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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTRUO DE UMA EDUCAO AMBIENTAL CRTICA.
Fernanda Rodrigues Corra de Barros
Orientador
Prof: Maria Esther de Arajo Oliveira
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTRUO DE UMA EDUCAO AMBIENTAL CRTICA.
Apresentao de monografia AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obteno do grau
de especialista em Educao Ambiental.
Por:. Fernanda Rodrigues Corra de Barros.
3
AGRADECIMENTOS
... ao meu querido esposo Paulo, que to
amorosamente me acompanha nesta vida,
minha famlia e amigos - pessoas que
me trazem felicidade.
4
DEDICATRIA
... aos professores, especialmente aos
gegrafos, e colegas de jornada profissional.
5
Resumo
Este trabalho visa elaborar temas e propostas que possam enriquecer a
anlise crtica das questes ambientais em sala de aula. Mesmo com o aumento
considerado de discusses sobre o meio ambiente, este ainda, frequentemente
reduzido s suas dimenses naturais, e nesta viso, os alunos em sua maioria
vo confundir meio ambiente com natureza; problemas ambientais com poluio
e desenvolvimento sustentvel com preservao dos ecossistemas.
Enfatizamos a necessidade da educao ambiental resgatar a dimenso
social, poltica e econmica do meio ambiente. Desta forma, o nosso enfoque
envolve a escolha e a reflexo de conceitos chaves que achamos fundamentais
para que se possa debater a questo ambiental de forma crtica, a saber: meio
ambiente, impacto ambiental e justia ambiental.
A partir da questo das sucessivas tragdias ocorridas no estado do Rio
de Janeiro em consequncia dos deslizamentos das encostas, verificamos que
esses lamentveis fatos ocorridos com a morte de milhares de pessoas, no
podem ser analisados apenas pela tica natural. Portanto, no podemos mais
separar a questo natural das chuvas dos agentes sociais, polticos e
econmicos envolvidos na apropriao do meio fsico e na produo daquele
ambiente.
6
SUMRIO
INTRODUO 7
CAPTULO I - Meio Ambiente e Natureza Humanizada 10
CAPTULO II - Impacto Ambiental e Justia Ambiental 17
CAPTULO III Desnaturalizando os deslizamentos
das encostas no Rio de Janeiro 25
CONCLUSO 34
ANEXOS 37
BIBLIOGRAFIA 52
NDICE 54
7
INTRODUO
Vivemos um momento de grandes transformaes econmicas, polticas,
tecnolgicas e scio-ambientais. A revoluo tcnico-cientfica, marco da nossa
era atual, coloca a disposio da sociedade conhecimento e recursos que
possibilitam um domnio ainda maior sob a natureza. neste contexto que a
questo ambiental emerge como um tema debatido em escala global.
Aquecimento global, destruio da camada de oznio, poluio das guas,
eroso dos solos, chuvas cidas, inverso trmica, ilhas de calor, desigualdades
scio-econmicas, entre outros. Em suma, o meio ambiente um dos temas mais
discutidos na atualidade, e a educao no fica a margem deste debate.
A Conferncia das Naes Unidas sob o Ambiente Humano de 1972 em
Estocolmo, reconheceu pela 1 vez a educao ambiental como um elemento
importante para a solucionar a crise ambiental mundial, recomendando a
capacitao de professores e o desenvolvimento de novos mtodos para
enriquecer a leitura da temtica ambiental em sala de aula. No Brasil, a educao
ambiental encontra-se respaldada como componente essencial e permanente pela
Poltica Nacional de Educao Ambiental (Lei 9795/99). A Lei de Diretrizes e
Bases da Educao de 1996 enfatiza que o aluno precisa compreender o seu
ambiente natural e social, desenvolvendo o entendimento dos homens e do meio
em que vive.
Para Paula Brgger, a E.A.(Educao Ambiental) encarada na maioria
das vezes como uma modalidade da educao. A autora no compartilha dessa
ideia, pois para ela a educao tradicional no tem sido ambiental.
Desta forma as questes ambientais ainda so analisadas em sala de aula
de forma fragmentada, isolada, e descontextualizada da sociedade. O meio
ambiente frequentemente reduzido s suas dimenses naturais. Nessa viso, os
alunos iro confundir meio ambiente com natureza; problemas ambientais com
poluio e desenvolvimento sustentvel com preservao dos ecossistemas.
8
Este trabalho visa questionar a educao ambiental tradicional e elaborar
uma proposta que ajude ao professor trabalhar a educao ambiental de forma
crtica.
Para tal, analisaremos o meio ambiente como resultado da relao
sociedade e natureza; discutiremos o conceito de desenvolvimento sustentvel;
entenderemos que os impactos ambientais ocorrem em diferentes escalas
temporais e espaciais e que seus efeitos no so democrticos sendo
diferenciados segundo as classes sociais. Veremos tambm como os interesses
de mercado influenciam no surgimento de um novo ambientalismo.
O nosso enfoque envolve a escolha e reflexo de conceitos-chaves que
achamos fundamentais para que se possa debater a educao em sala de aula de
forma crtica, a saber: meio ambiente, impacto ambiental e justia ambiental.
Acreditamos que sem esses conceitos, qualquer tema relacionado dinmica
ambiental no alcanar seus objetivos educacionais. A nossa base terica
partir da ecologia poltica que tem como base a indissociabilidade entre natureza
e sociedade.
Concebido como um sistema aberto que integra sociedade e natureza em
suas mltiplas interaes, como j dito, o meio ambiente no pode ser mais
reduzido s questes naturais. Portanto, produto da relao homem-meio ou
seja, a natureza recriada pela sociedade da qual o homem parte integrante.
Sendo passivo e ativo ao mesmo tempo, condicionante e condicionado, de
movimento e transformador da vida social. Nessa viso, estabeleceremos uma
discusso entre economia poltica e ecologia pensando o meio ambiente como
produto social com todas as suas dimenses econmicas, polticas e sociais.
Na compreenso das consequncias dos impactos ambientais
necessitamos superar o pensamento reducionista de causa e efeito, que se
preocupa mais com a identificao dos efeitos imediatos e locais do que com a
interpretao dos processos que o geraram.
Para Paula Brgger a educao ambiental no somente uma tentativa
de educao ambiental, mas acima de tudo a criao de uma nova concepo de
mundo.
9
No primeiro captulo analisaremos o conceito de meio ambiente como
resultado da interao entre sociedade - natureza. No segundo captulo
entenderemos o que impacto ambiental e quem sofre mais com as
consequncias desses impactos. No terceiro captulo, utilizaremos exemplos de
como trabalhar a questo dos impactos ambientais gerados pela eroso e dos
deslizamentos das encostas causadas pelas chuvas de vero no Rio de Janeiro
em sala de aula. Tal escolha se deve a recorrncia desses eventos com a perda
de centenas de vidas. Segundo Antonio Teixeira Guerra, a perda de solo em reas
rurais e urbanas um dos principais problemas ambientais atuais da humanidade.
Este trabalho no tem a pretenso de resolver o problema da educao
ambiental no Brasil, tema to recente quanto complexo. Longe disso, apenas
levantamos conceitos e temas para a reflexo e que ajude ao professor a trabalhar
de forma mais crtica a temtica ambiental em sala de aula.
Sem a reflexo dos conceitos bsicos ligados ao meio ambiente,
acreditamos que educao ambiental apensa ser como nos lembra Paula
Brgger num mero adestramento ambiental.
10
CAPTULO I
Meio Ambiente e Natureza Humanizada
... nossa civilizao mecanicista depois de saquear o mundo
de tal forma que j reconhece oficialmente que esto a
esgotar-se as riquezas fundamentais do planeta, agora
confessa a sua bancarrota e aconselha os povos marginais a
restringir a sua natalidade a fim de que sejam poupados os
restos do assalto em benefcio dos atuais grupos
privilegiados (CASTRO, 1957, p. 165-166).
Em 1946 o gegrafo Josu de Castro em seu livro Geografia da Fome
enfatizou que a fome era o principal problema ambiental da humanidade. Segundo
Porto-Gonalves (2006), na poca desta publicao a questo ambiental no
estava na pauta das discusses da sociedade e, ainda hoje, a insero social no
considerada um tema to importante na questo ambiental.
Iniciamos este captulo enfatizando a nossa preocupao em analisar a
temtica ambiental sob a lgica da ecologia poltica, que concebe o meio ambiente
como produto social com todas as interaes econmicas, sociais e polticas.
Tal preocupao se deve ao erro comumente produzido em sala de aula
quando a temtica confundida com a ecologia natural, reduzindo com isso a um
estudo dos ecossistemas naturais. Portanto, partimos da premissa de que se no
conceituarmos de forma correta o meio ambiente, a educao ambiental no
alcanar seus objetivos.
