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Buzz # 24 Abril

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Reportagem com padre Antonio Maria, Atendimento Fraterno, entrevista com Elton Brasil

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2 Buzz - Abril de 2012

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CARTA AO LEITOR

A revista Buzz é uma publicação mensal da Voz Ativa Comunicações - Diretor Geral: Mauro San Martín - Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Editor-chefe: Mauro San Martín - DRT 24.180/SP - Repórteres: Mauro San Martín e Paulo Aparecido. Foto da capa: Kiko Sanches/Produção Mauro San Martín - Revisão: Antonia Vassique - Tira-gem: 5 mil exemplares - Impressão: Jac Gráfica e Editora - Email: [email protected] - Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da editora. Não é permitida a reprodução de anúncio publicitário deste número como tam-bém das edições anteriores, exceto com autorização por escrito. POR FAVOR, RECICLE ESTA REVISTA!

De útil a vilão

ACESSE - WWW.REVISTABUZZ.COM

Edição 24|Ano 3|Abril de 2012

8 Novo livroPadre Antonio Maria, que vive num mosteiro em Jacareí, escre-ve sobre a importância de famosos como Roberto Carlos, papa João Paulo II e Dom Helder Câmara para o sacerdócio. Novo livro será lançado dia 11 de abril, no Jacareí Shopping.

6 A arte de EltonEm entrevista reveladora, o artis-ta plástico jacareiense Elton Brasil conta como por muito pouco não virou morador de rua, como tantos outros usuários de drogas. Sua sal-vação foram as reuniões do NA e o sucesso de sua produção artística.

10 Valorizando a vida

O final de semana é conhecido por reuniões familiares numerosas. No en-tanto, muitos não têm esse privilégio e sentem-se solitários e depressivos. Esses últimos utilizam um serviço es-sencial na cidade - o Atendimento Fra-terno, antes conhecido por CVV. Aos finais de semana, ligações aumentam 30%.

Deputados e vereadores, covardemente, preferiram mexer com o indefeso consumi-dor a lutar contra as poderosas fábricas de ali-mento. Eles resolveram proibir as sacolinhas em vez de vetar também o uso do plástico nas embalagens presentes nas gôndolas dos supermercados.

A quantidade de sacolinhas é infinitamen-te menor do que o plástico utilizado nas em-balagens. Produtos como salsichas, queijos, farinhas em geral, linha de higiênicos, entre

outros, são embalados com plásticos. Em al-guns supermercados, até o pão francês sai da padaria num saco plástico. Enfim, as sacoli-nhas distribuídas nos caixas são muito poucas em relação ao plástico usado nos produtos.

A proibição das sacolinhas é mais um jogo midiático, pretensamente em favor do meio ambiente. Não é algo que mude o plane-ta. É político querendo aparecer como amigo da natureza. Se eles estivessem preocupados com o meio ambiente, poderiam também coibir o uso de plástico pelas indústrias. No entanto, foram covardes ao apelar para o lado mais fraco dessa corrente - o consumidor.

Se quisermos melhorar nosso planeta, to-dos devem fazer a parte que lhes cabe. As in-dústrias, por exemplo, poderiam usar papelão ou plástico vegetal para armazenar seus pro-dutos. O consumidor, por sua vez, evitaria as

famigeradas sacolinhas. Para estocar o lixo, grandes latas ou caçambas nas ruas. Enfim, se todos participassem, teríamos um planeta melhor.

O plástico é o principal vilão ambiental, entope bueiros e causa poluição em rios e mares. A Society of Plastic Industry, entidade que representa as indústrias norte-americanas desse setor, lançou uma campanha publicitá-ria de R$ 15 milhões para mudar a imagem do plástico, que de útil passou a vilão. O ob-jetivo da campanha é falar que o plástico em si não é o problema, mas seu descarte incor-reto no meio ambiente. O consumo de plásti-co no Brasil é de 28 quilos por habitante ao ano, com crescimento anual de 6%.

A verdade é que as indústrias de plástico precisam se reciclar e buscar alternativas me-nos poluentes.

Fotos: Kiko Sanches

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RADAR

15 anos do grupo Grupo Dom Couto

A frase“Por muito tempo fiquei sufocado com as amarras impostas pela antiga Executi-va que antes mandava no PPS de Jacareí”. Adriano da Ótica, vice-presidente da Câmara Municipal de Jacareí e presidente do PPS em Jacareí.

