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Sade e Legislao especfica para ANS - todos os cargos
Teoria, e-book e questes de concursos comentadas
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AULA 01:TEORIA E QUESTES COMENTADAS (E-BOOK)SOBRE A LEI N 8.080/90 E SOBRE A LEI N
8.142/90.SUMRIO PG
1. Introduo 22. Objetivos da aula 33. A sade na Constituio Federal de 1988 34. O Sistema nico de Sade na CF/88 55. A Lei n. 8.080/1990 - Lei Orgnica da Sade 65.1. Disposies gerais 65.2. Do Sistema nico de Sade 9
5.2.1. Vigilncia sanitria 115.2.2. Vigilncia epidemiolgica 125.2.3. Sade do trabalhador 135.2.4. Dos princpios e diretrizes do SUS 145.2.5. Da organizao, direo e gesto do SUS 185.2.5.1. Da organizao 185.2.5.2. Da direo 185.2.5.3. Da gesto 205.2.6. Da competncia e das atribuies 265.2.6.1. Das atribuies comuns 265.2.6.2. Da competncia 275.2.7. Do subsistema de ateno sade indgena 315.2.8. Do subsistema de atendimento e internao domiciliar 325.2.9. Do subsistema de acompanhamento durante o trabalho de Parto,parto e ps-parto imediato
33
5.2.10. Da assistncia teraputica e da incorporao de tecnologia emsade
34
5.2.11. Da participao complementar 425.2.12. Dos recursos humanos 435.2.13. Dos recursos 445.2.14. Da gesto financeira 45
5.2.15. Do planejamento e do oramento 466. Das disposies finais e transitrias 477. A Lei n. 8.142/1990 488. Lista das questes apresentadas 509. Gabarito para imprimir e fazer as questes 7210. Gabarito das questes da aula 7311. Lista das questes com comentrios 7412. Consideraes finais 108
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1. INTRODUO
Ol, futuros servidores da ANS. Estamos aqui novamente em nosso grande
curso para essa Agncia. Prazer imenso em encontr-los por aqui de forma
definitiva.
Isso significa que optaram por investir em um curso que ir gui-los no
caminho para a aprovao. Esse o nosso papel aqui no Estratgia Concursos.
Veremos na aula de hoje: Lei Orgnica da Sade e sobre a Lei que dispe
sobre a participao da comunidade na gesto do Sistema nico de Sade (SUS) e
sobre as transferncias intergovernamentais de recursos financeiros na rea da
sade. Contedo de grande porte que veremos em teoria e no formato e-book.
Grande abrao a todos e uma excelente aula para todos!
F NA MISSO!!!
Profs. Davi Sales e Adriana Braga.
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2. OBJETIVOS DA AULA
OBJETIVOS DA AULA 01
Ler previamente
Lei n 8.080/90 Lei Orgnica da Sade e Lei n
8.142/90 - Dispe sobre a participao dacomunidade na gesto do Sistema nico deSade (SUS) e sobre as transfernciasintergovernamentais de recursos financeiros narea da sade
Realizar as questes 184 e-book
Estudar para a prxima aula Esta aula completa.
3. A SADE NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988
A Constituio Federal de 1988 (CF/88) foi a primeira constituio brasileira a
positivar o direito sade como direito fundamental seguindo a declarao da
Organizao Mundial de Sade (OMS), em que o direito sade um direito
fundamental do homem. Tal disposio est inserida no art. 6 da Constituio
Federal, de forma genrica, no Titulo II do Captulo II que trata dos Direitos e
Garantias Fundamentais do Homem, onde esto descritos os direitos sociais do
cidado.
O STF, nas palavras do Min. Celso de Mello, classifica a sade como direito
pblico subjetivo que representa prerrogativa jurdica indisponvel assegurada
generalidade das pessoas pela prpria Constituio da Repblica. Traduz bem
jurdico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira
responsvel, o Poder Pblico, a quem incumbe formular - e implementar - polticas
sociais e econmicas idneas que visem a garantir, aos cidados, inclusive queles
portadores do vrus HIV, o acesso universal e igualitrio assistncia farmacutica
e mdico-hospitalar.
O direito sade - alm de qualificar-se como direito fundamental que assiste
a todas as pessoas - representa consequncia constitucional indissocivel do direito
vida. O Poder Pblico, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuao no
plano da organizao federativa brasileira, no pode mostrar-se indiferente ao
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problema da sade da populao, sob pena de incidir, ainda que por censurvel
omisso, em grave comportamento inconstitucional.
A Constituio Federal traa as diretrizes do sistema nacional de assistncia
sade. Assegura, no Ttulo Vlll - Da Ordem Social, o direito sade. Seu artigo
196 impe ao Estado o dever de prestar assistncia de forma ampla, igualitria,
universal e a ttulo gratuito.
Art. 196. A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas
sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo
e recuperao.
Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de sade, cabendo ao
Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentao, fiscalizao e
controle, devendo sua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e,
tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.
A Constituio se limita, ao criar o Sistema nico de Sade (SUS),a dispor
sobre as regras gerais, deixando a cargo do legislador infraconstitucional a tarefa de
regulamentar as diretrizes acerca do SUS:
Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema nico, organizado de acordo com as
seguintes diretrizes:
I descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;
II atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuzo dos servios assistenciais;
III participao da comunidade.
Dessa forma, surgiram os seguintes diplomas normativos:
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Lei n 8.080, de 19-9-1990 - dispe sobre as condies para a promoo,
proteo e recuperao da sade e a organizao e o funcionamento dos
servios correspondentes.
Lei no 8.142, de 28-12-1990 - dispe sobre a participao da comunidade nagesto do Sistema nico de Sade SUS e sobre as transferncias
intergovernamentais de recursos financeiros na rea da sade.
A doutrina classifica esses dois diplomas normativos como o marco legal do
Sistema nico de Sade SUS.
4. O SISTEMA NICO DE SADE NA CF/88
O Sistema nico de Sade (SUS) um modelo de ao social integrada e
descentralizada de matiz constitucional. Segundo o Ministrio da Sade trata-se de
um sistema mpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualitrio
populao brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de
rgos. Seu perfil, como sejam os seus princpios e seus objetivos, traado pela
CF/88 no art. 194 na ampla compreenso que d ao direito de seguridade social nottulo da Ordem Social.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de
iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos sade, previdncia e assistncia social.
Pargrafo nico. Compete ao Poder Pblico, nos termos da lei, organizar aseguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I universalidade da cobertura e do atendimento;
II uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e
rurais;
III seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios;
IV irredutibilidade do valor dos benefcios;
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V equidade na forma de participao no custeio;
VI diversidade da base de financiamento;
VII carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto
quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos rgos colegiados.
De acordo com o Ministrio da Sade, o SUS foi criado, amparado por um
conceito ampliado de sade, em 1988 pela Constituio Federal Brasileira, para ser
o sistema de sade dos mais de 190 milhes de brasileiros. Antes da criao do
SUS, a sade no era considerada um direito social.O modelo de sade adotado at ento dividia os brasileiros em trs
categorias: os que podiam pagar por servios de sade privados; os que tinham
direito sade pblica por serem segurados pela previdncia social (trabalhadores
com carteira assinada); e os que no possuam direito algum. Assim, o SUS foi
criado para oferecer atendimento igualitrio e cuidar e promover a sade de toda a
populao. O Sistema constitui um projeto social nico que se materializa por meio
de aes de promoo, preveno e assistncia sade dos brasileiros.
5. A LEI N. 8.080/1990 - LEI ORGNICA DA SADE
5.1. DISPOSIES GERAIS
A Lei n. 8.080/1990 regula, em todo o territrio nacional, as aes e servios
de sade, executados isolada ou conjuntamente, em carter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurdicas de direito pblico ou privado.
conhecida como Lei Orgnica da Sade (LOS), e entre os profissionais da rea da
sade como Lei do SUS, em virtude de suas disposies no Ttulo II Do Sistema
nico De Sade e de muitos outros artigos tratarem do tema.
A LOS ratifica, em seu incio, os dizeres constitucionais, classificando a
sade como um direito fundamental do ser humano e dever do Estado o provimento
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das condies indispensveis ao seu pleno exerccio. Essa acepo baseia-se do
direito vida e dignidade humana.
O desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, do Tribunal de Justia
de Minas Gerais, baseou-se nessa disposio para decidir que "o fornecimento
gratuito de medicamentos possui cunho social, possibilitando que pessoas carentes
tenham garantido todo o procedimento necessrio defesa de seu direito
consagrado constitucionalmente".
A Advocacia-Geral da Unio (AGU) demonstrou, na Justia, que cabe aos
municpios e Estados o fornecimento de medicamentos populao, atravs do
Sistema nico de Sade (SUS).
