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Aga Consultoria e Administração de Bens Ltda. Página 1 O Biodiesel é um combustível renovável derivado de óleos vegetais , como girassol , mamona , soja, babaçu , nabo forrageiro e demais oleaginosas , ou de gorduras animais , usado em todos motores a diesel , em qualquer concentraçao de mistura com o diesel. A concentraçao de biodiesel é informada através de nomenclatura específica , definida como BX , onde X refere-se a percentagem em volume do biodiesel. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente, a combustíveis com uma concentraçao de 5%, 20% e 100% de biodiesel (puro). O Biodiesel é comumente produzido através de uma reaçao denominada transesterificaçao de triglicerídeos (óleos ou gorduras animais ou vegetais) com álcoois de cadeia curta (metanol ou etanol), tendo, entre outros, a glicerinacomo sub-produtos. A reaçao de transesterificaçao é catalisada por ácido ou base, dependendo das características do óleo e/ou gordura utilizados. O Biodiesel de qualidade deve ser produzido seguindo especificaçoes industrias restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovaçao no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agencia Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuiçao. Os óleos vegetais puros nao estao autorizados a serem utilizados como óleo combustível. O Biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptaçoes. Por ser biodegradável, nao-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico. Como se trata de uma energia limpa, nao poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa reduçao substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos nao queimados. As vantagens do biodiesel: É constituído de carbono neutro. As plantas capturam o CO2 emitido pela queima do biodiesel e separam-no em carbono e oxigenio, zerando o balanço entre emissao dos veículos e absorçao das plantas. Contribui ainda para a geraçao de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o exodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país. Nao contribui ao efeito da estufa e aquecimento global. Biodegrada mais rapido do que o açúcar e é menos tóxico do que o sal da cozinha. Mantem o dinheiro na economia doméstica. Reduz 78% das emissoes de poluentes, como o dióxido de carbono, e 98% de enxofre na atmosfera; Reduz 35% de hidrocarbonetos queimados; Reduz 55% materiais particulados; Pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel fóssil; Reduz a dependencia externa, uma vez que 15% do óleo diesel utilizado no Brasil é importado; O biodiesel tem maior poder de lubrificaçao. Testes na Alemanha mostram que o combustível puro aumenta a vida útil dos motores em mais de 20%; É biodegradável, possuindo degradaçao quatro vezes mais rápida, o que diminui danos ambientais; Nao é tóxico.

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O Biodiesel é um combustível renovável derivado de óleos vegetais , como girassol , mamona , soja, babaçu , nabo forrageiro e demais oleaginosas , ou de gorduras animais , usado em todos motores a diesel , em qualquer concentraçao de mistura com o diesel.

A concentraçao de biodiesel é informada através de nomenclatura específica , definida como BX , onde X refere-se a percentagem em volume do biodiesel. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente, a combustíveis com uma concentraçao de 5%, 20% e 100% de biodiesel (puro).

O Biodiesel é comumente produzido através de uma reaçao denominada transesterificaçao de triglicerídeos (óleos ou gorduras animais ou vegetais) com álcoois de cadeia curta (metanol ou etanol), tendo, entre outros, a glicerinacomo sub-produtos. A reaçao de transesterificaçao é catalisada por ácido ou base, dependendo das características do óleo e/ou gordura utilizados.

O Biodiesel de qualidade deve ser produzido seguindo especificaçoes industrias restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovaçao no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agencia Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuiçao. Os óleos vegetais puros nao estao autorizados a serem utilizados como óleo combustível.

O Biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptaçoes.

Por ser biodegradável, nao-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico.

Como se trata de uma energia limpa, nao poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa reduçao substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos nao queimados.

As vantagens do biodiesel:

É constituído de carbono neutro. As plantas capturam o CO2 emitido pela queima do biodiesel e separam-no em carbono e oxigenio, zerando o balanço entre emissao dos veículos e absorçao das plantas. Contribui ainda para a geraçao de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o exodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país. Nao contribui ao efeito da estufa e aquecimento global. Biodegrada mais rapido do que o açúcar e é menos tóxico do que o sal da cozinha. Mantem o dinheiro na economia doméstica. Reduz 78% das emissoes de poluentes, como o dióxido de carbono, e 98% de enxofre na atmosfera; Reduz 35% de hidrocarbonetos queimados; Reduz 55% materiais particulados; Pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel fóssil; Reduz a dependencia externa, uma vez que 15% do óleo diesel utilizado no Brasil é importado; O biodiesel tem maior poder de lubrificaçao. Testes na Alemanha mostram que o combustível puro aumenta a vida útil dos motores em mais de 20%; É biodegradável, possuindo degradaçao quatro vezes mais rápida, o que diminui danos ambientais; Nao é tóxico.

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O GIRASSOL GIRASSOL CUIDADOS PARA PRODUZIR BEM 1. SOLO - Escolher uma área com pH acima de 5,2 (CaCl). É perda de tempo e dinheiro plantar/adubar girassol em solos com pH abaixo disto. O melhor é que, quando o solo tenha menos do que 3% de Matéria Orgânica, o pH seja maior que 5,2. Terras planas e úmidas porém sem riscos de encharcamento sao as melhores para esta cultura. 2. COMPACTAÇAO - O solo nao pode ser compactado para nenhuma cultura. No caso do girassol, solos compactados impedem o desenvolvimento adequado das raízes. É bom lembrar que a resistencia que o girassol tem para estiagens é devida, em parte, ao seu sistema radicular bastante profundo que lhe permite "tirar" água e nutrientes de camadas mais profundas de solo. Qualquer impedimento, físico ou químico, para o desenvolvimento adequado das raízes (que alcançam mais de 01 metro), sempre leva a uma grande reduçao na produtividade. 3. ADUBAÇAO . NITROGENIO - Para produzir 1.000 kg de graos, o girassol usa 42 kg de "N". Isto significa que para uma produçao de 2.400 kg/ha sao necessários aproximadamente 100 kg/ha de "N". Desta quantidade devemos deduzir a disponibilidade de "N" no solo, através da matéria orgânica (M.O.). Cada ponto percentual de M.O. significa aproximadamente 17 kg/ha de "N" disponível. Assim, a fórmula. DN/ha = 100 - 17x %M.O. em que "DN" é a dose de "N" em kg, e expressa a quantidade de "N" que devemos colocar a disposiçao da cultura. Em casos de deficiencia de Enxofre, na adubaçao complementar (cobertura) de "N", é preferível usar Sulfato de Amônia ou outro fertilizante nitrosulfurado. Esta complementaçao nitrogenada deverá ser feita até o 25o dia após a germinaçao, mas poderá ser iniciada logo após a germinaçao. Atençao: Caso o plantio se proceda em resteva de graminea (trigo, milho, aveia, etc.), é necessário acrescentar mais 20 kg/ha de "N", que será utilizado pelos microorganismos na decomposiçao da resteva. . FÓSFORO - Para produzir 1.000 kg de graos, o girassol precisa ter a sua disposiçao, além de outros fatores, 25,0 kg de P2O5. Isto significa dizer que para uma produçao estimada de 2.400 kg/ha, é necessário colocar a disposiçao da cultura, além de outros fatores, no mínimo 60 kg/ha de P2O5. Desta dose poderemos deduzir o que existe a disposiçao da planta no solo. Para calcular o "P" disponível para girassol, deveremos considerar como solo útil aquele onde se localizam 80% das raízes da cultura. No caso do girassol, isto equivale a 0,30 m. Assim, 01 ha colocará a disposiçao do girassol aproximadamente 4 milhoes de kg de solo. Entao 01 ppm de P2O5 equivale a 04 kg/ha deste nutriente. Devido a erros dos extratores usados nos métodos de análise, devemos corrigir este valor de acordo com o teor de argila + silte contido no solo em questao, multiplicando-se a quantidade de "P" encontrada pela fraçao de argila + silte do solo (por exemplo, solo com 60% de argila e 20 % de silte, multiplica-se ppm de "P2O5" por 0,8). Por outro lado, de todo o "P" que colocarmos no solo, as plantas, de imediato, nao aproveitam mais do que 35%. Assim a formula de cálculo se completa, multiplicando-se o valor antes encontrado por 3. Matematicamente, esta fórmula de cálculo fica assim: DF/ha = 3 x {60 - [ppm de P2O5

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x 4 x (% Argila + % Silte)]} Onde: DF/ha é a dose de P2O5 por ha. Muito importante: Caso o método usado na detecçao do "P" tenha sido de RE-SINA, é necessário efetuar a devida correçao para o método de Mielich. A exportaçao de P2O5, para uma produçao de 2.400 kg/ha, será de aproximadamente 40 kg/ha, em torno de 35 a 40% do total que a planta usou. Isto faz com que, para nao empobrecermos o solo, adubemos com no mínimo 40 kg/ha de P2O5. . POTÁSSIO - A determinaçao da dose de K2O segue o mesmo raciocínio. Para se produzir 1.000 kg de graos de girassol, é necessário colocar a disposiçao da planta 80 kg deste nutriente. Se nossa previsao de colheita for 2.400 kg/ha de graos, a necessidade total será de 200 kg/ha de K2O. Para se calcular a disponibilidade de "K" no solo basta multiplicar ppm de K2O por 4 ou meq por 1.560 e se obterá de forma direta a disponibilidade em kg/ha. Para facilitar, a fórmula será: DK/ha = 200 - 4 x ppm de K2O, ou DK/ha = 200 - 1.560 x meq de K2O Onde DK é a dose de K2O em kg/ha. A exportaçao de K2O será, para uma produçao de 2.400 kg/ha, de 60 kg/ha. Isto nos obriga a adubar com no mínimo esta quantidade para nao empobrecer o so-lo. Muito importante: Quando o solo tem mais de 65 ppm ou 0,17 meq de "K", a adubaçao de manutençao é desnecessária por uma safra. BORO - Este micronutriente é absorvido pelas raízes das plantas em geral quando se encontra na Matéria Orgânica do solo e com presença de boa umidade. Em outras formas seu aproveitamento é muito reduzido. Considera-se um nível bom de M.O., com vistas ao BORO, quando o solo tem mais de 4% de M.O. Em girassol, este micronutriente é muito importante, pois sua falta pode ocasionar grave reduçao de produtividade. Como, em geral, trabalhamos com solos cujo teor de M.O. é inferior a 3%, e nos Cerrados quase sempre teremos limitaçao de umidade do solo durante o ciclo do girassol, torna-se obrigatória a aplicaçao de BORO. Em geral, deve-se aplicar 2,0 a 2,5 kg/ha do micronutriente, porque, descontando-se as perdas para o solo, as plantas devem absorver no mínimo 0,3 kg para cada 1.000 kg de graos produzidos. Isto equivale a 0,750 kg/ha de BORO. . Uma maneira pratica de aplicar o BORO necessário é usando-se adubaçao de base com BORO. Existem fertilizantes com 0,3 a 0,8% de "B" no mercado, que as vezes suprem totalmente a necessidade deste nutriente. Havendo necessidade para complementar a dose de 02,0 a 02,5 Kg/ha de BORO, podemos adicionar Ácido Bórico na calda do dessecante antes do plantio ou junto com outro herbicida se for usado. Lembre-se que Ácido Bórico tem 17% de Boro. 4. POPULAÇAO - Para os Híbridos de ciclo curto (90 a 105 dias) - HELIO 250, HELIO 251, HELIO 358 e HELIO 360 - deve-se plantar em torno de 50.000 sem/ha, objetivando colher 35.000 a 45.000 capítulos por ha. No entanto como as sementes HELIANTHUS normalmente tem alta percentagem de germinaçao e vigor, convem fazer um calculo com base no atestado de germinaçao para calcular a exata quantidade de sementes a ser plantada por ha. 5. PROFUNDIDADE DE PLANTIO - Planta-se girassol como soja: 3 a 5 cm de profundidade e com boa umidade. Deve-se comprimir bem a terra ao redor das sementes para favorecer a transferencia de umidade do solo para as sementes. 6. ERVAS DANINHAS - Muito embora, nas épocas preferenciais de plantio do girassol, as invasoras dificilmente tornem-se problema, alguns herbicidas conhecidos sao seletivos a esta cultura, ainda que muitos deles nao tenham registro para este uso no Brasil. Premerlin 600, Trifluralinas em geral, Alaclor, Laço, Dual, Surpass, Kadett, Afalon, Gesagard, Select, Fusilade, Poast, Podium, Boral etc., e em geral, todos os graminicidas usados em soja. ATENÇAO: Cuidado ao aplicar herbicidas para controle de folhas largas. Com raríssimas exceçoes sao fitotóxicos para o girassol. Os herbicidas disponíveis para controle de folhas largas em girassol somente podem ser aplicados em pré-emergencia. Quanto ao herbicida usado na cultura anterior (soja ou milho), que comprovou-se que dose cheia de SPIDER, deixa resíduo fitotóxico para o girassol plantado logo após a colheita da soja. 7. DOENÇAS - Destacamos tres como as principais enfermidades que causam danos ao girassol: a. Esclerotinia - Esta doença destaca-se por aparecer nos plantios que florescem com temperaturas abaixo de 20 Graus e com presença de agua. O Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sul/Sudoeste do Paraná também é

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muito propicio ao aparecimento desta enfermidade nos girassóis plantados fora da época recomendada. Pode aparecer também em outras regioes onde o clima (por altitude) favorecer este fungo. Como estas condiçoes geralmente ocorrem nos meses de junho e julho, devemos plantar o girassol em uma época que nao permita esta coincidencia. Instala-se normalmente nos capítulos durante a floraçao e só aparece durante o enchimento de graos. b. Alternaria - Esta doença se caracteriza por ocorrer com cllima bastante úmido (chuvoso), e temperaturas acima de 22 oC, em qualquer fase de desenvolvimento do girassol, por período superior a 48 horas. Torna-se especialmente prejudicial depois da floraçao, por que pode destruir toda a área foliar das plantas, dificultando o enchimento de graos (graos chochos). Ataca especialmente as folhas, mas pode, nos casos mais graves, aparecer nos colmos, flores e capítulos, secando-os precocemente. c. Tombamento - Fungos diversos, de solo, muitas vezes podem atacar as plântulas de girassol, logo após a germinaçao, dando a impressao de baixo vigor e/ou baixa germinaçao. Sugerimos o tratamento das sementes com misturas de fungicidas sistemicos e de contato. 8. DISTÂNCIA ENTRE LINHAS - Quando a colheita será realizada com uma plataforma de milho adaptada, deve-se obedecer a distância entre linhas da colheitadeira que será usada na colheita. Porém, quando se colherá com uma plataforma de soja adaptada, deve-se obedecer a distancia de 45 a 70 cm entre linhas. Pode-se no entanto plantar girassol com distâncias entre linhas desde 45 cm até 90 cm, mantendo-se a populaçao preconizada de 50.000 sem/ha. 9. PONTO DE COLHEITA - Deve-se iniciar a colheita quando os graos atingirem umidade de 15%. Deve-se colher toda a lavoura antes que a umidade dos graos chegue a 10%, para evitar perdas no campo. 10. ÉPOCA DE PLANTIO - Para se definir a melhor época para plantar girassol, devemos levar em conta alguns parâmetros: . O girassol necessita de umidade no solo aproximadamente até o 60 a 70o dia após germinaçao, dependendo do híbrido. Chuvas até o inicio da floraçao (55 a 65 dias após a germinaçao) em geral sao suficientes para garantir boas produtividades. . A floraçao do girassol (50 - 70 dias após a germinaçao) nao deve coincidir com períodos com temperaturas frias (abaixo de 20 graus) . A floraçao e enchimento de grao (70 - 100 dias após a germinaçao) também nao devem coincidir com períodos muito chuvosos. . A colheita do girassol (90 ou mais dias após a germinaçao), também nao deve coincidir com época muito chuvosa. . No período que vai da formaçao botao floral (40 dias após a germinaçao) até o final da floraçao (70 dias após a germinaçao) nao devem ocorrer geadas fortes. . O momento de plantio deve coincidir com período de boas chuvas e temperaturas adequadas para germinaçao. Com as informaçoes acima, o produtor deverá posicionar a melhor época para o cultivo do girassol. ATENÇAO: Em áreas irrigadas, onde a época de plantio é caracterizada pela falta de chuvas, o plantio pode ter épocas diferenciadas e com enorme sucesso. REGRAS BASICAS PARA ADUBAÇAO Em geral as recomendaçoes de doses de fertilizantes sao feitas com base em tabelas previamente calculadas e arredondadas, as vezes até de forma grosseira. Basta observar que se uma análise de solo indicar a presença de 80 ppm de "K", a recomendaçao das tabelas em uso indicará, em geral, uma adubaçao potássica igual a uma terra com 250 ppm. Nisto consiste um absurdo, pois 250 ppm de "K2O" equivale dizer que este solo tem disponível mais de 700 kg/ha deste nutriente. Se usarmos um fertilizante com 20% de K2O, para suprir esta quantidade, seria necessário agregarmos ao solo 3.500 kg/ha de adubo para obtermos a mesma dose de Potassio. Este é o absurdo. Desenvolvi o método a seguir objetivando dar suporte aos colegas que trabalham com este ramo da Agronomia, especialmente os que assistem lavouras de girassol. No entanto, pela facilidade e ótima aproximaçao da realidade de campo, pela possibilidade de usá-lo na maioria das regioes agrícolas do planeta e pela possibilidade de usá-lo em todas as culturas, muitos colegas tem me solicitado adaptá-lo para as diversas situaçoes de uso. Inicialmente descreverei o método original desenvolvido para girassol. No final farei anotaçoes de como proceder para outras culturas. . NITROGENIO - Para produzir 1.000 kg de graos, o girassol usa 45 kg de "N". Isto significa que para uma

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produçao de 2.400 kg/ha sao necessários aproximadamente 100 kg/ha de "N". Desta quantidade devemos deduzir a disponibilidade de "N" no solo, através da matéria orgânica (M.O.). Cada ponto percentual de M.O. significa aproximadamente 17 kg/ha de "N" disponível. Assim, a formula DN/ha = 100 - 17x %M.O. em que "DN" é a dose de "N" em kg e M.O. é o teor Materia Organica, expressa facilmente a quantidade de "N" que devemos colocar a disposiçao da cultura. Em casos de deficiencia de Enxofre, na adubaçao complementar (cobertura) de "N", é preferível usar Sulfato de Amônia ou outro fertilizante nitrosulfuroso. Esta complementaçao nitrogenada deverá ser feita até o 25o dia após a germinaçao, mas poderá ser iniciada logo após a germinaçao. Atençao: 1 - Caso o plantio se proceda em resteva de graminea (trigo, milho, aveia, etc.), é necessário acrescentar mais 20 kg/ha de "N", que será utilizado por microorganismos na decomposiçao da resteva. 2 - A exportaçao de "N" será de aproximamente 50% do total utilizado pela planta. Isto constitui o mínimo de "N" que devemos colocar a disposiçao da cultura se nao quisermos diminuir a disponibilidade deste nutriente para o próximo cultivo. . FÓSFORO - Para produzir 1.000 kg de graos, o girassol precisa ter a sua disposiçao, além dos outros fatores de produçao, 25 kg de P2O5. Isto significa dizer que para uma produçao estimada de 2.400 kg/ha, é necessário colocar a disposiçao da cultura, além dos outros fatores de produçao, no mínimo 60 kg/ha de P2O5. Desta dose poderemos deduzir o que existe a disposiçao da planta no solo. Para calcular o "P" disponível para girassol, deveremos considerar como solo útil aquele onde se localizam 80% das raízes da cultura. No caso do girassol, isto equivale a 0,30 m. Assim, 01 ha colocará a disposiçao do girassol aproximadamente 4 milhoes de kg de solo. Entao 01 ppm de P2O5 equivale a 04 kg/ha deste nutriente. Devido a erros dos extratores usados nos métodos de análise, devemos corrigir este valor de acordo com o teor de argila + silte contido no solo em questao, multiplicando-se a quantidade de "P" encontrada na análise pela fraçao de argila + silte do solo (por exemplo, solo com 60% de argila e 20 % de silte, multiplica-se ppm de "P2O5" por 0,8). Por outro lado, de todo o "P" que colocarmos no solo, as plantas, de imediato, nao aproveitam mais do que 35%. Assim a formula de calculo se completa, multiplicando-se o valor antes encontrado por 3. Matematicamente, esta formula de calculo fica assim: DF/ha = 3 x {60 - [ppm de P2O5 x 4 x (% Argila + % Silte)]} Onde: DF/ha é a dose de P2O5 por ha. Atençao: 1 - Caso o método usado na detecçao do "P" tenha sido de RESINA, é necessário efetuar a devida correçao para o método de Mielich. 2 - A exportaçao de P2O5 , para uma produçao de 2.400 kg/ha, será de aproximadamente 40 kg/há, em torno de 35 a 40% do total que a planta usou . Isto faz com que, para nao empobrecermos o solo, adubemos com no mínimo 40 kg/ha de P2O5 . POTÁSSIO - A determinaçao da dose de K2O segue o mesmo raciocínio. Para se produzir 1.000 kg de graos de girassol, é necessário colocar a disposiçao da planta 80 kg deste nutriente. Se nossa previsao de colheita for 2.400 kg/ha de graos, a necessidade total será de 200 kg/ha de K2O. Para se calcular a disponibilidade de "K" no solo basta multiplicar ppm de K2O por 4 ou meq por 1.560 e se obterá de forma direta a disponibilidade em kg/ha. Para facilitar, a formula será: DK/ha = 200 - 4 x ppm de K2O ou DK/ha = 200 - 1.560 x meq de K2O Onde DK é a dose de K2O em kg/ha. Atençao: 1- Quando, no solo, tem mais de 65 ppm ou 0,17 meq de "K", a adubaçao de manutençao é desnecessária por uma safra. 2- A exportaçao de K2O será, para uma produçao de 2.400 kg/ha, de 60 kg/ha. Isto nos obriga a adubar com no mínimo esta quantidade para nao empobrecer o solo. . BORO - Este micronutriente é absorvido pelas raízes das plantas, em geral, quando se encontra na Matéria Orgânica do solo e com presença de boa umidade. Em outras formas seu aproveitamento é muito reduzido. Considera-se um nível bom de M.O., com vistas ao BORO, quando o solo tem mais de 4% de M.O. Quando a análise de solo indica níveis de BORO ao redor de 1,0 ppm, consideramos um solo em condiçoes de produzir bem qualquer cultura. Em girassol, este micronutriente é muito mais importante, pois sua falta pode ocasionar graves reduçoes de produtividade. Como, em geral, trabalhamos com solos cujo teor de M.O. é inferior a 3% e teor de Boro em torno de 0,2 ppm, e nos Cerrados quase sempre teremos limitaçao de umidade do solo durante o ciclo do girassol, torna-se obrigatória a aplicaçao de BORO. Em geral, deve-se aplicar de 1,5 a 2,0 kg/ha deste micronutriente, porque, descontando-se as perdas para o solo, as plantas devem absorver no mínimo 0,3 kg para cada 1.000 kg de graos produzidos. Isto equivale a 0,6 kg/ha de BORO.

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RESUMO: 1. FORMULAS PARA GIRASSOL (produçao prevista de 2,4 ton) - NITROGENIO: DN/ha = 100 - 17X%M.O. - -FOSFORO: DF/ha = 3 x {60 - [ppm de P2O5 x 4 x (100 - % Areia)÷100]} - POTÁSSIO: DK/ha = 200 - 4 x ppm de K2O ou DK/ha = 200 - 1.560 x meq de K2O. 2. FORMULAS PARA MILHO (produçao prevista de 8,5 ton/ha) - NITROGENIO: DN/ha = 170 - 17X%M.O. - - FOSFORO: DF/ha = 3 X {85 - [ppm de P2O5 X 3 X (100 - % Areia)÷100]} - POTÁSSIO: DK/ha = 170 - 3 X ppm de K2O ou DK/ha = 170 - 1.560 X meq de K2O. 3.FORMULAS PARA SOJA (produçao prevista de 3,5 ton/ha) - NITROGENIO: INOCULAR AS SEMENTES COM RIZOBIOS ADEQUADOS. - FORFORO: DF/ha = 3 X {56 - [ppm de P2O5 X 3 X (100 - % Areia) ÷100]} - POTÁSSIO: DK/ha = 133 - 3 X ppm de K2O ou DK/ha = 133 - 1.560 X meq de K2O FENOLOGIA E FISIOLOGIA DA CULTURA DO GIRASSOL INTRODUÇAO O rendimento da cultura do girassol e a resultante final da interaçao entre o genótipo do cultivar escolhido e as condiçoes ambientais reinantes durante o ciclo de produçao. O conhecimento das principais etapas do desenvolvimento fenológico, como dos principais processos fisiológicos que ocorrem durante o ciclo do cultivo, permitem compreender a adaptaçao do girassol a diversos ambientes de produçao e como podem ser afetados os componentes que determinam o rendimento. No presente trabalho se mencionarao as principais etapas no desenvolvimento fenológico do cultivo e os componentes do rendimento que ficam determinados nestas etapas. Depois se caracterizará o crescimento e a participaçao da matéria seca do cultivo de girassol e como estas variáveis sao afetadas pelos principais fatores ambientais como: temperatura, radiaçao e suprimento de água e nutrientes. Identificarao-se as etapas mais criticas na determinaçao do rendimento, quer dizer, aquelas nas quais um fator de estrés produz o maior impacto sobre a produçao. Por ultimo se verá de forma se pode influir nas diversas praticas de manejo e no resultado final do cultivo. Componentes que determinam o rendimento O rendimento em graos e óleo por unidade de superfície (Kg/ha), depende da quantidade de capítulos que colhe (capítulos/ha), do numero de graos que tenham ditos capítulos (aquenios/capitulo), do9 peso individual médio destes graos e do teor de óleo. Cada um destes componentes fica determinado em distintas etapas dentro do ciclo da cultura. FENOLOGIA Principais etapas de desenvolvimento fenológico O girassol atravessa distintas etapas durante seu ciclo. a duraçao das mesmas está controlada pela temperatura, enquanto o fotoperíodo (comprimento do dia) afeta principalmente o desenvolvimento durante as etapas vegetativas. Numerosas escalas tem sido criadas para descrever a fenologia do cultivo. Neste caso, mencionaremos quatro grandes etapas: 1. PLANTIO - EMERGENCIA Esta primeira etapa envolve dois processos fisiologicamente distintos, a germinaçao e a emergencia da cultura. Considera-se que se tenha produzido a germinaçao quando a radícula atravessa o pericarpo (casca) da semente. Depois, o hipocótilo do embriao cresce levanta os cotilédones por cima da superfície do solo, completando assim a emergencia da plântula. Durante esta etapa fica determinado o numero potencial de plantas capazes de desenvolver um capitulo por unidade de superfície. Sem duvida, dito numero pode depois ser afetado por doenças ou tombamento, mesmo que estas perdas nao sejam muito freqüentes. 2. EMERGENCIA - INICIO DA FLORAÇAO Depois da emergencia, a pequena plântula começa a fotosintetizar. Durante esta etapa o ápice ou gema apical diferencia as futuras folhas da planta. A finalizaçao desta etapa coincide com a transformaçao deste ápice de crescimento, que deixa de produzir folhas para começar a desenvolver o capitulo e suas flores. Estas transformaçoes, ao nível do ápice de crescimento da planta, no podem ser detectadas a simples vista e ocorrem em estágios precoces, quando a planta tem entre 4 e 6 folhas visíveis. Com esta transformaçao passa do estagio vegetativo ao reprodutivo.Neste momento fica determinado o numero total de folhas que terá a planta adulta. 3. INICIO DA FLORAÇAO Esta etapa envolve varias sub-etapas nas quais as flores se diferenciam (no ápice de crescimento), crescem,

