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CURSO ONLINE – AFO PARA AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL
PROF. GRACIANO ROCHA
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AULA 02
Saudações, caro aluno!
Daremos início ao segundo encontro de nosso curso. Veremos hoje as
vertentes mais cobradas em concursos sobre “receita pública”.
Além do perfil orçamentário da matéria, em alguns pontos, conhecimentos
relativos a Direito Tributário serão apresentados. Além disso, veremos ao final
comentários sobre dívida ativa.
O principal foco das bancas ao tratar de receita pública é a lista de
classificações aplicáveis a ela. Mas também é necessário considerar algumas
novidades sobre o tema, a partir da evolução recente da Contabilidade Pública,
como trataremos logo de início.
Muito bem, vamos começar. Boa aula!
GRACIANO ROCHA
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CONCEITOS DE RECEITA PÚBLICA
Receita – enfoque patrimonial
1. (ESCRIVÃO/DPF/2004) Segundo o regime de competência, o registro de
venda de mercadorias a prazo será efetuado no momento da venda.
Comecemos por comentários bem introdutórios.
A palavra “receita”, para leigos, ou mesmo para estudiosos pegos num
momento de distração, pode remeter imediatamente à ideia de “dinheiro”.
No entanto, para a ciência da Contabilidade, o registro de receita significa um
aumento na situação patrimonial de uma entidade, devido a um
incremento do Ativo (grupo contábil composto de bens e direitos) ou a uma
diminuição do Passivo (grupo contábil composto por obrigações). Esse
aumento da situação patrimonial pode, ou não, envolver o recebimento de
dinheiro.
Por exemplo, se uma empresa presta determinado serviço a um consumidor, o
registro contábil da receita decorrente da operação corresponde ao momento
da entrega do serviço, ainda que o consumidor só venha a efetuar o
pagamento tempos depois.
Além dessa “entrada” de receita, ao mesmo tempo, registra-se, no Ativo, um
direito a receber. Com isso, o patrimônio da empresa sofre um aumento,
correspondente ao valor da operação comercial.
Posteriormente, com o consumidor pagando o serviço prestado, o dinheiro
apenas substituirá esse direito a receber. Assim, essa entrada financeira não
leva a um aumento patrimonial.
Outra situação, ainda mais desafiadora para o estereótipo da receita como
dinheiro: na fazenda de uma empresa agropecuária, nascem 100 bezerros
num mês. A empresa fica mais rica com esse fato. Como registrar o
correspondente aumento de riqueza?
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Não tenha dúvida: o valor de avaliação comercial dos bezerros será
registrado como receita (aumento do Ativo), embora não tenha havido nem
sombra de movimentação financeira.
Resumindo, para a Contabilidade, o registro de receita e a entrada de recursos
em caixa podem ser fatos desvinculados. Pode haver receita sem entrada
financeira, ou com o respectivo ingresso de recursos em momento bem
posterior.
Anote aí, que isso é importante: essa é a forma como o setor privado lida
com a receita, seguindo o enfoque patrimonial (considerando-se a receita
como resultado de qualquer variação positiva do patrimônio, sem se dar
atenção ao aspecto financeiro).
ENFOQUE PATRIMONIAL => REGIME DE COMPETÊNCIA
Assim, pensando no enfoque patrimonial, adota-se o regime de
competência, que implica fazer registros contábeis a partir dos fatos
geradores. Em nossos exemplos, os fatos geradores de receita foram a
prestação do serviço e o nascimento dos bezerros.
Só para adiantar um pouco o assunto, o regime de competência se aplica
também à despesa, mas de forma inversa: despesa consiste na diminuição
da situação patrimonial da entidade, contabilizada a partir de seu fato
gerador, com ou sem saída financeira.
Questão CERTA.
Receita – enfoque orçamentário
2. (ANALISTA/TRE-AP/2007) Receitas públicas são todos os ingressos de
caráter não devolutivo, auferidos pelo poder público para alocação e
cobertura das despesas públicas.
Agora, vamos a um raciocínio em sentido oposto.
Já ficamos a par de que a receita, no entender da Ciência Contábil, é apurada
sob o enfoque patrimonial e segundo o regime de competência. Isso
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representa atenção especial sobre a afetação do patrimônio, no momento do
fato gerador, e não, sobre a movimentação do caixa.
Por outro lado, na Contabilidade Pública, historicamente, adotou-se o
regime de caixa para considerar a realização da receita (ao contrário da
despesa pública, que, como na esfera privada, é contabilizada sob o regime
de competência). A partir desse entendimento, as movimentações
financeiras que aumentam a disponibilidade do caixa público é que levam ao
registro da receita.
Assim está configurado o enfoque orçamentário, tendo a movimentação de
recursos como requisito para o registro de receita. Portanto, falando-se de
receitas orçamentárias, no setor público, pensaremos normalmente em
ingressos financeiros – entrada de dinheiro (com ou sem aumento
patrimonial).
ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO => REGIME DE CAIXA
Questão CERTA.
3. (ANALISTA/ANAC/2009) A contabilidade aplicada ao setor público, assim
como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios
fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua
integralidade, o princípio da competência, tanto para o reconhecimento da
receita quanto para a despesa.
Atenção para a novidade!
Ultimamente, tem havido um rearranjo na Contabilidade Pública
brasileira, capitaneado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com o fim
de harmonizar os procedimentos contábeis nacionais com as melhores práticas
internacionais.
Essas “melhores práticas internacionais” têm a ver com os procedimentos da
Contabilidade Comercial, ou seja, isso significa que o regime patrimonial, além
do orçamentário, também é considerado atualmente no registro da
receita, na Contabilidade Pública.
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Nesse contexto, o fato gerador é tomado como referência para o registro da
receita. Isso demonstra uma aproximação da Contabilidade Pública com a
Contabilidade aplicada ao setor privado.
No exercício de 2011, isso ainda se dá de forma facultativa, mas, a partir de
2013, todos os entes federados (União, Estados e DF, desde 2012) deverão
estar ajustados às novas normas.
Assim, concluindo, os entes públicos registrarão receitas sob o regime de
caixa, olhando os ingressos no caixa, como sempre fizeram; mas efetuarão
também registros contábeis de receita sob o regime de competência, a
fim de se controlar continuamente a posição patrimonial dos órgãos,
entidades, fundos etc.
Veja só o que diz a Portaria Conjunta STN/SOF nº 02/2009:
Art. 7º As variações patrimoniais serão reconhecidas pelo regime de competência patrimonial, visando garantir o reconhecimento de todos os ativos e passivos das entidades que integram o setor público, conduzir a contabilidade do setor público brasileiro aos padrões internacionais e ampliar a transparência sobre as contas públicas.
Parágrafo único. São mantidos os procedimentos usuais de reconhecimento e registro da receita e da despesa orçamentárias, de tal forma que a apropriação patrimonial:
I - não modifique os procedimentos legais estabelecidos para o registro das receitas e das despesas orçamentárias;
Portanto, temos uma novidade a considerar para os atuais concursos. Era
comum aceitar simplesmente que, para a receita pública, aplicava-se o regime
de caixa, e, para a despesa pública, o de competência. Esse entendimento
tradicional deve ser flexibilizado, como vimos.
Questão CERTA.
Conceitos de receita pública: strictu sensu e lato sensu
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4. (CONTADOR/CEHAP-PB/2008) Para caracterizar-se como tal, a receita
orçamentária deve provocar variação na situação patrimonial líquida.
Como acabamos de ver, estudando receita pública, pensaremos, via de regra,
em movimentação financeira: no enfoque orçamentário, receitas são
contabilizadas sob o princípio de caixa. Assim, no setor público, o registro da
receita corresponde, normalmente, ao recebimento de recursos.
Esse é um “ordenamento geral”, mas, partindo dele, há desdobramentos a
considerar.
Segundo uma das definições apresentadas pela STN, “receita pública é a
entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas,
condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como
elemento novo e positivo”.