O dever do Estado de garantir sade a todos consiste, portanto, naformulao e execuo de polticas econmicas e sociais que visem reduo de
riscos de doenas e de outros agravos e no estabelecimento de condies que
assegurem acesso universal e igualitrio s aes e aos servios para a sua
promoo, proteo e recuperao.
O inquestionvel dever estatal, constitucionalmente estabelecido, assegura
ao cidado o tratamento necessrio sua sobrevivncia, direito este que no pode
ser suplantado por diretrizes internas do poder pblico. O dever do Estado emgarantir a prestao assistencial sade no pode esbarrar em legislao
infraconstitucional envolvendo interesse financeiros, devendo ser afastada toda e
qualquer postura tendente a negar a consecuo desses direitos, para prevalecer o
respeito incondicional vida.
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O desembargador Mariano Alonso Ribeiro Travassos, do Tribunal de Justia de
Mato Grosso, concluiu que a jurisprudncia dos tribunais j sedimentou a obrigao
dos municpios no sentido de viabilizao do transporte de muncipes carentes at
centros mais avanados de tratamento. "Uma vez comprovada necessidade de
realizao de tratamento em outro municpio, bem como a falta de recursos do
doente, deve o municpio disponibilizar transporte para tratamento fora de domiclio
ao seu administrado".
A sade tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentao, a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educao, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e servios essenciais.
Os nveis de sade da populao expressam a organizao social e econmica do
Pas. Esto includas ainda aes que se destinam a garantir s pessoas e
coletividade condies de bem-estar fsico, mental e social. Tendo em vista arelevncia dos servios de sade, estes devem ser tratados com prioridade pelo
Poder Pblico.
O desembargador Vivaldo Pinheiro, do Tribunal de Justia do Rio Grande doNorte, afirma que esse dever do Estado consiste em uma obrigao de entregar
coisa certa, vale dizer, execuo de trato sucessivo ou continuado, permanente
enquanto perdurar a necessidade.
O fato de o Estado ter o dever de garantir a sade de toda a populao, no
exclui o dever das pessoas, famlias, empresas e da sociedade. No se pode aduzir
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desconsiderar a responsabilidade da famlia de cuidar de seu idoso, no sendo
proporcional simplesmente repassar tal incumbncia ao Poder Pblico.
5.2. DO SISTEMA NICO DE SADE
No Brasil, a esmagadora maioria da populao no dispe de condies
financeiras para arcar com os altos custos dos tratamentos de sade, por isso
precisam recorrer rede pblica para realizar consultas, exames laboratoriais,
cirurgias, bem como para obter a medicao indicada por especialista.
Em ateno aos preceitos constitucionais, a Lei n 8.080/90 elenca osobjetivos do Sistema nico de Sade, em seu artigo 5, a identificao e divulgao
dos fatores condicionantes e determinantes da sade; a formulao de poltica de
sade nos campos econmico e social; e a assistncia s pessoas por intermdio
de aes de promoo, proteo e recuperao da sade, com a realizao
integrada das aes assistenciais e das atividades preventivas. Dessa forma, a Lei
n 8080/90 reconhece o dever do Estado de garantir o direito sade, conferindo-
lhe a tarefa de realizar a integrao da assistncia e da preveno, modalidades deproteo sade consideradas indissociveis.
O campo de atuao do SUS extremamente vasto. Ele engloba a execuo
de aes em quatro grandes frentes a saber: vigilncia sanitria; vigilncia
epidemiolgica; sade do trabalhador; e assistncia teraputica integral, inclusive
farmacutica.
A Lei n 8.080/1990, por ser uma lei de carter nacional, j demonstra seu
carter regulador ao se propor a regular, em todo o territrio nacional, as aes e
servios de sade, executados isolada ou conjuntamente, em carter permanente
ou eventual, por pessoas naturais ou jurdicas de direito Pblico ou privado.
de suma importncia trazer o conceito do SUS, que o conjunto de aes
e servios de sade, prestados por rgos e instituies pblicas federais, estaduais
e municipais, da Administrao direta e indireta e das fundaes mantidas pelo
Poder Pblico, constitui o Sistema nico de Sade (SUS) abrangendo instituies
pblicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e
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produo de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de
equipamentos para sade, permitindo ainda a participao da iniciativa privada em
carter complementar.
Tambm fica a cargo desse Sistema a participao na formulao da poltica
e na execuo de aes de saneamento bsico, a ordenao da formao de
recursos humanos na rea de sade, a vigilncia nutricional e a orientao
alimentar, a colaborao na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho, a formulao da poltica de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos
e outros insumos de interesse para a sade e a participao na sua produo, o
controle e a fiscalizao de servios, produtos e substncias de interesse para a
sade, a fiscalizao e a inspeo de alimentos, gua e bebidas para consumohumano, a participao no controle e na fiscalizao da produo, transporte,
guarda e utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e radioativos, o
incremento, em sua rea de atuao, do desenvolvimento cientfico e tecnolgico, a
formulao e execuo da poltica de sangue e seus derivados.
Encontramos ainda neste cdex os conceitos de:
a) vigilncia sanitria (art. 6, 1, I e II) - conjunto de aes capaz de eliminar,
diminuir ou prevenir riscos sade e de intervir nos problemas sanitrios
decorrentes do meio ambiente, da produo e circulao de bens e da prestao de
servios de interesse da sade, abrangendo o controle de bens de consumo que,
direta ou indiretamente, se relacionem com a sade, compreendidas todas as
etapas e processos, da produo ao consumo; e o controle da prestao de
servios que se relacionam direta ou indiretamente com a sade;
b) vigilncia epidemiolgica (art. 6, 2): um conjunto de aes que proporcionam
o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores
determinantes e condicionantes de sade individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de preveno e controle das doenas ou agravos.
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5.2.1. VIGILNCIA SANITRIA
A atuao do SUS na vigilncia sanitria determinada como um conjunto de
aes capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos sade e de intervir nos
problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da produo e circulao de
bens e da prestao de servios de interesse da sade.
O Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria (SNVS), um instrumento
privilegiado de que o SUS dispe para realizar seu objetivo de preveno e
promoo da sade. O Sistema engloba unidades nos trs nveis de governo
federal, estadual e municipal com responsabilidades compartilhadas. No nvel
federal, esto a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa) e o Instituto
Nacional de Controle de Qualidade em Sade (INCQS/Fiocruz). No nvel estadual,
esto o rgo de vigilncia sanitria e o Laboratrio Central (Lacen) de cada uma
das 27 Unidades da Federao. No nvel municipal, esto os servios de VISA dos
municpios brasileiros, muitos dos quais ainda em fase de organizao. Participam
indiretamente do Sistema: Conselhos de Sade e Conselhos de Secretrios de
Sade. Interagem e cooperam com o Sistema: rgos e instituies,
governamentais ou no, de diversas reas.
A vigilncia sanitria exerce o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a sade, compreendidas todas as etapas e
processos, da produo ao consumo.
A 5. Turma do TRF/ 1 Regio decidiu que, "embora a livre iniciativa esteja
alada condio de princpio da ordem econmica, em observncia ao artigo 170
da Constituio Federal, isso no significa a inviabilidade da interveno do Estado
na atividade econmica, na medida em que o artigo 174 da Carta Magna expresso
ao afirmar que o Estado exercer as funes de fiscalizao da atividade
econmica, dada a sua condio de agente normativo e regulador da ordem
econmica". Entendeu ento que o Estado pode impor validamente limitaes livre
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iniciativa prevista pela Constituio, especialmente quando se trata de garantir a
sade pblica em detrimento de interesses financeiros de entidades particulares.
(AG 2006.01.00.033780-4/DF, Rel. Desembargadora Federal Maria Isabel Gallotti
Rodrigues, conv. Juiz Federal David Wilson de Abreu Pardo, Sexta Turma, DJ,p.106, de 11/06/2007).
A vigilncia sanitria exerce ainda o controle da prestao de servios que se
relacionam direta ou indiretamente com a sade. Recentemente a Anvisa proibiu
anncios - em TV, rdio e internet - de produtos base de cido acetilsaliclico,
alm dos medicamentos com propriedades analgsicas e antitrmicas que no
precisam de receita mdica e os que contenham dipirona sdica, paracetamol e
ibuprofeno. A presena de propagandistas nas farmcias tambm foi vetada.
Segundo a Anvisa, o uso desses medicamentos pode mascarar uma situao de
risco sade, como o caso da nova gripe - H1N1.
A Lei n8.080/90, que instituiu o SUS, estabelece, em seu artigo6, que
atribuio do Sistema nico de Sade a execuo de aes de assistncia
teraputica integral, inclusive farmacutica. Assim, se o poder pblico no fornece o
medicamento de que os pacientes precisam, mas pelo qual no podem pagar,
recorrer Justia o caminho natural e legtimo.
