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    -FORMA~AO DE EDUCADORESCURSO I

    FORMARE FUNDA

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    CUrso I - Forma~ao de Educadores FO~

    in dice

    Curso para Educadores Voluntario1. Filosofia Formare e Voluntariado 32. Perfil do Jovem de hoje 193. A indisciplina nossa de cada dia .284. Autoconceito, Motivacao e Aprendizagem 365.Construc;8o de uma aula .426. Ensino e Aprendizagem .49

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    Curso I - Formacdo de Educadores FO~

    CURSO PARA EDUCADORES VOLUNT ARIOS

    ObjetivoLevar 0 educcdor-vcluntdr-io a compreender a filosofia do Programa Formare e ccpccitd-1 0 a planejar e executar seu trabalho docente, desempenhando sua tarefa de formacompetente e adequada as caracterlsticas da popula~aoatendida.

    Programa1. Filosofia Formare e Voluntariado2. Per fi l do jovem de ho je3. A indisciplina nossa de cadadia4. Autoconceito, motiva~ao e aprendizagem5. Constru~ao de umaaula6. Ensino e aprendizagem

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~1.F ILO SO FI A F ORMARE e VOLUNT ARIADO

    ObjetivoCompreender a Filosofia Formare e a a~aovoluntdrto

    TextosFo:"mare: uma escola para a vidaQuais as motiva~oes do voluntdrio

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    Curso I - Forrna~ao de Educadores FO~FORMARE: uma escola para a v ida

    P RO PO ST A D E F OR MA CA O G ER AL

    o propos ito de uma escola e muito mais 0 desenvolvimento de competencies pessoais parao planejamento e realiza~ao de umprojeto de vida doqueapenas 0 ensino de conteudosdisciplinares.Os conteiidos devem ser considerados naperspectiva de meios,de instrumentos paraconquistas individuais e coletivas nas areas profissional, social e cultural.A atribui~ao daescola bdsicc e a ccnstrucco de umcidadao produtivo e naoa forma~aode especialistas, portanto, nenhumconteiido deveria justificar-se comoumfim emsimesmo.A forma~ao de alunos nao podeser pensadaapenas como umaatividade intelectual. E umprocesso global e complexo, onde 0 conhecer, refletir, agir e intervir narealidadeencontram-se associados.Aprende-se a partir de uma busca individual, mas rcmbem pela participa~ao ema~oescoletivas, vivenciando sentimentos, manifestando opinioes diante dos fatos, escolhendoprocedimentos, definindo metas.Ensina-se pelos desafios lcnccdos, pelas expertencics .proporcionadas, pelos problemassugeridos, pela a~aodesencadeada, pela aposta nacapacidade de aprendizagem de cadaum, sem deixar de ladeos interesses dos alunos, suasccncepcdes. sua cultura e seudesejo de aprender.Os ccnteudos saoselecionados de acordo comumaproposta pedagogica de forma~ao emque se procura garantir 0 acesso das novas gera~oes a umacervo de conhecimentosacumulados por seculcs de civiliza~ao aliado a uma visao critica e construtiva de mundo.Todos esses elementos aparecem como constituintes de ummesmo conjunto e nao comoaspectos desvinculados que ora se contradizem, ora se justnpcem.o que se propce. entdo, nao e apenasumarranjo de conteiidos emum elenco dedisciplinas, e sim, a ccnstrncac de uma prdticc pedagogica centrada naforma~ao globaldos alunos.Nesta mudcnco de perspectiva, osconteudos deixam deser umfim emsi mesmoepassam a ser meios, instrumentos de forma~ao dosalunos.Essas considerccoes dao a atividade de aprender umsentido novo,onde as necessidadesde aprendizagem despertam os alunos natentativa de se resolver questdes desafiadoras,por isso uma prdticc pedagogica deve gerar situa~oes de aprendizagem, ao mesmo tempo,reais, diversificadas e provocativas. Deve possibilitar, portanto, que oseducandos aodarsuas opinioes, participando de debates e tomando decisdes construam suaindividualidadee se assumam comosujeitos que absorvem e produzem cultura.

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~Os saberes do trabalhoOs primeiros pensadores conhecidos, que formularam teorias explicativas sobre 0 mundoque nos cerca sao provenientes de Mileto, cidade da Asia do seculc VI a.C. A cidadedesfrutava de uma estabilidade econdmlcc, gra~as aocomercic internacional, e Iiberavaalguns de seus cidcddos para pensar, descomprometidos com astarefas do dia-a-dia. Aomesmo tempo, as tecnicas de navega~aomaritima que garantiam a riqueza daquela cidadenoo eram reconhecidas e valorizadas comoum conhecimento. Inaugura-se, a partir dal, adistdnclc entre teoria e prdticc emque s'o0 saber do pensar tem valor e constroiconhecimento, mas0 "saber do fazer" e reduzido a ummere exerdcio de uma habilidade.A atividade humanaproduz umsaber "das coisas do mundo" nao reconhecido pelos"pensadores", mas quegarantiu a sobrevivencic doser humanesobre a face da Terra.o conhecimento proveniente de uma atividade como 0 trabalho, por exemplo, nem semprepode ser traduzido empalavras. Emgeral, peritos tem dificuldades emdescrever comciareza e precisdo sua +ecntcc. E preciso ve-Ios trabalhar para "aprender com eles". ' .o pensar e 0 fazer saodois lados de uma mesmamoeda,dois poles de uma mesmaesfera.Possuemcorccterlsficcs prdprics, mas saocomplementares, semsubordinccdo, pre-requisitos ou escala de valores que os coloquem empatamares diferentes.

    o saber do fazerTeoria e prdtico sao,portanto, modos de classificar ossaberes, mas insuficientes paraexplicar a natureza de todo 0 conhecimento humano.0 saber proveniente dofazer possuiuma dlmensdo diferente de outras formas comoconceitos, prindpios e teorias;conquistou umstatus proprio e quase sempre dispensaum crccbouco teer+co prevlo queIhede sustentccdc. Quando se reconhece a tecnica como conhecimento considera-se+nmbema atividade produtiva comogeradora de umsaber espedfico e valoriza-se aexperiencic do trabalhador como base para a construcdo do conhecimento naquela area.Tecniccs sao conhecimentos processuais, uma dimensdode saber cuja natureza se definecomo seqUencia de cperccces orientadas para umafinalidade ou elabora~ao de umproduto. 0 saber e inerente aofazer, nao uma decorrencin dele. Tradicionalmente, noscurso de educccdo profissional as sessoes de ensino eram rigidamente organizadas emmomentos previos de"teoria" seguidos de momentos de "prdticc". 0 pcdrdo rfgido deexplicccdo (teoria) antes da execucdo (prOtica) era mantido comoalgo natural einquestiondvel, Proflssces que exigem muito uso dasmaos eram vistas como atividadesmecdniccs desprovidas de inteligencia. Os saberes dofczer sao tao oumais inteligentes edignos que os saberes do pensar.

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~Autores estdo most rando que 0 aprender fazendo, nao sistematizado, " forma"+robclhcdcres competentes e a " troca de exper ienctcs" integram comunidades de prdticoncs quais 0 saber "dis tr ibul do por todos" e leva 0 padrao da execucdo.Dessa forma, 0 uso do parad igma da aprend izagem corporati va fez senti do e e muito maisprodutiva que 0 discurso tecnicista que veio da academia. Para explicar 0 " aprender atr abalhar" a i de ia da forma~ao pro fi ss iona l no in te ri or do t raba lho e , port an to , umaprcposicdo mui to mais adequada, inovadora e ousada do que a sequencia das categor ias:primeiro a teoria, depois a prdricc.Por out re lado , hd uma res is tenci c no+dvel para se desve la r saberes pro fissiona is . Umadas rnzdes e a propria natureza desse saber fazer entendido como um tipo deintel igencia que dispensa 0 discurso como forma organizat iva e comunicat iva do saber .Profiss ionais com nlvel de maest ria ou per lc ia nao conseguem verbalizar, com clareza,todo 0 seu conhecimento tecnico. Preferem mostrar 0 que sabem em oficinas ou atelies,por isso, 0 esforco para 0 r eg is tr o, o rgan iza~oo e cria~ao de uma rede, uma te iacomunicativa do saber e fundamental.

    A empresa como espcco de ens i na e aprendizagemAs empresos tem investi do noc tuohzccdo de seus func iondrios, naexpecta tiva de queeste esforco contr ibua para melhorar os negoci os . A forma!; oo de seus quadros passou aser , nesses ult imos anos, uma atividade central nas organiza~oes que buscam 0conhecimento para alavancar 0 seu desenvolvimento. No entanto, raramente se percebeque um dos conhecimentos mais impor tantes e aque le que estd sendo construldo pel osseus col aboradores noexerc fci o cot id iano de suas fun~oes , e aquele que esrdconcent rado na propr ia empresa. A empresa contrata especialistas, adqui re tecnologias,desenvolve prdticcs de gestao, inaugura centros de informa~ao, organiza banco de dados,incentiva inova~oes. Vai .ccumulcndc. aos poucos, informa~oes e exper ienclcs que secomplementadas com recursos pedagogicos doo a empresa a condi! ;ao de "espcco deensino e aprendizagem ".Cri ando ccndl cces para iden tif icar, r eg is tr ar , o rgan izar e d if undir esse conhecimento , aorgan iza~ao estord dando uma enorme contr -ibuicdo para 0 aprimoramento da forma!;aOprofissional.Convenciona-se que a escola e 0 lugar onde se ensina e a empresa e onde se produz bens,p rodu tos e services . Neste ponto de vi sta , 0 conhecimento ser ia const ruldo na escolaenquanto que caberia a empresa somente 0 aprimoramento de competencies destinadas aprcducdo. Es ta e uma v isdo acanhada e res tr it iva de fo rma~ao pro fissiona l que nao

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~reconhece e nao explora 0 potencial educativo de uma organiza!;aoenquanto espccoprivilegiado de ensino e aprendizagem.o conceito de competenciaNuma sociedade em que 0 conhecimento transforma-se no principal capital daspessoas,grupos ou institui!;oes, nemsempre conceitos e valores saopercebidos da mesmaformanos esferas empresarial e educacional. Por exemplo: a ldeln de qualidade naempresa estaoliade Q satisfa!;ao do cliente, nao significa 0 mesmo que naescola onde qualidade secssccic a no!;GOde protagonismo e cidadania.Dessamesma forma, nosetor produtivo a palavra cempetenclc e acompanhada de:ompeti~ao, disputa de mercado, e e entendida comoa capacidade detransformar umatecnologia em um produto suficientemente atraente para os consumidores.i\JO contexto educacional, a idelo de competencic e muito maisamplae fecunda, ascompetencies sao associadas a a~oese procedimentos queutilizamos para manipularobjetos e equipamentos, controlar situa~oes, estabelecer ligac;oesentre fenomenos econstruir relac;oes entre pessoas.Neste cendrIo. a proposta pedag6gica Formare apresenta umaestrutura curricularcorr.posta de conteddos integrados: um conjunto de disciplinas de formac;ao geral (NucleoComum+ Atividades de Integrac;ao) e umconjunto de disciplinas de formac;ao espedfica.Dessa forma, 0 curso Formare pretende ser uma escola que oferece ce jovem umaprepara~ao para a vida. E,portanto, propoe-se a desenvolver nos alunos naos6competencias tecnicas, mas tambem comperencics que Ihes possibilitem estabelecerrelac;oes harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, isto e, noambito familiar, sociale profissional, e que ostornem capazes de planejar suas metas e buscar as condicdespara reclizd-lcs.A proposta curricular tem a intenc;aode fortalecer, clem das competencies tecnicas,outras habilidades:

    1) Comunicabilidade - capacidade de expressdo (oral e escrita) de conceitos,ideios e emoc;oesde forma clara, coerente e adequadaao contexte;2) Trabalho em Equipe- capacidade de levar 0 seu grupo a atingir osobjetivospropostos;

    3) Solu~ao de problemas - capacidade de analisar situa!;oes, relacionarinformac;oes e resolver problemas;

    4) Visao de Futuro - capacidade de planejar, prever possibilidades ealternativas;

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    Curso I - Forrnccdo de Educadores FO~5) C id a da n ia - capacidade de defender direitos de interesse coletivo.