Essa é uma visão compartilhada por um grande teórico brasileiro do direito
tributário e financeiro, chamado Aliomar Baleeiro. Para ele, receita pública é
qualquer recebimento de recursos que aumenta efetivamente o
patrimônio público, sem expectativa de devolução posterior. Por isso, ele
empregou a bonita expressão “elemento novo e positivo”.
Receita pública strictu sensu: ingresso financeiro que afeta
positivamente o patrimônio público.
Outra definição, também trazida pela STN, é de que receitas públicas são
“todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado,
independentemente de sua origem ou fim”. Nesse caso, utiliza-se o simples
critério de afetação do caixa, sem julgar se a entrada financeira aumenta
efetivamente o patrimônio público. A doutrina utiliza os termos “entrada” e
“ingresso” para se referir a quaisquer recursos que adentram os cofres
públicos.
Receita pública lato sensu: qualquer ingresso financeiro que adentra os
cofres públicos.
Como discriminado nos destaques, essas duas posições representam,
respectivamente, as classificações da receita strictu sensu e lato sensu. Na
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primeira, encara-se receita de forma semelhante aos parâmetros da ciência
contábil: temos um ingresso financeiro que aumenta o patrimônio
líquido da entidade. Na segunda, a visão é bem generalista: se ingressam
recursos no caixa do ente público, eles são considerados receitas, não
importando as condições envolvidas.
A adoção desse critério lato sensu envolve a possibilidade de serem
considerados “receita” até mesmo recursos que não pertencem ao ente
público, mas que são depositados na conta do Tesouro, como veremos
posteriormente. Além disso, o critério lato sensu permite classificar receitas
orçamentárias como efetivas e não efetivas.
Efetivas são as receitas que impactam positivamente o patrimônio, razão pela
qual são tratadas como fatos contábeis modificativos aumentativos. As
receitas não efetivas são as que não implicam aumento patrimonial, o que
permite correlacioná-las a fatos contábeis permutativos (ou por mutação).
Questão ERRADA.
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS E EXTRAORÇAMENTÁRIAS
5. (ANALISTA/TRT-17/2009) A receita pública somente pode ser considerada
orçamentária se estiver incluída na lei orçamentária anual.
Um questionamento que se pode fazer aqui – e que as provas sempre fazem –
é o seguinte: “receitas orçamentárias” significam “aquelas previstas no
orçamento”?
Para pensar nisso, vamos elaborar uma situação hipotética, para pensar no
dinheiro que efetivamente entra no caixa público.
Suponha que um observador curioso dedicasse todo seu ano de 2011 a
verificar a arrecadação das receitas federais. Considerando todos os depósitos
na conta única do Tesouro, ele poderia chegar ao fim do exercício financeiro e
constatar um volume de entradas até mesmo superior ao previsto na LOA.
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A partir disso, poderia concluir que os recursos previstos na Lei Orçamentária,
e arrecadados durante o exercício, são receita orçamentária, e os que
entraram “por fora” do orçamento, acima da estimativa, seriam receita
extraorçamentária. Parece bem lógico, né?
Sim, parece lógico, e esse é o perigo explorado por bancas de concursos. O
critério para classificação de receitas públicas como orçamentárias ou
extraorçamentárias não é o fato de constarem do Orçamento.
No art. 57 da Lei 4.320/64, temos a seguinte redação:
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.
Portanto, o critério legal é bem abrangente: até mesmo receitas não
previstas no Orçamento, se arrecadadas, serão consideradas orçamentárias,
e, dessa forma, poderão ser utilizadas para aplicação em ações
governamentais.
Uma observação: a Lei 4.320/64 traz no art. 57 uma afronta ao conceito
de receita sob o enfoque patrimonial, como vimos no começo da aula.
Sob o enfoque orçamentário, até os recursos provenientes de operações
de crédito – empréstimos – serão classificados como receita
orçamentária.
Na contabilidade privada, empréstimos não seriam considerados receita,
em vista da não afetação do patrimônio (ao mesmo tempo em que
ingressam os recursos no caixa – ativo –, registra‐se, em contrapartida,
uma obrigação a pagar – passivo).
Questão ERRADA.
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6. (ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem caráter
devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por sua
vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.
Preste atenção à observação feita pelo art. 57 da Lei 4.320/64, que
reproduzimos agora há pouco: “Ressalvado o disposto no parágrafo único do
artigo 3º desta lei”.
Vejamos o que há nesse dispositivo ressalvado:
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
Aqui, temos o seguinte: mesmo tendo expectativa do recebimento de certos
recursos durante o exercício, a LOA não faz a previsão deles. É como se o
orçamento “desprezasse” alguns recursos que entrarão no caixa.
Para bem entender isso, considere que o caixa também recebe recursos que
não pertencem ao ente público, de sorte que não podem ser utilizados para
custear despesas orçamentárias. São recursos que deverão, de alguma forma,
ser devolvidos posteriormente – razão pela qual se chamam, tecnicamente, de
entradas compensatórias. O ente público age, nessas ocasiões, apenas
como depositário dos valores.
Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no
passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para
sua arrecadação, e não são utilizadas para cobrir despesas
orçamentárias.
A Secretaria do Tesouro Nacional prefere a utilização do termo “ingressos
extraorçamentários”, ao invés de receitas extraorçamentárias, para deixar
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bem claro que essas operações não afetam em nada o patrimônio público.
Como as provas podem utilizar ambas as expressões, vamos nos familiarizar
com elas.
Outros exemplos de entradas compensatórias estão lá no parágrafo único do
art. 3º da Lei 4.320/64: operações de crédito por antecipação da receita (as já
conhecidas ARO) e emissões de papel-moeda. Mas há outras hipóteses além
dessas: recebimento de depósitos judiciais, recebimento de cauções de
licitantes para participação em licitações...
Para relembrar o conceito, operações de crédito por Antecipação da
Receita Orçamentária, ou, abreviadamente, ARO, são empréstimos
tomados pelos entes públicos para suprir insuficiências momentâneas de
caixa. Isso significa que a LOA previu certas receitas para atender a
algumas despesas, mas, durante a execução do orçamento, a
arrecadação não se realizou como previsto.
Diante disso, para custear as obrigações assumidas, sem esperar pela
arrecadação atrasada, o ente público pode contratar esse tipo de
empréstimo, se houver autorização na LOA para tanto, custeando
imediatamente a despesa orçamentária.
Quando a receita atrasada for finalmente arrecadada, não atenderá
mais à despesa para a qual foi prevista; ela servirá para honrar a
operação do tipo ARO, que a substituiu.
Por isso, a ARO não constitui recursos orçamentários, mas uma operação
substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro
(dinheiro) e no passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja,
exatamente o conceito de receita extraorçamentária.
Questão CERTA.
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7. (TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento todos os
casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do seu
patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.
A receita obtida com a alienação de ativos públicos é sempre orçamentária,
pelo fato de não constituir recursos devolutivos. Não importa o fato de a
alienação estar prevista ou não no orçamento.
Questão ERRADA.
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO À COERCITIVIDADE: RECEITAS
ORIGINÁRIAS E DERIVADAS
8. (ANALISTA/MCT/2008) Receitas públicas derivadas são aquelas obtidas
pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. O Estado exige que o
particular entregue determinada quantia na forma de tributos ou de
multas, exigindo-as de forma compulsória.
A diferenciação que faremos aqui diz respeito à relação jurídica entre o
Estado e o particular (ou o mercado), nas operações que resultam em receitas
públicas.
Quando o Estado, numa relação jurídica, encontra-se “de igual para igual” com
o particular, estabelece-se, no caso, uma configuração de direito privado.
Assim, o fato de uma das partes ser o Estado não muda muito a história; seria
o mesmo se o substituíssemos por outro particular.
Assim ocorre, por exemplo, quando o ente público presta serviços ao mercado,
auferindo renda com isso – é o caso de uma universidade pública cuja livraria
comercializa livros e periódicos. Ou então quando um órgão público aluga um
imóvel de sua propriedade para outrem.