Primeira mulher a comandar a prefeitura

Os vereadores de Jacareí deram o nome de Nilza Mazzeo Vieira para uma rua locali-zada no Jardim Novo Amanhecer. Nilza Mazzeo foi a primeira mulher a comandar a Prefeitura de Jacareí. Em 24 de agosto de 1963, a funcionária pública Nilza foi no-tícia no Estado por assumir interinamente a prefeitura por três meses. O então pre-feito, Antonio Nunes de Moraes Junior, o vice-prefeito, Jair Ferraz, e o presidente da Câmara, Afonso Rosa da Silva, licencia-ram-se para se candidatar a vereador. Pela legislação da época, em casos como este, o prefeito deveria designar um funcionário para assumir o cargo e, para surpresa geral, Antonio Nunes escolheu Nilza. A homena-gem fez parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Sindicato cobra reposição salarial

O presidente do SindSaae (Sindicato dos Trabalhadores do SAAE - Serviço Autô-nomo de Água e Esgoto), Décio Moreira Neto, usou a tribuna livre da Câmara Mu-nicipal de Jacareí, no dia 6 de março, para falar sobre a campanha salarial dos servi-dores. “Desde 2001, os servidores não têm tido a reposição nem mesmo da inflação. Não podemos esperar mais. Isso deve ser

O grupo Dom Couto, de assistência ao próximo do Hospital São Francisco, completou 15 anos no dia 3 de março. Nessa uma década e meia, os integrantes do grupo levaram sempre uma palavra de conforto e esperança aos pacientes do hospital, principalmente os do setor de oncologia. Muitas histórias de superação poderiam ser contadas nestes anos de trabalho, como a de Maria Teresa que, após ela mesma passar por um tratamento contra o câncer, ofereceu-se para ser voluntária no grupo.

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ulga

ção

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resolvido agora. O salário fica defasado, os jovens não fazem carreira e isso incentiva a terceirização, que não visa a qualidade dos serviços”, afirmou.

PCdoB e tucanos juntos na eleição

Os membros do comitê municipal do Parti-do Comunista do Brasil (PCdoB) de Jaca-reí aprovaram por unanimidade o apoio à candidatura do advogado Izaías Santana à prefeitura da cidade. Para o presidente do PCdoC local, Luiz André Moresi, a defini-ção pelo Izaias Santana “foi uma decisão tranquila, amadurecida e refletida no que pensa o PCdoB, que é a renovação na con-dução da administração pública, através de uma nova forma de fazer política.” Moresi destaca ainda que a escolha ocorreu porque o partido acredita que “o Izaias é o nome que reúne os melhores requisitos para re-presentar a oposição nas eleições, é uma pessoa capaz de participar com qualidade nos debates, pode apresentar as melhores propostas e animar toda a chapa de vere-adores para ir para a rua buscar o voto do eleitor descontente com o atual prefeito”.

Willdson e o intercâmbio verde

O representante da executiva do Partido Verde de Jacareí, Willdson Mendes Stahn, esteve em Berlin para visitar e negociar apoio com o PV alemão. “Vamos avaliar o que deu certo lá que pode ser usado aqui no Brasil, especificamente em Jacareí”, afirmou Willdson. Ele visitou o sistema de mobilidade urbana alemão que integra

trens, ônibus e bicicletas de forma harmo-niosa. Está previsto um estudo em conjun-to de um plano cicloviário para a cidade de Jacareí, além de outras ações visando a preservação do meio ambiente e a saú-de das pessoas. No ano passado, Willdson visitou o Partido de Defesa dos Animais, na Holanda. Em maio, o PV encerra seu intercâmbio ao encontrar-se com o Partido Verde suíço.

Entrega de 240 nova casas

A Prefeitura de Jacareí entregou 240 novas unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida no dia 15 de fevereiro. Com mais esta etapa, são mais de 600 fa-mílias beneficiadas pelo programa na cida-de. De acordo com informações da prefei-tura, Jacareí responde por 20% de todos os contratos do programa no Vale do Paraíba – há ainda cerca de 700 unidades habitacio-nais em construção na cidade.

Surge terceiro candidato a prefeito

O vereador Adriano da Ótica (PPS) é o ter-ceiro nome a entrar na disputa pela prefei-tura nas eleições deste ano. Os outros dois são: Hamilton Ribeiro Mota (PT), que dis-puta a reeleição, e Izaias Santana (PSDB). Nos bastidores, comenta-se que o PSDB deverá apoiar Adriano.

