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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO DIRETORIA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E MEIO AMBIENTE "Diretoria de Patrimônio - 1956" CADERNO DE ORIENTAÇÃO CADERNO DE ORIENTAÇÃO PARA GESTÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO JURISDICIONADO AO EXÉRCITO BRASILEIRO 1ª Edição 2016 DPIMA-CO-01.2016

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO DIRETORIA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E MEIO AMBIENTE

"Diretoria de Patrimônio - 1956"

CADERNO DE ORIENTAÇÃO

CADERNO DE ORIENTAÇÃO PARA GESTÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO JURISDICIONADO AO

EXÉRCITO BRASILEIRO

1ª Edição

2016

DPIMA-CO-01.2016

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO DIRETORIA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E MEIO AMBIENTE

"Diretoria de Patrimônio - 1956"

CADERNO DE ORIENTAÇÃO

CADERNO DE ORIENTAÇÃO PARA A GESTÃO DO

PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DA UNIÃO JURISDICIONADO AO EXÉRCITO BRASILEIRO

1ª Edição 2016

DPIMA-CO-01.2016

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Aprova o Caderno de Orientação para gestão do patrimônio imobiliário da União jurisdicionado ao Exército Brasileiro, 1ª Edição, 2016.

O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, no uso das atribuições constantes do inciso III, do art. 3º do Regulamento do Departamento de Engenharia e Construção (R-155), aprovado pela Portaria nº 368, do Comandante do Exército, de 9 de julho de 2003 e em conformidade com o parágrafo único do art. 5º, o inciso II do art. 12 e o caput do art. 44, das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército (EB 10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:

Art. 1º Aprovar o Caderno de Orientação técnica para gestão do patrimônio imobiliário jurisdicionado ao Exército Brasileiro.

Art. 2º Estabelecer que este Caderno de Orientação (CO) entre em vigor na data de sua publicação em Boletim do DEC.

Gen Ex OSWALDO DE JESUS FERREIRA

Chefe do DEC

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FOLHA DE REGISTRO DE MODIFICAÇÕES

NÚMERO

DE ORDEM

ATO DE

APROVAÇÃO

PÁGINAS

AFETADAS DATA

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ÍNDICE DOS ASSUNTOS

Pag

INTRODUÇÃO 6

1.1 LEGISLAÇÃO PRINCIPAL 6 1.2 ABREVIATURAS 8 1.3 CONCEITOS 8

PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DA UNIÃO 11

2.1 A ORIGEM DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DA UNIÃO 11 2.2 BENS DA UNIÃO 11 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS DA UNIÃO 12 2.4 FAIXA DE FRONTEIRA 13

BENS DA UNIÃO JURISDICIONADOS AO EXÉRCITO BRASILEIRO 14

3.1 RECEBIMENTO DO IMÓVEL 14 3.2 DOCUMENTAÇÃO DOS IMÓVEIS 14 3.3 REGULARIZAÇÃO DOS IMÓVEIS JURISDICIONADOS AO EXÉRCITO 15 3.4 INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS 15 3.5 DESINCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS 16 3.6 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR VENDA 17 3.7 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR PERMUTA 18 3.8 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR DOAÇÃO 18 3.9 DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA AOS PROCESSOS DE ALIENAÇÃO 19

FATORES EXTERNOS 21

4.1 TOMBAMENTO 21 4.2 TERRAS INDÍGENAS 21 4.3 TERRAS QUILOMBOLAS 23 4.4 INVASÃO DE IMÓVEIS 24 4.5 DECÁLOGO DA GESTÃO PATRIMONIAL 26

UTILIZAÇÃO DE IMÓVEIS JURISDICIONADOS AO EXÉRCITO BRASILEIRO 27

5.1 UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL EM FINALIDADE COMPLEMENTAR 27 5.2 INSTRUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CESSÃO DE USO SOB

REGIME DE LOCAÇÃO, ARRENDAMENTO E CDRUR 30 5.3 TRÂMITE DAS PROPOSTAS DE CESSÃO DE USO SOB REGIME DE LOCAÇÃO,

ARRENDAMENTO E CDRUR NO SISTEMA PATRIMONIAL 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

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CADERNO DE ORIENTAÇÃO PARA GESTÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO JURISDICIONADO AO EXÉRCITO BRASILEIRO

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

Este Caderno de Orientação tem por finalidade otimizar a gestão do patrimônio da União jurisdicionado ao Exército Brasileiro.

Destina-se a orientar as Regiões Militares, os Grupamentos de Engenharia e as demais Organizações Militares na condução dos processos de exploração econômica, de variação por evento patrimonial dos bens imobiliários da União jurisdicionados ao Exército Brasileiro.

Neste Caderno de Orientação serão apresentados os principais pontos de interesse capitulados nas leis, nos decretos, nas portarias e nas normas que regulam, orientam e disciplinam o assunto. Cabe ressaltar que a legislação sobre o tema vem sendo constantemente corrigidas, e que para o fiel cumprimento dos preceitos legais deve-se sempre consultar as versões mais atualizadas.

1.1 LEGISLAÇÃO PRINCIPAL

A legislação principal que afeta este Caderno de Instrução é a seguinte:

a. Decreto. Lei nº 9.760 de 5 de setembro de 1946. Dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências.

b. Lei n° 5651/70, de 11 de dezembro de 1970. Dispõe sobre a venda de bens, pelo Ministério do Exército, e aplicação do produto da operação em empreendimentos de assistência social e dá outras providências.

c. Lei n° 5972, 11 de dezembro de 1973. Regula o procedimento para o registro da propriedade de bens imóveis discriminados administrativamente ou possuídos pela União.

d. Lei n° 6383, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o Processo Discriminatório de Terras Devolutas da União, e dá outras Providências.

e. Decreto. Lei nº 2398, 21 de dezembro de 1987. Dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas a imóveis de propriedade da União, e dá outras providências.

f. Decreto nº 77.095, de 30 de janeiro de 1976. Regulamenta dispositivo do Decreto. Lei n° 1.310, de 8 de fevereiro de 1974, que trata de arrendamento pelo Ministério do Exército de imóveis sob sua jurisdição, e dá outras

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providências.

g. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

h. Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, altera dispositivos dos Decretos-Leis nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2º do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.

i. Portaria n° 2032, de 4 de julho de 2013. Aprova as diretrizes para aquisição, a doação e a alienação do patrimônio imobiliário administrado pelas Forças Armadas.

j. Portaria n° 217-SPU, de 16 de agosto de 2013. Delega a competência aos respectivos Comandantes das Forças Armadas para representar a União na assinatura dos contratos de alienação de imóveis.

k. Portaria nº 513 - CMT Ex, de 11 de julho de 2005. Aprova as Instruções Gerais para a Utilização do Patrimônio Imobiliário Jurisdicionado ao Comando do Exército (IG 10-03) e dá outras providências.

l. Portaria nº 693 - CMT Ex, de 29 de agosto de 2012. Altera as Instruções Gerais para a Utilização do Patrimônio Imobiliário ao Comando do Exército (IG 10-03).

m. Portaria nº 11-DEC, de 04 de outubro de 2005. Aprova as Instruções Reguladoras de Utilização do Patrimônio Imobiliário Jurisdicionado ao Comando do Exército (IR 50-13).

n. Portaria n° 391 - CMT Ex, de 1° de agosto de 2000. Aprova as Instruções Gerais sobre Incorporação de Bens Imóveis ao Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 10-37).

o. Portaria nº 468, de 30 de agosto de 2000. Aprova as Instruções Gerais sobre Desincorporação de Bens Imóveis do Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 50-02).

p. Portaria n° 02-DEC, de 04 de setembro de 2001. Aprova as Instruções Reguladoras às Instruções Gerais sobre Incorporação de Bens Imóveis ao Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IR 50-14).

q. Portaria nº 001 - DEC, de 17 de fevereiro de 1998. Aprova as Instruções Reguladoras às Instruções Gerais para a Alienação de Bens Imóveis pelo Ministério do Exército (IR 50-12).

r. Portaria nº 03-DEC, de 13 de outubro de 2009. Aprova as Normas para Cercamento e vigilância de Imóveis sob a Jurisdição do Exército (NORCERC).

s. Portaria nº 01-SPU, de 03 de janeiro de 2014. Estabelece normas e

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procedimentos para a autorização da utilização a título precário, de áreas de domínio da União mediante outorga de Permissão de Uso, fixa parâmetros para o cálculo do valor de outorga onerosa e critérios para controle de uso.

t. Instrução Normativa nº 1-SPU, de 2 de dezembro de 2014. Dispões sobre as diretrizes de avaliação de imóveis da União ou de seu interesse, bem como define parâmetros técnicos para a cobrança em razão da sua utilização.

1.2 ABREVIATURAS

a. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

b. ART – Anotação de Responsabilidade Técnica;

c. CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo;

d. CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;

e. DEC – Departamento de Engenharia e Construção;

f. DPIMA – Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente;

g. EB – Exército Brasileiro;

h. Gpt E – Grupamento de Engenharia;

i. OM – Organização Militar;

j. PNR – Próprio Nacional Residencial;

k. RGI – Registro Geral de Imóveis no Cartório de Registro de Imóveis;

l. RHI – Registro Histórico do Imóvel;

m. RRT - Registro de Responsabilidade Técnica;

n. RT – Responsável Técnico;

o. RM – Região Militar;

p. SPU – Secretaria de Patrimônio da União;

q. SPU/UF – Superintendência do Patrimônio da União (Unidade Federativa); e

r. CDRUR – Concessão de Direito Real de Uso Resolúvel.

1.3 CONCEITOS

Almanaque cadastral: é uma publicação de responsabilidade da Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA) que contém, por Região Militar (RM), o cadastro dos imóveis e dos Próprios Nacionais Residenciais (PNR).

Apostilamento: é a atualização feita no Termo de Entrega e Recebimento (TER) de um imóvel em decorrência de modificação em sua área ou construção de benfeitorias, entre outras.

Área: é a superfície do imóvel, dada em metros quadrados.

Área coberta real / Área construída: é a medida da superfície de quaisquer dependências cobertas, nela incluídas as superfícies das projeções

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de paredes, de pilares e demais elementos construtivos.

Área útil: é a área do piso dos compartimentos de uma edificação, descontada a área das seções horizontais das paredes.

Averbação: é a atualização feita no Registro do Imóvel, em decorrência de alterações na área do imóvel, construção de benfeitorias, entre outras.

Benfeitorias: bem útil e durável, agregado ao solo pelo trabalho do homem, que não pode ser removido sem destruição, modificação ou dano.

Cadastro: é o conjunto de dados necessários à perfeita identificação de um imóvel ou de um PNR.

Cercamento: obra de delimitação e isolamento de terrenos, realizada por meio de muro ou de cerca de arame, tela ou outro material. Pode ser administrativo (destinado a delimitar o terreno) e de segurança (destinado a constituir um obstáculo à entrada na área cercada).

Declaração do Imposto Territorial Rural (DITR): deve ser entregue por toda pessoa física ou jurídica que seja proprietária, titular do domínio útil (enfiteuta ou foreira) ou possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária, de imóvel rural, nas agências da Receita Federal anualmente.

Demarcação: é a operação que consiste em demarcar, por meio de marcos, azimute e distância entre eles e outros pontos, o contorno que separa uma propriedade da dos confinantes. Assinala, por marcos, a linha divisória entre duas propriedades

Documentação dominial: conjunto de documentos que apontam a posse, o registro e a jurisdição sobre um imóvel, constituído dos documentos básicos e complementares.

Encargo: condição onerosa ou restrita de vantagem, que restringe o uso do imóvel para o fim a que foi entregue.

Ficha cadastral de próprio nacional residencial (FCPNR): é o documento que reúne dados de uma unidade residencial (PNR).

Ficha patrimonial (Ficha Patrimonial): é o documento que contém os dados que caracterizam o imóvel de forma sucinta, reduzida e com a sua localização referenciada para rápidas consultas.

Imóvel: é o terreno com ou sem benfeitoria.

Imóvel estornado: é um imóvel que foi retirado do Almanaque Cadastral por: unificação, desmembramento, venda, permuta, cessão, ou outras formas de desincorporação previstas nas Instruções Gerais sobre Desincorporação de Bens Imóveis do Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 50-02).

Levantamento: compreende o conjunto de operações geodésicas, topográficas ou fotogramétricas, que consiste na medida de ângulos, distâncias e alturas, destinadas a extrair do terreno informações necessárias e imprescindíveis à regularização de um imóvel através do estabelecimento de seus limites. Seu produto final é representado pela planta de levantamento e pelo memorial descritivo do imóvel.

Memorial descritivo: é um resumo da descrição do perímetro, contendo os vértices de cada alinhamento com as respectivas coordenadas UTM

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(Universal Transverso de Mercator), os azimutes (verdadeiros e planos) e distâncias entre todos os vértices do perímetro do imóvel com os seus respectivos códigos identificadores.

Número do cadastro (NOCAD): é o código alfanumérico de identificação do imóvel ou PNR, constituído pela sigla da Unidade Federada (Estado/Distrito Federal) seguida por um grupo de algarismos.

Patrulhamento: inspeção física do local e da situação patrimonial do imóvel, relativamente à exatidão de seus limites e a sua correta utilização e emprego.

Planta: é a representação gráfica convencional e minuciosa do conjunto de dados que caracterizam um imóvel;

Registro imobiliário patrimonial (RIP): é o número do imóvel referido no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso Especial da União (SPIUnet).

Servidão: é um ônus real do uso do imposto especificadamente pela Administração a determinados imóveis particulares para possibilitar a realização de obras e serviços públicos, bem como possibilitar o trânsito ao público, com base em lei.

Título de propriedade (TP): é o documento que concede ao detentor o direito de usar, gozar e dispor de um imóvel, isto é, ter o domínio do mesmo.

Título de transferência (TT): é o documento que traduz o ato ou fato que permite transferir a outro a propriedade do imóvel.

Termo de entrega e recebimento (TER): é o documento que formaliza ato pelo qual a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) coloca um imóvel ou parcela do mesmo sob a jurisdição de um órgão público.