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amadurecem e depois sao fecundadas durante a floraçao. A diferenciaçao das futuras flores do capitulo a partir do inicio da floraçao se completa em lapso de tempo relativamente curto (aprox. 10 dias), quando a planta tem aproximadamente 10 - 12 folhas desenvolvidas. Neste momento fica determinado o numero potencial de flores que terá op capítulo. Se, dúvida, o segundo componente do rendimento, o numero de graos por capitulo, ficara finalmente determinado apenas depois de um longo período de crescimento e maturaçao do capitulo e depois da floraçao, fecundaçao e enchimento de grao. 4. FLORAÇAO - MATURAÇAO FISIOLOGICA Depois da floraçao, os frutos (graos) começam a acumular matéria seca e óleo. A maturaçao fisiológica da planta se produz aos 30-40 dias depois da floraçao, quando os graos adquirem seu peso definitivo (deixam de acumular matéria seca). Neste momento ficam determinados os dois últimos componentes do rendimento do cultivo do girassol, o peso dos graos e sua percentagem de óleo. Crescimento e distribuiçao da matéria seca Durante a primeira etapa, plantio-emergencia, a plântula se nutre unicamente das reservas da semente. GIRASSOL - RESUMO SILAGEM 1. Época de plantio: A. Para forragem verde - Teoricamente nao há limite de época, pois a planta será usado na alimentaçao de ruminantes antes da formaçao dos graos, o que limita o aparecimento de doenças. No entanto, nao se deve esquecer que, no momento da formaçao do Botao Floral o girassol fica um pouco mais sensível para geadas, podendo até vir a morrer com geadas mais fortes. Constitui-se num alimento altamente protéico, muito rico para o gado de leite ou corte. B. Para ensilagem - Para este uso, o girassol será colhido depois da formaçao de graos e antes do final da maturaçao, quando seus graos estiverem com umidade em torno de 35 a 40%. A coloraçao de 80% dos graos será quase igual a dos graos maduros. Por isto a época de plantio pode se estender um pouco mais, comparando com a época de plantio, quando o destino da lavoura é a produçao de óleo. C. Para produçao de óleo - Neste caso, o girassol será colhido após completar seu ciclo normal. A principal doença dele nesta época é a Esclerotínia, que aparece caso ocorram vários dias de chuva com temperatura ambiente abaixo de 18oC, durante a floraçao. Para evitar isto, deve-se antecipar o plantio para uma época mais quente e menos chuvosa. Em algumas regioes do Paraná se pode plantar até o final de março, como as margens do Rio Paranapanema, em outras os plantios de fevereiro correm riscos muito sérios, como no Sudoeste. Cada regiao do Paraná, por se tratar de um Estado de transiçao climática deverá determinar localmente as possibilidades de épocas de plantio, no caso da produçao para óleo. 2. Forragem verde Uma das formas muito usadas de alimentar gado de corte e leite com girassol é com forragem verde. Isto se deve ao fato de que o girassol tem, na planta mais proteínas que a planta de soja, tornando-se assim uma forragem altamente nutritiva para animais poligastricos, especialmente vacas e bois. Para isto deve-se plantar o girassol com 40 a 50 cm entre linhas e com 4 a 5 sementes por metro linear. Quando as plantas atingirem 35 a 40 dias inicia-se o corte e administraçao desta forragem aos animais. O corte deve encerrar-se quando iniciar o florescimento da cultura. Após este período, deve-se ensilar a planta inteira. 3.Ensilagem Por ser uma planta de grande valor nutricional - exceçao aos aminoácidos Lisina e Isoleucina , o girassol é utilizado na alimentaçao animal nas formas de graos secos, farelo, forragem verde, silagem e rolao. Em condiçoes favoráveis o girassol chega a produzir mais de 4.000 Kg/ha de graos e, cortando a planta inteira, mais de 70 ton/ha de massa verde. Composiçao do farelo sem cascas do girassol(%) e valor nutritivo. Matéria seca: 94,00 Proteína bruta : 47,50 Proteína Digestivel : 43,00 Fibra : 5,40

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Nutriente diges.total : 70,8 Calcio : 0,22 Fosforo : 1,22 Composiçao bromatologica das silagens mais comuns . Tipos de silagens:

Girassol Sorgo "Leitoso"

Sorgo Semiduro

Milho

MS % 30.10 26.88 30.68 32.76

PB % 11.73 7.24 7.97 8.65

PD% 7.35 3.54 4.67 4.58

FDA % 34.95 33.18 36.21 31.41

FDN % 65.88 68.39 71.65 68.37

EB kgcal/kg 4.993,0631 4.627,6147 4.373,3788 4.535,7671

ED kgcal/ha 3.107,5465 2.587,4892 2.714,8569 2.914,9200

EM kcal/kg 2.548,19 2.121,94 2.226,18 2.390,23

. BIOTECNOLOGIA A BIOTECNOLOGIA REAL Engo Agro Rodolfo Luis Rossi, PhD em Fitomelhoramento vegetal, Chefe do Dpto. de pesquisas da NIDERA S.A., empresa Argentina que neste ano venderá 70% do volume de sementes de soja naquele país, todas ditas "TRANSGENICAS". O Engenheiro Agrônomo Rodolfo Luis Rossi recebeu esta semana o Premio Bolsa de Cereais 1.999, doado pelo jornal Clarín e pela Academia Nacional de Agronomia y Veterinária. A maneira de fazer agricultura na Argentina se modificou significativamente nas ultimas décadas. Podemos dizer que desde a "era mecânica" antes dos anos 50, passamos a era tecnológica nos anos 70 e 80, marcada por uma ampla difusao de sementes melhoradas e o melhor uso de pacote de agroquímicos que permitiram uma produçao econômica e mais eficiente, mesmo que muito dependente da macroeconomia local, que em geral influiu negativamente na rentabilidade e desenvolvimento do setor. Ao final dos anos 80 e na década atual, se faz presente a "era agronômica tecnológica", em que se destacam feitos significativos como o melhor uso dos recursos técnicos, a extensao de conhecimentos sobre como produzir maiores colheitas preservando o solo e arredores, a reduçao da movimentaçao de solo, a incorporaçao do revolucionário plantio direto, o melhor aproveitamento dos potenciais dos novos híbridos e variedades, a modificaçao da estrutura dos cultivos, o uso de herbicidas, fungicidas e inseticidas mais eficientes, o controle integrado , a agricultura controlada por satélite em pleno desenvolvimento, o aparecimento da fertilizaçao e da irrigaçao, o intercâmbio técnico- produtivo realizado em maiores encontros entre técnicos e produtores, e todo um marco em uma economia estável e que deixa atuar o setor, permitido maior competitividade. Sem duvida, parece ser que os grandes câmbios na maneira de produzir y para que produzir começaram recentemente com a denominada "era biotecnologica". Talvez denominá-la de "era cientifico - tecnológica" possa expressar melhor a essencia de que se nutre. O Dr. Smil, da Universidade de Manitoba, que e uma das autoridades lideres em produtividade agrícola, tem dito que a biotecnologia vai ter a mesma importância na

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tecnologia agrícola do século XXI que o melhoramento de plantas teve no século presente. E o melhoramento de plantas tem sido responsável de, pelo menos, a metade da chamada Revoluçao Verde. A biotecnologia e a parte do conhecimento da humanidade que até agora nao foi completamente explorada; diríamos recém começou. A biotecnologia aumenta a velocidade e a precisao dos trabalhos no melhoramento vegetal e animal, e potencializa a mais destacada ferramenta com que se conta para aumentar os rendimentos no campo. Existem dois princípios biológicos que explicam estes avanços. A origem da vida dos seres vivos da Terra é comum e o código que utiliza o DNA é comum para todos eles. Isto explica que se se extrai uma gene de uma planta e consegue introduzi-lo no núcleo de outra planta, este se expressará como uma proteína da planta de origem. Mas nao somente de uma planta a outra, como também entre bactérias e plantas ou plantas e animais, etc... O outro principio biológico e que cada célula de planta ou animal em seu DNA contem a informaçao total para voltar a produzir o organismo completo (clonagem) A engenharia genética e o aproveitamento destes princípios para conseguir plantas e animais modificados geneticamente, para que se expressem genes que nao lhes pertencem ou sobreexpressem um gene ou que inibam a expressao de um gene que quer "silenciar". Desta forma nascem os organismos geneticamente modificados. Da Produçao mundial de alimentos, 64% é consumido pelos humanos, 14% por insetos, 12% por doenças e 10% por ervas daninhas. Nossa missao é melhorar estas proporçoes, aumentando o "bolo" e defendendo o rendimento. O international Rice Research Institute tem colaborado no desenvolvimento de um arroz resistente a um vírus que provoca perdas de 7 milhoes de toneladas anuais. Nesta espécie esta se desenvolvendo eventos que produzem proteínas antifungicas para o controle de doenças, impossível de se conseguir por métodos tradicionais. Uma soja experimental já esta produzindo drogas oncológicas que antes eram produzidas em cobaias animais. A produçao de proteínas farmacológicas na base vegetal parece ser superior por menor contaminaçao ou menor rejeiçao pelo sistema imunológico humano. Os denominados eventos biotecnológicos sao diferentes entre si quanto a diferentes parâmetros, que vao desde sua origem molecular até seu uso no alimento final. E também sao diferentes quanto a seu impacto direto nas praticas e usos da agricultura, e na comercializaçao de sua produçao. As vantagens que promete a biotecnologias sao fortemente questionadas pelos denominados grupos "verdes antitech" nos países europeus, a quem é difícil encontrar sustentaçao cientifica em suas demandas, mas tem conseguido penetrar na opiniao dos consumidores. Questionam o uso na agricultura mas nao se preocupam pelo uso na medicina. Isto nao tem influído grandemente na comercializaçao dos produtos transgenicos nem a mobilizaçao de recursos ao setor das transformaçoes genéticas. Hoje estamos participando a todos do que tenho denominado biotecnologia "REAL" depois de muitos anos de promessas. A agricultura tem dado as boas vindas as sojas RR e é uma pratica agrícola comum. Os milhos e algodoes Bt tem sido aprovados par sua comercializaçao. Estes casos sao exemplos das mais seguras e mais sustentáveis tecnologias sempre testadas pela ciencia, que se fazem disponíveis através das plantas modificadas. Um dos objetivos principais nos programas de melhoramento genético é a formaçao de uma populaçao de base grande. Esta se forma no "breading" tradicional com germoplasma exótico. Com genótipos adaptados e nao adaptados, de alguma forma o denominado "POOL" genético. Todos contribuem com diferentes proporçoes ao produto final. Um exemplo de produto de alto impacto do breading tradicional foi o obtençao da variedade de soja A5308. Esta vinha de um cruzamento de duas variedades americanas do grupo 3 e 5, de adequadas características agronômicas que resultou em produtos de muito exito, pela novidade de seu grupo de maturaçao no país de hoje e seu potencial de rendimento. Um exemplo mais global é o incremento nos rendimentos de milho na historia do melhoramento deste cultivo, com a introduçao dos híbridos simples. Los produtos existentes vao sendo substituídos por outros de maior potencial de rendimento ou com uma nova resistencia incorporada. A partir da tecnologia do DNA e dos avanços em engenharia genética se incorpora una nova forma de ampliar a base genética no programas de melhoramento. É uma maneira de aumentar a diversidade genética, e de nao estar restritos a maioria dos genes que tem sido cruzados e melhorados por mais de 100 anos. A engenharia genética permite "criar" uma nova variabilidade genética, e nos da a possibilidade de obter uma nova planta de acordo a certos objetivos e realiza-los mediante técnicas biotecnológicas. Os novos produtos tem reduzida interaçao com o ambiente, permito-lhes expressar todo o potencial para o que foram desenvolvidos. BORO NUTRIENTE

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BORO, UM NUTRIENTE EM EXTINÇAO ESTE É UM DOS ELEMENTOS DO SOLO QUE MAIS ESCASSEIAM NOS SOLOS AGRÍCOLAS NO MUNDO TODO E SUA DEFICIENCIA LIMITA O RENDIMENTO DE CERTOS CULTIVOS. FATORES QUE OCASIONAM SUA PERDA PARA O MEIO. RESULTADOS DE UM ENSAIO REALIZADO COM MILHO. O crescimento da produtividade do cultivos agrícolas no últimos anos pode ser explicado em parte por um maior uso de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, assim como também pela otimizaçao no uso dos micronutrientes do solo. Por isto a medida que agricultura se intensifica é necessário conhecer com mais precisao quais sao os nutrientes que escasseiam em seu meio (o solo) e que tem vital importância para o cultivo. Alguns micronutrientes tem começado a manifestar-se como deficitários em determinadas regioes produtoras. É o caso do BORO, elemento natural do solo cujo conteúdo depende da natureza das rochas originarias e essenciais (em pequenas quantidades) para o desenvolvimento dos cultivos. Os estudos científicos indicam que existem mais solos com insuficiencia de BORO que de qualquer outro micronutriente. Além disso, a quantidade inicial deste elemento pode esgotar-se por lixiviaçao para camadas mais baixas ou por extraçao dos cultivos. Os níveis naturais de BORO no solo também podem resultar insuficientes para as plantas por causa das proporçoes altas de limo ou pH do solo, ou por falta de umidade. Em um levantamento exploratório realizado durante uma safra em 12 locais próximos a Nove de Julho, se obteve uma media de 0,7 ppm de BORO. Se a isto se somar que empresas de analises químicas de solo e fertilizaçao informam níveis de 0,3 ppm na mesma zona y que a bibliografia especializada considera como níveis críticos de BORO os inferiores a 1 ppm para trigo e milho, e 1,6 ppm para girassol, se p[ode medir a escassez desse elemento na regiao e a limitaçao de rendimento das lavouras. DISPONIBILIDADE. O BORO se encontra no solo sob distintas formas, sendo a parte mais importante a que está associada a mateira orgânica. Em geral o níveis estao entre 7 e 80 ppm, mas somente uma parte (menos que 5%) se encontra disponível para as plantas. As possibilidades dos cultivos de aproveitar o BORO contido no solo depende de vários fatores, entre eles a textura, o pH, o conteúdo de matéria orgânica e as condiçoes ambientais durante o desenvolvimento das plantas. Os solos de textura arenosa, bem drenados, podem apresentar deficiencia, já que o BORO se lava com facilidade. Dado que esta associado a matéria orgânica, a medida que esta diminui seu percentual baixa. Isto ocorre freqüentemente nos plantios agrícolas intensivos e quando se aprofunda no solo. `Por outro lado para que o BORO possa ser absorvido pelas plantas, o solo deve ter umidade adequada. Quando se produzem períodos com déficit hídrico as raízes tem dificuldade de absorver em absorver o micronutriente da camada superficial, que se encontra seca. Se o cultivo tem raízes profundas encontrará umidade, mas nao maior quantidade de BORO, por que o mesmo também depende da matéria orgânica presente, que por sua vez diminui a medida que se aprofunda no solo. O BORO nos vegetais intervém na germinaçao do polem e no transporte de açucares. No milho a ausencia do micronutriente se manifesta por um menor tamanho das plantas devido ao encurtamento dos entrenós superiores. As folhas ficam quebradiças e podem aparecer franjas brancas ou amarelas entre as nervuras. É mais freqüente que isto ocorra quando as plantas se encontrem no período de emergencia até 5 ou 6 folhas. A necessidade de BORO para um cultivo de milho que rende 10.000 Kg/ha é de aproximadamente 180 gr, dos quais 50 gr sao incorporados pelos graos e 130 absorvi dos por raízes, folhas e colmos. A fim de conhecer a resposta do milho a aplicaçoes de BORO, a Universidad de Extensión y Experimentación Adaptativa do INTA (órgao similar a EMBRAPA, na Argen-tina), na cidade de Nove de Julho fez um ensaio em um campo daquela regiao. Uma parte serviu de testemunha e outras tres receberam tratamentos de BORO em diversos níveis, aplicados via foliar quando a planta tinha 7 folhas. As doses foram de 0,5 Kg/ha, 1,0 Kg/ha e 1,5 Kg/ha. Estudos anteriores ao plantio determinaram que o solo escolhido era franco arenoso, com 2,6 % de M.O., 1,1 ppm de BORO, 4,5 ppm de P2O5, 0,13 ppm de N e pH de 6,2. Como cultivo antecessor estava o girassol e a densidade de plantio foi de 89.000 pl/ha. Todos os tratamentos receberam 80 Kg/ha de P2O5, e 160 Kg/ha de N. O fósforo foi aplicado como STP, antes do plantio, incorporado com vibrocultivador. O nitrogenio, como Nitrato de Amônio, foi aplicado quando a cultura tinha 7 folhas e posteriormente se fez outra aplicaçao com "cultivador". A maior resposta se obteve na parcela em que se aplicou 0,5 Kg/ha de BORO, com um incremento de 9,1% sobre a parcela testemunha (veja tabela). Nas parcelas com doses maiores de BORO as respostas do milho foram menores, nao havendo diferença entre os tratamentos de 1,0 e 1,5 Kg/ha. Estas respostas sao coincidentes com trabalhos realizados em outros países. Os menores incrementos ao aumentar a dose pode ser explicado pela produçao de alteraçoes metabólicas na planta. O ano de 1996 foi uma safra de altas precipitaçoes na regiao de Nove de Julho. De outubro a dezembro, quando se produziu o crescimento e desenvolvimento do milho, cairam 460 mm. Isto pode haver influído, já que o BORO é um nutriente móvel no solo e dada a textura franco arenosa do lote é possível que tenha ocorrido uma lavagem deste micronutriente, especialmente na parcela testemunha. O baixo conteúdo de matéria orgânica do solo (2,6%) também pode ter

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contribuído afetando a disponibilidade de BORO para o cultivo. A bibliografia menciona respostas positivas as aplicaçoes do micronutriente quando a percentagem de M.O. do solo for inferior a 3,0%. O BORO se usa regualarmente em vários cultivos. Entre eles os mais suscetíveis a deficiencias sao o girassol, a alfafa, a soja, os citros, as macieiras, o milho e o algodao. Neste ultimo se registro aumentos de até 40% quando se aplicou BORO. Atualmente a analise do solo continua sendo o método mais adequado para determinar a necessidade de BORO. quanto a aplicaçao, deve-se ter especial cuidado na dose porque um excesso da mesma pode causar efeitos de desbalanceamento nutricional. Sem duvida, é necessário seguir trabalhando sobre este tema tanto no níveis críticos de resposta dos principais cultivos, como na determinaçao exata dos estreitos limites de fertilizaçao, fato típico de micronutrientes FARELO DE GIRASSOL Introduçao: É um subproduto da indústria de óleos vegetais, resultante da moagem de sementes de girassol (Helianthus sp), podendo ou nao conter a casca. É caracterizado como um concentrado protéico de boa qualidade, capaz de compor raçoes de diferentes espécies animais. Sua disponibilidade é alta no mundo, estando em 4o lugar entre as sementes oleaginosas. Valor Alimentar: É classificado como um alimento protéico, com proteína de alta degradabilidade ruminal (80%). Entretanto, apresenta grande variaçao na sua composiçao química, iniciando na semente, que pode sofrer os efeitos das condiçoes locais de clima e solo, além das características intrínsecas dos diversos cultivares disponíveis, e também o efeito dos diferentes métodos de extraçao do óleo e do processamento no preparo do farelo de girassol. Portanto, há necessidade de se avaliar a composiçao do farelo produzido em cada regiao. Composiçao média (base MS): MS = 88,1%; PB = 27,4%; FDN = 42,2%; FDA = 31,7%; EE = 3,3%; Ca = 0,65%; P = 0,91%; NDT (estimado) = 58,3%. Em dietas para monogástricos observar seu baixo teor de lisina. Para ruminantes, os níveis de cobre podem ser altos. Composiçao da semente: Os híbridos cultivados hoje apresentam em média 20% de casca, 40% de óleo e 40% de farelo com 63% de PB. Existem dois tipos de sementes, as oleosas e as nao oleosas. As oleosas sao sementes menores, cascas bem aderidas (20 - 30% do peso da semente) e economicamente, as mais importantes. As nao oleosas sao sementes maiores, escuras, casca grossa (40 - 45% do peso da semente) e facilmente removíveis. Oportunidades para uso na alimentaçao de bovinos: . Em funçao do seu alto teor de fibra, o farelo de girassol poderia, além de fornecer proteína, funcionar como um suplemento volumoso. Esta característica poderia ser bastante desejável durante o período de seca, quando a disponibilidade de forragens nas pastagens pode ser baixa. . Os poucos trabalhos disponíveis na literatura tem mostrado que, apesar do farelo de girassol contribuir para um maior consumo diário de FDN, o desempenho animal tem-se mantido bastante próximo ao obtido com dietas baseadas em outras fontes protéicas. . A semente de girassol quebrada tem sido usada como fonte de gordura para aumentar a produçao de leite. Conclusao: O farelo de girassol pode ser utilizado sem problemas na alimentaçao de ruminantes, entretanto, para melhorar o balanceamento da dieta, sugere-se o conhecimento prévio de sua composiçao química.

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GIRASSOL MILHO SORGO SORGO

DIAS 90 113 104 113

MS 30,1 32,8 29,6 30,7

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PB 11,7 8,7 7,2 >8,0

PD 7,3 4,6 3,5 4,7

ED 3.107 2.914 2.587 2.714

EM 2.548 2.390 2.121 2.226

CVM 61,0 61,0 49,5 56,7

CVP 4,4 2,7 1,7 2,8

FDN 65,9 68,4> 68,4 71,6

FDA 34,9 31,4 33,2 36,2

Kcal 189,5 177,7 104,9 153,9

Dados publicados por Almeida et al em 1.995. DIAS - No entre o plantio e a colheita; MS - % de Matéria Seca; PB - % de Proteína Bruta; PD - % de Proteína Digestível; ED - Energia Digestível em Kcal/Kg de silagem; EM - Energia Metabolizável em Kcal/ Kg de silagem; CVM - Consumo Voluntário de Matéria Seca em g/UTM/dia; CVP - Consumo Voluntário de Proteína Digestível em g/UTM/dia; Kcal - Kcal/UTM/dia; FDN - % de fibras em detergente neutro; FDA - % de fibras em detergente ácido. Quando se trabalha em alimentaçao de bovinos (corte ou leite), o que realmente interessa é a quantidade de Proteína Digestível (PD) e Energia Digestível (ED), também conhecido como Nutrientes Digestíveis Totais (NDT). A silagem de Girassol, de acordo com as informaçoes acima, apresenta Coeficiente de Digestibilidade (CD) de 62,4% sobre a Proteína Bruta (PB), enquanto que a silagem de milho apresenta Coeficiente de Digestibilidade (CD) de 52,9%, quase 10% a menos. Portanto a silagem de Girassol, além de maior teor de PB, também é beneficiada por CD bem mais expressivo (62,4% contra 52,9%), resultando logicamente em uma maior disponibilidade de Proteína Digestível. Para engorda de bovinos com peso vivo acima de 350 Kg/animal, trabalha-se com 7,1% de PD e com 71% de NDT (ou 3.124 Kcal/Kg de ED). Basta observar nas informaçoes acima, publicadas em 1.995 pelo ilustre pesquisador Almeida et al, que na silagem de Girassol, a ED chega ao valor de 3.107 Kcal/Kg ( 70,6% NDT), enquanto a silagem de milho apenas chega a 2.914 Kcal/Kg (66,3% de NDT). A Silagem de Girassol apresenta-se como uma raçao pronta para uso para bovinos em engorda, dispensando qualquer complemento proteinoso (farelo de soja, torta de algodao, etc.) ou energéticos ( milho, sorgo, trigo, etc.). Os níveis de PD acima de necessidade (7,3% para 7,1%) já compensa a pequena diferença na NDT (71% recomendada para 70,6% disponível). Já na silagem de milho, em situaçao semelhante, é necessário agregar complementos proteinosos e energéticos. O perfeito balance-amento desta raçao dependerá de ajuste matemático por técnico especializado. Quando se trata de alimentar corretamente gado leiteiro, a silagem de girassol também proporciona uma substancial economia de alimentos proteinosos e energéticos, comparando-se com a silagem de milho (os ajustes matemáticos sempre deverao ser feitos por especialista no assunto). Veja agora as principais vantagens da silagem de girassol: 1. Ocupaçao da lavoura de produçao de silagem por espaço de tempo menor (+ ou - 25 dias a menos); 2. produçao de maior volume de biomassa para silagem ( 30 a 70 ton/ha); 3. A silagem produzida será sempre de melhor qualidade; 4. Aumento na produçao de leite (fato relatado por todos os usuários de silagem de girassol); 5. Maior produçao de carne com a mesma área de plantio de silagem; 6. Época de plantio mais ampla que o milho. Atençao: o ciclo entre o plantio e a colheita da silagem pode variar em funçao das condiçoes de solo, clima e o híbrido usado. Os comentários acima foram produzidos por Ivan

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Bruel Antonio, um especialista em alimentaçao de bovinos, com base na tabela publicada pelo Prof. Almeida, em 1.995. . MUITO MAIS PROTEÍNA; . MUITO MAIS ENERGIA; . MAIOR ÉPOCA DE PLANTIO; . EXCELENTE PALATABILIDADE; . MENOR CUSTO DA SILAGEM; . ROTAÇAO DE CULTURAS; . MAIS LEITE, MAIS CARNE; COMENTARIO GIRASSOL PROTEINA PORTAL S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS VEGETAIS FARELO DE GIRASSOL Face ao elevado preço atingido pelo farelo de soja, cuja exportaçao e disputa no mercado interno sao fatores de elevaçao do custo das raçoes, a utilizaçao de outros suplementos protéicos de origem vegetal poderia ser uma soluçao alternativa. Portanto considerando os elevados níveis de proteína do Farelo de Girassol, associado ao seu custo baixo e ao aumento da produçao desta oleaginosa a nível de Brasil. Concluímos que o farelo de girassol, apresenta um potencial alternativo para a substituiçao dos principais ingredientes da raçao, como mostra a tabela a seguir. TABELA: comparativo FARELO DE GIRASSOL X OUTROS Ingredientes

Proteína %

Preço R$ (Ton.)

R$/% de Prot.

