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CMU FOCO em Personagens Na mídia da História A s atribuições do Centro de Memória-Uni- camp (CMU) transcendem a função de disponibilizar aos pesquisadores dados sobre a história social de Campinas e região. Também é função do CMU transmitir em lin- guagem acessível a um público indiferenciado informações sobre seus arquivos, acervos e co- leções. Uma das formas encontradas para esta- belecer esse diálogo é a veiculação pela rádio CBN Campinas (FM 99,1) do “Personagens da História”, quadro que apresenta personalidades que contribuíram para o desen- volvimento da cidade de Campi- nas em diferentes áreas do conhe- cimento. Francisco Glicério, Luiz Otá- vio Burnier, Ataliba Nogueira, Irmã Serafina, Moraes Sales, Cássio Raposo do Amaral e Hércules Florence são alguns dos per- sonagens que emprestaram seus nomes à ruas, avenidas, praças e escolas da cidades. Desde a criação do programa, em 2008, até o momento, cerca de 80 personalidades foram mote do qua- dro que é transmitido toda sexta-feira em dois horários: entre 10h30 e 11h00 e 15h30 e 16h00. “Minha proposta é contar histórias de Campinas através dos personagens que a fizeram”, afirma o jornalista e apresentador do quadro Flávio Bote- lho. “Eles podem ter ou não nascido em Campi- nas, mas o importante é que tenham feito história na cidade”, complementa. A parceria com a Rádio CBN Campinas co- meçou após uma solicitação de Flávio Botelho que, na condição de usuário do CMU, pediu fontes documentais para produzir uma ou mais matérias sobre personalidades campineiras com nomes de ruas. “Após verificar nossas fontes, o repórter considerou que a quantidade de regis- tros mantida e organizada pelos Arquivos Histó- ricos poderia levar adiante um projeto de produ- zir uma série de matérias maior que a prevista”, afirma o historiador Fernando Abrahão, respon- sável pelos Arquivos Históricos do CMU, setor responsável por 85% dos programas já veiculados. A quase totalidade dos programa- das produzidos foi abastecida com dados dos arquivos que pertence- ram aos jornalistas e escritores de Campinas, Ar- thur Pereira Villagelin, João Caetano Monteiro e Jolumá Brito, atualmente mantidos no CMU. “Quando não temos o material indicamos os caminhos ao repórter”, afirma a historiadora do CMU, Ema Camillo. Biblioteca e hemeroteca do CMU e Centro de Ciências, Letras e Artes são outras fontes que alimentam a produção do programa. O trabalho feito pela historiadora vai além ao não se limitar a atender às solicitações da emissora. Ela sugere nomes que serão temas de novos programas. Flávio Botelho acrescenta que o quadro pauta outros órgãos de imprensa e que o CMU é sempre citado como fonte. Publicação mensal do Centro de Memória-Unicamp - Campinas, maio de 2011 - Ano I - N o . 2

CMU FOCO em - Centro de Memória Unicamp - CMU em Foco - edicao... · tas típicas de vários países para pos-sibilitar uma ação educativa diante das diferenças presentes em nosso

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CMU FOCOem

PersonagensNa mídia

da

História

As atribuições do Centro de Memória-Uni-camp (CMU) transcendem a função de disponibilizar aos pesquisadores dados

sobre a história social de Campinas e região. Também é função do CMU transmitir em lin-guagem acessível a um público indiferenciado informações sobre seus arquivos, acervos e co-leções. Uma das formas encontradas para esta-belecer esse diálogo é a veiculação pela rádio CBN Campinas (FM 99,1) do “Personagens da História”, quadro que apresenta personalidades que contribuíram para o desen-volvimento da cidade de Campi-nas em diferentes áreas do conhe-cimento.

Francisco Glicério, Luiz Otá-vio Burnier, Ataliba Nogueira, Irmã Serafi na, Moraes Sales, Cássio Raposo do Amaral e Hércules Florence são alguns dos per-sonagens que emprestaram seus nomes à ruas, avenidas, praças e escolas da cidades. Desde a criação do programa, em 2008, até o momento, cerca de 80 personalidades foram mote do qua-dro que é transmitido toda sexta-feira em dois horários: entre 10h30 e 11h00 e 15h30 e 16h00. “Minha proposta é contar histórias de Campinas através dos personagens que a fi zeram”, afi rma o jornalista e apresentador do quadro Flávio Bote-lho. “Eles podem ter ou não nascido em Campi-nas, mas o importante é que tenham feito história na cidade”, complementa.