Termo de entrega e recebimento de imóvel da RM à OM (TER RM/OM): é o documento que formaliza a entrega de um imóvel ou parcela do mesmo, pela RM, à responsabilidade administrativa de uma OM.

Termo de responsabilidade administrativa (TRA): é o documento que formaliza a assunção da responsabilidade administrativa do Comandante, Diretor ou Chefe de uma OM sobre um imóvel ou parcela do mesmo.

Tombamento: ato do Poder Público declarando o valor histórico, artístico, paisagístico, turístico, cultural ou científico de coisas ou locais que devam ser preservados.

Vigilância: guarda e manutenção da posse dos imóveis jurisdicionados ao Comando do Exército.

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CAPÍTULO II

2. PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DA UNIÃO

2.1 A ORIGEM DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DA UNIÃO

"As terras do Brasil foram objeto de conquista e posse, por Pedro Álvares Cabral, para o Rei de Portugal. Elas passaram a ser uma fazenda do Rei, ficando no domínio real até a Independência, quando foram transferidas para o Patrimônio Nacional, lá permanecendo por todo o Império, até que o Art. 64 da Constituição de 1891 as distribuíram aos Estados em cujos limites se encontravam. Então os Estados, como sucessores da Nação Brasileira, e a Nação Brasileira, como sucessora do patrimônio pessoal do Rei de Portugal, não necessitam trazer títulos. O título é a posse histórica, o fato daquela conquista da terra".

(Ministro Aliomar Baleeiro, 1968)

Esta é a origem dos bens da União. Daí a regra de que toda terra sem título de propriedade particular é de domínio público.

2.2 BENS DA UNIÃO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 20, define como bens da

União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

“O termo - fortificação - corresponde à obra ou conjunto de obras de defesa propriamente ditas. A expressão - área de fortificação - reserva-se aos terrenos sob sua legal e completa jurisdição, inclusive aqueles onde estão situados os aquartelamentos, vilas residenciais e outras instalações de paz, mesmo que haja solução de continuidade entre eles” (Art. 10, Decreto no 26.959, de 27 de julho de 1949)

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que

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contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; e

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

2.3 CLASSIFICAÇÕES DOS BENS DA UNIÃO

São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem (Art. 98, CC).

São bens públicos (Art. 99, CC):

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; e

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar (Art. 100, CC).

Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (Art. 102, CC).

O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem (Art. 103).

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2.4 FAIXA DE FRONTEIRA

A faixa de até 150 (cento e cinquenta quilômetros) de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. (§ 2º, Art. 20, CF)

Áreas ocupadas com fortificações correspondem aos terrenos em que

foram, são ou vierem a ser construídas fortificações e outras construções bélicas necessárias à defesa nacional e que pertencem à União.

Sobre a “faixa de fronteira” (§ 2º) e seu regime jurídico (alienação,

concessão, aproveitamento etc.), aplicam-se as regras contidas no Decreto-Lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e na Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, regulamentada pelo Decreto nº 85.064, de 26 de agosto de 1980, interpretadas conforme a Constituição de 1988.

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CAPÍTULO III

3. BENS DA UNIÃO JURISDICIONADOS AO EXÉRCITO BRASILEIRO

3.1 RECEBIMENTO DO IMÓVEL

O Exército não possui patrimônio imobiliário. Ele administra bens que são da União e que passam à sua jurisdição por ato formal da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por intermédio das Superintendências do Patrimônio da União nos Estados e no Distrito Federal (SPU/UF).

As SPU/UF fazem a entrega dos imóveis, já registrados em nome da União às Regiões Militares (RM), que possuem uma Seção do Serviço de Patrimônio Regional (SSPR), formalizando-a por meio de Termo de Entrega e Recebimento (TER).

As RM, por sua vez, entregam os imóveis à responsabilidade das diversas Organizações Militares (OM), lavrando também um TER- RM/OM, do qual uma cópia é enviada à DPIMA. Quando um mesmo imóvel vier a ser ocupado, simultaneamente, por mais de uma OM, o TER da RM para as OM definirá os limites de cada uma delas sem que haja superposição de área de responsabilidade. (Art. 07º e 08º da IR 50-13)

As OM, a cada substituição de comandante, chefe ou diretor, providenciam o Termo de Responsabilidade Administrativa (TRA), que é enviado para as RM que, por sua vez, remetem uma cópia para a DPIMA.

Os bens imóveis da União sob jurisdição do Exército Brasileiro destinam-se à utilização em finalidade militar pela Força Terrestre, precipuamente, ou em finalidade complementar (Art. 2º, IG 10-03).

Compete ao Agente Diretor certificar-se, dentro dos primeiros trinta dias de seu comando, direção ou chefia, do estado da escrituração orçamentária, financeira e patrimonial, das condições do imóvel e de suas instalações, do arquivo das plantas de arquitetura, estrutura e instalações, das escrituras do imóvel, dos contratos de aluguel, se for o caso, e do cumprimento do previsto no item anterior (Art. 27, RAE).

3.2 DOCUMENTAÇÕES DOS IMÓVEIS

No âmbito do Exército Brasileiro, considera-se um imóvel regularizado quando possui os documentos básicos, ou seja, os documentos que comprovam o domínio, a propriedade e a jurisdição ao Exército. Esses documentos são: o Título de Transmissão (TT), o Título de Propriedade (TP) e o Termo de Entrega e Recebimento (TER). Esses documentos são indispensável ao perfeito conhecimento dos limites do imóvel e de suas confrontações, bem como à proteção do bem contra esbulhos.

São documentos complementares os que contenham dados necessários à defesa da posse ou domínio do imóvel e ao acompanhamento de sua administração: o TER RM/OM, o TRA, a FCPNR, o RHI, a Fi Patr, planta do imóvel e o TEREO.

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Compete às RM obter todos os documentos patrimoniais, dos imóveis e dos PNR em uso pelo Comando do Exército, em suas respectivas áreas de jurisdição, e encaminhá-los em vias originais à DPIMA e à OM interessada, mantendo uma via original em seu arquivo (Art 4º, IG 10-38).

É importante que os chefes de Seção de Patrimônio Regional estejam perfeitamente a par do prescrito nas INSTRUÇÕES REGULADORAS PARA A EXECUÇÃO DO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE ÁREAS PATRIMONIAIS (IR 50-08), aprovadas pela Portaria nº 5-DEC, de 09 de setembro de 1983.

3.3 REGULARIZAÇÃO DOS IMÓVEIS JURISDICIONADO AO EXÉRCITO

O imóvel ocupado pelo Exército, sem o TER, poderá estar em uma das seguintes situações (§ 3º, Art. 16, IG 10-37):

a. possui os documentos que definem sua titularidade - Título de Transferência (TT) e Título de Propriedade (TP); b. possui os citados documentos (TT) e (TP), mas estes não caracterizam com precisão seus limites; e c. não possui os documentos que definem sua titularidade por ser, em princípio, de origem histórica.

As Regiões Militares (RM) deverão regularizar a jurisdição dos imóveis sob

a sua responsabilidade, mediante os seguintes procedimentos (§ 4º, Art. 16, IG 10-37):para a primeira situação, solicitar o TER, junto à SPU/UF;

a. providenciar, por intermédio da SPU, mediante discriminação e respeitando as exigências legais sobre a matéria, regularizá-lo e, em seguida, solicitar o TER, junto à SPU/UF; e b. para a terceira situação, deverá providenciar a instrução do processo necessário ao registro do imóvel, com base na Lei nº 5.972, de 11 de dezembro de 1973, publicada no DOU de 13 de dezembro de 1973, alterada pela Lei nº 9.821, de 23 de agosto de 1999, publicada no DOU de 24 de agosto de 1999. Após o registro, solicitar o TER à SPU/UF.

“isenta do pagamento de custas e

emolumentos a prática de quaisquer atos,

pelos Ofícios e Cartórios de Registros de

Imóveis, de Registros de Títulos e Documentos

e de Notas, relativos às solicitações feitas pela

União.” Decreto-Lei nº 1537, de 13 de abril de

1977.

3.4 INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS

As modalidades de aquisição de imóveis pela União, para incorporação ao acervo imobiliário sob jurisdição do Exército, são as seguintes: a. Compra - é a operação pela qual a União adquire, de forma onerosa, a propriedade de um imóvel, por intermédio de contrato e mediante pagamento em espécie (Art. 6º das IR 50-14).

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b. Desapropriação - é a operação pela qual a União adquire o domínio pleno de um imóvel considerado imprescindível às atividades do Exército, mediante declaração de utilidade pública (Art. 8º das IR 50-14). c. Doação - é a operação pela qual uma pessoa, por liberalidade, transfere um bem imóvel de seu patrimônio ao patrimônio da União, para utilização pelo Exército, mediante aceitação do donatário. (Art. 10 das IR 50-14). d. Permuta - é a operação pela qual a União adquire um imóvel, para utilização pelo Exército, mediante troca por outro bem de seu patrimônio imobiliário (Art. 12 das IR 50-14). e. Usucapião Administrativo - é o veículo administrativo para obtenção do domínio sobre o imóvel, cuja posse pacífica e ininterrupta, durante 20 (vinte) anos ou mais, é comprovada nas condições estabelecidas na Lei Nº 5.972 de 11 de dezembro de 1973, alterada pela Lei nº 9.821, de 23 de agosto de 1999, publicada no DOU de 24 de agosto de 1999 (Art. 14 das IR 50-14). f. Transferência de jurisdição é ato pelo qual a SPU transfere um imóvel ou parcela de um imóvel sob sua jurisdição à jurisdição do Exército. A jurisdição é caracterizada pela existência do Termo de Entrega e Recebimento (TER), fornecido pela SPU/UF.

Os imóveis da União poderão ser transferidos à jurisdição do Exército quando estiverem sob jurisdição da SPU, e devidamente autorizados pelo Comandante do Exército.

As ações de usucapião serão instruídas pelo Comandante da Região

Militar (RM) e propostas por intermédio da Advocacia-Geral da União da

Unidade da Federação onde estiver o imóvel (§ 3º do Art. 14 das IR 50-14).

O imóvel considerado imprescindível às atividades do Exército Brasileiro

poderá ter seu domínio pleno desapropriado pela União mediante declaração

de utilidade pública.

3.5 DESINCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS

A desincorporação de bens imóveis será efetuada por intermédio de alienação, de transferência de jurisdição e de cessão de uso destinada a atender interesse público ou social.

A alienação de bens imóveis terá como modalidades a venda, a permuta e a doação. a. Venda - na venda, a União Federal perde a propriedade do imóvel que está habilitado para a alienação. A venda de bens imóveis será feita mediante concorrência ou leilões públicos, de acordo com o prescrito na Lei nº 8666/93, no Dec-lei 9760/46, com as alterações do Art. 23 da Medida Provisória nº 1567/97. b. Doação - poderá ser autorizada a doação de bens imóveis, jurisdicionados ao Exército, devendo ser observado o prescrito na Lei 7.059/82 e na Lei 9.636/98. As doações previstas na Lei 9.636/98 dar-se-ão mediante processo de reversão do imóvel ou parcela ao órgão da União responsável pela administração do patrimônio imobiliário, para posterior doação, por esta, aos interessados (Art. 5 das IG 50-02). c. Permuta - na permuta, a União Federal perde a propriedade de um imóvel que será substituída pela de outro bem de igual valor. A alienação por permuta, envolvendo imóvel com ou sem benfeitoria, poderá ser autorizada tendo como contrapartida imóvel edificado ou não, ou edificações a construir. É dispensável

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a licitação, na alienação por permuta, quando procedida com a FHE − Lei nº 7059/82 − e quando atenda aos requisitos constantes do inciso X da Lei nº 8666/93. O preço de referência em caso de venda ou permuta será fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecido em laudo de avaliação homologado pela SPU, cuja validade será de 6 (seis) meses. Observada a legislação em vigor, é dispensada a licitação na venda ou permuta com a Fundação Habitacional do Exército (FHE) e nos casos previstos na Lei 8.666/93 (§ 3º do Art. 4 das IG 50-02).

“Art. 1º, parágrafo único - Nos contratos referentes às alienações de imóveis da União de que tratam as Leis nº 5.651, de 11 de dezembro de 1970, e nº 5.658, de 07 de junho de 1971, fica delegada a competência para a assinatura aos respectivos Comandantes das Forças Armadas” Portaria nº 217 da SPU, de 16 de agosto de 2013.

A transferência de jurisdição é ato pelo qual o Exército transfere um imóvel ou parcela de um imóvel sob sua jurisdição à jurisdição da SPU. A jurisdição neste caso é caracterizada pela transferência patrimonial do imóvel via SPIUNet.

A Cessão de uso destinada a atender interesse público ou social é a forma pela qual o Exército, a seu critério, autoriza a cessão, gratuita ou em condições especiais, de imóveis da União a ele jurisdicionados, atendendo interesse público ou social que favoreça as atividades educacionais, culturais, de assistência social ou o aproveitamento econômico de interesse nacional. (Art. 5º das IG 50-02) 3.6 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR VENDA 1. O Gpt E/RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” da IR 50-12, no que couber, incluindo a documentação dominial, a avaliação e a minuta do edital de licitação. 2. O C Mil A remete o processo ao DEC com seu parecer. 3. O DEC analisa, homologa e encaminha o processo ao Gab Cmt Ex. 4. O Gab Cmt Ex restitui o processo ao DEC com o despacho autorizando a venda e com a portaria de delegação de competência. 5. O DEC restitui o processo ao Gpt E/RM para cumprimento do despacho do Comandante do Exército. 6. O Gpt E/RM realiza a licitação e encaminha o processo à SPU/UF. 7. A SPU/UF convoca as partes (o representante do Comandante do Exército, o vencedor da licitação e o Superintendente Regional do Patrimônio da União) e preenche as formalidades para a concretização da venda - assinatura do contrato ou promessa de compra e venda (pré-contrato) quando houver obrigações a cumprir ou parcelamento do pagamento. 8. Preenchidas as formalidades, o Gpt E/RM realiza a venda, recolhe a importância auferida ao Fundo do Exército e informa o fato ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro. 9. O Gpt E/RM, a DPIMA e a SPU atualizam seus cadastros.