Como j citado na introduo, a base terica da nossa reflexo a
ecologia poltica que tem como campo terico a indissociabilidade entre natureza
e sociedade articulando os processos naturais e sociais (econmicos, polticos e
culturais).
De acordo com a Poltica Nacional do Meio Ambiente, Lei 6938/81:
11
Art. 3 Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I Meio Ambiente, o conjunto de condies, leis, influncias,
interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas. (MEDAUAR,
2011, p. 896).
Ora, como o meio ambiente analisado pela interao dos processos
fsicos, qumicos, biolgicos, socioculturais, polticos e econmicos, entenderam
que nossa legislao ambiental inserida nos processos polticos acaba
reproduzindo a viso reducionista que a sociedade possui sobre o meio ambiente.
Essa viso legal no abrange a noo de meio ambiente como um todo, mas
restringe a um aspecto ambiental do meio ambiente.
Segundo Brgger (1999) o conceito de meio ambiente elstico e
contraditrio. Apesar do consenso de que o meio ambiente deve abranger uma
totalidade que inclui aspectos naturais e sociais, a questo ambiental tem sido
ainda confundida com poluio ou outros problemas de ordem tcnica ou natural.
Assim sendo, para a autora o meio ambiente possui um conceito total que inclui o
homem na sua dimenso histrico-social e um conceito oculto inserido pelas
necessidades de preservao do potencial produtivo dos ecossistemas e dos
recursos naturais.
Essa problemtica foi gerada pela separao entre as cincias naturais e
humanas. Segundo Guerra (2010) a cincia natural surgiu no sculo XV a partir da
concepo positivista. Nesta, a natureza sobrevivia por si mesma e desvinculada
das atividades humanas. O desenvolvimento das atividades econmicas iria
modificar a relao entre os Homens e entre os Homens e a natureza. Neste
sentido:
A compreenso tradicional das relaes entre a sociedade
e a natureza desenvolvidas at o sculo XIX, vinculadas ao
processo de produo capitalista, considerava o homem e a
12
natureza como plos excludentes, tendo subjacente a
concepo de uma natureza objeto, fonte ilimitada de
recursos disposio do homem (BERNARDES e
FERREIRA, 2009, p. 17).
Ou ainda:
A busca da cientificidade levou os cientistas naturais
procura de leis gerais. Assim, como as leis enunciadas por
Newton, alguns cientistas naturais (entre eles, geomorflogos
e gelogos, para citar alguns) continuam a fazer pesquisas
fundadas, na preciso, na exatido, na predio. Porm, as
leis gerais da sociedade no comportam nenhuma certeza,
exatido ou predio (COELHO, 2010, p. 31).
Em suma, o avano do capitalismo modificou drasticamente a relao
entre a sociedade e natureza. Brgger (1999) enfatiza que comunidades
tradicionais foram esfaceladas e absorvidas pela cultura tecnolgica. O xodo
rural intensificado com a industrializao criou o individualismo; as cidades se
transformaram em sinnimo de cultura e civilizao, as sociedades tradicionais e
rurais em sinnimo de atraso. Destacamos essa abordagem, pois como nos
lembra a autora, o viver individual, tpico das cidades, inseriu um grande impulso
oposio entre sociedade natureza.
As ideias iluministas tambm contriburam para essa oposio, pois a
partir do sculo XIX, as leis da natureza passaram a existir independentemente
das paixes humanas; cincia e tcnica se tornaram as bases do desenvolvimento
e do progresso humanos.
A abordagem da temtica ambiental pela Geografia se divide em dois
momentos segundo Mendona (2007). O primeiro perodo o naturalista -
originado a partir da sistematizao da cincia geografia no sculo XIX, possui em
linhas gerais, o entendimento do meio ambiente pela descrio do seu quadro
natural compreendido pelo relevo, clima, vegetao, hidrografia etc. O segundo
13
perodo o natural social - originado na segunda metade do sculo XX com o
movimento de renovao da Geografia. Neste momento, o meio ambiente
analisado na perspectiva que engloba o meio natural e a sociedade.
Como j observado, as cincias naturais e humanas tomaram caminhos
distintos. Essa diviso foi reproduzida no interior da cincia geogrfica, gerando
uma dicotomia ainda existente no interior da cincia atravs da geografia fsica e
da geografia humana.
Segundo Coelho (2010), necessrio uma interpretao coerente dos
processos ecolgicos (biofsico-qumicos) e sociais degradao ambiental. No
caso da geografia, nossa rea de formao, importante frisar que a autora
lembra que os gegrafos falham na abordagem ambiental. Para ela ainda no h,
em termos gerais, a preocupao em demonstrar a importncia da relao entre
sociedade estrutura de classe na compreenso da temtica ambiental.
Entretanto, para Porto-Gonalves (2006), a discusso ambiental uma grande
possibilidade para acabar com a fronteira entre os gegrafos fsicos e humanos,
pois estes nunca falaram tanto das relaes entre sociedade e natureza quanto
nos dias atuais.
Neste sentido, Porto-Gonalves (2006) chama a ateno que toda a
sociedade inventa e institui uma determinada ideia do que seja natureza. Portanto,
para ele, o conceito de natureza no natural. No mundo ocidental em que
vivemos, a concepo de natureza se define por oposio a de homem, de cultura
e de histria, ou seja, natureza e cultura se excluem.
Atravs do avano da tcnica, a sociedade fica mais distante da natureza.
Neste sentido, Brgger (1999) cita que a natureza vista como uma espcie de
me para as sociedades ditas primitivas, concebida como uma divindade.
A autora lembra que o conceito de meio ambiente algo extremamente
complexo e abrangente. Assim, para ela, o meio ambiente no pode ser reduzido
simplesmente s questes naturais, como tambm no se pode encar-lo como
tudo que nos cerca, pois desta forma, esvaziaramos o seu contedo.
Assim, a dificuldade de se conceituar meio ambiente ir se refletir na
impossibilidade de se definir o que seja uma educao ambiental.
14
Para Coelho (2010), os conceitos de espao, meio ambiente e impacto
ambiental so fundamentais na anlise ambiental na perspectiva da ecologia
poltica, nossa forma de abordagem. Para Santos (1979) apud Coelho (2010), o
espao uma dimenso das relaes entre sociedade e natureza. Neste sentido,
o espao social possui inicialmente uma dimenso material sendo um produto da
transformao da natureza pela sociedade. Paralelamente, o meio ambiente
socialmente e historicamente produzido, pois:
... sua construo se faz no processo da interao contnua
entre uma sociedade em movimento e um espao fsico
particular que se modifica permanentemente. O ambiente
passivo e ativo. , ao mesmo tempo, suporte geofsico,
condicionado e condicionante de movimento, transformador
da vida social (COELHO, 2010, p. 23).
A ecologia poltica do meio ambiente analisa as interaes entre os
processos ecolgicos, polticos, econmicos, sociais, espaciais e culturais. Essa
interao d origem estrutura scio-espacial que expressa consequentemente, a
forma como as classes sociais se estruturam no espao.
Segundo Guimares (2009), a modernizao um processo de mudanas
na qual uma sociedade supera as estruturas tradicionais, criando com isso, novas
formas de produo. Neste sentido, a modernizao para Acselrad (2009),
apropriada pelo ambientalismo. Neste sentido, a modernizao seria uma soluo
neoliberal aos problemas ambientais, legitimando com isso, o livre mercado. Para
o autor, h uma combinao entre uma concepo socialmente homognea da
questo ambiental e estratgias neoliberais, constituindo um pensamento
ambiental dominante nos meios polticos, empresariais e das agncias
multilaterais.
Neste sentido, para o autor, a concepo dominante sobre a questo
ambiental pouco sensvel s suas dimenses ecolgicas. Com isso, o tema
15
desperdcio ou escassez de matria-prima e energia se destaca com o mais
importante no debate ambiental.
Para Lefebvre (1974) apud Bernardes e Ferreira (2009), a dialtica
homem/natureza est na base do processo de desenvolvimento e transformao
da sociedade. O autor demonstra a necessidade de considerarmos o espao
como um dos aspectos fundamentais da segunda natureza, consequncia da
prtica social sobre a base fsica que constitui a primeira natureza.
Neste sentido, Brgger (1999) acredita que necessrio considerar o
meio ambiente como a segunda natureza. Portanto, o meio ambiente um
espao historicamente produzido, ou seja, materializado pelo modo como a
sociedade se apropriam do que chamamos de natureza.
A Educao Ambiental tem como objetivo principal a conscientizao da
sociedade sobre as questes ambientais. Para Brgger (1999), a educao
informal quase sempre reduz o meio ambiente a uma questo natural ou tcnica.