Fapija em novo endereço

Após 30 anos na Escola Agrícola, a Fapija (Feira Agropecuária e Industrial de Jacareí)

desde ano será realizada no Agrocentro, localizado no Bairro do Jardim Colônia. A área de 500 mil m2 foi adquirida pelo Sindicato Rural há 5 anos. O local passa por terraplenagem para receber os galpões de animais e eventos. A área vai ter galpão para leilões, pistas de provas e julgamentos e espaço para rodeio e shows, com toda a infraestrutura e segurança, garante o Sindi-cato Rural. O estacionamento deverá com-portar cerca de 15 mil veículos.

Novo polo industrial em Jacareí

Os executivos da Chery Brasil pretendem construir um novo polo industrial em torno da área aonde a multinacional chinesa pre-para suas instalações em Jacareí. “Estamos em contato com fornecedores de autope-ças, com empresas de altíssima capacita-ção para equipamentos industriais e com instituições educativas e de tecnologia em busca de parcerias”, comentou Luis Curi, CEO da Chery Brasil. Empresários deve-rão visitar a cidade para tirar a ideia dos executivos do papel.

São Francisco lançou campanha

O Hospital São Francisco de Assis lançou no dia 2 de abril a campanha “Corrente do Bem” em prol do seu Plano de Expansão, que irá au-mentar em 69% a capacidade de atendimento em serviços como Radioterapia e UTI Adulto/Coronariana para as cidades do Vale do Paraí-ba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Hoje, são realizados cerca de 30 mil atendimentos por mês, sendo que o hospital é referência regional SUS para Maternidade, UTIs e Oncologia.

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ENTREVISTA | Elton Brasil, artista plástico

6 Buzz - Abril de 2012

“Arte é para poucos. Souvenir é para todos”

O artista plástico Elton Brasil, de 48 anos, fala pelos cotovelos. Com obras expostas nos princi-pais órgãos públicos de Jacareí e

nas principais cidades do país, ele explica que trabalha de maneira diferente dos de-mais artistas. Produz souvenir e obra de arte. “Obra de arte é para poucos. Souvenir é para muitos.” Aluno de Geraldo Magela, Elton conta que começou vendendo seus trabalhos (pintura sobre entalhe em madei-ra) na Praça da República, em São Paulo. Hoje, sua vida mudou completamente. Ele vende para o Brasil e o mundo a partir de um pequeno e simples ateliê no Jardim das Indústrias. Mineiro de Baependi, o artista chegou em Jacareí aos sete anos. Conside-ra-se jacareiense. Elton conta que vive e respira arte 24 horas por dia. Às vezes, tem idéias durante o sono. Tanto talento e von-tade de criar quase acabou por causa das drogas. Num depoimento corajoso, Elton Brasil revela que está limpo há três anos graças ao Narcóticos Anônimos.

O artista plástico jacareiense Elton Brasil, um dos mais requisitados do momento, explica como escapou das drogas para dedicar-se ao que mais gosta na vida. À Buzz, ele revelou que “respira” arte 24 horas por dia.

“Eu só usava (drogas) para viver

e vivia para usar. Eu perdi a noção do dia

e da noite. Até que conheci o NA

(Narcóticos Anôni-mos) há três anos e

tudo mudou.”

Buzz – Quem é Elton Brasil?Elton Brasil – É um mineiro natural de Ba-ependi, que cresceu em Jacareí. Estou aqui desde 1970 e não pretendo sair mais. Quero terminar meus dias nesta cidade, onde sou conhecido e respeitado. Sou jacareiense. Tenho segundo grau incompleto. Sou sepa-rado, tenho uma filha casada e uma neta, a Manu Brasil, a quem amo de paixão. Eu moro com minha mãe, de 86 anos, de quem cuido. Buzz – Que tipo de arte você produz?Elton – Eu retrato cenas do cotidiano. O Brasil do dia a dia. A técnica é pintura so-bre entalhe em madeira. O carro-chefe do meu trabalho é a pintura sobre entalhe, mas eu pinto prato, caneca, caixa de fósforos, gamela e muros. Tudo que é dinheiro limpo e honesto, fruto de arte, eu pinto. Dá para pintar até pedra. O que você quiser pintar dá para ganhar dinheiro. Nesse país, não falta emprego, falta criatividade.Buzz – Onde estão expostos seus traba-lhos?Elton – Eu comecei em1983, na Praça da República, em São Paulo, quando conheci o artista plástico Geraldo Magela. Tudo o que sei de arte devo a ele. Fiquei com ele três anos e depois segui meu próprio ca-minho de bons e maus ventos. Hoje, estou num bom vento: estou pintando, assopran-do e vendendo. Não dá tempo nem para se-car os trabalhos. Tudo, porém, fruto de um trabalho e uma longa caminhada. Eu tenho trabalhos expostos de Porto Alegre a Euro-pa. Eu vendo arte de dezembro a dezembro e de segunda a segunda. Se bobear, eu e