Foi o que fizeram, primeiramente, grupos de portadores de HIV/AIDS,
seguidos por outras associaes de usurios de remdios de custo elevado. Para
atender procura por esses produtos sem a necessidade de o paciente recorrer
Justia foi criado em 1993 o Programa de Medicamentos de Dispensao em
Carter Excepcional, que ganhou impulso em 1998, com a Poltica Nacional de
Medicamentos. Ela incluiu a garantia de acesso da populao aos produtos de alto
custo para doenas de carter individual.
5.2.2. VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA
A atuao do SUS na vigilncia epidemiolgica representa um conjunto de
aes que proporcionam o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-907/24/2019 Aula 01 (6)
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mudana nos fatores determinantes e condicionantes de sade individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de preveno e
controle das doenas ou agravos.
guisa de exemplificao, segue ementa do AMS 13330 DF 96.01.13330-5
de relatoria do Juiz Federal Manoel Jos Ferreira Nunes:
"As atividades da Administrao Pblica so regidas pelo princpio da legalidade,
inserto no caput do art. 37 da Constituio Federal de 1988. A Portaria n. 87/94, da
Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade, proibiu o uso de
determinadas substncias anfetamnicas consideradas prejudiciais sade na
formulao de produtos farmacolgicos para emagrecimento. A autoridade coatora,
responsvel por aquele rgo do Ministrio da Sade, detinha competncia para
legislar sobre a matria em discusso, vista do que dispem as Leis n. 6.360/76
(arts. 6 e 80) e 8.080/90 (arts. 6 e 9). No que tange afirmao de que a
mencionada Portaria induz interferncia da atividade farmacutica nas prescries
mdicas, deve-se atentar para o fim colimado pela Secretaria de Vigilncia Sanitria
- a preservao da sade pblica. A atuao da autoridade na rea do sanitarismo,
editando normas e tomando providncias necessrias, reveste-se de certa
discricionariedade, privilegiando o bem da sociedade em detrimento dedeterminados interesses particulares."
5.2.3. SADE DO TRABALHADOR
H imensa preocupao do legislador com a sade do trabalhador, incluindo,
este campo, nas competncias do SUS. Ficar, assim, a cargo do SUS: umconjunto de atividades que se destina, atravs das aes de vigilncia
epidemiolgica e vigilncia sanitria, promoo e proteo da sade dos
trabalhadores, assim como visa recuperao e reabilitao da sade dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condies de trabalho.
Para cumprir essa finalidade incorpora: assistncia ao trabalhador vtima de
acidentes de trabalho ou portador de doena profissional e do trabalho, participao,
no mbito de competncia do Sistema nico de Sade (SUS), em estudos,pesquisas, avaliao e controle dos riscos e agravos potenciais sade existentes
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no processo de trabalho, participao, no mbito de competncia do Sistema nico
de Sade (SUS), da normatizao, fiscalizao e controle das condies de
produo, extrao, armazenamento, transporte, distribuio e manuseio de
substncias, de produtos, de mquinas e de equipamentos que apresentam riscos sade do trabalhador, avaliao do impacto que as tecnologias provocam sade,
informao ao trabalhador e sua respectiva entidade sindical e s empresas sobre
os riscos de acidentes de trabalho, doena profissional e do trabalho, bem como os
resultados de fiscalizaes, avaliaes ambientais e exames de sade, de
admisso, peridicos e de demisso, respeitados os preceitos da tica profissional,
participao na normatizao, fiscalizao e controle dos servios de sade do
trabalhador nas instituies e empresas pblicas e privadas, reviso peridica da
listagem oficial de doenas originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaborao a colaborao das entidades sindicais e a garantia ao sindicato dos
trabalhadores de requerer ao rgo competente a interdio de mquina, de setor
de servio ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposio a risco
iminente para a vida ou sade dos trabalhadores.
5.2.4. DOS PRINCPIOS E DIRETRIZES DO SUS
Todos os servios de sade, privados contratados ou conveniados, que
integrem o SUS, devem ser desenvolvidos conforme uma rede regionalizada e
hierarquizada visando a descentralizao, com direo nica em cada esfera de
governo, o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuzo dos servios assistenciais e a participao da comunidade. Ficam, ainda,
essas unidades vinculadas aos seguintes princpios:
I - universalidade de acesso aos servios de sade em todos os nveis de
assistncia;
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A Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) ajuizou Ao Direta de
Inconstitucionalidade (ADI 4913), com pedido de liminar, contra a Lei 9.835, de
4/12/2012, do Estado de Mato Grosso. Essa norma torna obrigatrio o oferecimento,
pelo Estado, de cadeiras de rodas e aparelhos auditivos aos portadores de
deficincia fsica ou auditiva que tenham renda mensal inferior a trs salrios
mnimos.
De acordo com a Central Sindical, a lei questionada restringe a um grupoespecfico a obrigao do Estado de fornecer cadeiras de rodas e aparelhos
auditivos e, por isso, contraria a Constituio Federal. A autora destaca que os
artigos 1, inciso III; 5, caput ; 196 e198, inciso II, da CF, estabelecem como
fundamento do pas democrtico em que vivemos a dignidade da pessoa humana e
dispe ser a sade um direito de todos e um dever do Estado, que tem a obrigao
de proporcionar atendimento integral.
Tambm afirma que, conforme o artigo 196 da CF, a sade direito de todose dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem
reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio
s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.
A Central Sindical ressalta que o Estado de Mato Grosso violou no s
a Constituio Federal, mas a Constituio Estadual e a Lei Orgnica do SUS.
Segundo ela, a Lei8.080/90, que instituiu o Sistema nico de Sade (SUS), garante
o acesso aos servios de sade de maneira eficaz sem qualquer discriminao.
Ressalta, ainda que a Lei Orgnica do SUS [artigo 2, pargrafo 1; artigo 5,
inciso II; artigo 6, inciso I, alnea d e artigo 7, incisos I, II, IV, XII] tambm
estabelece que o Poder Pblico deve garantir o atendimento integral sade de
todos os cidados, sem qualquer distino, abrangendo a assistncia teraputica
integral, farmacutica e de possuir capacidade de resoluo dos servios em todos
os nveis de assistncia. A diretriz mais importante a ser destacada neste sistema
diz respeito integralidade e equidade dos servios do SUS, o qual preconiza que a
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assistncia sade deve atender a todos de que dela necessitam, sem
discriminao de qualquer natureza, salienta.
A autora acrescenta que, segundo a Constituio mato-grossense, em seu
artigo 217, a sade um direito de todos e dever do Estado, assegurando mediante
polticas sociais, econmicas e ambientais que visem eliminao de risco de
doenas e outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios,
para sua promoo, proteo e recuperao.
Dessa forma, a Central Sindical argumenta que o Estado deve prestar
atendimento integral sade e, portanto, tem por obrigao fornecer os servios
aos seus usurios de forma integral, sem qualquer tipo de discriminao. Caso no
seja concedida liminar, os cidados de Mato Grosso no tero acesso a cadeiras de
rodas e aparelhos auditivos, que so de extrema necessidade para sua sade, sua
reabilitao e para seu convvio com a sociedade, conclui.
Por essas razes, pede a concesso da liminar para suspender a eficcia do
inteiro teor da Lei Estadual 9.835/12, de Mato Grosso, em razo de estarem
presentes os requisitos dofumus boni iuris e dopericulum in mora . Por fim, requer a
procedncia do pedido a fim de ser declarada a inconstitucionalidade da norma.
A relatora da ao a ministra Crmen Lcia.
II - integralidade de assistncia, entendida como conjunto articulado e contnuo das
aes e servios preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os nveis de complexidade do sistema;
A jurisprudncia do Superior Tribunal Justia firmou entendimento no sentido
de que o Ministrio Pblico tem legitimidade ativa para propor ao civil pblica
visando resguardar direito indisponvel de pessoa determinada, como o direito
sade, independentemente da incapacidade ou hipossuficincia do sujeito
diretamente interessado. O art. 127 da Constituio da Repblica e a legislao
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federal que trata das atribuies do Ministrio Pblico o autorizam a agir em defesa
de interesses individuais indisponveis, nos quais se insere o direito constitucional
vida e sade. Precedentes do STJ. Na tutela do direito vida e sade, o Parquet
possui legitimidade ativa ad causam para propor Ao Civil Pblica, ainda que ademanda beneficie, in concreto , pessoa determinada. No se cuida de legitimidade
em razo de incapacidade ou hipossuficincia do sujeito diretamente interessado,
mas de indisponibilidade do direito sade de modo geral e do interesse social em
que seja garantida assistncia a todos os que dela necessitem, o que se mostra
plenamente compatvel com a finalidade institucional do Ministrio Pblico.(REsp n
1.088.282, RS, relator o Ministro Herman Benjamin, DJe de 27.04.2011)
III - preservao da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade fsica e
moral;
IV - igualdade da assistncia sade, sem preconceitos ou privilgios de qualquer
espcie;
V - direito informao, s pessoas assistidas, sobre sua sade;
VI - divulgao de informaes quanto ao potencial dos servios de sade e a sua
utilizao pelo usurio;
VII - utilizao da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocao
de recursos e a orientao programtica;
VIII - participao da comunidade;
IX - descentralizao poltico-administrativa, com direo nica em cada esfera de
governo:
a) nfase na descentralizao dos servios para os municpios;
b) regionalizao e hierarquizao da rede de servios de sade;
X - integrao em nvel executivo das aes de sade, meio ambiente e
saneamento bsico;
XI - conjugao dos recursos financeiros, tecnolgicos, materiais e humanos da
Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios na prestao de servios
de assistncia sade da populao;
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XII - capacidade de resoluo dos servios em todos os nveis de assistncia; e
XIII - organizao dos servios pblicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idnticos.