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3.7 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR PERMUTA a. O Gpt E/RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” das IR 50-12, no que couber, incluindo a documentação dominial e as especificações técnicas do imóvel ou bens a serem recebidos na permuta, avaliações e orçamentos, bem como a minuta do edital de licitação. b. O C Mil A remete o processo ao DEC com seu parecer. c. O DEC analisa o processo quanto aos aspectos patrimonial e de obras, encaminhando-o, a seguir, ao Gab Cmt Ex. d. O Gab Cmt Ex restitui o processo ao DEC, com o despacho autorizando a permuta e a portaria de delegação de competência. e. O DEC restitui o processo ao Gpt/RM para cumprimento do despacho do Comandante do Exército. f. O Gpt E/RM realiza a licitação e encaminha o processo à SPU/UF. g. A SPU/UF convoca as partes (o representante do Exército Brasileiro e o vencedor da licitação) e preenche as formalidades para a concretização da permuta; no caso de execução de obras envolvendo ou não diferença de valor a ser paga em moeda corrente, será assinado o termo de promessa de compra e venda com permuta (pré-contrato). h. O Gpt E/RM faz cumprir as cláusulas constantes do pré-contrato. i. Executado o objeto do pré-contrato, a SPU/UF convoca as partes para a assinatura do contrato. O Gpt E/RM informa a concretização da permuta ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro. j. O Gpt E/RM, a DPIMA e a SPU atualizam seus cadastros. 3.8 ROTEIRO DE ALIENAÇÃO POR DOAÇÃO

a. Após a manifestação do interessado, por escrito, em qualquer época do ano, o Gpt E/RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” das IR 50-12, incluindo a documentação dominial e a avaliação.

b. O C Mil A toma conhecimento do processo, emite seu parecer e o remete ao DEC.

c. O DEC analisa o processo, emite parecer e o encaminha ao EME.

d. O EME aprecia, emite seu parecer e encaminha ao Gab Cmt Ex.

e. O Gab Cmt Ex restitui ao DEC com a autorização para a doação e delegação de competência.

f. O DEC consulta a SPU quanto à existência de inconveniências para a doação e restitui ao Gpt E/RM, com a autorização do Comandante do Exército e delegação de competência.

g. O Gpt E/ RM encaminha o processo à SPU/UF. h. A SPU/UF convoca as partes (o representante do Exército Brasileiro e o donatário) e preenche as formalidades para a concretização da doação, culminando com a assinatura do contrato pelas partes interessadas.

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i. Preenchidas as formalidades e cumpridos os encargos (caso tenham havido) pelo donatário, o Gpt E/RM realiza a doação e informa o fato ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro. j. Todos os envolvidos no processo atualizam seus cadastros. 3.9 DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA AOS PROCESSOS DE ALIENAÇÃO a. Para a homologação pelo DEC: 1) Ficha de Manobra Patrimonial; 2) documentação dominial do imóvel: TT, TP e TER (**) 3) planta do imóvel como um todo e, quando for o caso, a planta e a locação da parcela a ser alienada; (**) 4) memorial descritivo do imóvel como um todo e, quando for o caso, da parcela a ser alienada; (**) 5) laudo de avaliação; (**) 6) projeto básico das obras a serem construídas; e 7) minuta do edital de licitação. b. Para a formalização da alienação junto à SPU/UF: 1) toda a documentação constante da alínea “a”; 2) cópia do despacho do Comandante do EB que autorizou a alienação; (**) 3) cópia da portaria Comandante do EB de delegação de competência para o Comandante do Gpt E/RM representar o EB nos atos da escritura; (**) 4) comprovante da publicação do resumo do Edital no Diário Oficial da União; 5) ata da reunião da Comissão de Licitação; (*) 6) adjudicação da proposta vencedora; 7) comprovante do recolhimento do sinal, em caso de venda; 8) cópia da Lei Nº 5.651, de 11 de dezembro de 1970; (**) 9) pré-contrato, nos casos de obrigações pendentes (obras a construir, parcelamento de pagamento pelo licitante vencedor e outros); (**) 10) contrato com ou sem encargos; (**) e 11) expediente da RM ao Cartório de Ofício ou Local de Notas, contendo os

dados necessários ao preparo da minuta da escritura e, se for o caso, as condicionantes da transação. (**)

(*) Desnecessários na alienação por venda com dispensa de licitação (venda direta). Neste caso, será incluída a declaração do proponente comprador, concordando com o preço estabelecido pelo EB. (**) Necessários nos casos de alienação por doação.

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CAPÍTULO IV

4. FATORES EXTERNOS

a. TOMBAMENTO DE IMÓVEIS

O tombamento de um imóvel significa o registro do mesmo no livro de tombo e a sua inclusão como patrimônio histórico nacional. O imóvel tombado não pode sequer ser reparado, sem autorização do órgão tombador.

A norma nacional sobre tombamento é o Decreto. Lei nº 25, de 30 Novembro de 1937, complementado por outros diplomas legais.

Não existe legislação federal que textualmente disponha que Estados e Municípios possam tombar os imóveis da União. O texto constitucional que disciplina a preservação do Patrimônio Histórico Nacional estabelece:

“Art. 23- É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

III- proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

Art. 24- Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

VII- proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.”

A indefinição de atribuições da União, Estados, Distrito Federal e Municípios em virtude de inexistência de legislação complementar que regula os textos constitucionais acima, tem levado a uma errônea interpretação dos mesmos.

Em consequência, Estados e Municípios têm tombado bens da União sem o conhecimento do IPHAN. Tais tombamentos se constituem em motivo de preocupação, pois, em alguns casos, trazem consideráveis prejuízos para o Exército, que se vê tolhido da plena utilização de imóveis sob sua jurisdição e necessários a sua atividade.

Sempre que ocorrerem tombamentos de imóveis ou benfeitorias, sejam por atos administrativos, leis municipais, estaduais ou mesmo federais, cópias dos atos de criação devem ser remetidas pelos (as) Gpt E/RM à DPIMA.

b. TERRAS INDÍGENAS

São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições (§ 1º, Art 231, CF)

São reconhecidos aos índios os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. (Art. 231, CF).

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As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.( § 2º, Art 231/CF)

O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. (§ 3º, Art. 231/CF)

São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. (§ 6º, Art. 231/CF)

Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. (Art. 232/CF)

Os Gpt E/ RM deverão encaminhar à DPIMA cópias dos atos administrativos de criação de Reservas que incluam parte ou todo imóvel jurisdicionado ao Exército Brasileiro.

c. TERRAS QUILOMBOLAS

Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando

suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos (Art. 68/CF).

São considerados remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

Por força do Decreto nº 4.887, de 2003, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é o órgão competente, na esfera federal, pela titulação dos territórios quilombolas. As terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos são aquelas utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural. Como parte de uma reparação histórica, a política de regularização fundiária de Territórios Quilombolas é de suma importância para a dignidade e garantia da continuidade desses grupos étnicos.

As solicitações de estudos pelo INCRA, que visem à criação de Áreas Quilombolas em imóvel jurisdicionado ao Exército Brasileiro, deverão ser encaminhadas ao Comandante do Exército.

d. INVASÕES DE IMÓVEIS

O Exército Brasileiro tem sob sua jurisdição áreas localizadas em todo o território nacional. Algumas já foram recebidas com invasões, outras foram invadidas posteriormente.

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O Comandante, Chefe ou Diretor que tiver sob a sua responsabilidade um imóvel, jurisdicionado ao Exército, não poderá permitir sua invasão ou qualquer outro dano, sob pena de responsabilidade pessoal.

A “patrulha patrimonial” deverá ser realizada, no mínimo, com uma periodicidade quinzenal (Art. 15 da NORCERC).

As alterações verificadas, bem como a regularidade das situações, deverão ser lançadas em livro específico, destinado a registrar os atos das patrulhas patrimoniais (Art. 16 da NORCERC).

O registro de alterações lançadas no livro da Patrulha Patrimonial deverá ser encaminhado à Seção do Serviço de Patrimônio da Região Militar – (SSPR) enquadrante para conhecimento e providências da alçada daquele Órgão (Art. 17 da NORCERC).

As SSPR deverão informar à DPIMA, imediatamente, as alterações verificadas nos imóveis situados na jurisdição do Comando Regional a que pertencem, mencionando as providências adotadas para regularização da situação (Art. 18 da NORCERC).

As RM são responsáveis pelo acionamento da Advocacia-Geral da União (AGU), para a propositura ou resposta de ações judiciais envolvendo patrimônio imobiliário jurisdicionado ao Comando do Exército dentro da área de sua responsabilidade administrativa (Art. 19 da NORCERC).

As invasões geram processos judiciais demorados, aumentam o trabalho das SSPR e impedem a livre utilização do imóvel invadido até que seja dada a sentença.

É importante que as OM, que possuem imóveis sob responsabilidade administrativa, estejam perfeitamente a par do prescrito na DIRETRIZ DO COTER PARA A PREVENÇÃO CONTRA INVASÃO DE ÁREA DA UNIÃO SOB JURISDIÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO, de 15 de setembro de 2009.

a. Ações permanentes

1) Manter:

a) As áreas da União sob jurisdição do EB, particularmente os CI, bem

demarcadas, cercadas e identificadas, consoante a orientação a esse respeito

emanada do DEC/DPIMA;

b) O público externo ciente de essas áreas são de responsabilidade do EB e que este tem direito e o dever de mantê-las invioladas, se necessário com uso da força; c) A documentação patrimonial regularizada; d) O inventário das áreas, contendo, se possível, filmes e fotografias e

levantamento detalhado e atualizado das benfeitorias existentes;

e) Constante patrulhamento das áreas;

f) Permanente ligação com órgãos de segurança pública, particularmente

com a Polícia Militar (PM); e

g) Ligação estreita e de alto nível com a mídia, particularmente a local,

objetivando tê-la como aliada quando se fizer necessária.

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2) Preparar:

a) planos de operação para caso de invasão de áreas da União sob

jurisdição do EB (constar regras de engajamento).

3) Desenvolver:

a) operações de inteligência, objetivando detectar possíveis intenções de

invasão de áreas do EB, bem como identificar as regiões mais favoráveis às

ações do gênero, as lideranças e as formas de atuação da Força Adversa (F

Adv);

b) medidas para evitar que determinada área seja tida como “abandonada”,

quando não estiver sendo utilizada (guarda com efetivo reduzido, execução de

patrulhamento, arrendamento a terceiros, etc); e

c) ações de Comunicação Social (Com Soc), buscando o

comprometimento da população vizinha e de públicos da região com

capacidade de influir ou com interesse na preservação da área sob jurisdição

do EB.

4) Difundir:

a) o conhecimento da legislação e dos procedimentos jurídicos atinentes ao

caso (Anexo à Diretriz para a prevenção contra invasão de áreas da União

sob jurisdição do Exército Brasileiro);

b) os procedimentos e o tratamento a ser dispensados à mídia; e

c) o conhecimento das técnicas de negociação de crise.

b. Na iminência de uma invasão

1) informar de imediato o Cmdo Sp, o CIE e o CComSEx;

2) acionar as assessorias jurídicas da cadeia de comando até a Região Militar

(RM);

3) adotar medidas legais (Anexo à Diretriz para a prevenção contra invasão

de áreas da União sob jurisdição do Exército Brasileiro);

4) designar um negociador de crise;

5) incrementar o uso da Comunicação Social;

6) reforçar a segurança da área;

7) empregar medida de dissuasão;

8) aplicar o princípio da massa (efetivos superiores aos das F Adv); e realizar

demonstração de força, se possível com emprego de Hlcp.

c. No caso de se concretizar uma invasão

1) desalojar os invasores de imediato, fazendo uso, se necessário, de medidas

de força (procedimentos amparado na legislação constante do Anexo à

Diretriz para a prevenção contra invasão de áreas da União sob jurisdição

do Exército Brasileiro);

2) informar de imediato o Cmdo Sp; o CIE e o CComSEx;

3) acionar as assessorias jurídicas da cadeia de comando até C Mil A;

4) adotar medidas legais, conforme a orientação contida no Anexo;

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5) informar e acionar os órgão federais, estaduais e municipais, para a atuação

integrada, objetivando a retirada pacífica e ordenada da área invadida e a

implementação de medidas subseqüentes necessárias à retirada dos

invasores;

6) caso seja obtida a desocupação pacífica da área invadida, realizar ACISO

em benefício dos elementos da F Adv que desejarem, particularmente

mulheres e crianças;

7) definir os procedimentos e o tratamento a serem dispensados à mídia;

9) caso seja necessário o uso da força , empregar o princípio da massa, com

máximo cuidado para evitar abuso, a fim de que não se produza algum “mártir”

entre os invasores; e

10) para uso da força, buscar o emprego de armamento não-letal, cumprindo o

que prescreve as Normas Gerais de Conduta para Emprego de Armas Não-

Letais no Exército Brasileiro, de 08 dez 2008.

4.5 DECÁLOGO DA GESTÃO PATRIMONIAL

a. O Comandante da Força é o gestor de patrimônio imobiliário da União

jurisdicionado ao Exército Brasileiro;

b. Execução de incorporação e desincorporação imobiliária somente se

dará com autorização do Comandante do Exército;

c. Os bens imóveis jurisdicionados ao Exército Brasileiro estão afetados

para serem utilizados em condições especiais – adestramento e uso

complementar;

d. Dados patrimoniais da Força são reservados (plantas topográficas, TP,

TT, TER e benfeitorias etc);

e. O Exército Brasileiro não pode sofrer perda imobiliária;

f. O Exército Brasileiro não é uma imobiliária;

g. Patrulha patrimonial é fator dissuasório e de segurança imobiliária;

h. Segurança jurídica nas negociações imobiliárias de interesse da força,

assegurando o equilíbrio patrimonial, a valorização das benfeitorias e o

reequipamento de infraestrutura;

i. O Ato administrativo, referente ao patrimônio imobiliário, se caracteriza

perfeito, se praticado consensualmente por todos os gestores em processo

decisório (OM - RM/Gpt E - C Mil A - DEC – Cmt Ex) e se pautam na legislação

interna e externa.

j. A excelência na gestão patrimonial se espelha nas boas práticas

administrativas manifestadas na preservação, manutenção, proteção e cuidado

extremo com o controle dominial e cadastral (SPIUNet e SISPatr), e de

acompanhamento processual (Sumário Patrimonial de Incorporação e

Desincorporação).