    Cadacompetencic e composta por umconjunto de habilidades que serao desenvolvidascom os alunos, durante todo 0 curso, por meio das disciplinas.

    1) A comunicabilidade e composta por:a) Domfniode leitura e escrita;b) Auto conficncc - reconhecer que e capaz de aprender, decidir,expressar sua opiniao, produzir;

    c) Expressdo oral e corporal adequada ao ambiente;d) Curiosidade - estar atento 00 seuentorno, busca de informa~oesemjornal, revista, internet, "saberes" dos maisexperientes etc.

    2) Trabalho emEquipea) Facilidade para se relacionar;b) Saber ouvir, prestar aten~ao nooutre:c) Facilidade para gerenciar conflitos, propor media~ao;d) Coordena~aode grupos de trabalho;e) Determinccdc. perslstenclc. nao desistir 00 primeiro obsrdculo:

    3) Solu~aode problemasa) Buscade alternativas, outras possibilidades;b) Criatividade - propor inova~ao, romper 0 pcdrdo:c) Flexibilidade - capacidade de seadaptor a situa~oes novas,abertura a inova~ao;

    d) Desenvolvimento do raciodnio logico, "aprender a pensar";e) Aten~ao e ccncentrccdo para analisar, relacionar, produzir.

    4) Visco deFuturoa) Analise criteriosa dasitua~co;b) Sfntese;c) Elabora~aode propcsrtos, metas, pianosde a~ao;d) Interesse emaprender por toda a vida;e) Atitude empreendedora, ter iniciativa, ser pro-ativo, fazeracontecer, realizar.

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    Curso I - Forma.;ao de Educadores FO~5) Cidadania

    a) Percepcdo de si, acreditar nopropria capacidade;b) Conhecer seus direitos e deveres;c) Divulgar informa~oes, participar de atividades de interessecoletivo.

    Para finalizar, ao integrar 0 ser, 0 pensar e a fazer, ascursos Formare ajudam a aluno adesenvolver ccmpe+encics para umbom desempenho profissional e, acima de tudo, a darsentido a suapropria vida. E dessa forma que essejovem terd melhores condi~oes paraassumir uma postura etica, colaborativa e empreendedora emambientes instdveis como0de hoje, sujeitos a constantes transforma~oes.

    Suporte bibliogrdfico: Jarbas Novelino Barato, "Educa~ao Profissional: saberes do ocioausaberes do trabalho?" Editora SENAC, Sao Paulo,2004

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    Curso I - Forma~aode Educadores FO~

    Algumas caracteristicas do Projeto FORMARE

    Hist6ricoA Iochpe-Maxion S.A. criou suas primeiras escolas tecnicas em 1988, no Rio Grande doSui e emSaoPaulo,com 0 objetivo de oferecer oportunidade de forma~ao profissional ede inser~ao social para jovens entre 15 e 17 anos, proven ientes de faml lias de baixarenda residentes em comunidades vizinhas O s suas unidades fabris. Por ser uma empresacom atua~ao nas areas de engenharia, manufatura e venda de produto automotivos paraveiculos leves e pesados, passoua desenvolver cursos de Mecanica Geral Automotiva eMeconica Industrial, encaminhando seus alunos ao mercado de trabalho e acompanhando-os por umperlodo adicional de dois anos.

    Em 1995, a Funda~aoIochpe - brace social do Grupo Iochpe-Maxion responsdvel pelosprojetos nas areas de educccdo, cultura e bem-estar social- assumiu a coordenccdc das .escolas tecnicas, tendo como desaf io 0 cperfeicocmento dos cursos oferec idos eamplja~ao do projeto, em ambito nacional. As escolas passaram, enrdo. a ser identificadascomo FORMARE e ganharam uma logomarca propria claramente associada a missao dedesenvolver as potencial idades dos jovens para integra- los a sociedade comoprofissionais e cidcddos.o Cent ro Federal de Educccco Tecnolcq icc do Parana, CEFETI P R - um centro deexcelencic em educccdo tecnoloqicc no pols, vinculado ao Ministerio da Educac;aoe doDespor to, e a par ti r de 2005 se tornou Un ivers idade Tecnologicc Federal do ParanaUTFPR - e insti tuic;ao parcei ra da Fundac;ao Iochpe na estruturccdo e supervisdopedagogica dos programas curriculares, na produc;ao dos materiais pedagogicos e naavaliac;aodos resultados. Os alunos aprovados pelas escolas FORMARE no Brasil recebemcertificados conferidos pelo MEC,crrcves da UTFPR e os da Argentina do Ministerio doTrabalho e Produc;ao da provIncia de Cordoba. Juntas, as FORMARE ja prepararam eencaminharam ao mercado de trabalho mais de 4000 profissionais cidcddos, oferecendo-Ihes nao apenas forma~ao para 0 trabalho, mas tambem ensinamentos fundamentais sobrerelac;oes humanas e cidadania, emccnsondncic com os prindpios do Estatuto da Crian(;a e

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~do Adolescente. Cerca de 8 5 ' Y o desses jovens empregaram-se em pequenas, medias egrandes empresas e muitos, inclusive, prosseguiram seus estudos ate 0 nlvel superior.Emmaio de 1999, a Funda~co Iochpe assinou convenio de tres anos com 0 Ministerio daEducccdo visando a consolidccdo pedagogica e a dissemina9ao das Escolas Formare emoutras unidades fabris, c+rcves do Programa de Expcnsdo Profissional -PROEP,em a~aoconjunta aoFAT - Fundo de Amparo aoTrabalhador e ao BID -Banco Interamericano deDesenvolvimento. Neste mesmo ano, as Formare receberam a chancela da UNESCO -Brasil e foram premiadas pela ADVE - Associocdo dos Dirigentes de Vendas e Marketingdo Brasil com 0 TOP Social 99 e em 2004 recebeu 0 Premio Eco, na categoria educccdo.oferecido pela AMCHAM - camara de Comercio Americana.

    CursosCadaEmpresa tem autonomia para def in ir a terminalidade do curso que desenvolve, deacordo com as necessidades da comunidade local e as caracterfst icas do mercado detrabalho.Com dura~ao de um ana cerca de 800 horas-aula -, os cursos enfat izam a forma~aoabrangente, em aulas ministradas por educadores volunrdrics. funcicndrios das EmpresasMantenedoras ou integrantes da Comunidade. Para esses educadores, fazer parte daescola FORMARE representa a possibilidade de exercer a cidadania, colocar emprdticc asolidariedade e melhor integrar-se ao proprio meio, como agentes transformadores deuma realidade.As Escolas FORMARE oferecem atnda um Programa de Apoio para suprir necessidadesbdsiccs do estudante e estimular seu rend imento escolar . Ent re os benef fc ios estdobolsas de estudos, alimenta~ao, transporte, cssistencic medica e psicolcqicc, uniforme emateria l escolar para a Formare. 0 programa tambem proporciona acompanhamentofamil iar e 0 apoio de IIAmigosll - voluntdr-ios da Companhiaque assistem sistematicamenteo aluno emseu desenvolvimento pessoal e escolar, especialmente quando nao hd respaldofamiliar.

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~

    MetodologiaEmsintonia com 0 pensamento de especialistas em educocdc tecnologica contempordneos.a metodologia FORMARE procura superar a no~ao de ensino tecnico como mere"treinamento", ou "adestramento". 0 que se propoe e uma visao tecnoldqicc abrangente,em que 0 aluno e est imulado a ir clern dos aspectos tecnicos de um oflcio, passando aestudar 0 contexte histcrico do desenvolvimento humano, a evclucdo das diversastecnicas, seus usos posslveis. e conseqdencics que provcccm no meio ambiente e .nocomportamento da sociedade globalizada.A escola FORMARE busca a ccpccitccdc do aluno com base em conteiidos escolares quepodem instrumentclizd-lo para trabalhar num ambiente em constante transforma~ao eevolucdo. Isso nao significa fazer uma revisdo do que e estudado na escola, mas dar umsignificado maior para mcterics fundamentais como a Matematica, 0 Calculo Aplicado, aFisicc , entre out ras. Em fun~ao das exigenc ias das novas re la~oes de trabalho e dastecnologias industriais que tomaram obsoletas as l inhas de montagem nas quais 0trabalhador era umsimples executor de tarefas repetitivas, sem quclouer. envolvimentocom 0 processo global, a FORMARE prioriza 0 desenvolvimento de caracterlsticasessenciais para um bom desempenho profissional no mundode hoje: multifuncionalidade,flexibilidade, comunicabilidade, responsabilidade e criatividade. Desta forma, 0 futurot rabalhador te rr i melhores condi~oes de _assumir uma postura prd-ctivc em suacomunidade.Para que seja posslvel desenvolver, de forma equilibrada, as habilidades: pSicomotora,cognitiva e afetiva, sem a tradicional segmenta~ao entre 0 pensar eo- executar, entreteoria e prdtico. as salas de aula propostas sao.ccmo "labcrctcrlcs". ouseja, construldascom caracterlsti cas de ambiente de trcbclho, onde a prdticc experimental possaimplementar a teoria, de forma integrada. Assim, 0 educando pode vivenciar situa~oesque favorecem sua forma~ao profissional. A sala de aula, configurada como "lcborctdrlc".possibilita a experimentccdo dos processos - em menor prcpcrcdo e menor intensidade -da mesma forma que acontecem na realidade.A proposta curricular desenvolvida para cadaumdos cursos e fruto dessa metodologia evisa promover 0 cidadao produtivo. Para tanto, esrd divid ido em Nucleo Comum, com

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    Curso r -Forma~ao de Educadores FO~disciplinas comuns a todas as Escolas, e umNucleo Especifico. com disciplinas dedicadasa forma~ao nos areas tecnicas espedficas, incluindo 0 estagio remunerado perfazendourntotal de aproximadamente 800 horas/aula.

    AvaliQ~aoo curso e organizado em tres niveis: Bdsico, Irrter-rnedidr-io e Avcnccdo, cada um com 11semanas de dura~ao. Ao longo de coda nlvel , os educadores voluntdr ics aval iam acondi~oes dos alunos, verificando se os objetivos foram olccnccdos e pr-ovidenctondo umarecuperccdo paralela, quando necessdrio, para garantir 0 sucesso de todos a alunos. 0Niicleo Comum e composto das seguintes disciplinas: Comunica~ao, Relacionamento,Fundomenta~ao Namericc. Informatica, Higiene, Saude e Seguran~a, Organiza~aoIndustr ia l e Comercial; o lem das atividades de integra~ao opcionais como Educa~aoFisico, Artes, Musica, Horticultura, Teatro etc.As avol ia~oes, que englobam exerdcios e tarefas, buscam ver ificar 0 nlvel deenvolvimento, a qual idade e a prec isdo no desempenho de cada aluno. Em todos osmementos, mesmo em aval ia~oes mais tradicionais como provas de ver ifica~ao deconhecimento, os educadores sao orientados a privilegiar a cssimilocdo, a utiliza~ao dosconhecimentos e nao a simples memortzocdc de dodos e procedimentos. 0 que importa eobserver naoapenas 0 que 0 alunoaprende, mas como ele usa0 que consegue aprender.Implementa~aoEmtermos gerais, a implemenrccdo do metodologia FORMARE se da ctrcves de quatropilares bdsicos:

    1. ctencdo 00 educando, de forma a promover seu desenvolvimento como profissional ecidadao integrado 00meio emque vive:2. ctencdo 00 educador que, recrutado junto ao corpo funcional da empreso mantenedora,porticipa do curse de "Ambientacdo do Educador Votuntdrio". com dura~ao de 16horas/aula, e conhece a filosofia FORMARE, pedagogia, planejamento de ensino, meios deensino e cvc liccdo daaprendizagem e, em especial , pe rcebe suaresponsab il idade e

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    CurSoI - Forma~ao de Educadores FO~necessidade de adapta~ao a umprocesso educacional dlndmlco e interdisciplinar;3. aten~ao ao espcco f isico, que deve ser preparado de modo a possibili tar a integra~aodo fazer e do pensar nas atividades previstas no planejamento curricular, paraproporcionar ao educando umprimeiro contato com 0 mundo do trabalho, com a vivenciade situa~oes que fcvoreccm sua fcrmccdc profissional;4. preocupccdo com a inser~ao dos alunos egressos no mercado de trabalho, realizando-seesforcos para efetivar sua primeira colocccdo profissional, com a oferta deacompanhamento e crientccdo no perlodo inicial.

