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8/18/2019 Biblioteca_645860 SOC. ANO.

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UNIDADE II - SOCIEDADE ANÔNIMA

AULA DE N. 06

6. Sociedade Anônima Evolução Histórica

Além da Sociedade por Quotas temos a Sociedade por ações, que se trata degênero societário composto por:

Sociedade Anônima ou Companhia:

Art. 1.088 e 1.089, CC/02 e Lei n. 6.404/1976

Sociedade em Comandita por Ações:

Art. 1.090 a 1.092, CC/02 e Art. 280 a 284, da Lei n. 6.404/1976


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As sociedades anônimas tem sua principal classificação em Abertas eFechadas, de acordo com a negociação de seus valores mobiliários noMercado de Capitais (Art. 4º, Lei S/A).

Sociedade Anônima de CAPITAL ABERTO: negociação pública de ações edemais valores mobiliários, na Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão eportanto sua constituição (subscrição pública) depende de autorização daCVM.

Sociedade Anônima de CAPITAL FECHADO: negociação particular entreacionistas, não opera mercado de valores e sua constituição (subscriçãoparticular) não depende de autorização da CVM.

Classificação da Sociedade Anônima:Quanto ao capitalsocial

- ABERTAS

- FECHADAS

ART 4º - Lei S/A: Para os efeitos desta lei, acompanhia será aberta ou fechada conforme os

valores mobiliários de sua emissão estejam ou

não admitidos à negociação no mercado de

valores mobiliários.

Quanto à forma de

aumento do capitalsocial

- CAPITAL

AUTORIZADO

- CAPITAL NÃOAUTORIZADO

Autorizado: Art. 168 - Lei S/A: O estatuto pode conter autorização para aumento docapital social independentemente de reforma

estatutária.

Não autorizado: não contém autorizaçãoestatutária

Quanto ao acionistacontrolador

- ECONOMIA MISTA

-PRIVADA

Art. 116 - Lei S/A: Pode ser não apenas umindivíduo isolado, com a maioria das ações com

direito de voto; mas também, um grupo de

pessoas sob controle comum.


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6.1 Evolução Histórica.

A doutrina divide a trajetória histórica das sociedades anônimas em trêsperíodos: outorga, autorização e regulamentação.

No primeiro, a personalização e a limitação da responsabilidade dos acionistaseram privilégios concedidos pelo monarca e, em geral, ligavam-se amonopólios colonialistas. Ex: Banco do Brasil, criado em 1808 mediantealvará.

No segundo período, elas decorriam de autorização governamental.

No último, bastavam o registro, no órgão próprio, e a observância do regimelegal específico. (ULHOA, 2011)


6.2 Conceito. Natureza Jurídica.

Conceito:

É aquela cujo capital se divide em pequenas frações denominadas ações, delivre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade dos subscritores edos acionistas, que nela ingressarem posteriormente, ao preço de emissão

das ações por eles subscritas ou adquiridas.

É a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécie devalor mobiliário, na qual os sócios (acionistas) respondem pelas obrigaçõessociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem.

Art. 1º (Lei 6.404/76) A companhia ou sociedade anônima terá o capitaldividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitadaao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.


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Natureza Jurídica:

A sociedade anônima é pessoa jurídica de direito privado (art. 44, II; 45; 982,Par. Único; 983, caput, primeira parte; e 985, CC/02).

Apesar de ser comumente constituída por capital privado, não é vedada suacomposição por capital público, mesmo que em proporção majoritária(sociedade de economia mista).

A sociedade anônima se constitui por meio de estatuto social, instrumento quevincula os sócios às cláusulas acertadas em Assembleia e assevera a prevalência

da vontade coletiva, derivada de decisão da maioria, o que permite vislumbrarseu caráter institucional. A teoria da instituição foi desenvolvida,primordialmente, pelos juristas Santi-Romano e Hauriou. (REQUIÃO, 2012)


Natureza Jurídica:

A Lei de S/A (art. 116, Par. Único) acolheu essa tendência de natureza jurídicainstitucional das sociedades anônimas, consagrada pela doutrina mais aceita.

As sociedades anônimas representam entidades que abarcam grande número de

interessados – acionistas, fisco, empregados e entidades sindicais, comunidade,etc -, de modo que o interesse dos sócios não predomina em relação a funçãosocial que exerce e lhe reconhecida.

Prevalece o interesse social sobre o interesse individual dos acionistas, razãopela qual a relação entre eles é de natureza institucional e não, meramente,contratual (art. 116, caput, e 154, Lei S/A).


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Natureza Jurídica:

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 196, DE 24-06-1976, DO MINISTÉRIO DA FAZENDA

Encaminha o Projeto de Lei das Sociedades por Ações, Exposição de Motivos CDE n.º 14 de25-06-1974:

5. Com o objetivo anteriormente definido – que, afinal, constitui a base institucional dasSociedades Anônimas – o Projeto busca elaborar um sistema baseado nos seguintes princípios:

f) atento ao fato básico de que as instituições mercantis – sobretudo na escala que a economiamoderna lhes impõe – revestem-se de crescente importância social, com maiores deveres paracom a comunidade em que vivem e da qual vivem, o Projeto introduziu o fato novo do dever de

lealdade dessas instituições, imposto como norma de comportamento a controladores eadministradores, para com o país; nesse dever estão igualadas empresas nacionais ouestrangeiras que aqui funcionem, de forma a construir o embasamento legal para um Código deÉtica da grande empresa, nacional ou multinacional, o qual tende a constituir-se em imperativoda ciência universal;