Assim, receitas de direito privado são receitas originárias: os recursos são
provenientes de “esforços próprios” dos entes públicos, em suas atividades
comerciais, empresariais, etc.
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Por outro lado, quando as rendas são obtidas a partir das atribuições
coercitivas do Estado, que obrigam os particulares, estão caracterizadas as
receitas derivadas. As receitas públicas, nesse âmbito, derivam do esforço
alheio: atividades de particulares.
As relações jurídicas aí são de direito público, ou seja, o Estado tem
prerrogativa sobre as vontades dos agentes privados. A arrecadação de
tributos, dos quais não podemos fugir, é exemplo típico dessa classificação.
Para realizar a classificação quanto à coercitividade, devemos notar sempre se
o Estado age “no mesmo nível” do particular envolvido ou com poder de
império.
Questão CERTA.
9. (TÉCNICO/MPU/2010) As receitas auferidas nas situações em que o
Estado atua em condição de igualdade com os particulares, sem o uso do
poder de império, são consideradas receitas originárias, como é o caso da
receita de serviços.
Num contrato de aluguel, não há diferença entre o imóvel ser de um particular
ou pertencer ao poder público. A relação jurídica é de direito privado, e há
igualdade entre as partes. Portanto, a receita obtida pelo poder público a partir
do aluguel de uma propriedade sua é uma receita originária.
Questão ERRADA.
10. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Quando um cidadão paga o
imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto é
dita receita originária, enquanto a multa de mora e os juros sobre o atraso
são considerados receita derivada.
O pagamento do imposto de renda é obrigatório, constituindo receita derivada.
Do mesmo modo, o contribuinte é obrigado a pagar a multa tributária mais os
juros, que, por isso, também se classificam como receita derivada.
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Questão ERRADA.
CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA (OU POR NATUREZA DA
RECEITA ORÇAMENTÁRIA)
11. (ANALISTA/TRE-MA/2009) O código de natureza de receita busca
classificar a receita identificando a origem do recurso segundo seu fato
gerador, sendo desmembrado em níveis. A subdivisão das categorias
econômicas é representa pela
A) origem.
B) fonte.
C) espécie.
D) subfonte.
E) rubrica.
Vou pedir atenção especial a esse tópico da aula. Os próximos comentários são
fortíssimos candidatos a questões da prova, já que esta classificação da receita
é talvez a mais importante e frequente em concursos.
A classificação por natureza da receita (também aplicada à despesa, como
veremos na próxima aula) está normatizada na Lei 4.320/64.
Essa lei, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos os
entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar essa mesma
classificação e sua codificação contábil. Como resultado, torna-se possível
avaliar os efeitos econômicos da participação do setor público nacional
na economia, a partir, por exemplo, da contabilização da arrecadação
tributária de todos os entes, ou da aplicação de recursos de todos os entes em
investimentos públicos.
Volto a ressaltar que essa classificação é aplicável apenas a receitas
orçamentárias. Os ingressos extraorçamentários, por não constituírem
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receitas próprias do Estado, ficam de fora da classificação por categorias
econômicas.
A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis:
• categoria econômica;
• origem;
• espécie;
• rubrica;
• alínea;
• subalínea.
Um mnemônico que se pode usar para guardar essa informação é
“CORES RUBRAS”, a partir das iniciais dessa série: Categoria – ORigem –
ESpécie – RUBRica – Alínea – Subalínea.
Como visto na sequência, o desdobramento da categoria econômica é o nível
denominado “origem”. Gabarito: A.
12. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em dois
segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão obedece
a um critério econômico, dentro da ideia de demonstrar a origem das
diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.
Quanto à natureza da receita, o primeiro nível da codificação diz respeito às
“categorias econômicas”, que permitem dividir as receitas em receitas
correntes e receitas de capital.
As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para
suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.
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Talvez você já tenha visto na mídia a expressão “custeio da máquina pública”,
referindo-se à aplicação de recursos em atividades e serviços próprios das
atribuições do ente público.
Por sua vez, receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens de
capital. Bens de capital, segundo a teoria econômica, seriam aqueles capazes
de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza.
Cabe registrar, também, a identidade dessa classificação com a afetação
patrimonial. Lembra do Aliomar Baleeiro, mais no início da aula? Pois então,
dizíamos que ele era partidário do conceito strictu sensu de receita pública:
esta seria sempre um “elemento novo e positivo”, que ingressaria no
patrimônio público, aumentando-o, sem reservas ou condições.
Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas aumentam o
patrimônio público. Ora são resultado da atividade arrecadatória do Estado,
ora da atividade empresarial/comercial pública. Seu registro corresponde a
fatos contábeis modificativos aumentativos da situação patrimonial.
Já as receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,
não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se compensam mutuamente.
A metade inicial da questão estava certa, mas, ao final, misturou-se a
classificação econômica com a classificação quanto à coercitividade.
Questão ERRADA.
13. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraorçamentárias são diferentes
de receitas correntes e de capital.
Outra novidade que vem sendo cobrada em concursos é a classificação das
receitas em receitas correntes intraorçamentárias e receitas de capital
intraorçamentárias.
Isso foi instituído pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006, a qual
destacou que essas classificações “não constituem novas categorias
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econômicas de receita, mas especificações das categorias econômicas corrente
e capital”. A função das receitas intraorçamentárias é a mesma das categorias
econômicas (receitas correntes e de capital).
As receitas intraorçamentárias estão relacionadas à realização de
transações comerciais dentro da mesma esfera de governo. Assim,
operações entre “órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais
dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da
seguridade social”, relacionadas à aquisição de materiais, bens e serviços,
pagamento de impostos, taxas e contribuições terão registro de receita
intraorçamentária no órgão/entidade que receber os recursos.
Por exemplo, pense num eventual contrato entre um ministério qualquer e a
Escola Nacional de Administração Pública (ENAP – fundação pública), cujo
objeto seja a implementação, pela Escola, de um curso de aperfeiçoamento
para servidores daquele primeiro.
Nesse caso, como o ministério e a ENAP fazem parte do orçamento fiscal e da
seguridade social, o pagamento feito à Escola é apenas uma “circulação
interna” de recursos, que não saem do caixa do Tesouro Nacional.
Portanto, a ENAP registraria o pagamento como receita intraorçamentária, e o
ministério, uma despesa intraorçamentária.
Isso impede que, quando a União for fechar seus balanços, contabilize receitas
e despesas que não existiram fora da Conta Única, evitando a duplicidade de
registros.
Como não há diferença, em termos econômicos, entre as receitas
intraorçamentárias e as demais receitas correntes e de capital, a questão está
ERRADA.
14. (PROCURADOR/PREF. NATAL/2008) São denominadas receitas de capital
as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
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quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas
correntes.
Para detalhar a classificação econômica da receita, vamos utilizar o seguinte
diagrama:
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
Receita Tributária Operações de Crédito
Receita de Contribuições Alienação de Bens
Receita Patrimonial Amortização de Empréstimos
Receita Agropecuária Transferências de Capital
Receita Industrial Outras Receitas de Capital
Receita de Serviços Mnemônico:
OPERA-ALI-AMOR-TRANSOU Transferências Correntes
Outras Receitas Correntes
Mnemônico:
TRICÔ-PAÍS-TRANSOU
Esse diagrama, adaptado da Lei 4.320/64 (art. 11, § 4º) é importantíssimo, de
forma que merece ser decorado. Utilize os mnemônicos que anotei; tentar
“aprender” qual receita é corrente e qual é de capital, pela “essência” de cada
uma, nos fará perder tempo.
Essas subdivisões das receitas correntes e de capital, como vimos nos
comentários iniciais, chamam-se origens. Elas classificam as receitas
tipicamente segundo seu fato gerador. Assim, a partir da origem da receita,
verifica-se se ela foi obtida em razão das atribuições de arrecadação coercitiva
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do Estado, ou pela ação do Estado como um agente econômico comum, ou
pela obtenção de transferências de outros agentes etc.