    QUAIS AS MOTIVACOES DO VOLUNTARIOPrograma Voluntarios Conselho da Comunidade Solidaria1

    Ao falar da f ilosof ia da a~aovoluntdria surge uma pergunta simples mas bdsico: 0 queleva uma pessoa a ser voluntaria? Ao desenhar uma resposta e posslvel associar essapergunta apenasa umapalavra: solidariedade.Ao analisar a natureza humanedescobre-se nasolidariedade a capacidadeinata de agirem beneffcio dos outros.

    Essa capacidade traduz-se em: grandes doses de respeito, capacidade paraviver no presente, valorizafao da propria liberdade e da liberdade alheia,rentincia as aspirafoes egofstas, forfa diante dos riscos e vontade decompartilhar exitos.

    Desse ponto de vista, a motiva~ao surge no voluntariado como genufna aspirafaohumana.

    I Manual Fortalecendo 0 Voluntariado no Brasil, Modulo Filosofia do Voluntaria14

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    Curso I - Forrnccdo de Educadores FO~Por issoe dif lcil def in ir e esgotar asmotiva~oes que podem levar uma pessoaa exercer asua so!idariedade ctrnves de uma a~ao voluntdrio, a voluntariado deve ser entendidocomo oma atitude devida expressa mediante umservice aoproximo, sem fins lucrativos,baseado nasolidariedade e desenvolvida como compromisso.E irnposslvel resumir as mul+iplcs nuances de seu desempenho cotidiano, os valores quecomuntcn. a sua enorme influencia na sustentabilidade da democracia, a quase infinitavariedade de seus camposde a~aoe, sobretudo, 0 impacto profundo, a transforma~ao queopera naqueles quea praticam.o voluntariado sustenta boa parte da sociedade, principalmente aquela que congregaa maioria dos necessitados, atraves de uma visao de esperanca, um verdadeiro"lastro etico" em tempos de individualismo e medo.

    Exercer 0 voluntariado e uma escola de vida, uma materializa~ao da sensibilidade e umaexcelente alternativa para motivar jovens e adolescentes a ummaior compromisso coma comunidade. E umcampofertil para desenvolver osanseios e valores que brotam nessaetapa da vida do individuo: solidariedade, justifa e a percepfao de fazer parte deuma comanidade.o voluntdrjo estd disposto a dar mediante a sua livre decisdo 0 melhor de si mesmo. 0que de termina e inf luencia uma pessoa na decisdo de doar seu tempo e energia, saoforces internas, conhecidas como forfas motivacionais. As mais comuns sao:

    '' 0 meu dever ajudar" - " E preciso fazer alguma coisa" - ''Eles gostam eprecisam de mtm" - ' 'So terao ixito se eu os ajudar" - li E preciso divulgar 0trabalho desta entidade e eu quero contribuir para isso" - ''Desejo exploraressa area para ver se me agrada" - ''Podeser divertido e interessante".

    Cadauma destas ideios e diferente e originada por diferentes forces.E impossfvel deixar de salientar que alguns voluntdrios enfat izam as possibilidades decuto-reclizocdo ctroves do voluntariado, enquanto outros dao maior impor-t fincic aoservice, aodever e a retrtbuicdo pelos beneffcios recebidos.

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    CursoI - Formccdo de Educadores FO~Dutra importante caracterlstica sustenta-se na identif ica;ifo dos voluntt irios com a suacomunidade, suas atividades sociais e necessidades mais significativas que pcderdoconhecer ctrcves do proprio trabalho vclunrdrtc.a criterio do significado social e a relevancia da comunidade soo umfator importantepara a selecdo de sua atividade vclun tdr to ,Outros se orientam principalmente pelo significado interpessoal e a participa~ao dentrodo grupo. Nesse casoa decisdo de realizar umtrabalho voluntdr-io dependerri em grande-parte do imagem das pessoas comquem 0 interessado deverd desenvolver 0 seu trabalho,do t ipo deapoio interpessoal que ira receber e dosignif icado que tal atividade rerd paraosseus amigos, a sua famil ia e para 0 grupo do qual faz parte, ja que seu mundo e muitoconcreto e interpessoal.Motivando 0 voluntarioUmfator de grande.motiva~ao para os.voluntdrlos e 0 fatode poder intervir. na solu;ifoou na busca de solu;Oes de problemas e na tomada de decisdes importantes.Para encontrar umlugar adequado a umvoluntdr.o que deseja trabalhar deve-se conciliara t ipo de t rabalho para 0 qual estt i ap to com seus in teresses e necess idades.Para incrementar a motiva~ao e importante que 0 volunrdrtc perceba que ctroves de seutrabalho terti a oportunidade de aprender, crescer e contribuir para melhorar ealiviar os problemas sociais.o compromisso entre os voluntdr- ios e a organiza~ao deve ser flexfvel em rela~ao aograu de par ticipa~ao a ser estabelecido quanto ao tempo, energia e interesses dosvclunrdrios.

    Programa Voluntarios16

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    Curso I - Formccfo de Educadores FO~No dia 18 de feverei ro de 1998, 0 Presidente da Republica sancionou a Lei nO9.608 queregulamenta 0 trabalho voluntdr to,A Lei s ign ifica a el imina~ao de grandes obsrdculos a mobiliza~ao e engajamento devoluntdrios queafetavam as organiza~oes semfins lucrativos.

    LEI n 9.608, de 18 de FEVEREIRO DE 1998Dispoe sobre .J service voluntdrlo e da outras providenclcs.

    o PRESIDENTE DA REPUBUCAFcco saber que 0 Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1~ Considera-se service voluntdrtc. para fins desta Lei, a atividade nao remunerada,prestada por pessoc ffsica a entidade publica de qualquer natureza ou institui~ao privadade fins nao lucrctivos, que tenha objetivos dvicos, culturais, educacionais, cientfficos,recreativos ou de cssis+Sncic social, inclusive, mutualidade.

    Paragrafo unico. 0 service vclunrdrto nao gera vinculo empregaticio na obriga~ao denatureza trabalhista, previdenckirtc ou cfim,Art. 2. 0 service vclunrdr to sera exercido mediante a celebrccdc de termo de cdesdoent re a en tidade, publ ica ou pr ivada, e 0 prestador do service voluntdric. deledevendo constar 0 objeto e as condicdes doseu exerdcio.

    Art. 3. 0 prestador do service vohrntdrio poderd ser ressarcido pelas despesas quecomprovadamente realizar no desempenho dasatividades vcluntdrics.

    Paragrafo unico. As despesas a serem ressarc idas deverdo esta r expressamenteautorizadas pela entidade a que foi prestado 0 service voluntdric.

    Art. 4. Esta Lei entre emvigor nadata de sua publicccdo.17

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    Curso I - Forma~aode Educadores FORA\ARE

    A r t. 5 . Re vo g am - se a s disposi~oes em contrdr-io.

    B ra sil ia , 1 8 d e f ev er eir o d e 1 99 8;1 77 d a I nd ep en de nc ia e 1 10 d a R ep ub lic a

    (Publicado no Diario da Uniao, de 19/02/98)

    F ER NA ND O H EN RIQ UE C AR DO SO

    PAULO PA IVA

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    Curse I - Forma

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    FO~_:urso I - Forma~aode Educadores

    A:RAN!N,AQ Pl'77E?~ t:7C 01-A JJAOE L..UG:Af: P~AE%A$ col$AS 1

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~,A ADOLESCENCIA E OS ADOLESCENTES2

    Desenvolvimento e autoconhecimento...A cdolescencic e uma epoca de enormes mudcncos flsiccs, caracterizada pelo aumentonoaltura e nopeso do corpo, pelo amadurecimento de caracterlsticas sexuais principais epela aquisi~ao das opera~oes mentais formais. Conforme essas mudancos ocorrem, osadoiescentes tornam-se bastante conscientes disso e tem que se ajustarpSicologicamente a elas em rela~ao a si proprios e lI S varia~oes de desenvolvimento queocorrem em seu grupo adolescente. Hd uma grande preocupccdo entre os adolescentessobre como se enquadrar no comportamento comum enos esteredt ipos flsicos. Elesrcmbem se comparam aos outros adolescentes, os quais podem estar au naoamadurecendo na mesmapropcrcdc. Alem disso, as mudcnccs no escola trazem mudonccsno grupo, tornando as comporccces sociais ainda mais complexas.Assim como 0 amadurecimento fisico, 0 grau de amadurecimento intelectual varia entreos adolescentes. as adolescentes expandem suas op~oes conceituais de preocupccoesconcretas operacionais com 0 aqui e 0 ago r a para aspectos hipctet iccs, futuros eespacialmente remotos do pensamento. As mudenccs conceituais ocorrem a medida que asalunos assimilam conhecimentos sobre fenomenos novos e que as ideins elementares saosubstitufdas par no~oes mais previsfveis, abstratas au consistentes. Enquanto os jovensnessa faixa etdric. possuem muita energia e. as vezes, perfodos curtos de concenrrccdo.tombem estdo cada vez mais aptos a concentrar a ctencdo par longosperfodos em rcptccsque as interessam .

    Identidade e valoresDevido ao fato de os adolescentes estarem noque Ihes parece uma rup tura entre ainfoncia e a fase adulta, a afilia~ao e a identidade tornam-se preocupccses dedestaque . as sistemas de valores dos adolescentes deixam de ser em grande par te,definidos pelas valores dos pais, para tornarem-se mais influencidvels pelos valores de

    2 Extraido de: Hargreaves, Andy e outros. Educacao para mudanca: Recriando a escolapara adolescentes. Porto Alegre / RS: Artmed 2001

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~seus pares. Portanto, a cdolescenclo e caracterizada por uma grande enfase nas amizadesde grupo, assim como pela necessidade dessaamizade.. ..Os adolescentes tornam-se cada vez mais dependentes da condi~ao de membros dogrupo. t ies desenvolvem maior interesse por membros do sexo oposto e, com eles,relacior.amentos mais proxlmcs. Envolvem-se em umgrande rnimero de atividades que oscuxilicrr, a estabelecer umsentimento de individualidade e identidade pessoal....05 adolescentes, nessafase de seudesenvolvimento, estao desenvolvendo seus papeis evalores, explorando suas identidades e identificando futuras aspira~oes. as cdclescenresbuscam sua ident idade estabelecendo quem sao, seu lugar no grupo e sua posi~ao r bsociedade. !;... As escolcs podem exacerbar 0 sentimento de al iena~ao dos adolescentes. Aoproporcionar ambientes estruturados anonimos, que enfatizam resultados cognitivos emvez de identificar necessidades flsicos e emocionais as escolas de ensino medio, emgeral, promovem e reforcom exatamente 0 sentimento de impotencia e isolamento a-queos adolescentes ja estdo inclinados. Por modos implkitos, mas rfgidos, uma institui~aoburccrdricc e impessoal acarreta falta de aten~ao - 0 afeto que tantos alunos desejam.