minha equipe varamos a noite. Adoro criar. Eu gostaria de ser um polvo, com trinta tentáculos, para fazer tudo, mas tenho ape-nas dois. Por isso, preciso das meninas para ajudar. O nome Elton Brasil é forte na arte. Eu e as meninas sobrevivemos do que pro-duzimos.Buzz – Quais são suas influências?Elton – A minha influência é a arara, o tucano e a bandeira do Brasil. Eu retrato o Brasil e nosso país possui cores fortes como o amarelo, o azul, verde e o branco. Acabei de vender um quadro para a Funda-ção Cultural José Maria de Abreu retratan-do o Mercado Municipal de Jacareí. Aos 7

anos, eu fazia compras com minha mãe no Mercado. Eu adorava porque a gente volta-va de charrete. Enfatizei isso no quadro. A carroça era utilizada para transportar peso e a charrete para levar pessoas porque não havia táxi naquela época. Retratei ainda nesse quadro a Casa Scherma, o Bidu, a Drogaria Santa Rosa, a fábrica de biscoito, a Lavalpa, a Caramuru, a Visetti etc.Buzz – É verdade que o papa João Paulo II recebeu um trabalho seu?Elton – O envio do meu trabalho ao papa foi um presente muito grande que ganhei do ex-prefeito de Jacareí, Marco Aurélio de Souza, meu amigo particular. Uma pessoa

Fotos: Kiko Sanches

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“Eu percebo que criança carente também é gente. Eles têm talento”.que gosta muito de arte. Um governante que valorizou muito a arte de nossa cidade. Na visita que ele fez a João Paulo II, ele precisava dar um presente. A cidade preci-sava dar um presente. Eu fui escolhido. Eu não cobrei nada pela gratificação que foi presentear o papa. O Marco Aurélio tam-bém me ajudou a manter um contato com a Marta Suplicy na época dos 450 anos da capital. Eu consegui fazer “São Paulo 450 Anos” graças ao apoio do Marco Aurélio. Gostaria de deixar aqui meu muito obriga-do. Eu amo o Marco de paixão. Buzz – Como desenvolveu seu estilo?Elton – Eu desenvolvi o meu estilo no dia a dia. Aprendi noções básicas de entalhe e pintura com Geraldo Magela e fui apren-dendo o resto com o público. Eu tenho três princípios básicos que não abandono: mente aberta, honestidade e boa vontade. Juntando tudo isso, estou onde estou hoje. Buzz – Seus trabalhos retratam coisas ale-gres. Já pensou em fazer algo lúgubre?Elton – Jamais. O Elton Brasil é um cara alegre, extrovertido, gosta do pôr-do-sol, coca-cola com gelo e limão. Não compac-tuo com tristeza e mau humor. Buzz – O que você pensa das novas tecno-logias?Elton – Eu não sei nem ligar o computador. Eu tenho um blog feito pelo amigo Lúcio. Quando tem e-mail, ele que traz para mim. Não quero nem aprender a ligar o compu-tador. Só saber dirigir um carro e manusear um celular está ótimo. Buzz – Que encomenda mexeu mais com seu ego?Elton – O do papa foi marcante. Você dar um trabalho para sua santidade foi marcan-te. Não é para qualquer um. Outra coisa que mexeu também foi uma exposição que fizemos na Câmara Municipal de Jacareí, no ano passado. Um momento marcante porque dediquei para a minha neta Manu Brasil.Buzz – Dá para ficar rico fazendo artes plásticas?Elton – Riqueza é um estado de espírito. Pagar as contas e não dever nada para nin-guém. Na medida do possível, ajudar o próximo. Buzz – Artes plásticas para você é uma forma de ganhar dinheiro ou para aliviar o estresse, ou ambos?Elton – Em primeiro lugar, eu amo o que faço. A minha profissão envolve muito mais que um simples fazer. Eu tenho que comercializar. Somos uma equipe para ga-nhar dinheiro porque ele traz bem-estar. Buzz – Quais os preços de seus trabalhos?Elton – Variam de R$10 até quanto você puder pagar. Depende do grau de dificulda-

