemas especficos financeiros, como inventariao de recursos,
necessidades de financiamentos, ver qual a melhor forma de obter financiamento e
controlar as aplicaes, etc. Estes problemas devem ser estudados por centros dedeciso especializados nestas matrias e, portanto, inerentes a funo financeira.
1 Estrutura Organizacional refere-se ao modo como as actividades de uma empresa esto organizadas,
divididas e controladas.
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4. ANLISE ECONMICA E FINANCEIRAIndependentemente da dimenso e natureza da actividade de uma empresa deve-se
conhecer, de forma exacta, a sua situao econmica e financeira permitindo, assim, aresoluo de problemas de gesto. Esta anlise feita com base num conjunto alargado
de metodologias, instrumentos ou tcnicas que se baseiam fundamentalmente na anlise
do Balano, da Demonstrao de Resultados e mais recentemente da Demonstrao dos
Fluxos de Caixa. Seu objectivo avaliar e interpretar a situao da empresa atravs do
estudo da rendibilidade, produtividade, crescimento e desenvolvimento, liquidez e
solvabilidade. A situao econmica e financeira vai reflectir a estratgia que foi
seguida pela empresa e sua vantagem competitiva, preocupando-se, fundamentalmente,
em responder a duas questes:
Em que medida uma empresa dispe de recursos financeiros adequados as suasnecessidades operacionais, ou tem possibilidade de vir a dispr destes recursos,
de forma a assegurar a consecuo dos seus objectivos e garantir sua
independncia perante terceiros?
Qual a capacidade que a empresa dispe de gerar rendimentos, dando assimsatisfao a todos os que dela participam e assegurando permanncia e
expanso da sua actividade?
A primeira questo se refere ao estudo da situao financeira, mais precisamente
anlise dos conceitos relacionados com o endividamento, ciclo de explorao, equilbrio
financeiro, em geral, e liquidez e solvabilidade, em particular. A segunda questo
pretende analisar a empresa do ponto de vista econmico, analisando o grau de
eficincia, em termos de rendibilidade, (lucro), e produtividade, (valor acrescentado).
De forma simples e esquemtica, a anlise econmica e financeira das empresas
consiste nas seguintes fases:
F igura 1Fases da Anlise Econmica e F inanceira
Na primeira fase, recolhe as informaes necessrias anlise. Estas informaes so
encontradas, basicamente, nas demonstraes financeiras e em documentos
complementares. Na fase da preparao, verifica-se a veracidade dos valores
apresentados nos principais mapas contabilsticos e faz-se a arrumao das peas
Colectar Preparar Analisar Concluir
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contabilsticas. Prossegue-se, seguidamente, com a anlise que nada mais , do que a
interpretao dos dados obtidos nas outras fases. feita com base num conjunto
alargado de metodologias e instrumentos, entre os quais a anlise dos mapas
financeiros, clculo e anlise dos indicadores julgados pertinentes. Feita a anlise,
indicamos as concluses, eventuais medidas correctivas e as devidas recomendaes.
4.1. A Anlise Econmica e Financeira como Instrumento de Gesto
A anlise econmica e financeira consiste numa metodologia, ou conjunto de tcnicas e
processos previamente determinados que apoiam o gestor no momento de definio de
polticas, aces e metas que compem o planeamento estratgico da organizao.De salientar que, com a globalizao dos negcios, novos desafios se colocam nvel da
gesto. Assim, a empresa dever dispr de um bom sistema de informao e, sobretudo,
um sistema eficaz de controlo de gesto, auxiliando o gestor na implementao de
estratgias. A sobrevivncia de qualquer organizao, muito depender da forma como
d respostas aos desafios do ambiente externo, caracterizado pela incerteza, risco e
grande turbulncia, mas tambm, por oportunidades favorveis que devem ser
aproveitadas ao mximo.Com o desenvolvimento da tecnologia, a anlise financeira tornou-se um processo mais
dinmico pois, alm do factor financeiro, leva-se em considerao a estratgia
empresarial, englobando as decises de investimento e financiamento da organizao.
Esta viso dinmica vai procurar interagir necessidade da remunerao dos
accionistas, o interesse dos funcionrios pela organizao e consequentemente o bom
ambiente de trabalho, a responsabilidade com os objectivos e polticas do pas entre
outros factores que conduziro ao aumento da quota de mercado, expanso edesenvolvimento da empresa. Para atingir estes objectivos elencados anteriormente, as
organizaes devem ter muito claro, em seus planos estratgicos, as polticas de
investimento e financiamentos que vo proporcionar condies financeiras favorveis s
suas actividades.
A anlise econmica e financeira um importante instrumento de gesto e de apoio
tomada de decises que, basicamente, auxilia o gestor na minimizao das incertezas,
ajudando-o a determinar que caminhos seguir, ou que linhas de aco desencadear.
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Atravs desta anlise, conhecemos a competitividade da empresa, sua atractividade e
posio concorrencial, podemos identificar os riscos do negcio, as vantagens
competitivas e, sobretudo, determinar at que ponto a empresa cria ou no, valor para os
accionistas, numa perspectiva histrica e previsional, explicando razes que estiveram
por detrs de cada situao. Esta anlise, de certa forma, contribui para fazer uma
apreciao crtica da situao da empresa, que servir de base formulao de
estratgias futuras. Da, a sua importncia como instrumento de gesto.
4.1.1. pticas de Abordagem da Anlise: Principais utentes
Segundo Antnio Borges e Azevedo Rodrigues, (Livro, Contabilidade e Finanas para aGesto, 2002, pg.13), (...) a informao constitui um activo intangvelconducente
criao de conhecimento, factor cada vez mais determinante no desenvolvimento e
sucesso das empresas. A contabilidade, como sistema de informao, deve
proporcionar informaes em tempo oportuno e que sejam relevantes, fiveis, teis e
objectivas tomada de decises. Dependendo dos objectivos e da perspectiva em que se
encontra o analista, assim ser a intensidade com que se deve estudar os conceitos de
Liquidez, Solvabilidade, Rendibilidade e Produtividade. A anlise interessa a um vastouniverso de utentes, embora com interesses e intensidades diferentes.
