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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-
OPERATÓRIO
Enfª Joice Celis
Período Pós-operatório
• É o período que vai desde o término do atocirúrgico até a alta hospitalar.
Objetivos
• Restabelecer ao máximo a função fisiológicanormal e assegurar sua volta às atividadesnormais;
• Evitar complicações e desconforto pós-operatório tardio e pós-alta.
Atuação da enfermagem no pós-operatório imediato
• O pós-operatório imediato corresponde àsprimeiras 24 horas após o término da cirurgia. Aatuação da enfermagem neste período consisteem:
Preparo da unidade do paciente
• O preparo da unidade do paciente visa adequar oleito e a unidade toda para receber o pacienteoperado proporcionando-lhe o máximo deconforto e segurança. Esse preparo inicia-se logoapós o encaminhamento do paciente ao CentroCirúrgico e consiste em:
➢Limpeza geral da Unidade.
➢Arrumação da cama “tipo operado”.
➢Trazer suporte de soro ou bomba de infusão edeixá-lo ao lado da cama.
➢Manter ambiente calmo, arejado e aquecido,semi-obscuro.
➢Transportá-lo da maca para a cama com extremocuidado a fim de que o paciente não seja expostoe que não haja nenhum tipo de dano ou lesão naárea da cirurgia;
➢Posicionar o paciente de acordo com o tipo decirurgia e anestesia. De modo geral, deve-semanter a cabeça lateralizada, a fim de evitar queo paciente aspire vômitos ou mesmo que a línguaobstrua as vias respiratórias.
➢Observar SSVV freqüentemente. Em geral: naprimeira hora verifica-se SSVV de 15 em 15minutos; na segunda hora de 30 em 30 minutos;da terceira à quarta hora passa-se a verificar dehora em hora. A partir daí de duas em duashoras. Depois disso, rotineiramente. Esteesquema pode ser alterado dependendo dascondições do paciente.
➢Observar perfusão da venóclise e necessidade derestrição;
➢Observar coloração e temperatura da pele;
• Observar diurese. A primeira micção deve ocorrer nas primeiras oito horas pós-cirurgia. Atenção para a presença de bexigoma. A retenção urinária pode acontecer devido ao anestésico;
• Observar curativo.
• Aspirar secreções, se necessário;
• Administrar toda medicação prescrita.
Observação
• O período de jejum pós operatório variaconforme a cirurgia e o estado do paciente. Emgeral não se administra nada via oral antes que oreflexo de deglutição tenha voltadocompletamente.
Atuação da enfermagem no pós operatório mediato ou tardio
• É o período que inicia depois das primeiras 24horas. O paciente permanecerá internado naclínica cirúrgica até o momento da alta. Oscuidados incluem:
• Controlar SSVV: conforme a rotina da clínica.Atenção para PA. Uma hipotensão pode ser sinalde hemorragia.
• Observar diurese: volume, aspecto,sedimentação, incontinência ou retenção, etc.
• Observar evacuação: quantidade, freqüência,consistência e odor.
• Incentivar exercícios no leito.
• Realizar curativo na incisão cirúrgica e local dodreno.
• Iniciar deambulação precoce a fim de evitarcomplicações pulmonares, circulatórias eintestinais.
• Administrar a medicação prescrita, atençãoespecial para analgésicos e antibióticos.
• Orientar o paciente e a família sobre os cuidadosapós a alta.
• Registrar todos os cuidados administrados aopaciente em seu prontuário.
Observações
• A cicatrização é um processo que ocorre dedentro para fora.
• Pode ocorrer sem problemas (1ª intenção) ouapresentar dificuldades para cicatrizaçãoimediata (2ª intenção), ou ainda, necessitar deuma nova sutura (3ª intenção).
• A retirada de pontos de uma incisão operatória éfeita geralmente no 7º dia pós-operatório.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES E DESCONFORTOS NO PÓS - OPERATÓRIO
➢Náuseas e Vômitos:
• Lateralização da cabeça;• Suspender ingestão V.O;• Administrar antiemético conforme prescrição médica;• Anotar e comunicar o número de vezes e a quantidade
eliminada;• Higienização.