MILHO 8,5 208,00 24,47

FARELO SOJA 45,0 520,00 11,55

F. GIRASSOL 38,0 220,00 5,79

C. ALGODAO 21,0 180,00 8,57

F. ARROZ 9,0 250,00 27,77

F. TRIGO 14,0 350,00 25,00

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OUTROS* 15,0 160,00 10,66

*Misturas diversas de Prélimpeza. Comparaçao com o Farelo de Soja Considerando que o farelo de girassol pode substituir o farelo de soja em até 100%, e o seu custo da proteína por ponto porcentual é menor que o do farelo de soja e até mesmo que os valores dos outros ingredientes (Tabela), sugerimos o uso desta matéria prima na fabricaçao de raçao. Comparaçao com o Caroço de Algodao O farelo de girassol também pode substituir o caroço de algodao (bastante utilizado pelos produtores pelo seu baixo custo, porem com resultados pouco eficazes) com eficiencia e economia; considerando o difícil manuseio do mesmo (moagem e quantidade excessiva de pluma) e a restriçao ao gosipol (substância tóxica presente no caroço de algodao) que limita o seu uso de forma integral. Comparaçao com o Farelo de arroz Também o farelo de arroz apresenta alguns inconvenientes para a sua utilizaçao nas raçoes, pois apresenta alto teor de óleo, o que diminui o seu tempo de armazenagem e causa também dificuldade no seu manuseio (fornecimento limitado), tendo que ser desengordurado, pois quando usado de forma integral pode apresentar problemas aos animais. Obs.: o Farelo de Girassol se encontra disponível no mercado período de entressafra de Junho a Janeiro de cada ano.

Produção De Biodiesel A Partir De Óleo Bruto De Girassol

RESUMO

O Brasil por ser um grande produtor de oleaginosas e ao mesmo tempo possuir um déficit energético no que se refere ao diesel, torna-se importante o desenvolvimento de alternativas para suprir esta

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necessidade e, ao mesmo tempo, contribuir para o aumento de renda da populaçao mais carente e ainda diminuir a poluiçao causada pelo uso dos combustíveis fósseis. O girassol é uma cultura que se potencializa cada vez mais como uma soluçao de plantio na entressafra, possuindo diversas espécies que se adaptaram por todo o território brasileiro. O biodiesel é obtido através da transesterificaçao de ácido graxos com álcoois, em presença de um catalisador. A rota escolhida no experimento para a produçao do biodiesel foi a etílica na presença de KOH. Foram obtidas sete amostras em parâmetros distintos, ao avaliar os resultados dos ensaios realizados concluiu-se que o tempo de reaçao e a quantidade de catalisador adicionado devem ser fatores críticos a serem controlados no processo. Nas condiçoes testadas, a melhor amostra foi aquela que possuía melhor relaçao estequiométrica entre catalisador-reagente e óleo bruto. Em análise de regressao observou-se que um aumento da dosagem de catalisador aumenta o teor de éster etílico no biodiesel (p<0,001) por promover melhor interaçao química entre os reagentes. Palavras-chave: Biodiesel, éster etílico, óleo bruto de girassol, etóxido de potássio. Cesar Aparecido da Silva - Engenheiro Ambiental, mestrando em Ecologia e Conservaçao da Universidade Federal do Paraná ( [email protected] ).

INTRODUÇAO

A geraçao de energia sempre foi motivo de preocupaçao nos diversos segmentos industriais. Os insumos potencialmente capazes de promover o abastecimento da demanda de geraçao energética tem originado diversas pesquisas cientificas com o objetivo de amenizar os impactos ambientais ocasionados por sua combustao, mas principalmente porque a maioria destes tem como fonte petrolífera, o que significa em termos práticos, um recurso finito. No Brasil, segundo dados do Ministério de Minas e Energia, foram consumidos em 1999 cerca de 37,5 bilhoes de litros de diesel, dos quais 5,3 bilhoes de litros necessitaram serem importados, fato que chamou a atençao do governo em procurar um combustível a qual pudesse concorrer com o diesel mineral. Nesse panorama surge o biodiesel como opçao. O biodiesel é obtido de fontes renováveis tais como óleos e gorduras vegetais e animal, e de outras fontes. Por ser biodegradável, nao tóxico e por possuir baixa concentraçao de substâncias aromáticas e cancerígenas, recebe o título de "combustível ecológico". Pela extensao territorial e devido as condiçoes edafoclimáticas, o Brasil oferece exploraçao de biomassa com fins alimentícios, químicos e energéticos. Para o biodiesel, se encontram as oleaginosas que sao matérias-primas de qualidade para a obtençao do produto, entre elas se encontram a mamona, soja, dende, babaçu e girassol. O girassol como oleaginosa tem se desenvolvido nas diversas regioes brasileiras, e devido as particularidades agronômicas, ou seja, sua resistencia a fatores abióticos, adaptaçao, ciclo reprodutivo, época de semeadura e a crescente demanda do setor industrial e comercial, a cultura do girassol tem se constituído em uma importante alternativa econômica em sucessao a outras culturas produtoras de graos, uma vez que os atuais sistemas agrícolas, que utiliza rotaçao restrita de cultura, sao caracterizados pelos altos custos de produçao e problemas fitossanitarios. Segundo EMBRAPA 2002, o girassol permite melhor aproveitamento da estrutura de produçao com áreas ociosas e máquinas agrícolas, já que pode ser cultivado na entressafra, após a colheita da cultura de verao. Ao se aproveitar a adaptabilidade do cultivo de girassol nas diversas regioes brasileiras para a produçao de biodiesel, ameniza-se o déficit energético do país e promove o avanço tecnológico, a inclusao social e o desenvolvimento sustentável, uma vez que nas diretrizes do governo federal dá-se enfase ao pequeno produtor (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2003). O presente trabalho traz a perspectiva do desenvolvimento de um biodiesel a base de óleo bruto de girassol, com o propósito de estudar suas características físico-químicas para aplicaçoes em bioenergia.

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MATERIAL E MÉTODOS

O óleo bruto de girassol foi obtido por prensagem a frio pela WJC Armazens Gerais Ltda e depois submetido a análises físico-químicas. Inicialmente estimou-se a relaçao catalisador (KOH)-álcool etílico estequiometricamente para a formaçao de etóxido de potássio, a fim de reagir com o óleo bruto. Escolheu-se agitaçao lenta para evitar turbilhonamento dentro do reator, variou-se durante a produçao das amostras o tempo de reaçao, a temperatura e a quantidade de etóxido de potássio; a quantidade de óleo foi mantida constante. Foram produzidas sete amostras distintas com tres repetiçoes cada. Após o tempo de reaçao lavou-se com água destilada a amostra, sob forte agitaçao e, centrifugando-a por 20 minutos a 2400 rpm obteve-se a fraçao do éster. O biodiesel obtido foi secado a vácuo a -660 mmHg e submetido a análises laboratoriais de viscosidade, teor de água por Karl Fisher, densidade a 20oC, poder calorífico superior (PCS), ponto de fulgor, ponto de névoa e ponto de fluidez. O teor de éster etílico foi obtido através de análise espectral por infravermelho utilizando célula de ZnSe, no equipamento MIDAC FOX Analyser, com ampla faixa de varredura. Os dados obtidos do teor de éster etílico e sua relaçao com a dosagem de etóxido de potássio foram submetidos a análise de regressao linear com regra de decisao (?) de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSAO

As análises físico-químicas do óleo bruto de girassol mostraram uma alta viscosidade (31 mm2/s). A medida que se aumentou o tempo de reaçao, inicialmente em 90 minutos, notou-se uma melhora na viscosidade, conforme mostrado na tabela 1, sugerindo que o tempo de reaçao é um parâmetro importante a ser monitorado durante o processo de obtençao do biodiesel, outros parâmetros, no entanto, nao tiveram mudanças significativas. O aumento da temperatura de 60o C para 70o C nao produziu nenhum efeito nos parâmetros analisados. Entretanto, ao aumentar a quantidade de etóxido de potássio, de 50 mL para 60 mL houveram mudanças na maioria dos parâmetros analisados, inclusive na viscosidade (tabela 1), sugerindo de imediato, que a relaçao catalisador-reagente era primordial na fabricaçao do biodiesel de óleo bruto de girassol. Otimizando a quantidade de catalisador na reaçao, foi possível obter 100 % de teor de éster etílico, o qual pode ser observado na análise espectral por infravermelho (figura 1). O espectro indica presença do radical hidroxila, possivelmente glicerina, sugerindo que o éster obtido ainda precisa ser melhor purificado

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Tabela 1 - Valores médios encontrados para os diversos parâmetros analisados nas amostras de biodiesel produzido a partir do óleo bruto de girassol.

Amostra Ensaios

01 02 03 04 05 06 07

Densidade a 20 °C (kg/m3)

905 880 905 904 877 878 876

Viscosidade (mm2/s) 12,3 8,5 12,5 12,5 5,7 5,0 5,1

Água por Karl Fischer (ppm )

5600 biodiesel

1700 5000 4595 753 419 424

Poder calorífico superior (cal/g)

9020 9283 9064 9070 9456 9524> 9467

Ponto de fulgor em vaso aberto (°C )

180 191 182 177 180 180 180

Ponto de névoa (°C ) 9 5 3 12 4 4 5

Ponto de fluidez (°C) -12 -12 -6 -3 -9 -9 -9

Teor de glicerina bruta precipitado no processo de produçao (%)

50 50 50 50 50 60 60

Teor de óleo bruto nao reagido (%)

14,04 12,69 15,15 16,01 10,20 3,26 0,0

Teor de éster etílico (%)

86 87 85 84 90 97 100

Catalisador (mL) 50 50 50 50 60 65 70

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Temperatura (o C) 60 60 60 70 60 60 60

Figura 1: Espectro infravermelho da amostra de biodiesel produzido a partir de óleo bruto de girassol. O espectro mostra presença do radical hidroxila, sugerindo a presença de glicerina na amostra. A relaçao entre o teor de éster etílico produzido (Y) e a dosagem do catalisador-reagente (X) foi significativamente evidenciada através do teste de regressao linear (Y=48,15 + 0,73X; p<0,001; F1,19= 335; r2= 0,95), a normalidade de resíduos foi aceita (Shapiro-Wilk, p>0,05). A figura 2 mostra a relaçao entre o teor de éster etílico produzido (%) e o catalisador-reagente (mL).

MAMONA

Origem A mamona é uma euphorbiácea, cuja origem é dada ora sendo asiática, ora como africana e, até mesmo, como planta nativa da América. De qualquer forma, mençao dela é feita desde a mais remota antigüidade, pois segundo autores clássicos já era conhecida a época dos antigos egípcios que a apreciavam como planta milagrosa, sendo igualmente utilizada na lndia desde os tempos imemoriais para os mais diversos fins. No Brasil a mamona é conhecida desde a era colonial quando dela se extraía o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana.

Classificaçao botânica A mamoneira, cientificamente denominada Ricimus comunis L., é planta da família euphorbiáceas. No Brasil, conhece- se a mamona sob as denominaçoes de mamoneira, rícino, carrapateira e palma-criste; na Inglaterra e Estados Unidos, pelo nome de "castor beans" e "castor seed". Descriçao da planta

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A mamoneira cultivada é um arbusto, com um sistema radicular que se estende lateral e profundamente e uma parte aérea ramificada, de coloraçao verde ou avermelhada, de acordo com a variedade. As folhas sao lobadas com formas variadas. É uma planta monóica, sua inflorescencia contendo flores femininas na parte superior e flores masculinas na inferior. A flor masculina contém grande número de estames e a feminina possui um ovário com tres lojas, em cada uma das quais se desenvolve uma semente. O fruto é uma cápsula lisa ou com espinhos. A semente carunculada, oval, de tamanho grande, médio ou pequeno, podendo ter coloraçoes muito variadas. Importância econômica Na obra Historiorum Mundi, de Plínio, conhecida há 1.900 anos, encontra-se o seguinte trecho no qual sao descritas as qualidades do óleo da mamona: "O óleo de mamona bebe-se com igual quantidade de água morna para purgar o corpo. Diz-se particularmente que purga os intestinos. É útil nas moléstias das articulaçoes, em todas as inflamaçoes ao ouvido e as assaduras. Com a cinza de peixe é usada na cura da sarna. Dá boa cor a pele e faz nascer o cabelo abundantemente. Nenhum animal é capaz de comer a semente da qual se extrai o óleo. Das bagas fazem-se lâmpadas de particular claridade. As folhas cozidas no vinho, se usadas corno emplastro e açafrao nas inflamaçoes e, colocados por tres dias no rosto, por tres dias o purgam". A cultura da mamoneira reveste-se de importância pelas várias aplicaçoes que o seu óleo encontra no mundo moderno. O óleo é empregado, depois de desidratado, como fisicativo na fabricaçao de tintas e protetores ou isolantes. Serve como lubrificante, na aeronáutica, sendo o melhor óleo para lubrificaçao de motores a jato, e como fluido nas instalaçoes hidráulicas. É usado também como base para a manufatura da maioria dos cosméticos e de muitos tipos de drogas farmaceuticas. O óleo de mamona é útil em vários processos industriais como a fabricaçao de corantes, anilinas, desinfetantes, germicidas, óleos lubrificantes de baixa temperatura, colas e aderentes em geral; para a manufatura de fungicidas, inseticidas (como base), tintas de impressao e escrever e tintas e vernizes. Uma das aplicaçoes de grande valor econômico do óleo de mamona é na fabricaçao do nylon e da matéria plástica onde o seu emprego é importantíssimo. Na fabricaçao de espumas plásticas o óleo de mamona confere ao material texturas variáveis desde a macia e esponjosa até a dura e rígida. As fábricas de óleo de mamona atualmente existentes industrializam toda a produçao, obtendo-se como produto principal o óleo e como subproduto a torta de mamona, de grande capacidade de restauraçao das terras esgotadas. Em vista das inúmeras e importantes aplicaçoes do óleo de mamona, o seu consumo interno aumentou consideravelmente nestes últimos anos, daí a necessidade do aumento da área de plantio e consolidar a posiçao de maior produtor mundial de mamona. A consecuçao desse objetivo destaca-se as medidas relativas a produçao agrícola, principalmente pelos métodos racionais de cultivo e evoluçao técnica, pelo maior emprego de máquinas e plantio de variedades produtivas e de melhor rendimento em óleo. MANEJO Clima adequado para mamona

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A condiçao ideal para cultivo de mamona inclui altitudes entre 300 e 1.500m, temperatura média entre 20 e 35oC e chuvas anuais entre 500 e 1.500 mm. Quando cultivada em baixas altitudes, devido a temperatura mais alta, a planta tende a perder energia pela respiraçao noturna e sofrer reduçao na produtividade. Temperaturas muito altas também podem provocar perda da viabilidade do pólen, reversao sexual e outras mudanças fisiológicas que prejudicam a produçao, enquanto temperaturas menores que 20oC podem favorecer a ocorrencia de doenças e até paralisar o crescimento da planta. Quanto a pluviosidade, a planta pode produzir com quantidade de chuva inferior a 500mm, devido a sua grande tolerância a seca, mas a produçao pode ser muito baixa para obter viabilidade econômica. Chuva superior a 1.500mm sao consideradas excessivas para essa planta, podendo provocar diversos problemas como crescimento excessivo e encharcamento do solo. Para cada condiçao climática e nível tecnológico, deve-se procurar escolher uma cultivar apropriada, pois há grande variaçao nas características das variedades plantadas no Brasil. Os principais detalhes sobre o cultivo de mamona sao detalhados nos tópicos a seguir. Solo O solo para plantio de mamona deve ser plano ou com declividade de no máximo 12%, pois essa planta tem pouca capacidade de proteçao contra a erosao e crescimento inicial muito lento, demorando a cobrir o solo para protege-lo da açao das gotas de chuva. A acidez prejudica o crescimento das plantas, devendo-se escolher áreas com pH próximo a neutralidade (entre 6,0 e 6,3) ou fazer a correçao do pH com calagem e com gessagem se necessário. O solo para plantio de mamona deve ser bem drenado, pois a planta é extremamente sensível ao encharcamento, mesmo que temporário. Solos com alta salinidade também sao pouco recomendados, pois a presença de alta concentraçao de sais pode prejudicar o crescimento da planta. Preparo de Solo O preparo do solo é fundamental para o exito de uma lavoura de mamona. Essa prática tem dois principais objetivos: controlar plantas daninhas e aumentar a aeraçao do solo. Ambos os fatores sao de grande importância, pois a mamoneira é muito sensível a concorrencia com as plantas daninhas e muito exigente em aeraçao do solo, pois suas raízes só se desenvolvem adequadamente em solo com bom suprimento de oxigenio. Plantio Direto A escolha do solo para realizaçao de plantio direto deve ser rigorosa. Deve ser observado as características físico-quimicas que se encaixem no perfil traçado pela lavoura de mamona. Solos compactados e encharcados devem ser evitados, pois prejudicam o desenvolvimento geral da planta. Em experiencia feita com o plantio direto, observou-se um resultado economicamente vantajoso em solos nao compactados. Plantio Convencional A mamoneira apresenta durante 60 dias um crescimento lento. Por isso, exige um bom preparo de solo para eliminar a grande concorrencia das plantas daninhas e permitir um crescimento adequado de seu sistema radicular pivotante. O preparo do solo depende das suas características físicas e da taxa de infestaçao de plantas daninhas. Em solos de textura pesada (argilosos ou silicosos) e com alta taxa de incidencia de plantas daninhas, deve-se fazer araçao e gradaçao. A araçao deve ser feita a uma profundidade de 20 a 30cm, antecedendo 20-30 dias ao plantio, e a gradagem será realizada as vésperas do plantio.Em solos de textura leve (arenosos ou francosos), realizar apenas a gradagem. O uso inadequado de implementos e o corte sucessivo da terra, pulverizam e compactam o solo, facilitando a erosao pelas gotas das chuvas e pela enxurrada. Para evitar a erosao, o solo deve ser mantido permanente coberto com adubaçao verde ou restos de culturas. Em áreas inclinadas, devem ser feitas as curvas de nível para reduzir o risco de erosao. A correçao primaria da área com calcário e adubaçao orgânica deve ser feita cerca dois meses antes do plantio conforme indicaçao técnica do engenheiro agrônomo. Como plantar

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A mamoneira é uma planta heliófila, ou seja, deve ser plantada exposta diretamente ao sol e nao tolera sombreamento. Tem grande tolerância ao estresse hídrico, mas é exigente em fertilidade do solo. Embora tolere a seca, com boa disponibilidade de água sua produtividade é muito maior. Também pode ser plantada sob irrigaçao. Para cada condiçao climática e nível tecnológico, deve-se procurar escolher uma cultivar apropriada, pois há grande variaçao nas características das variedades plantadas no Brasil. Os principais detalhes sobre o cultivo de mamona sao detalhados nos tópicos a seguir. Germinaçao A germinaçao da mamoneira é lenta e inicia-se entre 8 e 15 dias após o plantio, principalmente quando as temperaturas sao baixas. A faixa ótima de temperatura é de 25oC. As raízes sao fistulosas (ocas) e podem atingir até 1,5 m de profundidade dependendo da variedade. Sua raiz pivotante funciona como gradeador natural, arando o solo e recuperando nutrientes localizados em camadas mais profundas. Semeadura Em solo úmido regular a plantadeira deveria distribuir as sementes conforme o espaçamento indicado, deixando uma semente por cova na profundidade ( 3 a 8 cm) definida pela capacidade de retençao de água do terreno. Quanto menor for a retençao hídrica, mais profunda deve ficar a semente. É importante lembrar que o plantio muito profundo produz plantas menos vigorosas, podendo haver possibilidade de nao emergencia devido a açao de fungos e bactérias. Espaçamento e Profundidade Em solo úmido regular a plantadeira deveria distribuir as sementes conforme o espaçamento indicado, deixando uma semente por cova na profundidade ( 3 a 8 cm) definida pela capacidade de retençao de água do terreno. Quanto menor for a retençao hídrica, mais profunda deve ficar a semente. É importante lembrar que o plantio muito profundo produz plantas menos vigorosas, podendo haver possibilidade de nao emergencia devido a açao de fungos e bactérias. O espaçamento depende da fertilidade de solo. Quando se planeja a cultura para a mecanizaçao da colheita, o espaçamento obrigatório é 0,90m entrelinhas.

Fertilidade Espaçamento

Pobre 0,9 x 0,7

Médio 0,9 x 0,9

Alto 0,9 x 1,0

Calagem A correçao e adubaçao do solo tem reflexo direto na produçao de massa das culturas, uma vez que oferece condiçoes para um melhor aproveitamento do potencial da planta. E baseada nos resultados da análise química do solo, principalmente dos parâmetros referentes a teor de cálcio, magnésio, relaçao Ca/Mg, pH e teor de alumínio livre (Al+++). Para a mamoneira, a faixa ideal do pH e em torno de 6,0 a 6,5. A calagem deverá ser feita de preferencia 60 a 90 dias antes do plantio e em solo úmido, observando o tipo adequado do calcário (calcitico, magnesiano ou dolomitico). A nao reposiçao dos nutrientes retirados do solo pelas plantaçoes anteriores resulta em um empobrecimento progressivo do solo. Adubaçao orgânica Esta adubaçao é importante na medida em que a mamoneira exigir matéria orgânica, apresentando a própria torta como opçao mais importante; na base de 300 a 400 kg/Ha, ou 2 a 3 ton/Ha de esterco de curral. De

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qualquer maneira, quem determina a necessidade ou nao de adubaçao orgânica, é a análise química do solo. A torta de mamona é um adubo orgânico rico em nutrientes, como nitrogenio, fósforo, potássio, e cálcio. Este subproduto da mamoneira pode ser utilizada na adubaçao orgânica, como adubo nitrogenado de primeira qualidade, sendo aplicado na medida de duas a tres toneladas por hectare. A aplicaçao da torta aumenta o pH do solo, reduz a acidez, eleva o conteúdo de carbono, melhora a estrutura física do solo e reduz a populaçao de nematóides.

FONTE NITROGENIO (N) kg/ton

FÓSFORO (P) kg/ton

POTÁSSIO (K) kg/ton

CÁLCIO (Ca)

kg/ton

Torta de

mamona

37,70 16,20 11,20 64,10

Esterco bovino

3,4 1,30 3,50 8,20

Esterco misto

5,00 2,60 0,53 8,13

Além das vantagens acima, a torta eleva o poder tampao e a capacidade de troca de cátions. Por ser rica em fibras, a torta de mamona melhora as características físicas do solo, melhorando porosidade, a infiltraçao de água e a aeraçao do solo, o que favorece o crescimento radicular e, conseqüentemente, a produçao da lavoura. Adubaçao mineral É a mais importante das adubaçoes, como regra, dependerá dos resultados das análises químicas do solo. Deverá ser feita pouco abaixo e do lado da semente durante o plantio. De um modo geral, os melhores resultados tem dado com as seguintes recomendaçoes: -Nitrogenio(N):45a60 kg/Ha, sendo 15 kg/Ha na semeadura e 30a45 kg/Há aos 40 dias apos a germinaçao. -Fósforo (P): 60 a 80 k kg/Ha, todo na semeadura. -Potássio (K): 20 a 40 kg/Ha, todo na semeadura. Adubaçao de cobertura É recomendado o sulfato de amônio como adubaçao de cobertura, por volta de 100 a 200 kg/Ha, aos 45 a 50 dias após a germinaçao (planta com 50 cm de altura). Caso a formulaçao de plantio for concentrada (ex: 04-30-10), usar 20 kg de enxofre por hectare junto com a mesma adubaçao de cobertura. Tratamento fitosanitario das sementes Recomenda-se o uso de Vitavax - thiram 200 - SC ou Derosal na base de 30 ml por hectare de sementes. A desinfecçao das sementes deve ser feita mediante a imersao das sementes em soluçao de água + formol. DOENÇAS Mofo Cinzento Principal doença da mamona é causada pelo fungo Botryotinia ricini, que ataca principalmente na fase de

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floraçao, onde os fungos se fixam nos cachos jovens provocando apodrecimento dos frutos. A doença se propaga no campo pelo vento e insetos e deve-se eliminada em sua fase inicial. A doença acontece em temperatura baixas (25°C) e alta umidade do ar (80%). Controle químico pode-se feito com fungicida Rovral ou Derosal, aplicando diretamente aos cachos jovens. Para evitar o mofo cinzento deve ser: . Plantar na época certa . Plantar cultivares resistentes. . Eliminar os restos culturais contaminados. . Usar semente de boa qualidade. . Fazer rotaçao de cultura. Podridao de Macrophomia Causada pelo fungo Macrophomina phaseolina. Os sintomas caracterizam-se pelo amarelamento e murcha da planta, com necrose total ou parcial da raiz, a qual pode evoluir para o caule, tornando-o total ou parcialmente enegrecido. A doença pode aparecer com baixa umidade e com temperatura elevada. Para evitar doença deve ser: . Plantar sementes sadias. . Eliminar de restos culturais. . Utilizar cultivares resistentes. . Fazer rotaçao de cultura. Mancha bacteriana da folha Causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. Ricini. Os sintomas aparecem como manchas aguadas nas folhas cotiledonares das plantas novas, secando-as e provocando a morte dessas plantas, reduzindo a produçao. Aparecem também as manchas aguadas nas folhas e, quando aumentam, destroem completamente a folha. Causam o amarelamento da planta e sua desfolha prematura, podendo ocorrer também na inflorescencia e nos frutos, que podem secar. O desenvolvimento dessa doença é favorecido por temperaturas e umidade relativa elevadas. É transmitido pela água, pelo vento, pela semente e por restos culturais. O controle é feito através cultivares resistentes e uso de sementes sadias. Mancha de Alternaria Causada pelo fungo Alternaria ricini, provoca manchas pardas nas folhas, geralmente concentricas, que podem coalescer com a evoluçao da doença. Grandes infestaçoes podem provocar a desfolha da planta. Ataca também o fruto que fica com cor marrom-escura e pode murchar, com necrose do pedicelo e má formaçao das sementes. Para seu controle recomenda-se fungicida a base de cobre ou ditiocarbamatos (Vitavax + Thiran), diluído em 500ml de água para 100kg de sementes. Para reduçao do impacto da doença recomenda-se: . Eliminar ou reduzir inóculo inicial. . Uso de sementes certificadas e tratadas . Rotaçao de culturas. . Eliminaçao de plantas atacadas. . Uso de cultivares resistentes. . Uso de espaçamento mais aberto. . Plantio em áreas indicadas pelo zoneamento agrícola. Mancha de Corcôspora

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Causada pelo fungo Cercospora ricinella. Em lavouras adultas, os danos nao sao expressivos, mas quando ocorre em plântulas, pode causar sua morte e causar falhas na lavouras. Temperaturas e umidade relativa elevadas favorecem o ataque da doença. Os sintomas sao as manchas nas folhas, ficando com bordas escuras e o centro mais claro. Provocam desfolha das plantas, reduzindo a capacidade fotossintética, com reduçao da produçao. Murcha de Fusarium Doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. ricini, que se manifesta pelo amarelecimento, murchamento e necrose das folhas, que podem cair. A doença é favorecida por temperaturas entre 22 e 25°C. Seu controle é feito pelo emprego de sementes sadias, provenientes de campos livres da doença e eliminaçao de restos de culturas. Murcha Bacteriana Caracteriza-se pela murcha, seguindo-se a morte da planta jovem. As plantas adultas murcham, perdem as folhas, ou aparecem plantas com poucas folhas e de tamanho pequeno. O sintoma da murcha bacteriana é observado em dias quentes e secos, após períodos chuvosos. Para a constataçao dessa doença, corta-se um pequeno pedaço do caule e coloca-se dentro de um copo com água. Após de um curto espaço de tempo, observam-se fios de exsudato formado pela bactéria, saindo dos vasos cortados. Tombamento Causado por fungo que se manifesta necrosando e apodrecendo o colo das plantas jovens, provocando tombamento e morte. Controle é feito pelo uso sementes sadias e com tratamento químico de Vitavax + Thiram ou Derosal. CONTROLE DAS PLANTAS DANINHAS A mamoneira, tanto isolada quanto consorciada, é bastante sensível a competiçao causada pelas plantas daninhas, sendo crítico o período que vai da emergencia aos 60 dias do ciclo, que compreende o início da formaçao do primeiro cacho. Neste período, deve-se manter o campo livre de plantas daninhas, fazendo uso do cultivador bem superficial ( 2 a 3 cm ). Em caso de usar herbicidas, ter todo o cuidado com o pulverizador, que deve ter bicos apropriados e direcionados devendo ser utilizado seguindo rigorosamente as indicaçoes dos produtos recomendados por técnicos. O sombreamento causado pelas folhas largas da própria mamoneira diminui o desenvolvimento de plantas daninhas ao seu redor. Das experiencias já realizadas pode-se dizer que os melhores resultados em relaçao a baixa infestaçao de plantas daninhas foram observados nas lavouras em Goiás onde se fez uma passagem de niveladora e em seguida o plantio. Passados quatro dias após o plantio foi feita aplicaçao de Randup+ ou Shogun em dosagem de 2 litros/Ha. Com isso. A sanidade do campo foi mantida praticamente durante todo o ciclo da mamoneira. No caso de aplicaçao de 2,4-D, recomenda-se dosagem nao superior que 500 ml/Ha, sempre observando que a cada 100 ml usado deste, o plantio deve ser atrasado em um dia. Produtividade

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Para alcançar boa produtividade a época de plantio é fundamental (entre 5 de novembro e 10 dezembro).Veja tabela de baixo.