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CAPÍTULO V

5. UTILIZAÇÃO DE IMÓVEIS JURISDICIONADOS AO EXÉRCITO BRASILEIRO

5.1 UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL EM FINALIDADE COMPLEMENTAR

Os bens imóveis da União, sob jurisdição do Comando do Exército, destinam-se a utilização em finalidade militar pela Forca Terrestre, precipuamente, ou em finalidade complementar.

Dentre as formas de uso de um imóvel ou benfeitoria em finalidade complementar, previstas nos dispositivos legais (IR 50-13), destacam-se as seguintes:

I - locação;

II - arrendamento;

III - cessão de uso;

IV - permissão de uso; e

V - concessão de direito real de uso resolúvel

A forma de uso de que trata o inciso III, será concedida para exercício de atividades de apoio necessárias ao desempenho das atividades da OM.

5.1.1 Locação

É a forma de utilização pela qual o Comando do Exército cede a terceiros, mediante contrato e com pagamento de quantia mensal denominada aluguel, o uso e o gozo de benfeitorias para fins residenciais.

a. É da competência do Comandante da RM/Gpt E autorizar o início do processo e da competência do Cmt OM todos os atos necessários a sua concretização;

b. O certame licitatório é obrigatório para terceiros e dispensável nos casos abrangido pela Lei 8.666/93, cujo processo deve ser analisado antecipadamente pela CJU/UF, tendo como valor de referência o praticado no mercado local, encontrado por meio de Laudo de Avaliação, elaborado conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 14653 e suas partes;

c. A vigência é de 2 (dois) anos, podendo ser prorrogada por igual período, desde que não ultrapasse o limite máximo de 5 (cinco) anos;

d. Compete ao Chefe do DEC aprovar a locação e à Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no Estado lavrar e assinar os contratos relativos à locação de bens imóveis da União; e

e. Ato contínuo, a OM deverá registrar o contrato no SICON e designar o Fiscal de Contrato em Boletim Interno.

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5.1.2 Arrendamento

É a forma de utilização pela qual o Comando do Exército cede um imóvel a terceiros, para fins de exploração de frutos ou prestação de serviços, mediante o pagamento de quantia periódica denominada renda.

a. É da competência do Comandante da RM/Gpt E autorizar o início do processo e da competência do Cmt OM todos os atos necessários a sua concretização;

b. O certame licitatório é obrigatório como disciplinado na Lei 8.666/93, cujo processo deve ser analisado antecipadamente pela CJU/UF, e o valor estabelecido é apurado por meio de Laudo de Avaliação, emitido por perito cadastrado na SPU/DF ou UF, válido por 12 (doze) meses;

c. A vigência é de 5 (cinco) anos, podendo ser prorrogado por igual período ou inferior, desde que não ultrapasse o limite máximo de 20 (vinte) anos. Prorrogação após cinco anos requer a anuência do EME;

d. Compete ao Chefe do DEC a aprovação do arrendamento e a Superintendência do Patrimônio da União (SPU/UF) no Estado lavrar e assinar os contratos relativos a arrendamento de bens imóveis da União; e

e. Ato contínuo, a OM deverá registrar o contrato no SICON e designar o Fiscal de Contrato em Boletim Interno.

5.1.3 Cessão de Uso para atividade de apoio

É a forma pela qual o Comando Exército faculta a terceiros, a título oneroso (condições especiais) ou gratuito, mediante contrato, a utilização de imóveis sob sua jurisdição, visando dar suporte às atividades capituladas no Art. 1º da Port MD nº 1.233, de 11 Maio de 2012.

a. É da competência do Comandante da RM/Gpt E autorizar o início do processo;

b. O certame licitatório é obrigatório como disciplinado na Lei 8.666/93, cujo processo deve ser analisado antecipadamente pela CJU/UF, tendo como valor de referência o praticado no mercado local, elaborado conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 14653 e suas partes.

c. A vigência é de 2 (dois) anos, podendo ser prorrogada por igual período ou inferior, desde que não ultrapasse o limite máximo de 5 (cinco) anos;

d. Compete ao Cmt/Ch/Dir OM lavrar e assinar os contratos e, ato contínuo, registrar o contrato no SICON e designar o Fiscal de Contrato em Boletim Interno; e

e. No caso de funcionamento de escritório ou posto de atendimento da FHE/POUPEX em imóveis jurisdicionados ao Comando do Exército, a cessão de uso é onerosa.

f. Observar as Portarias Nº 692 e 693, de 29 Agosto de 2012.

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5.1.4 Permissão de Uso

É a forma pela qual o Comando do Exército consente na prática de determinada atividade incidente em imóvel sob sua jurisdição, a título gratuito ou oneroso, por curto espaço de tempo, para a realização de eventos que justifiquem a permissão, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor.

a. É da competência do Cmt/Ch/Dir OM;

b. O certame licitatório depende do caso concreto. É precário e revogável, sumariamente, a qualquer tempo, sem ônus para o Comando do Exército Observar os Artigos 42, 43, 44 e 45 da IR 50-13);

c. A vigência é de até 3 (três) meses, podendo ser prorrogado por igual período ou inferior, desde que não ultrapasse o limite máximo de 6 (seis) meses; e

d. Compete ao Cmt/Ch/Dir OM lavrar e assinar o termo de permissão de uso.

5.1.5 Concessão de Direito Real de Uso Resolúvel

É a forma pela qual o Comando do Exército cede um imóvel a terceiros, a título gratuito ou oneroso, para instalação de gasoduto, oleoduto, rede de energia elétrica, canalização de água e esgoto e similares ou outra utilização de interesse social.

a. É da competência do Comandante da RM/Gpt E autorizar o início do processo e, após delegação do Cmt Ex, formalizar o ato jurídico junto a SPU/UF;

b. O certame licitatório é obrigatório como disciplinado na Lei 8.666/93, cujo processo deve ser analisado antecipadamente pela CJU/UF, e o valor estabelecido é apurado por meio de Laudo de Avaliação, emitido por perito cadastrado na SPU/DF ou UF, elaborado conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 14653 e suas partes. Válido por 12 (doze) meses;

c. Admite-se a contraprestação na forma de execução de obras ou realização de serviços de interesse do Comando do Exército;

d. A vigência é adequada ao caso concreto;

e. Compete ao Chefe do DEC aprovar o processo de CDRUR, ao Comandante do Exército autorizar a concessão e à Superintendência do Patrimônio da União (SPU/UF) no Estado lavrar e assinar os contratos relativos a concessão de bens imóveis da União;

f. Ato contínuo, a OM deverá registrar o contrato no Cartório de Registro de Imóveis e designar o Fiscal de Contrato em Boletim Interno, nos casos em que houver contrapartida; e

g. O CDRUR não é o instrumento adequado para ser firmado entre Órgãos da Administração Pública Federal Direta.

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5.2 INSTRUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CESSÃO DE USO SOB REGIME DE LOCAÇÃO, ARRENDAMENTO E CDRUR

Para que as propostas de cessão de uso sejam devidamente analisadas e aprovadas pela autoridade competente, é imprescindível que os processos administrativos sejam devidamente instruídos, apresentando todos os documentos solicitados, em conformidade com a legislação pertinente.

Deverão ser adotados os modelos de editais, contratos, termos de referência e demais peças padronizadas e disponibilizadas pela AGU em seu sítio da internet, assim como as respectivas listas de verificação adotadas por aquele Órgão.

Caso as minutas dos editais e contratos elaboradas pelas OM produzam alterações, adaptações ou acréscimos em relação aos modelos padronizados e disponibilizados pela AGU, o responsável pelo processo deverá declarar isso formalmente nos autos, consignando também o que motivou essa medida, devendo destacar as partes modificadas, adaptadas ou acrescidas por quaisquer motivos.

Documentos que instruem o processo de Locação, Arrendamento e CDRUR:

Locação Arrendamento CDRUR

Planta do imóvel como um todo, destacando a

localização da benfeitoria a ser locada

Planta do imóvel como um todo, destacando a

localização da benfeitoria a ser locada

Planta do imóvel como um todo, destacando a

localização da benfeitoria a ser locada

Cópias da documentação dominial do imóvel (TT, TP e

TER)

Cópias da documentação dominial do imóvel (TT, TP e

TER)

Cópias da documentação dominial do imóvel (TT, TP e

TER)

Planta baixa da benfeitoria a ser arrendada

Planta baixa da benfeitoria a ser arrendada

Planta baixa da benfeitoria a ser arrendada

Memorial descritivo da benfeitoria a ser cedida

Memorial descritivo da benfeitoria a ser cedida

Memorial descritivo da benfeitoria a ser cedida

Minuta do edital e seus anexos

Minuta do edital e seus anexos

Proposta de aquisição do concessionário,

acompanhada da planta da obra a ser realizada pelo

concessionário e do memorial descritivo da obra

Informações detalhadas sobre processos

administrativos e judiciais envolvendo o imóvel objeto

de arrendamento (se houver)

Informações detalhadas sobre processos

administrativos e judiciais envolvendo o imóvel objeto

de arrendamento (se houver)

Informações detalhadas sobre processos

administrativos e judiciais envolvendo o imóvel objeto

de arrendamento (se houver)

Pesquisa de preço de mercado da área a ser

arrendada por firma especializada no ramo ou

por órgãos do governo (EMATER, EMBRAPA e

outros): laudo de avaliação

Pesquisa de preço de mercado da área a ser

arrendada por firma especializada no ramo ou por

órgãos do governo (EMATER, EMBRAPA e

outros): laudo de avaliação

Avaliação da depreciação do imóvel ou parcela: laudo de

avaliação ou cálculo de valor de referência

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Proposta do comandante da OM

Proposta do comandante da OM

Proposta do comandante da OM

Parecer CJU/UF Parecer CJU/UF Parecer CJU/UF

Lista de Verificação, conforme modelo

apresentado nas IR 50-13

Lista de Verificação, conforme modelo

apresentado nas IR 50-13

Lista de Verificação, conforme modelo

apresentado nas IR 50-13

Parecer da RM/Gpt E Parecer da RM/Gpt E Parecer da RM/Gpt E

Parecer do Cmdo Mil A Parecer do Cmdo Mil A Parecer do Cmdo Mil A

5.3 TRÂMITE DAS PROPOSTAS DE CESSÃO DE USO SOB REGIME DE LOCAÇÃO, ARRENDAMENTO E CDRUR NO SISTEMA PATRIMONIAL

a. Cmt OM (UG)

Organiza processo de arrendamento/locação/CDRUR e remete, em papel, para o Cmt RM.

b. Cmt RM/Gpt E

Agrega análise e parecer jurídico ao processo recebido e elabora a Lista de Verificação de Processo.

c. Do Cmt RM/Gpt E para o Cmt Mil A

Cmt RM/Gpt E remete, via eletrônica (correio ebnet), ao Cmt Mil A:

- Croqui ou planta da área a ser arrendada/concedida em destaque;

- Lista de Verificação de Processo (assinado pelo Ch Seç Patr);

- Minuta do edital/contrato e seus anexos;

- Laudo de avaliação;

- Parecer Jurídico do CJU/UF; e

- Parecer Cmt RM.

d. Do Cmt Mil A para o Ch DEC

Cmt Mil A encaminha o processo recebido da RM/Gpt E com o respectivo parecer, via eletrônica (correio ebnet), ao Ch DEC emitindo seu parecer.

e. Ch DEC para o DPIMA

O DEC despacha por via eletrônica (SPED) para análise e parecer da DPIMA.

f. DPIMA para o Cmdo Mil A/Cmt RM/Gpt E

Após análise e consulta ao EME, DPIMA despacha com Ch DEC, Gab Cmt Ex (s.f.c) solução do processo e info a RM/Gpt E interessado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos fatores de grande relevância para a operação e produção de qualquer organização é o seu patrimônio. Entretanto, a realidade que se constata na grande maioria das organizações públicas e privadas brasileiras é a inexistência do controle físico adequado de seus bens e, como conseqüência, a falta de informações sobre eles.

Em decorrência disso, a Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA), por intermédio da Seção de Patrimônio Imobiliário, elaborou este Caderno de Orientação (CO) implementando um conjunto de ações voltadas a suprir a lacuna existente nessa área, destacando-se aqui, as que se referem ao controle e a gestão efetiva do acervo patrimonial imobiliário jurisdicionado ao Exército Brasileiro.

Nesse sentido, a DPIMA produziu o presente Caderno de Orientação, que visa disciplinar e padronizar as rotinas de trabalho, bem como estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação do acervo imobiliário, de forma que os responsáveis diretos pela gestão patrimonial possam realizar a efetiva gestão e o controle desses ativos, permitindo a redução de custos com a manutenção do patrimônio e a maximização do uso dos imóveis jurisdicionado ao Exército Brasileiro.

Vale ressaltar que, para a produção deste documento, foi realizado o levantamento e a racionalização de todos os processos de trabalho referentes à incorporação, utilização de imóveis próprios, seguridade e baixa por alienação de próprios imobiliários, facilitando aos gestores imobiliários direto e indireto, portanto, o acompanhamento dos processos que se relacionem com qualquer imóvel de interesse da Administração Institucional.

É importante observar, que as normas e procedimentos administrativos introduzidos por este Manual aplicam-se obrigatoriamente a todos os níveis de responsabilidade administrativa, devendo estes, entretanto, informar a DPIMA sempre que ocorrer modificações de ordem cadastral em seus respectivos acervos.

