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Climatério
Manoela Fantinel FerreiraJônatan Ribeiro Duarte
Climatério
• É o período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher
PERIMENOPAUSA PÓS MENOPAUSA
40 65
MENOPAUSA50
CLIMATÉRIO SENECTUDE
Menopausa
• É o fim da função reprodutora natural.
• Corresponde a cessação permanente das menstruações.
• É reconhecida após passados 12 meses de amenorréia.
Diagnóstico retrospectivo
Menopausa
• Idade média de ocorrência: 50 anos– Menopausa precoce: antes dos 40 anos– Menopausa tardia: após os 55 anos
• Definida geneticamente– Relação com a idade da menopausa materna
• Pode ocorrer mais cedo em:– Tabagistas– Subnutridas– Vegetarianas
Fisiologia - Climatério
• Folículos ovarianos– 20ª IG: 7 milhões– Nascimento: 1 a 2 milhões– Até 37 anos: taxa constante de atresia– Após 37 anos: taxa acelerada de atresia– Menopausa: < 1 mil
Fisiologia - Climatério
• Menopausa acontece quando os ovários e os ovócitos não respondem mais aos hormônios hipofisários. – Depleção dos folículos ovarianos.– É uma insuficiência ovariana primária.– Eixo íntegro.
Fisiologia - ClimatérioInibina: ↓FSH: ↑ (>40)LH: ↑Diminuem
1º Progesterona2º Estrogênio (<20)3º Testosterona
DisovuliaOvulação imperfeita: insuficiência progestágeno
Fisiologia - Climatério
Estrogênio:As modificações climatéricas tem como causa principal o baixo nível de estrogênio → Estradiol, estriol e estrona.
Na menopausa, a produção do estrogênio (especialmente estradiol) caem mais que nos níveis do climatério.
Produção continua - estrona:– Pela aromatização periférica de androgênios ovarianos
(estroma) e supra-renais.– A estrona (a mais importante fonte) e a testosterona são
convertidos em estradiol nos tecidos periféricos – adiposo.
Fisiologia - Climatério
Progesterona:É produzida somente pelo corpo lúteo, sem consequências clínicas.
Ação estrogênica sem ação progesterona
– Risco endometrial de:
Provavelmente a glândula supra-renal é responsável também pela produção de progesterona da mulher em pós menopausa.
ProliferaçãoHiperplasiaCâncer
Quadro clínico - Climatério
• Perda da função ovariana + outros processos em diferentes órgãos e sistemas
• Necessidades preventivas e terapêuticas
Sinais e sintomas de intensidade e apresentação variada
Quadro clínico - Climatério
• Irregularidade menstrual– Encurtamento dos ciclos– Atrasos menstruais– Menorragias– Hipermenorréias
Investigar sangramento uterino anormal:Perda sanguínea usual > 80 mLFluxo prolongado (> 7 dias)Ciclos com intervalos < 21 diasSpotting ou sangramento após intercurso sexual
Quadro clínico - Climatério
• Sintomas vasomotores (fogachos)– Sensação de calor intenso – Enrubescimento da pele– Sudorese profusa
Acompanha-se de: palpitações, vertigens, fraqueza, ansiedade...
Pode causar: insônia, irritabilidade, cansaço, redução da capacidade de concentração...
Instabilidade do centro termorregulador hipotalâmico
Quadro clínico - Climatério
• Alterações de humor– Ansiedade– Depressão– Irritabilidade
Deficiência estrogênica X
AdrenalinaNoradrenalinaSerotoninaOpióidesGABA
Quadro clínico - Climatério
• Atrofia urogenital– Ressecamento vaginal– Dispareunia– Vaginites– Urgência urinária– Disúria– Uretrites atróficas– Agravamento de incontinência urinária
Quadro clínico - Climatério
• Queixas sexuais
• Envelhecimento da pele
• Afinamento do cabelo, calvice
Quadro clínico - Climatério
Sintomas Leve Moderado Intenso Escore
Vasomotores 4 8 12
Parestesia 2 4 6
Insônia 2 4 6Nervosismo 2 4 6Tristeza 1 2 3Vertigem 1 2 3Fraqueza 1 2 3Artralgia/mialgia 1 2 3Cefaléia 1 2 3
Palpitação 1 2 3Formigamento 1 2 3
Total
• Número de fogachos por dia
• Questionário sobre sexualidade– Secura vaginal– Dispareunia– Libido– Satisfação sexual
1 = ausente2 = leve3 = moderado4 = intenso
Índice menopausal de Kupperman
Correlações - Climatério
Patologias que se relacionam com o período climatérico: – Doença cardiovascular– Osteoporose
Doença cardiovascular (DCV)
• Principal causa de morte entre as mulheres no período pós menopausa
• Consequência da aterosclerose
• FR: HAS, tabagismo, dislipidemia, DM, obesidade, sedentarismo…
Osteoporose
• Redução da massa óssea• Alterações da microestrutura óssea• Aumento da fragilidade dos ossos e das fraturas
• O enfraquecimento dos ossos se manifesta pela tendência maior de fratura, principalmente de bacia e dos braços.
• Mais frequente na pós-menopausa:– 40% das mulheres brancas pós 50 anos podem ter fraturas
• 2/3 após os 75 anos.
Osteoporose
• Perda de massa óssea:– Puberdade até a 3ª década: perda lenta - 0,2 a
0,5% ano.– Climatério: perda acelerada (2% inicialmente e 1-
1,5% após).Aumento reabsorção óssea.Ausência de formação de osso novo. Deficiência estrogênica.
Osteoporose
• Não confundir e/ou ignorar outras causas com osteoporose, especialmente quando a doença tem características atípicas.