A parceria com a Rádio CBN Campinas co-meçou após uma solicitação de Flávio Botelho que, na condição de usuário do CMU, pediu fontes documentais para produzir uma ou mais matérias sobre personalidades campineiras com nomes de ruas. “Após verifi car nossas fontes, o repórter considerou que a quantidade de regis-tros mantida e organizada pelos Arquivos Histó-ricos poderia levar adiante um projeto de produ-zir uma série de matérias maior que a prevista”, afi rma o historiador Fernando Abrahão, respon-

sável pelos Arquivos Históricos do CMU, setor responsável por 85% dos programas já veiculados. A quase totalidade dos programa-das produzidos foi abastecida com dados dos arquivos que pertence-

ram aos jornalistas e escritores de Campinas, Ar-thur Pereira Villagelin, João Caetano Monteiro e Jolumá Brito, atualmente mantidos no CMU.

“Quando não temos o material indicamos os caminhos ao repórter”, afi rma a historiadora do CMU, Ema Camillo. Biblioteca e hemeroteca do CMU e Centro de Ciências, Letras e Artes são outras fontes que alimentam a produção do programa. O trabalho feito pela historiadora vai além ao não se limitar a atender às solicitações da emissora. Ela sugere nomes que serão temas de novos programas. Flávio Botelho acrescenta que o quadro pauta outros órgãos de imprensa e que o CMU é sempre citado como fonte.

Publicação mensal do Centro de Memória-Unicamp - Campinas, maio de 2011 - Ano I - No. 2

2 Maio - 2011CMU FOCOem

Centro de Memória - Unicamp

Diretora Maria Carolina Bovério Galzerani Diretora-associada Ma-ria Elena Bernardes Assessor de Pesquisa Marcos Tognon Chefi as de setores técnicos: Amarildo Carnicel (Publicações) Fernando A. Abrahão (Arquivos Históricos) Carlos R. Pereira de Souza (Lab. História Oral) Cássia Denise Gonçalves (Arquivo Fotográfi co) Mirdza Sichmann (Lab. de Conservação e Restauração) Rosaelena Scarpeline (Biblioteca)

Elaborado pela Área de Publicações do Cen-tro de Memória-Unicamp. Editoração, Pro-jeto Gráfi co e Diagramação Amaril-do Carnicel (MTb 11.519) Periodicidade mensal Contatos e sugestões [email protected]

CMU FOCOem

Expediente

Carta do leitor

O lançamento do jornal CMU em Foco em abril gerou uma série de e-mails tecendo comentários sobre a iniciativa do Centro de Memória-Unicamp. A seguir, algumas dessas manifestações:

* * *Parabéns ao Centro de Memória. Es-tou satisfeito com o jornal digital. Ivo Mattozzi - Universidade de Bolog-na/Itália

* * *Boas novas! Parabéns pelo jornal do CMU. Muito legal esta iniciativa. Kátia Paranhos - Univ. Fed. de Uberlân-dia

* * *Parabéns pela publicação do jornal. Nosso apoio. Maria Stella Bresciani - Unicamp

* * *Parabéns, fi cou muito bom! Pedro Paulo Funari - Unicamp

* * *Foi com muita alegria que recebi o primeiro número do CMU em FOCO. Parabéns pela iniciativa que fará muito bem ao Centro de Memória e à Uni-camp. Vida longa para o projeto! Pa-trícia Mariuzzo - Unicamp

* * *Parabéns pela iniciativa e pela qualida-de do material! Nelson Filice - Uni-camp

* * *Parabéns a todos pela 1a edição. Ma-ria Beatriz Bonacelli - Unicamp

* * *Parabéns, o jornal está ótimo. Muito sucesso. Aníbal Bragança - Univ. Fed. Fluminense

A historiadora e diretora do CMU, Maria Carolina Bo-

vério Galzerani participou em abril da banca de avaliação da tese de doutorado intitula-da “Trilhas na construção de versões históricas sobre um grupo escolar”. O trabalho em estilo multipaper, realiza-do na Unesp de Rio Claro, foi

defendido por Luiza Apareci-da de Souza, sob a orientação do professor Antonio Vicente Garnica. Compuseram ainda a banca os professores Anto-nio Miguel (Unicamp), Ma-ria Laura Magalhães Gomes (UFMG) de Belo Horizonte e Rosa Fátima de Souza, da Unesp de Araraquara.