Época de Plantio Características Agronômicas, cv. Guarani

>Épocas de Plantio

Altura de Planta cm

Produçao Fruto Seco kg/ha

Sementes %

Produçao Sementes

kg/ha

15 Outubro

233 4.804 70,8 3.074

30 Outubro

219 4.455 71,9 3.126

15 Novembro

210 3.473 70,9 2.544

30 Novembro

191 2.970 68,4 2.035

15 Dezembro

173 2.344 66,7 1.541

30 Dezembro

152 2.123 66,4 1.440

15 Janeiro

135 1.445 64,6 995

30 Janeiro

107 886 58,2 596

Fonte: Seçao de Oleaginosas

COLHEITA

A colheita da mamona pode ser manual ou mecanizada. Para facilitar a colheita, usa-se cultivares que apresentam uniformidade na frutificaçao e na maturidade dos frutos.

COLHEITA MANUAL

Recomenda-se que a planta tenha porte variando de médio a alto, frutos semi-deiscentes e vários cachos. A colheita consiste na quebra dos cachos pelo pedúnculo, o que é facilitado quando o cacho nao está completamente seco. Quando seco, o pedúnculo murcha, e nesse caso, necessita do uso de ferramentas (facao, canivete, tesoura ou podao) para sua colheita. Para reduzir o volume do material a ser transportado para a área de secagem, é feito o desprendimento dos frutos do pedúnculo ainda no campo.

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COLHEITA MECANIZADA

A planta deve ter porte baixo ou médio, ser indeiscente e poucos cachos. Esse tipo de colheita é adequado para lavouras conduzidas dentro dos padroes tecnológicos e para variedades uniformes. A colheita pode ser feita usando-se a colheitadeira adaptada do milho e uma única vez, com os cachos bem secos e sempre durante o dia.

PALMA OLEAGINÓSA

Desde a época dos faraós egípcios, a quase 5000 anos, a palma oleaginosa tem sido uma importante fonte alimentícia para o genero humano. O óleo chegou ao Egito vindo da África Ocidental, de onde se origina a Elaeis guineensis . No começo do século XX, a palma oleaginosa foi introduzida na Malásia como uma planta ornamental e somente plantada comercialmente pela primeira vez em 1917, o que deu origem a indústria de óleo de palma da Malásia, plantada em larga escala e surgiu como o óleo mais produtivo no mundo inteiro No Brasil, chamada de " palmeira do dende ", foi introduzida pelos escravos no século XVI.

A palma é um cultivo perene. Começa a produzir frutos a partir de 3 anos, depois de semeada, tem uma vida econômica entre 20 a 30 anos. Anualmente, cada hectare de palma pode render até 5 toneladas de óleo, ou seja 10 a 12 cachos de frutos, cada um pesando entre 20 a 30 kgs e cada cacho produz de 1000 a 3000 frutos. O que representa de 5 a 10 vezes mais que qualquer outro cultivo comercial de óleo vegetal.

A palma produz um rendimento em óleo de aproximadamente 3700 quilogramas/hectare, anualmente. Em comparaçao com os rendimentos do óleo de soja 389 kg/hectare e do óleo de amendoim 857 kg/hectare, estes dois últimos sao muito baixos quando comparados com o óleo de palma.

CULTIVO

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As condiçoes climáticas na Malásia incluem um clima tropical com temperaturas que variam de 24 a 32o C bem distribuídos ao longo do ano, que é ensolarado com períodos chuvosos que é ideal para o cultivo da palma. Nas estufas, as sementes de palma sao cuidadosamente selecionadas e germinadas sob condiçoes controladas.

As áreas produtoras no Brasil sao encontradas no Pará, Amazonas, Amapá e Bahia, sendo o Pará o maior produtor de óleo de palma do Brasil e onde se concentra mais de 80% da área plantada. Nessa regiao ocorre maior flutuaçao em energia solar, temperatura do ar, umidade atmosférica ( distribuiçao das chuvas ), que é o elemento climático de maior variaçao espacial e de maior repercussao na produtividade do dende nesta regiao.

O cruzamento entre as esécies Dura fisifera ( DxP ), conhecida como Tenera, é comumente o mais plantado, As sementes germinadas sao transferidas para sacos plásticos e crescem em estufa durante no período de 12 a 15 meses antes de ser transferida para o plantio no campo.

Como já mencionado anteriormente, as palmeiras começam a gerar frutos de 30 a 32 meses após o plantio no campo e continuará sendo economicamente produtiva por mais 20 ou 30 anos.

Os cachos de frutos maduros sao colhidos em intervalos de 7 a 10 dias ao longo da vida econômica da palma. Pelça ordem, a maximizaçao da taxa de extraçao de óleo assegura a qualidade do padrao de colheita seja aplicado. Estes incluem, além da alteraçao cuidadosa em relaçao a maturidade dos frutos, até a implementaçao de colheitas circulares e a colheita dos frutos com a mínima contusao

Forma da fruta Tenera

Origem África

Crescimento 50 - 70 cm/ano

Circunferencia do tronco 355 cm

Cor da folha Verde

Produçao de folhagem 24 - 30 por ano

Altura da folhagem 6 - 8 m

Fruto maduro Amarelo dourado / vermelho

Período de incubaçao 12 - 15 meses

Início da colheita 30 meses após o plantio

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Densidade da plantaçao 136-160 palmas por hectare

Número de cachos 12 cachos/ano

Frutos por cachos 1.000 - 3.000

Peso do cacho 20 - 30 kg

Tamanho e forma do fruto 5 cm - oval

Peso do fruto 10 grs

Núcleo do fruto 5 - 8 %

Mesocarpo por frutos 85 = 92%

Óleo por mesocarpo 20 - 50%

Óleo por cacho 25 - 28%

Produçao de óleo 5 - 8 tons/hectare/ano

PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE PALMA E PALMISTE

As extratoras de fruto de palma estao bem localizadas, estrategicamente próximas as plantaçoes com o objetivo de facilitar o transporte dos frutos até a indústria de extraçao. Vários processos operacionais sao utilizados para obter o produto acabado. O primeiro passo do processamento produz o óleo bruto, extraído do mesocarpo do fruto. Este, na sua segunda fase pode ser refinado ou também fracionado usando um processo de cristalizaçao e separaçao simples onde sao obtidas fraçoes sólidas ( estearina ) e líquidas ( oleína ). O desenvolvimento da agroindústria de palma tem sido significativamente marcante, principalmente na Malásia. No Brasil as primeiras indústrias de extraçao de óleo de palma se estabeleceram no Estado da Bahia na década de 50. a organizaçao da agroindústria ocorreu mais tarde, no início dos anos 70 no Pará, onde a partir daí identificaram o cultivo do dendezeiro como a grande fonte de óleo e gordura vegetal. O Pará possui um parque industrial composto por 10 empresas, sendo este o maior produtor brasileiro, responsável por mais ou menos 85% do total do óleo de palma produzido no Brasil. Seguindo, podemos citar em ordem decrescente o Amapá, a Bahia e o Amazonas.

Descreveremos agora o processo industrial dos cachos de frutos frescos para a produçao de palma e palmiste, mencionando os produtos obtidos na extraçao, refino e fracionamento. Podemos extrair os seguintes produtos :

Óleo de palma bruto 20%

Óleo de palmiste 1,5%

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Torta de palmiste 3,5%

Cachos vazios 22%

Fibras 12%

Cascas 5%

Efluentes líquidos 50%

PROCESSAMENTO Os frutos colhidos no campo sao transportados em caminhoes e pesados na entrada da fábrica. Após, sao transferidos para a rampa ou moega de recebimento onde sao transferidos para os carros " trolleys " através de uma via de trilhos direto para o esterilizador. Os frutos sao cozidos a uma temperatura de mais ou menos 135oC sob pressao de 2 a 3 kg/cm2, por aproximadamente uma hora. Após esterilizados e cozidos os frutos passam pelo debulhador, onde ocorre a separaçao dos cachos e frutos. Os frutos sao prensados mecanicamente por uma prensa contínua para a retirada do óleo do mesocarpo carnoso. O óleo cru obtido na prensagem é transferido para o desaerador, onde sao retiradas as partículas pesadas, e depois clarificado e purificado para a remoçao de umidade, sujeira e outras impurezas. As fibras e impurezas retidas na peneira voltam para a prensagem e o óleo bruto é transferido para o tanque de decantaçao através de bomba centrífuga. Neste tanque ocorre a separaçao do óleo e da borra. O óleo é transferido para o tanque de armazenagem. A borra é processada na centrífuga e transferida para o decantador secundário, onde após separaçao do óleo é transferida para lagoas. Todo o óleo separado da borra volta para o tanque de decanraçao. A torta resultante deste primeiro processo de prensagem é processada no transportador onde ocorre a secagem da fibra. A fibra seca é utilizada como combustível na caldeira a vapor. As nozes sao polidas para retirada do resíduo das fibras. A seguir sao transferidas para o moinho quebrador. As amendoas sao separadas das cascas. As cascas sao destinadas para combustível ou matéria prima para carvao ativado. As amendoas sao armazenadas para posterior beneficiamento. As amendoas do fruto da palma sao quebradas, a seguir sao laminadas. A pasta produzida na laminaçao é cozida e prensada. O óleo bruto é filtrado no filtro prensa e a seguir transferido para o tanque de armazenagem, extraído mecanicamente ou por solvente. A torta é retirada do filtro prensa e armazenada em sacos. PROCESSAMENTO DE REFINO FÍSICO O processo clássico de refino físico continuo do óleo de palma, compreende tres seçoes: Pré-Tratamento ácido O óleo bruto é bombeado, com a vazao indicada pelo fluxômetro, passando pelo trocador de calor de placas, onde é aquecido com vapor de baixa pressao. O óleo aquecido recebe ácido fosfórico alimentado através de bomba dosadora e a mistura passa por um misturador de disco e um tanque de reaçao. Após o tempo de contato, a mistura é bombeada para o desaerador, onde o óleo é secado, desaerado e tem a temperatura controlada adequadamente ao processo de branqueamento. Branqueamento O vaso branqueador é abastecido através de um extravasor interligado ao desaerador. Um silo de terra de branqueamento, equipado com dosador automático, dosa a terra de branqueamento ao óleo. O vaso branqueador é dimensionado para dar o tempo de residencia e a agitaçao adequada, de modo a promover o contato ideal do óleo com a terra de branqueamento. A mistura é entao bombeada para um dos filtros herméticos de folhas filtrantes verticais, onde a terra de branqueamento é removida. Finalmente, o óleo branqueado passa por um dos filtros de polimento, sendo descarregado em um tanque pulmao. O

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branqueamento do óleo é feito sob vácuo de 50 torr, gerado por um conjunto de ejetores/ condensadores, acionados por vapor. Destilaçao O óleo a ser destilado é bombeado do tanque pulmao, através de um trocador de calor de placas, onde é aquecido com vapor de baixa pressao. O óleo aquecido é pulverizado em uma câmara de desaeraçao. Em seguida é bombeado através de um trocador regenerativo de calor, onde troca calor com o óleo que sai. Em outro trocador, é aquecido com fluído térmico ou vapor saturado de alta pressao, até a temperatura de destilaçao/desodorizaçao. O destilador/desodorizador, submetido a vácuo de 3 torr, possui sistemas de bandejas internas, onde o óleo percorre um labirinto, com injeçao direta de vapor. Do destilador/desodorizador, o óleo é bombeado através do trocador regenerativo, onde aquece o óleo a ser destilado, e em seguida, em outro trocador é resfriado com água. O óleo refinado, já frio, recebe uma dosagem de antioxidante, através de uma bomba dosadora e é homogeneizado no fluxo de óleo, através de um misturador estático, passando, em seguida, por um dos filtros de polimento final. Eventuais respingos de óleo do destilador/desodorizador sao coletados em um tanque, para posterior reprocessamento. Os ácidos graxos destilados sao condensados em um lavador de gases, através de um fluxo de óleo ácido que é bombeado em circuito fechado, passando por uma troca de calor. FRACIONAMENTO DO ÓLEO DE PALMA Por sua versátil composiçao em ácidos graxos e triglicerídeos, o óleo de palma, presta-se através de processamento, para a produçao de uma grande variedades de produtos. O fracionamento tira proveito das características do óleo de palma quando da fusao de triglicerídeos, produzindo oleina de palma e fraçoes de estearinas sólidas. Mais adiante, os processos de fracionamento resultam no comumente usado " double oilein " de palma fracionada ( liquida ) ou fraçao intermediária da palma, utilizada principalmente em gorduras de confeitaria industrial. O processo de fracionamento desenvolve-se de modo descontínuo, por bateladas. A quantidade de óleo a ser fracionada é pré determinada no medidor. O óleo é transferido para tanques para obter melhor rendimento térmico, pois a temperatura é controlada automaticamente. Nos tanques de resfriamento a temperatura é controlada e ajustada de acordo com o resultado do fracionamento que se deseja obter. Os tanques de resfriamento sao equipados com agitador de baixa rotaçao, cuja funçao é melhorar a eficiencia de troca térmica, nao permitir a precipitaçao a precipitaçao de eventual auxiliar filtrante e proporcionar uma distribuiçao homogenea dos cristais de estearina no volume total do tanque. Dos tanques de resfriamento, o óleo é transferido através de uma bomba para o filtro, onde os cristais de estearina sao retidos, liberando a oleína filtrada. A oleína filtrada é bombardeada para tanques de armazenamento e a estearina é aquecida e também bombardeada para outros tanques de armazenamento.

ARMAZENAMENTO E MANUSEIO DOS ÓLEOS

Sendo utilizados principalmente para a indústria de alimentos, o óleo de palma e palmiste devem ter manuseios e armazenagem adequados para que nao haja qualquer alteraçao na qualidade e propriedades do produto na entrega ao consumidor.

A garantia de qualidade é fundamental, pois esta sempre vinculada ao contrato de compra e venda.

O sistema atual de armazenagem é de múltiplos tanques cilíndricos verticais, cujas dimensoes sao determinadas por critério de projeto e o principal parâmetro é o custo da construçao.

É recomendável que tenha vários tanques de capacidade média, ao invés de um único tanque com grande capacidade.

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Todos os tanques devem ter sistema de aquecimento para facilitar e permitir o manuseio adequado do produto.

A capacidade máxima recomendada para armazenamento é a seguinte :

Produto Capacidade máx.

Óleo bruto 3.000 ton

Óleo efinado 3.000 ton

Oleina 3.000 ton

Estearina 1.000 ton

O material adequado para a construçao dos tanques é o aço carbono laminado para o óleo bruto e o aço inoxidável para o óleo refinado e fraçoes. Acessórios de cobre, latao e bronze nao sao recomendados para partes em contato com o produto. Usualmente os tanques para estocagem de produto refinado sao fabricados em aço carbono, com revestimento interno em Epoxi.

Para manter as características do produto e facilitar o manuseio as temperaturas mínimas e máximas em oC para enchimento e esvaziamento do tanque sao a seguinte:

Produto Mínima Máxima

Óleo de palma bruto 50 55

Óleo de palma refinado 50 55

Estearina 55 - 60 65 - 70

Oleina 30 55

Fraçao intermediária 40 45

Óleo de palmiste> 30 35

Oleina de palmiste 30 35

Estearina de palmiste 40 45

Temperatura mínima e máxima em oC recomendada para armazenamento e transporte:

Produto Mínima Máxima

Óleo de palma 32 40

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Estearina 40 45

Oleina 25 30

Fraçao intermediária 35 40

Óleo de palmiste 30 35

Oleina de palmiste 25 30

Estearina de palmiste 35 40

APLICAÇÕES Substituto do diesel - Pesquisas recente mostram que o óleo de palma bruto pode ser usado diretamente como combustível para acionar carros com motores adaptados. Foi constatado que a fumaça de escapamento produzida pelos motores com óleo de palma bruto era mais limpa que a dos motores com diesel. Lubrificante de perfuraçao - Uso como lubrificantes de perfuraçao contínua faz com que este se difunda quando formaçoes de rochas mais duras sao perfuradas. Nao contém compostos aromáticos e ser atóxico, possui pontos de igniçao e anilina superiores a 65oC, tornando o mesmo adequado como base em lamas de perfuraçao. Saboes - Sao uma mistura de sais sódicos de ácidos graxos, que podem ser derivados de óleos e gorduras pela sua reaçao com soda cáustica a 80o - 100o no processo conhecido como saponificaçao. O óleo de palmiste e a estearina de palma sao os mais utilizados no processo de produçao. Óleo Epoxidado ( EPOP ) - Podem ser produzidos pela reaçao do óleo de palma, estearina de palma ou oleína de palma com perácidos. EPOP sao usados como plastificadores, estabilizantes para plástico e cloreto de polivinila PVC. Ácidos graxos - MCT, Borracha, Velas, Cosméticos, Saboes, Saboes Metálicos Estéres graxos - Cosméticos, Saboes, SME, Diesel, Agroquímicos Álcoois graxos - FAS, FAE, FAES Compostos graxos de nitrogenio - Imidazolinas, Ésteres quaternários Glicerol - MG & DG

PINHÃO MANSO

Nome científico: Jatropha curcas L. Família botânica: Euphorbiaceae Outos nomes populares: Pinhao-paraguaio, pinhao-de-purga, pinhao-de-cerca, purgante-de-cavalo, manduigaçu, mandubiguaçú, figo-do-inferno, purgueira, mandythygnaco, pinhao croá. Honduras, El Salvador: Tempate EUA: physic nut, purging nut, Barbados nut França: médicinier, pignon d'Inde, purghere O pinhão pertence a família das Euforbiáceas, a mesma da mamona e da mandioca. Segundo Cortesao (1956), os portugueses distinguem duas variedades, catártica medicinal, a mais dispersa no mundo, com amendoas muito amargas e purgativas e a variedade árvore de coral, medicinal-de-espanha, árvores de

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nozes purgativas, com folhas eriçadas de pelos glandulares que segregam látex, límpido, amargo, viscoso e muito cáustico. É um arbusto grande, de crescimento rápido, cuja altura normal é dois a tres metros, mas pode alcançar até cinco metros em condiçoes especiais. O diâmetro do tronco é de aproximadamente 20 cm; possui raízes curtas e pouco ramificadas, caule liso, de lenho mole e medula desenvolvida mas pouco resistente; floema com longos canais que se estende até as raízes, nos quais circula o látex, suco leitoso que corre com abundância de qualquer ferimento. O tronco ou fuste é dividido desde a base, em compridos ramos, com numerosas cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaçao seca, as quais ressurgem logo após as primeiras chuvas (Cortesao, 1956; Brasil, 1985). Ainda de acordo com Cortesao (1956) e Brasil (1985), as folhas do pinhao sao verdes, esparsas e brilhantes, largas e alternas, em forma de palma com tres a cinco lóbulos e pecioladas, com nervuras esbranquiçadas e salientes na face inferior. Floraçao monóica, apresentando na mesma planta, mas com sexo separado, flores masculinas, em maior número, nas extremidades das ramificaçoes e femininas nas ramificaçoes, as quais sao amarelo-esverdeadas e diferencia-se pela ausencia de pedúnculo articulado nas femininas que sao largamente pedunculadas. O fruto é capsular ovóide com diâmetro de 1,5 a 3,0 cm. É trilocular com uma semente em cada cavidade, formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa, indeiscente, inicialmente verde, passando a amarelo, castanho e por fim preto, quando atinge o estádio de maturaçao. Contém de 53 a 62% de sementes e de 38 a 47% de casca, pesando cada uma de 1,53 a 2,85 g. A semente é relativamente grande; quando secas medem de 1,5 a 2 cm de comprimento e 1,0 a 1,3 cm de largura; tegumento rijo, quebradiço, de fratura resinosa. Debaixo do invólucro da semente existe uma película branca cobrindo a amendoa; albúmen abundante, branco, oleaginoso, contendo o embriao provido de dois largos cotilédones achatados.

A semente de pinhao, que pesa de 0,551 a 0,797 g, pode ter, dependendo da variedade e dos tratos culturais, etc, de 33,7 a 45% de casca e de 55 a 66% de amendoa. Nessas sementes, segundo a literatura, sao encontradas ainda, 7,2% de água, 37,5% de óleo e 55,3% de açúcar, amido, albuminóides e materiais minerais, sendo 4,8% de cinzas e 4,2% de nitrogenio. Segundo Silveira (1934), cada semente contém 27,90 a 37,33% de óleo e na amendoa se encontra de 5,5 a 7% de umidade e 52,54 a 61,72% de óleo. Para Braga (1976) as sementes de pinhao manso enceram de 25 a 40% de óleo inodoro e fácil de extrair por pressao. Segundo Peckolt (sd) este óleo, com peso específico a +19oR = 0,9094 e poder calorífico superior a 9,350 kcal/kg (Brasil, 1985), é incolor, inodoro, muito fluído, porém deixa precipitar-se a frio e congela-se a alguns graus acima de zero; é solúvel na benzina e seus homólogos, insolúvel no álcool a 96 oC e solúvel em água. Destrói-se a toxidez, aquecido a 100 oC, em soluçao aquosa com apenas 15 min. de calor. O Pinhao manso (Jatropha curcas L.) está sendo considerado uma opçao agrícola para a regiao nordeste por ser uma espécie nativa, exigente em insolaçao e com forte resistencia a seca. Atualmente, essa espécie nao está sendo explorada comercialmente no Brasil, mas segundo Carnielli (2003) é uma planta oleaginosa viável para a obtençao do biodiesel, pois produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare, levando de tres a quatro anos para atingir a idade produtiva, que pode se estender por 40 anos.

Com a possibilidade do uso do óleo do pinhao manso para a produçao do biodiesel, abrem-se amplas perspectivas para o crescimento das áreas de plantio com esta cultura no semi-árido nordestino.

Para Purcino e Drummond (1986) o pinhao manso é uma planta produtora de óleo com todas as qualidades necessárias para ser transformado em óleo diesel. Além de perene e de fácil cultivo, apresenta boa conservaçao da semente colhida, podendo se tornar grande produtora de matéria prima como fonte opcional de combustível. Para estes autores, esta é uma cultura que pode se desenvolver nas pequenas propriedades, com a mao-de-obra familiar disponível, como acontece com a cultura da mamona, na Bahia, sendo mais uma fonte de renda para as propriedades rurais da Regiao Nordeste. Além disso, como é uma cultura perene, segundo Peixoto (1973), pode ser utilizado na conservaçao do

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solo, pois o cobre com uma camada de matéria seca, reduzindo, dessa forma, a erosao e a perda de água por evaporaçao, evitando enxurradas e enriquecendo o solo com matéria orgânica decomposta. O plantio do pinhao já é tradicionalmente utilizado como cerca viva para pastos no Norte de Minas Gerais, com a vantagem de nao ocupar áreas importantes para outras culturas e pastagens e favorecer o consórcio nos primeiros anos, pois o espaçamento entre plantas é grande (Purcino & Drummond, 1986).

Óleo de pinhao manso em comparaçao com óleo diesel

Parametro Diesel Biodiesel de pinhao manso

Energia (MJ/kg) 42.6 - 45.0

39.6 - 41.8

Spec. peso (15/40 °C)

0.84 - 0.85

0.91 - 0.92

Ponto de solidificaçao

-14.0 2.0

Ponto de fulgor 80 110 - 240

Valor do cetano 47.8 51.0

Enxofre 1.0 - 1.2 0.13

Vantagens do Pinhao Manso

Entre as experiencias feitas com vegetais para uma futura substituiçao do óleo diesel como combustível, destacaram-se como plantas de alta possibilidade o pinhao-manso (Jatropha curcas L.), também conhecido como pinhao-de-purga, pinhao-paraguai, manduri-graça, mando-bi-guaçu e piao, e o pinhao-bravo (Jatropha pohliana M.), também conhecido como pinhao-branco. Tanto o pinhao-manso como o pinhao-bravo vem sendo utilizados comumete como cerca viva, mas o pinhao-manso é usado também para a extraçao de óleo que serve para a fabricaçao de sabao e como purgativo para o gado bovino. Ensaios feitos com o óleo extraído do pinhao-manso (óleo-de-purgueira), comparando-o com o diesel, deram bons resultados. Num motor diesel, para gerar a mesma potencia, o consumo de óleo-de-purgueira foi 20% maior, o ruído mais suave e a emissao de fumaça, semelhante. Considerou-se também possível o uso desse óleo nao apenas como combustível, mas também na indústria de tintas e de vernizes. Análises posteriores mostraram que o óleo de pinhao-manso tem 83,9% do poder calorífico do óleo diesel e o óleo de pinhao-bravo, 77,2%. Se o óleo de pinhao-manso for usado como substituto do diesel, o consumo será 16,1% maior; se a experiencia for feita com o óleo de pinhao-bravo, será 21,8% maior. Além disso, a torta que resta é um fertilizante rico em nitrogenio, potássio, fósforo e matéria orgânica. Desintoxicada, a torta pode também ser transformada em raçao, como tem sido feito com a torta de mamona. E a casca dos pinhoes pode ser usada como carvao vegetal e matéria-prima na fabricaçao de papel.

Vantagens: . Severo na natureza; pode crescer e sobreviver com poucos cuidados em terra marginais (de pouco fertilidade). . Crescimento rápido e planta de vida longa. . Planta de fácil de propagaçao. . Sementes nao comestíveis (tóxica), nem levadas por pássaros ou animais. . Suportou com sucesso secas em Orissa, Índia.