Para ela a educao adestradora uma via de subordinao ao status quo.
Portanto, o estudo dos impactos ambientais no deve ser feito somente
sob o ponto de vista fsico. Como podemos analisar a despoluio da Baa de
Guanabara em sala de aula, por exemplo, sem tocar na melhoria do saneamento
bsico da populao que vive na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro? Como
abordar a questo das enchentes e deslizamentos de terras sem analisar a forma
de ocupao das encostas cariocas? Como falar da perda de solo atravs da
eroso sem falar dos impactos para os pequenos agricultores familiares?
Aos falarmos das questes ambientais em sala de aula, o professor deve
tomar muito cuidado com os processos que originaram impactos, pois como nos
lembra Cunha e Guerra (2010), vrios processos ambientais, como lixiviao dos
solos, eroso, movimentos de massa e cheias, podem ocorrer com ou sem a
interveno do Homem. Neste caso, cabe ao professor considerar critrios sociais
como a acelerao desses processos pela ao do homem como a forma de
ocupao e o uso do solo.
Enfim, so inmeros os exemplos que mostram a necessidade de se
analisar temtica ambiental em sala de aula de forma sistmica e holstica,
16
buscando com isso, um conceito de meio ambiente que unifica a natureza e a
sociedade, ou melhor, como uma segunda natureza.
Segundo Cunha e Guerra (2010), para que se tenha uma anlise crtica do
meio ambiente, necessrio entender de forma global, integrada e holstica as
relaes existentes entre a degradao ambiental e a sociedade causadora dessa
degradao.
Acselrad (1999) acredita que a desigualdade social e de poder est na raiz
da degradao ambiental. Como Josu de Castro, citado no incio do captulo, o
autor lembra que s podemos enfrentar a crise ambiental em nvel global, se
promovermos a justia social.
No prximo captulo, analisaremos como os impactos ambientais,
percebidos de forma sistmica, afetam a sociedade.
17
CAPTULO II
Impacto Ambiental e Justia Ambiental
Vimos no captulo 1, que necessrio analisar o meio ambiente em sua
totalidade, ou seja, incluindo as suas categorias fsicas, ecolgicas, sociais,
polticas e econmicas. Este captulo abordar o conceito de impacto ambiental e
como a crise ambiental no afeta a sociedade de forma igual. Acreditamos que
esta nossa preocupao seja fundamental para trabalharmos uma educao
ambiental de forma crtica.
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelece pela
Resoluo 001 de 23/01/86, o conceito legal de impacto ambiental:
Artigo 1 - Para efeito dessa Resoluo, considera-se
impacto ambiental qualquer alterao das propriedades
fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matria ou energia resultante das
atividades humanas que direta ou indiretamente afetem:
I - a sade, a segurana, o bem-estar da populao;
II - as atividades sociais e econmicas;
III - a biota;
IV - as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais (MEDAUAR, 2011,
p. 647).
Na viso da ecologia poltica, impacto ambiental considerado um
processo de mudana sociais e ecolgicas causado por perturbaes no
ambiente (COELHO, 2010, p. 24).
Segundo Coelho (2010) o processo de impacto ambiental bastante
complexo e indivisvel. Para ela, o atual estgio tecnolgico da sociedade que
implica no domnio cada vez maior do homem sobre a natureza, torna-se cada vez
mais difcil separar impacto biofsico de impacto social. Assim:
18
Na produo dos impactos ambientais, as condies
ecolgicas alteram as condies culturais, sociais e
histricas, e so por elas transformadas. Como um processo
em movimento permanente, o impacto ambiental , ao
mesmo tempo, produto e produtor de novos impactos
(ibidem, p. 25).
Cabe neste momento um questionamento, a saber: as enchentes e os
deslizamentos de terras que ocorrem na poca de vero no estado do Rio de
Janeiro tm causas naturais ou sociais? Levantamos esta questo, pois vrios
polticos e inclusive a mdia, ao justificar os impactos, acabam culpando as chuvas
pelas tragdias que matam centenas de pessoas anualmente. No captulo 3
abordaremos melhor esta questo.
Brgger (1999) e Acselrad (2009) frisam que os estudos de impactos
ambientais e os Relatrios de Impactos Ambientais (EIA/RIMA) so incapazes de
retratar as consequncias geradas sociedade, enfatizando mais os impactos
causados sobre os recursos naturais, legitimando as aes de firmas sobre o meio
fsico.
Ao analisarmos os impactos e suas consequncias, devemos ter a
preocupao em sala de aula do envolvimento das escalas sobre os impactos
ambientais produzidos, sejam elas espaciais ou temporais.
Em relao escala temporal, por exemplo, podemos citar a existncia,
ainda hoje, na regio do Mdio Vale Paraba Fluminense de voorocas (estruturas
erosivas) que foram criadas na poca do ciclo do caf h mais de 200 anos e que
continuam na paisagem rural, gerando impactos e afetando a agropecuria atual.
Em relao escala espacial, o aluno precisa entender que o impacto
ambiental produzido em um ponto na superfcie do planeta pode gerar
consequncias a milhares de quilmetros. Assim, por exemplo, a poluio
provocada por uma indstria no rio Paraba do Sul, pode comprometer o
19
abastecimento de gua na regio metropolitana do Rio de Janeiro, pois, como
sabemos, o rio Guandu recebe suas guas.
Outro exemplo interessante a ser dado aos alunos refere-se ao
desmatamento da Floresta Amaznica e a alterao do regime de chuvas na
cidade do Rio de Janeiro. Como sabemos, a massa equatorial continental
originada na Amaznia no vero, leva umidade para a regio Sudeste.
importante frisar que as chuvas torrenciais que impactaram a regio serrana do
estado do Rio de Janeiro no incio de 2010 foram originadas justamente na
Amaznia.
Ainda sobre a questo da escala espacial, Guerra e Mendona (2010)
oferecem um mtodo interessante sobre os impactos ambientais resultantes da
ao antrpica sob os solos, e que podemos adapt-lo em sala de aula para a
anlise de diversos outros impactos. Os autores ao analisarem a ao antrpica
sob as encostas, dividem os impactos ambientais em - onsite (no prprio local) e
offsite (fora do local). Portanto, os impactos promovidos pela eroso no ocorrem
apenas onde foram gerados, mas seus efeitos podem ser vistos a vrios
quilmetros de distncia.
Os efeitos onsite analisados pelos autores incluem a diminuio da
fertilidade dos solos e a reduo da capacidade de reteno de guas nos solos.
Os efeitos offsite causam danos em reas agrcolas afastadas como enchentes,
assoreamento de rios e lagos alm de contaminao de corpos lquidos.
Logo:
... os impactos ambientais resultantes da ao antrpica
sobre o solo, acontecem de maneira bastante complexa,
podendo ser de ordem benfica ou adversa, tanto em reas
rurais como em reas urbanas, afetando essas reas onde a
degradao das terras esteja ocorrendo, bem como seus
efeitos danosos podem ter repercusso a vrios quilmetros
de distncia da rea atingida diretamente por esses
processos (ibidem, p. 234).
20
Um conceito interessante que poder ajudar o aluno a entender a rea
envolvida pelo impacto o conceito de pegada ecolgica. Neste sentido Porto-
Gonalves (2006) lembra que so grandes os impactos ambientais provocados
pelo aumento da concentrao da populao em alguns pontos do espao
geogrfico, seja em cidades ou periferias. Assim, segundo o autor, a pegada
ecolgica confirma que o impacto ambiental da populao urbana no se reduz
exclusivamente escala local. Londres, por exemplo, exige uma pegada
ecolgica de 21 milhes de hectares, ou seja, de toda a terra produtiva do Reino
Unido. E mais, 88% da pegada ecolgica do Reino Unido se d sob reas de
outras regies do planeta. Outro exemplo, Vancouver no Canad precisa de uma
rea 174 vezes maior do que seu permetro urbano. E mais, um habitante da
Amrica do Norte precisa de 461 hectares, enquanto que na ndia, apenas 45
hectares.
Ora, a partir desses dados, cabe uma questo: quem exerce mais
presso sobre os recursos naturais no planeta a populao dos pases
desenvolvidos ou dos pases mais pobres? Enfatizamos esse questionamento,
pois como sabemos, sobre a populao mais pobre que recai as consequncias
mais graves dos impactos ambientais, como veremos a seguir.
A partir da Educao Ambiental crtica, o professor dever ter um objetivo
norteador na questo sobre os impactos decorrentes da interveno humana
sobre o meio fsico, a saber: as desigualdades sociais em termos de proteo
ambiental. Desta forma, trabalharemos neste momento, o conceito de justia
ambiental.