    A condi~Qo de membrodo grupoA filia~ao ao grupo e uma das principais preccupccdes da primeira fase da cdolescenclcTodas as outras ouestoes tornam-se secunddrics na busca do adolescente por fazerpar te de um grupo e por ser acei to ent re amigos da mesma idade, do mesmo sexo e dosexo oposto. As necessidades pessoais e soc iais sao par ticularmente fo rtes para osadolescentes na fase inicial. AS alunos, nesse perfodo, precisam de cuxilio para constituirsua auto-estima e para ter valorizado 0 seu sentimento de cceirccdo em umgrupo. Elesprecisam de umsentimento de utilidade social e orienta~ao para fazer escolhas com bcmsenso , espec ialmente sobre dec isoes impor tantes na vida. A lealdade ao grupo e aimportanc ia de um autoconcei to posi tt vo surgem repetidamente na l iteratura comocaracterfsticas centrais de desenvolvimento social dos adolescentes. a estabelecimentode liga~oes sociais com0 grupo influencia sobremaneira 0 sentimento de auto-estima e 0desenvolvimento de habilidades sociais nos adolescentes.

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~...0 grupo pode fornecer ao adolescente uma fonte importante de segurnnco. aten!;ao edignidade em ummundo e emescolas que podem freqUentemente parecer-Ihes anonimoscomplexos, naoatenciosos e debilitantes.Um instituto educacional americano descreve assim os adolescentes:Confusos com as prcprics duvidcs: aborrecidos com 0 esquecimento; dependentes demodismos extremos; preocupados com 0 status no grupo; perturbados pelodesenvolvimento flsico: excitados por impulsos f isio logicos, est imulados pela mldia dacomunicccdo em massa; confortados por fantasias; irritados pelas restri!;oes;sobrecarregados com energia sem proposito; entediados pela rot ina; irr itados com asconveniencins sociais veneradas por "esper+os'': isolados de responsabilidades; rotuladoscomo delinqUentes; obcecados pela autonomia pessoal, mas destinados a anos de de-pendencia econdmlcc. os adolescentes passam por um perlodo crItico e geralmenteturbulento de suas vidas. '- ,_A necessidade de apoio

    ...Os adolescentes sao comoumaimagemde sua sociedade noespelho, refletindo todos osseus problemas (por exemplo, dificuldades de aprendizagem, abuso, pobreza, racismo).Eles tcrnbem vivenciam uma preocupccdo autentica sobre 0 que 0 futuro terti a Ihesoferecer e sobre 0 seu lugar nesse futuro. Conforme eles enfrentam 0 que para eles esua pr ime ira "cr ise de identidade" de destaque, os jovens prec isam de informa~oesclaras, orienta!;co e apoio extensivo, para que possam desenvolver um auto-conceitopos it ivo. adap tar -se as profundos mudcnccs pessoais e adquiri r habi lidades que ostornem capacitados, independentes e crlticos para ocupar 0 seu espcco na comunidademais ampla.Crise Psicosocial

    A medida que os adolescentes se debatem e ajustam-se pSicologicamente a todas asmudcnccs acontecendo na vida deles, e inevitdvel que enfrentem conflitos e incoerenciasent re as diversas ident idades e os diversos valores a eles disponlve is . As solu~oesnegativas para esses conflitos podem deixar os cdolescentes com umsentimento comumde aliena~aoouestranhamento: dos pais, amigos e dasociedade emgeral. .Uma das maiores fontes de aliena!;ao e a explorccdc eccndrnicc de cdolescentes. Elesgeralmente sao tratados comoummercado de consumo, uma fonte de trabalh~ barata e

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    CUfSO I - Forma~ao de Educadores FO~como capital humano. 0 material ismo tem uma inf luencia que se alastra nos valores dosadolescentes. Eles costumam adotar modas de consumoouestilos de vida aos quais estaoexpostos. Tipos especificos de roupa oumdsicc, por exemplo, lhes fornecem umsentidode identidade e ajuda-os a compensar seusentimento de aliena~ao.Nesta fase os professores tem umpapel extremamente importante, uma vez que podemproporcionar cos jovens apoio moral , emocional e intelectua l, assim comoj modelospositivos para seus estudantes.

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~

    A NOSSA OUTRA JUVENTUDE3

    A S jovens sao 0 resultado do ambiente econdmlco,social e cultural do seu tempo e dasrelccces pessoais e sociais que estabelecem nessafase da vida.Como essas rela~oes variam muito de uma clcsse social para outra, e mcis correto falarde juventudes do que de juventude, como se fosse uma realidade unica. No Brasil, paisconhecido e reconhecido como uma sociedade de imensas desigualdades econdmlccs esociais, isso e mais do que evidente. Temos entre nos jovens vivendo e convivendo emuniversos eccndmicos. sociais e culturais tao distintos, que seria imposslvel entende-lose atuar junto deles de forma homogenea.Uma parte dos nossos jovens vive como se, fossem habitantes dos palses centra is docapital ismo (Primeiro Mundo) e outra parte (as juventudes populares urbanas e rurais)vive uma realidade marcada pela pobreza, pela ignoroncia, pela omlssdo e brutalidade dorestante da sociedade e do Estado. Tal situa~ao gera formas muito distintas de.ver. deviver, de conviver e. sobretudo, de consumir.As culturas juvenis, cada vez mais freqUentes, sao a expressdo objetiva dessadiversidade. Os meios de comunicccdo e a publicidade universalizam 0 desejo de consumo,mas a situa~ao economico-social de cada grupo determina as condi~oes de acesso aosbens e services que caracterizam 0 significado e 0 sent ido de ser jovem. Isso faz comque distintos agrupamentos criem espccos onde possamrelacionar-se como iguais entresi. E nesses espocos que eles comparti lham determinadas visoes de si mesmos e domundo.as cvancos lega is em favor da infonc ia e da juventude que, a par ti r da Cotist itui~ao de1988, foram conquistados por segmentos comprometidos com essa causa nao bastarampara colocar fim a nossa secular cultura de apartaciio": as mecanismos de. base,geradores dessa situa~ao, comoa concentrccdo da renda e das oportunidades, continuam3 Extrcldc de Costa, Antonio Carlos Gomes da: Protagonismo Juvenil: ad6lescencia. educacao e participacao _democrdtico. Salvador, BA:Fundccdo Odebrecht, 20004 Cultura de cpcrrccdc - Cultura que separa individuos comniveis socloecondmicos diferentes . .

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    Curso I - Formccdo de Educcdores FORA\AREem pleno funcionamento. Por outro lado, ainda estd longe, muito longe, de ser instauradade forma def in it iva naconsclenclo social de nossaelite a visao dequecadajovem tem umpotenc ial e de quedesenvc lve- Io e um dever e um direi to seu, para 0 que necessita deoportunidades.No quadro geral da crise brasileira, cresce e ganha importoncia 0 amplo contingente dejovens oriundos das periferias das grandes cidades, que constituem a juventude popularurbana. Sao pessoasem condicces peculiares de desenvolvimento flsico. pslquicc e social.Subs is tem, no entan to, em situa~ao de pr iva~ao em rela~ao a bens e services comohabitncdo, climentccdo, educccdo. emprego, sctide. transporte e lazer.Suas principais caracterlsticas:ingresso precoce nomercado de trabalho;rela~ao conflitiva coma educocdo formal;vivencia de todo tipo de priva~ao; proximidade de situa~oes de risco e de condutas diver-gentes;reduzida capacidade competitiva comjovens de outros segmentossociais; .""consrituicdo mais precoce de familia;dificuldade emobter moradia propria.E da fra~ao mais fragil e vulnerdvel (limite inferior) desse segmento que saem osadolescentes de rua, osjovens infratores e as meninas prostituldas.Os jovens dos setores populares urbanos vivenciam umprocesso de socicllzccdc bastantedistinto dos jovens das camadas media e alta. Vem de famll ias que muito cedo requeremsua participa~ao nas estrategias de sobrevivencio. Tem coma escola uma rela~ao marcadapela dificuldade de nela permanecer e ter sucesso.Por outro lado, esses jovens desenvolvem uma rede de vinculos muito estreita com seusamigos e colegas. Organizam-se em grupos de diversos tipos, os quais passama suprir osvazios deixados pela familia e pela escola emseu processo de construcdo da identidade ede desenvolvimento social e afetivo.A fami lia estri longe de ser 0 lar convencional da classe media: 0 espcco e reduzido, ascondicdes de privacidade sao quase inexistentes. A sobrevivencic material e umassunto

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    CursoI - Forma~ao de Educadores FO~daagenda detodos os dias. 0 chefe dacasa,emalguns casos, e a mae ouum homem quenao e 0 pai daquele jovem.A escola, apesar de sua incdequccdo ao que ha de espedfico na condicdo desses jovens,continua a ser um espcco pecul iar de sccicl izccdo para aqueles que nela conseguempermanecer por mais tempo.A par ti r da escola, da comunidade em que vivem ou do t rabalho que sao chamados arealizar para sobreviverem, esses jovens se organizam em grupos fortemente coesos.Essa forma de inser~ao e a sua resposta a determina~oo das condi~oes de vida, aos pro-cessos de exclusdo social, as carencias do lar e as def iciencias da educccdo escolar. Enesses grupos que eles expressam sua afetividade, constroem sua identidade edesenvolvem sua personalidade.Noo e raro que alguns desses grupos (nooa mclcrfo) desenvolvam condutas anomalas'emrela~ao a moralidade e a legalidade vigentes na sociedade. Sao condutas identificat6riasem rela~ao ao contexto ouem relaC;ao a si mesmos: picha~oes, destrui~ao deequipamentos piibllcos. exibicces de agressividade ou usoabusivo de dlcool e, a s vezes, deoutras drogas.Essa juventude noo pode continuar sendo ignorada ou lembrada apenas pelos mecanismosde cont role soc ia l do Estado (polkia e justice) , A pol it ico soc ial b rasi lei ra pode e deveter respostas a esses segmentos em termos de educacdo. prcfissicnclizccdo, cultura,espor+e e lazer. Pois, queiramos ou ndo, esses jovens sao hoje atores fundamentais navida das grandes e medias cidades brasileiras.Esses adolescentes, mais do que como parte dos problemas, devem ser vistos tombemcomo parte das solu~oes. Nesse seguimento da nossa juventude, as a~oes deprotagonismo juvenif sao mais que necessdrics. Elas representam uma forma construtivode socializa~ao e uma oportunidade real de desenvolver 0 seu potencial como pessoas,futuros profissionais e cidadoos.

    5 A~oes de protagonismo juvenil - a~oes nas quais osjovens sao osctores principais27

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~3. A INDISCIPUNA NOSSA DE CADA DIA 6

    Hora do recreio. Todos brincando, falando alto, jogando bola e, de repente, uma brigaenvolve vdrios alunos adolescentes. Tapas,socos, pcntcpes, sopapos.Em vez de promoveruma suspensdo colet iva, a diretora chama os alunos, ouve seus motivos, argumenta e+odos ent ram num acordo . Eles concordam em evitar br igas futuras. Ela sugere aoprofessor de educccdo ffsica tremd-los emesportescomo luta livre, boxe, tae kwon doetc.