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. Biodiesel produzido foi testado analiticamente por DaimlerChrysler e recebeu status de promissor.

. Controle de erosao (reduçao da erosao do vento ou da água).

. Melhoria da fertilidade do solo.

. Aumento da renda para produtores rurais.

. Reduçao da saída de dinheiro das áreas rurais para os centros urbanos.

. Produçao de energia nas áreas rurais.

. A torta é muito valiosa como adubo orgânico e fertilizante.

. Planta altamente adaptável, com grande habilidade para crescer em locais pobres, secos.

Desvantagens:

. Baixa resistencia ao frio. . Má qualidade da madeira. . Sementes tóxicas. . A torta que sobra nao pode ser usada para alimentaçao animal, devido as suas propriedades tóxicas.

Como Plantar

Na natureza, temos hora para plantar e hora para colher. Para termos sucesso em nossos plantios, esta máxima deve ser respeitada. Com este objetivo, o plantio do pinhao em lugar definitivo, nós aconselhamos, caso nao seja irrigado, que se respeite a natureza. Transplantar para o local definitivo a partir da primavera até o mes de janeiro. Fazendo seu viveiro entre os meses de dezembro a março, as mudas estariam prontas para serem transplantadas, com cerca de 90 dias. Este tempo coincide com o final das chuvas na maior parte do Brasil, e o transplante nesta época nao é recomendado. Na hora de transplantar a muda, molhar bem o viveiro e fazer o arranque com as maos, nao há necessidade de torao. A muda será com as raízes nuas.Nós optamos em fazer o viveiro diretamente no solo por alguns motivos que passaremos a explicar: - Como nao existem pesquisas científicas indicando qual é a melhor maneira para a formaçao da melhor muda, optamos por esta prática por ser a mais econômica. O custo foi reduzido de 5 para 1, na implantaçao do viveiro. - Alem disto notamos na formaçao de mudas por este método, as plantas se desenvolveram de maneira extraordinária, com um crescimento maior do que as mudas em saquinhos, uma formaçao muito maior de raízes, entre outras vantagens. - Menor necessidade de irrigaçoes. Em nossos experimentos, nem uma muda morreu utilizando esta prática. A área onde será formado o pomar, deverá ser subsolado, arado e nivelado, se possível fazer a correçao de acides, usando calcário, se a analise do solo assim indicar. Ao invés de fazer covas com cerca de 70 cm, aconselhamos utilizar o subsolador com um ferro somente, e fazer a subsolaçao na linha do plantio. Após subsolado fazer a cova com uma enxada na profundidade adequada de acordo com as raízes da muda. O pinhao manso, produz em quase todos os tipos de solo drenados, até os de pouca fertilidade, mas, vale ressaltar, que nao é uma planta milagrosa, em terras boas produzirá mais. Aconselhamos, ao fazer o transplante, colocar cerca de 100 gramas de adubo,em cada cova, 04.20.20, ou outra formula acima disto. Fazendo o transplante em março ou abril, as plantas, por deficiencia hídrica, nao se desenvolverao como seria o ideal. Porém, caso queira fazer o replantio quando as mudas atingirem cerca de 60 cm de altura, e já formaram um caule lenhoso, isto acontece após cerca de 90 dias da semeadura, poderá faze-lo.

Ao replantar a muda, cortar o ponteiro da planta, deixando a muda com 30 a 50 cm de altura no máximo. Este corte do ponteiro, obriga a planta a emitir diversos brotos laterais ao caule. Estes brotos laterais farao com que a planta começe a se formar em estilo taça, que é o objetivo que pretendemos alcançar.

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Na formaçao de um plantio de pinhao, devemos atentar para que as plantas, seus galhos, sua formaçao, preencha o maior volume possível do espaço, para que quando as plantas estiverem adultas, tirando uma foto aérea, nao apareçam buracos onde se possa ver o solo. Isto nos dará a certeza que o pomar está cheio de galhos, folhas aumentando a fotossíntese e produzindo mais por hectare. O pinhão é uma planta que aceita muito bem a poda. As podas de manutençao deverao ser feitas na saída do inverno, visando conduzir a planta, ocupando possíveis espaços que possam vir a existir entre as plantas, e para manter a planta numa altura que favoreça a colheita sem necessidade de usar escadas, ou seja em torno de 2 metros de altura ,mesmo quando adultas. Em um plantio experimental, o espaçamento poderá ser de dois metros entre plantas e de tres metros entre linhas. A seu critério, pode fazer também 2x2 , 2x2,5, 3x3 metros. No nosso entender aconselhamos plantios adensados, 2x2 ou 2x2,5 metros.No nordeste e norte, sendo plantio irrigado o espaçamento poderá ser de 1 x 3 metros.

Propriedades Físicas do Pinhao Manso

A tabela da composiçao do fruto do pinhao manso indica os resultados das análises processadas em diversos lotes de sementes de pinhao-manso, oriundas de Riacho da Cruz, município de Januária, cujos rendimentos médios de óleo representam cerca de 38% do peso da semente seca.

Partes

Peso de 100 Unidades em (g)

Umidade (%)

Teor de

Óleo Base Seca (%)

Fruto inteiro

86,7 100,0 11,0 28,1

Epicarpo 22,7 26,2 14,8 -

Semente 64,0 73,8 9,5 38,1

Casca 24,1 27,8 16,2 -

Albúmen 39,9 46,0 5,6 60,8

As características fisico-químicas do óleo de pinhao-manso estao discriminadas na tabela de analise físico-química o óleo onde se apontam, a título de comparaçao, os resultados analíticos obtidos em laboratórios distintos. Ressalve-se, porém, que as amostras possuem acidez livre variáveis e, portanto, podem acarretar diferenças em suas propriedades.

Características físico-químicas Fontes de Analise

CETEC INT (19)

PORTUGAL(14)

Teor em ácidos graxos livres(como acido oléico %)

0,96 6,70 4,20

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Densidade a 25°C (g/cm3) 0,9069 0,9082 0,9205 (15°C)

Índice de refraçao a 25°C 1,4680 - 1,4728 (15°C)

Índice de saponificaçao 189,0 167,0 190,0

Índice de Iodo 97,0 109,6 98,0

Insaponificáveis (%) 1,1 2,9 -

Índice de Peróxido 9,98 - -

Ponto de Solidificaçao < -10,0 - -13,0

Cor ASTM 1,0 - -

Cinzas (%) < 0,1 - -

Poder calorífico superior (Kcal/Kg) 9,350 9,380 9,169

Peso molecular médio 866 - -

Viscosidade a 37,5°C (cSt) 31,5 27,3 -

CHN Carbono 76,89 - -

CHN Hidrogenio 11,44 - -

CHN Oxigenio 11,67 - -

Índice de hidroxila 76,6 - -

Embora o índice de iodo seja o mesmo do óleo da polpa de dende, indicativo, portanto para ambos, de uma estrutura química de mesmo grau de instauraçao, a diferença marcante entre os correspondentes óleos reside no baixo ponto de solidificaçao do óleo de pinhao-manso, inferior a 10 graus Celsius negativos, bastante diferente dos valores atribuídos aos óleos de macaúba e de dende, em torno de 15 graus Celsius positivos, aspecto que pode favorecer o emprego direto do óleo de pinhao-manso, puro ou em mistura com diesel, nos motores de combustao interna, mesmo nas regioes de clima temperado.

A tabela da composiçao química em ácidos graxos do pinhao manso mostra os valores referentes a composiçao química em ácidos graxos do óleo de pinhao-manso, determinados com base na análise por cromatografia em fase gasosa. As diferenças verificadas entre os dados obtidos em laboratórios diversos sao pouco significativas; basicamente, representam modificaçoes nos teores de ácido linoleíco, cuja estrutura e mais susceptível a alteraçoes químicas, dependendo da origem e do estado de conservaçao das sementes.

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Ácidos Graxos Pinhao - Manso Pinhao-Bravo

CETEC INT (19)

INT (19)

Acido Pamítico 14,3% 15,5% 13,5%

Acido Palmitoleico 1,3% - -

Acido Esteárico 5,1% 5,4% 6,2%

Acido Oléico 41,1% 44,2% 22,9%

Acido Linoleico 38,1% 34,9% 57,4%

Acido Linolenico 0,2% - -

Ácidos Saurados 19,4% 20,9% 19,7%

Ácidos Insaturados 80,6% 79,1% 80,3%

Além das vantagens apresentadas, que certamente colocam o pinhao-manso entre as oleaginosas mais promissoras, as variaçoes de acidez nas sementes sao pouco expressivas, mesmo nos períodos longos de armazenamento. Com efeito, sementes condicionadas em sacos, durante mais de 1 ano, por moradores de Riacho da Cruz, apresentaram acidez livre inferior a 6%. Por outro lado, a manutençao de graos recem coletados em dessecadores por períodos até 6 meses nao implica em alteraçoes substanciais do grau de acidez das amostras, cujo teor em ácidos graxos livres foi sempre inferior a 2%. A preservaçao das sementes do pinhao-manso durante longos períodos de tempo constitui efetivamente, num dos aspectos mais favoráveis da euforbiácea, o que resultará em menores custos de sua produçao agrícola, certamente bem inferiores aos de outras culturas oleaginosas, como dende ou macaúba, cujos frutos sao rapidamente deterioráveis, motivo por que se exige seu processamento no máximo 48 horas após a coleta. A auto-oxidaçao do óleo de pinhao-manso durante a estocagem pode, contudo, ser acelerado por açao de calor, oxigenio ou traços de metais pesados, e de seus cátions, comumente presentes nos materiais empregados na fabricaçao dos tanques de armazenagem, o que pode conduzir ao desenvolvimento de reaçoes laterais, como a formaçao do aldeídos saturados, por exemplo, hexanal , heptanal ou nonanal, ou de compostos corrosivos. Por tais razoes, os estudos preliminares devem ser conduzidos também para avaliar e minimizar, talvez por adiçao de inibidores, os efeitos da auto-oxidaçao dos óleos instaurados. Sem considerar o pericárpio do fruto, cujo aproveitamento para geraçao de vapor nas caldeiras irá atender as necessidades energéticas na fase industrial de processamento das sementes, a torta residual, representada pela casca e albúmen da semente, terá emprego direto como fertilizante de qualidade ímpar, tendo em vista os índices elevados de nitrogenio, potássio e fósforo, em quantidade pouco vistas em outros concentrados naturais.

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No caso da separaçao da casca da semente durante a fase industrial, talvez seja mais conveniente usar a própria casca como insumo calorífico, em vista do seu alto teor de lignina reservando-se a torta do albúmen e também as cinzas da carbonizaçao para a fertilizaçao dos campos cultivados de pinhao-manso.

Constituintes Casca Albúmen Semente

Cinzas 8,40 6,73 7,36

Extrativos 2,60 24,41 16,19

Proteína 7,80 56,88 38,38

Fibra 53,52 4,33 22,88

Lignina 36,72 0,63 14,23

A tabela de analise inorgânica das cinzas mostra os resultados obtidos nas análises de elementos inorgânicos presentes nas cinzas do fruto, e chamando a atençao para os teores bastante elevados de fósforo e potássio, além da incidencia, também significativa, de cálcio e magnésio, elementos nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento vegetativo da planta.

Constituintes Inorgânicos

Torta de Semente Integral

Torta de Alúmen

P2O5 30,6 44,2

SiO2 1,3 0,2

Na2O 1,3 0,4

K2O 31,5 32,5

Cao 11,5 9,3

MgO 16,8 6,6

Outra possibilidade seria aliviar a possível toxidez da torta e utilizá-la para o balanceamento de raçoes animais, através de técnicas a serem pesquisadas, tendo em vista o seu alto teor protéico. No caso do pinhao, a torta representa 39,2% se considerar a semente sem casca; ou 61,81 com semente integral. A torta obtida a partir do albúmen contem em torno de 57% de proteína bruta, acrescida de carboidratos,

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lipídeos, sais minerais e vitaminas. Ao lado do aspecto puramente quantitativo e importante que se atento para a qualidade da proteína, determinada por sua composiçao em aminoácidos, tornando-se a torta obtida do albúmen, de baixo teor de fibra, de emprego potencial na raçao de monogástricos, inclusive o homem.

As principais características químicas de uma série de óleos vegetais, extraídos de espécies nativas, sao apresentadas na tabela das características químicas de óleos vegetais nativos, que ordena os diferentes óleos segundo o grau de instauraçao.

Características Químicas de

óleos vegetais

Indaiá - Rasteiro

(Amendoa)

Dende (Amendoa)

Mamona (Semente)

Pinhao (Semente)

Cotieira (Amendoa)

Índice de Iodo (Wijs)

16 18 85 97 125

Índice de Saponificaçao

255 248 187 189 197

Índice de Peróxido

3,0 2,1 2,0 10,0 16,2

Índice de Acidez 1,0 1,2 0,2 2,0 0,4

Numero de Hidroxila

- - 157,0 76,6 12,0

Insaponificáveis (%)

0,5 0,8 0,5 1,1 1,2

Peso Molecular 677 706 924 866 837

PRODUÇAO E PRODUTIVIDADE

A produtividade do pinhao manso varia muito, em funçao da regiao de plantio, método de cultivo e tratos culturais, idade da cultura, bem como da quantidade de chuva e da fertilidade do solo. Segundo Brasil (1985), em espaçamento 3x3, o rendimento anual de óleo pode atingir de 3,0 a 4,0 t/ha. Para Carnielli (2003), o pinhao manso produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare/ano. Adam (1953) apresenta um rendimento de 4 a 5 kg de frutos por planta e Peixoto (1973) afirma que o rendimento dessa cultura varia de 500 a 1.200 kg de sementes limpas por hectare. Já Purcino e Drummond (1986) observaram, em Minas Gerais, numa área de baixada irrigada com boa fertilidade, onde havia antes um bananal, que o pinhao começou a produzir logo no 2o ano, atingindo 2.000 kg/ha de sementes. Para esses autores, o potencial de produçao do pinhao em semente ficou evidenciado, todavia, pelas produçoes das melhores plantas, 6.468 e 6.373 kg/ha no 1o ciclo de colheitas.

Expectativa de produçao:

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Ano Produçao estimada kg/hectare

1o Ano 250

2o Ano 1.000

3o Ano 2.500

4o Ano 5.000

5o Ano 8.000

6o Ano e posteriores 10.000

CLIMA E SOLO

Apesar de pouco exigente em condiçoes climáticas e solo fértil, adaptando-se facilmente a variadas condiçoes, o pinhao manso deve preferencialmente ser cultivado em solos profundos, bem estruturadas e pouco compactados para que o sistema radicular possa se desenvolver e explorar maior volume de solo, satisfazendo a necessidade da planta em nutrientes. Devem ser evitados os solos muito argilosos, rasos, com umidade constante, pouco arejados e de difícil drenagem (Peixoto, 1973; Brasil, 1985).

Preparo do solo, adubaçao e calagem

O solo deve ser preparado com arado, de preferencia de aiveca, devido ao melhor revolvimento e enterrio das sementes das plantas daninhas, sendo em seguida nivelado por uma grade leve que nao seja aradora. O solo pode ser preparado seco ou no ponto da friabilidade, dependendo de sua textura e estrutura. Em solos ácidos, com pH abaixo de 4,5 as raízes do pinhao nao se desenvolvem, sendo necessário a realizaçao de calagem com base na análise química do solo, a qual indicará a quantidade de calcário, gesso, macro e micronutrientes necessários para satisfazer a exigencia da cultura. A calagem deve ser realizada cerca de 3 meses antes do plantio, com o calcário incorporado a uma profundidade de até 20 cm do solo, em duas aplicaçoes, antes da araçao e quando da gradagem específica para a correçao do solo (Peixoto, 1973). A adubaçao deve seguir as recomendaçoes da análise química completa do solo, incluindo o teor de matéria orgânica (M.O.% = N% x 20). Segundo Brasil (1985) o aproveitamento dos resíduos da extraçao do óleo como adubo orgânico nos plantios desta euforbiácea, além de enriquecer o solo com matéria orgânica, incorpora significativa quantidade de nitrogenio, fósforo e potássio, contribuindo para manter um nível de produtividade mais regular da cultura e diminuindo o consumo de fertilizantes químicos. Para esse autor, a adubaçao verde com leguminosas é outro procedimento recomendado para a fertilizaçao dos campos cultivados com o pinhao manso, pois de modo geral fornecem altos rendimentos por unidade de área plantada, fixando o nitrogenio atmosférico e transferindo aos solos, por decomposiçao orgânica, os nutrientes essencias como fósforo, cálcio ou enxofre além do nitrogenio.

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O pinhao pode ser reproduzido via sexuada ou multiplicado por estacas. Em ambos os casos, a seleçao das matrizes deve ser rigorosa, escolhendo-se as melhores plantas. De modo geral, as plantas oriundas de sementes sao mais resistentes e de maior longevidade, atingindo idade produtiva após quatro anos, enquanto as provenientes de estacas sao de vida mais curta e sistema radicular menos vigoroso, mas começam a produzir no segundo ano. Quando obtida por via sexual, em boas condiçoes de produçao, a longevidade desta euforbiácea é de 30 a 50 anos, podendo viver até mais de um século (Cortesao, 1956; Peixoto, 1973). Cultivo por sementes

As sementes utilizadas na disseminaçao devem provir de plantas robustas e saudáveis, dotadas de boa produtividade. O sistema de propagaçao em viveiros é mais racional e deve ser o recomendado, pois estando sujeita a melhores cuidados nos primeiros 2 anos certamente irá a planta adquirir maior resistencia e possuir melhor conformaçao.

Cultivo por estacas

O plantio por estacas, embora tecnicamente nao seja o mais recomendado, é, contudo, o preferido por muitos agricultores, devido a maior simplicidade e economia. Estas devem ser cortadas dos ramos lenhosos com um ou dois anos, em plantas isentas de pragas e doenças, utilizando-se ferramentas afiadas para evitar o esmagamento dos tecidos e voltando a estaca para cima para que o látex coagule em volta do golpe, onde surgirao as primeiras raízes. Para o exito do plantio as estacas devem ser retiradas dos ramos mais próximos da base do caule, ladroes ou rebentoes, sendo preferidos os ramos nao muito grossos, retos, de entrenós curtos, casca lisa, acinzentadas e brilhantes, com 40 a 50 cm e comprimento. As sementes e estacas devem ser mantidas na sementeira até alcançarem cerca de 8 a 12 cm de altura, quando passam da fase herbácea para lenhosa, para serem levadas para o viveiro ou diretamente para o campo de cultivo. Segundo Cortesao (1956) e Peixoto (1973), na propagaçao do pinhao também pode ser utilizada a enxertia, seguindo as normas de borbulhia e garfagem estabelecidas para as demais plantas. Utiliza-se o sistema de garfagem para aproveitar plantas de baixa produçao com garfo de outra com produtividade elevada.

Plantio e espaçamento entre plantas

Após limpeza do terreno com incorporaçao da vegetaçao existente e solo devidamente preparado, realiza-se a abertura das covas nas dimensoes usuais de 30 x 30 x 30 cm, adotando-se o espaçamento de 2 a 5 m, em todos os sentidos, de acordo com a fertilidade e condiçoes físicas do solo, condiçoes climáticas e modo de conduçao das plantas.

Dependendo do espaçamento utilizado podem-se selecionar plantas, arrancando as de baixa produtividade para aumentar a área de exploraçao das demais ou enxertando com material das mais produtivas. O plantio pode ser em xadrez, quadrado ou em outra forma. Pra cercas vivas, o espaçamento deve ser de 20 a 50 cm entre as sementes ou estacas que sao preferíveis (Cortesao, 1956; Peixoto, 1973). A semeadura e o plantio definitivo tem a grande vantagem de evitar traumatismo nas raízes, o que repercute durante todo o ciclo da planta, todavia, requer constante vigilância das plantinhas contra pragas e doenças, além da necessidade de constantes capinas, até as plantas serem capazes de suportar a competiçao das ervas daninhas por água, luz e nutrientes. No viveiro, as mudas dispensam todos os cuidados exigidos pelas mudas no campo, mas sofrem o danoso traumatismo nas raízes.

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O plantio das estacas é feito nas covas, enterrando-as até 20 cm de profundidade, ligeiramente inclinada na direçao nascente-poente, firmando bem a terra a sua volta. O plantio de raiz nua ou em bloco pode ser imediatamente após o preparo da cova, desde que a muda fique com o colo ou nó vital a 4 ou 6 cm acima do nível do solo. Após o pegamento das mudas procede-se a adubaçao conforme a análise química, incorporando a mistura de fertilizantes aos primeiros 5 ou 10 cm da cova. Repete-se essa adubaçao após seis meses. Após esse período a adubaçao deve ser feita uma vez ao ano, sempre seguindo a recomendaçao do laboratório (Peixoto, 1973). A melhor época para o plantio é no início das primeiras chuvas, para assegurar bom desenvolvimento das plantas.

No entanto, quando se dispoe de água para irrigaçao, o plantio pode ser feito em qualquer época.

Tratos culturais

Pragas e Doenças

Apesar de se tratar de uma planta rústica, deve-se manter o terreno sempre livre de plantas daninhas, principalmente em volta das plantas, pois a concorrencia daquelas em água, ar, luz e nutrientes pode prejudicar e atrasar o desenvolvimento do pinhao, além de abrigar pragas e/ou insetos transmissores de doenças. O espaçamento permite que sejam feitas capinas mecanizadas ou com traçao animal, até mesmo quando em consórcio com outras culturas, o que deve ser feito com a finalidade de reduzir custos com a cultura principal. O cultivador a traçao animal pode ser utilizado no espaçamento de 70 x 90 cm, permitindo o consórcio, nos primeiros anos, de milho, feijao, amendoim, entre outras. O pinhao é uma planta pouco atacada por parasitas, mas tem sido verificadas algumas ocorrencias como as apresentadas a seguir:

Saúva (Atta sexdens rubropilosa)

Se o terreno era de mata, tendo formigueiros de saúva, retirando-se a cobertura original e plantando-se o pinhao a formiga saúva poderá atacar com intensidade, cortando as plantinhas novas. Os formigueiros devem ser combatidos antes do plantio. Em áreas extensas, devem-se deixar faixas de 10 a 20 m de largura, em relaçao a curva de nível, com vegetaçao primitiva, para um melhor equilíbrio ecológico. A faixa da cultura poderá ter entao 80 a 100 m de largura, entre as faixas de vegetaçao nativa. Formiga "Rapa-rapa"

Alimenta-se da casca da estaca ou da muda da planta. Podendo matá-la. Mas, assim como a saúva, prefere oytras plantas. Seus ninhos sao fáceis de ser destruídos, pois sao muito superficiais. Ácaro-branco (polyphagotarsonemus latus)

A planta atacada paralisa seu crescimento, ficando suas folhas branca prateadas. Aparece em focos, formando reboleiras. A Aparece em focos, formando reboleiras. A aplicaçao de enxofre em pó nas plantas afetadas, logo que a planta aparece, controla-a bem. Esta aplicaçao deve ser feita ao amanhecer, sem ventos, ou malhando-se as plantas primeiramente com pulverizaçao de água pura, principalmente os brotos terminais da planta. Ácaro Vermelho (Tetranychus sp.)

Com corpo avermelhado, tem menos importância, ocorrendo em geral em folhas maduras do pinhao. A aplicaçao do enxofre em pó é também eficiente para o controle dessa praga.

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Trips (Selenothrips rubrocinatus)

Suas larvas sao avermelhadas e caracterizadas pela gotícula de uma excreçao vermelha sempre apensa ao extremo do abdômen da larva. Formam colônias bem visíveis a olho nu. O adulto é preto, de formato típico de um trips, corpo fino, de movimentos rápidos. Oídio (Oidium sp)

Fungo que forma, nas partes verdes do pinhao, uma cobertura branca, em forma de p; em Graos Mogol foi encontrado secando o broto terminal da muda, mas em geral nao prejudica a planta. A aplicaçao de enxofre em pó é também uma boa medida de combate.

Cupins

Esta praga pode matar a planta em qualquer idade. Destrói a casca na regiao basal do caule,a qual apodrece, caindo o tronco da planta ao chao. A aplicaçao de aldrin 5% ou produto semelhante, na cova, deve ser feita nas regioes da muda, com uma pasta feita de sulfato de cobre, cal-virgem e aldrin, será de grande utilidade.

Colheita e Beneficiamento

O pinhao manso inicia a produçao já no primeiro ano. É aconselhável fazer suas mudas em viveiro nos primeiros meses do ano e fazer o transplante para o local definitivo no inicio das chuvas na primavera. A produçao no primeiro ano pode alcançar até 500 quilos por hectare, dependendo de condiçoes locais, de clima e de solo. No segundo ano a produtividade aumenta para cerca de 1.500 quilos por hectare, passando para aproximadamente 3.000 quilos no terceiro, subindo para cerca de 5.000 a partir do quarto ano.

Nao encontramos até o momento outra maneira para a colheita que nao seja a manual. O ponto ideal de colheita é quando o fruto começa a mudar de cor, de verde para amarelo. Temos ouvido em nossas andanças por este Brasil afora diversas opinioes sobre métodos de colheita, tais como colocar uma lona no solo e vibrar a planta. Vale lembrar que utilizando este método cairao frutos verdes também, alem de flores. Usar o sistema guarda chuva identico ao usado na europa para a colheita da azeitona, causando o mesmo problema. Aguardar que todos os frutos amadureçam, daí usar a lona e vibrar a planta. É bom lembrar que o pinhao manso é uma leguminosa, e todas as leguminosas nao aceitam por diversas vezes períodos de umidade intercalados com períodos de seca, sob pena de aumento da acidez do óleo. Este método poderá ser usado em determinados meses e algumas regioes do Brasil, nos periodos de inicio de seca. Somente para exemplificar, a soja após atingir o ponto de colheita, se tomar duas ou tres chuvas inicia um processo chamado de ardencia, ou seja, inicia um processo de aumento de acidez de seu óleo. Com o pinhao manso nao é diferente.

Outras Espécies de Jatropha

Jatropha pohliana (Pinhao-bravo)

Variedades:

. molíssimo Muell. Arg.

. subgrabla Muell. Arg.

. velutina Pax e Hoffm Encontrado em todo o nordeste brasileiro; arbusto lenhoso, folhas longo-pecioladas, orbiculares, palmatilobadas, pubescentes, de bordas espinhosas; inflorescencia em cimos; flores amarelo-esverdeadas com raias vermelhas; fruto deiscente em cápsula com 3 lóculos, com 3 sementes elípticas, oleaginosas, de dimensoes inferiores as do pinhao-manso, pesando cada semente cerca de 0,38g.

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Jatropha gossypifolia Linn. (Pinhao-roxo)

Habita o nordeste e sudoeste do Brasil. Em Minas Gerais, sua ocorrencia é nativa, sobrevivendo e propagando-se espontaneamente junto a vegetaçao natural, sendo encontrado em locais onde o pinhao-manso nao prospera; arbusto mais frágil, de folhas glabras e pecioladas, palmadas, lobadas, margens ciliadas ou glandubíferas, 3-5 partidas ou 3-5 lobadas, com segmentos ovadas, pontiagudos, denticulados ou inteiros; as folhas recentes sao avermelhadas; flores violáceas, inflorescencia em cimeiras, cápsula ovóide e sub-globosa, com 3 lóculos contendo 3 sementes oleaginosas, também de dimensoes inferiores as do pinhao-manso; propriedades purgativas mais intensas que o pinhao-manso.