5.2.5. DA ORGANIZAO, DIREO E GESTO DO SUS
5.2.5.1. DA ORGANIZAO
A LOS trata da Organizao, da Direo e da Gesto do SUS enfatizandoque as aes e servios de sade, executados pelo Sistema nico de Sade (SUS),
seja diretamente ou mediante participao complementar da iniciativa privada, sero
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em nveis de complexidade
crescente.
Importante ressaltar que a participao privada COMPLEMENTAR, no
suplementar, no residual... Esse um clssico das pegadinhas!
5.2.5.2. DA DIREO
A direo do Sistema nico de Sade (SUS) nica, de acordo com o
inciso I do art. 198 da Constituio Federal, sendo exercida em cada esfera de
governo pelos seguintes rgos: no mbito da Unio, pelo Ministrio da Sade; no
mbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Sade ou
rgo equivalente; e no mbito dos Municpios, pela respectiva Secretaria de Sade
ou rgo equivalente.
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Cabe esclarecer que solidria a obrigao dos entes federados, integrantes
do Sistema nico de Sade, pelo fornecimento de tratamentos e medicamentos
necessrios garantia da sade e vida. No se trata, pois, de distinguir,
internamente, as atribuies de cada um dos entes polticos dentro do SUS, para
efeito de limitar o alcance da legitimidade passiva para aes de tal espcie,
cabendo a todos e a qualquer um deles a responsabilidade pelo efetivo
fornecimento de medicamento pessoa sem recursos financeiros atravs da redepblica de sade, segundo o Desembargador Federal Carlos Muta, no AI 21401 MS
0021401-16.2012.4.03.0000.
Destaca-se ainda os dizeres da desembargadora Teresa Cristina da Cunha,
do TJMG: " dever do Municpio, na condio de gestor do Sistema nico de
Sade, zelar pela sade dos necessitados, oferecendo tratamento adequado a
sade e vida dos pacientes, figurando-se parte legtima passiva para a presente
causa, fazendo-se desnecessria a interveno do Estado de Minas Gerais e daUnio Federal na lide, nos termos do artigo 7, inciso IX, e artigo 9, inciso III, da Lei
n 8.080/90".
A LOS prev que os municpios podero constituir consrcios para
desenvolver em conjunto as aes e os servios de sade que lhes correspondam.
So acordos despersonalizados, firmados entre entidades pblicas de uma mesma
espcie ou do mesmo nvel, com a finalidade de desenvolver atividades comuns ou
implementar programa de interesse comum. Tm natureza contratual e implicam a
criao de uma pessoa jurdica de direito privado (civil ou comercial), vinculada s
finalidades do consrcio, para execut-lo, que assume os direitos e as obrigaes
inerentes.
Apresentam estrutura de gesto autnoma e oramentos prprios,
constitudos e financiados pelos gestores municipais, objetivando solucionar
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demandas especficas ou problemas de sade que no podem ser resolvidos, de
forma isolada, por cada municpio.
A partir da edio da Lei n 11.107/2005, a instituio de consrcios na rea
de Sade deve ser baseada em suas orientaes.A LOS estende a aplicao aos
consrcios administrativos intermunicipais o princpio da direo nica, e determina
que os respectivos atos constitutivos disporo sobre sua observncia. No nvel
municipal, o Sistema nico de Sade (SUS), poder organizar-se em distritos de
forma a integrar e articular recursos, tcnicas e prticas voltadas para a cobertura
total das aes de sade.
5.2.5.3. DA GESTO
A LOS prev a criao de comisses intersetoriais de mbito nacional,
subordinadas ao Conselho Nacional de Sade, integradas pelos Ministrios e
rgos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. As
comisses intersetoriais tero a finalidade de articular polticas e programas de
interesse para a sade, cuja execuo envolva reas no compreendidas no mbitodo Sistema nico de Sade (SUS).
A intersetorialidade uma estratgia poltica complexa, cujo resultado na
gesto de uma cidade a superao da fragmentao das polticas nas vrias
reas onde so executadas. Tem como desafio articular diferentes setores na
resoluo de problemas no cotidiano da gesto e torna-se estratgica para a
garantia do direito sade, j que sade produo resultante de mltiplas
polticas sociais de promoo de qualidade de vida.
Como prtica de gesto na sade, a intersetorialidade permite o
estabelecimento de espaos compartilhados de decises entre instituies e
diferentes setores do governo que atuam na produo da sade na formulao,
implementao e acompanhamento de polticas pblicas que possam ter impacto
positivo sobre a sade da populao.
Permite considerar o cidado na sua totalidade, nas suas necessidades
individuais e coletivas, demonstrando que aes resolutivas em sade requerem
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necessariamente parcerias com outros setores como Educao, Trabalho e
Emprego, Habitao, Cultura, Segurana, Alimentar e outros.
Intersetorialidade remete tambm ao conceito/ideia de rede, cuja prtica
requer articulao, vinculaes, aes complementares, relaes horizontais entre
parceiros e interdependncia de servios para garantir a integralidade das aes.
Finalmente, o contexto da intersetorialidade estimula e requer mecanismos
de envolvimento da sociedade. Demanda a participao dos movimentos sociais
nos processos decisrios sobre qualidade de vida e sade de que dispem. A
articulao das polticas e programas, a cargo das comisses intersetoriais,
abranger, em especial, as seguintes atividades: alimentao e nutrio;
saneamento e meio ambiente; vigilncia sanitria e farmacoepidemiologia; recursoshumanos; cincia e tecnologia; e sade do trabalhador.
Devero ser criadas Comisses Permanentes de integrao entre os servios
de sade e as instituies de ensino profissional e superior. Cada uma dessas
comisses ter por finalidade propor prioridades, mtodos e estratgias para a
formao e educao continuada dos recursos humanos do Sistema nico de
Sade (SUS), na esfera correspondente, assim como em relao pesquisa e
cooperao tcnica entre essas instituies.
Os princpios da Poltica de Educao Permanente para o SUS so:
articulao entre educao e trabalho no SUS; produo de processos e prticas de
desenvolvimento nos locais de servio; mudana nas prticas de formao e de
sade, tendo em vista a integralidade e humanizao da ateno sade;
articulao entre ensino, gesto, ateno, participao popular e controle social em
sade e produo de conhecimento para o desenvolvimento da capacidade
pedaggica dos servios e do sistema de sade. A educao permanente propicia a
reflexo coletiva sobre o trabalho no SUS, que inclui a integralidade, a produo do
cuidado, o trabalho em equipe, a dinamizao de coletivos, a gesto de equipes e
de unidades, a capacidade de problematizar e identificar pontos sensveis e
estratgicos para a produo da integralidade e da humanizao.
O foco da Educao Permanente em Sade so os processos de trabalho e
as equipes (ateno, gesto, participao e controle social), possibilitando a
construo de um novo estilo de gesto, no qual os pactos para reorganizar o
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trabalho sejam construdos coletivamente e os diferentes profissionais passam a ser
sujeitos da produo de alternativas para a superao de problemas. Essa anlise
coletiva dos processos de trabalho permite a identificao dos ns crticos
enfrentados na ateno ou na gesto e a construo de estratgiascontextualizadas que promovam o dilogo entre as polticas gerais e a singularidade
dos lugares e das pessoas.
As atividades educativas so construdas de maneira articulada com as
medidas para reorganizao do sistema, implicando um acompanhamento e apoio
tcnico. A Poltica de Educao Permanente em sade foi aprovada pelo Conselho
Nacional de Sade, pactuada na Comisso Intergestores Tripartite e instituda pela
Portaria MS/GM n 198, de 13 de fevereiro de 2004. Novas diretrizes e 251processos e instncia para a implementao desta poltica foram definidas pela
Portaria MS/GM n 1.996, de 20 de agosto de 2007. As principais alteraes dizem
respeito: 1) ao financiamento, que passa a integrar o Bloco de Financiamento da
Gesto, na forma estabelecida pelo Pacto pela Sade; 2) integrao do processo
de planejamento e desenvolvimento da educao permanente ao processo e
instrumentos de planejamento e programao do SUS; 3) reorientao das
relaes e fluxo de informaes entre a instncia de gesto participativa destapoltica, a Comisso Permanente de Integrao Ensino-Servio e as instncias de
gesto colegiada (Comisso Intergestores Bipartite) e de controle social (Conselhos
Municipais e Estaduais de Sade)
As Comisses Intergestores Bipartite e Tripartite so reconhecidas como
foros de negociao e pactuao entre gestores, quanto aos aspectos operacionais
do Sistema nico de Sade (SUS).