Observando nosso mnemônico, vemos que as origens de receita citadas no
enunciado pertencem à categoria das receitas correntes. Os tais “recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes” se
referem às transferências correntes.
Questão ERRADA.
Em seguida, veremos detalhes de algumas das origens mais cobradas em
provas, a partir das observações feitas no Manual de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público.
Receita Tributária
15. (AUFC/TCU/2008) A Lei n.º 4.320/1964 representa o marco fundamental
da classificação da receita orçamentária. Nessa lei, é explicitada a
discriminação das fontes de receitas pelas duas categorias econômicas
básicas, com destaque, entre as receitas correntes, para as receitas
tributárias compostas por impostos, taxas e contribuições sociais.
Corresponde a ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e
contribuições de melhoria. Trata-se de um conjunto de receitas coercitivas,
derivadas, as quais os contribuintes devem recolher ao erário público.
As definições do Código Tributário Nacional para essas figuras são:
• imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte;
• as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como
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fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição;
• a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Exemplos: imposto de renda, imposto sobre produtos industrializados, taxas
de custas judiciais, taxa de fiscalização de serviços de energia elétrica etc.
Como as contribuições sociais não pertencem à classificação da receita
tributária, constituindo uma origem própria, a questão está ERRADA.
16. (PROCURADOR/PGE-CE/2007) Considerando que um estado da Federação
resolva instituir a cobrança de um valor para a realização de fiscalização
em estabelecimentos comerciais que possuem instalações sanitárias,
assinale a opção correta.
A) A cobrança do serviço a ser prestado pelo ente público tem natureza de
tarifa.
B) A instituição da referida cobrança poderá ser feita por meio de decreto,
uma vez que se trata de preço público.
C) Trata-se, no caso, de taxa de serviço, uma vez que a fiscalização a ser
feita nos estabelecimentos terá caráter efetivo e específico.
D) Trata-se, no caso, de cobrança de um tributo, da espécie taxa, o qual,
por essa razão, só poderá ser instituído por lei.
E) A cobrança a ser instituída tem natureza de preço público, uma vez que
deverá resultar de uma relação contratual.
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Vamos traçar um comparativo entre as taxas, que são classificadas como
receita tributária, e o preço público, também conhecido como tarifa, que
se classifica como receita de serviços.
Ambas as figuras aqui tratadas podem ser utilizadas para custear serviços
públicos divisíveis e de consumo mensurável. Entretanto, se a
remuneração dos serviços se der mediante taxa, haverá o estabelecimento de
uma alíquota válida para todos os contribuintes (a taxa da coleta de lixo,
por exemplo, é invariável, não importa a quantidade de lixo produzido). Caso
seja adotada a tarifa como forma de remuneração dos serviços, a cobrança
será proporcional ao uso (contas de telefone, água, luz...).
Uma característica exclusiva dos preços públicos, ou tarifas, é a possibilidade
de sua exigência por pessoas jurídicas de direito privado – como as
empresas concessionárias de serviços públicos. As taxas, em sentido contrário,
só podem ser cobradas e administradas por pessoas de direito público.
Assim, enquanto taxas são espécies tributárias, preços públicos não são
tributos. Assim, características como a obrigatoriedade de pagamento, a
utilização apenas potencial dos serviços taxados, os próprios princípios
tributários (legalidade, anterioridade, capacidade de pagamento), não se
aplicarão aos preços públicos.
O Manual Técnico de Orçamento traz alguns comentários sobre essa questão,
principalmente quanto à confusão entre as figuras aqui comentadas, que
valem a pena ser examinados:
Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado
por taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do
fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços
forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja
utilização seja de uso obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não
permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração
destes serviços é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas
pelos princípios gerais de tributação (legalidade, anterioridade,...). Por
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outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de
energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por
seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo e,
portanto, seria remunerado mediante preço público.
No enunciado, a hipótese se refere a um pagamento obrigatório relacionado a
um serviço de fiscalização a cargo do poder público, o que remete à cobrança
de taxa. Isso afasta as opções A, B e E. Para fechar a resolução, vale
considerar que, como a cobrança de taxa envolve serviços prestados de forma
genérica, sem individualização em relação aos contribuintes (daí a cobrança
dar-se por um valor único); dessa forma, resta como gabarito a letra D.
Receita de contribuições
17. (ANALISTA/TRE-BA/2010) Considere que a arrecadação da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) tenha aumentado
durante o último exercício financeiro da União. Nesse caso, é correto
afirmar que houve aumento do montante da receita tributária da União no
último ano.
A receita de contribuições é constituída de ingressos provenientes de
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas. Também são
receitas derivadas (coercitivas). Essas contribuições são definidas da seguinte
forma:
• contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, que
compreende a previdência social, a saúde e a assistência social;
• contribuições de intervenção no domínio econômico – derivam da
contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado
grupo ou coletividade.
• contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas –
destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de
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categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de
defesa de interesse dos empregadores ou empregados.
Apesar de as contribuições constituírem uma espécie de tributo, nessa
classificação da receita haverá uma separação entre eles. Como vimos, na
origem “receita tributária”, encontram-se os tributos que o CTN previu em
1966: impostos, taxas e contribuições de melhoria. As contribuições
representam uma origem à parte.
As bancas gostam de “brincar” com esse aspecto da classificação econômica.
Às vezes, misturam-se as contribuições de melhoria (que são receita
tributária) com as contribuições, somente. Ou, como nesse caso, tenta-se
“forçar a barra”, empurrando o candidato para que ele classifique, também
nesse âmbito, as contribuições como tributos.
Exemplos de receita de contribuições: Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins), Contribuição sobre a Receita de Loterias.
Como a receita proveniente da COFINS (contribuição social) é classificada
como receita de contribuições, a questão está ERRADA.
Para não ficarem de fora, vamos falar da quinta espécie tributária
existente no sistema tributário nacional: os empréstimos compulsórios.
Eles também não são classificados como receita tributária, mas como
operações de crédito (receita de capital). Os empréstimos compulsórios
são a única espécie tributária com previsão de devolução dos respectivos
recursos ao contribuinte depois de certo prazo; isso é o que justifica a sua
denominação “empréstimos”.
Receita Patrimonial
18. (ANALISTA/DPU/2010) Aluguéis, arrendamentos, foros e laudêmios, taxas
de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, dividendos,
participações, remuneração de depósitos bancários, remuneração de
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depósitos especiais e remuneração de saldos de recursos não
desembolsados são classificados como receita patrimonial, pois resultam
da fruição de elementos patrimoniais.
A receita patrimonial corresponde a ingressos provenientes do
aproveitamento do patrimônio público pelo Estado, pela exploração de
bens imobiliários ou mobiliários, e dos recebimentos de recursos por
participação societária em entidades de direito privado. São receitas
originárias, já que não advêm do exercício do poder coercitivo do Estado.
São exemplos dessa origem os aluguéis, arrendamentos, taxa de ocupação de
terrenos da União, a receita de concessões e permissões, etc.
Questão CERTA.
Transferências Correntes
19. (PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os recursos recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado são considerados transferências correntes,
desde que haja contraprestação direta em bens e serviços.
As transferências correntes são ingressos provenientes de outros
entes/entidades, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo
sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em
despesas correntes. A Lei 4.320/64 caracteriza as transferências, tanto
correntes quanto de capital, como recursos recebidos sem vinculação a
qualquer contrapartida em bens e serviços (art. 12, §§ 2º e 6º).
Exemplos: transferências dos Estados, transferências dos Municípios,
transferências do exterior.
Questão ERRADA.
Outras receitas correntes
20. (TÉCNICO/MPU/2010) Se um contribuinte não pagar a parcela de
determinado imposto até o vencimento, os juros de mora devidos no
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momento do pagamento devem ser contabilizados em outras receitas
correntes.
O conjunto das “outras receitas correntes” são os ingressos correntes
provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores. Nesse grupo,
encontram-se as Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, Receita
da Dívida Ativa e Receitas Diversas.