Apresentaremos de seguida, e de forma resumida, alguns destes utentes e suas
respectivas necessidades da informao:
Os Gestoresda empresaprecisam da informao para conhecer, o mais profundamente
possvel, a situao financeira actual da empresa, entre outras informaes
complementares. Estas informaes vo ajud-los a fazer previses futuras e adoptar
medidas correctivas, promovendo a estabilidade e o crescimento da empresa.Os Clientes, sobretudo aqueles que tm grande dependncia dos produtos da empresa,
necessitam conhecer a situao do equilbrio financeiro, para analisar se a empresa tem
condies de continuidade.
Os fornecedores e outros credores, querem conhecer, acima de tudo, a capacidade que a
empresa tem de responder aos seus compromissos assumidos nas respectivas datas de
vencimento e, assim, negociar novos prazos de pagamentos.
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Os Accionistas/ Scios, principalmente os pequenos accionistas precisam conhecer o
grau de liquidez, solvabilidade, nvel de rendibilidade e produtividade, para saber se vo
ou no receber dividendos e analisar os riscos e retornos inerentes aos investimentos.
O Fiscodeseja conhecer os mecanismos de formao do lucro para efeitos de colecta do
mximo imposto. Necessitam da informao para saber como tributar a empresa.
As instituies de crdito precisam da informao para analisar a capacidade de
reembolso de eventuais financiamentos e, sobretudo, para abarcar uma viso geral e
profunda da situao financeira da empresa, com vista a decidir se continuam a apoiar a
empresa mesmo em situaes de risco, ou deixam de apoiar, mesmo que se espera
melhoria da situao.
O Estado um utente que pode, ao mesmo tempo, ser o gestor, cliente e at mesmo umfornecedor da empresa. Tem a responsabilidade de conduo de polticas financeiras
globais e eventuais tomadas de medidas de apoio a certos sectores de actividades.
Os trabalhadores e suas estruturas sindicais, precisam conhecer a rendibilidade, a
estabilidade presente e sua capacidade de expanso, de modo a conhecer a possibilidade
da empresa, proporcionar certos benefcios.
Alm destes utentes, h outras entidades que, eventualmente, se interessam em conhecer
a situao econmico-financeira da empresa.
4.2. Anlise Financeira
Uma empresa pode apresentar uma excelente situao do ponto de vista econmico,
com elevada participao de capitais prprios e, no entanto, em determinado momento,
no dispr de recursos suficientes para cumprir com as suas obrigaes.
A falta de liquidez e, portanto, a falta de solvabilidade, caracteriza a situao financeirada empresa ou a sua capacidade de pagamento quer no curto prazo, como no mdio e
longo prazo. Esta anlise feita, conforme mencionado anteriormente, com base em
informaes extradas dos mapas contabilsticos, aplicando por conseguinte diferentes
mtodos de quantificao e interpretao do desempenho financeiro das organizaes.
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4.2.1. O ciclo Financeiro da Empresa
O ciclo financeiro abrange, efectivamente, todas as operaes efectuadas desde que a
empresa adquiriu bens ou servios com os meios que dispunha, at ao momento que
recupera os meios aplicados. As caractersticas e natureza dos ciclos financeiros vo
determinar o grau de liquidez das aplicaes e o grau de exigibilidade das origens.
O ciclo Financeiro da empresa subdivide-se, ento, em trs ciclos:
O Ciclo de ExploraoRepresenta as actividades desenvolvidas e decises tomadas em relao ao consumo de
matrias-primas, mo-de-obra e outros fornecimentos que garantem o funcionamento
normal da empresa. O conjunto das operaes realizadas neste ciclo origina gastos erendimentos operacionais a constar na Demonstrao de Resultados tendo, tambm,
repercusses a nvel do Balano. Podemos falar de ciclo de explorao industrial e ciclo
de explorao comercial. A durao do ciclo industrial depende das actividades a
realizar, porm, deve ser o mais curto possvel porque sua durao ter implicaes no
nvel das necessidades de fundos financeiros e, consequentemente, afecta a
rendibilidade da empresa.
O Ciclo de I nvestimentoRefere-se ao processo de transformao da moeda em activos, esperando um retorno
durante vrios perodos sucessivos que asseguram o funcionamento da empresa, seu
crescimento e desenvolvimento. O conjunto dos activos fixos adquiridos vai suportar o
ciclo de explorao, nomeadamente nas fases de aprovisionamento, produo e
comercializao e garantir a subsistncia de outros meios tcnicos e humanos,
necessrias a consecuo dos objectivos. Os investimentos e as formas de financiamento
ou os desinvestimentos devem ser feitos considerando planos estratgicos dasorganizaes, uma vez que estes tero repercusses ao nvel da produo,
administrao, comercializao, na prpria estrutura dos activos e no equilbrio
financeiro estrutural de uma empresa.
O ciclo das Operaes F inanceirasSubdivide-se, por um lado, em ciclo de operaes de capital relacionado com as
operaes de financiamento e, por outro, em ciclo das operaes de tesouraria,
responsvel pela gesto dos meios financeiros. A empresa pode recorrer a operaes de
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capital, ou ento a fluxos financeiros autnomos, tendo em vista a obteno de fundos
que se destinam a realizao de investimentos ou ao financiamento do ciclo de
explorao. Basicamente, as fontes de financiamento constituem-se de aces junto dos
scios proprietrios ou accionistas visando a captao de recursos, reinvestimento de
lucros oriundos de suas prprias actividades ou ainda captao no mercado financeiro.