Trata-se de espaos de natureza tecnopoltica caractersticos das instituies
democrticas nos quais se propicia a conduo compartilhada dos planos,
programas e projetos sociais. No SUS, existem vrios espaos colegiados de
gesto, entre os quais se destacam as comisses intergestores.
As Comisses intergestores Bipartites (CIB) so espaos estaduais de
articulao e pactuao poltica que objetivam orientar, regulamentar e avaliar os
aspectos operacionais do processo de descentralizao das aes de sade. So
constitudas, paritariamente, por representantes do governo estadual indicados
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pelo Secretrio de Estado da Sade e dos secretrios municipais de Sade
indicados pelo rgo de representao do conjunto dos municpios do estado, em
geral denominado Conselho de Secretrios Municipais de Sade (Cosems). Os
secretrios municipais de Sade, por meio de seus espaos de representao,debatem entre si os temas estratgicos, antes de apresentar suas posies na CIB.
Os Cosems so, tambm, instncias de articulao poltica entre gestores
municipais de Sade, sendo de extrema importncia a participao dos gestores
locais nesses espaos. As CIBs foram institucionalizadas pela Norma Operacional
Bsica n 1 de 1993 e instaladas em todos os estados do Pas.
A Comisso Intergestores Tripartite (CIT) uma instncia de articulao e
pactuao na esfera federal que atua na direo nacional do SUS, integrada porgestores do SUS das trs esferas de governo Unio, estados, DF e municpios.
Tem composio paritria formada por 15 membros, sendo cinco indicados pelo
Ministrio da Sade (MS), cinco pelo Conselho Nacional de Secretrios Estaduais
de Sade (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de
Sade (Conasems). A representao de estados e municpios nessa Comisso
regional, sendo um representante para cada uma das cinco regies no Pas. Nesse
espao, as decises so tomadas por consenso e no por votao. A CIT estvinculada direo nacional do SUS.
A atuao das Comisses Intergestores Bipartite e Tripartite ter por objetivo:
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gesto
compartilhada do SUS, em conformidade com a definio da poltica
consubstanciada em planos de sade, aprovados pelos conselhos de sade;
II - definir diretrizes, de mbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da
organizao das redes de aes e servios de sade, principalmente no tocante
sua governana institucional e integrao das aes e servios dos entes
federados;
III - fixar diretrizes sobre as regies de sade, distrito sanitrio, integrao de
territrios, referncia e contrarreferncia e demais aspectos vinculados integrao
das aes e servios de sade entre os entes federados.
O Conselho Nacional de Secretrios de Sade (Conass) e o ConselhoNacional de Secretarias Municipais de Sade (Conasems) so reconhecidos como
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entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matrias
referentes sade e declarados de utilidade pblica e de relevante funo social, na
forma do regulamento.
O Conselho Nacional de Secretrios de Sade (Conass) rgo que
congrega os secretrios de sade dos estados e do Distrito Federal e seus
substitutos legais, tendo por finalidade operar o intercmbio de experincias e
informaes entre seus membros, assegurando a implementao dos princpios e
diretrizes constitucionais e da legislao complementar da sade brasileira, na
implementao de aes e servios de sade. Promove o pleno exerccio das
responsabilidades das secretarias de sade, no que diz respeito s polticas de
sade, junto aos rgos dos governos federal e municipal, ao Poder Legislativo e sentidades da sociedade. Realiza diligncia no sentido de que as secretarias de
sade dos estados e do Distrito Federal participem da formulao e tomada de
decises que digam respeito ao desenvolvimento dos sistemas de sade nas
unidades federadas, em conjunto com o Ministrio da Sade (MS).
Assegura s secretarias municipais de sade ou rgos municipais
equivalentes, por meio da direo do Conselho ou Associao de Secretrios
Municipais de Sade de cada unidade federada, a participao em todas asdecises que digam respeito ao desenvolvimento dos sistemas municipais ou
intermunicipais de sade. Encaminha aos rgos competentes propostas para
equacionar os problemas da rea de Sade em todo territrio nacional, estimulando
e intercambiando experincias quanto ao funcionamento dos conselhos de sade,
promovendo estudos e propondo solues aos problemas relativos ao
desenvolvimento da rea da Sade. Orienta e promove a realizao de congressos,
conferncias, seminrios e outros encontros tendentes ao aperfeioamento dasatividades do setor Sade. Mantm intercmbio com rgos e entidades nacionais e
estrangeiras de interesse para o setor Sade. Sua diretoria eleita em assembleias
anuais.
O Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Sade (Conasems)
entidade no governamental, sem fins lucrativos, criada com o objetivo de
representar as secretarias municipais de Sade. Sua importncia no cenrio poltico
brasileiro deve-se constatao de que cabe, prioritariamente, ao municpio a
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prestao de servios de sade, com a cooperao tcnica e financeira dos estados
e da Unio. Concluso baseada no entendimento de que no municpio onde as
necessidades de sade da populao podem ser dimensionadas de perto. Nesse
sentido, nada mais importante do que a existncia de uma entidade que representeas secretarias municipais de Sade, atuando: na formulao de polticas pblicas
intersetoriais e de sade; na disputa poltica em espaos nacionais de pactuao
federativa e de implementao compartilhada das polticas pblicas; no intercmbio
de experincias entre os municpios e com outros pases e, na propagao dos
princpios da universalidade, equidade e integralidade da sade. Na condio de
representante das 5.562 secretarias municipais de Sade do Brasil, o Conasems
participa do Conselho Nacional de Sade (CNS), rgo deliberativo do SUS, e da
Comisso Intergestores Tripartite (CIT), que rene a representao dos trs entes
federados: o Ministrio da Sade (MS), o Conselho Nacional dos Secretrios de
Sade (Conass) e o Conasems. Na CIT, so definidos diretrizes, estratgias,
programas, projetos e alocao de recursos do SUS.
O Conasems mantm, ainda, os Ncleos Temticos, espaos onde
secretrios municipais de Sade e assessores renem-se para discutir polticas,
realizar estudos e preparar informaes e pareceres para deciso dos colegiados.Os participantes dos Ncleos Temticos tm assento nas comisses e grupos de
trabalho tripartites do SUS. Realiza o Congresso Anual Conasems, que rene,
presencialmente, todos os secretrios municipais de Sade para discutir temas do
interesse dos gestores municipais e definir orientaes para o trabalho de
representao do Conasems e, a cada dois anos, elege a diretoria do rgo.
O Conass e o Conasems recebero recursos do oramento geral da Unio
por meio do Fundo Nacional de Sade, para auxiliar no custeio de suas despesasinstitucionais, podendo ainda celebrar convnios com a Unio. Os Conselhos de
Secretarias Municipais de Sade (Cosems) so reconhecidos como entidades que
representam os entes municipais, no mbito estadual, para tratar de matrias
referentes sade, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
forma que dispuserem seus estatutos.
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5.2.6. DA COMPETNCIA E DAS ATRIBUIES
5.2.6.1. DAS ATRIBUIES COMUNS
A Lei n 8.080/1990 traa competncias e atribuies para os entes
federados no sentido de que se faa cumprir as suas diretrizes e metas. Assim, so
atribuies comuns:
1) Definio das instncias e mecanismos de controle, avaliao e de fiscalizao
das aes e servios de sade;
2) Administrao dos recursos oramentrios e financeiros destinados, em cada
ano, sade;
3) Acompanhamento, avaliao e divulgao do nvel de sade da populao e
das condies ambientais;
4) Organizao e coordenao do sistema de informao de sade;
5) Participao de formulao da poltica e da execuo das aes de
saneamento bsico e colaborao na proteo e recuperao do meio ambiente, naformulao e na execuo da poltica de formao e desenvolvimento de recursos
humanos para a sade;
6) Elaborao da proposta oramentria do Sistema nico de Sade (SUS), de
conformidade com o plano de sade, de normas para regular as atividades de
servios privados de sade, tendo em vista a sua relevncia pblica, de normas
tcnico-cientficas de promoo, proteo e recuperao da sade, de normas
tcnicas e estabelecimento de padres de qualidade para promoo da sade do
trabalhador, de normas tcnicas e estabelecimento de padres de qualidade e
parmetros de custos que caracterizam a assistncia sade e elaborao e
atualizao peridica do plano de sade.