Questão CERTA.
Operações de Crédito
21. (ANALISTA/SAD-PE/2010) Os ingressos provenientes de operações de
crédito são classificados como receitas correntes.
As operações de crédito são ingressos provenientes da venda de títulos
públicos no mercado (o que gera a dívida mobiliária) ou da contratação
de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou
privadas. Também são exemplos de receitas originárias.
Exemplos: venda de títulos do Tesouro Nacional, operações de crédito
internas, empréstimos compulsórios.
Como as operações de crédito constituem uma origem relacionada às receitas
de capital, a questão está ERRADA.
Alienação de Bens
22. (CERTIFICAÇÃO/BB/2010) Na classificação orçamentária das receitas, a
alienação de bens é exemplo de
A receita de capital.
B receita tributária.
C receita patrimonial.
D receita agropecuária.
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E receita de contribuições.
As receitas de alienações de bens, também classificadas como receitas de
capital, são ingressos provenientes da alienação de componentes do ativo
imobilizado ou intangível. Novamente, trata-se de receitas originárias, agindo o
Estado sem estatura de entidade de direito público.
Exemplos: alienação de estoques, alienação de veículos, alienação de imóveis
urbanos.
Gabarito: A.
Amortização de Empréstimos
23. (ANALISTA/SEBRAE/2011) A amortização de empréstimos, diferentemente
da amortização de dívida, deve ser classificada como receita de capital.
A receita de amortização de empréstimos é o ingresso proveniente do
recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em
títulos ou contratos. Classifica-se como receita originária, na categoria das
receitas de capital.
Vale prestar bastante atenção para não confundir essa receita com a
amortização da dívida, que é uma despesa: nesse último caso, o ente
público não está recebendo recursos que emprestou, mas quitando operações
pelas quais auferiu recursos financeiros.
Questão CERTA.
Transferências de Capital
24. (ANALISTA/MPU/2010) Conforme a categoria econômica da receita ou da
despesa pública, os recursos recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado destinados a custear despesas de capital podem ser
considerados receitas de capital.
As transferências de capital são ingressos provenientes de outros
entes/entidades, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo
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sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em
despesas de capital.
Exemplos: transferências dos Estados, transferências dos Municípios,
transferências do exterior.
Questão CERTA.
Outras receitas de capital
25. (OFICIAL/ABIN/2010) A remuneração das disponibilidades do Tesouro
Nacional classifica-se como outras receitas de capital.
As “outras receitas de capital” constituem-se dos ingressos de capital
provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores.
Como desdobramento desse título encontram-se as receitas provenientes de
Integralização do Capital Social, Resultado do Banco Central do Brasil, as
Remunerações do Tesouro Nacional, os Saldos de Exercícios Anteriores e
Outras Receitas.
Questão CERTA.
Pessoal, vocês podem perceber, pela longa listagem, que não dá pra
esperar um “aprendizado exemplar” dessas origens de receitas. O
negócio é decoreba mesmo. Aprenda os mnemônicos que postei abaixo
da tabelinha e preste atenção nas observações que fui pontuando.
Superávit do orçamento corrente
26. (ANALISTA/MPU/2010) O superavit do orçamento corrente constitui item
de receita orçamentária, resultando do balanceamento dos totais das
receitas e despesas correntes somadas ao passivo circulante e divididas
pelo total da receita patrimonial.
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O superávit do orçamento corrente (SOC) representa uma previsão, na LOA,
da diferença positiva a se obter entre o total da arrecadação de receitas
correntes e o total da execução das despesas correntes em um exercício.
Significa que o governo espera contar com recursos de custeio mais que
suficientes para sustentar sua máquina administrativa, seus serviços, seu
custo de operação.
A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital
(art. 11, § 2º), embora não deva constituir item da receita orçamentária
(art. 11, § 3º).
Isso não é muito intuitivo, vamos dizer assim, né?
Esse tema é controverso em razão da nomenclatura. O SOC, apesar do nome, não é resultante de receitas e despesas já incorridas.
Peço atenção ao art. 11, § 3º, da Lei 4.320/64:
"(...) superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1 (...)
Esse anexo 1 da Lei é o “demonstrativo da receita e da despesa segundo as categorias econômicas”, previsto no art. 2º, § 1º, inc. II.
Portanto, trata-se de um demonstrativo que integra a LOA, e não um demonstrativo de arrecadação realizada. Isso nos demonstra que o SOC é um "superávit a se realizar", caso as receitas e despesas sejam efetivadas conforme a previsão/fixação.
Grosso modo, suponhamos que o governo diga: "vou arrecadar $ 100 de receitas correntes e $ 50 de receitas de capital, e vou gastar $ 90 com despesas correntes e $ 60 com despesas de capital". Nessa situação, o SOC demonstrado na LOA seria de $ 10 - o que levaria, portanto, a uma "recontabilização" das receitas orçamentárias ($ 90 de correntes e $ 60 de capital).
Perceba, assim, que o SOC SERÁ receita orçamentária, com a arrecadação, mas não é um item de receita orçamentária - ou seja, um item a ser agregado à previsão da LOA. Ele já está embutido. E, quanto a sua utilização,
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será transferido das receitas correntes para as receitas de capital, para financiar, em tese, despesas de capital.
No tocante ao enunciado da questão, como vimos, o SOC não constitui item de receita orçamentária. Além disso, a operação matemática referida não existe.
Questão ERRADA.
ESTÁGIOS DA RECEITA
Previsão
27. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é resultante
da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.
A previsão da receita orçamentária é a estimativa para a arrecadação
durante o exercício, que tomará forma nos valores consignados pela LOA. O
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público relaciona esse estágio a
uma fase de planejamento executado pela área técnica do governo, com
base na “Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias”.
Conforme o MCASP,
”Esta metodologia busca traduzir matematicamente o comportamento da arrecadação de uma determinada receita ao longo dos meses e anos anteriores e refleti-la para os meses ou anos seguintes, utilizando-se de modelos matemáticos”.
A importância do estágio da previsão para o orçamento está em sua influência
sobre a fixação da despesa, cujo montante não poderá, em princípio,
superar a arrecadação estimada (princípio do equilíbrio formal). Assim, é
esperado que a previsão da receita obedeça a rigorosos modelos de projeção,
já que dela dependerá a definição do volume do orçamento seguinte.
Essa característica técnica que deve permear a previsão orçamentária
impede, por exemplo, que se façam alterações na estimativa de arrecadação a
partir de critérios políticos ou circunstanciais, conforme indica o seguinte
dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal:
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Art. 12, § 1º. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
Portanto, os cálculos feitos pelos técnicos do Executivo não poderão ser
suplantados por opiniões sem perfil “científico” e objetivo, digamos assim.
Questão CERTA.
Lançamento
28. (ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Todas as receitas públicas devem
passar pelo estágio do lançamento, em que se verifica a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, calcula-se o montante devido,
identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe-se a aplicação da
penalidade cabível.
Como dissemos, o MCASP correlaciona o supracitado estágio da previsão a
uma fase de planejamento das receitas, e considera os próximos três estágios
abrangidos pela fase de execução da receita orçamentária.
Assim, o lançamento da receita já faz parte de sua execução. Segundo o art.
53 da Lei 4.320/64, “O lançamento da receita é o ato da repartição
competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta”.
É importante registrar que nem todas as receitas percorrem o estágio do
lançamento. A Lei 4.320/64 firma o seguinte:
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.
Assim, para lançar uma receita, conforme o Código Tributário Nacional, deve-
se identificar o fato gerador da obrigação, calcular o montante devido,
identificar o devedor e, se for o caso, propor a penalidade cabível. E esses
passos não são aplicáveis a diversos tipos de receita. Veja-se, por exemplo, o
caso das transferências, ou das operações de crédito: não há “devedor” em
sentido tributário, não há crédito fiscal a se lançar, penalidade aplicável etc.
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Questão ERRADA.