Biodiesel do Óleo de Pinhao-manso

O pinhao-manso (pinón de leche) é uma planta originária da América Latina, da família das Euforbiáceas de nome científico Jatropha curcas. Encontra-se distribuído em toda a geografia nacional, onde cresce espontaneamente e é utilizado para a cura de diferentes enfermidades. O que a maioria dos habitantes deste país, como de outros países do continente, nao sabe é que das sementes deste arbusto se obtém o melhor óleo, conforme dizem os cientistas, superior ao óleo de mamona para ser usado como combustível, em substituiçao ao diesel. O pinhao-manso é uma pequena árvore que alcança uma altura de 3 a 5 metros, com a vantagem que se desenvolve e produz bem em solos marginais, onde virtualmente nenhum outro cultivo poderia desenvolver-se. Resiste a falta de água, desenvolvendo-se em zona de muito baixa pluviometria (menos de 400 mms de chuva por ano). Pode-se semear por semente ou por via vegetativa (estacas), quando a planta é obtida por semente demora dois anos para produzir a primeira colheita. Semeado por estacas a primeira produçao se obtém no mesmo ano, com a vantagem de que a planta nao sofre variabilidade pela possibilidade de cruzamento com outras plantas. A Índia é o país que mais trabalhou com esta oleaginosa e ao mesmo tempo com o uso do óleo nos automóveis. Os grandes empresários agropecuários indianos destinam para a semeia deste cultivo todas as terras improdutivas de suas propriedades, com a finalidade de colher suas sementes e obter seu óleo. Toda a produçao de óleo é armazenada e utilizada como combustível das maquinarias agrícolas e de transporte, da agroempresa durante o ano todo. É uma grande economia que se obtém, além da independencia do uso de combustível que é quase todo um produto importado. Os países da África estao enfrentando a desertificaçao intensa que sofrem com estas pequenas árvores, que há apenas alguns anos eram utilizadas somente na medicina natural, plantadas muito juntas umas das outras nos muros de seus prédios, e as que crescem espontaneamente por toda parte. Existem projetos nas zonas mais afetadas pelo problema da desertificaçao em muitos dos países africanos, cuja única finalidade é enfrentar o avanço do deserto. Com este novo uso do pinhao, estes projetos, além de enfrentar um problema muito nocivo como é o avanço do deserto, também enfrentará com sucesso a falta dos combustíveis para o transporte e agropecuária. Os brasileiros durante décadas estiveram pesquisando com o etanol obtido da cana de açúcar, para substituir a gasolina ou utilizá-lo na mistura com este combustível. Ultimamente desenvolveram grandes plantaçoes no nordeste do país com mamona, da qual extraem seu óleo para utilizá-lo como biodiesel. Neste momento estao focando toda sua atençao no pinhao-manso, pela excelente qualidade do óleo que se obtém desta planta e pela mínima exigencia que apresenta quanto a solo e necessidade de água. Comprovou-se que tem mais resistencia a seca, assim como também a pobreza dos solos que a mamona, por isso está sendo utilizando em muitos países para enfrentar a desertificaçao, como mencionamos anteriormente. Pesquisadores brasileiros estao percorrendo vários países da América Latina, com a finalidade de obter sementes desta planta em toda sua variabilidade, para realizar testes em seu país sobre rendimento de óleo, maior adaptabilidade a solos pobres ou marginais, maior resistencia a seca e outras características

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adicionais. Com as variedades estudadas, os geneticistas poderiam obter cruzamentos e híbridos que dariam como resultados híbridos de alta produtividade de sementes, que ao mesmo tempo tenham um alto conteúdo de óleo. Os brasileiros seguem na dianteira das investigaçoes, com a finalidade de obter substitutos para os combustíveis fósseis, altamente poluentes para o meio ambiente, causando a destruiçao da camada de ozônio e aumento do efeito estufa. Está comprovado que a poluiçao do biodiesel é muito mínima e a emissao de CO2 que produz, pode ser reciclada nas grandes plantaçoes de pinhao, sem aumentar seu conteúdo no ambiente, como é o caso dos combustíveis fósseis. Outra vantagem do biodiesel é que é uma fonte segura para cada país, que sem muitos problemas poderiam ser auto-suficientes, já que diferentemente dos combustíveis fósseis, é uma fonte renovável. Pode-se semear esta planta em toda a geografia nacional. Aqueles terrenos onde as más práticas utilizadas pelos agricultores deterioraram as qualidades físicas e químicas, tornando-os imprestáveis para a agricultura, podem ser bem aproveitados na exploraçao do pinhao-manso. Resiste como assinalamos em princípio a baixa pluviometria, por isso seria apropriado as zonas áridas do Sul. Também se adapta bem as zonas chuvosas do leste e a parte central do país. A poda é importante como para toda árvore ou arbusto que produz frutos e sementes que gera muitos ramos laterais, para aproveitar bem a luz solar e ao mesmo tempo produzir abundante floraçao e entao, a obtençao de frutos e sementes. Além de manter este arbusto o menor possível, é importante para fins de colheita, nesse caso, manual. Mais importante ainda para a realizaçao da mecanizaçao da colheita, para a qual é necessário manter a plantaçao com baixa altura, além de o mais uniforme possível. Países da América Latina que desenvolvem projetos com o pinhao-manso: México, Nicarágua, Belize e Brasil. No continente africano temos: Etiópia, Egito, Burkina Faso, Moçambique, Tanzânia, Sudao e virtualmente todos os países desse continente. Na Ásia estao trabalhando com esta oleaginosa: Nepal, Índia, China, Camboja, Indonésia, Laos, Madagascar e outros países.

Produçao de óleo por hectare O conteúdo de óleo de cada semente é de 35% a 37%. Isto significa que possui menor percentagem de óleo que a palma africana, a mamona, a árvore tung e outras oleaginosas. Entretanto, sua resistencia a condiçoes impróprias para qualquer cultivo, como, por exemplo, sua adaptabilidade a terrenos salinos, desérticos, pobres ou marginais, de pH extremos, faz desta planta a ideal para obter o biodiesel em zonas improdutivas. Também sua presença em zonas de forte aridez protege o solo contra a erosao eólica e hídrica, atrai a presença das chuvas, e enfrenta com eficácia a desertificaçao. Um hectare de terreno (16 tarefas) pode produzir de 6-8 toneladas métricas de sementes de pinhao. A mesma extensao semeada de mamona produz de 3-5 toneladas métricas de sementes. Traduzindo estas cifras em litros de óleo, teríamos de 2,100 a 2,800 no caso do pinhao-manso, e a mamona teria uma produçao de 1,200 a 2,000 litros por hectare. Ambos os cultivos sao promissores quanto a produçao de biodiesel e acima de tudo porque permite obte-lo, sem diminuiçao da extensao de terrenos agrícolas produtoras de alimentos, porque ambos os cultivos sao adaptáveis a terrenos marginais, totalmente improdutivos.

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AMENDOIM

Classificaçao botânica

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Uma planta dicotiledônea, da família Leguminosae, subfamília Papilonoideae, genero Arachis. As espécies mais importantes do genero sao A. hypogaea L., A. prostrata Benth e A. nhambiquarae Hoehne. As variedades cultivadas pertencem a primeira espécie.

História

Quando chegaram ao Brasil, os colonizadores lusos aqui já encontraram a cultura do amendoim, originária desta terra, que os índios plantavam e consumiam e que hoje é responsável por grande parte dos Óleos comestíveis que produzimos. Da produçao total Sao Paulo respondia por 70%, principalmente as regioes da Alta Paulista e da Alta Sorocabana. As sementes de amendoim proporcionam elevada rentabilidade de óleo de fácil digestao (45 a 50%), possuindo altos teores de vitaminas.

Utilizaçao

O amendoim (cientificamente, Arachis hypogaea L.) é uma leguminosa com processo especial de frutificaçao, denominado geocarpia, em que uma flor aérea, após ser fecundada, produz um fruto subterrâneo. Suas flores sao amarelas, agrupadas em número variável ao longo do ramo principal ou também dos ramos secundários, conforme a variedade ou o tipo vegetativo. Todas sao potencialmente férteis e hermafroditas, autógamas, com baixa porcentagem de cruzamentos naturais. Seu período de florescimento é bastante dilatado, havendo épocas de aparecimento de maior número delas, e seu fruto (ou vagem) para a Botânica é um legume. Dependendo das condiçoes ou das características de variedades, a vagem pode apresentar lojas sem sarnentos ou com sementes atrofiadas. Na variedade roxa (tipo vegetativo valencia) é uma peculiaridade a ocorrencia de uma loja vazia em grande número de vagens. As sementes, provenientes dos óvulos, constituem a parte de maior interesse econômico, devido ao seu elevado teor de óleo comestível, ultrapassando 40% em algumas variedades. O óleo do amendoim é de fina qualidade, tal como foi classificado por Lewkowitsh em comunicado a Sociedade de Química Industrial de Londres. Preparado com toda a técnica moderna conserva-se perfeitamente bem, nao ficando rançoso com facilidade, como acontece com o azeite de dende e outros óleos. A vantagem que temos na produçao do óleo resulta da facilidade na obtençao da matéria prima. Em nosso país, até final da década de 80, o amendoim se comportou muito bem e o aumento progressivo do consumo do óleo tem impelido muitos lavradores a optar por sua cultura. A elevaçao do consumo vem sendo registrada mesmo nas naçoes tradicionalmente consumidoras de azeite de oliva. É geral a opiniao de que o óleo de amendoim é de fácil digestao e por isso recomendada as pessoas portadoras de moléstias do aparelho digestivo. Seu valor nutritivo equivale ao de outras gorduras empregadas na alimentaçao, sejam vegetais ou animais. As vitaminas B-1 e B-2 tem sido encontrada em proporçoes considerável no amendoim cru, e acredita-se que existam também no óleo. Com relaçao as vitaminas A e D, as tabelas em geral acusam ausencia absoluta ou no máximo ligeiros indícios, o mesmo ocorrendo com relaçao a outros óleos. A vitamina E, responsável pela reproduçao, é a que entra em maior concentraçao no óleo do amendoim. Para conseguir óleo de boa qualidade e também bom rendimento o amendoim deve ser maduro e seco. Quando colhido antes do momento apropriado dá um óleo de má qualidade e rico em ácidos graxos livres, cuja correçao, para sua entrega ao consumo, é muito cara. O óleo extraído das sementes descascadas, sem película e sem embriao se mostra mais puro e de maior valor comercial. Além do emprego na alimentaçao, utiliza-se o óleo do amendoim na indústria pesqueira para cozimento de sardinhas. Convenientemente refinado para obtençao de maior pureza, é usado para fins medicinais e farmaceuticos, principalmente como veículo para emulsao de produtos injetáveis. O óleo de segunda, nao refinado, serve como combustível das lâmpadas dos mineiros. Quando neutro, usa-se como lubrificante. É também excelente matéria-prima para a indústria de saboaria.

Farelo de amendoim: Após a extraçao do óleo, obtém-se do amendoim, como subproduto de elevado

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valor comercial, a torta. A riqueza nutritiva das tortas depende em geral da qualidade das sementes e do método utilizado na extraçao do óleo. Se as tortas provem da extraçao pelo método a frio, tornam-se mais nutritivas do que as conseguidas pelo aquecimento ou com o uso de solventes.

Clima e Solo

Dentre os muitos fatores que influem na produçao do amendoim, destacam-se como os mais importantes o clima e o solo. Muitas regioes do Brasil apresentam condiçoes tao boas que podem ser obtidas duas colheitas por ano. O amendoim se desenvolve bem nos climas quentes. Os Estados de Sao Paulo, Goiás, Mato Grosso e 'Paraná tem climas propícios a cultura, já que possuem calor e umidade suficientes. Para um bom rendimento e boa qualidade o amendoim requer, durante o seu desenvolvimento, temperatura constante, um pouco elevada, e suprimento uniforme de umidade, principalmente no período de frutificaçao. Na época da colheita e da secagem é necessário que o tempo esteja seco para evitar a germinaçao das sementes.

Além do clima, o solo constitui um fator importante para esta cultura. O amendoim pode ser cultivado com exito em quase todos os tipos do solo, desde que férteis. Todavia, o mais apropriado é o leve, de boa fertilidade, bem drenado, que nao encharca com as chuvas. Em terras desse tipo, o ginóforo (ou esporao, como dizem os lavradores de Sao Paulo), que nada mais é do que o prolongamento do ovário da planta com o fruto penetra facilmente chao e as vagens se desenvolvem normalmente.

A terra arenosa é a mais indicada para esta cultura e no Brasil este tipo de solo se encontra em mais de 80% das culturas. Nas zonas onde predominam a terra roxa misturada ou a terra roxa o amendoim é plantado em menor escala, embora tais tipos sejam apropriados. Nas regioes de solo massapé planta-se muito pouco amendoim, já que é menos recomendado para essa cultura. Trata-se de solo pesado, prejudicando a produçao devido ao fato de que a penetraçao dos esporoes e o arrancamento dos frutos se tornam difíceis.

Preparo do solo

As muitas dificuldades ainda existentes para que o lavrador possa fazer um bom preparo do solo antes do plantio leva a improvisaçao que nem sempre dá bons resultados. Novas técnicas de exploraçao agrícola sao elementos promissores para futuro breve.

Na cultura do amendoim, dentre as diferentes práticas, destaca-se, pela sua importância, o preparo do solo que, se bem feito, facilitará também outras medidas exigidas pela cultura. A terra dura opoe resistencia a penetraçao das raízes que sao finas e volumosas, impedindo uma absorçao perfeita dos fertilizantes. Também a capacidade de armazenamento de água fica bastante reduzida. As lavras superficiais e sem cuidado podem causar a ruína da cultura. Uma terra mal trabalhada, embora bem adubada o com sarnentos de boa qualidade, nao produzirá o máximo de sua capacidade e o pouco que der sairá muito caro. Geralmente, uma só araçao é insuficiente, sendo necessárias duas, pelo menos. Uma delas podo ser efetuada no fim das chuvas, em maio mais ou menos; e a outra cerca de trinta dias antes do plantio. É importante na lavra a profundidade a ser atingida pelo bico do arado.

Só a araçao nao completa o bom preparo da terra. Outros trabalhos sao indispensáveis como a gradeaçao, para nao deixar torroes, e a boa pulverizaçao do solo. Isso, realizado em época oportuna, destrói, as ervas daninhas que surgem após a lavra, permitindo também os trabalhos mecânicos futuros de riscamento, semeaçao e cobertura das sementes. Um detalhe dispensável, mas de grande efeito, é a passagem de um rolo compressor no terreno depois da gradeaçao e antes do riscamento. Com isso, o solo ficará mais úmido, o que posteriormente fará com que as raízes após a germinaçao se fixem e consigam elementos para a subsistencia da nova planta. Mas nao é apenas o solo bem lavrado que assegura ao agricultor uma boa colheita, do ponto de vista econômico.

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Para se conseguir exito total na cultura é preciso saber se o solo contém elementos minerais suficientes para alimentar normalmente a planta. Uma análise da terra poderá revelar a sua riqueza em elementos químicos essenciais a vida vegetal. Para isso o agricultor efetuará análise da terra que informará qual a sua porcentagem em elementos úteis e aconselhará a melhor adubaçao, dependendo do tipo de cultura a ser feita.

O descanso do terreno, após o período de cultura, é de muita importância para proporcionar ao solo condiçoes de recuperaçao de todos os seus valores. Associar o descanso da terra a adubaçao verde dá excelentes resultados, como também a rotaçao das culturas na mesma área com plantas cujos sistemas radiculares tenham hábitos diversos. A prática de rotaçao ensaia a policultura, muito vantajosa na parte econômica, já que o agricultor, mantendo em sua fazenda uma cultura principal e outras subsidiárias, estará protegido contra prejuízos inesperados.

Calagem e adubaçao

A calagem é importante para o amendoim e para as leguminosas em geral. Solos ácidos podem produzir vagens mal granadas, chochas e com baixa produçao. Solos com pH abaixo de 5,5 devem receber colagem de acordo com a análise do solo a qual se efetua em cobertura total da área e com antecedencia de pelo menos trinta dias do plantio; distribuir metade antes e metade depois da araçao, com uma gradagem. O calcário dolomítico deve ser preferido para a cultura do amendoim. Quando a análise indica doses altas de calcário, a aplicaçao deve ser parcelada em dois ou mais anos. A adubaçao do amendoim é um problema que exige mais experimentaçao. Os solos férteis, portadores de boas qualidades físicas, produzem boas colheitas de amendoim sem adubaçao. Também a adubaçao residual das culturas anteriores é bem aproveitada pelo amendoim, razao por que se pode fazer o seu plantio em terras fracas como rotaçao com culturas adubadas. O IAC aconselha a seguinte fórmula para a elevaçao da fertilidade dos solos fracos ao nível exigido pelas oleaginosas em geral (em kg/ha): sulfato de amônia ou nitrocálcio, 150; superfosfato simples, 330; e cloreto de potássio, 50. O sulfato de amônia (ou nitrocálcio) tem de ser utilizado em cobertura, trinta dias após a germinaçao, ou dividido em duas doses, uma no plantio e outra em cobertura. Dependendo das condiçoes locais de resposta da planta a adubaçao nitrogenada, pode-se empregar apenas a metade da dose, aplicada no plantio. Contudo, a adubaçao direta nem sempre produz resultados desejados, chegando-se em certos casos a um decréscimo da produçao. Deve-se por isso, usá-la somente quando necessária e econômica.

Adubaçao orgânica

A adubaçao orgânica é sempre importante, quer seja pela incorporaçao dos restos de culturas, adubaçao verde, palhas, cascas, estercos e tortas.

Adubaçao mineral

Observaçoes: - Embora o amendoim aproveite a fixaçao simbiótica (fixaçao de nitrogenio) deva-se aplicar no plantio 10 kg de N/ha. - O amendoim aproveita muitos bem resíduos de adubaçao de outras culturas, dai, recomenda se como cultura importante em sistema de rotaçao

Plantio

Preparo da semente

A semente representa o elemento básico para a obtençao do uma boa cultura. Deve ser de boa procedencia e qualidade comprovadas. Os cuidados começam com a escolha da variedade e as qualidades intrínsecas e extrínsecas. Dá-se especial atençao a sua pureza, a sanidade e ao poder

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germinativo.

A experiencia demonstra que o plantio de sementes descascadas é melhor e mais vantajoso do que o de vagens inteiras. Há maior regularidade na germinaçao, bem como possibilidade de melhor seleçao. Torna possível ainda a realizaçao do indispensável trabalho de desinfecçao com germicidas apropriados antes do plantio.

O descascamento pode ser feito a mao ou a máquina, sendo o último método o mais usado em áreas grandes. O manual só é possível para o plantio de áreas pequenas, mas tem a vantagem de ferir menos as sementes e proporcionar uma seleçao maior no processo.

A utilizaçao da máquina no descascamento, por mais cuidados que sejam tomados, resulta sempre em danos as sementes. Para um bom desempenho, reduzindo os danos ao mínimo possível, há que regular a sua velocidade é a da corretamente á variedade e ao grau de secagem. As vagens quando estao excessivamente secas e a máquina funcionando a alta velocidade dao falhas maiores na plantaçao.

As melhores sementes para o plantio sao obtidas pela secagem em medas, em processo lento.

O teor de umidade das vagem para o descascamento destinado ao plantio precisa estar em torno de 9%.

Na impossibilidade de obtençao de sementes selecionadas, pode-se conseguir provisoriamente uma semente melhor que a comum na lavoura, selecionando talhoes em que o desenvolvimento seja uniforme e satisfatório, eliminando as plantas que apresentem doenças e outras anormalidades. Para isso devem ser colhidas cuidadosamente e secadas em medas.

Após o descascamento, faz-se nova seleçao, excluindo as sementes doentes, quebradas e fora da variedade ou padrao escolhido.

Depois do descascamento, as sementes devem passar por um processo de desinfecçao. É especialmente destinado ao controle e a prevençao de doenças que podem ser transmitidas através das próprias sementes.

Um aumento médio de 30% na produçao é conseguido apenas com esse tratamento nas culturas normais de amendoim. Em anos favoráveis, obtém-se até o dobro ou mais da produçao. Mesmo em anos bons e quando a semente é boa, descascada com cuidado (o que raramente ocorre), o tratamento de sementes compensa por ser pouco dispendioso, valendo como um verdadeiro seguro da plantaçao.

Antes da desinfecçao as sementes descascadas devem ser abanadas e catadas, retirando-se as que nao correspondem a variedade empregada, as deformadas, as imaturas e as doentes. Esta cataçao geralmente é manual, usando no caso de grandes quantidades mesas catadoras iguais as utilizadas para café. Semente para plantio tem de ser sempre guardada em casca ou, quando cada, desinfetada antes de ser posta no armazém. Resultados experimentais demonstram que através do uso de desinfetantes se podem reservar por mais tempo as sementes e o seu poder germinativo.

No campo, depois de plantadas, as sementes desinfetadas mostram mais sobre aquelas que nao foram submetidas a tratamento, O efeito desinfetante pode ser assim esquematizado: - Primário, direto, protegendo a semente dos fungos do solo e evitando grande número de falhas; - Secundário, também importante, acelerando o crescimento nas primeiras fases do desenvolvimento das plantas.

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A aplicaçao de desinfetantes se faz a seco, espalhando o pó sobre as sementes e misturando bem com a pá de madeira. O uso de um tambor rotativo que pode ser construído em qualquer fazenda, facilitando essa operaçao e economizando tempo.

Formas de plantio

O plantio do amendoim com alta densidade geralmente produz boas colheitas. As linhas sao espaçadas 60 cm urna da outra. A semeadura nas linhas deve ser feita a razao de vinte sarnentos por metro de sulco, a uma profundidade de 5 a 10 cm. O tamanho e o peso das sementes de amendoim variam bastante de ano para ano devido as condiçoes culturais e climáticas, dependendo ainda da variedade. De um modo geral, o gasto das sementes, no espaçamento de 0,60 x 0,10 m, atinge uma média de 150kg/ha. Ou 360kg/alq. Utilizam-se semeadeiras com chapa apropriada, deixando-se cair vinte sementes por metro linear de sulco. Os sulcos devem ter 10 cm de profundidade, sendo as sementes cobertas com um pouco de terra (nao além de 5 cm). Quando os trabalhos da lavoura sao executados com traçao animal o riscamento é feito com riscador de madeira que, numa só operaçao, abre várias linhas. Na falta dele, pode ser usado um sulcador, onerando, entretanto, a operaçao. Empregando-se máquina de traçao mecânica, o riscamento é eliminado. A obtençao de uma boa densidade de plantas na linha é de grande importância para se conseguir produçoes elevadas. Para isso sao cuidados indispensáveis o emprego de material de bom poder germinativo, a desinfecçao, a quantidade suficiente de sementes e a observaçao da eficiencia da máquina de semear. Antes do início dos trabalhos de plantio é necessário suprimir alguma deficiencia da semeadeira. As máquinas de traçao animal, que trabalham com disco perfurado para a distribuiçao das sementes, precisam ter altura suficiente do disco para evitar quebra das sementes. Possuindo elas uma vassourinha trabalhando junto ao disco, fazem pressao sobre as sementes na direçao do orifício de saída, lançando-as no sulco. As máquinas com disco girando na posiçao vertical e com compartimento para distribuiçao das sementes faz um bom trabalho de plantio. As de traçao mecânica com sistema de elevaçao das sementes para o tubo de descarga, sao bastante eficientes, mas de preço elevado. O amendoim, sendo planta de ciclo curto, possibilita dois plantios anuais das variedades precoces nas regioes de clima quente. Principia-se o plantio do amendoim das águas com as primeiras chuvas, do começo de setembro até fins de outubro, sendo obtidas as melhores produçoes nos plantios efetuados logo após o início das chuvas. Os plantios tardios, executados em novembro, nao apresentam em geral resultados satisfatórios, caindo muito a produçao de vagens. A safra da seca comumente produz menos do que a das águas por nao serem ideais as condiçoes de calor e umidade requeridas pelo amendoim. Entretanto, grande parte dos plantadores de amendoim faz o cultivo durante essa época, visando garantir sementes para o próximo plantio. O período mais adequado ao cultivo da seca vai do início de janeiro, após a colheita do amendoim das águas, até meados de fevereiro. Fora dele, dificilmente dá bons resultados.

Época de Plantio e Espaçamento

Planta do amendoim apresenta grande plasticidade genética podendo ser cultivada em várias condiçoes agroecológicas. O maior rendimento, contudo, será funçao da cultivar e, sobretudo, das interaçoes entre temperatura (22 e 29 oC) e disponibilidade hídrica (500 e 700 mm). Para as condiçoes do Estado de Sao Paulo existem duas épocas de semeadura, a primeira inicia-se em setembro/outubro (safra das "águas") e a segunda, entre final de janeiro a fevereiro (safra da "seca"). Na semeadura realizada na primavera a colheita ocorre no mes de janeiro; na semeadura efetuada nos meses de verao, a colheita é realizada em meses de pouca ocorrencia de chuva, no entanto com temperaturas mais baixas resultando em atraso na maturaçao e invariavelmente com menores produçoes. Na renovaçao de canaviais predomina o cultivo das "águas". Nas áreas de reforma de

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pastagens, é possível utilizar cultivares de ciclo mais longo e normalmente ocorre cultivo da "seca", em geral, na mesma área. O espaçamento médio entre linhas, recomendado para as cultivares de porte ereto é de 0,60 m e densidade de 15 a 20 sementes/metro linear. Para as cultivares ramadoras, o espaçamento adotado entre linhas é de 80 a 90 cm e densidade de 12 a 15 sementes/metro linear. Nas condiçoes climáticas do Nordeste brasileiro, a maior parte do cultivo do amendoim é procedida em regime dependente da estaçao chuvosa, sendo mais concentrado nas regioes de Mata, Agreste, Brejo, Cariri e Semi-árido. Nas condiçoes de Mata e Agreste chove, freqüentemente, de abril a agosto e as precipitaçoes anuais, sobretudo na Zona da Mata, ultrapassam os 1000 mm. Como os materiais de porte ereto e precoce predominam na regiao, o plantio é efetuado perto do final da estaçao chuvosa (maio-junho) para favorecer a colheita na estaçao mais seca. No Semi-árido, chove de novembro a março e as freqüencias e distribuiçao sao irregulares. Devido a isso, o plantio é procedido tao logo as chuvas comecem. Em termos regionais, o amendoim nordestino está distribuído no recôncavo baiano, nos tabuleiros costeiros de Sergipe, nas zonas da Mata, Agreste e Sertao pernambucanos, no Agreste e Brejo da Paraíba e no cariri cearense. O espaçamento convencional de amendoim cultivado em regime de sequeiro é de 0,70 m x 0,20 m, podendo o plantio ser procedido em consórcio com outra cultura herbácea, como milho, gergelim, mandioca ou algodao. A quantidade de sementes fica entre 60 e 65 kg/ha (padrao BR 1). Atualmente tem se adotado o espaçamento de 0,50 m x 0,20 m, gastando-se 90kg/há. Neste espaçamento, a elevaçao na produtividade fica na ordem de 63% (foto 4), com relaçao ao sistema convencional. Este espaçamento permite, ainda, reduçao nos custos das capinas, que cai de tres para duas. No espaçamento de 0,30 x 0,20m o gasto de semente situa-se em 110kg/ha e a elevaçao na produtividade sobe para 94%.