Para melhor compreensão dos leitores, o presente Caderno de Orientação foi estruturado conforme se especifica a seguir:

- LEGISLAÇÃO – Neste segmento encontram-se catalogadas a legislações específicas. - ROTINAS E FLUXOS – Aqui estão descritos os processos de trabalho e os seus respectivos fluxogramas. - MODELOS DE TERMOS E CONTRATOS – Nesta parte são apresentados os modelos dos documentos a serem utilizados para a formalização de ocorrências patrimoniais, tais como, a cessão de uso de imóveis a terceiros.

Portanto, com a disponibilização do Caderno de Orientação para a Gestão do Patrimônio Imobiliário aos responsáveis pela administração imobiliária do Exército, a DPIMA espera contribuir de forma decisiva para a modernização da gestão patrimonial da Instituição e consequentemente para a redução dos gastos com a manutenção, assim como, com a variação e a exploração econômica patrimoniais, priorizando para tanto a melhores práticas para a gestão destes ativos.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Decreto-lei nº 9.760 de 5 de setembro de 1946. Dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências.

Lei n° 5651/70, de 11 de dezembro de 1970. Dispõe sobre a venda de bens, pelo Ministério do Exército, e aplicação do produto da operação em empreendimentos de assistência social e dá outras providências.

Lei n° 5972, 11 de dezembro de 1973. Regula o procedimento para o registro da propriedade de bens imóveis discriminados administrativamente ou possuídos pela União.

Lei n° 6383, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o Processo Discriminatório de Terras Devolutas da União, e dá outras Providências.

Decreto-lei 2398, 21 de dezembro de 1987. Dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas a imóveis de propriedade da União, e dá outras providências.

Decreto 77.095, de 30 de janeiro de 1976. Regulamenta dispositivo do Decreto-Lei n° 1.310, de 8 de fevereiro de 1974, que trata de arrendamento pelo Ministério do Exército de imóveis sob sua jurisdição, e dá outras providências.

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, altera dispositivos dos Decretos-Leis nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2º do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.

Portaria n° 2032, de 4 de julho de 2013. Aprova as diretrizes para aquisição, a doação e a alienação do patrimônio imobiliário administrado pelas Forças Armadas.

Portaria n° 217-SPU, de 16 de agosto de 2013. Delega a competência aos respectivos Comandantes das Forças Armadas para representar a União na assinatura dos contratos de alienação de imóveis.

Portaria nº 513, de 11 de julho de 2005. Aprova as Instruções Gerais para a Utilização do Patrimônio Imobiliário Jurisdicionado ao Comando do Exército (IG 10-03) e dá outras providências.

Portaria nº 693, de 29 de agosto de 2012. Altera as Instruções Gerais para a Utilização do Patrimônio Imobiliário ao Comando do Exército (IG 10-03).

Portaria nº 11-DEC, de 04 de outubro de 2005. Aprova as Instruções Reguladoras de Utilização do Patrimônio Imobiliário Jurisdicionado ao Comando do Exército (IR 50-13).

Portaria n° 391, de 1° de agosto de 2000. Aprova as Instruções Gerais sobre Incorporação de Bens Imóveis ao Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 10-37).

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Portaria nº 468, de 30 de agosto de 2000. Aprova as Instruções Gerais sobre Desincorporação de Bens Imóveis do Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 50-02).

Portaria n° 02-DEC, de 04 de setembro de 2001. Aprova as Instruções Reguladoras às Instruções Gerais sobre Incorporação de Bens Imóveis ao Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IR 50-14).

Portaria nº 001 - DEC, de 17 de fevereiro de 1998. Aprova as Instruções Reguladoras às Instruções Gerais para a Alienação de Bens Imóveis pelo Ministério do Exército (IR 50-12).

Portaria nº 03-DEC, de 13 de outubro de 2009. Aprova as Normas para Cercamento e Vigilância de Imóveis sob a Jurisdição do Exército (NORCERC).

Portaria nº 01-SPU, de 03 de janeiro de 2014, Estabelece normas e procedimentos para a autorização da utilização a título precário, de áreas de domínio da União mediante outorga de Permissão de Uso, fixa parâmetros para o cálculo do valor de outorga onerosa e critérios para controle de uso.

Instrução Normativa nº 1-SPU, de 2 de dezembro de 2014. Dispões sobre as diretrizes de avaliação de imóveis da União ou de seu interesse, bem como define parâmetros técnicos para a cobrança em razão da sua utilização.

Secretaria do Patrimônio da União – Legislação Imobiliária da União: anotações e comentários às leis básicas, Luís Carlos Cazetta – 2002.

Secretaria do Patrimônio da União – Manual de regularização fundiária em terras da União, 2006.

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ANEXO I

Todas as OM deverão possuir em seus arquivos, sob responsabilidade direta do Fiscal Administrativo, documentação básica do imóvel (TT,TP e TER) e documentação complementar do imóvel (TER RM/OM, TRA, FCPNR, RHI, Fi Patr, planta/memorial descritivo e TEREO).

DOCUMENTAÇÃO DOMINIAL DO IMÓVEL

1. OBTENÇÃO DO TT O Título de Transferência é obtido mediante solicitação do Gpt E/RM ao

Tabelionato de Notas onde se processou o ato de transferência intervivos, ou nas Varas Judiciais, quando se tratar de Carta de Sentença, sendo válidos, ainda, os documentos emitidos por Ação Judicial ou publicados no Diário Oficial da União (DOU). Também, poderá ser solicitado a Superintendência do Patrimônio da União nos Estados e no Distrito Federal (Art. 14 da IG 10-38).

2. OBTENÇÃO DO TP O Título de Propriedade é obtido mediante solicitação do Gpt E/RM ao

Cartório de Registro de Imóveis. Também, poderá ser solicitado a Superintendência do Patrimônio da União nos Estados e no Distrito Federal (Art. 14 da IG 10-38).

3. OBTENÇÃO DO TER O Termo de Entrega e Recebimento é obtido pelo Gpt E/RM nas

Superintendências do Patrimônio da União nos Estados e no Distrito Federal, mediante solicitação de cópia ou certidão (Art. 14 da IG 10-38).

4. OBTENÇÃO DO TER RM/OM O Termo de Entrega e Recebimento RM/OM será confeccionado pela

RM, de acordo com as Instruções Reguladoras de Utilização do Patrimônio Imobiliário da União Jurisdicionado ao Comando do Exército. Após assinado, o TER RM/OM deverá ser publicado no boletim regional e no boletim interno da OM recebedora (Art. 15 da IG 10-38).

5. OBTENÇÃO DA PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO A Planta e o Memorial Descritivo são obtidos por solicitação das OM aos

Gpt E/RM. Serão confeccionadas de acordo com as Instruções Reguladoras para a Execução do Levantamento Topográfico de Áreas Patrimoniais (IR 50-08). As ações de levantamento e demarcação, estabelecidas nas IR 50-08, são conduzidas com base na documentação fornecida pela Seção de Patrimônio Regional do Gpt E/RM a que estiver jurisdicionada à OM (Art. 15 da IG 10-38).

6. OBTENÇÃO DA FICHA PATRIMONIAL A Ficha Patrimonial é obtida por solicitação da OM ao Gpt E/RM. Será

confeccionada pelo Gpt E/RM, de acordo com o Anexo “B” da IG 10-38 (Art. 18 da IG 10-38).

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7. ELABORAÇÃO DO TRA O Termo de Responsabilidade Administrativa será confeccionado pela

Organização Militar com base na Declaração da Situação Patrimonial prevista no Regulamento de Administração do Exército (RAE) e conforme o modelo do Anexo “D” da IG 10-38 (Art. 16 da IG 10-38).

8. ELABORAÇÃO DO RHI O Registro Histórico de Imóvel é elaborado pela Organização Militar em

conformidade com o Anexo “A” da IG 10-38 (Art. 17 da IG 10-38).

9. ELABORAÇÃO DA FCPNR A Ficha cadastral de próprio nacional residencial é elaborada pela

Organização Militar por ocasião do recebimento da residência (TER RM/OM), ou quando ocorrer alguma alteração nos dados nela lançados, conforme modelo constante do Anexo “C” da IG 10-38 (Art. 21 da IG 10-38).

10. ELABORAÇÃO DO TEREO O Termo de Entrega e Recebimento de Obras obedecerá ao prescrito

nas Instruções Gerais para o Planejamento e Execução de Obras Militares no Exército (IG 50-03) e também nas Normas de Administração de Obras Militares (NAOM) da Diretoria de Obras Militares (DOM) (Art. 20 da IG 10-38).

11. CONFECÇÃO DO LIVRO DE PARTES PATRIMONIAL O Livro de Partes da Patrulha Patrimonial será confeccionado pela OM,

que fará o registro dos fatos e atos relativos a todos os imóveis sob sua responsabilidade administrativa (Art. 16 da NORCERC).

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ANEXO II

CONCEITUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL

1. Administração Patrimonial – Conjunto de ações que compreende utilização, controle e conservação do bem, segundo a destinação natural ou legal de cada um e, em sentido amplo, incluí a alienação dos bens revelados inúteis ou inconvenientes ao serviço público, bem como a aquisição de novos bens.

2. Agente Responsável – todo e qualquer servidor que, no exercício de cargo, função ou emprego público, responde pela administração, guarda e controle de dinheiro, valores materiais e bens móveis e imóveis pertencentes ao Exército ou a ele confiados.

3. Alienação – toda transferência de propriedade de um bem patrimonial a terceiros, onerosa ou gratuita, mediante a forma de venda, permuta, doação ou outras previstas no Direito, obedecidas às exigências legais pertinentes.

4. Aquisição – ato ou fato em virtude do qual o Exército assume a propriedade ou domínio de um bem para realização de seus fins, observadas as normas e condições estabelecidas em lei.

5. Avaliação – atribuição de valor a um bem para fins de aquisição, locação, contabilização e alienação, observadas as normas legais e critérios técnicos específicos.

6. Baixa – lançamento mediante o qual um bem é excluído do estoque ou do cadastro patrimonial e, contabilmente, diminui ou anula o “saldo” de uma conta, em decorrência de consumo, transferência, extravio, destruição, inutilização, absolescência, desuso ou alienação.

7. Bens Públicos – são todos os ativos, corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos a ações que compõem o patrimônio do Exército.

8. Bens Desativados – todos aqueles que, obsoletos ou inservíveis para a necessidade do órgão ou entidade da administração pública, estão sujeitos a alienação ou reaproveitamento.

9. Bens Imóveis – são terrenos, edifícios, construções e as benfeitorias a eles incorporadas de modo permanente, cuja remoção é impraticável ou provoca destruição, fratura, modificação ou dano em sua estrutura básica.

10. Bens Móveis – são elementos do patrimônio, suscetíveis de remoção sem alterar sua integridade física ou funcional, bem como aqueles que constituem acervos em museus, pinacotecas, bibliotecas e assemelhados.

11. Benfeitorias – acréscimo ou adaptação efetuada em um bem, no sentido de aperfeiçoá-lo ou mantê-lo em condições para melhor atender as necessidades e finalidades do Exército, sendo as despesas incorporadas ao valor originário do mesmo bem.

12. Cadastramento – ação de registro, onde se arrolam os bens móveis e imóveis, especificando suas características físicas, financeiras e de localização, de modo a permitir a identificação e avaliação de cada um deles.

13. Compra – aquisição de um bem patrimonial, mediante preço

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previamente ajustado, procedida de acordo com a legislação vigente.

14. Dação em Pagamento – é a entrega de um bem para solver dívida anterior (SFC).

15. Depreciação – registro contábil da perda progressiva de valor de um bem imobilizado em decorrência do seu uso, levando-se em consideração, além de exigências legais, valor, o tempo de duração do bem e a taxa de depreciação.

16. Incorporação – registro procedido no cadastro e na contabilidade pelo qual é efetuada a inclusão ou entrada de um bem no patrimônio do Estado, em decorrência de aquisição, nas suas diversas modalidades.

17. Inutilização – destruição total ou parcial de um bem que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou inconvenientes de qualquer natureza para Administração.

18. Inventário – arrolamento periódico dos bens patrimoniais jurisdicionado ao Exército, exigido por lei e tendo como objetivo o controle quantitativo e qualitativo dos mesmos, inclusive o confronto entre as existências físicas e as consignadas sob a responsabilidade dos órgãos da administração direta e indireta, bem como entre os valores avaliados e os escriturados na contabilidade.

19. Movimentação – mudança decorrente de transferência, alteração, reavaliação e/ou alienação do bem patrimonial.

20. Patrimônio Público – conjunto de bens de toda natureza e espécie, que tenham interesse para a administração e para comunidade administrada

21. Superintendência do Patrimônio da União – A Superintendência do Patrimônio da União, ligada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, é o órgão legalmente imbuído de administrar, fiscalizar e outorgar a utilização, nos regimes e condições permitidos em lei, dos imóveis da União. A SPU emite as certidões negativas ou de terrenos de marinha, bem como a Certidão de Autorização de Transferência – CAT, necessários para transações de compra e venda.

22. Agentes Cartorário – Nos Cartórios de Registro de Imóveis são registrados e arquivados todos os documentos referentes à propriedade imobiliária.

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ANEXO III

BOAS PRÁTICAS DO GESTOR DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO

O Gestor do Patrimônio Imobiliário tem a responsabilidade de zelar pela boa gestão do imóvel. Isso implica em deveres de conservação do bem, de regularização, de destinação correta e de fiscalização do patrimônio.

Cabe ao gestor acionar os canais competentes e tomar providências necessárias em caso de qualquer irregularidade identificada. Sob esse ponto de vista,

a vistoria permanente do imóvel é um procedimento importante para prevenir possíveis ocorrências indevidas. Caso elas aconteçam, o gestor deve comunicar imediatamente a situação ao seu superior hierárquico.

Casos de invasões e outras situações relevantes precisam ser comunicados formalmente ao Gpt E – à DPIMA/DEC, para o conselho de patrimônio imobiliário – CPI, quando implantado no Exército.

Cabe também ao Gestor do Patrimônio Imobiliário coordenar a atualização das informações patrimoniais no OPUS/SIGPIMA, de cada imóvel sob sua responsabilidade utilização.

Situações como demolição ou ampliação devem ser cadastradas no OPUS/SIGPIMA.