    "Seric born que eles tivessem um espoco legltimo para soltar essa energia eagressividade, proprtcs da Idode". justifica ela para 0 professor. Ele topa a sugestao e acoloca em prdticc, as resultados sao excelentes. Diminuem as brigas, osalunos gostam danova atividade e 0 principal - sabem que tem na escola, na diretora enos professores,interlocutores comquem podem dialogar.Sorte, senso de oportunidade, cumplicidade coma bagun~a? Nao, apenas uma educadoraque resolveu entrar emsintonia com os alunose que vem tentando criar umambiente noqual se sintam seguros para se descobrir, aprender comose convive com os outros, seumundo e seu proprio valor perante a sociedade. Uma escola, enfim, que trabalha dentrode umprojeto pedagogicosolido, que nao sera colocado emperigo por uma briga ou casosde indisciplina isolados.as problemas disciplinares des+c escola, situada em um bairro da classe media baixa nazona leste de Sao Paulo,comoos damaioria das escolas, naose encerram com atitudes dadiretora. Trata-se deumaquestdoa ser acompanhada 0 tempo todo, estudada, compartilhada com pais, alunos e acomunidcde.

    6 Carvalho, Patricia, Revista Educat;ao n 36, maio 1997.28

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    Curs!)I - rorma~ao de Educadores FO~Este tipo de iniciat iva, que busca um acordo para que alunos, professores e eseolatrabalhem juntos dentro de normas consensuais, e umpassoe tanto para que 0 problemadisciplinar seja colocado emseu devido lugar."A disciplina nao e pre-requisite para 0 ensino, ela e resultado do processo educativo",eoneorda a pedagoga da Unesp Tereza Cristina Rego. Afinal, aoabrir mao de uma atitudecutcritdrtc. a diretora tornou os alunos seus aliados, ao mesmo tempo em que pudessemextravasar toda a energia e inquietude que marcam a cdolescenc!o.Na opiniao de Tereza, crlcnccs e jovens de hoje nao sao mais indisciplinados do que as dedez anosctrds. "0 que ocorre e que eles v ivem em mundo di ferente. Atualmente, elesestdo ligados a uma vida extra-escolar bastante desafiadora, com hdbiros diferentes dosdas gera~O'es anteriores." Crian~as que vivem uma realidade de mudoncos contlnuas,acesso privilegiado d informa~ao, velocidade e.competitividade: "E um tipo de vida rdpido, exci tante , t lpico de um f inal de' 'mi lenio,enquanto ha escolas que funcionam com um modele obsoleto, esperando que cricnccsfiquem enfileiradas, sentem-se comportadas em carteiras individuais e tenham a fig.urado professor comodetentor unico dosaber.o fato e que os tempos atuais pedem muitas mudonccs no processo pedagog ico e narelncdo professor-aluno", considera a pedagoga.Regras de t rabalho - E uma opiniao que encontra eco nas palavras da coordenadora deProjetos Espee iais da Seeretar ia da Educccdo do Estado de Sao Paulo, a psico loga,espec ial izada em psicologia escolar , Claudia Davis . "A esco la e um microcosmo dasociedade. Mas ela tombem pode, e deve, inf lu ir nesta sociedade", ressalta. Por isso, deaeordo com ela, e importante formar as regras junto com osalunos, as regras como vaotrabalhar. Podemos falar alto? Todos vao responder que podem. Ela argumenta, mas quaoalto? Ate chegarem a um acordo. Podemos f icar entrando e scindo da aula? Chega-se aumacordo de que ninguem precisa pedir para ir ao banheiro. Quem precisa, sai sem fazer.barulho e pronto, sem bater a porta. "Criar regras com a~quais cricnccs e jovens esrdcse eomprometendo e 0 ponto de partida de umtrabalho conjunto. Desta forma, torna-semuito mais diflcil romperem umeompromisso de que eles mesmosassumiram. E se nao foreumprido, pode-se cobrar uma posi~ao, pois eles concordorcm com as-regras", explicaClaudia. E um t ipo de at itude que nao pode ser impasta pelo Estado ou por mudonccseurrieulares, mas pela escola, pelo professor, dentro deprojetes pedagogicos especlficose voltados para as realidades de seus alunos. II Por isso, nao adiantaria a Secretaria daEducccdo baixar normas para resolver os problemas de indisdplina- ou pedagogicos. Seria

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    Curso I - Forrnccdo de Educadores FO~uma atitude de cima para bcixo, quando.sao.cs professores e as escolos, junto. com osalunes, pols e cemunidades, que sabem quaissuas necessidades", afirma a psic6lega.Ao ccntrdric de que muites professores podem pensar, negeciar, buscar nermas quesctisfcccm 0. celetive e que centemplem a rela~ae professcr-clunc naasignifica abrir maeda auteridade. Significa apenasabrir maeda auteridade. Significa apenasabrir mae deauteritarisme. Para Claudia, 0. professor s6 merece este nome se ele tiver alguem quediga "este e 0. meu professor". Aquele que tenha de seus alunos um olhor derecenhecimente +ambem precisa dizer: "Este e 0. meu clune". Sao.rela~oes, pcr+cnrc, no.entender dela, que s6 se ccnstroem na intera~ae. Um paralele desta situa~ae pede serrrcccdc quandose tem um chefe, per exemplo, em quem nae se reconhece as qualidadesda chefia, ou seja, experienctc. E 0. chefe fermalmente, mas nae tern a cdesdo de seussuberdinades. "AI es+da dlferencc entre 0. outoritdr-io eo autoridade", ressalta ela, paraquem 0. mais impertante, quando.se fala noquestdo do disciplina emsalade aula, e ter emmente qual a fun~ae secial do escela."0 popel da escela e fazer com que osalunes se aprepriem daqueles conteudos, que sao.tides como fundamentais para a construcdo do.cidcddo, fazende 00. mesmot.empe comquea cricncc desenvelva 0. que chamames de fun~oes psicolcgicos superieres - tedas asfun~oes cegnitivas (seria~ao, classifica~ae, deducdo, compcrccdo, observccdc. analise,slntese). Ela s6 pede fazer issc com baseem umconreudo". assegura. Entae, 0. conteudo e0. pensar nae se separam. E a forme de trabalhe sobre este conteiidc estd ligada 00. tipode pensamente que 0. alune vai desenvelver 00. lenge do sua vida. "Per isso". observa aindaClaudia Davis "sabemes que 0. popel central da escela e mais diffeil heje, perque estamesem uma seciedade que caminha acentuadamente para 0. individualisme, que vive umaprefunda crise de valeres e a escela nae pede se furtar de ensinar convivencic,cocperccdo, selidariedade, generesidade, ccmplccencic, amizade, respeite rmituo.valerizac;ae de cutro etc. E nae hd diddticc para ensinar valeres; 0. aprendizade se dd noforme como 0. professor se mestra, nosuaposture."Neste cendrlo. a quesrdo da indisciplina se terna cemplexa per ser multideterminada."Nae existe uma causa unico. Se entendermes a escela co .me uma micreestrutura doseciedade, ela esrd refletinde 0. que estames vivende, uma crise de valeres, uma confusdode pcpeis seciais.". Heje, as crIcnccs que frequentcm a escolc tem instrumentes como aInternet, antena parab6lica, video. teve, cemputaderes, e e precise que 0. professorrepense 0. seu popel, perque nae dd para dizer apenasque quem descebriu 0. Brasil foiPedro.Alvares Cabral... Os alunos vao.querer saber 0. que fazer corneste conhecimento. Eeste serio umtipe de indisciplina muito pesitiva, segundo.Claudia, a chamada indisciplina

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    Curso I - Forrnccdo de Educadores FO~cognitiva, que pede mais, que e curiosa. "Muitos professores nao estdo preparados paraser questionados, para debater, buscar novas interpretccdes. Ate porque perderam suapropria identidade como educadores, uma vez que a sociedade nao os valorize. 0professor tern de repensar 0 seu papel, a partir des necessidedes dos alunos, com 0objetivo maior de formar 0 cidcddo, "Para mim. como professora, nao ha reconhecimentomaior do que meu aluno ti rando um dez, most rando-se um cidadao completo, um serhumane consciente de seu papel social", afirma a psicdloqc.A~oespontuais- Quem trabalha nalinha de frente, diretamente com os alunos, concordacom esta tese. " 0 pro fessor esta preocupado em ensinar disc ipl ina ,sem nem saberexatamente 0 que e a disciplina, enquanto a escola nao tem objetivos daros de forma~aodos alunos. Por isso, as a~oes se tornam pontuais", diz Olga Santa, professora eorientadora educacional de uma escola de 2 grau. Dal, atitudes como se preocupar comumaluno mascando chiclete durante a aula, em vez de esdarecer logo de salda quais asregras com que iraQ trabalhar. E mesmo estabelecidas as regras, s6 a paciencia edisciplina do proprio professor ao cobrar 0 cumprimento destas e que vao determinar seurelacionamento comos alunos, ressalta a professora. "E bom nuncaesquecer que crioncose jovens estdo sempre buscando seus limites e exerci tam iss tanto nas rela~oesescolares, comocom ospaiS.Isto faz parte doprocesso. 0 papel do educador e fazer osalunos enxergarem quais os seusobjetivos e comochegar a eles", considera ela.Tanto para Olga como para Claudia, um professor em quem 0 aluno reccnhecccaracterlst icas de alguem mais experiente, mais sdbio. que esrd ali para transmitir seuconhecimento, geralmente nao tem problemas com obedlencio e disciplina. "Porque se 0pro fessor nao tem esse olhar de respei to do aluno, nao consegue a obedienc ic . 0 queseria obedlencic torna-se subjuga~ao. Muitos professores, por nao terem a ccmpe+Snclce exper lenc ic necessdr ics ,acabam sendo, ou tentando ser cutcr- itdr ics. mas semautoridade. Pior, perdem completamente 0 controle dos alunos", afirma Claudia.Ela conta 0 caso de uma escola que visitou durante uma pesquisa sobre 0 sistema deensino estadual, para exemplificar sua ideic. Ela e sua equipe estavam observando umacJassecom uma professora em inicio de carreira que pegou umaturma de cricncos de 12a14 anos consideradas prcblemdticcs. Tinham sido reunidas naquela dasse, dassificadacomo de cricnccs de QI baixo, de famllias desestruturadas, problemas de aprendizagemetc. Ela inicia sua aula pedindo que todos rezem. Depois, pede que todos agrade~am aospaiSque cuidam deles, a vov6, 00 vovo. Ou seja, se tinham famllias desestruturadas, comofalar dafamilia? Era umsinal de que nao t inha idein do mundo daquelas cr- icncos. que elamesma havia descrito. Na aula, ela ensinava um a um e 0 resto da classe fi cava