Colheita

Maturaçao

A maturaçao das variedades atualmente cultivadas ocorre tres meses após o plantio, estando a maioria das vagem em ponto de colheita aos noventa ou cem dias para a variedade tatu; 100 ou 110 dias, para a tatuí, e mais de 120 dias para o roxo. O tempo de maturaçao pode variar de acordo com o clima da regiao, a época de plantio e as condiçoes de clima na colheita, os tratamentos com fertilizantes e inseticidas aplicados a cultura. Quando em plena maturaçao, a cultura do amendoim geralmente toma um aspecto amarelado que a identifica. A confirmaçao do ponto de maturaçao e colheita se faz arrancando ao acaso, no meio da cultura, plantas de diferentes lugares e examinando as vagens. Uma vagem madura, quando aberta, apresenta manchas escuras características na face interior das cascas em contato com as sementes, como se fora a impressao destas. Também as sementes já devem estar bem desenvolvidas e com a cor própria da variedade. Após a secagem, estas características ficam ainda mais acentuadas, com a face interna da casca bem escura e marcada, e as sementes com a película bem carregada da cor própria. Vagens ainda verdes, além da falta de coloraçao das sementes, se apresentam com a face interna das cascas completamente branca. Contudo, nem todas as vagens de uma mesma planta ficam maduras na época da colheita, já que a floraçao se estende por largo período, em que há continua formaçao de vagens. Dessa forma, na colheita as plantas de amendoim sempre exibem vagens em todos os estágios de desenvolvimento que podem prejudicar a conservaçao do produto no caso de uma secagem incompleta, em particular quando feita artificialmente. É importante o ponto de maturaçao para colheita. Além de maior peso e melhor secagem, aumentam o teor de óleo, que também é de melhor qualidade. O inverso, ou seja, a demora no arrancamento, causa elevada perda de vagens no solo, além da germinaçao de outra parte, quando há umidade suficiente. O arrancamento das plantas se faz em dias de sol e pode ser manual (culturas pequenas, do tipo familiar) ou mecânico (com traçao animal, linha por linha ou por trator). Quando o solo é bem trabalhado e leve, o manual fica facilitado, perdendo-se poucas vagens na terra. Agarramse as ramas em feixes, movimentando-se a touceira de um lado para o outro, com movimentos leves, até que a parte da planta

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sob o solo se desprenda, arrancando-se, a seguir, com cuidado. Uma enxada facilita o serviço de movimento do solo, além de reduzir o número de vagens que ficam na terra.

Nas culturas de mais de um alqueire o arrancamento pode ser favorecido com o emprego de um arado comum, de aiveca, passado junto as fileiras de plantas, ou melhor, ainda, um facao de ferro, apropriado para tal, de fácil construçao. Essa ferramenta é colocada na armaçao do arado, após retirar a aiveca e o facao. Com isto, corta-se a raiz-pivô do amendoim, tornando-se mais fácil e rápida a operaçao de arrancamento. Completa-se o trabalho a mao, arrancando-se e sacudindo-se as plantas para retirar a terra aderente as raízes e as vagens. A seguir, as plantas sao reunidas e postas a secar, geralmente em linhas, na própria cultura. É a secagem comum, ao sol. A colheita do amendoim, graças as máquinas modernas existentes no mercado, pode ser feita mecanicamente. Os lavradores podem aumentar sua área de plantio sem o risco de perder suas colheitas. É adaptada em trator com sistema de suspensao hidráulica e tomada de força desde 20 HP. Realiza, com total eficiencia, em duas linhas, as operaçoes de cortar, arrancar, sacudir, limpar e enfileirar. Possui todos os dispositivos de ajuste para os diferentes espaçamentos e condiçoes de solo e lavoura. Esta escavadeira-colhedeira levanta o amendoim do chao com todo o cuidado, elimina a terra, deposita a colheita em fileiras regulares, sem perda nem acúmulo. O seu rendimento é de aproximadamente 1 alqueire num período de oito horas.

Secagem

Na secagem comum as plantas sao dispostas em fileiras, com as vagens voltadas para cima. Em contato com os raios solares as vagens secam convenientemente em poucos dias, desde que nao chova. Este processo, o mais utilizado, tem o inconveniente de deixar as plantas sujeitas as chuvas que ocorrem geralmente na safra das águas. Como resultado, constatam-se germinaçoes, apodrecimento, perda de vagens, excesso de umidade no amendoim colhido ou ressecamento excessivo (prejudicial quando destinado a sementes), aflatoxina e outros casos. Para contornar em parte o problema, reúnem-se várias fileiras, estendendo-se o amendoim com a vagem completamente voltada para cima, longe do contato direto com a superfície do solo e da umidade existente. A secagem ou cura do amendoim, qualquer que seja o processo, é uma operaçao da maior importância. Deve-se tomar o máximo cuidado (em geral se verifica o contrário, especialmente por razoes climáticas e econômicas), pois grande parte do valor e qualidade de uma ótima cultura desta oleaginosa pode ser perdida durante essa etapa. Quando arrancada, as vagens de amendoim contem entre 35 a 40% de umidade que necessita ser reduzida a 10% ou menos, antes de serem armazenadas com segurança. Nas zonas produtoras, devido ao processo de colheita adotado, tolera-se um teor de umidade de 13% e até mais, em anos de pequena produçao ou grande procura das fabricas de óleo, o que, entretanto, é contra-indicado. Quando se utiliza a secagem artificial, ainda feita na quase totalidade semente em fábricas de óleo, o amendoim pode murchar apenas no solo, o suficiente para um despencamento manual ou mecânico, devendo ir imediatamente para o secador. Neste caso a qualidade do produto pode ser também baixa, após a secagem, devido ao seguinte: - Secagem demasiadamente rápida, com temperaturas acima de 35oC, que muitas vezes causam torraçao, enrugamento e rachadura na casca e película das sementes e sabor desagradável. - Secagem muito lenta, com pouco calor e ventilaçao, resultando muitas vezes em bolores, descoloraçao e rancificaçao das sementes.

Secagem em medas

Nesse tipo o produto fica ao sol durante um dia, mais ou menos, até murchar completamente a "ponto de feno", sendo, a seguir, amontoado em medas, onde seca gradativamente. Tem a vantagem de proporcionar uma secagem mais lenta e uniforme, resultando em amendoim de qualidade superior, sobretudo como sementes para novos plantios. As vagens ainda nao completamente maduras terminam seu ciclo na meda, aumentando desta forma também o peso e a qualidade do produto final. Após desmanchar uma moda bem feita, sobram as ramas fenadas, excelente alimento para o gado. Para se fazer uma meda, basta deixar o amendoim arrancado secar ao sol por um dia, ficando

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completamente murcho, no "ponto de feno". É importante nao deixar secar demais, tornando as amas quebradiças e perdendo folhas; fincar no chao, a profundidade de 0,5 m, uma estaca de 2 m de altura; Com pedras e paus, grade de madeira e outro material fazer um suporte para as plantas, elevando-se a base da meda a um palmo do solo. Esse espaço se destina a ventilaçao da parte inferior da meda e ao isolamento contra a umidade do solo; Arrumar as plantas já murchas, com as vagens voltadas para dentro, nao se encostando a estaca para permitir a circulaçao do ar e o completo secamento; Arrumar um chapéu de sapé ou capim na ponta da meda para evitar a entrada da água da chuva. Depois de tres ou quatro semanas o amendoim está em condiçoes de ser despencado. Nessa oportunidade desmancham-se as medas, faz-se o despencamento e aproveita-se a folhagem seca para a alimentaçao animal. Quando se efetua o despencamento mecanicamente, as medas nao necessitam ser tao bem feitas, pois nesse caso as ramas podem ser jogadas de qualquer maneira nas máquinas. Entretanto, medas mal executadas podem nao evitar a entrada de água, quando entao o feno se perde, podendo mesmo prejudicar a qualidade das vagens, por escurecimento generalizado do produto. Dependendo do tamanho da meda, cada alqueire leva aproximadamente cinqüenta medas, distanciadas umas das outras.

O despencamento manual se executa batendo um feixe de amendoim seco contra a borda de um jacá provido de um pedaço de madeira para maior eficiencia. A batedura é feita por operários no próprio campo, em regime de empreitada, onde trabalham com toda a família, despencando, abanando em peneiras e ensacando a seguir. Após a batedura, o amendoim ainda com excesso de umidade pode tomar algumas horas de sol em terreno ou continuar a secagem em secadores antes de ser entregue as fábricas.

Problemas da colheita

O resultado da necessidade de facilitar sobremaneira a colheita já se fez notar pela introduçao de máquinas para a colheita e para a batedura do amendoim. Nas observaçoes de campo, pode-se verificar que o funcionamento da batedeira está condicionado ao seu grau de umidade, ou seja, o rendimento da máquina é maior quando o amendoim colhido se encontra bem seco. Acontece, porém, que na colheita do amendoim das águas essa condiçao é mais difícil, razao por que o arrancamento a máquina e o posterior acondicionamento em medas permite nao só a obtençao de amendoim de melhor qualidade, de baixa infestaçao de aflotoxina como também um melhor rendimento. Nestas condiçoes o lavrador poderá aproveitar a rama seca como feno e processar o despencamento quando melhor lhe convier. A máquina de arrancar, colhedeira acoplada com enleiradeira, apresentou resultados satisfatórios, colhendo e enleirando. O amendoim enleirado, após dois ou tres dias de sol, pode ser batido mecanicamente. Guarda das sementes: O amendoim se conserva por vários meses sem perda do poder germinativo ou de suas qualidades para óleos, quando convenientemente armazenado. Os armazéns devem ser bem secos e ventilados com as vagens ensacadas ou a granel, desinfetados com inseticidas apropriados. Quando ensacadas, as pilhas tem de ser baixas, para evitar quebra e esmagamento de vagens. No armazenamento a granel obtém-se melhores resultados com o amendoim distribuído em várias camadas isoladas umas das outras, em prateleiras previamente tratadas com inseticidas adequados. O teor de umidade das vagens nao deve ser superior a 10%. O amendoim destinado ao plantio pode ser também armazenado sem casca, por vários meses, mediante tratamento com fungicida, com desinfetante de sementes e correto armazenamento. Guardam-se as sementes em sacos plásticos (para 15 Kg) fechados manualmente

Tratos culturais

Os cultivos sao necessários para evitar a concorrencia das ervas daninhas e melhorar as propriedades físicas do solo. Utilizando-se o cultivador de enxadinhas, tipo planet, entre linhas, o mesmo usado para as

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demais culturas da fazenda. Outra peça, a chapa, é de emprego bastante generalizado. Na cultura do amendoim sao utilizadas as de no 12 e 14. Usa-se a enxada na limpeza junto a linha e quando o mato já tem bastante desenvolvimento.Se este é pequeno, a enxadinha com lâminas em forma de régua substitui, com eficiencia, aquela. Em terrenos pesados, como o massapé, faz-se pequena amontoa com um sucador pequeno, cinco a dez dias depois do início da floraçao. Os solos arenosos dispensam essa prática, sendo o trabalho realizado pelo próprio cultivador. As ervas podem também ser controladas com herbicidas

Pragas

Qualquer cultura, quando executada em bases econômicas e em larga escala, desfaz o equilíbrio biológico da natureza, criando um ambiente suscetível as pragas e doenças, que dela se beneficiam. Também o amendoim, cultivado sem os devidos cuidados e ano após ano, vem sendo atacado por várias pragas e moléstias, que levam os lucros dos agricultores. Assim, quem planta amendoim tem "sócios" na sua cultura, sempre dispostos e aumentar seu quinhao nessa "sociedade". Cabe ao agricultor conhecer os indesejáveis e eliminá-los. As pragas sao as mais prejudiciais, pois atacam a parte aérea da planta (folhas e ramos) e também as raízes e porçoes que estio dentro da terra. O terreno sempre contém alguns insetos ou pragas a espera de uma planta a seu alcance. Muitas vezes o ataque passa despercebido porque é feito abaixo da superfície do solo, Mas na colheita os prejuízos causados sao grandes.

Doenças

Até há algumas décadas atrás, as doenças do amendoim nao apresentavam problemas graves para a cultura, passando até mesmo despercebidas. O ataque de uma moléstia, quando notado, nao chegava a prejudicar seriamente porque aparecia no final do ciclo. Agora, as coisas estao mudando. Ano após ano, o amendoim é plantado no mesmo local e as áreas cultivadas vao aumentando. Por outro lado, os tratamentos com inseticidas e fungicidas nao se fazem eficientemente, sendo o uso deste último por parte dos plantadores dessa oleaginosa. Realizada a colheita, permanecem no terreno muitos restos da cultura e toda a sua parte aérea. Essas sobras constituem um meio ideal para o desenvolvimento das doenças e para a sua propagaçao nas culturas, de um ano para outro. As que mais atacam o amendoim podem ser assim resumidas: doenças de pré-emergencia e das sementeiras, cercospora, verrugose e murcha. As moléstias de pré-emergencia afetam as sementes de amendoim tao logo sejam postas a germinar. Estas apresentam, em geral, lesoes ou machucaduras feitas pelas máquinas de descascar, constituindo-se em verdadeiras portas abertas a entrada dos fungos. Penetrando na semente, os fungos causam seu apodrecimento, dando origem as falhas na lavoura. Depois de nascidas, no seu crescimento, as plantas de amendoim podem ser atacadas por doença de sementeira (Rhizoctonia sp) e que provocam o tombamento.

Controle

As doenças de pré-emergencia e das sementeiras sao em grande parte controladas pela desinfecçao das sementes com produtos apropriados. O amendoim tratado pode ser plantado no mesmo dia ou guardado durante algum tempo. Nao deixar semente desinfetada de um ano para outro, nem distribuir para outras finalidades. De uma forma geral, para controlar as doenças do amendoim recomendam-se as práticas de caráter cultural, como a rotaçao e a queima dos restos, visando diminuir o ambiente favorável as moléstias. Contra a cercosporiose e a verrugose aconselham-se pulverizaçoes na folhagem com fungicidas a base de cobre Além disso, podem ser usados polvilhamentos com cobre metálico, a 8%. Em campos contaminados, segundo as recomendaçoes dos técnicos, devem ser efetuados no mínimo dois tratamentos preventivos. No esquema geral de tratamento preventivo contra pragas e doenças a primeira aplicaçao se faz aos quinze ou vinte dias de idade da cultura, misturando-se o fungicida com o inseticida e pulverizando a folhagem e o colo das plantas. Contra a murcha, além das medidas de caráter cultural, indica-se a calagem do solo, já que os fungicidas ainda nao apresentam uma eficiencia satisfatória.

Herbicidas

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Vários herbicidas podem ser utilizados na cultura do amendoim; entretanto, sua escolha dependerá do tipo de solo (teor de argila e matéria orgânica) e da composiçao vegetal da área. Para o controle de plantas daninhas sugere-se alguns herbicidas listados abaixo que podem ser utilizados como pré-plantio incorporado (PPI), pré-emergencia (PRE) ou no pós-emergencia (POS). Fazer as aplicaçoes de acordo com as instruçoes do fabricante.

Princípio Ativo

Nome Comercial

Concentraçao (g.L-1)

Época Dose kg.ha-1

i.a.

trifluralin TreflanC 445 CE PPI 0,54 - 1,08

trifluralin PremerlinC 600 CE PRE 1,80 -2,40

pendimenthalin HerbadoxC 500 CE PPI 0,75 - 1,50

alachlor LaçoC 480 CE PRE 2,40 - 3,36

lactofen CobraC 240 CE PRE 0,24 - 0,48

lactofen CobraC 240 CE POS 0,15 - 0,24

imazapic PlateauC 700 Gr PRE 0,10 - 0,14

linuron Afalon SCC

450 SC PRE 1,00 - 2,00

bentazon BasagranC 600 CE POS 0,72 - 0,96

Pragas no armazém

Vários insetos danificam o amendoim armazenado. Várias traças e besouros aparecem sempre em conjunto, causando danos, existindo apenas populaçoes maiores de um ou de outro.

Combate Paióis e depósitos devem ser bem varridos e retirados todos os restos da safra anterior. Depois de fazer um polvilhamento em toda a área, dando atençao especial a reentrâncias do piso, cantos das paredes, rachaduras, etc., sendo apenas necessário fechar portas e janelas para obter saturaçao completa.

Além dessa medida, torna-se necessário fazer proteçao do amendoim armazenado contra as pragas mencionadas. O gasto médio de inseticida é de 1 kg/500 sacas empilhadas. Como esta medida visa impedir possíveis infestaçoes ou reinfestaç5es de insetos, convém repetir periodicamente a operaçao de polvilhamento ou mesmo de nebulizaçao.

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Cultivares

Características da Cultivar BR 1

A cultivar BR 1 foi lançada pela Embrapa Algodao em 1994, atendendo uma demanda dos agricultores nordestinos que nao tinham uma cultivar adaptada a regiao, recorrendo, devido a isso, a aquisiçao de graos de baixo valor cultural ou a tradicional Tatu que nao é adaptada a condiçoes severas de estresse hídrico e tem alto teor de óleo (49 a 50%). Para compor a BR 1, utilizou-se um bulk formado pelos genótipos CNPA 95 AM, CNPA 96 AM e Sapé Roxo, todos com ciclo em torno de 89 dias após emergencia e altamente adaptados as condiçoes fisiográficas do Nordeste. A BR 1 é precoce, produtiva e tolerante a mancha parda (Cercospora arachidicola). É recomendada para consumo in natura e para a indústria de produtos alimentícios por possuir baixo teor de óleo (45%) e 29% de proteína bruta. A planta apresenta porte ereto, vagens com 3-4 sementes de formato arredondado e coloraçao vermelha (Foto). A quantidade de sementes necessárias para plantar um hectare varia de 64 kg, 90 kg até 150 kg/ha, dependendo do espaçamento (0,70m x 0,20m, 0,50m x 0,20m e 0,30m x 0,20m, respectivamente).

BRS 151 L-7

Foi lançada pela Embrapa Algodao em 1997 e é, até o momento, a cultivar mais precoce de amendoim no Brasil e adaptada para cultivo em clima semi-árido. Foi obtida através da hibridaçao entre as cultivares IAC Tupa e a africana 55 437, de alta precocidade e resistente a seca.. A cultivar tem ciclo de 87 dias após emergencia e responde bem tanto para cultivo no regime de sequeiro quanto irrigado. Apresenta rendimento de 71% em amendoas e 46% de óleo bruto nas sementes, sendo indicada para o mercado de consumo in natura e para a indústria de alimentos. A BRS 151 L-7 pertence ao grupo Valencia, é de porte ereto, medindo em torno de 45 cm. As hastes e os ginóforos sao de coloraçao esverdeada com poucos tons arroxeados . As vagens sao de tamanho médio, com bico, constriçao e reticulaçao moderados. As sementes sao vermelhas, alongadas e grandes (Foto)..

BRS Havana

A BRS Havana foi sintetizada pela Embrapa em 2005. Foi obtida através de seleçao massal, com pressao de seleçao para tamanho e forma dos graos e adaptaçao para clima semi-árido. Tem ciclo de 90 dias, é adaptada ao ambiente semi-árido e apresenta produtividade média de 1.800 kg/ha em vagens. Tolera bem as cercosporioses desde que a incidencia da doença ocorra a partir dos 65 dias após o plantio. Nesta ocasiao, nao se tem percebido danos na produtividade que compense economicamente o controle químico. Suas vagens contém 4 sementes, de formato arredondado e coloraçao palha. Trata-se de uma cultivar com baixo teor de óleo, indicada para atender o mercado de alimentos (doces, salgados, farinha etc).

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Síntese de algumas características agronômicas das cultivares nacionais de amendoim cultivado:

Características BR 1 BRS 151 L-7

BRS Havana

Ciclo (dias após a emergencia) 85-89 85-87 90-95

Início da floraçao (dae) 22 21 26

Altura da haste principal (cm) 38 a 42 38-45 35-45

Cor das hastes e ginóforos arroxeados verde-arroxeado

arroxeado

Cor, forma e tamanho das sementes

vermelha, arredondada,

médio

vermelha, alongada,

grande

bege, arredondada,

médio

Bico, constriçao e reticulaçao da vagem

leve moderado leve

Vagens maduras por planta 37-45 39-43 35-46

Número de sementes por vagem

4 2 4

Peso de 100 vagens (g) 145 a 148 156 a 160 145 a 149

Peso de 100 sementes (g) 45 a 48 58 a 63 46 a 49

Vagem chocha (%) 9 a 12 10 a 12 10 a 12

Sementes perfeitas (%) 84 a 95 85 a 92 86 a 92

Produtividade em vagens (kg/ha)

1.700 1.850 1.800

Rendimento em amendoas (%) 72 a 75 70 a 72 70 a 72

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Óleo bruto na semente (%) 45 46 43

Proteína bruta na semente (%) 29 30 28

PEQUI

Nome popular: pequiá-bravo Nome científico: Caryocar brasiliense Camb Família botânica: Caryocaceae Origem: Brasil - Regioes de Cerrado Características da planta:

Árvore de até 10 m de altura com tronco tortuoso de casca áspera e rugosa. As folhas pilosas sao formadas por 3 folíolos com as bordas recortadas. Flores grandes amarelas que surgem durante os meses de setembro a dezembro. Fruto:

A polpa de coloraçao amarelo-intensa envolve um caroço duro formado por grande quantidade de pequenos espinhos. Frutifica de laneiro a abril. Cultivo:

O plantio por sementes ocorre na estaçao chuvosa. Prefere climas quentes sendo ideais as regioes Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Desenvolvimento das mudas é lento. Cada planta fornece em média 6 mil frutos ao ano. Em janeiro, o ar da regiao e das cozinhas do Cerrado recende ao perfume desprendido por uma frutinha chamada pequi. Primeiro, sao os animais silvestres que se alvoroçam: abelhas e outros insetos; pássaros de todos os

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tamanhos; pequenos e médios roedores e os mamíferos do Cerrado; pacas, cotias, tatus, preás, veados... Depois os homens: famílias inteiras se deslocam para iniciar a "apanha" do pequi, que se desprende facilmente dos ramos das árvores nativas, espalhan-do-se pelos cerrados e matas do Brasil Central. Logo mais, a fruta já pode ser encontrada por todo lado, nas pequenas vilas ou nas ruas centrais de cidades grandes como Goiânia, Brasília e até Belo Horizonte, onde ambulantes vendem o pequi recém-colhido. O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece. Partida a casca, encontram-se, em cada fruto, uma, duas, tres ou quatro amendoas tenras envoltas por uma polpa amarela, branca ou rósea, o verdadeiro atrativo da planta. A única contra-indicaçao sao os espinhos finos, minúsculos e penetrantes existentes bem no núcleo do caroço, sendo preciso muito cuidado ao mastigá-lo para chupar a polpa. O pequi é muito apreciado nas regioes onde ocorre: o arroz, o frango e o feijao cozidos com pequi sao pratos fortes da culinária regional; o licor de pequi tem fama nacional; e há, também, uma boa variedade de receitas de doces aromatiza-dos com seu sabor. Apesar disso, nao há unanimidade: existem pessoas que nao podem nem mesmo sentir o penetrante cheiro do fruto maduro. Outras, no entanto, que o apreciam verdadeiramente, nao conseguem passar pela safra do pequi sem consumi-lo aos montes, aproveitando o desejo contido durante o resto do ano. Atualmente é possível encontrar a polpa do pequi ou a própria fruta inteira congelada, mas os seus amantes dizem que nao há nada como o pequi apanhado e degustado na época da maturaçao. Altamente calórico, além do sabor perfumado e único que faz com que seja usado como ingrediente e condimento no preparo de vários pratos, a polpa do pequi contém uma boa quantidade de óleo comestível (cerca de 60%) e é rico em vitamina A e proteínas Assim, transforma-se, também, em importante elemento na complementaçao alimentar e na nutriçao de toda uma populaçao. A amendoa do pequi, pela alta porcentagem de óleo que contém e por suas caracterís-ticas químicas, pode ser também utilizada com vantagem na indústria cosmética para a produçao de sabonetes e cremes. Infelizmente, para seu próprio azar, a madeira da árvore do pequi produz, também, um excelente carvao vegetal, que tem sido largamente explorado. Nos últimos anos, o fogo das caieiras e das queimadas tem sido o maior responsável pela considerável diminuiçao dos exemplares nativos do pequizeiro no Cerrado. E, assim, a árvore de frutos tao apreciados e nutritivos já está correndo risco de extinçao.

Na tentativa de salvar o pequizeiro e o pequi, os técnicos do Centro de Pesquisa Agropecuária do Cerrado da EMBRAPA do Distrito Federal, da mesma forma como vem fazendo com outras plantas na-tivas da regiao, estao trabalhan-do na produçao de mudas, que já estao sendo distribuidas. Seu objetivo é iniciar uma campanha pela exploraçao ra-cional do pequizeiro, utilizando-o especialmente em áreas de reflorestamento. Além dos cientistas preocupados com a preservaçao da espécie e de seus amantes nativos, o perfume do pequi sempre despertou paixoes. Patativa do Assaré, por exemplo, poeta popular cearense associou o pequi ao verdadeiro fruto proibido. Dizem até que o pequi teria propriedades afrodisíacas e que, durante sua safra, as mulheres teriam mais facilidade para engravidar. As frutas tem essa virtude: os sabores e os sentidos que provocam fazem criar e recriar histórias míticas. O pequi, como é mais conhecido e como foi tratado até aqui, é identificado no dicionário de Pio Correa como piquiá-bravo.

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Qualquer que seja o nome que se lhe atribua, trata-se do fruto que nasce em uma árvore de tamanho médio é que é própria do Cerrado brasileiro. No mesmo livro de Pio Correa, aparece um outro fruto, bastante semelhante ao anterior, que é denominado piquiá-verdadeiro. A este, estamos simplesmente chamando de piquiá (Caryocar villosum) Se o pequi floresce e frutifica no Cerrado, o piquiá é típico das matas amazônicas de terras firmes. Assim como o pequizeiro, 0 piquiazeiro tem muita importância para as populaçoes interioranas, que ainda preservam 0 hábito de cultivá- lo. E, no entanto, raramente cultivado nas grandes cidades amazônicas, embora alguns exemplares sejam encontrados ornamentando ruas e praças de Manaus. Ambos os frutos, pequi e piquiá, tem as mesmas características: a polpa do fruto do piquiazeiro, cozida ou crua, é também comestível, constituindo-se em fonte de gordura e alimento. A grande e notável diferença entre as duas espécies reside nas dimensoes da planta como um todo. Em oposiçao a árvore que dá o pequi, o piquiazeiro é muito alto, alcançando até 40 metros de altura na mata fechada e apresentan-do, em sua base arredondada, um diâmetro que pode chegar aos 5 metros de extensao. Reside ai um dos grandes segredos da natureza: a capacidade de adaptaçao das espécies aos ambientes em que se desenvolvem.