Estes financiamentos e as formas pelas quais as organizaes iro reembols-los,
devero estar em harmonia com as actividades geradoras de resultados, a fim de
proporcionar um crescimento sustentado e evitar contrair novos financiamentos para
cumprir compromissos anteriores.
4.2.2. Estrutura Financeira da EmpresaA estrutura financeira um dos factores determinantes da rendibilidade dos capitais
prprios. definida pela comparao entre as origens dos capitais e a forma como estes
esto sendo aplicados. Esta comparao permite determinar se a estrutura est
equilibrada e detectar eventuais insuficincias ou excessos de aplicaes de fundos.
Os fluxos apresentados anteriormente podem estar, directa ou indirectamente,
relacionados com a situao e evoluo da estrutura financeira de uma empresa. Oequilbrio financeiro caracterizado pela compatibilizao, em termos globais, entre o
grau de liquidez das aplicaes, ou seja a aptido para estes se transformarem em meios
lquidos e o grau de exigibilidade das origens, ou seja a aptido para estes
transformarem em pagamentos.
Dai, surge a Regra do Equilbrio Financeiro Mnimo. Segundo esta regra, as
aplicaes com grau de liquidez fraco no devem ser financiadas por origens cujo graude exigibilidade forte. Assim, este princpio ou regra s se verifica quando o grau de
liquidez das aplicaes for, pelo menos igual ao grau de exigibilidade das origens. Na
prtica, quer dizer que no se deve financiar a aquisio de activos fixos, destinados a
permanecer na empresa por um perodo superior a um ano, com um financiamento que
ser reembolsado no curto prazo.
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Entretanto, convm referir que, factores tais como os objectivos globais da empresa, as
condies econmicas e financeiras do meio envolvente e as atitudes face ao risco,
podem fazer com que sejam seguidas outras estratgias de financiamento.
Tabela 3Regra do equi lbr io fi nanceiro mnimo
Aplicaes de Fundos Origens de Fundos
Activo Corrente Passivo Corrente ou Exigvel a Curto Prazo
Activo No Corrente ouImobilizado Lquido
Capitais Permanentes = Capital Prprio + Passivo NoCorrente ou Exigvel a Mdio e Longo Prazo
A regra do equilbrio financeiro mnimo satisfeita se houver igualdade entre o activo
corrente e o passivo corrente ou, ento, entre o activo no corrente lquido e os capitais
permanentes. Assim, para que haja equilbrio os capitais permanentes devem financiar
as aplicaes de investimentos e uma parte das necessidades do ciclo de explorao que
apresentem carcter permanente. A estrutura financeira deve estar equilibrada, de modo
a conseguir a estabilidade necessria obteno da mxima rentabilidade dos capitais
prprios e assegurar a permanncia e crescimento de uma empresa.
Limitaes da Regra do Equilbrio Financeiro Mnimo
Apesar da sua utilidade a nvel da anlise financeira, esta regra tem suas limitaes. No
leva em conta a velocidade da rotao do activo corrente, ou seja, ignora a rotao de
alguns activos correntes, como o caso do saldo de clientes. A velocidade de rotao
desses activos diferente, ou seja, no h homogeneidade e qualquer perturbao nofuncionamento normal da empresa poder pr em risco o equilbrio financeiro. Sendo
assim, a regra do equilbrio financeiro mnimo no permite assegurar o equilbrio
financeiro global da empresa, dado que a simples igualdade entre os activos e passivos
correntes no garantem, necessariamente, a inexistncia de ruptura de tesouraria.
Como forma de superar estas limitaes e reforar o equilbrio financeiro, surge os
conceitos de Fundo de Maneio, Necessidades de Fundo de Maneio e Tesouraria Lquida
cujos contedos sero abordados mais adiante, no captulo 5.
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4.2.3. A Anlise Financeira e a Criao de Valor para o Accionista
Como mencionado anteriormente, a criao de valor para o accionista o principal
objectivo da funo financeira. Assim, o analista financeiro deve analisar quais os
melhores planos estratgicos a adoptar para atingir este objectivo.A criao de valor,
muito depende da eficcia na gesto dos recursos, da estrutura financeira adoptada e da
taxa de crescimento e quando atingido, visto como uma vantagem competitiva sobre
as demais empresas concorrentes. O valor de uma empresa pode ser visto segundo
varias pticas ou perspectivas, nomeadamente a perspectiva econmica, financeira, de
mercado e patrimonial. Dentre estas perspectivas, interessa-nos a financeira ou a
potencialidade da empresa criar riquezas e gerar Excedentes Brutos de Explorao.OExcedente Bruto de Explorao um conceito til para analisar a capacidade de uma
empresa criar valor. Representa o fluxo potencial de rendimentos e gastos. obtido
atravs do Resultado Operacional adicionado os custos de explorao no
desembolsveis. Deste excedente, deduz as variaes das necessidades de fundo de
maneio e os investimentos de substituio, caso existirem, obtendo ento os Meios
Libertos Operacional, ou o cash flowoperacional ou de Explorao que representam os
fluxos que foram, realmente, gerados pela explorao. De forma resumida, o Cashflowdo ciclo de explorao dado pela diferena entre os recebimentos e pagamentos
do ciclo de explorao e evidencia a capacidade de uma empresa gerar excedentes
monetrios. Quanto maior o Resultado Operacional, maior os meios libertos e quanto
maior as necessidades de fundo de maneio, menor ser a liquidez e, portanto, menor
sero os meios libertos.
Estes dois indicadores so importantes para avaliar a capacidade da empresa gerar
excedentes financeiros e criar valor para o accionista. No entanto, convm salientar que,alm dos elementos financeiros, aspectos como as estratgias seguidas por empresas,
atractividade das actividades, posio concorrencial e quotas de mercado so factores
determinantes no processo de criao de valor para o accionista. Na anlise financeira,
para se calcular o valor criado utilizado o mtodo dos rcios, calculando a
rendibilidade dos capitais prprios e a rendibilidade do activo total.