H uma viso simplista e reducionista de que a crise ambiental e seus
impactos geram efeitos nocivos que so distribudos de forma homognea, tanto
em incidncia quanto de intensidade. No entanto, Acselrad (2009) critica essa
ideia:
... isso porque possvel constatar que sobre os mais
pobres e os grupos tnicos desprovidos de poder recai,
21
desproporcionalmente, a maior parte dos riscos ambientais
socialmente induzidos, seja no processo de extrao dos
recursos naturais, seja na disposio de resduos no
ambiente (ibidem, p. 12).
Para enfatizar a injustia ambiental, o autor destaca o conceito de
hiperperiferia, isto , uma rea de periferia que apresenta condies adicionais de
excluso urbana com sobreposio cumulativa dos riscos ambientais s diversas
formas de desigualdade social e ambiental.
Como j observado anteriormente, a questo ambiental pouco sensvel
s suas dimenses sociais. Desta forma, temas como desperdcio ou escassez
so apresentados como o mais importante no debate ecolgico, em detrimento
das questes sociais.
O meio ambiente foi incorporado, neste sentido, pela ideologia de um bem
estar alcanvel a partir das foras invisveis de mercado. Acselrad (2009) v uma
aliana entre a concepo socialmente homognea da questo ambiental com
estratgias neoliberais que constituem o pensamento ambiental dominante nos
meios polticos e empresariais. Essa ideologia deixa de interpelar, segundo o
autor, o contedo do modelo de desenvolvimento, naturalizando seus
pressupostos. Portanto:
A concentrao dos benefcios dos benefcios do
desenvolvimento nas mos de poucos bem como a
destinao desproporcional dos riscos ambientais para os
mais pobres e para os grupos tnicos mais despossudos,
permanece ausente da pauta de discusso dos governos e
das grandes corporaes (ibidem, p. 15).
Neste sentido, o movimento de justia social nascido nos Estados Unidos,
nos anos de 1980, visava combater o pensamento neoliberal dominante e
incorporar lutas por justia social.
22
Assim:
... a noo de justia ambiental implica, pois, o direito a um
meio ambiente seguro, sadio e produtivo para todos, onde o
meio ambiente considerado em sua totalidade, includo
suas dimenses ecolgicas, fsicas construdas, sociais,
polticas, estticas e econmicas (ibidem, p. 16).
Em relao a proteo ambiental desigual, podemos citar em sala de
aula, a crise ambiental das cidades brasileiras no incio do sculo XX. Sobre isso,
Barbosa (1992) enfatiza as pssimas condies de vida da populao mais pobre
do Rio de Janeiro que lotava os ambientes insalubres da capital da Repblica.
Considerada como uma cidade pestilenta ou comparada a um caixo morturio,
o Distrito Federal atravessou nas ltimas dcadas do sculo XIX, uma das suas
mais graves e prolongadas crises ambientais de sua histria.
A insalubridade das freguesias centrais da cidade era objeto permanente
de debates e projetos nas reas da medicina e engenharia. As causas da
existncia desses ambientes malsos eram o clima, os pntanos, o ar impuro e os
morros. Portanto, conclumos que tanto ontem como hoje, as causas de diversos
impactos ambientais ainda residem nas questes naturais.
Os pareceres tcnicos da poca no visualizavam as dificuldades vividas
pela populao mais pobre diante das pssimas condies de trabalho, da
escassez de moradias, da pssima alimentao e do oportunismo dos
proprietrios que visavam aumentar seus lucros atravs dos aluguis. Segundo o
autor, embora as habitaes coletivas estivessem marcadas pelo estigma de anti-
higinicas e fossem definidas como antros de promiscuidade, estas no eram
redutveis a aspectos ideolgicos, pois havia uma captura de renda dos
proprietrios de imveis que ganhavam com a crise habitacional.
Desta forma, as habitaes coletivas e a populao residente foram
eleitos pelos pareceres tcnicos como os responsveis pela crise ambiental. Estes
pareceres legitimaram o bota-abaixo da Reforma Urbana de Pereira Passos
23
(1903-1906) que destruiu centenas de cortios e desalojando milhares de
pessoas. Ora, a populao que justamente era vtima dos impactos ambientais
gerados pela estrutura scio-econmica e poltica vigente, passou a ser a
causadora, isto , a responsvel pela crise ambiental.
Ainda hoje, podemos identificar essa inverso de valores na questo das
causas dos impactos ambientais. Basta lembrarmos, da questo demogrfica no
planeta. A corrente neomalthusiana ainda defendida por muitos setores da mdia e
do meio poltico, enfatiza o controle de natalidade como forma de diminuir a
presso sobre os recursos naturais do planeta. Como no passado, culpa a
populao pobre pela escassez de recursos. Essa ideologia naturaliza os conflitos
econmicos e polticos de regies devastadas pela dominao e extrao
coloniais, como a frica e a sia, apresentando-os como conflitos resultantes da
luta domstica por recursos naturais escassos.
Portanto, concordamos com Acselrad (2009) quando ele afirma que a
desigualdade social e de poder est na raiz da degradao ambiental, pois,
segundo o autor, no podemos enfrentar a crise ambiental sem promover a justia
social.
Porto-Gonalves (2006) lembra que as populaes que residem em
periferias vivem em um ambiente de insegurana generalizado e possuem grande
vulnerabilidade ao risco ambiental como chuvas, enchentes, movimentos de terra,
furaces e etc. Infelizmente, segundo o autor, para os mais pobres, a natureza se
faz presente mais como morte do que vida.
Peiter e Tobar (1998) ao analisarem a poluio atmosfrica no municpio
de Volta Redonda, identificaram uma diferenciao significativa em relao a
aspectos ambientais e condio de vida da populao. No estudo, os autores
constataram que os bairros mais pobres, onde inclusive reside a populao mais
idosa, apresentam os piores ndices de poluio do ar.
Assim, no podemos deixar de mencionar, para nossos alunos, o drama
vivido pela periferia com a multiplicao de catstrofes naturais e a extrema
vulnerabilidade a riscos a que as populaes mais pobres esto submetidas.
Porto-Gonalves (2006) lembra tambm que a maior parte da Amrica Central e
24
Andina est localizada em rea de choque de placas tectnicas, vulnerveis a
grandes sismos com consequncias trgicas. Alm disso, a Amrica Central e o
Caribe so vulnerveis a furaces e tufes e possuem stios urbanos em
topografia acidentada, sendo, portanto suscetveis a desmoronamentos e
enchentes.
A injustia ambiental pode ser vista em outra escala, mais prxima para a
realidade dos nossos alunos. A instalao do aterro sanitrio no municpio de
Seropdica, um dos mais pobres da regio metropolitana do Rio de Janeiro um
exemplo.
A populao deste municpio e inmeros ambientalistas esto
preocupados com a instalao do aterro sanitrio. Os crticos a essa obra dizem
que o aterro pode contaminar um aqufero localizado na regio. Segundo Ccero
Pimenteira, pesquisador da COPPE-UFRJ (Ps-Graduao e Pesquisa de
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), o aterro sanitrio de
Seropdica estar situado acima do aqfero Piranema e prximo ao rio Guandu,
como j vimos, responsvel pelo abastecimento de gua do Rio de Janeiro.
Segundo ele, o risco de contaminao dos corpos lquidos por chorume muito
alta.
Em 1991, o Banco Mundial indicava a transferncia das indstrias mais
poluidoras dos pases ricos para os pases mais pobres, o que evidenciou um
quadro de desigualdade em termos de justia ambiental no planeta.
Ora, a instalao do aterro sanitrio em Seropdica parte do mesmo
princpio tcnico da orientao do Banco Mundial em relao questo ambiental
transferir os impactos ambientais para a populao menos favorecida de
recursos econmicos. Neste quadro, Seropdica no seria uma hiperperiferia?
No prximo captulo, analisaremos uma questo, infelizmente, recorrente
no estado do Rio de Janeiro, a saber: os impactos ambientais decorrentes dos
deslizamentos de terra que matam centenas de pessoas durante as chuvas de
vero.
25
CAPTULO III
Desnaturalizando os deslizamentos das encostas no Rio de Janeiro
Nos ltimos anos, o estado do Rio de Janeiro vem aparecendo
constantemente na mdia com notcias de enchentes, deslizamentos de terra e
perda de vidas decorrentes das chuvas de vero. Para ilustrar a recorrncia
dessas tragdias, listamos algumas delas, a saber: o deslizamento de encostas do
morro da Carioca e na enseada do Bananal em Angra dos Reis em janeiro de
2010; o deslizamento do morro do Bumba na cidade de Niteri em abril de 2010; a
tragdia da regio serrana em janeiro de 2011, considerada a maior tragdia
climtica da histria do pas; e por fim mais recentemente as enchentes no
municpio de Sapucaia em janeiro de 2012. No mencionamos outros inmeros
deslizamentos de terra de menor intensidade que ocorrem periodicamente no
estado.