Arrecadação
29. (TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita pública
corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada pelos
contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos
agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro.
Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o
pertencimento da receita ao exercício financeiro. Nos dizeres do art. 35, inc. I,
“Pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas”. Isso quer
dizer que a receita arrecadada em 2010 será contabilizada como receita de
2010, para todos os fins.
Portanto, a arrecadação não corresponde ainda à disponibilização dos
recursos financeiros para uso do ente público. Pode haver um período em
que esses recursos estejam em processamento na rede bancária, ou sob a
posse de agentes arrecadadores. De qualquer modo, a disponibilidade
financeira só se efetivará no próximo estágio, como se verá a seguir.
A questão fez uma troca entre os nomes dos estágios. As características acima
pertencem ao estágio da arrecadação, e não ao do recolhimento.
Questão ERRADA.
Recolhimento
30. (ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em estrita
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.
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O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e
pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação ao caixa do Tesouro,
correspondendo à efetiva disponibilização de recursos ao ente público.
Segundo o MCASP, nesse estágio, deve ser observado o Princípio da
Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos
arrecadados.
Assim se manifesta a Lei 4.320/64 sobre esse estágio:
Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Questão CERTA.
DESTINAÇÃO DA RECEITA
31. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As receitas vinculadas, mesmo
que não utilizadas durante o exercício, não poderão destinar-se a outra
finalidade que não o objeto de sua vinculação, mesmo que continuem sem
destinação nos exercícios subsequentes.
Apesar de esse assunto interessar também à despesa orçamentária, já
faremos os comentários cabíveis nesta aula.
Na Contabilidade Aplicada ao Setor Público, utiliza-se um mecanismo contábil
para garantir a aplicação dos recursos nas despesas para as quais eles
foram reservados, por força de lei, ato normativo ou contratual. Denomina-
se esse mecanismo de “destinação de recursos” ou “fonte de recursos”.
Por meio desse artifício, assegura-se a vinculação entre a receita e sua
aplicação, ainda que essa aplicação só venha a ocorrer tempos depois do
recolhimento dos recursos. Isso está firmado na Lei de Responsabilidade
Fiscal:
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Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Desde a previsão da receita, procede-se a codificações contábeis para
classificar os recursos no momento em que forem recolhidos ao caixa.
Assim, quando a receita ingressa na conta única, recebe uma classificação
contábil que “amarra” sua origem (tributos, contribuições, transferências) a
sua aplicação legal ou contratual, de modo a impedir a execução da receita em
favor de despesas outras (destinação vinculada).
Entretanto, há recursos sem vinculação estabelecida, que poderão ser
utilizados livremente; é o que ocorre com a chamada “destinação ordinária”
de recursos.
Nos dizeres do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público,
”no momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita a classificação por natureza de receita e destinação de recursos, sendo possível determinar a disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público, e aquela reservada para finalidades específicas, conforme vinculações estabelecidas”.
Outro trecho importante do MCASP a respeito do assunto é o seguinte:
A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica.
Portanto, a vinculação da receita pode dar-se por força de atos normativos
ou por razões contratuais.
O enunciado da questão é praticamente a reprodução do art. 8º, parágrafo
único, da LRF, reproduzido mais acima.
Questão CERTA.
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32. (ANALISTA/ANAC/2009) Na execução orçamentária, a codificação da
destinação da receita indica a vinculação, evidenciando-se, a partir do
ingresso, as destinações dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se
demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos),
estabelecendo-se, desse modo, a interligação entre receita e despesa.
Como dissemos, o mecanismo de destinação da receita se dá por meio da
atribuição de uma codificação contábil aos recursos que vão sendo
arrecadados, conforme sua vinculação legal/contratual.
O código de fonte de recursos é formado por três dígitos. O primeiro
corresponde ao “grupo de fonte de recursos”, e os dois seguintes, à fonte
propriamente dita (G.FF). O grupo de fonte traz duas informações:
• indicação sobre a gestão dos recursos (centralizada no Tesouro ou
descentralizada pelas entidades públicas);
• indicação sobre o exercício de origem dos recursos (se arrecadados no
exercício corrente ou em outros já encerrados).
Segue a tabela referente aos códigos dos grupos de fonte de recursos:
GRUPOS DE FONTE (OU DESTINAÇÃO) DE RECURSOS
1 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente
2 Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente
3 Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores
6 Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores
9 Recursos Condicionados
A respeito da fonte de recursos em si, o MCASP afirma que
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“Sua apresentação segrega as destinações em dois grupos: destinações primárias e não primárias. As destinações primárias são aquelas não financeiras. As destinações não primárias, também chamadas financeiras, são representadas de forma geral por operações de crédito, amortizações de empréstimos e alienação de ativos”.
A lista de fontes de recursos é mais extensa, e, como não é tratada como
objeto de prova, não nos preocuparemos com ela.
O MCASP afirma também que cada ente da Federação deverá criar sua
tabela de especificações (ou fontes) de recursos, adaptada às necessidades
locais e à legislação aplicável.
Questão CERTA.
Receitas primárias e não primárias (financeiras)
Já que o termo foi mencionado, vamos falar rapidamente dessa
classificação das receitas.
O que diferencia receitas primárias de não primárias é sua correlação (ou
não) com operações de dívida, empréstimos, rolagem etc. As receitas
primárias não têm envolvimento com essa vertente financeira.
Assim, há receitas primárias nas origens da receita corrente (por
exemplo, recebimento de tributos) e nas da receita de capital (como o
recebimento de transferências de capital). Da mesma forma, há receitas
não primárias, ou financeiras, nas receitas correntes (por exemplo,
recebimento de juros) e nas de capital (contratação de operações de
crédito).
DÍVIDA ATIVA
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33. (ANALISTA/PREVIC/2011) A dívida ativa da União é composta pelos
créditos da fazenda pública, tributários ou não, que, não pagos nos
vencimentos, são inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez
e certeza.
Inicialmente, para tratar desse tema, vamos pensar numa situação ilustrativa:
Um servidor federal, no ano de 2011, após preencher sua declaração de
imposto de renda, verifica, pelo sistema da Receita Federal, que deverá
ainda pagar R$ 500,00 referentes a esse imposto ao Fisco, além daquilo
que foi abatido na fonte de seus pagamentos durante todo o ano de
2010.
Entretanto, por razões quaisquer, deixa de recolher os R$ 500,00 junto à
Receita, ultrapassando‐se o prazo de pagamento.
A Receita Federal havia registrado os R$ 500,00 como estimativa de
receita. Porém, diante do não pagamento por parte do servidor
contribuinte, ao invés de a contabilidade acusar recebimento de receita
tributária, fará um registro de um “direito não recebido a receber” –
afinal de contas, o referido servidor deverá pagar esse “resto” de
imposto, mais cedo ou mais tarde.
Essa historinha nos apresenta uma hipótese de registro de dívida ativa. A
dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público. Ela
representa a possibilidade de ocorrência de fluxos de receita em momento
futuro, quando as obrigações dos devedores forem cumpridas. Por isso, é
contabilizada no ativo do ente.
No exemplo que vimos, ela é tributária, porque o pagamento não realizado
tem essa natureza (imposto de renda não recolhido). Portanto, impostos,
taxas, contribuições de melhoria, além dos adicionais, juros e multas
incidentes sobre essas figuras, podem dar ensejo ao registro de dívida ativa
tributária, caso não seja feito o correspondente pagamento.
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Entretanto, a dívida ativa também pode ser não tributária: nesse caso, o não
pagamento relaciona-se a obrigações não tributárias (atraso de pagamento de
concessão de uso de bem público, de aluguel de imóvel público, custas
processuais etc.), que não foram cumpridas pelos respectivos devedores.
Questão CERTA.
34. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os créditos inscritos em dívida ativa não são
objeto de atualização monetária, juros ou multas, previstos em contratos
ou em normativos legais, não sendo, portanto, esses valores incorporados
ao valor original inscrito.