Os casos de ampliação e manutenção não precisam ser comunicados ao CPI, porém, devem ser atualizados no OPUS/SIGPIMA com as respectivas informações das alterações efetuadas.

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ANEXO IV

MATRIZ DE CRITÉRIOS DE VARIAÇÃO PATRIMONIAL

INSTRUMENTO BASE LEGAL APLICAÇÃO BENEFICIÁRIO OBSERVAÇÃO

Alienação

Venda

- Lei 5651/70 e observado o Arts. 24 a 29 da Lei 9.636/1998, - Arts. 3° e 4° da IG 50-02, e - Art. 27 da IR 50-12.

- A venda e a permuta visam à obtenção de recursos destinados à construção e à aquisição de outros bens imóveis, bem como à compra de equipamento para implementação do Programa de Reaparelhamento e Adequação do Exército. (EQUILÍBRIO PATRIMONIAL)

- Sem restrição, observada a Lei 8666/93; e - É dispensada a licitação nos casos previstos no inciso I do Art. 17 e inciso X do Art. 24 da Lei Nº 8.666/93 e quando se tratar de alienação à Fundação Habitacional do Exército (FHE) - Lei Nº 7.059/82.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força. -A venda de bens imóveis será feita mediante concorrência ou leilão. - A permuta, sempre que houver condições de competitividade, deverá ser precedida de licitação, na modalidade de concorrência, sobretudo quando se tratar de permuta por edificações a construir. - O preço mínimo de venda, estabelecido em

avaliação de precisão feita ou homologada pela SPU.

Permuta

- Lei 5651/70 e observado o Art.30 da Lei 9.636/98, - Art. 17, I, b e 24, x, da Lei 8666/93, - Arts. 3° e 4° da IG 50-02, e Art. 35 da IR 50-12.

Doação - Art. 30 da Lei 6.855/80 (alterado pela Lei 7.059/82).

- Os imóveis doados pela União à Fundação Habitacional do Exército têm por finalidade a consecução de seus objetivos.

- Fundação Habitacional do Exército.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força.

Cessão em condições especiais

- Art. 18 da Lei 9.636/98, - § 3º do art. 79 do Decreto-Lei 9.760/46, e - Art. 8° da IG 50-02.

- Destina-se a atender interesse público ou social que favoreça as atividades educacionais, culturais, de assistência social ou o aproveitamento econômico de interesse nacional.

- Entidades ou Pessoas cuja qualificação esteja abrangida pelo art. 18 da Lei 9.636/98.

- Caso a cessão seja onerosa, as condições de competitividade devem ser respeitadas. - dar-se-á mediante processo de reversão do imóvel ao órgão da União responsável pela administração do patrimônio imobiliário, para posterior cessão, por esta, ao interessado.

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Transferência de jurisdição - § 4º do Art 79 do Decreto-Lei 9760/46; e - Art. 7º da IG 50-02.

- Destina-se a reversão do imóvel ao órgão da União responsável pela administração do patrimônio imobiliário (SPU) para posterior transferência de jurisdição a outro órgão da administração federal.

- Órgãos da administração federal.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força.

Transferência de jurisdição - § 1º do Art 79 do Decreto-Lei 9760/46, e - Art. 5° da IG 10-37.

- Destina-se a transferência de imóveis à jurisdição do Exército.

- Exército Brasileiro.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força. - A entrega de imóvel à jurisdição do Exército é realizada por intermédio do Termo de Entrega e Recebimento (TER), fornecido pela SPU/UF.

Aquisição

Compra - Art 6º da IR 50-14.

- Destina-se a aquisição de imóvel de interesse do Exército, com recursos próprios ou outros repassados para esse fim.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força.

Permuta - Art 12º da IR 50-14.

- Destina-se a aquisição um imóvel, para utilização pelo Exército, mediante troca por outro bem de seu patrimônio imobiliário.

- Poderá ser permutado por outro, edificado ou não, resguardadas as exigências da legislação vigente. - O preço mínimo de referência do imóvel jurisdicionado ao Exército será fixado com base no valor de mercado do imóvel estabelecido em avaliação feita ou homologada pela SPU/UF. - Será dispensável a licitação, quando a permuta for procedida com a Fundação Habitacional do Exército- FHE . Lei Nº 7.059/82, e quando atendidos os requisitos constantes do inciso X do art. 24 da Lei No 8.666/93

Doação - Art 10º da IR 50-14.

- Destina-se a transferência de um imóvel particular, por vontade do proprietário, ao patrimônio da União para utilização pelo Exército, mediante aceitação do Exército.

- Deverá ser autorizado em Despacho Decisório do Comandante da Força. -As doações oferecidas pelos Governos Estaduais e Municipais dependerão de autorização do Legislativo correspondente. -Se houver outros encargos gravando a doação, além da destinação ao Exército, estes deverão ser

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analisados e quantificados no processo, para se avaliar a conveniência da aceitação. - O imóvel dever estar livre de passivos ambientais.

Aquisição

Usucapião

- Lei Nº 5.972/73, alterada pela alterada pela Lei Nº 9.821/99. - Art. 10º da IR 50-14.

-Obtenção do domínio sobre o imóvel, cuja posse pacífica e ininterrupta, durante 20 (vinte) anos ou mais, é comprovada.

- Exército Brasileiro.

- O requerimento da União para aquisição de imóvel na modalidade de usucapião será firmado pelo Superintendente do Patrimônio da União e dirigido ao Oficial do Registro da Circunscrição Imobiliária da situação do imóvel. - Não obtendo êxito no procedimento acima descrito, caberá a União ingressar em Juízo, com a competente ação de usucapião

Desapropriação - Art. 8º da IR 50-14.

- Destina-se a aquisição de um imóvel considerado imprescindível às atividades do Exército, mediante declaração de utilidade pública.

- Deverá ser declarada a utilidade pública pelo Presidente da República.

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ANEXO V

EVENTO PATRIMONIAL PERMISSÃO DE USO CESSÃO DE USO LOCAÇÃO ARRENDAMENTO CDRUR

IR 50-13 Art. 30 a 33 Art. 25 a 29 Art. 12 a 16 Art. 17 a 24 Art. 34 a 39

COMPETÊNCIA Cmt, Ch ou Dir OM Comandante da OM Comandante da RM

autoriza o início Comandante da RM

autoriza o início Comandante da RM

autoriza o início

LICITAÇÃO

Depende de caso concreto

Lei 8.666/93

Obrigatória

Lei 8.666/93

Obrigatória

Lei 8666/93

Obrigatória

Lei 8666/93

Obrigatória

Lei 8666/93

VALOR/CONTRAPARTIDA

Ressarcimentos de custos administrativos

diretos ou indiretos, quando gratuito, ou

aplicação de equação apresentada na Port SPU

nº 1, de 03 JAN 14, quando onerosa

Apurado mediante Laudo de Avaliação (IN SPU

1/2014)

Apurado mediante Laudo de Avaliação

(IN SPU 1/2014)

Apurado mediante Laudo de Avaliação

(IN SPU 1/2014)

Apurado mediante Laudo de Avaliação, quando onerosa, ou Cálculo de Valor de Referência, quando

gratuita (IN SPU 1/2014)

PRAZO

Até 6 meses

(3 meses prorrogável por mais 3 meses)

Até 5 anos Até 2 anos,

prorrogável limite máximo 5 anos

Até 5 anos, prorrogável por até 20 anos, mediante

consulta ao EME

A definir, conforme o caso.

APROVAÇÃO Cmt, Ch ou Dir OM Comandante da RM Chefe DEC Chefe DEC Cmt Ex

FORMALIZAÇÃO Cmt, Ch ou Dir OM Assinado pelo

Comandante da OM SPU e RM/Gpt E

como interveniente SPU e RM/Gpt E

como interveniente SPU e RM/Gpt E

como interveniente

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ANEXO VI

FLUXOGRAMA PARA A TOMADA DE DECISÃO – ALIENAÇÃO

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EMENTÁRIO PARA A GESTÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO

(Departamento Técnico e de Produção do Exército / 1946)

(Departamento Real Corpo de Engenheiros) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E MEIO AMBIENTE

“Diretoria de Patrimônio – 1956”

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SEÇÃO DE VARIAÇÃO PATRIMONIAL

EMENTÁRIO PARA A GESTÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO

ORIGEM DOS BENS DA UNIÃO

"As terras do Brasil foram objeto de conquista e posse, por Pedro Álvares Cabral, para o Rei de Portugal. Elas passaram a ser uma fazenda do Rei, ficando no domínio real até a Independência, quando foram transferidas para o Patrimônio Nacional, lá permanecendo por todo o Império, até que o Art. 64 da Constituição de 1891 as distribuíram aos Estados em cujos limites se encontravam. Então os Estados, como sucessores da Nação Brasileira, e a Nação Brasileira, como sucessora do patrimônio pessoal do Rei de Portugal, não necessitam trazer títulos. O título é a posse histórica, o fato daquela conquista da terra".

(Ministro Aliomar Baleeiro, 1968)

Esta é a origem dos bens da União. Daí a regra de que toda terra sem título de propriedade particular é de domínio público.

BENS DA UNIÃO CF/88 Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; Súmula no 477 do STF: “As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante em relação aos posseiros”. “O termo - fortificação - corresponde à obra ou conjunto de obras de defesa propriamente ditas. A expressão - área de fortificação - reserva-se aos terrenos sobsua legal e completa jurisdição, inclusive aqueles onde estão situados os aquartelamentos, vilas residenciais e outras instalações de paz, mesmo que haja solução de continuidade entre eles” (Art. 10, Decreto no 26.959, de 27 de julho de 1949) III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II;

Parecer PGFN/CPA/No 1486/96 “Incluem-se entre os bens dos Estados as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estavam no seu domínio, quando promulgada a atual Constituição, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros (art. 26, II, Constituição)”.

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

De acordo com os incisos do artigo 99 do novo Código Civil, os bens públicos dividem-se em bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças (inciso I); bens de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias (inciso II); e bens dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades (inciso III).

FAIXA DE FRONTEIRA

A faixa de até 150 (cento e cinquenta

quilômetros) de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. (§ 2º, Art. 20, CF)

Sobre a “faixa de fronteira” (§ 2º) e seu regime jurídico (alienação, concessão, aproveitamento etc.), aplicam-se as regras contidas no Decreto-Lei nº 1.135, de 03 de dezembro de 1970, e na Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, regulamentada pelo Decreto nº 85.064, de 26 de agosto de 1980, interpretadas conforme a Constituição de 1988.

Áreas ocupadas com fortificações: correspondem aos terrenos em que foram, são ou vierem a ser construídas fortificações e outras construções bélicas necessárias à defesa nacional e que pertencem à União.

TERRAS INDÍGENAS

CF/88 Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários, sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar

todos os seus bens. § 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. § 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

TERRENOS DE MARINHA E ACRESCIDOS

São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha da preamar-média de 1831(Art. 2º, Decreto-lei no 9.760/46). Parecer PGFN/CPA/No 2054/96. Os terrenos de marinha, os acrescidos de marinha e os terrenos marginais são bens dominicais, podendo ser transferidos, por aforamento, a particulares, o que não ocorre com as praias, bens de uso comum do povo. Parecer PGFN/CPA/No 1301/96 A alteração, por emenda, do conceito de terrenos de marinha não fere direitos consolidados, desde que, em harmonia com o sistema constitucional, sejam indenizados os proprietários de terrenos alodiais que venham a ser alcançados pelo novo regime.

São terrenos acrescidos de marinha, os que se

tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha (Art. 3º, Decreto-lei no 9.760/46).

É da competência do Serviço do Patrimônio da

União (SPU)53 a determinação da posição das linhas da preamar-média do ano de 1831 e da média das enchentes ordinárias (Art. 9º, Decreto-lei no 9.760/46). Em rigor, o acréscimo nas margens dos rios e lagoas, “até onde se faça sentira influência das marés” são terrenos acrescidos de marinha. Poderão ser alienados até 83% do domínio útil, permanecendo 17% do domínio pleno.

TERRAS DEVOLUTAS

São devolutas, na faixa de fronteira, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo

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próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual, territorial ou municipal, não se incorporaram ao domínio privado (Art. 5º, Decreto-lei no 9.760/46).

IMÓVEIS JURISDICIONA-

DOS AO COMANDO DO EXÉRCITO

O Exército não tem patrimônio imobiliário.

Ele administra bens que são da União e que passam à sua jurisdição por ato formal da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por intermédio de suas Superintendências Regionais do Patrimônio da União (SPU/UF)

As SPU/UF fazem a entrega dos imóveis, já registrados em nome da União às Regiões Militares (RM), que possuem uma Seção do Serviço de Patrimônio Regional (SSPR), formalizando-a por meio de Termo de Entrega e Recebimento (TER). As RM, por sua vez, entregam os imóveis à responsabilidade das Organizações Militares (OM), lavrando também um TER- RM/OM, do qual uma cópia é enviada à DPIMA. Quando um mesmo imóvel vier a ser ocupado, simultaneamente, por mais de uma OM, o TER da RM para as OM definirá os limites de cada uma delas sem que haja superposição de área de responsabilidade. (Art. 07 e 08 da IR 50-13)

As OM, a cada substituição de comandante, chefe ou diretor, providenciam o Termo de Responsabilidade Administrativa (TRA), que é enviado para as RM que, por sua vez, remetem uma cópia para a DPIMA.

Regulamento de Administração do Exército (RAE)

Art 27 - Além dos encargos indicados em outros regulamentos, instruções, normas ou ordens superiores, compete-lhe (ao Agente Diretor):

5) publicar em Boletim, quando passar o comando, direção ou chefia da UA, que o patrimônio e os recursos financeiros estão certos e as respectivas escriturações, em ordem e em dia, ou em que estado ou situação se encontram;

6) certificar-se, dentro dos primeiros trinta dias de seu comando, direção ou chefia, do estado da escrituração orçamentária, financeira e patrimonial, das condições do imóvel e de suas instalações, do arquivo das plantas de arquitetura, estrutura e instalações, das escrituras do imóvel, dos contratos de aluguel, se for o caso, e do cumprimento do previsto no item anterior.