7) Realizao de operaes externas de natureza financeira de interesse da
sade, autorizadas pelo Senado Federal;
8) Para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitrias,
decorrentes de situaes de perigo iminente, de calamidade pblica ou de irrupo
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de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente
poder requisitar bens e servios, tanto de pessoas naturais como de jurdicas,
sendo-lhes assegurada justa indenizao;
9) Implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
10) Propor a celebrao de convnios, acordos e protocolos internacionais relativos
sade, saneamento e meio ambiente;
11) Promover articulao com os rgos de fiscalizao do exerccio profissional e
outras entidades representativas da sociedade civil para a definio e controle dos
padres ticos para pesquisa, aes e servios de sade e promover a articulao
da poltica e dos planos de sade.
12) Realizar pesquisas e estudos na rea de sade;
13) Definir as instncias e mecanismos de controle e fiscalizao inerentes ao poder
de polcia sanitria;
14) Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratgicos e de
atendimento emergencial.
5.2.6.2. DA COMPETNCIA
So competncias da direo nacional do Sistema nico da Sade (SUS):
1) Formular, avaliar e apoiar polticas de alimentao e nutrio.
2) Participar na formulao e na implementao das polticas: de controle das
agresses ao meio ambiente, de saneamento bsico e relativas s condies e aosambientes de trabalho.
3) Definir e coordenar os sistemas: de redes integradas de assistncia de alta
complexidade, de rede de laboratrios de sade pblica, de vigilncia
epidemiolgica e vigilncia sanitria.
4) Participar da definio de normas e mecanismos de controle, com rgo afins,
de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercusso na
sade humana, da definio de normas, critrios e padres para o controle das
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condies e dos ambientes de trabalho e coordenar a poltica de sade do
trabalhador.
5) Coordenar e participar na execuo das aes de vigilncia epidemiolgica.
6) Estabelecer normas e executar a vigilncia sanitria de portos, aeroportos e
fronteiras, podendo a execuo ser complementada pelos Estados, Distrito Federal
e Municpios, estabelecer critrios, parmetros e mtodos para o controle da
qualidade sanitria de produtos, substncias e servios de consumo e uso humano,
elaborar normas para regular as relaes entre o Sistema nico de Sade (SUS) e
os servios privados contratados de assistncia sade e elaborar o Planejamento
Estratgico Nacional no mbito do SUS, em cooperao tcnica com os Estados,
Municpios e Distrito Federal.
7) Promover articulao com os rgos educacionais e de fiscalizao do
exerccio profissional, bem como com entidades representativas de formao de
recursos humanos na rea de sade.
8) Formular, avaliar, elaborar normas e participar na execuo da poltica nacional
e produo de insumos e equipamentos para a sade, em articulao com os
demais rgos governamentais.
9) Identificar os servios estaduais e municipais de referncia nacional para o
estabelecimento de padres tcnicos de assistncia sade.
10) Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substncias de interesse para a
sade.
11) Prestar cooperao tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios para o aperfeioamento da sua atuao institucional.
12) Promover a descentralizao para as Unidades Federadas e para os
Municpios, dos servios e aes de sade, respectivamente, de abrangncia
estadual e municipal.
13) Normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados.
14) Acompanhar, controlar e avaliar as aes e os servios de sade, respeitadas
as competncias estaduais e municipais.
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15) Estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliao tcnica e
financeira do SUS em todo o Territrio Nacional em cooperao tcnica com os
Estados, Municpios e Distrito Federal.
Cumprindo o princpio traado no art. 7, IX da lei 8.080/1990 a descentralizao do
poltico-administrativa com direo nica em cada esfera de governo passamos a
anlise das competncias da direo estadual do Sistema nico de Sade (SUS).
So elas:
1) Promover a descentralizao para os Municpios dos servios e das aes de
sade.
2) Atuar em carter suplementar:
a. Apoio tcnico e financeiro aos Municpios e executar aes e servios de sade
b. Formular, executar, acompanhar e avaliar a poltica de insumos e equipamentos
para a sade;
c. Estabelecer normas para o controle e avaliao das aes e servios de sade;
d. Normas e estabelecer padres, em carter suplementar, de procedimentos de
controle de qualidade para produtos e substncias de consumo humano;
3) Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema nico de
Sade (SUS).
4) Coordenar e, em carter complementar, executar aes e servios:
a) De vigilncia epidemiolgica.
b) De vigilncia sanitria.
c) De alimentao e nutrio.d) De sade do trabalhador.
5) Participar, junto com os rgos afins, do controle dos agravos do meio
ambiente que tenham repercusso na sade humana.
6) Participar da formulao da poltica e da execuo de aes de saneamento
bsico.
7) Participar das aes de controle e avaliao das condies e dos ambientes detrabalho.
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8) Identificar estabelecimentos hospitalares de referncia e gerir sistemas pblicos
de alta complexidade, de referncia estadual e regional.
9) Coordenar a rede estadual de laboratrios de sade pblica e hemocentros, e
gerir as unidades que permaneam em sua organizao administrativa.
10) Colaborar com a Unio na execuo da vigilncia sanitria de portos, aeroportos
e fronteiras.
11) Acompanhamento, a avaliao e divulgao dos indicadores de morbidade e
mortalidade no mbito da unidade federada.
direo municipal do Sistema de Sade (SUS) compete:
1) Planejar, organizar, controlar e avaliar as aes e os servios de sade e gerire executar os servios pblicos de sade;
2) Participar do planejamento, programao e organizao da rede regionalizada
e hierarquizada do Sistema nico de Sade (SUS), em articulao com sua direo
estadual;
3) Participar da execuo, controle e avaliao das aes referentes s condies
e aos ambientes de trabalho;
4) Executar servios: de vigilncia epidemiolgica, vigilncia sanitria, de
alimentao e nutrio, de saneamento bsico e de sade do trabalhador;
5) Dar execuo, no mbito municipal, poltica de insumos e equipamentos para
a sade;
6) Colaborar na fiscalizao das agresses ao meio ambiente que tenham
repercusso sobre a sade humana e atuar, junto aos rgos municipais, estaduais
e federais competentes, para control-las;
7) Formar consrcios administrativos intermunicipais;
8) Gerir laboratrios pblicos de sade e hemocentros;
9) Colaborar com a Unio e os Estados na execuo da vigilncia sanitria de
portos, aeroportos e fronteiras;
10) Celebrar contratos e convnios com entidades prestadoras de servios privados
de sade, bem como controlar e avaliar sua execuo;
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11) Controlar e fiscalizar os procedimentos dos servios privados de sade;
12) Normatizar complementarmente as aes e servios pblicos de sade no seu
mbito de atuao.
Como de praxe no sistema federativo brasileiro ao Distrito Federal compete,
simultaneamente, as atribuies reservadas aos Estados e aos Municpios.
5.2.7. DO SUBSISTEMA DE ATENO SADE INDGENA
Reconhecendo os direitos legais dos povos indgenas, o Ministrio da Sade
criou a Poltica Nacional de Ateno aos Povos Indgenas e estabeleceu o
Subsistema de Ateno aos Povos Indgenas, no mbito do SUS. O propsito dessa
poltica garantir aos povos indgenas o acesso ateno integral sade, de
acordo com os princpios do SUS, contemplando as diversidades sociais, culturais,
geogrficas, histricas e polticas dessa populao. A principal diretriz dessa poltica
estabelecer, nos territrios indgenas, uma rede de servios bsicos de ateno
sade, organizada a partir de distritos sanitrios especiais e plos-base. Para o
desenvolvimento das aes, so formadas parcerias com municpios, estados,
universidades e organizaes nogovernamentais inclusive as indgenas.
Os Plos-base/sade indgena so as primeiras referncias para os
profissionais de sade que atuam em aldeias indgenas. Podem estar localizados
em uma comunidade indgena ou em um municpio de referncia. Nesse ltimo
caso, correspondem a uma unidade bsica de sade j existente na rede de
servios municipal.
Caber Unio, com seus recursos prprios, financiar o Subsistema de
Ateno Sade Indgena. O SUS promover a articulao do Subsistema com os
rgos responsveis pela Poltica Indgena do Pas. Os Estados, Municpios, outras
instituies governamentais e no governamentais podero atuar
complementarmente no custeio e execuo das aes. Dever-se- obrigatoriamente
levar em considerao a realidade local e as especificidades da cultura dos povos
indgenas e o modelo a ser adotado para a ateno sade indgena, que se deve
pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de
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assistncia sade, saneamento bsico, nutrio, habitao, meio ambiente,
demarcao de terras, educao sanitria e integrao institucional.
O Subsistema de Ateno Sade Indgena dever ser, como o SUS,
descentralizado, hierarquizado e regionalizado. O Subsistema ter como base os
Distritos Sanitrios Especiais Indgenas. um modelo de organizao de servios
de Sade orientado para o estabelecimento de um espao tnico-cultural dinmico,
alm de geogrfico, populacional e administrativamente bem delimitado. Contempla
um conjunto de atividades tcnicas e administrativo-gerenciais necessrias
prestao de assistncia sade dos povos indgenas, com controle social.