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O EVA (Economic Value Added), tambm um indicador que permite, de uma forma
simples e objectiva, determinar at que ponto a empresa criou ou destruiu valor no seu
negcio. Representa o valor gerado por um negcio, aps remunerar todos os factores
afectos e o valor lquido do investimento afecto ao negcio.
O Valor Econmico Acrescentado (EVA) pode ser representado pela seguinte frmula:
O AE representa o capital investido e dado pelo total dos activos fixos tangveis e os
activo fixos intangveis, deduzido as Necessidades de Fundo de Maneio. O K%
representa uma taxa do custo do capital obtido pela ponderao entre o custo deoportunidade dos capitais prprios e a taxa de juro de mercado.
Se o valor do EVA for negativo, ento estaremos perante uma destruio de valor, uma
vez que a realidade econmica no permitiu gerar recursos necessrios para cobrir as
necessidades operacionais. Por outro lado, um EVA positivo evidencia criao de valor
na ptica do accionista.
O ROI - Return On Investment (Resultado/Investimento) um indicador que, tambm,
muito utilizado para medir o desempenho dos capitais investidos, medir a eficincia degesto e a capacidade da empresa gerar resultados.
4.3.Anlise Econmica
A anlise econmica serve para analisar a capacidade de uma empresa obter lucros
necessrios a remunerao dos capitais postos a sua disposio. Sob o ponto de vista
meramente econmico, o objectivo principal da empresa conseguir a mxima
rentabilidade dos capitais nela investidos de forma a assegurar seu crescimento e
permanncia no mercado. Esta anlise est intimamente relacionada com a anlise
financeira, pois, a rendibilidade depende no s da capacidade da empresa obter lucros
necessrios para remunerar o investimento mas, tambm, da sua estrutura financeira.
EVA= +- Resultado Operacional - K%*Activo Econmico - Imposto Sobre o Rendimento
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4.3.1. Elementos de Suporte a Anlise EconmicaIndicadores Econmicos
O objectivo da empresa no deve ser a maximizao do lucro em termos absoluto, mas
sim, maximizar a relao entre os lucros obtidos e os capitais investidos. A
rendibilidade pode ser medida, de uma forma global, atravs do seguinte indicador:
Trata-se de um indicador que mede a capacidade da empresa remunerar os capitais
prprios, nela investidos e est intimamente relacionada com a criao de valor para o
accionista. Depende da estrutura financeira adoptada, da rendibilidade operacional dosactivos, do efeito dos resultados extraordinrios e do efeito fiscal.
Para melhor entender os factores que condicionam a rendibilidade, este indicador
decomposto em vrios sub-rcios ou sub-indicadores. Estes Sub-rcios, bem como
tambm, a rvore da Rendibilidade dos Capitais prprios podem ser consultados nos
anexos, parte integrante deste trabalho.
4.3.2. Anlise Esttica e Anlise Dinmica no Estudo da RendibilidadeA anlise esttica permite evidenciar a realidade de uma empresa num dado momento.
Esta anlise apesar de possuir uma certa utilidade, no permite fazer um juzo completo
acerca da evoluo da situao econmica. O estudo da rendibilidade s adquire seu
verdadeiro sentido, quando for feita uma anlise dinmica analisando no s os factores
que num dado momento condicionaram esta rendibilidade, mas tambm sua evoluo
ao longo dos anos. Feita uma anlise dinmica, poderemos ver a tendncia da evoluo
da rendibilidade e prever sua evoluo futura facilitando, assim, a adopo de medidas
necessrias para evitar uma eventual evoluo desfavorvel.
4.3.3. Rendibilidade e Risco
A rendibilidade e o risco so dois aspectos fundamentais a levar em conta numa anlise
econmica e financeira. A rendibilidade refere taxa de rendimento que se espera dos
Rendibilidade dos Capitais Prprios = Resultados LquidosCapitais Prprios
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investimentos feitos num determinado perodo de tempo. obtida pela relao entre o
resultado obtido e o valor do investimento feito. Nem sempre as previses feitas, em
relao ao retorno esperado so atingidas. Assim, surge os conceitos de risco e
incerteza. Falamos de risco quando estamos perante uma situao em que possvel
estimar, de forma objectiva, as probabilidades de um acontecimento. Existe incerteza
quando no possvel fazer estimativas recorrendo-se, ento, s probabilidades.2Esta
incerteza condicionada por uma srie de factores que, podem ou no, ser controlados
pela empresa. Quanto maior for a incerteza, maior ser o risco do investimento.
Em termos de anlise financeira podemos falar do Risco Econmicoou de negcio que
depende de factores como, tipo de sector que a empresa est inserida, da sua dimenso etipo de negcio. Est associado actividade operacional da empresa e sua estrutura de
custos. Para medir este risco, recorre-se a indicadores como Grau de Alavanca
Operacional, Ponto Crticoe Margem de Segurana.
O Risco Financeiro relaciona-se com a estrutura financeira de uma empresa,
nomeadamente a forma de financiamento do activo e a capacidade da empresa fazer
face aos seus compromissos. Quando uma empresa recorre a financiamentos com custossuperiores a rendibilidade esperada, est sujeita a um maior risco financeiro e aumenta a
possibilidade de endividamento. Este risco medido atravs dos indicadores de Grau de
Alavanca Financeiro, Solvabilidade e Autonomia Financeira.
Entretanto, para investir, a empresa necessita de financiamentos. Assim, antes de optar
pelo financiamento por capitais prprios ou alheios, dever ter em conta no s o custo
de oportunidade e as taxas de juros, mas tambm o risco associado, isto , arendibilidade. Uma forma de criar valor para o accionista atravs da realizao de
investimentos favorveis do ponto de vista da rendibilidade, isto , investimentos que
apresentam uma taxa de rendibilidade superior taxa de custo de oportunidade do
capital.