Instruções Gerais para a Utilização do Patrimônio Imobiliário Jurisdicionado ao Comando do Exército (IG 10-03) Art. 2º Os bens imóveis da União sob jurisdição do Comando do Exército destinam-se à utilização em finalidade militar pela Força Terrestre, precipuamente, ou em finalidade complementar. Art. 3º Dentre as formas de uso de um imóvel ou benfeitoria em finalidade complementar, previstas nos dispositivos legais citados no art. 1º destas IG, destacam-se as seguintes: I - locação; II - arrendamento; III - cessão de uso (em condições especiais); IV - permissão de uso; e

V - concessão de direito real de uso resolúvel. REGULARIZAÇÃO DE IMÓVEIS

No Exército, consideramos um imóvel regularizado quando possui os documentos básicos, ou seja, os documentos que comprovam o domínio, a propriedade e a jurisdição ao Exército. Esses documentos são: o Título de Transmissão (TT), o Título de Propriedade (TP) e o Termo de Entrega e Recebimento (TER). Estes documentos são indispensáveis ao perfeito conhecimento dos limites do imóvel e de suas confrontações, bem como à proteção do bem contra esbulhos. As SPR/UF têm como objetivo permanente a busca desses documentos.

É importante que os chefes de SSPR estejam perfeitamente a par do prescrito nas INSTRUÇÕES REGULADORAS PARA A EXECUÇÃO DO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE ÁREAS PATRIMONIAIS (IR 50-08), aprovadas pela Port Nr 5-DEC, de 09 Set 83, que, inclusive, contêm modelos de Memorial Descritivo e de planta do imóvel. Instruções Gerais sobre Incorporação de Bens Imóveis ao Acervo Imobiliário sob Jurisdição do Exército (IG 10-37) Art. 16 § 3º O imóvel ocupado pelo Exército, sem o TER, poderá estar em uma das seguintes situações: I - possui os documentos que definem sua titularidade - Título de Transferência (TT) e Título de Propriedade (TP); II - possui os citados documentos, mas estes não caracterizam com precisão seus limites; e III - não possui os documentos que definem sua titularidade por ser, em princípio, de origem histórica. § 4º As Gpt E/RM deverão regularizar a jurisdição dos imóveis sob a sua responsabilidade, mediante os seguintes procedimentos: I - na situação prevista no inciso I do parágrafo anterior - solicitar o TER, junto à SPU/UF; II - na situação prevista no inciso II do parágrafo anterior - mediante discriminação e respeitando as exigências legais sobre a matéria, regularizá-lo e, em seguida, solicitar o TER, junto à SPU/UF; e III - na situação prevista no inciso III do parágrafo anterior - providenciar a instrução do processo necessário ao registro do imóvel, com base na Lei Nº 5.972, de 11 de dezembro de 1973, publicada no DOU de 13 de dezembro de 1973, alterada pela Lei Nº 9.821, de 23 de agosto de 1999, publicada no DOU de 24 de agosto de 1999. Após o registro, solicitar o TER à SPU/UF. Decreto-Lei nº 1537, de 13 de abril de 1977 “isenta do pagamento de custas e emolumentos a prática de quaisquer atos, pelos Ofícios e Cartórios de Registros de Imóveis, de Registros de Títulos e Documentos e de Notas, relativos às solicitações feitas pela União.” INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS

As modalidades de aquisição de imóveis pela União, para incorporação ao acervo imobiliário sob jurisdição do Exército, são descritas a seguir: Compra - é a operação pela qual a União adquire, de forma onerosa, a propriedade de um imóvel, por intermédio de contrato e mediante pagamento em espécie. (Art. 6 da IR 50-14)

Desapropriação - é a operação pela qual a União adquire o domínio pleno de um imóvel considerado imprescindível às atividades do Exército, mediante declaração de utilidade pública. (Art. 8 da IR 50-14) “O imóvel considerado imprescindível às atividades do Exército Brasileiro poderá ter seu domínio pleno desapropriado pela União mediante declaração de utilidade pública”.

Doação - é a operação pela qual uma pessoa, por liberalidade, transfere um bem imóvel de seu patrimônio ao patrimônio da União, para utilização pelo Exército, mediante aceitação do donatário. (Art. 10 da IR 50-14)

Permuta - é a operação pela qual a União adquire um imóvel, para utilização pelo Exército, mediante troca por outro bem de seu patrimônio imobiliário. (Art. 12 da IR 50-14)

Usucapião Administrativo - é o veículo judicial para obtenção do domínio sobre o imóvel, cuja posse pacífica e ininterrupta, durante 20 (vinte) anos ou mais, é comprovada nas condições estabelecidas na Lei Nº 5.972 de 11 de dezembro de 1973, alterada pela Lei Nº 9.821, de 23 de agosto de 1999, publicada no DOU de 24 de agosto de 1999. (Art. 14 da IR 50-14) “As ações de usucapião serão instruídas pelo Comandante da Região Militar (RM) e propostas por intermédio da Advocacia Geral da União da Unidade da Federação onde estiver o imóvel”. (§ 3º do Art. 14 da IR 50-14)

TRANSFERÊNCIA DE JURISDIÇÃO

Os imóveis da União poderão ser transferidos à

jurisdição do Exército, quando estiverem sob jurisdição da SPU ou de outro órgão do Serviço Público Federal. (Art. 16 da IR 50-14)

A jurisdição é caracterizada pela existência do Termo de Entrega e Recebimento (TER), fornecido pela SPU/UF. (§ 2º do Art. 16 da IR 50-14)

Os imóveis da União poderão ser transferidos da jurisdição do Exército para a jurisdição de outro órgão público da União, mediante solicitação deste e autorização do Comandante do Exército. (Art. 7º da IG 50-02)

DESINCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS A desincorporação de bens imóveis será efetuada por

intermédio de alienação, de transferência de jurisdição e de cessão de uso destinada a atender interesse público ou social.

A alienação de bens imóveis terá como modalidades a

venda, a permuta e a doação. Venda - na venda, a União Federal perde a

propriedade do imóvel que está habilitado para a alienação. A venda de bens imóveis será feita mediante concorrência ou leilões públicos, de acordo com o prescrito na Lei nº 8666/93, no Dec-lei 9760/46, com as alterações do Art. 23 da Medida Provisória nº 1567/97. O preço mínimo de venda ou de referência em caso de permuta será fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecido em avaliação elaborada ou homologada pelo órgão da União responsável pela administração do patrimônio imobiliário, cuja validade será de 6 (seis) meses. (§ 2º do Art. 5 da IG50-02).

Observada a legislação em vigor, é dispensada a licitação na venda ou permuta com a Fundação Habitacional do Exército (FHE) e nos casos previstos na Lei 8.666/93. (§ 3º do Art. 4 da IG50-02)

Doação - poderá ser autorizada a doação de bens imóveis, jurisdicionados ao o Exército, devendo ser observado o prescrito na Lei 7.059/82 e na Lei 9.636/98. As doações previstas na Lei 9.636/98 dar-se-ão mediante processo de reversão do imóvel ou parcela, ao órgão da União responsável pela administração do patrimônio imobiliário, para posterior doação, por esta, aos

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interessados. (Art. 5 da IG50-02) Permuta - na permuta, a União Federal

perde a propriedade de um imóvel que será substituída pela de outro bem de igual valor. A alienação por permuta, envolvendo imóvel com ou sem benfeitoria, poderá ser autorizada tendo como contrapartida imóvel edificado ou não, ou edificações a construir. É dispensável a licitação, na alienação por permuta, quando procedida com a FHE − Lei nº 7059/82 − e quando atenda aos requisitos constantes do inciso X da Lei nº 8666/93. Portaria nº 217 da SPU, de 16 de agosto de 2013 Art. 1º - Os artigos 1º e 2º da Portaria SPU nº 40, de 16 de março de 2009, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 1º, parágrafo único - Nos contratos referentes às alienações de imóveis da União de que tratam as Leis nº 5651, de 11 de dezembro de 1970, e nº 5658, de 07 de junho de 1971, fica delegada a competência para a assinatura aos respectivos Comandantes das Forças Armadas.

ROTEIRO DA ALIENAÇÃO POR VENDA

1. A RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” da IR 50-12, no que couber, incluindo a documentação dominial, a avaliação e a minuta do edital de licitação. 2. O C Mil A remete o processo ao DEC com seu parecer. 3. O DEC analisa, homologa e encaminha o processo ao Gab Cmt Ex. 4. O Gab Cmt Ex restitui o processo ao DEC com o despacho autorizando a venda e com a portaria de delegação de competência. 5. O DEC restitui o processo à RM para cumprimento do despacho ministerial. 6. A RM realiza a licitação e encaminha o processo à SPU/UF. 7. A SPU/UF convoca as partes (o representante do Comandante do Exército, o vencedor da licitação e o Superintendente Regional do Patrimônio da União) e preenche as formalidades para a concretização da venda - assinatura do contrato ou promessa de compra e venda (pré-contrato) quando houver obrigações a cumprir ou parcelamento do pagamento. 8. Preenchidas as formalidades, a RM realiza a venda, recolhe a importância auferida ao FEx e informa o fato ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro. 9. Todos os envolvidos na alienação atualizam seus cadastros.

ROTEIRO DA ALIENAÇÃO POR PERMUTA

1. A RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” da IR 50-12, no que couber, incluindo a documentação dominial e as

especificações técnicas do imóvel ou bens a serem recebidos na permuta, avaliações e orçamentos, bem como a minuta do edital de licitação. 2. O C Mil A remete o processo ao DEC com seu parecer. 3. O DEC analisa o processo quanto aos aspectos patrimonial e de obras, encaminhando-o, a seguir, ao Gab Cmt Ex. 4. O Gab Cmt Ex restitui o processo ao DEC, com o despacho autorizando a permuta e a portaria de delegação de competência. 5. O DEC restitui o processo à RM para cumprimento do despacho ministerial. 6. A RM realiza a licitação e encaminha o processo à SPU/UF. 7. A SPU/UF convoca as partes (o Superintendente Regional do Patrimônio da União, o representante do Exército Brasileiro e o vencedor da licitação) e preenche as formalidades para a concretização da permuta; no caso de execução de obras envolvendo ou não diferença de valor a ser paga em moeda corrente, será assinado o termo de promessa de compra e venda com permuta (pré-contrato). 8. A RM faz cumprir as cláusulas constantes do pré-contrato. 9. Executado o objeto do pré-contrato, a SPU/UF convoca as partes para a assinatura do contrato. A RM informa a concretização da permuta ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro. 10. A RM, a DPIMA e a SPU atualizam seus cadastros. ROTEIRO DA ALIENAÇÃO POR

DOAÇÃO

1. Após a manifestação do interessado, por escrito, em qualquer época do ano, a RM organiza e encaminha o processo, instruindo-o com os documentos previstos no anexo “E” da IR 50-12, incluindo a documentação dominial e a avaliação.

2. O C Mil A toma conhecimento do processo, emite seu parecer e o remete ao DEC.

3. O DEC analisa o processo, emite parecer e o encaminha ao EME.

4. O EME aprecia, emite seu parecer e encaminha ao Gab Cmt Ex.

5. O Gab Cmt Ex restitui ao DEC com a autorização para a doação e delegação de competência.

6. O DEC consulta a SPU quanto à existência de inconveniências para a doação e restitui à RM, com a autorização ministerial e delegação de competência.

7. A RM encaminha o processo à SPU/UF.

8. A SPU/UF convoca as partes (o representante do Exército Brasileiro, o Superintendente Regional do Patrimônio da união e o donatário) e preenche as formalidades para a concretização da doação, culminando com a assinatura do contrato pelas partes interessadas.

9. Preenchidas as formalidades e cumpridos os encargos (caso tenham havido) pelo donatário a RM realiza a doação e informa o fato ao DEC, pelo canal de comando, para fins de atualização de cadastro.

10. Todos os envolvidos no processo atualizam seus cadastros.

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

AOS PROCESSOS DE ALIENAÇÃO

1. Para a homologação pelo DEC: a. Ficha de Manobra Patrimonial b. cópia da folha do PAABI na qual consta o imóvel a ser alienado; c. documentação dominial do imóvel: (**) 1) certidão do Título de Transmissão (TT); 2) certidão da matrícula ou transmissão no Cartório de Registro de Imóveis (TP); 3) Termo de Entrega e Recebimento da SPU (TER) . d. planta do imóvel como um todo e, quando for o caso, a planta e a locação da parcela a ser alienada; (**) e. memorial descritivo do imóvel como um todo e, quando for o caso, da parcela a ser alienada; (**) f. laudo de avaliação; (**) g. projeto básico das obras a serem construídas; h. minuta do edital de licitação. 2. Para a formalização da alienação junto à SPU/UF: a. toda a documentação constante do item 1; b. cópia do despacho do Comandante do EB que autorizou a alienação; (**) c. cópia da portaria Comandante do EB de delegação de competência para o Comandante da RM representar o EB nos atos da escritura; (**) d. parecer da SPU; (**) e. comprovante da publicação do resumo do Edital no Diário Oficial da União; (*) f. ata da reunião da Comissão de Licitação; (*) g. adjudicação da proposta vencedora; h. comprovante do recolhimento do sinal, em caso de venda; i. cópia da Lei Nº 5.651, de 11 de dezembro de 1970; (**) j. pré-contrato, nos casos de obrigações pendentes (obras a construir, parcelamento de pagamento pelo licitante vencedor e outros); (**) k. contrato com ou sem encargos; (**) l. expediente da RM ao Cartório de Ofício ou Local de Notas, contendo os dados necessários ao preparo da minuta da escritura e, se for o caso, as condicionantes da transação. (**) (*) Desnecessários na alienação por venda com dispensa de licitação (venda direta). Neste caso, será incluída a declaração do proponente comprador, concordando com o preço estabelecido pelo EB. (**) Necessários nos casos de alienação por doação.