Disponível em: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/leis/anexos/EM196-Lei6404.pdf


A compreensão das Sociedades Anônimas como instituições, estende-se a seu atoconstitutivo, não sendo possível vinculá-lo ao conceito de contrato. Esse é a posiçãodefendida por Marlon Tomazette (2009):

Para o teórico institucionalista (Hauriou) existia uma característica fundamental queseparava a instituição do contrato. Na instituição o consentimento dos membros serestringe à aceitação da disciplina, sem preocupação imediata dos resultados de suaatividade, enquanto no contrato o consentimento tem por objeto os atos dos contratantes eimplica os resultados. (REQUIÃO, 2012)

“A ideia fundamental na instituição é a obra a realizar, possuindo menosimportância a vontade dos sócios. A vontade dos sócios é restrita à

aceitação da disciplina, sem uma preocupação maior quanto aos efeitos;ao contrário do que ocorreria nos contratos, essa vontade dos sócios nãoseria tão determinante na vida da sociedade quanto a função social a serexercida. Por isso, o ato constitutivo das sociedades anônimas seria umato institucional, o qual daria origem a uma instituição.”


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6.3 Características das Sociedades Anônimas.

O art. 1º da Lei n. 6.404/76 define como características da companhia: a divisãodo capital em ações, a limitacao da responsabilidade dos sócios e o preço deemissão das ações.

No texto do referido artigo a expressão “anônima” liga-se ao fato de que acompanhia reúne uma coletividade indefinida de sócios.

A Sociedade Anônima independente de seu objeto será sempre mercantil,qualquer que seja seu objeto (Art. 2º, § 1º, Lei S/A e art. 982, Par. Único,CC/02)


Características das Sociedades Anônimas.

1. Divisão do capital em ações, com ou sem valor nominal (art. 11, Lei S/A);

2. Constituição por subscrição pública ou particular (arts. 82 e 88, Lei S/A);

3. Adoção de denominação como nome empresarial (art. 3º, Lei S/A);

4. Formação por dois ou mais acionistas (art. 80, I, Lei S/A);5. Existência de 3 órgãos obrigatórios: assembleia geral, diretoria e conselho

de administração. Os dois primeiros funcionam de modo permanente; oúltimo conforme o estatuto;

6. Existência de 1 órgão facultativo: conselho fiscal (art. 161, Lei S/A);

7. Por sua natureza capitalista, admite-se a livre negociação e penhora deações por dívidas particulares dos acionistas;

8. Falecendo o titular de uma ação, o herdeiro transforma-se em acionista


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6.4 Responsabilidade Limitada dos sócios (art. 1.088, CC/02 e art. 1º, LeiS/A).

A responsabilidade dos acionistas está limitada ao preço de emissão dasações que o acionista subscrever. Integralizado o valor das açõessubscritas, o sócio estará liberado de qualquer responsabilidadepatrimonial, no caso de insucesso do empreendimento.

O preço de emissão das ações tem o fito de estabelecer o valor máximo que

o acionista pode vir a perder no caso de insucesso da atividade econômicaexercida pela sociedade empresarial.


6.6 Sociedade em Comandita por ações.

Dispõe o art. 1.090, do CC: a sociedade em comandita por ações tem ocapital social dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas àsociedade anônima;

Em igual sentindo o art. 280, da Lei S/A: a sociedade e comandita porações terá seu capital dividido em ações e reger-se-á pelas normas relativasàs companhias ou sociedade anônima.


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O regime de comandita por ações é o das anônimas. São ambas sociedades decapital e institucionais. Assim, exceção feita às regras próprias, justificáveispela especial responsabilização dos seus acionistas-diretores, aplica-se àscomanditas por ações as preceituadas para as companhias.

Desse modo, as ações da comandita podem ser ordinárias ou preferenciais; ostitulares dessas últimas devem ter vantagens estatutárias na distribuição doresultado e podem sofrer restrições ou supressão do direito de voto; a sociedadepode ser aberta para fins de captação de recursos junto ao mercado de capitais,

ou fechada; os sócios têm direito ao dividendo mínimo definido nos estatutos,etc. (ULHOA, 2011)


Nesta sociedade existem duas espécies de sócios, os comanditários e oscomantidatos.

Os sócios comanditários exercem o papel de administrador, ficando responsávelpor todas as obrigações da sociedade.

Os sócios comantidatos são os acionistas que não fazem parte da administração,respondendo apenas pelo preço de emissão das ações.

Poderá usar denominação social ou firma, sempre acrescida da palavra“comandita por ações” (art. 1.161, CC/02). Se adotar firma o nome empresarialdeverá somente conter os nomes dos sócios diretores ou gerentes.


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Somente os sócios podem ser administradores e a sua nomeação é feita no atoconstitutivo da sociedade (art. 1.091, CC/02).

Dispõe o art. 282, da Lei S/A que apenas o sócio ou acionista tem qualidadepara administrar ou gerir a sociedade, e como diretor ou gerente, respondesubsidiária, mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da sociedade.

A Assembleia Geral não pode tomar deliberações sem o consentimento dosdiretores ou gerentes, relativo a: “a alteração do objeto da sociedade, aprorrogação do prazo de sua duração, o aumento ou diminuição do capital

social, a criação de obrigações ao portador”; é o que dispõe o art. 1.092, CC/02e art. 283, Lei S/A.

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