2Valor esperado, mdia, varincia, covarincia, desvio padro, entre outros conceitos estatsticos, so
normalmente utilizados para quantificar o risco e estimar a rendibilidade potencial de um investimento.
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5. ELEMENTOS DE BASE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA tarefa da Anlise Econmica e Financeira examinar, de forma detalhada, os dados
financeiros relativos a uma determinada empresa. A anlise fundamenta-se nasdemonstraes financeiras, ou dados financeiros, em geral, e ainda em factores
condicionantes internos, como a estrutura da empresa, capacidade tecnolgica e de
gesto. Factores condicionantes externos, como polticas governamentais e questes de
natureza macro econmicas, devem ser levadas em considerao no processo de anlise.
Seguidamente, sero apresentados os principais elementos que so utilizados pela
maioria das empresas, como ferramentas de anlise econmica e financeira e que so
importantes instrumentos de apoio ao processo decisrio.Tabela 4
Demonstraes F inanceiras e conceitos fundamentais
Fonte: Antnio Borges, Azevedo Rodrigues e Jos Morgado (2002, pgs. 34 e 35).
5.1. Elementos de carcter contabilsticos
Os elementos de carcter contabilsticos so os mapas, quadros e relatrios utilizados na
anlise. Incluem as demonstraes financeiras e outras informaes complementares.
Mas, para que haja eficincia na anlise alm de analisar estes elementos, convm
recolher informaes de carcter extra-contabilstico.
Situao F inanceira Situao Econmica Situao Monetria
DemonstraesFinanceiras
- Balano- Demonstrao deOrigens eAplicaes de
Fundos
- Demonstrao deResultados por
Natureza- Demonstrao de
Resultados por Funes
- Demonstrao dosFluxos de Caixa
ConceitosFundamentais
- Fundo de Maneio- Necessidades deFundo de Maneio- Tesouraria
- Rendibilidade- Autofinanciamento- Excedentes deExplorao
- Meios Libertos ouCash flow
Tipos de F luxosFluxos FinanceirosExternos: Despesas eReceitas
Fluxos EconmicosInternos:Gastos e Rendimentos
Fluxos MonetriosExternos: Pagamentose Recebimentos
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5.1.1. As Demonstraes Financeiras (DF's)
As DF's so documentos, incluindo quadros, relatrios e mapas, apresentados
periodicamente pelas empresas e que tm como objectivo proporcionar informaes,
acerca da posio financeira (Balano), do desempenho (Demonstrao de Resultados)
e alteraes na posio financeira (Demonstrao dos Fluxos de Caixa). Regra geral,
so elaboradas no final do exerccio econmico.
Ao elaborar as DF's, os gestores podero ser confrontados com preconceitos, m
interpretao ou mesmo inexactido. Para minimizar estes e outros riscos, as
demonstraes devem ser preparadas e apresentadas com base em conceitos, normas e
Princpios Contabilsticos Geralmente Aceites (PCGA's). As DF's devem proporcionarinformaes que retratam de forma verdadeira e apropriada a posio financeira e de
resultados, e que sejam credveis e teis para determinar a verdadeira eficincia da
gesto dos recursos econmicos e financeiros.
Assim, a informao deve reunir algumas caractersticas como:
CompreensibilidadeAs DF's no devem conter informaes complexas ou dedifcil compreenso para os utentes. Devem proporcionar informaes objectivase claras.
Relevncia Est intimamente associada a materialidade e definida pelacapacidade de influenciar decises tomadas por parte dos utentes e ajud-los a
avaliar acontecimentos passados, presentes e prever acontecimentos futuros.
FiabilidadeA informao deve estar isenta de erros materiais e preconceitos eser completa, tendo em conta a ponderao entre benefcio e custo. A
informao deve mostrar, de forma apropriada as operaes e acontecimentos,de acordo com a substncia e realidade econmica e no meramente de acordo
com sua forma legal.
Comparabilidaderelaciona com o princpio de consistncia e da continuidade.As polticas contabilsticas no devem ser alteradas, de um perodo para outro,
para que seja possvel estabelecer comparaes, no tempo e no espao.
sobre as demonstraes financeiras que incide boa parte da anlise econmico-
financeira, logo, interessa-nos no a quantidade, mas sim a qualidade das informaes.
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O Balano
O Balano um documento que retrata a situao patrimonial de uma empresa, numa
determinada data, sendo composto pelo Activo, Passivo e pelo Capital Prprio. um
mapa que retrata as origens dos recursos financeiros disponveis ou o financiamento e as
respectivas aplicaes de fundos, ou os investimentos. No Balano evidenciado o
princpio bsico da contabilidade, segundo o qual o Activo tem que ser financiada pelo
Capital Prprio ou por Capitais Alheios. (Activo = Passivo + Capital Prprio). O
Balano visto numa Perspectiva Patrimonial, quando evidencia a situao patrimonial
(bens, direitos e obrigaes) de uma empresa num dado momento, incluindo o
patrimnio lquido, ou numa Perspectiva Financeira, quando evidencia a situao
financeira retratando o conjunto de aplicaes de capital e o conjunto de origens ou
fontes de financiamento, numa perspectiva esttica.
A Demonstrao de Resultados
um mapa que reflecte os gastos e rendimentos de um determinado perodo,
normalmente durante um ano. A comparao entre os gastos e rendimentos d origem a
um resultado positivo ou negativo (lucro ou prejuzo). A Demonstrao de Resultados,
s por si, um elemento fundamental para anlise da situao econmica de uma
empresa. Avalia a eficincia econmica e a capacidade de uma empresa gerar valor. A
sua apresentao feita segundo duas pticas:
ADemonstrao de Resultados por Natureza, que agrega os componentes econmicos
de acordo com a tipologia ou natureza. Evidencia o resultado que uma empresa obteve,
resultante do exerccio da sua actividade. O formato desta demonstrao financeirarespeita o princpio de substncia sobre a forma.