• Outras doenças que evoluem com osteoporose: – Hipertireoidismo.– Doença renal crônica.– Mieloma múltipla.– Osteíte deformante (doença do Paget).– Câncer metastático.– Hiperparatireoidismo.
Osteoporose
• Quando avaliar?– Em todas mulheres, avaliar o risco de fraturas
osteoporóticas na perimenopausa...– Se necessário, indicar teste adicional, como
densitometria óssea.
Osteoporose
Imodificáveis Modificáveis
Fratura na idade adulta Tabagismo corrente
Fratura de fêmur em familiar de 1° grau Baixo peso (IMC < 21)
Raça branca Menopausa < 45 anos
Idade avançada (> 65 anos) Ooforectomia bilateral
Mulheres Amenorréia > 1 ano durante menacme
Demência Baixa ingestão de cálcio na vida
Alcoolismo
Limitação visual
Quedas repetidas
Sedentarismo
Saúde afetada/enfraquecimento
Fatores de risco para fraturas osteoporóticas
Independentes da MO
Osteoporose
• Quando solicitar DO?– Mulheres com idade ≥ 65 anos que tenham doenças
que causem perdas ósseas– Mulheres na menopausa ou em transição, com 50
anos ou mais, associada à:• Fratura pós menopausa• Magreza ou IMC < 21• Pais com história de fratura de quadril• AR• Tabagismo corrente• Ingestão de álcool excessiva
NOF – National Osteoporosis FoundationNAMS – North American Menopause Society
Osteoporose
• Quais os critérios densitométricos?
Utilizar o valor mais baixo:– Coluna lombar (L1 a L4) PA– Fêmur proximal (colo ou fêmur total)
Normal: DO com T-score até – 1Osteopenia: DO com T-score de -1,1 a -2,4Osteoporose: DO com T-score ≤ - 2,5
T-score: é o número de desvios-padrão da DO de uma pessoa em relação à média dos valores das mulheres brancas normais, jovens.
Osteoporose
• Qual a conduta?– Excluir hábitos deletérios (tabagismo ou abuso de
álcool)– Corrigir ingestão de cálcio e vitamina D– Enfatizar atividade física com carga– Usar os tratamentos eficientes para prevenir
fraturas
Pacientes em tratamento devem ter as medidas de MO reavaliadas anualmente
Menopausa Precoce
O que é?
• Quadro clínico e/ou laboratorial de hipogonadismo hipergonadotrófico instalado antes dos 40 anos de idade, que acomete 1% das mulheres.
Quais as causas?
• Genética (p.ex. Sínd. Turner) determinar cariótipo para afastar disgenesia gonadal em pctes. com amenorréia 1ª ou 2ª;
• Doenças auto-imunes (Ac no sangue em 11-50% dos casos)
• Infecções virais• Processos cirúrgicos/clínicos (poliovulação)• RTx / QTx • Sínd. Savaje (ovários resistentes)
O que fazer?
• Tratar causa básica• TRH (consenso ossos/trofismo urogenital)• Fertilização assistida• 5-25% idiopática/auto-imune: remissão• 50% cariótipo normal: função intermitente• 5-10%: gesta espontânea
Condutas no climatério
• Orientar/esclarecer sobre alterações• Estimular hábitos saudáveis• Prevenir/rastrear doenças• Avaliar TRH• Consulta clínica / CP / mamografia / DO• Laboratório (lipídios/hmg/TSH/EQU/SOF)• Avaliar endométrio (pré-menopausa de ciclo
irregular e pré-TRH)
Avaliar endométrio…
• Invasivos: cito (lavado/indolor/carcinoma); biópsia (aspirado/indolor/ruim para focal); histeroscopia (ideal/sem anestesia); curetagem (anestesia/ruim para focal)
• Não-invasivos (mais úteis): progestágeno (P) (p.ex. Medroxiprogesterona) por 7-10 dias (se não sangrar = atrófico); USTV (5 cm na pós-menopausa)
TRH
• Considerar sintomas, fatores de risco, preferências e necessidades da paciente
• Fogachos/atrofia urogenital/osteoporose• Pré-meno ciclo irregular: P• Outros sintomas: estrogênio (E) + P• Pós-meno: P + E (proteção contra
hiperplasia/carcinoma de endométrio)• Só E se histerectomia
TRH: vias e doses
Vias preferenciais:• Parenteral: se HAS, TGA altos; riscos
trombóticos• Oral: se hipercolesterolemia (LDL)• Vaginal: se queixas urogenitais exclusivasDose:• Metade da usual
TRH: seguimento
• Acompanhamento semestral• Exame ginecológico de rotina• Mamo / CP / laboratório• USTV anual ou clinicamente (se regular ou
amenorréia)
TRH: riscos
• TVP e TEP: maior nos primeiros meses; não ligado ao P. Usar E não-oral se risco;
• Ca de endométrio: quando usado somente E. O P diminui receptores de E = diminui proliferação endometrial. Manter controle clínico;
TRH: riscos
• Ca de mama (?) (tempo de uso/IMC/ associação E + P); janela estrogênica (paradoxo: menopausa);
• AVC: aumento com E + P (isquêmico não-fatal) e E isolado nas histerectomizadas;
• Alzheimer: (?) Proteção do E x causa (considerar tempo de início)
• Doença coronariana: idem (E + P)
TRH: contra-indicações
• Ca de mama prévio• Ca de endométrio prévio• Sangramento genital de origem desconhecida• Antecedentes de tromboembolismo• Doença hepática grave atual
Tratamento não-hormonal
• Sintomas vasomotores: veraliprida, sulpirida, clonidina, propranolol, gabapentina, vitamina E, venlafaxina, fluoxetina, paroxetina, isoflavonas (efeitos adversos?)