Ao relembrarmos estas tragdias surgem alguns questionamentos: so
apenas tragdias naturais? Qual o peso da sociedade nesses impactos
ambientais? Tal preocupao em responder a estas questes se deve ao fato de
que como visto no captulo 1 deveremos ter a preocupao de no naturalizar as
questes ambientais. Como podemos observar na reportagem editada pelo site
G1 em 13/01/2012, com o ttulo Regio Serrana do RJ sofre com tragdia que
completa 1 ano (ver reportagem 1 em anexo), a viso superficial dos impactos
ainda notria. Vejamos uma parte deste noticirio: Um ano atrs, quase mil
pessoas morreram na Regio Serrana do Rio de Janeiro na maior catstrofe
natural do pas, causada pelas chuvas....
Nesse captulo, tentaremos mostrar como um professor poder trabalhar
estas questes, partindo da base terico-metodolgica que enfatizamos nos
captulos 1 e 2, ou seja, analisar o meio ambiente como uma totalidade e
enfocando as suas dimenses scio-econmicas e polticas. Sendo assim,
usaremos como base bibliogrfica os textos de Antnio Jos Teixeira Guerra,
26
grande estudioso de geomorfologia ambiental, e particularmente dos impactos
gerados pela eroso de encostas.
Segundo o autor:
Com exceo dos fundos de vales e topos de chapadas,
quase todas as terras emersas so constitudas por
encostas. Elas podem ocupar paisagens inteiras em
determinadas partes da superfcie terrestre (GUERRA,
2009, p. 191).
O autor j nos d uma pista que nos ajudar a responder os nossos
questionamentos introduzidos no incio do captulo. Veja esta citao:
A interveno humana sobre o relevo terrestre, quer seja em
reas urbanas ou rurais demanda a ocupao e a
transformao da superfcie do terreno. Dependendo do
tamanho desta interveno das prticas conservacionistas
utilizadas e dos riscos geomorfolgicos envolvidos, os
impactos ambientais associados podero causar grandes
prejuzos ao meio fsico e para os seres humanos (ibidem, p.
191).
Fernandes e Amaral (2010) lembram que os deslizamentos nas encostas
geram grandes impactos nas atividades do homem, de extrema varincia e de
escala, possuindo uma complexidade de causas e mecanismos.
Eroso, segundo o Novo Dicionrio Geolgico-Geomorfolgico significa a
realizao de um conjunto de aes que alteram uma paisagem. Portanto, a
eroso um fator de modelagem do relevo, de desgaste dos solos e, quando
resulta da ao da sociedade, pode comprometer o equilbrio ambiental.
Guerra (2011) destaca que a eroso pluvial tem abrangncia em quase
toda a superfcie terrestre, em especial em reas com clima tropical. Vale citar que
27
no estado do Rio de Janeiro, predomina o clima tropical litorneo com
concentrao de chuvas no vero. Entretanto:
O processo tende a se acelerar medida que mais terras
so desmatadas para a explorao de madeira e/ou para a
produo agrcola, uma vez que os solos ficam
desprotegidos da cobertura vegetal e, consequentemente, as
chuvas incidem direto sobre a superfcie do terreno. No
entanto, nas reas urbanas, onde os solos esto
descobertos, em especial nas suas periferias, os processos
de eroso acelerada tambm ocorrem, com grandes
prejuzos materiais, e por vezes, como perdas de vidas
humanas (ibidem, p. 31-32).
Assim, o professor precisa enfatizar que a eroso um fator natural do
planeta que, no entanto, vem sendo acelerada pela ao humana, como podemos
observar tambm, nesta citao:
A eroso dos solos tem causas relacionadas prpria
natureza, como a quantidade e distribuio das chuvas, a
declividade, o comprimento e forma das encostas, as
propriedades qumicas e fsicas dos solos, o tipo de
cobertura vegetal, e tambm ao do homem, como o uso
e manejo da terra que, na maioria das vezes, tende a
acelerar os processos erosivos (GUERRA e MENDONA,
2010, p.226).
Segundo Goudie (1990) apud Guerra e Mendona (2010), ... a eroso
dos solos o principal e mais srio impacto causado pela ao humana sobre o
meio ambiente (p. 228). De fato, os impactos ambientais gerados pela perda de
solo afetam tanto as reas rurais como urbanas.
28
No campo, a eroso dos solos diminui a sua produtividade e, dependendo
de sua extenso, comum a agricultura cessar sua atividade. No Brasil, muitos
pequenos agricultores, desprovidos de capital e tecnologia para atenuar esses
impactos, no conseguem relacionar a perda de capacidade de produzir de suas
terras com os processos erosivos. Neste sentido, muitas reas agrcolas dos
estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois e Minas Gerais so afetadas
pela perda de solo, e pior, vem sua produo ser substituda pela pecuria,
atividade que acaba agravando o processo erosivo, pois intensifica o pisoteio e a
compactao do solo, que diminui a infiltrao das guas pluviais e aumentando
com isso o run-off (escoamento superficial).
No estado do Rio de Janeiro, uma regio se destaca na questo da perda
de solo com impactos negativos para a sociedade. Trata-se do Mdio Vale do
Paraba que se estende entre a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar. Guerra e
Mendona (2010) enfatizam que a ocupao atravs da cafeicultura no sculo
XVIII, responsvel pela devastao da Mata Atlntica, causou grandes
desequilbrios ambientais, desencadeando processos erosivos acelerados. Com a
decadncia do caf, a regio foi ocupada pela pecuria extensiva, o que agravou
ainda mais os processos erosivos.
Em relao cidade, importante frisar que a populao mundial vem se
concentrando no meio urbano. O processo de urbanizao muitas vezes
acelerado e desordenado, particularmente nos pases mais pobres, responsvel
por inmeros impactos ambientais gerados pelos deslizamentos de terras e
consequente aumento de mortes anualmente.
Gonalves e Guerra (2010) lembram que o espao urbano resultado de
drsticas alteraes antrpicas sobre o meio fsico. Assim, o processo histrico de
ocupao faz com que o meio ambiente urbano tenha um carter dinmico.
Portanto:
As reas urbanas, por constiturem ambientes onde a
ocupao e concentrao humana se tornam intensas e
muitas vezes desordenadas, tornam-se locais sensveis s
29
gradativas transformaes antrpicas, medida que se
intensificam em frequncia e intensidade o desmatamento, a
ocupao irregular, a eroso e o assoreamento dos canais
fluviais, entre outras coisas (ibidem, p. 189).
Reiteramos a importncia de envolver a escala temporal na anlise das
questes ambientais. Desta maneira, visualizar o processo histrico de ocupao
de suma importncia para no reduzirmos as causas dos impactos ambientais.
Ao analisar os movimentos de massa na cidade de Petrpolis, Gonalves
e Guerra (2010) realizam um belo trabalho de anlise dos processos fsicos,
sociais, econmicos e polticos em suas diversas escalas temporais e espaciais
que envolvem os deslizamento de terras nessa cidade da Regio Serrana do
estado do Rio de Janeiro. O impressionante que foi escrito em 2010 e no final do
texto, os autores sinalizam a vulnerabilidade do municpio e a preocupao com a
possibilidade de um novo evento de escala catastrfica. Ora, infelizmente,
sabemos o final dessa histria, com a tragdia das chuvas em janeiro de 2011.
Os autores, neste trabalho, criam um mtodo de anlise a partir da
periodizao dos eventos. Isto nos ajuda a entender melhor o peso de cada fator e
dos agentes responsveis no processo de movimento de massas em Petrpolis.
Desta forma, possvel verificar que at 1960, os deslizamentos de terras nesta
cidade estavam relacionados a fatores fsicos como intensidade das chuvas e
declividade das encostas como podemos observar nesta citao:
As reas atingidas por movimentos de massa ocorriam
geralmente em diversos pontos da rea urbana, no havendo
uma correlao direta com algum tipo de ocupao ou feio
do relevo especfico (ibidem, p. 246).
A partir da dcada de 1970, h um aumento do nmero de movimentos de
massa, embora haja uma diminuio dos totais pluviomtricos. Veja:
30
Nessa dcada de grande crescimento populacional e leis
ambientais politicamente flexveis e omissas, a ocupao
sobrepujou a precipitao, assumindo a maior
responsabilidade pela ocorrncia de movimentos de massa,
pois as novas reas que foram incorporadas de forma
inadequada malha urbana apresentavam limitaes fsicas
sua ocupao (ibidem, p. 247).