A Demonstrao de Resultados por Funes est voltada para o interior da empresa.
Evidencia as componentes econmicas, de acordo com a afectao funcional dos
mesmos. Para elaborar esta demonstrao, preciso um conjunto de informaes
complementares que, muitas vezes, s so obtidas atravs da contabilidade analtica ou
de gesto. Existe, efectivamente, alguma dificuldade na afectao funcional dos gastos e
rendimentos e, portanto, na elaborao deste mapa.
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A Demonstrao dos Fluxos de Caixa
A DFC um documento contabilstico financeiro que completa a informao fornecida
pelas outras DF's. Explica a origem e o destino dos recebimentos e pagamentos,
efectuados. Contrariamente s outras DF's, esta elaborada segundo o regime de caixa.
Normalmente se elaborava um Mapa de origens e aplicaes de fundos. Actualmente,
este mapa perdeu sua relevncia e sua informao passou a ser tratada na DFC, visto
que esta proporciona informaes histricas e mais detalhada, separando a obteno e
aplicao de recursos financeiros em trs categorias: Fluxos das Actividades
Operacionais, Fluxos de Caixa das Actividades de InvestimentoeFluxos de Caixa das
Actividades de Financiamento. Atravs deste mapa podemos ver como foi gerado e
como foram uti l izados os meios fi nanceirosnum dado perodo.
Pode ser elaborada segundo dois mtodos:
1 - Mtodo Directoque baseado directamente no movimento de caixa, nas fontes e
destinos dos recebimentos e pagamentos relacionados com as contas que originam
entrada ou sada de meios financeiros. o mtodo mais indicado para ser utilizado
porque proporciona informao mais detalhada e de forma completa.
2 - Mtodo I ndi recto onde os fluxos das actividades operacionais so apurados partir do componente do cash flow de explorao. O fluxo lquido de caixa das
actividades operacionais calculado partir do resultado lquido do exerccio, ajustado
s variaes ocorridas nas rubricas no relacionadas com caixa.
Sua importncia na anlise Financeira
O Balano e a Demonstrao de Resultados so os demonstrativos mais utilizados na
anlise financeira. Contudo, no revelam ao seu usurio muito sobre como a empresagerencia o seu fluxo de caixa. Assim, a DFC um importante instrumento de apoio a
anlise e a deciso que evidencia a situao monetria de uma empresa e a capacidade
que esta tem de gerar liquidez. Atravs deste mapa, podemos conhecer o cash flowde
explorao (fluxos de caixa), ou seja, os meios libertos ou liquidez. Este conceito
indispensvel para efeitos de gesto financeira, nomeadamente no apoio as decises de
gesto e, sobretudo, para anlise econmica e financeira. A DFC uma demonstrao
financeira de grande utilidade e proporciona informaes que nos ajudam a analisar as
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variaes ocorridas na estrutura financeira e a capacidade da empresa de gerar meios
financeiros. Sua anlise nos permite ver a melhor forma de gerir os meios financeiros
que so, em geral, escassos e apoia na anlise do risco, principalmente nas decises
relacionadas com estratgias a adoptar, de forma a criar valor para o accionista. Permite,
ainda, conjuntamente com as outras DF's entender o motivo de empresas enfrentarem
necessidades financeiras, mesmo apresentando um resultado positivo (lucro). A ttulo de
exemplo, esta situao pode ser justificada pelo facto de que na demonstrao de
resultados no evidenciado os investimentos em activos necessrios ao normal
funcionamento da empresa e os investimentos em necessidades de fundo de maneio.
Notas Anexas ou informaes complementares () De acordo com a NRF1 a demonstrao financeira Anexo constitudo por
um conjunto de notas apresentadas por uma determinada ordem, devendo esta
demonstrao financeira comear por identificar a entidade e o referencial
contabilstico utilizado para a preparao das demonstraes financeiras.- SNCRF.
O Anexo , tambm, uma demonstrao financeira til para efeitos de anlise financeira
e tomada de decises. Serve para complementar as informaes proporcionadas pelasDF's, ou ento divulgar factos ou situaes que no foram apresentados, mas que
influenciam ou podero influenciar a situao financeira da empresa.
5.1.2. Preparao das Peas Contabilsticas para Anlise
Por princpio, as DF'sdevem apresentar uma imagem verdadeira e apropriada, em todos
os aspectos materialmente relevantes, da situao financeira, desempenho e alteraesna posio financeira de uma empresa. Na prtica, isto nem sempre acontece. Muitas
vezes, por falta de aplicao dos PCGA's na execuo da contabilidade, outras vezes,
por incluir ou no determinadas informaes nas DF's, com o objectivo de aumentar ou
diminuir os resultados. Estas situaes distorcem a qualidade da informao.
As prticas contabilsticas diferem das prticas financeiras, pelo que a forma como as
DF's so apresentadas pela contabilidade no a indicada para a anlise financeira. Os
documentos contabilsticos apresentem limitaes, entre elas, o facto de serem
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preparadas na base do princpio do custo histrico, omitem as revalorizaes dos activos
em obedincia ao princpio da prudncia, omitem rubricas que no tm repercusses nos
resultados como o custo de oportunidade dos Capitais Prprios, entre outras limitaes,
que fazem com que as informaes apresentadas no retratam a verdadeira realidade
econmica e financeira. Tendo em conta os objectivos, metodologias e a ptica de
abordagem, antes de iniciar a anlise das DF's, preciso realizar duas tarefas prvias:
Verificao da veracidade dos valores apresentados tarefa do auditor interno fazer o ajustamento, preparao e correco das contas do
balano e da demonstrao de resultados. Deve-se analisar os relatrios de auditoria,
caso existirem auditores, para verificar eventuais recomendaes de correco e incluirestas correces nas DF's para anlise, caso ainda se mantiverem actualizadas. Deve-se,
tambm, analisar e registar as situaes efectivas e potenciais, que ainda no foram
contabilizadas, mas que podero influenciar, directa ou indirectamente, os resultados da
empresa. Tendo em conta estes e outros ajustamentos, procede-se a correces,
rectificaes e reclassificaes dos valores apresentados pelos mapas.