Vale ressaltar que a dívida ativa abrange valores adicionais, como atualização
monetária e juros. Vou deixar a Lei 4.320/64 responder por mim:
Art. 39, § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.
Assim, a dívida ativa compreende o principal e os acessórios que incidem
sobre ele.
Questão ERRADA.
Dívida ativa segundo o MCASP
35. (ANALISTA/CNPQ/2011) O cancelamento da dívida ativa, que envolve
conta própria denominada dívida ativa, não provoca necessariamente a
redução do ativo.
A partir de agora, vamos falar da dívida ativa conforme as orientações do
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
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Para começar, é preciso registrarmos que, nesse tema, pensaremos no
regime de competência aplicado à receita pública. Isso porque, antes de
qualquer entrada de recursos (representada pelo pagamento da dívida ativa,
por parte do credor), haverá registros contábeis que previam o direito a
receber original.
Portanto, considere que, antes do registro da dívida ativa, houve o registro
de um crédito anterior. O ente público faz estimativas de arrecadação
tributária e de recebimento de receitas próprias, e lança essas estimativas
como créditos a receber. Vamos chamá-los de “créditos iniciais”.
Isso está de acordo com a Lei 4.320/64, como segue:
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
Assim, se os devedores pagarem em dia suas obrigações, esses “créditos
iniciais” são extintos, registra-se a receita orçamentária, e acabou-se a
história. Porém, se os devedores atrasarem o pagamento, o crédito inicial é
convertido em dívida ativa – um direito a receber.
Tendo isso em vista, o cancelamento de um registro de dívida ativa
representa, necessariamente, uma redução do ativo, pela extinção do direito a
receber.
Questão ERRADA.
36. (ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Os registros contábeis referentes à dívida
ativa devem definir as diferentes responsabilidades dos órgãos ou
unidades originalmente responsáveis pelos créditos e aqueles outros, do
mesmo ente federativo, que detenham a atribuição legal de sua efetiva
inscrição, bem como pela apuração da certeza e liquidez dos valores
inscritos.
Outro detalhe curioso é que, por força da legislação (“Lei de Execução Fiscal” –
Lei 6.830/80), as unidades responsáveis pelo crédito inicial e pela
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administração da dívida ativa correspondente devem ser distintas. Por
exemplo, na esfera federal, a Receita Federal do Brasil é a principal
responsável pela arrecadação dos impostos; mas a responsabilidade pela
execução da dívida ativa (exigência do pagamento dos impostos) é da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, unidade integrante da
Advocacia-Geral da União.
Assim, se o devedor atrasar seu pagamento, dando ensejo ao registro da
dívida ativa, ocorre uma “transferência de créditos” entre as unidades
envolvidas: a responsável pelo crédito inicial dá baixa no crédito inicial, e a
responsável pela dívida ativa registra uma entrada de crédito, no valor
correspondente.
Assim, no “nascimento” da dívida ativa, a unidade responsável por ela registra
um direito a receber junto ao devedor, em razão de sua inadimplência, e a
unidade originária, responsável pelo crédito inicial, registra uma baixa em seu
Ativo.
Considere que, pensando de forma agregada, essa transferência de
créditos não altera o patrimônio público. Um movimento compensa o
outro.
Retomando o raciocínio, o registro de dívida ativa afeta positivamente o
patrimônio da unidade responsável pela cobrança, embora não tenha efeitos
sobre o caixa. Por isso, em alguns concursos, já se falou que o registro da
dívida ativa é exceção ao princípio de caixa.
Entretanto, é temerário entender dessa forma; o que afeta positivamente o
patrimônio, nesse caso, não é “receita”, já que não há ingresso de recursos.
Na contabilidade pública, tecnicamente, classifica-se esse fato como uma
“variação ativa”.
Assim, dizer que a dívida ativa é uma “exceção ao princípio de caixa” não
corresponde muito bem à realidade. Mas, volta e meia, as provas trazem esse
entendimento, e não nos cabe brigar com as bancas.
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Prosseguindo com o raciocínio, ao ser quitada, a dívida ativa é convertida em
receita orçamentária pertencente ao exercício do pagamento, sob a
classificação econômica “outras receitas correntes”.
Para fechar, vamos deixar bem assentado que essa receita orçamentária
proveniente do pagamento da dívida ativa envolve a baixa do direito a
receber – ou seja, temos aí uma receita não efetiva (sem aumento no
patrimônio).
Colocando a sequência da dívida ativa num quadro, e usando o exemplo do
imposto de renda não pago, temos o seguinte:
Questão CERTA.
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Bom, caro aluno, finalizamos aqui nosso encontro de hoje.
Espero você na aula que vem, para tratarmos da despesa pública, e a qualquer
momento, no fórum de dúvidas.
Bons estudos!
GRACIANO ROCHA
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RESUMO DA AULA
1. Para a ciência da Contabilidade, o registro de receita significa um aumento
na situação patrimonial de uma entidade, devido a um incremento do
Ativo ou a uma diminuição do Passivo. Esse aumento da situação
patrimonial pode, ou não, envolver o recebimento de dinheiro.
2. Mesmo receitas não previstas no Orçamento, se arrecadadas, serão
consideradas orçamentárias, e, dessa forma, poderão ser utilizadas para
aplicação em ações governamentais.
3. Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no
passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para seu
ingresso no caixa.
4. Segundo o critério strictu sensu, “receita pública é a entrada que,
integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento
novo e positivo”.
5. Segundo o critério lato sensu, receitas públicas são “todas e quaisquer
entradas de fundos nos cofres do Estado, independentemente de sua
origem ou fim”.
6. O critério lato sensu permite classificar receitas orçamentárias como
efetivas e não efetivas (sob o critério strictu sensu, receitas sempre serão
efetivas).
7. Receitas de direito privado são receitas originárias: os recursos são
provenientes de “esforços próprios” dos entes públicos, em suas
atividades comerciais, empresariais, etc. Por outro lado, quando as rendas
são obtidas a partir das atribuições coercitivas do Estado, que obrigam os
particulares, estão caracterizadas as receitas derivadas.
8. A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis: categoria
econômica; origem; espécie; rubrica; alínea; subalínea.
9. As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para
suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.
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Por sua vez, receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens
de capital. Bens de capital, segundo a teoria econômica, seriam aqueles
capazes de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza.
10. Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas aumentam o
patrimônio público. Ora são resultado da atividade arrecadatória do
Estado, ora da atividade empresarial/comercial pública.
11. As receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,
não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se anulam.
12. Receitas primárias representam todas as receitas orçamentárias que não
têm interface financeira (obtenção de empréstimos, venda de títulos,
recebimento de operações de crédito etc.). Ou seja, são receitas sem
relação com o endividamento público.
13. As transferências de recursos intergovernamentais podem constituir
receitas correntes ou receitas de capital.
14. O superávit do orçamento corrente representa a diferença positiva entre o
total da arrecadação de receitas correntes e o total da execução das
despesas correntes em um exercício. Significa que o governo teve
recursos de custeio mais que suficientes para sustentar sua máquina
administrativa. Essa sobra financeira deverá ser aplicada em favor do
patrimônio duradouro do Estado, para gerar mais riqueza.
15. As receitas intraorçamentárias estão relacionadas à realização de
despesas dentro da mesma esfera de governo. Nesse caso, ocorre apenas
uma “circulação interna” de recursos, que não saem do caixa do Tesouro
Nacional.
16. A Lei 4.320/64 estabelece três estágios percorridos pela receita
orçamentária em sua execução, mas a doutrina e as provas entendem
existir mais um, que antecede todos eles: a previsão, que se caracteriza
como um estágio de planejamento.
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17. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, “O lançamento da receita é o ato da
repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. Nem todas as
receitas percorrem o estágio do lançamento.
18. A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes
aos agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro. Segundo a Lei
4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o pertencimento
da receita ao exercício financeiro.
19. O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes
arrecadadores e pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação
ao caixa do Tesouro, correspondendo à efetiva disponibilização de
recursos ao ente público.