de. Há artista que trabalha com um trabalho por mês, e determina o preço. Trabalho di-ferente. Eu vendo souvenir e lembranças. Vendo em Itacaré, Itaparica, Praia do For-te, Pelourinho, no Mercado Modelo, Praia Atalaia, Praia do Francês, Olinda, Caruaru, Gravatá, Fortaleza, Rio Grande do Norte, São Luiz, Teresina, Brasília, Pirenópolis, Paraty e Curitiba. Eu vivo do turismo, que exige um trabalho de baixo custo para você vender o ano todo. Eu vendo por telefone.Buzz – omo é seu sistema de produção de quadro e souvenir?Elton – Não adianta Deus me dar 500 lojas, se Deus não mandar uma equipe. A minha vida é entregue nas mãos de um Deus de amor. Ele cuida de mim. Ele traz a equipe. São pessoas que curtem arte e são apaixo-nadas pelo que fazem. Trabalho junto com 13 meninas.Buzz – Que característica considera essen-cial para achar que o resultado é bom?Elton – Depende de quanto o cliente vai me pagar. Se você me paga um preço alto, vou caprichar. Na linha de souvenir, não é que é avacalhado, é uma peça bonita, mas sim-ples para ser produzido em grande escala. Quase como a produção de uma empresa. Quando se fala em obra de arte, tenho vá-rias no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, na Câmara Municipal de Jacareí, Saae e a Prefeitura de Jacareí. A obra de arte e o turismo não combinam. Não tem como eu vender uma obra de arte em Para-ty. Se eu vender coisa barata, vendo o ano todo. Obra de arte é para poucos. Souvenir é para muitos.Buzz – Onde e como comprar os trabalhos de Elton Brasil?Elton – Eu tenho um blog na internet (www.eltonbrasilartes.blogspot.com). Em Jacareí e pelo Brasil, sou conhecido. Dias desses, ligou um cara da Bahia atrás de um quadro meu. Falei para ele mandar o dinheiro que eu mandaria o quadro. O cara nem me conhece. Ele mandou o dinheiro e recebeu um quadro meu. Eu tenho um nome no mercado. São 31 anos. Não come-çamos ontem.Buzz – Além de artes plásticas, o que você faz?Elton – Durmo e vou a reuniões do Nar-cóticos Anônimos. Vou todo dia nas reuni-ões do Narcóticos Anônimos, que é minha diversão. Eu também ensino minhas técni-cas em duas escolas da rede municipal de ensino de Jacareí ( Delly Gaspar e Profes-sora Claudia Gaspar). É um projeto que está em seu terceiro ano. São crianças na faixa de 8 a 10 anos. É um trabalho que deu certo. A criançada quer fazer a minha oficina porque são poucas vagas. Eu per-cebo que criança carente também é gente. Elas têm talento. A proposta do secretário de Educação de Jacareí. João Roberto de Souza, que ama arte e conhece o Museu do Louvre, em Paris, é o aluno interagir com o artista. Hoje, quando os alunos trabalham com Anita Malfatti, por exemplo, eles inte-ragem apenas com uma foto. O Elton Bra-sil está lá ao vivo e em cores. Buzz – Você já realizou exposição?

Elton – Eu não curto exposição. Eu só cur-to exposição da Secretaria Municipal de Educação, quando levo minhas crianças para visitar. Se me chamar para fazer expo-sição, não me interessa.Buzz – O que inspira você?Elton – É algo espiritual. Está no DNA. Eu transformo realidade em pintura. Eu viajo muito e capto isso nos lugares por onde passo. Buzz – Qual é a relação do seu trabalho com o público?Elton – Na venda do souvenir, eu tenho mais contato com os donos das lojas. O consumidor de arte conhece o nome Elton Brasil. A minha relação com eles é a assi-natura do meu nome nos quadros. Eles não conhecem Elton Brasil. Buzz – Qual é o objetivo de sua arte?Elton – Fazer o que eu gosto. Decorar a casa dos outros. Eu faço arte sem reclamar 24 horas por dia. É um meio de subsistir nessa vida.Buzz – Como está o mercado de artes plás-ticas em Jacareí?Elton – Eu não me envolvo com outros artistas. Cada tem o seu pensamento. Co-nheço o Nero de Deus de oi, oi, boa tarde, boa noite. Não tenho uma vida social. Não saio à noite, não bebo, não uso. Não tenho contato com o povo.Buzz – Você disse que participa dos Narcó-ticos Anônimos. O que ocorreu com você e como isso pode incentivar outros a pro-curar o NA?Elton – O Narcóticos Anônimos salvou mi-nha vida. Eu só usava (drogas) para viver e vivia para usar. Eu perdi a noção do dia e da noite. Até que conheci o NA há três anos e tudo mudou. Há três anos que estou lim-po e não uso mais. Todo mundo sabe disso. Eu não escondo. Não canso de dar graças a Deus. Eu devo tudo isso à irmandade cha-mada Narcóticos Anônimos, uma entidade sem fins lucrativos e composta de homens e mulheres para quem a droga tornou-se um problema maior. O legal é que não se paga nada e a gente não aceita um centavo de doação. Somos totalmente independen-tes. Lá, eu conheci um Deus de amor que me resgatou tudo que tenho direito. O NA devolveu a arte para minha vida, senão se-ria mais um morando embaixo da ponte.Buzz – A última pergunta é um espaço que abrimos para você falar o que sentir von-tade de compartilhar com nossos leitores.Elton – Eu acho que temos vários outros talentos na cidade. Talvez, pessoas que não vivam tão intensamente da arte como eu, mas pessoas com talentos que devem ser mostradas. Elas merecem esse espaço. Hoje em dia, não corro atrás das coisas, elas vem até mim. O seu futuro é o resulta-do do seu hoje. Aproveito para agradecer a um Deus de amor por ter a oportunidade de fazer isso. Trabalhar junto com 13 meninas e todos fazerem o que gostam.