Preparao e arrumao dos dados numa perspectiva financeira.Aps verificar a veracidade dos dados, procede-se arrumao ou preparao dos dados
numa perspectiva financeira, elaborando um novo balano e uma nova demonstrao de
resultados. O balano e a demonstrao de resultados lquidos, apesar de serem teis
anlise, tm suas limitaes pelo facto de no responderem a todas as exigncias da
anlise financeira. As operaes apresentadas pelos principais mapas feita numa
perspectiva contabilstica, logo essas operaes nem sempre correspondem,
efectivamente, a fluxos financeiros. Da, a necessidade de adapt-las metodologia deanalise financeira, efectuando algumas correces s diversas rubricas.
Apresentaremos, no anexo e de forma mais detalhada, algumas das principais
correces a efectuar a nvel do balano e da demonstrao de resultados.
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5.2.Elementos de carcter extra contabilsticos
O objectivo principal do processo de anlise das DF's e demais mapas apoiar a tomada
de decises nas organizaes. Assim, para efeitos de anlise preciso conhecer
informaes de carcter extra contabilsticas e externas a empresa. Estas informaes,
mesmo no estando sob controlo da empresa, devem ser analisadas juntamente com os
elementos de carcter contabilsticos. Incluem:
A Natureza da Actividade da empresa - um factor fundamental para se apreciar a
estrutura financeira da empresa, uma vez que essa estrutura se relaciona com a
actividade exercida e depende do sector que a empresa est inserida.
Insero no mercado - Deve-se conhecer a quota de mercado da empresa. Identificar sualocalizao, nmero de estabelecimentos entre outros aspectos.
Produtos substitutos ou concorrentes - Devem ser objectos de apreciao cuidada
analisando a qualidade, quantidade, aceitao e nvel de competitividade.
Capacidade de Gesto - A estabilidade financeira, muitas vezes, depende da capacidade
de gesto. Assim sendo, a capacidade tcnica e mesmo a integridade moral dos gestores
deve assumir uma grande relevncia na anlise.
Natureza jurdica - Deve ser conhecida a natureza jurdica da empresa, para se concluiracerca da responsabilidade dos scios, ou mesmo da sociedade, no cumprimento de
obrigaes para com terceiros.
Funcionamento interno - A empresa dividida em departamentos. Cada departamento
tem a responsabilidade de desempenhar bem as suas funes porque o desempenho
individual vai repercutir, em maior ou menor grau, nos outros departamentos.
Conjuntura econmica - A situao da conjuntura econmica, tem repercusses mais ou
menos profundas na empresa. Factores como inflao, agravamento dos impostos e taxade juro e restries a importao, tero influncia no nvel da estabilidade financeira.
Enquadramento sectorial - Deve conhecer as empresas concorrentes, a quota de
mercado existente e potencial, pontos fortes e pontos fracos da concorrncia, capacidade
instalada. A Continuidade de uma empresa e sua estabilidade financeira vai, em grande
parte, depender do conhecimento que se tem do sector de actividade a que a empresa
pertence.
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6. MTODOS E TCNICAS DE ANLISE
Aps preparar as DF's para anlise, poder ser feita uma comparao entre DF's de
perodos sucessivos.3Estabelece-se tambm, relaes entre as diversas rubricas e entre
outras grandezas para se obter os indicadores econmico-financeiros e os rcios
julgados convenientes. H um vasto nmero de indicadores mas, seu uso depende dos
objectivos da anlise e da natureza dos fenmenos que se pretendem analisar.
6.1.O Balano Funcional (BF)
O Balano funcional pode ser visto como um mtodo de anlise, atravs do qual seobtm indicadores considerados significativos, como o Fundo de Maneio, Necessidades
de Fundo de Maneio e Tesouraria Lquida.
Tabela 5O Balano Funcional
O BF visto como uma fotografia das aplicaes de fundos e dos recursos que se
relacionam com o ciclo financeiro da empresa e resultam do conjunto das correces
efectuadas no balano contabilstico. Sua estrutura baseada nos conceitos de equilbrio
financeiro e ciclos financeiros. O BF, quando elaborado com base na anlise de
balanos sucessivos permite analisar a evoluo nas polticas de investimentos, politicas
de financiamento e gesto global do ciclo de explorao.
3 Convm analisar se as demonstraes financeiras foram elaboradas segundo critrios e princpios
contabilsticos consistentes.
Aplicaes Origens
Investimento em
Activos Fixos
Capitais
Permanentes
Necessidades
Cclicas
Recursos
Cclicos
Tesouraria
Activa
Tesouraria
Passiva
Ciclo deInvestimento
Ciclo deExplorao
Ciclo dasOperaes detesouraria
Ciclo dasoperaes deca ital
Ciclo deEx lora o
Ciclo dasOperaesde tesouraria
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Apesar da sua utilidade na anlise financeira, o BF sujeito a crticas como por
exemplo, a dificuldade em reclassificar as rubricas do balano em funo do respectivo
ciclo, a obrigatoriedade de se verificar uma relao entre aplicaes e origens e a
dificuldade em classificar os recursos estveis, como o caso dos financiamentos de
curto prazo que so renovados constantemente.