A dcada de 1980 marcada pela intensificao dos processos erosivos,
relacionados com o aumento da pobreza no municpio, com o enfraquecimento da
legislao ambiental, e com a falta de uma poltica habitacional o que resultou em
uma ocupao desordenada sobre as reas de relevo mais acidentado. Com o
aumento das taxas de pluviosidade neste perodo, a consequncia foi o aumento
dos movimentos de massa que tornaram o municpio conhecido nacionalmente
durante a enchente de 1988.
Destacamos duas questes importantes deste trabalho para nos ajudar
em sala de aula. Primeiro, ficou evidente, que preciso analisar o meio ambiente
a partir de suas inmeras categorias e escalas envolvidas. Assim, fundamental
visualizar a relao entre os fatores naturais, o histrico de ocupao, a legislao
ambiental, as condies scio-econmicas e os fatores polticos.
Segundo, que possvel estabelecer a partir da varivel dos fatores
responsveis pela eroso, uma balana erosiva (figura 1 em anexo) digamos
assim, onde cada fator e seu respectivo peso so colocados na balana para que
possamos entender de forma crtica o processo em sua totalidade.
Assim, podemos dividir os fatores dos deslizamentos de terras em fatores
naturais chuvas (quantidade e distribuio), declividade do terreno, tipo de
rochas, de solo e de vegetao, entre outros; e fatores sociais forma de
ocupao, desmatamento, uso inadequado do solo, ocupao de encostas.
Em sala de aula, o professor poder a partir de inmeros exemplos de
eroso e de movimentos de massa recentes, utilizar essa balana de forma
didtica, o que ajudar o aluno a visualizar o peso de cada fator.
31
Utilizaremos como exemplo, quatro eventos, j citados, de movimentos
recentes de massa em nosso estado Ilha do Bananal (Angra dos Reis), morro da
Carioca (Angra dos Reis), morro do Bumba (Niteri) e os deslizamentos na regio
Serrana (Petrpolis, Terespolis e Nova Friburgo).
Antes da anlise dos eventos, entenderemos melhor o termo deslizamento
que possui:
... um sentido amplo, pois usado para designar processos
geomorfolgicos que envolvem, tanto rpidos movimentos
gravitacionais como as formas resultantes causadas pelo
deslocamento do material da encosta. As causas do
deslizamento podem ser atribudas a fatores naturais, como
a declividade da encosta e a estratigrafia, ou a fatores
induzidos a partir das atividades humanas (GONALVES e
GUERRA, 2010, p. 234).
Portanto, o exemplo da ilha do Bananal (foto 1 em anexo) mostra o peso
maior dos aspectos fsicos como fator principal da causa da movimentao de
massa. Ali, prevaleceram a alta taxa de pluviosidade, a declividade da encosta, o
tipo de rocha e do solo.
J o morro da Carioca (foto 2 em anexo), fica claro, dentro da balana
erosiva, um peso maior da ao humana sobre o evento, gerando com isso, um
equilbrio dos fatores. Alm dos fatores fsicos citados no exemplo da ilha do
Bananal, destaca-se tambm a ocupao inadequada e desordenada do solo
urbano atravs da ocupao da encosta por uma favela.
Acreditamos, que os alunos no teriam dvidas em visualizar, no exemplo
do morro do Bumba (foto 3 em anexo), o grande peso da ao do homem, no fator
de desmoronamento dessa montanha de lixo. Esta tragdia alm de mostrar que
as solues adotadas para a destinao de resduos produzidos pela sociedade
so as mais diversas possveis e que podem impactar o meio ambiente urbano e a
32
sade de seus habitantes, confirma a ideia, defendida no captulo 2, que os
impactos acabam afetando mais a populao menos favorecida.
A tragdia anunciada, diga-se de passagem, na regio Serrana,
especificamente nas cidades de Petrpolis, Terespolis e Nova Friburgo (fotos 4,
5 e 6 em anexo) em janeiro de 2011 nos leva a uma reflexo mais cuidadosa
devido a sua complexidade.
A intensidade de chuvas naquele evento foi realmente algo extraordinrio.
Segundo Marlene Leal, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia,
afirma que na noite do dia 12 de janeiro, choveu o equivalente a 20 dias.
Um estudo da Coordenao de Programas de Ps-Graduao e Pesquisa
de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ) afirmou
que a chuva que atingiu a Regio Serrana to rara que pode demorar at 500
anos para acontecer de novo (ver reportagem 2 em anexo). J o presidente do
Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, o tempo de recorrncia de
um temporal como o da Regio Serrana de 350 anos (ver reportagem 3 em
anexo). o que os meteorologistas chamam de perodo de recorrncia, ou seja,
intervalo de tempo do qual a taxa pluviomtrica igualada ou superada
estatisticamente.
Sejam 500 ou 350 anos, possvel, portanto, que a rea onde esto
localizadas Petrpolis, Terespolis e Nova Friburgo j tenha assistido uma intensa
pluviosidade anterior, mas que no foi registrada, sequer sentida, pelo fato das
cidades desta regio terem sido ocupadas a partir do sculo XVIII.
Voltando a balana erosiva, como se enquadrariam esses eventos
trgicos nas serras fluminenses? Ao nosso ver, temos que deixar bem claro para
os alunos, que os fatores fsicos tiveram um peso importantssimo na questo.
Destacamos a intensa pluviosidade como j citado e o relevo bastante acidentado.
Entretanto, o fator humano no pode ser esquecido. A forma de ocupao
desordenada das encostas das cidades serranas, a desestabilizao de encostas,
o desmatamento, a mudana dos cursos de gua, o assoreamento de rios, o lixo
jogados nas encostas so fatores que incluem a dimenso social nesta tragdia.
33
Alunos podem questionar o fato de que houve deslizamento de terras em
muitas encostas cobertas de vegetao. Ora, a primeira coisa que o professor
ensina sobre eroso que a vegetao protege o solo dos impactos das chuvas e
aumenta a infiltrao da gua, diminuindo os impactos erosivos. No entanto,
esquecemos de mencionar que outros fatores sero determinantes como a
declividade e a intensidade das chuvas. E mais, as reas de vegetao
secundria que esto presentes na regio Serrana, so mais propensas
incidncia de movimentos de massa, por no desenvolverem razes profundas,
que possibilitariam uma proteo maior do solo contra as chuvas mais intensas.
Todos esses fatores nos levam a crer que o que levou a tragdia foi uma
combinao de fatores fsicos e humanos. Mesmo com o grande total
pluviomtrico ocorrido num pequeno intervalo de tempo como j mencionado,
inquestionvel o fator ocupao desordenada como tambm o responsvel direto
pelos movimentos de massa na rea urbana desses municpios, pois como afirma
Gonalves e Guerra (2010), a forma de ocupao tornou-se a varivel mais
expressiva para a fragilizao das encostas aos eventos catastrficos.
Desta forma, os exemplos dados mostram que para que se possa
entender de forma crtica a incidncia de movimentos de massa e os impactos
ambientais consequentes em nosso estado nos ltimos anos, necessrio
analisar os mltiplos aspectos que envolvem o processo, levando em
considerao as condies fsicas do terreno, suas limitaes naturais e as
dimenses polticas, econmicas e sociais determinantes na forma de ocupao
do terreno.
Finalizamos respondendo a questo elaborada no incio do captulo: a
tragdia das chuvas na regio Serrana do estado Rio de Janeiro pode ser
considera a maior catstrofe natural da histria do pas? Ou a pior catstrofe
scio-ambiental da histria do pas? Acreditamos que numa educao ambiental
crtica, o alunos aps uma aula cujo o tema seja os movimentos de massa, opte
pela segunda opo.
34
CONCLUSO
Este trabalho pretendeu delinear alguns temas e mtodos que ajudem a
consolidar a educao ambiental crtica como a forma de compreenso das
relaes desiguais entre sociedade e meio ambiente.
Para que no se torne um adestramento ambiental como nos afirma
Paula Brgger, necessrio se contrapor ao discurso conservador hegemnico da
mdia, das empresas, do governo e porque no, tambm de ns professores que
infelizmente, acabamos reproduzindo essas ideias.
A educao ambiental conservadora adestradora porque no visualiza
os conflitos sociais na base das relaes scio-ambientais, pois se baseia numa
viso liberal do mundo, acreditando que as transformaes sociais, econmicas,
polticas e ambientais consequncia da transformao de cada indivduo.
A educao ambiental crtica acredita que a transformao scio-
ambiental causa e conseqncia numa relao dialtica, havendo uma
compreenso das relaes de poder que permeiam a sociedade e que
determinam a apropriao da natureza e os impactos ambientais decorrentes.