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O PESCADOR QUEcontinua sendo pescado

Padre Antonio Maria, um dos sacerdotes mais conhecidos do país, lança seu novo livro – Pescadores de Corações – no dia 11de abril no Jacareí Shopping e, no dia 12, em São José dos Campos. O livro nasceu do convite da editora Universo dos Livros e foi es-crito durante suas viagens. Com tiragem de 50 mil exemplares, o novo trabalho do padre foi lançado em outras capitais e agora terá um lançamento especial na região porque Antonio Maria mora num mosteiro em Jacareí.

Ele acreditava que não teria tempo para escrever devido às suas inúmeras viagens para atender compromissos agendados em todo o Brasil. No entanto, “Pescadores de Corações” começou a ser escri-to dentro de um avião. Como Antonio Maria não está familiarizado com informática, os textos foram escritos à mão e depois digitali-zados. Levou três meses para ser concluído. Um dos capítulos foi escrito em Jerusalém, quando ele participou do especial de Roberto Carlos, um de seus amigos famosos.

Segundo o padre, ele narra como Deus o “pescou” para o sacer-dócio. Além de Roberto Carlos, o livro traz histórias do papa João Paulo II, Padre Cícero, Dom Helder Câmara, Frei Damião, irmã Dul-ce, entre outros, que de alguma forma o influenciaram ao longo de sua vida. Um dos capítulos, o que fala do ator e cantor mexicano José Mogica, é especial para Antonio Maria. Mojica deixou a vida artís-tica de lado para tornar-se frei. Como era cantor de ópera e um dos primeiros sacerdotes cantores, a história de Mojica inspirou muito padre Antonio Maria, que também é conhecido como padre cantor e, além disso, ambos ingressaram na Ordem Terceira de São Francisco.

Trabalho social - Os recursos obtidos com a venda do livro serão usados nas obras do Novo Caminho, projeto social tocado pelo padre e as irmãs da Ordem Filhas de Maria – Servas dos Pequeninos na ajuda a crianças abandonadas, órfãs, rejeitadas e maltratadas. Esse trabalho é desenvolvido em três locais – Alagoas, Extrema/Minas Gerais e Jacareí. Enquanto em Jacareí as irmãs permanecem em ora-ções, nas outras cidades, elas executam o trabalho social.

O primeiro livro escrito pelo padre chamava-se “Conversando com Maria” e falava de fatos do dia a dia com os ensinamentos de Deus. Entre os capítulos, havia temas como televisão e os temidos rapazes que brigavam na noite carioca – os pitbulls. O padre Antonio Maria pertence à Diocese de Nazaré da Mata, em Pernambuco. Na cidade, ele celebra missa apenas no mosteiro Ain Karin, localizado no Campo Grande, todo dia 11, às 16 horas. A celebração é aberta a todos.

Foto: Kiko SanchesEm seu novo livro, padre Antonio Maria narra como Deus o “pescou” para o sacerdócio

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O padre Antonio Maria afirmou que pretende construir um santuário dedicado à Nossa Senhora, no Mosteiro Ain Karin, localizado no bairro do Campo Grande, em Jacareí. Segundo ele, as pessoas já pro-curam o mosteiro para buscar orientação espiritual com as irmãs da Congregação Filhas de Maria – Servas dos Pequeninos. Ain Karin, quer dizer fonte da vinha. É o lugar onde Maria ficou por três meses quando Izabel estava grávida, segundo os textos bíblicos.