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    CUrSo I - Forma~ao de Educadores FO~desocupado, conversando, brincando, bcquncondo mesmo. Noo havia uma rot ina,aparentemente, nem atividade para os outros alunos. "E era uma aula na qual estavaensinando vogal e consoantes, como se atendesse a cricnccs analfabetas. Eles estavamclaramente entediados, sem nenhuminteresse. Emmeio a confusdo geral da dasse, doismeninos comeccrom a brigar. A professora gritou, separou os garotos, trouxe os doispara a f rente . E pergun tou para a c lasse 0 que deveria ser feito. Todos comeccrcm agritar "beijo, cbrccc, aperto de mao". A confusdo se tornou incontr-o ldvel. Ela acaboudeixando os dois garotos em uma siruccdo terrlvel. Qualquer umsabe que nesta idademeninos tem horror a tocar-se, a classe continuou nobcguncc e nadaficou resolvido. Porque? Porque ela nao tinha uma dire~oo pedagogica para crientd-lc. nao haviadiscussaoent re os professor-es. A professora se responsabi lizou por umo classe sem esta rpreparada para esta tarefa. A falta de projeto pedagogicoda escola rcmbem era visivel:nao e sensato, naopiniao do coordenadora, formar umo classe concentrando nela todos osproblemas. As causas da indisciplina naquela classe eram claras. Faltava um projeto aescola e competencic e preparo a professora. Os alunos apenas estavam respondendo aumasitua~ao, relembra.Harmonia conflitual - As solucces para 0 problema. do indisciplina,segundo a sociologc e ..doutora em educccdo. Aurea Guimaraes, passampela revisdo de algumas crenccs, comoade que a ordem so e posslvel por meio da homogeneiza~oo. Ela acredita que uma.dasgrandes dificuldades dos educadores e criar a possibilidade de uma a~ao colet iva, semeliminar a autonomia das pessoas e as suas diferenccs. Ou os professores apelam parauma atitude autoritaria, excluindo qualquer possibilidade de dissidencia ou "abandonam 0barco", deixando cricnccs e jovens sem nenhum referencial. Em qualquer das situa~oes,as regras nao sao nem impostas, nem incorporadas. 0 que se tem - afirma - e 0isolamento de todos e 0 desconhecimento dos limites que permitem 00 educodor negociarcom as forces que asseguram a vitalidade dos grupos, a harmonia confl itual que torna 0grupo coeso. Ou seja, tan to professores quanto alunos se enf raquecem e tem suasrelac;oes estremecidas em umcontrxir-io em que se buscaonular as diferenccs."Quando se pensano processo escolar, se pensano processo humano,que e 0 opropriar-sedo conhecimento, conhecer sua realidade. Para isto, e necessaria uma Intercede entreprofessores e alunos muito r ica, no qual 0 professor aprenda tcmbem. sempre. E umarela~ao viva", concorda Claudia. Enf im, a disciplina nas rela~oes so existe onde existe o .respeito mutuo,A grande quesrdc e que naoe facil e nem todos os professores conseguem este equillbrionas re lac;oes. Mui tos ainda perguntam por que tem de discut ir normas disc ipl inares

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~,quando antigamente estas normas jo eram dadas e conhecidas de todos, alunos eeducadores. "Simplesmente porque 0 mundo mudou e, principalmente, 0 olhar dos adultossobre a questdo da disciplina mudou.

    o que antes era facilmente cdminis+r-dvel ,agora e umproblema, porque a escola passouater umoutro lugar nas expectativas das pessoas, 0 que e bom", afirma 0 psicclogo JulioAquino, organizador do livro Indiscip/ina na esco/a: a/ternativas tedricas e prdticas.Segundo ele, a escola mudou, a clientela mudou e mudaram as teorias pedagogicas .quehoje pressupcem a energia das crioncos como parte do processo pedagogico ,mas 0padrao pedagogico com que se trabalha condiz mais com 0 de 30 anos ctrds. Dar 0conflito. Ou seja, se antes a energia dos alunos era contida por regras rrgidas epreviamente estipuladas, obedienclos sem dlscussoes. hoje essa energia e consideradaparte doprocesso, so nao sesabe comolidar com ela. "Essa energia que se concret iza naindisciplina e simplesmente uma energia que nao encontra ccncllzccdo na busccrdoconhecimento, e uma energia semobjetivo", lembrc Aquino.A questdo, portanto ,nao e discutir se os alunossao ou nao mais indisciplinados, inquietose falantes, mas como fazer para que a energia deles se ja aprovei tada no processo daeducccdo. "A mudcncc do endiabrado para 0 bom aluno ocorre por me io do professor -porque e ele quemdo 0 objet ivo e faz voltar a inquieta~ao natural para umalvo solido, 0da ob+encdo do conhecimento", salienta Aquino. De acordo com ele, 0 que a escolacontempordnec nao pode pedir e que a cricncc ou 0 jovem tenha um comportamentodentro da escola que nada tem a ver com sua vida fora, um comportamento obediente,calado, sem quest ionamentos. "Na sociedade atual pede-se que cada um seja ativo,aut6nomo, criativo, original e so quandose passa pelo por-tdo da escola nossoanacronismopedagogico nao permite descobrir formas alternativas de lidar com essas cricnccs. que jovem como uma carga de informa~oes enorme e com outros padroes de comportamento",reconhece ele.Aquino deixc cloro que nao e papel do escola correr otrds do nlvel de informa~aoalucinante do nossotempo, ao ccrrtrdrio. "0 papel da escola nao e so passar informa~oes.A escola e 0 background, e 0 que estrutura a possibilidade de interpretccdo dessasinforma~oes", explica. A escola cabe refazer com cada aluno a his+or-ic, 0 legado dahumanidade. 0 ambito da escola e 0 do conhecimento, e aquele onde se recria todos 0dias 0 trajeto do pensamento humano. E 0 terceiro nascimento do sujeito. Para Aquino,mesmo aquelas crlonccs que supostamente venham para a escola com 0 chamado "deficitmoral" - as famosas cr icnccs sem l imi tes, chamadas "pequenos :despotos". que nao

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~consideram 0 cutro - nao sao obsrdculo para umbom professor. "E so fazer umteste. Sevoce colocar esta crl cnco em um jogo, ela vai saber muito bem que tem de jogar deacordo com as regras, 0 prob lema do 'def ic it moral ' so ex is te na medida em que nosprofessores, nao conseguimos adniinistrar isso", exemplifica. 0 professor teria de conterum pouco a demanda dos alunos, com autoridade, ate porque nem eles scbem exatamenteo que querem, emgeral esrdo pedindo limites mesmo.A respeito disso, Aquino lembra uma fase do escritora Hannah Arendt, segundo a qual"precisamos decidir 0 quanto amamos nossas cricnccs. no senti do de educd-lcs, porqueeducar e nao deixd-los a merce desi mesmas".o responsdvel - A coordenadora de Projetos Especiais da Secre tar ia de Educa~ao,Claudia Davis, concorda com Aquino. "Falar em 'deficit moral' ou em outros problemas esimplesmente querer se livrar da responsabil idade que cabe a escola. " Este per fi l decrionccs de classe media nao e homogeneoe nao pode ser generalizado, segundo ela. Apsiccloqc rcmbem afirma que 0 professor-tern de resgatar sua auto-imagem de que ele eum croque, alguem que sabe como ensinar , que sabe chegar ao aluno e mo+lvd-Io aaprender. "Quando me vem com 0 discurso de que a cricncc nao consegue aprender, porestar com bloqueios emocionais, porque e malcriada outem problemas familiares, sabe 0eu acho? Que estas cr-icnccs tem e problemas de ensino, 0 qual nao e vel+cdc para a suanecessidade e 0 seu ritmo."Ela cita 0 caso de uma escola, que conheceu nos Estados Unidos, para comprovar quemesmo as maiores barreiras pode ser superadas com um ensino viabilizado por um bomprojeto pedagogico. No Harlem, em Nova Iorque, uma classe de 30 alunos adolescentestinha aulas com uma professora que nao falava espanhol, a lingua da maioria deles. "Masainda assim ela conseguia se comunicar com eles, por que? Porque antes de iniciar 0 analet ivo havia recebido um hlstcrico de cada um dos alunos, com fotos, informa~oes, setinham cachorro, gato, qual situccdo da familia, as dificuldades dos anosanteriores, Cijuala ovcl iccdo da capacidade de l idercncc e de sua adapta~ao, sempre descr itos pelosprofessores que a antecederam, Ela tinha retratos que a habi li tavam a ter contato comeles, mesmo com a dificuldode da lingua. Conseguia ensinar e fazer com que prestassemctencdo. Estavam aprendendo ingles e outras mcterlcs de uma forma espantosa. "Foi umaexperiencic emocionante", lembra ela.o fato de consegu ir que aprendessem nao signi fica que esta professora tinha na suafrente alunos quietinhos e comportados. Ao contrdrio. "Uma certa indisciplina, naescolaou navida, e imprescindfvel, desejdvel mesmo. E aquela indisciplina cognitiva, que busca e

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~questiona 0 conhecimento. E bom que existam pessoas que pensemdiferente de nos';'queargumentem e que desarranjem ideias arrumadas."A pedcgoga Tereza Cristina Rego, tcmbem contesta 0 padrao de disciplina que se temcomo referencic. "Tombem acho que a indisciplina que questiona, que busca curiosamenteoutras interpretat;oes e desejdvel. Mas, mesmo aquela chamada comportamental, precisaser repensada dentro do s is tema escolar ", a fi rma ela. Segundo Tereza, a cricncc e 0jovem falam com 0 corpo, ele e seu instrumento de inrerpretccdo do mundo. "Por isso,comoja disse 0 psicologo frances Henri Wallom, umdos grandes teoricos daatualidade, eimposslvel separar as dimensces afetivo-emocionais, corporais-motoras e cognitivas noprocesso de aprendizagem. Mas na verdade, e isso 0 que a escola faz ou tenta fazer",explica, chamandoa isso de "dinomica da turbulancic." Para ela, hd formas de harmonizara polltica de conrencdo do escola com a dinomica turbulenta dos alunos. "Quem disse, porexemplo ,que 0 ideal e que todo mundo fique sentadinho nasua carteira? Mais trabalhosem grupo, mais dlscussdo. mais excursces e atividades eu contemplem a inquietCi~aopropria dos alunos podem ser uma opt;Ciopedagogica", observa ela. "A pior indisciplina eaquela que se manifesta em forma de apatia, de desinteresse. "Nesse caso, segundo 0psic61ogoJulio Aquino, 0 que falta e uminterlocutor que leveeste aluno adiante. "So uma .escola que saiba instigar, problematizar, tomar este aluno curiosa sobre 0 mundo podecjudd-lo", completa 0 psicdlogo.Para ele, tanto a turbulenclc comoa apatia 56 podem ser resolvidas com comperencic ecom uma auto-imagem posi ti va do professor e sua profissdo. "Ser professor e umprivilegio, n6s nao podemos nos esquecer nunca disto. Nossa format;ao nunca acaba, estdsempre comeccndo. So quemperde a capacidade de se encantar diante do ser humaneeda hist6ria da humanidade nao reconhece isso. 0 que nao se podee perder a perplexidadeperante a vida e 0 outro. " Nesta l inha de pensamento, cada a luno dent ro de suaspeculiaridades e um desaf io para 0 professor. Seja turbulento, opdtico, comportado,endiabrado, problemdtico. bom aluno, mau aluno etc. E um ser humano, esperando paratornar-se melhor.

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    Curso I - Forrnccdo de Educadores FO~4. AUTOCONCEITO, MOTIVAf;AO E APRENDIZAGEM .