O SUS servir de retaguarda e referncia ao Subsistema de Ateno
Sade Indgena, devendo, para isso, ocorrer adaptaes na estrutura e organizao
do SUS nas regies onde residem as populaes indgenas, para propiciar essa
integrao e o atendimento necessrio em todos os nveis, sem discriminaes. As
populaes indgenas devem ter acesso garantido ao SUS, em mbito local,
regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades,
compreendendo a ateno primria, secundria e terciria sade. As populaes
indgenas tero direito a participar dos organismos colegiados de formulao,
acompanhamento e avaliao das polticas de sade, tais como o ConselhoNacional de Sade e os Conselhos Estaduais e Municipais de Sade, quando for o
caso.
5.2.8. DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAO DOMICILIAR
Com o intuito de facilitar a recuperao e reabilitao dos usurios do SUS alei 8.080/1990 estabelece, o atendimento domiciliar e a internao domiciliar
adotando diversos mecanismo garantindo em especial que os procedimentos
mdicos, de enfermagem, fisioteraputicos, psicolgicos e de assistncia social,
entre outros necessrios ao cuidado integral dos pacientes em seu domiclio lhe
sejam garantidos. Cria as comisses multidisciplinares que realizaro esses
atendimentos e internaes domiciliares atuando nos nveis da medicina preventiva,
teraputica e reabilitadora. Fixa tambm os requisitos para os procedimentos de
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atendimento e internao domiciliar, um tcnico (indicao mdica) e um de
aquiescncia (expressa concordncia do paciente ou de sua famlia).
5.2.9. DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE
PARTO, PARTO E PS-PARTO IMEDIATO
Houve ateno expressa a sade e segurana da parturiente dispondo a lei
8.080/1990 de expressa garantia do acompanhante parturiente durante todo o
perodo do trabalho de parto, parto e ps-parto imediato, a ser escolhido unicamente
pela paciente.O Pacto nacional pela reduo da Mortalidade Materna e neonatal define
aes estratgicas para a melhoria da qualidade da ateno sade das mulheres,
adolescentes e crianas. Lanado em 2004, colocou a luta pela reduo da
mortalidade materna e neonatal como poltica de Estado, preservando os direitos
humanos de mulheres e recm-nascidos, tendo em vista que, em sua quase
totalidade, so mortes evitveis. Tem como meta inicial a reduo da mortalidade
materna e neonatal em 15%, at o final de 2006, e como objetivo estratgico, nasprximas duas dcadas, a reduo desses indicadores aos nveis considerados
aceitveis pela Organizao Mundial da Sade (OMS).
Envolve a realizao de seminrios estaduais e municipais de pactuao e
das aes estratgicas entre gestores e sociedade civil organizada, alm da
qualificao das equipes de maternidades de capitais, municpios-plos e/ou dos 78
municpios brasileiros identificados como apresentando indicadores elevados de
mortalidade materna, mortalidade neonatal precoce, mortalidade neonatal tardia emortalidade ps-neonatal. Esto sendo implementados e dinamizados comits de
mortalidade materna e neonatal, estimulando a vigilncia ao bito e realizando
repasse financeiro com base no Projeto de Expanso e Consolidao da Sade da
Famlia (Proesf), alm de recursos oriundos das reas tcnicas da sade da mulher,
criana e adolescente.
Entre as aes estratgicas destacam-se: efetivao de pactos municipais e
estaduais; qualificao e humanizao da ateno Sade da mulher e da criana;
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acolhimento ao parto; garantia do direito ao acompanhante e ao alojamento
conjunto; dar resolutividade ateno ao parto e ao nascimento; garantia de
ateno humanizada ao aborto; organizao de acesso e adequao da oferta de
servios; qualificao do atendimento s urgncias/emergncias; melhoria da redehospitalar e ampliao dos centros de parto normal; expanso da ateno sade
da mulher e da criana; ampliao das aes de planejamento familiar; reduo da
transmisso vertical do HIV/AIDS; proteo sade da mulher trabalhadora;
ateno s mulheres e recm-nascidos negros e indgenas, respeitando as suas
particularidades tnicas e culturais; acompanhamento de planos e seguros privados
de sade; promoo educao permanente dos profissionais envolvidos com a
ateno obsttrica e neonatal; garantia vigilncia ao bito materno e infantil;
fortalecimento dos projetos de premiao de servios exemplares.
5.2.10. DA ASSISTNCIA TERAPUTICA E DA INCORPORAO DE
TECNOLOGIA EM SADE
A assistncia teraputica integral farmacutica incluir: dispensao de
medicamentos e produtos de interesse para a sade (rteses, prteses, bolsas
coletoras e equipamentos mdicos), cuja prescrio esteja em conformidade com as
diretrizes teraputicas definidas em protocolo clnico (documento que estabelece
critrios para o diagnstico da doena ou do agravo sade, o tratamento
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber,
as posologias recomendadas, os mecanismos de controle clnico, e o
acompanhamento e a verificao dos resultados teraputicos, a serem seguidos
pelos gestores do SUS) para a doena ou o agravo sade a ser tratado, oferta de
procedimentos teraputicos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar,
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema nico de Sade -
SUS, realizados no territrio nacional por servio prprio, conveniado ou contratado.
Dispensao o ato do profissional farmacutico de proporcionar um ou
mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta apresentao de
uma receita elaborada por um profissional autorizado. Nesse ato, o farmacutico
informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. So elementos
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importantes da orientao, dentre outros, a nfase no cumprimento da dosagem, a
influncia dos alimentos, a interao com outros medicamentos, o reconhecimento
de reaes adversas potenciais e as condies de conservao dos produtos.
Os desembargadores da 3 Cmara Cvel do Tribunal de Justia do Rio
Grande do Norte mantiveram a sentena de primeiro grau, dada pela 3 Vara da
Fazenda Pblica de Natal, que condenou o Estado do Rio Grande do Norte a
fornecer medicamentos de alto custo, para uma usuria do Sistema nico de Sade(SUS), a qual no tem condies financeiras para arcar com o tratamento.
O Ente Pblico moveu Apelao Cvel, junto ao TJRN, sob o argumento de
que necessrio o chamamento da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios
para a lide, alegando que o Estado no pode assumir sozinho o nus da poltica
pblica de sade.
Embora reconhea a norma constitucional de que "sade um dever do
Estado, e um direito de todos", o Estado alegou que a medida concedida esbarra no
princpio da legalidade oramentria, sendo ainda a distribuio de medicamentos
determinada pelo Sistema nico de Sade.
Os desembargadores levaram em conta que a prpria Constituio Federal -
artigos 196 a 200 - determina que os Estados participaro ativamente das polticas
pblicas e das aes referentes sade da populao.
Em complementao ao texto constitucional, a Lei n. 8.080 /90 tambm
determina que objetivo do SUS a assistncia s pessoas por intermdio de aes
de promoo, proteo e recuperao da sade, estando includas a execuo de
aes de assistncia teraputica integral, inclusive farmacutica.
A ateno farmacutica um modelo de prtica farmacutica desenvolvido
no contexto da assistncia farmacutica, compreendendo atitudes, valores ticos,
comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na preveno
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de doenas, promoo e recuperao da sade, de forma integrada equipe de
sade. Implica interao direta do farmacutico com o usurio, visando
farmacoterapia racional e obteno de resultados definidos e mensurveis,
voltados melhoria da qualidade de vida. Essa interao deve envolver, tambm,as concepes dos seus sujeitos e o respeito s especificidades biopsicossociais de
cada usurio, sob a tica da integralidade das aes de sade.
A assistncia farmacutica o conjunto de aes voltadas promoo,
proteo e recuperao da sade individual e coletiva, tendo os medicamentos
como insumos essenciais e visando viabilizao do acesso aos mesmos, assim
como de seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produo de
medicamentos e insumos, bem como a seleo, programao, aquisio,distribuio, dispensao, garantia da qualidade dos produtos e servios,
acompanhamento e avaliao de sua utilizao, na perspectiva da obteno de
resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da populao.