A área do mosteiro foi doada pelo casal

Guilherme e Rosália, proprietário do “Re-tiro Chamas do Amor”, que fica do outro lado da Carvalho Pinto, na região do Cam-po Grande. Com a construção da rodovia, a fazenda do casal foi dividida ao meio e eles optaram pela doação de uma das áreas ao padre.

A doação ocorreu num momento bas-tante especial para o padre Antonio Maria. Ele viajava pela Europa com um grupo de peregrinos. No dia em que completava 27 anos como sacerdote, Guilherme e Rosália comunicaram a intenção de doar o terreno

após a celebração de uma missa na Alema-nha.

Hoje, padre Antonio Maria tem 35 anos de carreira eclesiástica.

Num primeiro momento, o padre não aceitou porque havia feito voto de pobre-za, mas disse ao casal que poderia oferecer à congregação das irmãs que ele fundou. Eles conheceram a área, gostaram e funda-ram o mosteiro.

O desejo do padre é fazer no local um polo espiritual. “Um mosteiro que irradie luz”, conclui.

Mosteiro deverá sediar santuário, diz o padre

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UM INIMIGOchamado solidãoNos finais de semana, Cruz Vermelha atende30% mais ligações relacionadas à solidão

Os finais de semana são conhecidos pelas tradicionais reuniões familiares, com muita macarronada e até um suculento churrasco. Períodos de muita alegria. Para outros, nem tanto. As ligações ao Atendi-mento Fraterno de Jacareí aumentam 30% entre sexta-feira e domingo, segundo o pre-sidente da Cruz Vermelha de Jacareí, Ivan de Carvalho, que mantém esse trabalho vo-luntário na cidade.

Carvalho informa que o Atendimento Fraterno recebe uma média de 200 ligações por mês em Jacareí. Ele revela que grande parte dos telefonemas refere-se a solidão, mas existem ainda problemas relacionados a drogas e bebida. Em Jacareí, o serviço funciona de segunda a segunda, das 14 às 6 horas. Por falta de voluntários, alguns ho-rários não têm pessoal para atender.

Entre as inúmeras histórias, Carvalho lembra-se de uma pessoa que desejava pu-lar da ponte após festa na Câmara Munici-pal. O pessoal do Atendimento foi chama-

do e, 15 minutos depois, o suicida estava numa ambulância a caminho do hospital. Para o presidente da Cruz Vermelha, esse e tantos outros casos dão uma vaga ideia da importância do Atendimento Fraterno na cidade.

Segundo ele, a solidão e as drogas são os grandes problemas atuais da humanida-

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de. Poucos têm a quem recorrer num mo-mento de angústia para desabafar, explica. O serviço da Cruz da Vermelha é a única alternativa, pois mantém sigilo absoluto das conversas entre a pessoa que liga e os atendentes. Por isso, o seu slogan é: “Se você não tem com quem conversar, ligue, sempre terá um amigo para ouvir.”

O antigo e conhecido serviço CVV (Centro de Valorização da Vida) mudou para Atendimento Fraterno por falta de vo-luntários. Segundo Carvalho, o CVV exige o serviço funcionando 24 horas por dia. Daí a mudança para Atendimento Fraterno, que não tem essa exigência.

O grande problema para manutenção do Atendimento Fraterno em Jacareí é a

falta de voluntários. O serviço funciona atualmente com 15 pessoas quando o ideal seria ter pelo menos 50 atendentes. A meta para 2012 é tornar o Atendimento Fraterno funcionando 24 horas por dia. Outros dois cursos de formação de atendentes estão programados para ocorrer ao longo do ano.

Num treinamento marcado para último dia 11 de março, apenas 17 pessoas com-pareceram dos 32 inscritos. O atendente recebe um treinamento especial para resol-ver os casos e não levar os problemas para casa. Eles passam por um treinamento com duração média de dois a três meses antes de assumir os telefones e tentar salvar vidas do outro lado da linha. Este tipo de serviço existe há 35 anos em Jacareí.

Presidente da Cruz Vermelha de Jacareí, Ivan de Carvalho

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12 Buzz - Abril de 2012

SALÃO DE FESTASdo Lar Frederico Ozanan

O Lar Frederico Ozanan espera con-cluir em breve um salão de festas com 360 metros quadrados que será usado na arrecadação de recursos necessários à ma-nutenção da entidade. O novo espaço terá cozinha, banheiros masculino e feminino e uma grande área de reunião. O presidente do Lar Frederico Ozannan, Benedito Faria de Souza, disse que pretende realizar as festas e também alugar para terceiros.