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MACAUBA

Nome popular: macajuba; coco-de-espinho Nome científico: Acrocomia aculeata (lacq ) Lood. ex Mart Família botânica: Palmae Origem: Matas do norte até o sudeste do Brasil "Entre os coqueiros que vegetam produzem abundantemente no Brasil, dando cocos geralmente apreciados e de grande valor industrial e comercial, distingui-se o que é mais vulgarmente conhecido no norte do Brasil como macaubeira e no sul, coqueiro-de-catarro. É vasta a sinonímia popular desse coco ou coqueiro: mucajá, mocujá, mocajá, macaúba, macaíba, macaiúva, bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, mbocaiúva ou mbocaíba."

Características da planta:

Palmeira de até 15 m de altura. Estipe ereto reco-berto pelos restos das folhas velhas apresentando muitos espinhos escuros em sua superfície Folhas de até 1m de comprimento, de aspecto crispado com espinhos. Flores agrupadas em cachos de até 80 em de comprimento, pequenas, amareladas. Surgem de outubro a janeiro.

Fruto:

Globoso, liso, de coloraçao marrom- amarelada quando maduro. Polpa amarelada com uma amendoa oleaginosa Frutifica de setembro a janeiro.

Cultivo:

A propagaçao é feita por sementes. Necessita de substrato arenoso rico em matéria orgânica. O local deve ser sombreado. "No decorrer de milhoes de anos as palmeiras adaptaram-se as condiçoes mais variadas do clima e do solo. A maioria prosperou no clima equatorial quente e úmido. Outras suportaram prolongados estios dando-se bem no clima árido, semídesértico. Outras ainda, saíram do cinturao tropical, suportando temperatura abaixo de zero. Crescem no solo bom, próprio para agricultura. Adaptaram-se também aos solos ácidos, silicosos, estéreis, nos quais nenhuma planta econômica cultivada poderia medrar. Crescem nos brejos, como também nos rochedos secos, sem solo decomposto algum."

A macaúba é palmeira de vasta distribuiçao geográfica. Sua área de ocorrencia estende-se desde os Estados de Sao Paulo e do Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais e por todo o centro-oeste, nordeste e norte do Brasil, até ultrapassar as fronteiras, atingindo a América Central. Segundo consta no dicionário de Pio Correa, alguns estudiosos supoem que a macaúba chega, até mesmo, a alcançar o México. Com tamanha dispersao e considerando-se as semelhanças existentes entre as palmeiras do genero Acrocomia ao qual pertencem a macaúba, a macaíba e o mucajá, é natural que existam diferentes nomes regionais para designar tais palmeiras e que estes se confundam entre si. Segundo Gregório Bondar, o genero Acrocomia abrange 15 espécies distintas, das quais 10 sao consideradas brasileiras. Sao, em todos os casos, palmeiras robustas cujos estipes eretos, esguios e elegantes, alcançando cerca de 20 metros de altura, e apresentam-se, geralmente, revestidos por fortes espinhos, em especial perto do topo. Em seu estado de natureza, destacam-se pela exuberante beleza

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de seu conjunto, em agrupamentos onde podem ser encontradas juntamente com outras palmeiras, como a carnaúba.

Uma das principais características dessas palmeiras é a presença de espinhos ao longo de seu estipe - nao tantos, porem, como se pode encontrar na palmeira brejaúva variando a quantidade e o tipo de acordo com a espécie considerada. O aproveitamento dos frutos tanto da macaúba (Acrocomia aculeata, aquela que apresenta mais espinhos e é encontrada em maiores concentraçoes nos Estados de Minas Gerais e de Goiás) como da macaíba (Acrocomia intamescens, a mais baixa e que forma uma espécie de barriga em seu estipe, mais freqüente nos estados nordestinos) e do muca-já (Acrocomia sclerocarpa, aquela que apre-senta menos espinhos e que é freqüente na regiao Norte) é também muito semelhante. Nos tres casos, a polpa que reveste as amendoas dos cocos que estas palmeiras produzem é frequentemente consumida in natura pelas populaçoes locais. Além disso, dela, pode-se extrair boas quantidades de óleo, que é destinado, principalmente, a indústria de saboes, sendo também empregado na culinária, na alimentaçao de Iampioes e na medicina caseira. Segundo Pio Correa, ainda mais importante é o óleo transparente e incolor obtido a partir da amendoa dos cocos, em especial da macaúba, que, além de possuir boa rentabilidade, é fino e comestível, podendo substituir perfeitamente o azeite de oliva. O mesmo autor faz também referencia ao fato de que, na regiao de Diamantina, em Minas Gerais, utiliza-se o revestimento externo do coco que é bastante duro e espesso, parecendo osso ou marfim - na confecçao de enfeites e de adornos artesanais, tais como anéis, abotoaduras, correntes, etc. Apesar de sua abundante frutificarao e tantas outras qualidades, essas palmeiras brasileiras do genero Acrocomia, selvagens e nativas e em quase todo o território nacional, tem sido exploradas de forma rudi mentar e doméstica, bem aquém de seus potenciais econômicos. Alternativas para o seu melhor aproveitamento vem sendo apontadas em experimentos realizados no Centro de Pesquisa Agropecuária do Cerrado da EMBRAPA do Distrito Federal, que desenvolveram várias receitas gostosas e nutritivas utilizando a polpa do coco da macaúba, tais como: doces, paçocas, geléias e cocadas.

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Introduçao

A indústria de óleos vegetais ocupa um lugar estratégico no contexto da indústria alimentícia: elabora um produto para consumo final e é um insumo fundamental para a indústria de alimentos. Óleos, farelos e seus derivados sao alimentos usados na alimentaçao humana por conterem proteínas de baixo custo e boa qualidade. o mercado mundial de oleaginosas representa cerca de 36% do valor total gerado pelo comércio dos produtos agropecuários. A demanda por oleaginosas é determinada basicamente pela procura por produtos processados. há uma maior relevância dos óleos vegetais, em relaçao aos graos, em termos de valor agregado pela importância no mercado mundial. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em 2004 a produçao de óleos vegetais foi da ordem de 100 milhoes de toneladas. os óleos vegetais mais consumidos sao: soja, palma, colza (canola), girassol, amendoim, algodao e coco. Além desses, vale destacar os óleos de milho, oliva, gergelim, arroz e uva.

O Brasil ocupa a posiçao de maior produtor e consumidor da América Latina. A história dos óleos vegetais no Brasil foi marcada por épocas distintas: . Na fase pioneira dos anos 50 predominou o óleo de algodao. . Óleo neutro com propriedades adequadas para industrializaçao. . Desvantagem a presença do gossipol. . No início da década de 60 predominou o uso do óleo de amendoim . Óleo de aroma agradável. . Desvantagem: aflotoxina

A partir de 1972 surgiu a cultura da soja inaugurando uma nova fase que iria marcar definitivamente a evoluçao dos agronegócios em oleaginosas.

Em 2004 o Brasil produziu cerca de 63 milhoes de tonelada de soja. A maior parte é direcionada para a industrializaçao do óleo.

Produçao mundial (em milhoes de toneladas)

Óleo 2000 2006 (estimada)

Soja (3% ao ano) 24,5 28.39

Palma (4% ao ano)

21,7 26.41

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Canola (5% ao ano)

13,7 16.65

Outros (*) 27,0 -

*girassol, algodao, amendoim, palmiste, coco

Soja: demanda de proteína de baixo custo Palma: demanda de óleo rico em antioxidantes naturais Canola: marketing (elevado teor de insaturados-oléico)

ÓLEOS VEGETAIS: DEFINIÇAO Os azeites e óleos vegetais sao constituídos predominantemente por ésteres de glicerol com 3 ácidos orgânicos chamados ácidos graxos: formando os triglicerídios. Os óleos sao alimentos energéticos pois fornecem 9,5 kcal/g quando metabolizado no organismo humano enquanto os carboidratos e proteínas cerca de 4 kcal/g. Sao fontes de vitaminas e de ácido linoleico (essencial ao homem e nao metabolizado no organismo humano). Azeite: é o óleo vegetal que nao é extraído por solventes químicos e nao sofre o processo de refinaçao. Azeites virgens: sao aqueles obtidos por prensagem a frio e nao refinados. Óleos. Os óleos sao, em geral, obtidos por prensagem, extraçao com solventes e posterior purificaçao e refino. Os azeites e óleos vegetais sao constituídos predominantemente por ésteres de glicerol com 3 ácidos orgânicos chamados ácidos graxos: formando os triglicerídios. Os óleos sao alimentos energéticos pois fornecem 9,5 kcal/g quando metabolizado no organismo humano enquanto os carboidratos e proteínas cerca de 4 kcal/g. Sao fontes de vitaminas e de ácido linoleico (essencial ao homem e nao metabolizado no organismo humano).

Qualidade A qualidade e digestibilidade dos azeites e óleos vegetais comestíveis é determinada pela qualidade e quantidade dos ácidos graxos insaturados e saturados que os compoem, sendo fundamental a presença do ácido linoléico em quantidades adequadas já que o organismo nao pode sintetizá-lo. As porcentagens de ácidos graxos saturados e insaturados contidos nos óleos vegetais sao variáveis de acordo com as condiçoes climáticas, os solos, como também as variedades ou os híbridos das quais foram obtidos.

Ácidos graxos mais comuns nos óleos vegetais

Saturados Insaturados

Láurico 12 C Palmitoleico 15C (I)

Mirístico 14 C Oleico 18 C (I)

Palmítico 16 C Linoleico 18 C (II)

Márgarico 17 C Linolenico (18C) (III)

Esteárico 18 C - -

Substâncias menores encontradas nos óleos brutos

Fosfatídeos ou gomas: principais componentes nao glicerídeos do óleo - lecitinas

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Esteróis: álcoois cristalinos neutros de alto ponto de fusao - matéria insaponificável. Ceras: alcoois monoídricos de longa cadeia de carbono conhecido como álcoois graxos Pigmentos carotenóides: responsáveis pela coloraçao do óleo, amarelada tendendo para o vermelho. O mais importante é o beta-caroteno ou pró-vitamina A. Antioxidantes: evita a oxidaçao do óleo (tocoferóis ou vitamina E). Em geral sao eliminados na etapa de refino.

Evoluçao dos métodos de extraçao

Indústria caseira - milhares de anos A.C Prensas hidráulicas - início do século XIX aumento acentuado no rendimento de extraçao. Prensa contínua - fim do século XIX. Em 1904 ANDERSON construiu o "expeller" que é até hoje utilizado para extrair óleos vegetais. Extraçao mista - prensagem da semente com "expeller" seguida por uma etapa de extraçao com solvente orgânico do óleo presente na torta

DADOS DA EXTRAÇAO

O solvente mais usado na indústria é hexano, um derivado do petróleo, que possibilita a extraçao da quase totalidade do óleo deixando um resíduo desengordurado denominado farelo. A recuperaçao do solvente é a etapa mais crucial no processamento de óleo comestível devido aos problemas de segurança, ambientais e econômicos. Resultados alcançados: Dados da extraçao com HEXANO . Óleo residual na torta : 1 a 2 % . Perda de solvente total 1 a 1,3 % . Consumo de vapor 170 kg/ton . Consumo de energia elétrica 18 a 20 kwh/ton

Industrializaçao . Pré-limpeza e classificaçao das sementes . Decorticaçao: retirada de fibras usando rolos ou discos estriados girando em sentidos opostos com velocidades diferentes ou despeliculamento: por atrito, ou por impacto . Separaçao das amendoas: usando peneiras vibratórias para eliminaçao das cascas . Moagem (moinho de facas ou martelos) e laminaçao (rolos aquecidos a 60oC) ou Extrusao (expander): facilita a penetraçao do solvente na célula . Cozimento . Prensagem a frio ou a quente: extraçao mecânica para obtençao do óleo bruto . Filtraçao: para remover tecidos vegetais e água . Extraçao com solvente: O processo contínuo com fluxo contra-corrente cruzado é o mais utilizado pois aumenta o rendimento de extraçao . Destilaçao da micela: separa o óleo do solvente . Dessolventizaçao do farelo: remove o solvente

Vantagens da extrusao se comparado com a laminaçao

. A densidade aumenta de 300 kg/m3 para 550 kg/m3 da massa laminada;

. a área de contato sólido líquido no extrator aumenta de 40 para 50 m2/m3), aumentando a taxa de percolaçao; . aumenta a eficiencia nos primeiros estágios da extraçao, aumentando a concentraçao de óleo na miscela; . reduz em pelo menos 5% o consumo de solvente na saída do extrator e conseqüentemente menor consumo de vapor no dessolventizador;

Vantagens da extrusao se comparado com a laminaçao

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. reduz a quantidade de solvente na torta;

. reduz o consumo de energia;

. aumenta a homogeneidade do produto;

. reduz a quantidade de sólidos extraídos, facilitando a filtraçao do óleo; promove um aumento na quantidade de fosfatídeos hidratáveis, facilitando a etapa de degomagem.

Cozimento:

Esta etapa tem por objetivos desnaturar as proteínas promovendo a coalescencia das gotículas de óleo; tornar as membranas celulares, que envolvem o óleo, mais permeáveis; diminuir a viscosidade e a tensao superficial do óleo facilitando sua remoçao; inativar as enzimas naturais (peroxidases); destruir microrganismos e insolubilizar os fosfatídeos, que sao emulsificantes naturais, facilitando o refino do óleo Prensagem a frio ou a quente

A prensagem é geralmente efetuada em prensas contínuas do tipo expeller. Esta etapa é usada para remoçao parcial do óleo. A torta que deixa a prensa é submetida ao processo de extraçao com solvente. O teor de óleo na torta pode ser cerca de 5%, no caso de pressoes elevadas.

SOLVENTE HEXANO

O hexano tem ponto de ebuliçao entre 60 e 80oC. Uma parte do óleo é removido por dissoluçao e outra parte por difusao do através da parede celular (etapa controladora do processo). Este solvente apresenta as seguintes vantagens: . grande afinidade com o óleo dissovendo-o, . nao interage com outras substâncias presentes no grao em alta concentraçao (proteína, amido, carboidratos), . é imiscívem em água e tem baixo calor latente de ebuliçao

Desvantagens:

. alta inflamabilidade, alto custo e toxicidade

RECUPERAÇAO DO SOLVENTE

Destilaçao da miscela

Em geral a destilaçao é conduzida em um sistema de evaporaçao de 3 estágios: a 85oC, 90oC e 95oC, trabalhando sob vácuo de 250mmHg. Os aumentos nas temperaturas de destilaçao se deve ao fato que a miscela vai se tornando mais pobre em solvente. Após a destilaçao o óleo obtido passa por um secador para que tenha sua umidade reduzida a 0,8%, e em seguida segue para a refinaria. O solvente evaporado na destilaçao segue para uma bateria de condensadores. Feita a condensaçao, o solvente sofre decantaçao para que se separe de possíveis impurezas (água) e em seguida é reaproveitado para novas extraçoes.

Dessolventizaçao do farelo

A torta saída do extrator, ainda umedecida pelo solvente, recebe o nome de farelo e tem menos de 2% de óleo,. O fareloé levado até um dessolventizador e tostador para que o solvente residual seja recuperado. Feito isso o farelo dessolventizado a uma temperatura de 90oC é transportado até um resfriador que reduz essa temperatura para 10oC acima da temperatura ambiente. O farelo dessolventizado e resfriado é encaminhado para o moinho onde sofrerá o balanceamento de proteínas.

Dados do processo convencional

Na extraçao por prensagem, a partir de oleaginosas ricas em lipídeos, se extrai cerca de 60% do óleo. A extraçao de óleo por solvente constitui uma operaçao unitária de transferencia de massa por contato sólido-líquido. O sistema de extraçao opera em contra corrente, fazendo com que o solvente puro encontre a torta mais pobre em óleo e vice-versa.

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A temperatura ideal para extraçao fica em torno de 55-65oC, abaixo de 55oC nao há absorçao perfeita do óleo e acima de 60oC ocorre evaporaçao do solvente. A concentraçao de miscela ( óleo+solvente ) que sai do extrator é de 30% de óleo aproximadamente. A concentraçao de solvente no farelo é da ordem de 2%

REFINO

A refinaçao tem por objetivo separar dos azeites brutos as substâncias indesejáveis que possam afetar as propriedades organolépticas e a estabilidade do óleo : pesticidas, gomas, ceras, resinas, ácidos graxos livres, peróxidos. Entretanto alguns componentes importantes com propriedades anti-oxidantes, sao também eliminados.

Degomagem: consiste na remoçao das gomas (fosfatídeos), ceras e substâncias coloidais. Estas substâncias causam escurecimento do óleo na etapa de desodorizaçao Em geral a degomagem é feita por adiçao de 1 a 3% de água ao óleo aquecido a 70oC, sob agitaçao por ca. de 30 minutos. O precipitado é removido por centrifugaçao.

Neutralizaçao: consiste na remoçao dos ácidos graxos livres com NaOH. . Nesta etapa remove-se fosfatídeos residuais (nao hidratáveis) e corantes (clorofila, carotenóides). . Os ácidos graxos livres reduzem o ponto de fumaça dos óleos, deixam o óleo sujeito a espumar. . A neutralizaçao requer uma agitaçao eficiente para promover o contato entre as fases. . O óleo neutralizado é lavado com água quente para remoçao de saboes e é submetido a centrifugaçao.

Branqueamento:

Efetuado com terras clarificantes (terra diatomácea). Remove o excesso de pigmentos, corantes em geral, resíduos de saboes, fosfatídeos e metais. A terra branqueadora é adicionada ao óleo seco a 90oC sob vácuo. Após agitaçao, durante 30 minutos, o óleo é filtrado no filtro prensa.

Desodorizaçao:

Remoçao de odores e sabores desagradáveis causados pelos peróxidos, ácidos graxos livres, pesticidas. A desodorizaçao é efetuada por insuflaçao de vapor direto sob alto vácuo.

Winterizaçao: (Centrifugaçao ou filtraçao a frio):

Remove cristais de estearinas, ceras, resinas. Comumente faz-se um resfriamento lento do óleo para formaçao de cristais. O refino remove além de impurezas, indesejáveis para consumo humano, algumas substâncias com propriedades funcionais tais como: antioxidantes naturais e tocoferóis.

REFINO FÍSICO

Os óleos com acidez acima de 10% (arroz, palma), nao devem ser neutralizados com álcali, por razoes econômicas, devido a uma perda de óleo neutro. Neste caso a desacidificaçao pode ser feita por destilaçao dos ácidos graxos livres.

Desacidificaçao: se baseia na diferença entre o ponto de ebuliçao dos ácidos graxos livres e dos triglicerídios. Os ácidos graxos livres tem ponto de ebuliçao de pelo menos 100oC mais baixo que o dos triglicerídios correspondentes.

Extraçao mecânica de óleos vegetais.

O processo de extraçao mecânica de óleos vegetais compreende as fases de limpeza da semente, descascamento, pesagem, moagem, cozimento, prensagem, filtraçao de óleo e moagem da torta (massa). A seguir serao apresentadas algumas características de cada uma destas fases. 1. Limpeza da semente: a semente a ser processada deve estar livre de matérias estranhas que podem prejudicar os equipamentos e reduzir o rendimento de óleo. Sao utilizadas peneiras oscilantes com ou

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sem sistema de ventilaçao para retirada de impurezas ou mesa gravitacional que separa partículas com diferentes pesos específicos. 2. Descascamento de sementes: sao utilizados equipamentos para retirada das cascas como quebradores e peneiras de separaçao. 3. Pesagem: é realizada para controle do rendimento obtido. Pode ser realizada antes do descascamento, mas o volume será maior. 4. Moagem: utilizada para facilitar o cozimento e a prensagem. A quebra do descascamento pode ser suficiente em alguns casos. Em sementes com altos teores de óleo, pode-se dispensar a moagem.

5. Cozimento: realizada em tachos cozedores controle da temperatura, umidade e o tempo que a semente permanece no equipamento tem por finalidade liberar as partículas de óleo contidas nos envólucros celulares. O cozimento controlado também permite eliminar as toxinas. O cozedor é construído com câmaras de vapor saturado, entretanto, no caso de pequenas produçoes, pode ser realizado no fogo direto, sem a necessidade de caldeira para geraçao de vapor.

6. Prensagem: pressao para expulsao do óleo. Pode ser contínua ou descontínua. Na prensagem contínua a massa é comprimida por um eixo helicoidal que gira dentro de um recipiente com aberturas por onde sai o óleo. Na prensagem descontínua a massa é prensada por um cilindro hidráulico dentro do recipiente. Esse último é muito utilizado na extraçao de óleo de mamona "a frio", pois seu funcionamento permite operar a baixas temperaturas.

7. Filtraçao do óleo: partículas da massa presentes no óleo devem ser separadas antes da estocagem. Utiliza-se filtro prensa, filtro de placas verticais e, eventualmente, peneiras vibratórias.

8. Moagem da torta: após a extraçao do óleo, a massa residual (torta) pode ser moída para homogeneizar a sua granulometria. A moagem é feita em moinho tipo martelo com telas reguláveis.

Os equipamentos para extraçao de óleos vegetais mais encontrados no mercado atingem a capacidade de 400 kg de matéria-prima por hora. Para atender pequenos produtores, também sao oferecidos equipamentos com capacidades de 20/50 kg/h e 100/120 kg/h. Esses equipamentos sao tecnicamente simples de operar e de fácil transporte e montagem. O processo de extraçao de óleo vegetal em micro-usina é o mesmo da seqüencia descrita acima, sendo possível trabalhar com diversas sementes oleaginosas (principalmente aquelas com altos teores de óleo) dispondo-se de um conjunto completo como esse. Refino de óleos vegetais.

O processo convencional e contínuo de refino de óleos vegetais divide-se em diversas etapas que variam conforme o tipo de óleo, a variedade da oleaginosa, a qualidade do óleo bruto e a aplicaçao que se deseja dar ao produto final. A seguir descreve-se um processo que se aplica a algumas variedades de óleo, pois, dependendo do produto, pode nao ser necessário o refino do óleo. Os fatores relevantes para a definiçao pelo refino sao as características finais do produto, a aplicaçao do produto e a real necessidade de uma clarificaçao ou algum procedimento mais refinado. Etapas de refino:

1. Degomagem: ácida (tratamento com ácido): tratamento com ácido fosfórico. É particularmente importante para o óleo de soja, sendo usado em algodao, milho e palmídeos, quando nao é imprescindível, mas reduz perdas por emulsao e melhora o produto final.

2. Neutralizaçao: consiste em baixar a acidez do óleo, eliminando os ácidos graxos livres (FFA Free Fat Acid) por meio da adiçao de substância alcalina (soda cáustica + água), resultando na saponificaçao

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destes ácidos.

3. Lavagem: retirada dos restos de saboes resultantes da neutralizaçao através da lavagem com água quente (em duas etapas).

4. Secagem: reduçao no percentual de água até o mínimo para um bom desempenho na continuaçao do processo.

5. Branqueamento: retira-se parte dos pigmentos do óleo, principalmente os vermelhos e amarelos.

6. Winterizaçao: retirada das ceras estearinas cristalizáveis contidas do óleo através de um resfriamento até temperaturas que podem chegar a 15oC ou 5oC, durante um período de 12/24 horas. As ceras sao cristalizadas com ou sem a ajuda de um acelerador de cristalizaçao. Este procedimento é indicado para óleos de algodao, girassol, milho e arroz, devendo ser realizado antes da desodorizaçao para evitar fracionamento das ceras em altas temperaturas.

7. Desodorizaçao: consiste em refinar fisicamente os óleos vegetais utilizando vapor direto ou alto vácuo para retirar os ácidos graxos livres e substâncias odoríferas. Os ácidos graxos separados sao recuperados em um condensador de contato direto que funciona com a circulaçao em circuito fechado dos próprios ácidos graxos resfriados obtidos no sistema de recuperaçao.

Algumas características quanto ao teor de óleo presente nas matérias primas citadas na demanda sao as seguintes:

Mamona: nos Estados Unidos, a sua produçao comercial ocorre desde 1860 para fins medicinais ou lubrificantes. A planta pertence a família das Euphorbiaceae e possui 50% de óleo em base seca e 25% de casca.

Buriti e Babaçu: praticamente todas as palmeiras em especial o dende, o buriti e o babaçu - concentram altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicaçao alimentícia ou industrial. O principal destinatário das amendoas do babaçu sao as indústrias de esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amendoa, esse óleo é subproduto para a fabricaçao de sabao, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina.

Tucuma: seu potencial de pro-vitamina "A" é de 52000 u.i por 100 g, valor só igualável pela polpa do buriti, sendo 90 vezes mais elevado que o da polpa de abacate e 3 vezes superior ao da cenoura, vegetal até bem pouco tempo considerado a melhor fonte de pro-vitamina "A". Seu valor em vitamina B1 (tiamina) é bem interessante e o teor de vitamina "C" (ácido 1 ascórbico) rivaliza com os frutos cítricos. O valor energético da polpa alimentícia é significativamente alto em relaçao aos frutos frescos em geral, 247 calorias por 100 g, sendo 19,1% de glicídios, 16,6% de lipídios (óleos e gorduras) e protídios 3,5%.

Cupuaçu: O cupuaçu é um parente muito próximo do cacau (ambos pertencem ao genero Theobroma - veja também Cacaueiro). Embora sejam diferentes externamente, sao as ricas e gordurosas sementes do cupuaçu que aproximam os dois frutos: delas é possível extrair uma pasta semelhante aquela com que se produz o chocolate e a manteiga de cacau. Para cada tonelada de sementes frescas obtém-se 180 kg de cupulate e 135 kg de manteiga, que é usada na formulaçao do produto em tabletes.

Cacau: Do fruto do cacaueiro se extraem sementes que, após sofrerem fermentaçao, transformam-se em amendoas, das quais sao produzidos o cacau em pó e a manteiga de cacau. O teor de gordura nas amendoas do cacau é em torno de 50%.

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Castanha do Pará: O peso do fruto varia de 200g até 1,5kg, com média de aproximadamente 750g. As sementes representam cerca de 25% do peso dos frutos e as amendoas (sementes sem a casca), 13%. O peso médio de uma semente gira em torno de 8,2g. A castanha-do-pará contém em torno de 68% de lipídios (óleos e gorduras), 16% de protídios, 3% de glicídios e 3% de água.

Amendoim: o grao de amendoim possui em torno de 46% de óleo, 3% de fibras, 30% de proteína bruta e 13% de carboidratos. As perdas no processo de extraçao e refino do óleo variam de acordo com a espécie e os equipamentos a serem utilizados. Os resíduos sempre mantem, em sua composiçao, nutrientes que podem ser aproveitados na alimentaçao humana (farinhas) ou animal (raçao). Entretanto, esta utilizaçao dos resíduos depende das suas condiçoes finais e características de palatabilidade e aceitaçao dos animais que serao alimentados. Além disso, existem fatores locais que devem ser considerados para o aproveitamento dos resíduos como facilidade de moagem e transporte, proximidade com possíveis consumidores, entre outros. É importante lembrar que o processo de extraçao e refino de óleo deve seguir as normas estabelecidas pela AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA e deve-se realizar testes de controle microbiológico em laboratórios credenciados.