20. Na Contabilidade Aplicada ao Setor Público, utiliza-se um mecanismo
contábil para garantir a aplicação dos recursos nas despesas para as quais
eles foram reservados, por força de lei, ato normativo ou contratual.
Denomina-se esse mecanismo de “destinação de recursos” ou “fonte de
recursos”.
21. Por meio do mecanismo da destinação de recursos, assegura-se a
vinculação entre a receita e sua aplicação, ainda que essa aplicação só
venha a ocorrer tempos depois do recolhimento.
22. A dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público, e
pode ser classificada como tributária ou não tributária, a depender do tipo
de obrigação que lhe deu origem.
23. A dívida ativa abrange a obrigação principal e os valores correspondentes
à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora.
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
1. (ESCRIVÃO/DPF/2004) Segundo o regime de competência, o registro de
venda de mercadorias a prazo será efetuado no momento da venda.
2. (ANALISTA/TRE-AP/2007) Receitas públicas são todos os ingressos de
caráter não devolutivo, auferidos pelo poder público para alocação e
cobertura das despesas públicas.
3. (ANALISTA/ANAC/2009) A contabilidade aplicada ao setor público, assim
como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios
fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua
integralidade, o princípio da competência, tanto para o reconhecimento da
receita quanto para a despesa.
4. (CONTADOR/CEHAP-PB/2008) Para caracterizar-se como tal, a receita
orçamentária deve provocar variação na situação patrimonial líquida.
5. (ANALISTA/TRT-17/2009) A receita pública somente pode ser considerada
orçamentária se estiver incluída na lei orçamentária anual.
6. (ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem caráter
devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por sua
vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.
7. (TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento todos os
casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do seu
patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.
8. (ANALISTA/MCT/2008) Receitas públicas derivadas são aquelas obtidas
pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. O Estado exige que o
particular entregue determinada quantia na forma de tributos ou de
multas, exigindo-as de forma compulsória.
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9. (TÉCNICO/MPU/2010) As receitas auferidas nas situações em que o
Estado atua em condição de igualdade com os particulares, sem o uso do
poder de império, são consideradas receitas originárias, como é o caso da
receita de serviços.
10. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Quando um cidadão paga o
imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto é
dita receita originária, enquanto a multa de mora e os juros sobre o atraso
são considerados receita derivada.
11. (ANALISTA/TRE-MA/2009) O código de natureza de receita busca
classificar a receita identificando a origem do recurso segundo seu fato
gerador, sendo desmembrado em níveis. A subdivisão das categorias
econômicas é representa pela
A) origem.
B) fonte.
C) espécie.
D) subfonte.
E) rubrica.
12. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em dois
segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão obedece
a um critério econômico, dentro da ideia de demonstrar a origem das
diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.
13. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraorçamentárias são diferentes
de receitas correntes e de capital.
14. (PROCURADOR/PREF. NATAL/2008) São denominadas receitas de capital
as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
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quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas
correntes.
15. (AUFC/TCU/2008) A Lei n.º 4.320/1964 representa o marco fundamental
da classificação da receita orçamentária. Nessa lei, é explicitada a
discriminação das fontes de receitas pelas duas categorias econômicas
básicas, com destaque, entre as receitas correntes, para as receitas
tributárias compostas por impostos, taxas e contribuições sociais.
16. (PROCURADOR/PGE-CE/2007) Considerando que um estado da Federação
resolva instituir a cobrança de um valor para a realização de fiscalização
em estabelecimentos comerciais que possuem instalações sanitárias,
assinale a opção correta.
A) A cobrança do serviço a ser prestado pelo ente público tem natureza de
tarifa.
B) A instituição da referida cobrança poderá ser feita por meio de decreto,
uma vez que se trata de preço público.
C) Trata-se, no caso, de taxa de serviço, uma vez que a fiscalização a ser
feita nos estabelecimentos terá caráter efetivo e específico.
D) Trata-se, no caso, de cobrança de um tributo, da espécie taxa, o qual,
por essa razão, só poderá ser instituído por lei.
E) A cobrança a ser instituída tem natureza de preço público, uma vez que
deverá resultar de uma relação contratual.
17. (ANALISTA/TRE-BA/2010) Considere que a arrecadação da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) tenha aumentado
durante o último exercício financeiro da União. Nesse caso, é correto
afirmar que houve aumento do montante da receita tributária da União no
último ano.
18. (ANALISTA/DPU/2010) Aluguéis, arrendamentos, foros e laudêmios, taxas
de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, dividendos,
participações, remuneração de depósitos bancários, remuneração de
depósitos especiais e remuneração de saldos de recursos não
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desembolsados são classificados como receita patrimonial, pois resultam
da fruição de elementos patrimoniais.
19. (PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os recursos recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado são considerados transferências correntes,
desde que haja contraprestação direta em bens e serviços.
20. (TÉCNICO/MPU/2010) Se um contribuinte não pagar a parcela de
determinado imposto até o vencimento, os juros de mora devidos no
momento do pagamento devem ser contabilizados em outras receitas
correntes.
21. (ANALISTA/SAD-PE/2010) Os ingressos provenientes de operações de
crédito são classificados como receitas correntes.
22. (CERTIFICAÇÃO/BB/2010) Na classificação orçamentária das receitas, a
alienação de bens é exemplo de
A receita de capital.
B receita tributária.
C receita patrimonial.
D receita agropecuária.
E receita de contribuições.
23. (ANALISTA/SEBRAE/2011) A amortização de empréstimos, diferentemente
da amortização de dívida, deve ser classificada como receita de capital.
24. (ANALISTA/MPU/2010) Conforme a categoria econômica da receita ou da
despesa pública, os recursos recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado destinados a custear despesas de capital podem ser
considerados receitas de capital.
25. (OFICIAL/ABIN/2010) A remuneração das disponibilidades do Tesouro
Nacional classifica-se como outras receitas de capital.
26. (ANALISTA/MPU/2010) O superavit do orçamento corrente constitui item
de receita orçamentária, resultando do balanceamento dos totais das
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receitas e despesas correntes somadas ao passivo circulante e divididas
pelo total da receita patrimonial.
27. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é resultante
da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.
28. (ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Todas as receitas públicas devem
passar pelo estágio do lançamento, em que se verifica a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, calcula-se o montante devido,
identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe-se a aplicação da
penalidade cabível.
29. (TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita pública
corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada pelos
contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
30. (ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em estrita
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.
31. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As receitas vinculadas, mesmo
que não utilizadas durante o exercício, não poderão destinar-se a outra
finalidade que não o objeto de sua vinculação, mesmo que continuem sem
destinação nos exercícios subsequentes.
32. (ANALISTA/ANAC/2009) Na execução orçamentária, a codificação da
destinação da receita indica a vinculação, evidenciando-se, a partir do
ingresso, as destinações dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se
demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos),
estabelecendo-se, desse modo, a interligação entre receita e despesa.
33. (ANALISTA/PREVIC/2011) A dívida ativa da União é composta pelos
créditos da fazenda pública, tributários ou não, que, não pagos nos
vencimentos, são inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez
e certeza.
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34. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os créditos inscritos em dívida ativa não são
objeto de atualização monetária, juros ou multas, previstos em contratos
ou em normativos legais, não sendo, portanto, esses valores incorporados
ao valor original inscrito.
35. (ANALISTA/CNPQ/2011) O cancelamento da dívida ativa, que envolve
conta própria denominada dívida ativa, não provoca necessariamente a
redução do ativo.
36. (ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Os registros contábeis referentes à dívida
ativa devem definir as diferentes responsabilidades dos órgãos ou
unidades originalmente responsáveis pelos créditos e aqueles outros, do
mesmo ente federativo, que detenham a atribuição legal de sua efetiva
inscrição, bem como pela apuração da certeza e liquidez dos valores
inscritos.
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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C C E E C E C E E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A E E E E D E C E C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E A C C C E C E E C
31 32 33 34 35 36
C C C E E C