Com a falta de espaço, as festas promo-vidas pelo asilo estão sendo improvisadas numa área que serve também de estaciona-mento para os frequentadores do Lar Fre-derico Ozanan. A entidade também utiliza o salão dos vicentinos, localizado ao lado, para realizar seus eventos.

Na parte superior do salão, está sendo construída uma lavanderia para atender o asilo. O custo total da obra é de R$150 mil. Segundo Souza, o projeto inicial foi am-pliado para atender melhor as necessidades da entidade. Até o momento foram gastos R$ 90 mil.

O Lar Frederico Ozanan atende 76 ido-sos, sendo que 41 na unidade central, rua Pedro Guery, e outros 35 na unidade locali-

zada na Rodovia Euryales de Jesus Zerbini. Além das mensalidades pagas pelos idosos, eles captam recursos através das festas, ba-zar, doações, telemarketing e bingos. Por isso, a necessidade de concluir o salão de festas o mais rápido possível, ressalta o presidente.

Espaço será usado na obtenção de recursos para manutenção do asilo

Obras do salão de festas: no destaque, Dito Maria, presidente do Lar Frederico Ozanan

MAZINHO

PARABÉNSJACAREÍ360 anos alimentando sonhos de várias gerações

MAZINHO

BuzzImagens

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AGENDA ECLÉTICApara lembrar 360 anos

Há sertanejos, música clássica, exposições, muito esporte e até uma Semana Arabé

A Prefeitura de Jacareí e Fundação Cultural de Jacarehy José Maria de Abreu prepararam uma agenda variada com sho-ws, música erudita, bandas de rock, teatro e exposições para agradar a todos os gostos. Se for por falta de opção, o aniversário de 360 anos de Jacareí não passará em branco.

A dupla sertaneja Rio Negro e Solimões será a grande atração na data do aniversá-rio da cidade - 3 de abril. O show ocorrerá num palco montado na Avenida Davi Lino , a partir das 21 horas.

Neste ano, os amantes do esporte tam-bém terão diversos eventos para assistir, como o campeonato de balonismo, capoei-ra, judô, skate, futebol, festival paraolímpi-co de vôlei e maratona aquática.

Outra curiosidade é a inédita Semana da Cultura Árabe, programada para 27 de abril a 1º de maio, com músicas, danças, culinária e palestras a respeito do povo do oriente médio. A programação completa das atrações está no site da Prefeitura de Jacareí – www.jacareí.sp.gov.br.

Confira alguns eventos- 8/4 - Baile de Aniversário com o Cry

Babies- 9/4 - Exposição - Oratórios, de Mage-

la Borbagatto- 14/4 - Concerto Lírico - Sinfônico Ré-

quiem de Mozart- 14 e 15/4 - Festa do Milho- 28/4 - As cantoras do rádio - musical

Foto: Kiko Sanches

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ARROZ TROPEIROIngredientes

1 colher de sopa de óleo ½ xícara de cebola picada 3 dentes de alho picados 300 gramas de carne seca dessalgada e desfiada 2 xícaras de arroz lavado cru2 tomates maduros sem pele e sem semen-te, em cubosSal, pimenta do reino a gostoSalsa para decorar

Dando sequência à série de receitas com origem no Vale do Paraíba, tra-zemos nesta edição um prato típico da passagem dos tropeiros pela região.

Modo de preparo

Esquente uma panela grande com óleo, re-fogue a cebola e o alho em fogo médio por 5 minutos. Acrescente a carne seca e adi-cione o arroz, o tomate, o sal e a pimenta do reino. Frite por 5 minutos e cubra com a água. Cozinhe em fogo alto com a panela semidestampada até a água evaporar. Tam-pe a panela e baixe o fogo. Deixe secar. Desligue e deixe descansar por 10 minutos. Polvilhe com salsa. Sirva ainda quente.

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BUZZ INDivulgação

A Câmara Municipal de Jacareí homenageou 12 mulheres de diferentes áreas de atuação com o Diploma Mulher Cidadã 2012 no Dia Internacional da Mulher. Foram homenageadas: Ana Flávia Nejaim Mesquita, Ângela Maria Miotto Cestari, Claudete Cintra de Siqueira, Eloísa Turci Ribeiro, Ida Perrone, Laura Peres de Souza, Maria Aparecida Ferreira, Maria Cleuza de Sândis Sanches, Maria do Carmo Campos do Nascimento, Maria Evanilda Silva Souza Araújo, Maria Goreti de Oliveira Duarte e Maria Luíza da Silva Rogério Palharose .

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