    Ob,jetivoCompreender como se forma 0 autoconceito e sua rela~ao com a motiva~ao e acprendizaqem

    TextosAutoconceitoMotiva~ao e Aprendizagem

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    Curso I - Fcrma~ao de Educodores FO~

    . N A 6 - :~ A Z M A l Q U E ; 0 . C A F e _ -FLCW -d M poVed F R A C O - ! '-o- YMJbR~Ar , . iTEE\:~UE- Y O c E . ,.," '. Faz _;;50Z .fr.i~ r ,," "

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~Autoconceito 7

    A imagemque uma pessoa tem de si e, em grande par te , formada a par ti r da maneiracomo ela e v is ta pelos outros com quem convive; e a opiniaodo out re tem influenc iaproporcional ao valor que ele tem em nossa vida. Assim, quando pessoas que saoimpor tantes para n6s nos elogiam, sent imo-nos encorajados a enf renta r descfics .forta lecendo nossa auto-imagem. 0 professor e importante para os alunos e const ituiuma referencia para a forma~ao de seu autoconceito; a maneira comose relaciona comeles e fundamental para que se sintam inteligentes e capazes. Para isso, e bom nao s6elogiar 0 aluno naoccsido adequada, mas tnmbem mostrar-Ihe, de forma precisa e direta,quais foram suas conquistas. Tais informa~oes ajudam os alunos a tomar consciencic desua propria aprendizagem e a usar com mais sequrcnco os conhecimentos de que seapropriaram.Expressar para 0 outro 0 que estamos aprendendo tombem contribui para 0desenvolvimento dessa consciencin. porque a expressdo organiza 0 pensamento; quantasvezes nos damos conta. do que penscmos somente no memento. em que .estamosconversando com outra pessoa... Quando alguem nos faz perguntas por nao compreendero que queremos dizer , a juda-nos a organizar e complementar uma ideia que estavaconfusa. Arrcves do didlogo, vamos organizando nossa fala e. ao mesmo tempo, nossopensamento.No entanto, expressar-se nemsempre e fzicil, Cabeao professor ajudar osalunos a falarde si, emitir opinides sobre os acontecimentos e explicitar suas hipcteses explicativasnas situa~oes de aprendizagem. E preciso construir uma rela~ao com os alunos e entreeles de forma a criar umambiente ondetodos sejam respeitados emsuasdiferenccs: naopermi tindo que zombem uns dos out ros: ouv indo as ideias de cada um com aten~ao;fazendo com que todos participem das atividades coletivas propostas; evitandoccmentcrios negativos na presence dos alunos; permanecendo atento a errtonccdo dapropr ia fala (mui tas vezes nao e 0 que dizemos, mas 0 tom que usamos que configuradepreciccdo ).o professor que de fato se consti tui como uma autor idade proporciona um clima deconficncc e respei+o, garantindo umambiente propfcio para a aprendizagem, em que os

    7 Extraido de: Ensinar e Aprender: construindo uma proposta. Curitiba, PR:Governo do Estado do ParanaSecretaria de Estado da Educccdo / CENPEC.1998

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~alunos se sentem seguros para dizer 0 que pensam,querem, numpermanente exerdcio dedemocracia.

    MotiVQ~QOe Aprendizagem8

    o autoconceito estd ligado a mc+ivccdo. 0 que e motiva~oo? Emtermos simples, e aquiloque se encontra per trds de nossoscomportamentos; soo asrazoes pelas quais fczemos 0que fazemos. Emtermos psicolcqicos. motiva~oo poderia ser definida como a comblnccdcde forces que iniciam, dirigem e mantem 0 comportamento para conseguir atingir umafinalidade. Ora, a motiva~oo de que precisamos para a grande maioria de nossosatosdepende do nossoautoconceito. Se achamos quesomos inteligentes e capazes, vamostervontade de fazer as eoisaspara mostrar aos outros, e a nos mesmos, 0 nosso valor.Vejamos nocaso da cricncc, e desua aprendizagem, de que modoatuam a mcrivccdo e 0autoconceito. A medida quea cricncc eresce, seu autoconhecimento e seu cuto-respeitoaumentam; e a maneira comoela se sente influira muito emsua capacidade deaprendizagem. Se ela naGtem fe emsi mesma,se sejulga inferior aos outros, nooseinreresscrd, nootera motivocdo para aprender, porque deantemdo acha que vaifracassar. Eo medodo fracasso a levaa nootentar, oua tomar atitudes inadequadas natentativa de mostrar aos outros que e alguem.No entanto, uma cricncc podeser facilmente influenciada para realizar uma atividade quevai contribuir para sua outo-estlmo. Da mesma forma que qualquer adulto, ela procura ascoisas que vao faze-Ia parecer mais adequada, mais capaz, mais admirada e mais valiosa.Quando, numa determinada situocdo, sente que sua imagem estd em jogo,ela mobil izatodos osseus reeurSos e esforcos para se apresentar bem.Essafor-ce e a motivccdo.As aspira~oes +ombemsao influenciadas pelo. autoconeeito. Quanto mais a crioncc espercde si mesma e quanta mais aehaqueos outros esperam dela, tanto mcis terd mcrivcs paraatingir umdeterminado objetivo. Dessa forma, e facil entender por que e too importanteque a cricncc tenha umautoconeeito positive para que melhore sua capaeidade deaprendizagem.Nesse quadro, 0 professor e umafonte importantfssima paraseus alunos, pois de sua

    8 Extraido de: Poppovic,AnaMaria e outros. Programa Alfa - Cartas a professora de ~Ifa Um,.Sao'Paulo,SP: Abri'l .:"Educa!;oo, 1980

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    Curso I - Pormacdo de Educadores FO~atitude com eles podem decorrer asmais variadas imagens dos estudantes emrela~ao asi mesmo.De mil e umamaneiras ele diariamente promove ou estimula 0 crescimentoemocional de seusalunos.Suafigura e tao significativa que,mesmose umprofessorf izesse umgrande esforcc para agir somente sobre osaspectos intelectuais deseusalunosseu metodo de ensinar, suasatitudes, sua maneira de se relacionar, e ate mesmoafrequencia comqueolha para umou para outre aluno estariam influenciando 0desenvolvimento afetivo dos estudantes conseqUentemente, seuautoconceito, suamotiva~ao e sua capacidade de aprendizagem.

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    5. CONSTRU~AODEUMA AULA(Claudia Davis e Marta Grosbaum)

    Comopreparar uma aulaI) Despertar 0 interesse dos alunos e a "alma" do ensinoNo quese refere a mo+ivccdo, os educadores costumam apontar duas dificuldades: comodesper tar a cur ios idade dos alunos para temas ou tarefas e como deixa r c laro queesses sao assuntos importantes. Quando isso e feito, osalunos envolvem-se com aatividade, demonstram empenho e force de vontade para aprender e esrdo abertos asnovasexperlencios.

    Paratanto, e importante que os professores ajudem seus alunos a: Conhecer a sua propria forma de aprender; conhecer seu ritmo; distinguir 0 fricildo diffcll: lidar com as proprics dificuldades; identificar seus interesses etalentos; valorizar suas conquistas; usar seus pontos fortes.

    Saber quequanto mais se conhece umtema, maisfocil e aprender sobre ele.Reconhecer que cada assunto requer uma abordagem. Construir um r-eper+orto deformas de aprender.

    Pensarsobre 0 contexte emque os conhecimentos iraQ ser aplicados. Valor izar 0 que estdo aprendendo e estudar porque acham importante, e naoapenaspara agradar aos professores, aos pais, oumesmopara passar de ano.

    Reagir asdistra~oes, aosonoe a pregui~a e persist ir narealiza~ao deseus estudose tarefas, exercitando a force de vontade.

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    Curso I - Formccdo de Educadores FO~

    Como os professores podem fazer isso? Algumas condi~oessao essenciais:./ a sala de aula deve ser organizada (equipamentos, mobiliario, materialdiddrico) permit indoquese trabalhe com concentrccdo:

    ./ os professores devem ser pacientes e competentes para lidar com oserrosdos alunos;

    ./ a atividade de aprendizagem deve ser desafiante, provocativa, naoextremamente diffeil mas posslvel deser clccnccdc:

    . / astarefas precisam ser interessantes, valer a pena.

    Garantido isso. e importante que oseducadores alimentem nos alunos: confian,a em suacapacidade de aprender e expectotivas elevadas quanto ao proprio desempenho. Paraisso, e preciso propor umtrabalho umpouco nlem daquilo que 0 alunoja conseguecompreender ourealizer. deixando claro que ele vai contar com ajuda para realizar atarefa.

    Nao adianta comparar alunos entre si. Cadaum e umuniverse e todos podem progredircomauxllio do professor quando ele conseguemostrar aosalunos 0 sentido e aimportoncia da aprendizagem.

    E preciso tornbem, convencer os alunos que aprender naoe fdcil. Exige persistencia econcentrccdo. Aprendemos tombem com0 erro, experimentando diferentes formas,descartando algumasdelas. Os alunos precisam compreender que aprender e algo quesempre desperta novasquestoes e. portanto, levanta novosproblemas para os quais nemsempre temos a solu~ao.

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    Ninguem gosta dese sentir embcrcccdo porqueerrou. Errar e parte doaprender e haerros que mostram ao professor que os alunos estdo caminhando a passoslargos.Estranho? Vamos citar umexemplo: umavez, querfamos saber qual era a no~aode pesoque alunosde 4Qserle tinham, cuja idade estava emtorno dos 10anos. Apresentamospara a classe tres cqud-ics. cadaum com umabolinha dentro; emum deles, ela flutuavanasuperffcie; nooutre, mantinha-se no meioda agua; noultimo total mente submersa,encostava nofundo. Perguntamos: qual das bolinhas era mais pesada?Evidentemente, amaioria apontou aquela que estava rente aofundo. 56 ummenino respondeu uma coisainesperada: disse que a bolinha mais pesadaera a que flutuava nasuperffcie daagua,porque ela era tao pesadaquea lei de gravidade nao a conseguia puxar para baixo.Voce naoacha que essealuno merecia umcumprimento da nossaparte? Afinal, ele estavaabrindo mao daquilo que seusolhos viamacontecer todo dia, para seguir a hip6tese deque a lei da gravidade naoestava conseguindo atuar sobre a bolinha! E mostrou,claramente, 0 que significa confiar nacapacidade de aprender - ir contra tudo, inclusive 0observdvel. para confiar no proprio pensamento. Isso e autonomia no pensar: nao ficarpreso ao que parece ser e acreditar que podemos estar certos, mesmo quandoasevidencias sao contra nos.Nao e fcntdstico? E nao e igualmente maravilhoso que existam professores que saibampromover esse sentimento de quepodemos e devemos confiar naquilo que pensamos?

    II) Estabelecimento de rot inas

    Umaaula segue, quase sempre, a mesma seqUencia.43

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    a) retomada do dia anteriorA retomada e fundamental para a sistematiza~ao do aprendido e serve tcmbem parasituar novamente a classe noassunto.

    b) planejamento do diaPara envolver os alunos nas atividades propostas e para que tomem conhecimento doseu processo de aprendizagem, estcbelecc um"contrato pedagogico" com 0 grupo _-0que vamos fazer hoje? Paraque?Por que?etc _ pois 0 planejamento didr-io comaclosse favorece a organiza~ao das atividades e 0 tempo a ser utilizado emcada uma.Discuta comeles 0 planejamento do dia: fale sobre as atividades que iraQ realizar,pois quando sabem 0 que sera feito tem mais condi~oes dese concentrar natarefa,evitando assim ansiedade, dispersdc e indisciplina.

    Usamosa palavra contrato para mostrar que esse tipo de acordo envolve duaspartes:educador e aluno, embora, emprincipio, seja 0 educador a expor suas inten~oes. Masse osalunos nao participarem do planejamento das atividades do diaresponsabilizando-se por sua reclizccdo, 0 envolvimento podeser muito menor.

    E importante quepercebam quetem direi to a umaeduca~ao de qualidade, mas que,para isso, tem deveres comoalunos: participar, falar e ouvir com adequa~Qo,cumprir os combinados, colaborar e respeitar os colegas e educadores.

    Registre 0 planejamento do dia numcanto da lousa ounumcartaz, para ser retomadona avalia~ao da aula.

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    c) problematiza~a:oA sintonia com 0 tema e fundamental. 0 assunto precisa ser introduzido por meio deuma atividade - conversa, jogo ouquesrdo desafiadora - que traga inquieta~ao, duvtdc,indaga~ao e estimule 0 jovem a procurar safdas e respostas, despertando 0 interessepelo tema e promovendo maior envolvimento dogrupo.

    d) desenvolvimento da atividadeA atividade deve ser subdividida emvdrics partes, deve contemplar momentos

    coletivos de toda a classe e momentos individuais. Paraque 0 t rabalho setorne maissignificativ~, comente emvoz alta as producdes resultantes das atividades paratodos.

    e) registroOs registros documentam 0 trabalho realizado, permitindo a qualquer momento 0acesso ao processo desenvolvido. Assim. a cuidadosa anota~ao das atividadesrealizadas em cada dia ajudaro 0 aluno a organizar 0 seu conhecimento e 0 educador aorganizar 0 seutrabalho pedagogico.

    f) slntese do diaE muito importante que 0 aluno se de conta doqueaprendeu a cada dia. Identificar 0que restou, 0 quepermaneceu de conceitos, sensa~oes,valores daquela aula agregasentido, significado aoquefoi apreendido e.portanto, garante 0 reg is tro eapermcnencic do que foi trabalhado nodia.