A Assistncia Farmacutica Bsica, mantida pelo SUS, compreende um
conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional de medicamentos
destinados a complementar e a apoiar as aes da ateno bsica sade; ela tem
como referncia a Relao Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename),atualizada em 2006. De acordo com os novos atos normativos do SUS, trazidos
pelo Pacto pela Sade 2006, o Programa de Assistncia Farmacutica Bsica
passa a ser denominado de Componente Bsico da Assistncia Farmacutica,
integrando, assim, o Bloco de Financiamento da Assistncia Farmacutica. Esse
componente a Parte Fixa, cujo financiamento tripartite d-se pela transferncia de
recursos financeiros do Governo Federal para as outras instncias gestoras, alm
das contrapartidas estaduais e municipais; a Parte Varivel, financiadaexclusivamente pelo Governo Federal, consiste em valores per capita destinados
aquisio de medicamentos e de insumos farmacuticos dos programas de
Hipertenso e Diabetes, Asma e Rinite, Sade Mental, Sade da Mulher,
Alimentao e Nutrio e Combate ao Tabagismo. Os recursos da Parte Varivel,
destinados aos programas de Hipertenso e Diabetes, Asma e Rinite, j foram
descentralizados para a maioria dos municpios brasileiros, enquanto que os
recursos destinados aos demais programas continuam sob gesto do Ministrio da
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Sade, responsvel pelo suprimento direto dos medicamentos preconizados pelas
reas tcnicas dos respectivos programas.
O Bloco da assistncia farmacutica um dos cinco blocos de financiamento
que, a partir da definio do Pacto pela Sade, passaram a compor os recursos
federais destinados ao custeio de aes e servios da Sade. constitudo por trs
componentes: o componente assistncia farmacutica bsica, o componente
assistncia farmacutica estratgica, o componente medicamentos e o componente
de dispensao excepcional.
O componente assistncia farmacutica bsica destina-se aquisio de
medicamentos e insumos de assistncia farmacutica para a ateno bsica em
sade e s aes relacionadas a agravos e programas de sade especficos,
inseridos na rede de cuidados da ateno bsica, sendo composto de uma parte
financeira fixa e de uma parte financeira varivel. Por sua vez, o componente
assistncia farmacutica estratgica destina-se ao custeio de aes de assistncia
farmacutica nos seguintes programas estratgicos de sade: controle de
endemias, antirretrovirais do Programa DST e AIDS, sangue, hemoderivados e
imunobiolgicos. O componente medicamentos de dispensao excepcional
destina-se ao financiamento do Programa de Medicamentos de DispensaoExcepcional para aquisio e distribuio do grupo de medicamentos da tabela de
procedimentos ambulatoriais.
As centrais de abastecimento farmacutico so locais onde feita a
estocagem e a distribuio para hospitais, ambulatrios e postos de sade. A
legislao sanitria prev que os gestores municipais e estaduais de sade tm
como responsabilidade investir na infraestrutura das centrais de abastecimento
farmacutico, objetivando garantir a qualidade dos produtos at a sua distribuio.
O Ciclo da assistncia Farmacutica um sistema integrado e de sequncias
lgicas cujos componentes apresentam naturezas tcnicas, cientficas e operativas
que representam as estratgias e o conjunto de aes necessrias para a
implementao da Assistncia Farmacutica. Os componentes ou etapas do Ciclo
da Assistncia Farmacutica so: a correta seleo dos medicamentos,
programao, aquisio, armazenamento, distribuio, prescrio, dispensao, uso
racional e acompanhamento e avaliao.
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A reorientao da assistncia Farmacutica estratgia para a organizao
da Assistncia Farmacutica dentro dos preceitos do Ciclo da Assistncia
Farmacutica e que prev a superao de fragmentao em servios j implantados
visando articulao e integrao entre as diversas reas que compem osistema, estabelecendo-se fluxos na construo de um conjunto articulado que
influencia e influenciado por cada um de seus componentes.
A Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica envolve um conjunto de
aes voltadas promoo, proteo e recuperao da sade, garantindo os
princpios da universalidade, integralidade e equidade. uma poltica norteadora
para as demais polticas intersetoriais, como as polticas de Medicamentos, de
Cincia, Tecnologia e Inovao, de Desenvolvimento Industrial e de Formao dePessoal envolvendo os setores pblico e privado de Ateno Sade. Os eixos
estratgicos da Poltica abrangem principalmente a descentralizao das aes,
com definio das responsabilidades das diferentes instncias gestoras, de forma
pactuada e visando superao de fragmentao em programas desarticulados e
ampliao e qualificao dos servios de Assistncia Farmacutica, na rede pblica
de sade, por meio da modernizao e ampliao da capacidade instalada e de
produo dos Laboratrios Farmacuticos Oficiais. Com essas estratgias,pretende-se garantir o acesso da populao aos medicamentos seguros, eficazes,
de qualidade e a baixo custo, alm da promoo do uso racional.
O Programa de Medicamentos de Dispensao Excepcional a consolidao
de vrias aes polticas iniciadas a partir de 1971. O Programa foi concebido com a
prerrogativa de garantir o acesso da populao a medicamentos importados para o
tratamento de doenas de rara incidncia, portanto, classificados como
excepcionais. O Programa est em consonncia com as diretrizes estabelecidaspela Poltica Nacional de Medicamentos, a Poltica Nacional de Assistncia
Farmacutica e o Pacto pela Sade; e considera tambm a pactuao da reunio
da Comisso Intergestores Tripartite, de 5 de outubro de 2006, que estabelece um
novo marco com a publicao, em 30 de outubro de 2006, da Portaria GM/MS n
2.577. Esse instrumento regulamentou o Componente de Medicamentos de
Dispensao Excepcional (CMDE) e revogou todas as portarias vigentes, exceto as
que publicaram os PCDTs. A Portaria GM/MS n 2.577 caracteriza-se como umaestratgia da Poltica de Assistncia Farmacutica, que tem por objetivo
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disponibilizar medicamentos no mbito do SUS para tratamento dos agravos
inseridos nos seguintes critrios: doena rara ou de baixa prevalncia, com
indicao de uso de medicamento de alto valor unitrio ou que, em caso de uso
crnico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado; doena prevalente,com uso de medicamento de alto custo unitrio ou que, em caso de uso crnico ou
prolongado, seja um tratamento tambm de custo elevado desde que haja
tratamento previsto para o agravo no nvel da ateno bsica, ao qual o paciente
apresentou necessariamente intolerncia, refratariedade ou evoluo para quadro
clnico de maior gravidade, ou ainda, se o diagnstico ou estabelecimento de
conduta teraputica para o agravo estejam inseridos na ateno especializada.
Os protocolos clnicos e as diretrizes teraputicas devero estabelecer osmedicamentos ou produtos necessrios nas diferentes fases evolutivas da doena
ou do agravo sade de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de
perda de eficcia e de surgimento de intolerncia ou reao adversa relevante,
provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha. Em
qualquer caso, os medicamentos ou produtos sero aqueles avaliados quanto sua
eficcia, segurana, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases
evolutivas da doena ou do agravo sade de que trata o protocolo. O Custo-efetividade em sade uma avaliao econmica completa, no mbito da Sade,
que compara distintas intervenes cujos custos so expressos em unidades
monetrias e os efeitos em unidades clnico-epidemiolgicas.
Na falta de protocolo clnico ou de diretriz teraputica (relembrando que seu
conceito : documento que estabelece critrios para o diagnstico da doena ou do
agravo sade; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; osmecanismos de controle clnico; e o acompanhamento e a verificao dos
resultados teraputicos, a serem seguidos pelos gestores do SUS, art. 19-N, caput),
a dispensao ser realizada, segundo os seguintes critrios, seguindo uma ordem
baseada no nvel dos entes federados, seguindo o modelo de descentralizao
poltico-administrativa:
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1) Com base nas relaes de medicamentos institudas pelo gestor federal do
SUS, observadas as competncias estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade
pelo fornecimento ser pactuada na Comisso Intergestores Tripartite.
2) No mbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar,
com base nas relaes de medicamentos institudas pelos gestores estaduais do
SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento ser pactuada na Comisso
Intergestores Bipartite.
3) No mbito de cada Municpio, de forma suplementar, com base nas
relaes de medicamentos institudas pelos gestores municipais do SUS, e a
responsabilidade pelo fornecimento ser pactuada no Conselho Municipal de
Sade.
Fica, entretanto, resguardada, no nvel federal a incorporao, a excluso ou
a alterao pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem
como a constituio ou a alterao de protocolo clnico ou de diretriz teraputica que
exercer essa competncia atravs do Ministrio da Sade, assessorado pela
Comisso Nacional de Incorporao de Tecnologias no SUS.
Essa comisso tem composio e regimento definidos em regulamento, mas
obrigatoriamente contar com a participao de 1 (um) representante indicado pelo
Conselho Nacional de Sade e de 1 (um) representante, especialista na rea,
indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
Quando assessorando o Ministrio da Sade, a Comisso Nacional de
Incorporao de Tecnologias no SUS apresentar relatrio que levar em
considerao, indispensavelmente, dois tpicos (um tcnico cientfico e um
econmico):1) Evidncias cientficas sobre a eficcia, a acurcia, a efetividade e a
segurana do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas
pelo rgo competente para o registro ou a autorizao de uso;
2) Avaliao econmicacomparativa dos benefcios e dos custos em relao
s tecnologias j incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos
domic