➢Sede:
• Atenção para não oferecer água enquanto operistaltismo não retornar (conforme prescriçãomédica);
• Umedecer os lábios do paciente com freqüênciautilizando uma gaze ou bola de algodãoembebida em água.
➢Soluço:
• Eliminar a causa (se for a SNG não se deve retirá-la sem ordem médica);
• Fazer aspiração pela SNG;
• Respirar dentro de um saquinho cheio de ar. Odióxido de carbono diminui a irritação do NervoFrênico.
➢Dor:
• Identificar o tipo, localização e intensidade da dor,avaliando-se a dor se irradia para outras regiões e seestá relacionada com a movimentação, respiração,tosse, etc.
• Observar sinais de palidez, sudorese, náuseas,vômitos, freqüência respiratória, etc;
• Administrar analgésicos conforme prescriçãomédica. Como a dor é um sintoma esperado no pós-operatório, o médico geralmente já deixa prescritoum analgésico para ser administrado.
➢Hemorragia:
• Hemorragia Interna: os cuidados de enfermagemnesse caso visam a detecção e a prevenção doagravamento:
• Deixar o paciente em repouso absoluto;
• Manter o paciente aquecido;
• Coloca-lo em Trendelemburg;
• Avisar o médico imediatamente;
• Controlar SSVV freqüente e rigorosamente.
• Hemorragia Externa: pode ser de maior facilidade decontrole por ser visível.
• Repouso no leito;• Fazer compressão direta sobre o local;
Fazer compressão nas artérias próximas ao local queestá sangrando;
• Controlar SSVV;• Se o sangramento for VO ou nasal (epistaxe) voltar a
cabeça para o lado a fim de evitar asfixia;• Comunicar o médico;• Proceder anotação no prontuário.
➢Choque:
• Choque Hipovolêmico: causado pela diminuição dovolume circulante.
• Choque Neurogênico: distúrbio no SNC provocadopor anestésico, narcóticos, transtornos emocionais.(dor intensa, ansiedade, medo).
• Choque Cardiogênico: é aquele que se instala devidoa uma deficiência cardíaca, ou seja, o coração nãoconsegue bombear quantidade de sangue suficientepara o organismo. (causa pode ser IAM e ICC).
• Choque Séptico: resultante de processos infecciosos;
• Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo, devido à hipersensibilidade doorganismo a determinadas substâncias comopenicilina, etc.
• Choque Pirogênico: reação febril devido àpresença de pirogênio e contaminação desoluções e material utilizado na administração IMou EV.
Assistência de enfermagem
• Controlar rigorosamente SSVV (15/15’);
• Manter paciente calmo;
• Colocar paciente em Trendelemburg;
• Manter vias respiratórias livres;
• Manter medicação de emergência à mão.
➢Complicações Pulmonares:
• Estimular movimentação e ingestão de líquidosse não houver contra indicação;
• Administrar medicação prescrita: antibióticos,nebulização;
• Incentivar tosse instruída e inspiraçõesprofundas.
➢Complicações Urinárias
• Proporcionar ambiente tranqüilo ao oferecercomadre ou papagaio;
• Estimular micção usando métodos como: aplicaçãode bolsa quente, abrir torneiras, banhos de assentocom água morna;
• Levar ao banheiro, se não houver contra indicação;
• Sondagem vesical, como último recurso;
• Anotar volume em cada micção e/ou número devezes.
➢Complicações Gastro Intestinais:
• Estimular deambulação precoce oumovimentação ativa/passiva no leito;
• Orientar para que o paciente não converse muitoao retornar do C.C.;
• Administrar medicamentos para ativar operistaltismo intestinal conforme a prescriçãomédica.
➢Complicações Vasculares/Circulatórias:
• Incentivar ingestão de líquidos para diminuirhemoconcentração;
• Afrouxar restrições e curativos;
• Incentivar movimentação no leito e deambulaçãoprecoce;
• Observação do paciente predisposto (idosos,obesos que já sejam portadores de problemascirculatórios).
Referências
➢http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad5.pdf
➢Brasil. Ministério da Saúde. Clínica cirúrgica.Procedimentos / Ministério da Saúde,Assistência de Enfermagem na clínica cirúrgicapré-operatório. – Brasília : Ministério da Saúde,2016.