CESSÃO DE USO

Cessão de uso destinada a atender interesse público ou social é a forma pela qual o Exército, à seu critério, autoriza a cessão, gratuita ou em condições especiais, de imóveis da União a ele jurisdicionados, atendendo interesse público ou social que favoreça as atividades educacionais, culturais, de assistência social ou o aproveitamento econômico de interesse nacional. (Art. 5 da IG 50-02)

TOMBAMENTO DE IMÓVEIS O tombamento de um imóvel significa o registro do mesmo no livro de tombo e a sua inclusão como patrimônio histórico nacional. O imóvel tombado não pode sequer ser reparado, sem autorização do órgão tombador.

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A norma nacional sobre tombamento é o Dec-Lei nº 25, de 30 Nov 37, complementado por outros diplomas legais.

Não existe legislação federal que textualmente disponha que Estados e Municípios possam tombar os imóveis da União. O texto constitucional que disciplina a preservação do Patrimônio Histórico Nacional estabelece:

Art. 23- É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III- proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

Art. 24- Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VII- proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.

A indefinição de atribuições da União, Estados, DF e Municípios em virtude de inexistência de legislação complementar que regulamente os textos constitucionais acima, têm levado, a uma errônea interpretação dos mesmos. Em consequência, Estados e Municípios têm tombado bens da União sem o conhecimento do IPHAN. Tais tombamentos se constituem em motivo de preocupação, pois, em alguns casos, trazem consideráveis prejuízos para o Exército, que se vê tolhido da plena utilização de imóveis sob sua jurisdição e necessários a sua atividade.

INVASÕES O Exército Brasileiro tem sob sua

jurisdição áreas localizadas em todo o território nacional. Algumas já foram recebidas com invasões, outras foram invadidas posteriormente.

O Comandante, Chefe ou Diretor que tiver sob a sua responsabilidade um imóvel, jurisdicionado ao Exército, não poderá permitir sua invasão ou qualquer outro dano, sob pena de responsabilidade pessoal.

As invasões geram processos judiciais demorados, aumentam o trabalho das SSPR e impedem a livre utilização do imóvel invadido até que seja dada a sentença.

É importante que as OM, que possuem imóveis sob responsabilidade administrativa, estejam perfeitamente a par do prescrito na DIRETRIZ DO COTER DE PARA A PREVENÇÃO CONTRA INVASÃO DE ÁREA DA UNIÃO SOB JURISDIÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO, de 15 de setembro de 2009.

a. Ações permanentes

1) Manter: a) As áreas da União sob jurisdição do EB, particularmente os CI, bem demarcadas, cercadas e identificadas, consoante a orientação a esse respeito emanada do DEC/DPIMA; b) O público externo ciente de essas áreas são de responsabilidade do EB e que este tem direito e o dever de mantê-las invioladas, se necessário com uso da força;

c) A documentação patrimonial regularizada; d) O inventário das áreas, contendo, se possível, filmes e fotografias e levantamento detalhado e atualizado das benfeitorias existentes; e) Constante patrulhamento das áreas; f) Permanente ligação com órgãos de segurança pública, particularmente com a Polícia Militar (PM), e g) Ligação estreita e de alto nível com a mídia, particularmente a local, objetivando tê-la como aliada quando se fizer necessária. 2) Preparar: - planos de operação para caso de invasão de áreas da União sob jurisdição do EB (constar regras de engajamento); 3) Desenvolver: a) operações de inteligência, objetivando detectar possíveis intenções de invasão de áreas do EB, bem como identificar as regiões mais favoráveis às ações do gênero, as lideranças e as formas de atuação da Força Adversa (F Adv); b) medidas para evitar que determinada área seja tida como “abandonada”, quando não estiver sendo utilizada (guarda com efetivo reduzido, execução de patrulhamento, arrendamento a terceiros, etc); e c) ações de Comunicação Social (Com Soc), buscando o comprometimento da população vizinha e de públicos da região com capacidade de influir ou com interesse na preservação da área sob jurisdição do EB.4) Difundir: a) o conhecimento da legislação e dos procedimentos jurídicos atinentes ao caso (Anexo à Diretriz para a prevenção contra invasão de áreas da União sob jurisdição do Exército Brasileiro); b) os procedimentos e o tratamento a ser dispensados à mídia; e c) o conhecimento das técnicas de negociação de crise. b. Na iminência de uma invasão 1) informar de imediato o Cmdo Sp, o CIE e o CComSEx; 2) acionar as assessorias jurídicas da cadeia de comando até a Região Militar (RM); 3) adotar medidas legais (Anexo à Diretriz para a prevenção contra invasão de áreas da União sob jurisdição do Exército Brasileiro); 4) designar um negociador de crise; 5) incrementar o uso da Comunicação Social; 6) reforçar a segurança da área; 7) empregar medida de dissuasão; 8) aplicar o princípio da massa (efetivos superiores aos das F Adv); e realizar demonstração de força, se possível com emprego de Hlcp. c. No caso de se concretizar uma invasão 1) desalojar os invasores de imediato, fazendo uso, se necessário, de medidas de força (procedimentos amparado na legislação constante do Anexo à Diretriz para a prevenção contra invasão de áreas da União sob jurisdição do Exército Brasileiro); 2) informar de imediato o Cmdo Sp; o CIE e o CComSEx; 3) acionar as acessórias jurídicas da cadeia de

comando até C Mil A; 4) adotar medidas legais, conforme a orientação contida no Anexo; 5) informar e acionar os órgão federais, estaduais e municipais, para a atuação integrada, objetivando a retirada pacífica e ordenada da área invadida e a implementação de medidas subseqüentes necessárias à retirada dos invasores; 6) caso seja obtida a desocupação pacífica da área invadida, realizar ACISO em benefício dos elementos da F Adv que desejarem, particularmente mulheres e crianças; 7) definir os procedimentos e o tratamento a serem dispensados à mídia; 9) caso seja necessário o uso da força , empregar o princípio da massa, com máximo cuidado para evitar abuso, a fim de que não se produza algum “mártir” entre os invasores; 10) para uso da força, buscar o emprego de armamento não-letal, cumprindo o que prescreve as Normas Gerais de Conduta para Emprego de Armas Não-Letais no Exército Brasileiro, de 08 dez 2008.

CALÇADAS

Apesar do reconhecimento de que são as calçadas bens públicos municipais, alguns municípios atribuíram ao particular que detenha imóvel contíguo à calçada a responsabilidade precípua pela sua execução e manutenção. Art. 98 do Código Civil - bens públicos são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além dos respectivos entes integrantes da Administração Indireta. Inciso I do Art. 99 do Código Civil - os rios, mares, estradas, ruas e praças consistem em bens de uso comum do povo. Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro - CALÇADA - é a parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

Levando-se em consideração que as ruas e logradouros consistem justamente nas chamadas vias públicas, bem como que as calçadas, por definição legal, são partes integrantes dessas vias, não há outra conclusão possível senão a de que são as calçadas bens públicos municipais.

O Poder Público Municipal ao transferir ao particular a incumbência da obrigação primária de construir, manutenir e adaptar essas calçadas, está estabelecendo uma obrigação sem qualquer relação jurídica que a fundamente.

DECÁLOGO DO PATRIMÔNIO

1. O Comandante da força é o gestor de patrimônio imobiliário da União jurisdicionado ao Exército Brasileiro; 2. Execução de incorporação e desincorporação imobiliária somente se dará com autorização do Comandante do Exército; 3. Os bens imóveis jurisdicionados ao Exército Brasileiro estão afetados para serem utilizados em

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condições especiais – adestramento e uso complementar; 4. Dados patrimoniais da Força são reservados (plantas topográficas, TP, TT, TER e benfeitorias etc); 5. O Exército Brasileiro não pode sofrer perda imobiliária; 6. O Exército Brasileiro não é uma imobiliária; 7. Patrulha patrimonial é fator dissuasório e de segurança imobiliária; 8. Segurança jurídica nas negociações imobiliárias de interesse da força, assegurando o equilíbrio patrimonial, a valorização das benfeitorias e o reequipamento de infraestrutura; 9. O Ato administrativo, referente ao atrimônio imobiliário, se caracteriza perfeito, se praticado consensualmente por todos os gestores em processo decisório (OM - RM/Gpt E - C Mil A - DEC – Cmt Ex) e se pautam na legislação interna e externa. 10. A excelência na gestão patrimonial se espelha nas boas práticas administrativas manifestadas na preservação, manutenção, proteção e cuidado extremo com o controle dominial e cadastral (SPIUNet e SISPatr), e de acompanhamento processual (Sumário Patrimonial de Incorporação e Desincorporação).

GLOSSÁRIO Almanaque Cadastral - é um relatório de responsabilidade da DPIMA que contém, por Gpt E/RM, os dados cadastrais dos imóveis jurisdicionados ao Ministério do Exército.

Benfeitorias - são as obras agregadas ao solo pelo trabalho do homem, de modo que não se possam retirá-las sem destruição, modificação, fratura ou dano. Caracterizam-se por serem duráveis e executadas com materiais diversos.

Contrato - é todo e qualquer ajuste entre o Ministério do Exército e particulares ou outra entidade administrativa,

em que haja um acordo de vontades para a formação de um vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a forma utilizada.

Domínio - é o direito de dispor do bem e de reavê-lo do poder de quem dele tenha injustamente se apropriado.

Domínio Direto - indica o direito de propriedade que é conservado sobre o terreno, sempre pela União, correspondendo a 17% do valor do domínio pleno.

Domínio Pleno – é a reunião de todos os direitos, sejam de utilização ou de disposição, nas mãos do mesmo titular. Diz-se que a União possui domínio pleno do terreno quando este ainda não tiver sido aforado. Neste caso, observa-se a ausência de qualquer restrição ou limitação ao domínio, pela falta de qualquer gravação, ônus ou vínculo que venha a diminuir a ação da União no uso, gozo e disposição do terreno.

Domínio Útil - São os direitos que se outorgam ao foreiro em relação ao terreno aforado. Estão incluídos todos os direitos de utilização e disposição, inclusive o de

alienação do imóvel, uma vez notificada a União Federal.

O enfiteuta ou foreiro, senhor do domínio útil, deixa à União Federal o domínio direto que, na hipótese de alienação do imóvel, lhe possibilita a reintegração da propriedade, em sua plenitude, quando for de seu interesse.

O domínio útil de terrenos de propriedade da União corresponde a 83% do valor do respectivo domínio pleno.

Memorial Descritivo - é o documento referente ao imóvel contendo os limites, confrontações e medidas lineares e angulares e de superfície, assinado por profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, com comprovação da respectiva Anotaçãode Responsabilidade Técnica - ART (Recibo do CREA);

Imóvel - É o terreno com ou sem benfeitoria que possui um só título de propriedade.

Jurisdição - É o poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de leis e punir quem as infrinja em determinada área.

Planta - É a representação gráfica do conjunto de elementos que caracterizam um imóvel, devendo estar coerente com o memorial descritivo e em consonância com as normas da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG).

Posse - É o direito de usar e gozar do bem, ou seja, no caso do imóvel ou da benfeitoria, a ocupação.

Propriedade - É o direito que assegura ao proprietário de um bem o domínio e a posse do mesmo.

Terras Rurais – São terras destinadas originalmente à agricultura e à pecuária, podendo servir a outros usos ou manter-se intocadas para preservação da flora, da fauna e de outros recursos naturais. A jurisdição sobre as terras rurais é da União, através do INCRA.

Terrenos Urbanos – São os destinados precipuamente a edificação residencial ou a construções comerciais e industriais e só excepcionalmente podem ter essas utilizações vedadas por lei, mediante indenização aos proprietários. A jurisdição sobre terrenos urbanos ou urbanizáveis é do Município, que pode transformar, por lei, áreas rurais em urbanas.

Título de Transmissão - É o documento que traduz o ato ou fato que permite transferir a outro a propriedade do imóvel. É obtido por certidão no tabelião onde se processou a transferência "intervivos" ou no cartório judicial quando se trata de Carta de Sentença.

Título de Propriedade - É o documento que concede ao detentor o direito de usar, gozar, e dispor de um imóvel, isto é, ter o domínio do mesmo. É obtido pela transcrição da caracterização do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis.

Termo de Entrega e Recebimento - É o documento através do qual a União faz a entrega do imóvel ao serviço público. A Secretaria do Patrimônio da União é o órgão competente para autorizar sua lavratura. O TER é expedido pelas Superintendências do Patrimônio da União nos Estados e no Distrito Federal (SPU/UF), podendo ser obtida cópia ou certidão mediante solicitação.

CALENDÁRIO DE OBRIGAÇÕES DA SEÇÃO DE VARIAÇÃO

PATRIMONIAL

ATIVIDADE: Envio do Sumário de Gestão Patrimonial. PRAZO: até 10 Abr, 10 jul, 10 Out e 10 Jan (TRIMESTRAL); RESPONSÁVEL: GRUPÁMENTO DE ENGENHARIA / REGIÃO MILITAR

DESTINATÁRIO: DPIMA

ATIVIDADE: Envio da Ficha de Andamento de Processos Judiciais e Administrativos relacionados ao Patrimônio Imobiliário. PRAZO: até 10 Abr, 10 jul, 10 Out e 10 Jan (TRIMESTRAL); RESPONSÁVEL: GRUPÁMENTO DE ENGENHARIA / REGIÃO MILITAR DESTINATÁRIO: DPIMA

BASE LEGAL

- DL nº 9760/46 (Dispõem sobre bens públicos)

- DL nº 2398/87 (Certidões transmissão)

- Lei nº 9636/98 (Cadastro e registro)

- Lei nº 5651/70 (Venda/permuta bens pelo Min Ex)

- Lei nº 5972/73 (Registro bens Imv da União adquiridos administrativamente)

- Lei nº 6383/76 (Regulariza terras devolutas)

- Lei nº 8666/93 (Licitações e contratos)

- Portaria nº 217-SPU/13 (Delega competência Cmt Ex para representar União contratos alienação)

- Portaria nº 2032/13 – MD (Estabelece Dtz Aquisição e Alienação)

- IG 50-02 (Desincorporação)

- IG 10-37 (Incorporação)

- IG 10-38 (Documentação Patrimonial)

- IR 50-12 (Alienação)

- IR 50-14 (Incorporação)