Concordamos, portanto, com Loureiro (2000) apud Guimares (2009)
quando ele afirma que:
As causas da degradao ambiental e da crise da relao
sociedade/natureza no emergem apenas de fatores
conjunturais ou do instinto perverso da humanidade, e as
consequncias de tal degradao no so consequncias
apenas do uso indevido dos recursos naturais: so, sim, de
um conjunto de variveis interconexas, derivadas das
categorias: capitalismo / modernidade / industrialismo /
urbanizao / tecnocracia (GUIMARES, 2009, p. 83).
35
Desta forma, se continuarmos naturalizando as questes ambientais, e se
trabalharmos estas questes numa viso reducionista de causa e efeito,
estaremos a servio da educao ambiental conservadora.
Entendemos que a educao ambiental crtica deve se basear na anlise
das estruturas econmicas, sociais, polticas e ideolgicas da sociedade e sua
relao com a natureza.
Visando quebrar os paradigmas da educao ambiental conservadora,
enfatizamos a necessidade de iniciarmos a questo ambiental abordando o
conceito de meio ambiente. Como poderemos entender de forma crtica os
impactos ambientais se muitas vezes o meio ambiente confundido com
natureza? Ou seja, se conceituarmos de forma errnea, teremos tambm uma
viso equivocada de educao ambiental.
Neste sentido, destacamos a importncia de visualizar o ambiente como
um meio socialmente produzido, superando com isso, a sua dimenso meramente
tcnica-natural. Neste caso, Guerra (2010) lembra que meio ambiente e sociedade
uma redundncia.
Logo, se no podemos excluir a dimenso social da anlise das questes
ambientais, tampouco podemos aceitar de forma ingnua que os impactos
ambientais afetam democraticamente toda a sociedade. Atravs do uso das
escalas (espaciais e temporais) e trabalhando com o conceito de justia ambiental
percebemos que a populao de menor renda que a mais sofre com a
degradao ambiental; enchentes, terremotos, furaces, deslizamentos de terra,
inexistncia de saneamento bsico etc.
Escolhemos a questo das enchentes e dos deslizamentos das encostas
na regio Serrana fluminense devido aos impactos negativos que envolveram a
populao dos municpios como tambm a recorrncia desses fenmenos.
A catstrofe das chuvas no estado do Rio de Janeiro , sobretudo,
ambiental porque no se pode mais separar a questo natural da chuva dos
agentes humanos que se apropriaram e que construram aquele espao.
36
Portanto, como nos lembra Paula Brgger, a questo ambiental do planeta
no apenas a histria da degradao da natureza, mas , sobretudo, a
explorao do homem pelo homem.
No tivemos a pretenso de elaborar um mtodo de ensino visando uma
educao ambiental crtica. Apenas, trouxemos alguns conceitos e temas para
reflexo e que ajude a enriquecer o debate em sala de aula.
37
ANEXOS ndice de anexos
ANEXO I Fotos Foto 1 Angra dos Reis Foto 2 Angra dos Reis Foto 3 Niteri Foto 4 Petrpolis Foto 5 Terespolis Foto 6 Nova Friburgo ANEXO II Reportagens Reportagem 1 G1 Reportagem 2 Opinio e Notcia Reportagem 3 G1 ANEXO III Figura Figura 1 Balana de eroso
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ANEXO I Fotos
FOTO 1 ILHA DO BANANAL ANGRA DOS REIS - RJ http://noticias.r7.com/cidades/fotos/deslizamentos-de-terra-em-angra-dos-reis-no-rio-de-janeiro-causam-mortes-e-destruicao-1.html
http://noticias.r7.com/cidades/fotos/deslizamentos-de-terra-em-angra-dos-reis-no-rio-de-janeiro-causam-mortes-e-destruicao-1.htmlhttp://noticias.r7.com/cidades/fotos/deslizamentos-de-terra-em-angra-dos-reis-no-rio-de-janeiro-causam-mortes-e-destruicao-1.html
39
FOTO 2 MORRO DA CARIOCA ANGRA DOS REIS RJ http://n.i.uol.com.br/ultnot/1001/04angra.jpg
http://n.i.uol.com.br/ultnot/1001/04angra.jpg
40
FOTO 3 - MORRO DO BUMBA NITERI RJ http://n.i.uol.com.br/noticia/2010/04/08/retroescavadeiras-sao-utilizadas-para-remover-escombros-no-morro-do-bumba-em-niteroi-rj-1270733303111_615x300.jpg
http://n.i.uol.com.br/noticia/2010/04/08/retroescavadeiras-sao-utilizadas-para-remover-escombros-no-morro-do-bumba-em-niteroi-rj-1270733303111_615x300.jpghttp://n.i.uol.com.br/noticia/2010/04/08/retroescavadeiras-sao-utilizadas-para-remover-escombros-no-morro-do-bumba-em-niteroi-rj-1270733303111_615x300.jpghttp://n.i.uol.com.br/noticia/2010/04/08/retroescavadeiras-sao-utilizadas-para-remover-escombros-no-morro-do-bumba-em-niteroi-rj-1270733303111_615x300.jpg
41
FOTO 4 DISTRITO DE ITAIPAVA PETRPOLIS RJ http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
42
FOTO 5 TERESPOLIS RJ http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
43
FOTO 6 TELEFRICO DO MORRO DA CRUZ - NOVA FRIBURGO RJ http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
http://especiais.ig.com.br/zoom/enchentes-no-rio-de-janeiro/
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ANEXO II REPORTAGENS
REPORTAGEM 1
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/01/regiao-serrana-do-rj-sofre-com-
tragedia-que-completa-um-ano.html
Edio do dia 12/01/2012
13/01/2012 00h46 - Atualizado em 13/01/2012 00h46
Regio Serrana do RJ sofre com tragdia que completa um ano. Segundo o
Ministrio Pblico, so mais de 200 desaparecidos, e muito mais de acordo
com os moradores. Centenas de famlias ainda no encontraram os
parentes. Para elas, a dor se mistura incerteza.
Mnica Teixeira - Terespolis, RJ
Um ano atrs, quase 1.000 pessoas morreram na Regio Serrana do Rio de
Janeiro na maior catstrofe natural do pas, causada pelas chuvas. A reportagem
do Jornal da Globo visitou Terespolis, uma das cidades mais atingidas pela
tragdia de janeiro de 2011.
Mrcia de Jesus Amorim perdeu o marido, a sogra, cinco filhos e um neto. No
pde participar dos enterros. S consegui ver nesse o dia o meu filho, o Igor, de
seis anos. Mesmo assim, no pude nem chegar perto, porque estava com a minha
perna estraalhada, diz. Os corpos de dois filhos ainda esto desaparecidos.
As cicatrizes da tragdia esto por toda a parte. Em uma casa, mveis e objetos
esto exatamente onde ficaram quando a gua baixou. Na cozinha, ainda h loua
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/01/regiao-serrana-do-rj-sofre-com-tragedia-que-completa-um-ano.htmlhttp://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/01/regiao-serrana-do-rj-sofre-com-tragedia-que-completa-um-ano.html
45
em cima da pia. O que era lama, agora terra seca. Caminhando pela casa, a
sensao de que o tempo parou. Nada foi feito.
Em outro cmodo, ficou o que restou de uma mesa, do sof e, no cho, um
controle remoto. Na casa da vizinha, Shirley, ainda possvel ver at onde a gua
chegou. O que no chegou at hoje foi ajuda.
Nenhum tipo de ajuda. Nem o dinheiro do aluguel recebi. At hoje, nada. A
sensao de perda total, e de um vazio da pessoa no ter. Parece que no tem
ningum para ajudar, afirma a dona de casa Shirley Cruz Sousa.
Foram resgatados 918 corpos dos escombros e da lama, mas existem outras
vitimas da tragdia: so os desaparecidos. Cerca de 200, segundo o Ministrio
Pblico. e muito mais, de acordo com os moradores. Centenas de famlias ainda
no encontraram os parentes. Para elas, a dor se mistura incerteza.
A praa da cidade virou ponto de encontro de gente que compartilha a mesma
angstia, como a de uma me com esperana de encontrar a filha. Eu no
consigo viver, no consigo comer. No ouo uma msica, no vou a uma festa. Eu
s vivo em busca de Ana Clara. Para amenizar minha busca, eu preciso da
resposta, diz Cludia de Oliveira, dona de casa.
Vernica Dutra e Fernando perderam quatro filhos. Eles mesmos encontraram
dois, mas Hiasmin, de dez anos, e Cauan, de um ano, continuam desaparecidos.