Normalmente se elabora, tambm, um balano financeiro. Aprincipal diferena entre
o Balano Financeiro e o Balano Funcional que, no primeiro as aplicaes e
origens de fundos esto organizadas em funo da liquidez e exigibilidade, levando em
conta a natureza das rubricas e as informaes extra contabilsticas, enquanto no
segundo, as aplicaes e origens de fundos se organizam de acordo com os trs ciclos
financeiros. Trata-se, sem dvida, de dois instrumentos de extrema importncia para aanlise financeira.
6.1.1. O Fundo de Maneio (FM)
O FM um instrumento essencial utilizado na anlise da estrutura financeira. Serve para
analisar o risco numa perspectiva de curto prazo. Refere a margem de segurana que
tem por objectivo reforar o equilbrio financeiro e cuja funo atender asnecessidades de financiamento do ciclo de explorao. O FM refere, ainda, a parte dos
capitais permanentes que no foi absorvido no financiamento do imobilizado lquido e,
portanto, aplicado na cobertura parcial ou total das necessidades de financiamento do
ciclo de explorao. De uma forma simples, refere a parte dos fundos permanentes que
ficam disponveis para financiar outros investimentos permanentes, que no sejam os
investimentos em activos no corrente ou imobilizado. Sua variao depende das
decises tomadas em relao aos investimentos e respectivos financiamentos, polticasde amortizao e poltica de distribuio de dividendos.
Assim,
Sendo que:
Activo = Passivo + Situao Lquida:
Activo Corrente + Activo Fixo Lquido = Passivo Corrente + Capital Permanente
Activo CorrentePassivo Corrente = Capital Permanente - Activo Fixo Lquido
Fundo de Maneio = Capital PermanenteActivo Fixo Lquido
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Logo, o FM pode ser obtido da seguinte forma:
Se o FM for positivo, ento, parte dos recursos estveis esto a financiar o ciclo de
explorao, evidenciando uma margem de segurana. Caso contrrio, se negativo,
ento, parte dos fundos no estveis esto a financiar os activos no correntes, o que
representa um risco para a empresa. Porm, um FM positivo no representa uma
condio necessria e nem suficiente para que haja equilbrio financeiro. necessrio
que o valor do FM esteja adequado s Necessidades de Fundo de Maneio; o Capital
Prprio seja maior que o Capital Alheio e os Capitais Permanentes tm que cobrir os
activos fixos. Estes so alguns dos princpios orientadores do equilbrio financeiro.De referir ainda, que o FM tem uma natureza esttica e no leva em conta o princpio de
continuidade dos exerccios, segundo o qual uma empresa opera continuamente, com
durao ilimitada. Como forma de aumentar o FM, a empresa poder recorrer ao
aumento do Capital Permanente ou reduo do Activo Fixo.4
6.1.2. Necessidades de Fundo de Maneio (NFM)
As NFM referem-se as necessidades de financiamento do ciclo de explorao. Ou seja,
referem-se as necessidades de meios financeiros para responder as necessidades
operacionais do ciclo de explorao que podem ser temporrias ou estruturais. um
conceito dinmico e seu valor depende, em grande parte, da actividade da empresa,
natureza da actividade, prticas de gesto do ciclo de explorao, tecnologia utilizada,
volume de negcio e, sobretudo, dos prazos mdios de recebimento e de pagamento ou
polticas internas de crditos e nvel mdio de durao dos inventrios.As NFM so calculadas atravs da seguinte frmula:
4Estas possibilidades dependem, entre outros factores, da rendibilidade esperada da empresa e, sobretudo,
da capacidade de endividamento da empresa. A reduo do Activo Fixo pode ser atravs da alienao de
activos fixos tangveis ou intangveis que no esto sendo utilizados no ciclo de explorao.
Fundo de Maneio = Activo CorrentePassivo Corrente
Necessidades de Fundo de Maneio = Necessidades CclicasRecursos Cclicos
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Um valor positivo representa necessidades de financiamento do ciclo de explorao.
Um valor negativo representa excedentes financeiros. Quanto menor o nvel das NFM,
menor ser o risco porque a empresa estar a financiar seu ciclo de explorao com
capital alheio, sem ter que remunerar esse financiamento. Para reduzir as NFM, a
empresa poder negociar um menor prazo mdio de recebimento, um maior prazo
mdio de pagamento ou, ento, adoptar uma menor durao mdia dos inventrios.
As necessidades cclicasreferem-se as necessidades do ciclo de explorao e dependem
das polticas operacionais e, sobretudo, do sector de actividade de uma empresa e do seu
negcio. Essas necessidades so reflectidas no valor das rubricas do activo relacionadas
com o ciclo de explorao e que apresentam um carcter de permanncia.
Os recursos cclicos referem-se aos recursos decorrentes do ciclo de explorao e
respectivas polticas e decises operacionais. Seu valor depende, tambm, no nvel de
actividade e do negcio da empresa.
Normalmente, as empresas que apresentam NFM muito elevado tm um ciclo de
explorao longo e possuem forte valor acrescentado. Por outro lado, se as NFM
apresentarem valores baixos ou negativas, ento o ciclo de explorao curto eapresentam fraco valor acrescentado.
6.1.3. A Tesouraria Lquida (TL)
A TL um instrumento chave para analisar o equilbrio financeiro de uma empresa.
Evidencia a existncia ou no de equilbrio financeiro resultante das polticas
estratgicas adoptadas e da poltica de gesto operacional da empresa.Para que haja equilbrio, a TL deve apenas financiar as necessidades temporrias do
ciclo de explorao. Deve apresentar um valor igual ou superior a zero. No entanto, se
apresentar um valor muito elevado, apesar de evidenciar equilbrio, no bom para a
empresa porque pode estar a aplicar fundos que no tm uma boa rendibilidade.
Convm que este valor seja reduzido porque, nestes casos, apesar de existir alguma
dificuldade financeira, a empresa no estar sob risco e poder recorrer a fontes de
financiamentos de curto prazo. Um valor negativo evidencia dificuldades ou mesmo
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