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    Curso r -Forma~ao de Educadores FO~g) avalia~ao do diaA reflexdo e a avalia~ao sao fundamentais para que 0 jovem possa reconhecer 0 queele produziu, ampliar a percepcdo de si, dooutre e do mundo,abrindo-se para novasformas de interpretar a realidade.

    Dicas para auxiliar seu trabalho

    if Procure envolver os alunos, incentivando-os a participar integral mente dasatividades.O sucesso de todos depende dosucessode cadaum.Mostre que podemaprender, que e posslvel se ajudarem mutuamente e quevoce estcrd se empenhandonesta tarefa.

    if Todos ostrabalhos devem ter outros leitores, para que mais pessoas possamIe-los.Para isso, devem ser expostos napropria sala ouenviados para 0 jornal, mural etc.

    if Organize algumasregras de convivencic comos proprlcs jovens, facilitando 0 clima detrabalho emsala de aula.

    if Organize a solade modo afacili tar a troca deexperienclcs. a cocperccdo eointera~ao. A rigidez nadisposi~ao das carteiras impede 0 t rabalho emgrupo e asintera~oes aluno-aluno e aluno-professor.

    if 0 planejamento das atividades deve contemplar, sempre que posslvel, momentoscoletivos, individuais e em pequenos grupos.

    if Aten~ao para asformas deexpressdo dos jovens. Voce precisa entender 0 que 0jovem fala, mas nao deve usar a linguagem dele, suaatua~ao deve proporcionaramplia~ao do reper'tdrio do aluno. Explique tudo 0 que for feito, pois deve haver"negocia~ao designificados". 0 respeito deve ser mdtuo para que a linguagemseconstitua emum bomcanal de comunicccdc.

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~. / Lembre-se de que e voce quem coordena, dirige e sustenta 0 trabalho em classe.Ouvir, conversar, abrir espcco para dlscussdo e fundamental,desde que voce tenhaclareza do espcco de "negocia~ao" posslvel e das regras inegociciveis.Ou seja,suaautoridade derivarci da rela~ao de respeito rruituo que conseguir instituir e da maneiracompetente e democrcitica comque conduzirci as atividades emsala de aula.

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    6. EN SI NO E APRENDI ZAGEM

    ObjetivoIdent if icar ccncepcdes de ensino/aprendizagem e formas de atua~ao do professor,visando 0 sucesso escolar de todos os alunos.Reconhecer 0 papel do professor enquanto est imulador e orientador dos educandos nabuscade informa~oes que possamlevara-novos valores, tecnologias e linguagens.

    TextosAprendizagem naescolaConcep~aode ensino e 0 papel do professorPrincfpios da aprendizagemOrganiza~ao dasala de aulaEduca~aopara mudcnccA importoncia do professor enquanto agente de mudcncc

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    Curso I - Forma~ao de Educudores FO~A PR EN DIZ AG EM N A E SC OL A 9

    A educccdo - prepara~ao de cada ser humanepara a vida social acontece na famil ia, nogrupo social mais amplo, na escola, no trabalho. Cada um desses espccos realizapredominantemente um aspecto da forma~ao do indivfduo.

    A esco la deve responder pelo acesso 00 conhecimento que se considera necessdric ainser~ao soc ia l, para que os mais jovens se apropr iem das conqu is tas das gera~oesp recedentes e se preparem para novas conquistas. Faz isso atravis da selecdo eorganiza~ao de situa~oes planejadas especialmente para promover a aprendizagem dosconteiidos que sao cultural mente valorizados pela sociedade emque ela se insere.

    No interacdo que 0 aluno estabelece com 0 professor, com outros alunos e com 0conhecimento, i que ele vai compondoe ampliandoseu reper-terio de signif icados. 0 alunonao i, pois, simples receptor de estimulos e informa~oes: tem um papel ativo aoselec ionar, assimi la r, p rocessar , inte rpre tar, conferi r s igni ficados, cons tru indo e leproprio seu conhecimento.

    As novas aquisi~oes ocorrem naccmblnccdc do ja conhecido com 0 novo, isto i,cada novaaprendizagem acontece a partir dos conceitos, ideics, representocdes e conhecimentosde que a cricncc ja se apropriou em suas experienclcs anteriores, numa rela~ao decontinuidade e/ou de ruptura: as vezes a nova informa~ao ampl ia 0 conhecimentoanter ior, mas, outras vezes, provoca um desequilibr io, levando a cricncc a reformularidi ias anteriores, superando-as por uma v isao nova e d ife rente. Ass im, aprender naoconsiste apenas em ir somando informa~oes: ao mesmo tempo que estd aprendendo, acrian~a estd reformulando seus propr ios mecanismos de aprender, seu equipamentocognittvo, modificando 0 queja existe, construindo conhecimentos novos,constituindo-sea si proprio.

    9 Extraldo de: Ralzes e Asas: ensinar e aprender, fasdculo 5. sao Paulo, SP. CENPEC.1995.

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    Curso r - Formocdo de Educadores FO~Nessa perspectiva, a educccdo escolar deve partir do nivel de desenvolvimento efetivo doa luno, mas naopara se ajustar a ele, e sim para faze- Io progredi r coda vez mais: devedescfid-lo, ojudd-lo com pistas, puxar para a frente seu percurso.

    Esse processo e ao mesmo tempo individual e social. Embora coda 0 1 uno seja capaz defazer e aprender muito crroves desuapropria experiencia, ele e capaz deaprender maise me!hor com 0 auxil io de outras pessoas, observando-as, imitando-as, seguindoinstru~oes ou colaborando, interagindo.

    Sendo responsdvel pela condu~ao do aprendizagem em sala de aula, 0 professor esrdatento a impcrtdnclc do Intercede, assimcomo aos fatores que influem noaprendizagem ena capacidade de aprender: a motivccdo, 0 significado e a vivencia do que estd sendoaprendido, a promocdo do auto-estima doaluno eo retorno sobre seu desempenho.

    o AlunoMotivado Aprende ComMais FacilidadeE mais fdcil aprender 0 que nos interessa. Sem motiva~ao, 0 0 1 uno nao presta aten~ao, nao

    partici pa, nao faz tarefas. Ou ate as fez. mas preocupado simplesmente emcorresponder a expectativa do professor, sem interesse emaprender.

    Muitas vezes, 0 professor solicita umtrabalho sem 0 cuidado de interessar as cricnccs noaprendizagem dos corrtei idos envolvidos, que seria a propria razao de ser dotrabalho. Assim, os alunos envolvem-se no cumprimento da tarefa preocupados maiscom sua forma, sua opresentccdc, e nao com 0 conhecimento.

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    Curso I - Forma~ao de Educadores FO~JOSE E 0 COLERA10

    opequeno Jose foi orgulhoso e satisfeito mostrar seucaprichadlssimo trabalho de Ciencias para uma vizinha. Solicitadoa fazer uma pesquisa sobre calera, conseguira um folhetodistr ibuldo em postos de sodde e, num bela papel olmccc, copiaratudo, nasua melhor letra, usandodiversas cores, uma perfei

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    Curso I - Forma~aode Educadores FO~Infelizmente a escola ainda representa, para muitas cricnccs, uma experienclcestranha, solta e sem significado - em vez de ser umambiente est imulante, ondeelas se defrontem comsitua~oes-probtema que as motivem e desafiem.

    E 0 alunoso tem morivccdo para aprender 0 que tem significado para ele.A aprendizagem sera tanto mais significativa quanta mais rela~oes 0 aluno conseguirestabelecer em seu cot idiano com suas exper iencias anter iores e com sua propriaorganiza~aodo conhecimento.

    Assim, organizar os conteiidos a serem desenvolvidos levando em conta os conhecimentosanteriores, seguindo uma seqUencia, facil ita a aprendizagem, pois permite ao alunoestabelecer rela~oes dentro de cadatema e entre os temas.

    A aprendizagem e mais facil e duradoura, tcmbem, quando 0 que esrd sendo cprendido evivenciado. Vivenciar uma situa~ao de aprendizagem e mobil izar a~ao e comunicccdo.pensamento e linguagem; e assim que 0 aluno vai atribuindo significado aquilo que aprende.o merodo de ensinar de cada professor, suas atitudes, 0 jei to de se relac ionar comosalunos, e ate mesmoa freqUencia com que fala com cada um, 0 interesse e 0 carinho quedemonstra, estcrdo inf luenciando todo 0 desenvolvimento afetivo das cricncos. Emccnseqiiencic. 0 professor esrcrd inf lu indo sobre a forma~ao do autoconceito, sobre amotiva~ao e a capacidade de aprendizagem. Aos olhos dos alunos, 0 professor e muitoimportante. Suas atitudes vao cjudd-los a construir imagens positivas ou negativas de simesmos,aumentando ou diminuindo sua motiva~ao para aprender.

    A experlenclo de educadores de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagemmostra que envolve-Ics em tarefas curtas, simples, com encadeamento progressivo (poretapas) e que apresentem resultados bem defin idos, permite que elas percebam seusprogressos, sentindo-se vencedoras em cada etapa, estimuladas a prosseguir,acreditando-se capazes de vencer as dificuldades comque se defrontam.

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    Curso I - Formccco de Educadores FO~o a luno aprende melhor quando fica sabendo se fo i bem-sucedido, ou onde e porqueerrou. 0 aluno que volta para sua carteira com 0 caderno namao,so com marcas de erros,tem poucas cond i~oes de cvcncor do estag io em que se encontra, assim como 0 querecebe apenasuma nota, sem qualquer ccmentdrio ou retorno sobre seu desempenho.

    Ao dar 0 retorno ou estimular a corre~ao do erro, 0 professor possibi li ta ao alunolocal izar emque falhou e porque isso ocorreu. A conscienclc dos acertos, erros e lacunaspermite que 0 aluno compreenda seu proprio processo de aprendizagem, desenvolvendoautonomia para continuar a aprender, naescola e navida.

    Conhecendo os alunos, 0 professor tem elementos para tomar declsces sobre a condu~aoda aprendizagem: seleciona os pontos de partida, isto e, os conhecimentos anteriores queiraQ mobilizar novas aprendizagens; determina os estfmulos e recursos diddticos que vaiuti lizar; e def ine 0 nfvel de complexidade dos assuntos, 0 voccbuldr to e os exemplos comquevai cptesentd-los.

    o professor e responsdvel por planejar situa~oes educativas que estimulem a intera~ao,coloquem prob lemas a resolve r, deem acesso a elementos novos, proporcioneminforma~oes devidamente organizadas e estruturadas.o aluno e 0 centro do processo educativo . Seu papel e ativo , como agente do propr iodesenvolvimento ..O professor eo mediador entre 0 aluno eo conhecimento, 0 responsdvelpelo ens ino, ou seja, por cr ia r condi~oes fcvc rdve ls para que ocorra a aprend izagem.Nessa media~ao, ele aproximcr-d tanto mais 0 aluno do conhecimento quanto maior for suaccnviccdo e certeza da irnpor-tdncic do que estd ensinando.Aprender a aprender e fundamental para que 0 aluno conquiste autonomia. Para isso epreciso que e le adqui ra consc lenc ic do que sabe e perceba que e capaz de aprender,p reparando-se para continuar aprendendo. Assim ele estord apto a buscar so