A esperana agora a chegada de Ana Luiza.
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REPORTAGEM 2
http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/chuva-que-castigou-serra-do-rio-pode-levar-500-anos-para-se-repetir/
Chuva que castigou serra do Rio pode levar 500 anos para se repetir. Estragos na regio foram consequncia de uma combinao de fatores. 22/02/2011
Um estudo da Coordenao de Programas de Ps-Graduao e Pesquisa de
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) concluiu
que a chuva que atingiu a Regio Serrana do Rio de Janeiro h cerca de um ms,
deixando milhares de desabrigados e desalojados e mais de 900 mortos, to
rara que pode demorar at 500 anos para acontecer de novo.
Encaminhado presidncia da Repblica, o documento, que tambm ser
entregue ao governo do Rio de Janeiro, revelou ainda que uma combinao de
fatores foi responsvel pela tragdia: primeiro uma chuva de longa durao, no
muito forte, deixou o solo encharcado e instvel. Depois, uma chuva frontal incidiu
sobre a regio, causando vrios desastres. Ao mesmo tempo, uma chuva muito
forte atingiu pontos localizados.
Dezoito tempestades de vero
O professor Paulo Canedo, responsvel pelo estudo, explica que se trata da
famosa chuva de vero, quando ocorre aquela pancada. O problema que ela
dura no mximo dez, 15 minutos. Na serra, durou quatro horas e meia, o que
absolutamente singular. Ela se formou de maneira estupidamente forte, com
nuvens de 14 quilmetros de altura. Conforme ela desabava, ia se formando outra.
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Foi como se tivessem cado 18 tempestades de vero seguidamente, com um
enorme poder de destruio.
O especialista disse ainda que a formao de barragens naturais nos rios foi um
agravante. A terra, pedras, rvores e outros materiais que deslizaram das
encostas foram arrastados pela tromba dgua. A barragem no aguentou e se
rompeu, criando uma enorme onda de choque com uma fora avassaladora.
Nmero de vtimas poderia ter sido menor
Ainda de acordo com o especialista, a tragdia na regio no poderia ter sido
evitada diante de um cenrio como esse, mas o nmero de vtimas poderia ter
sido menor caso fossem adotadas medidas preventivas.
Na Serra, era necessrio haver uma poltica de ocupao adequada, projetos de
mitigao de efeitos de cheias, por exemplo. No evitaria a catstrofe, mas, em
vez de morrerem mil, morreria a metade talvez, ressaltou Paulo Canedo.
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REPORTAGEM 3
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/friburgo-teve-em-24-
horas-chuva-de-um-mes-inteiro-diz-inea.html
19/01/2011 17h36 - Atualizado em 19/01/2011 19h11
Nova Friburgo teve em 24 horas a chuva de um ms inteiro, diz Inea
Instituto Estadual do Ambiente considera chuva a partir das 20h de 11/01.
Critrio diverge do usado pelo Instituto Nacional de Meteorologia.
Carolina Lauriano - Do G1 RJ
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afirmou, nesta quarta-feira (19), que o total
de chuva que caiu durante 24 horas em Nova Friburgo, na Regio Serrana do Rio,
chegou a 249 mm, o que significa mais do que todo o esperado para o ms de
janeiro, que seria 227 mm.
O Inea esclarece que a medio foi feita das 20h do dia 11 at o mesmo horrio
do dia 12 de janeiro, j que o pico foi registrado aps meia-noite do dia 11. O
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entretanto, divulgara anteriormente que
o total de chuva em 24 horas em Friburgo estava em torno de 180 mm.
Mas, de acordo com a presidente do Inea, Marilene Ramos, a medio do Inmet
foi feita a partir da 0h meia-noite do dia 11. Essa no a forma correta de medir
porque no pega a concentrao mxima da chuva, afirmou a presidente do Inea,
Marilene Ramos.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/friburgo-teve-em-24-horas-chuva-de-um-mes-inteiro-diz-inea.htmlhttp://g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/friburgo-teve-em-24-horas-chuva-de-um-mes-inteiro-diz-inea.htmlhttp://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/01/chuva-do-dia-12-em-nova-friburgo-e-maior-de-janeiro-desde-1964.htmlhttp://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/01/chuva-do-dia-12-em-nova-friburgo-e-maior-de-janeiro-desde-1964.html
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Ouvido pelo G1, o meteorologista Lcio de Souza, do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), o instituto agiu de acordo com as determinaes da
Organizao Meteorolgica Mundial (OMM) ao calcular a quantidade de chuva em
Friburgo. Segundo o meteorologista, as 24 horas do Inmet foram contadas a partir
das 10h do dia 11 (12h no horrio de Greenwich), em conformidade com o padro
internacional de medio.
De acordo com a presidente do Inea, o tempo de recorrncia de um temporal
como o de Nova Friburgo de 350 anos. Mas pode ser que no ano que vem
chova de novo o mesmo tanto. Isso um indicativo de a probabilidade de
acontecer, ressaltou a presidente do Inea.
Aviso sobre temporal
O Inea afirmou ainda que a Defesa Civil de Friburgo, municpio onde o instituto
possui cinco estaes de medio de chuva e nvel dos rios, foi avisada sobre o
temporal que j deixou mais de 700 pessoas mortas, na mesma linha do que j
havia sido anunciado pela Defesa Civil do estado na semana passada.
De acordo com o Inea, s 18h30 do dia 11 a prefeitura da cidade e a Defesa Civil
receberam uma mensagem de celular alertando sobre a possibilidade de chuva.
Horas depois, no horrio de 0h45 da madrugada do dia 12, a Defesa Civil recebeu
um alerta mximo, que indica probabilidade de transbordamento dos rios.
O chefe da Defesa Civil de Friburgo, tenente-coronel Roberto Robadey, confirmou
ao G1 o recebimento da mensagem.
Falta de um plano de contingncia
Durante o evento do Inea, o secretrio estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc,
afirmou que falta um plano de contingncia em todas as Defesas Civis municipais
do Rio. Ele informou ainda que na tera-feira (18) pediu recursos ao ministro da
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Integrao Nacional, Fernando Bezerra, para qualificar e equipar as defesas civis
de todos os municpios do Rio.
"A Defesa Civil de Friburgo a melhor que h, mas no h um plano de
contingncia", disse Minc. O plano consiste, segundo ele, em instalar alarmes,
treinar pessoas e transportes sobre o que fazer e para onde correr. "Na hora que
est chovendo, seu filho chorando, a gua subindo, ningum consegue pensar em
nada, tudo tem que ser pensado com antecipao. As nossas defesas civis
municipais elas no tm plano de contingncia, emergncia e exerccio", afirmou
Minc.
O secretrio disse que esta agora ser a prioridade do estado. Ele citou a ao do
prefeito da cidade de Areal, que alertou a populao com um simples carro de
som e acabou salvando vidas. "Imagina o secrertrio de Defesa Civil de Friburgo,
s 20h recebe a mensagem. Ele vai fazer o que? Entrar no Gol dele e bater na
janela das pessoas?" - questionou Minc.
Novo radar
As atuais cinco estaes do Inea conseguem prever chuvas fortes cerca de duas
horas antes. Mas h um projeto para a aquisio de dois radares mais modernos,
que podero prever temporais pelo menos seis horas antes. Eles custariam de R$
25 a R$ 30 milhes, segundo o secretrio estadual de Meio Ambiente.
Os dois radares iro fazer a cobertura de todo o estado do Rio e devem ficar
prontos at o prximo vero. "No prximo vero ns teremos uma rede integrada
de radares, operando 24h por dia (...), uma integrao nacional", afirmou Minc.
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BIBLIOGRAFIA
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URLs CONSULTADAS: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/01/regiao-serrana-do-rj-sofre-com-tragedia-que-completa-um-ano.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/friburgo-teve-em-
24-horas-chuva-de-um-mes-inteiro-diz-inea.html
http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/chuva-que-castigou-serra-do-rio-pode-
levar-500-anos-para-se-repetir/
http://noticias.r7.com/cidades/fotos/deslizamentos-de-terra-em-angra-dos-reis-no-
rio-de-janeiro-causam-mortes-e-destruicao-1.html
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/tres-dias-de-chuvas-no-rio-matam-
mais-do-que-um-mes-de-cheias-na-australia-20110114.html
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NDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATRIA 4
RESUMO 5
SUMRIO 6
INTRODUO 7
CAPTULO I - Meio Ambiente e Natureza Humanizada 10
CAPTULO II Impacto Ambiental e Justia Ambiental 17
CAPTULO III Desnaturalizando os deslizamentos
das encostas no Rio de Janeiro 25
CONCLUSO 34
BIBLIOGRAFIA 52
NDICE 54