Na banca

Historiadora integra banca na Unesp

Encontros

Diversidade de conhecimento

A atuação de professores e pes-quisadores do CMU em di-

ferentes áreas do conhecimento tem permitido a esses profi ssio-nais levar suas contribuições a diferentes encontros pelo país.

A historiadora e diretora do CMU, Maria Carolina Bové-rio Galzerani participou do IX Encontro Nacional dos Pesqui-sadores do Ensino de História, cujo tema foi “América Latina em perspectiva: culturas, me-mórias e saberes”, ocorrido em abril na UFSC, em Florianópolis. Neste Encontro ela coordenou, juntamente com a professora da UFMG, Júnia Sales Pereira, o Grupo de Trabalho “Práticas de memória em espaços educativos escolares e não escolares”.

“O fórum potencializou a construção coletiva de uma tra-jetória de refl exões capaz de am-

pliar e re-signifi car as pesquisas sobre o ensino de história na re-lação com as práticas da memó-ria”, afi rma Carolina. No mesmo evento, a historiadora Maria Ele-na Bernardes apresentou o traba-lho “Educação (do) sensível no Teatro Municipal de São Paulo”.

A socióloga Olga von Sim-son, durante o Fórum Unicamp “Jogos Interculturais dos Povos Indígenas”, realizado em abril, participou da mesa redonda “Me-mória e circulação de informa-ções sobre jogos indígenas”.

O jornalista Amarildo Carni-cel coordena em 28 de maio, na PUC-Campinas, o GT Fotojor-nalismo e Jornalismo Visual. O evento integra 5º Encontro Pau-lista de Professores de Jornalis-mo (EPPJ). A abertura será dia 27 de maio, às 19h30, no CLC da PUC-Campinas.

Lançamento3 Maio - 2011CMU FOCOem

Culinária & ConhecimentoA

lunos e professores da rede pública de Campinas acabam de receber uma importante

ferramenta para debater a diversi-dade cultural. O livro Diversidade, memórias e culinária, da pedago-ga e pesquisadora-colaboradora do Centro de Memória-Unicamp, Mar-gareth Brandini Park, permite uma imersão na cultura de vários países por meio de histórias e 23 receitas associadas à memória culinária de pessoas das mais variadas naciona-lidades e descendências.

O livro, distribuído gratuitamen-te em escolas da rede pública mu-nicipal, tem por objetivo trabalhar a diversidade cultural utilizando como ferramenta principal as recei-tas típicas de vários países para pos-sibilitar uma ação educativa diante das diferenças presentes em nosso cotidiano. Durante o lançamento do projeto, realizado dia 29 de abril, na Emef. Padre Leão Vallerie, no Par-que Valença, em Campinas, a autora conversou com os professores das escolas benefi ciadas, construindo, juntos, propostas para discutir como a diversidade cultural pode ser traba-lhada em sala de aula.

O livro reúne histórias escritas por imigrantes e descendentes de várias nacionalidades, cujas faixas de idade variam de 27 a 70 anos, que reviraram seus baús e indicaram receitas de suas mães e avós, trans-formando a comida em fonte de co-nhecimento.

Este banquete diversifi cado só foi possível pela aceitação dos co-auto-res que vivenciaram intensamente

seus escritos e produziram relatos emocionados. Muitos procuraram familiares, fotos, refi zeram receitas e degustaram com amigos, revivendo intensamente suas memórias. Diver-sidade, memórias e culinária pas-seia por memórias e receitas escritas de forma saborosa por imigrantes e descendentes de diferentes culturas, como portuguesa, mexicana, suíça, tcheca, espanhola, libanesa, austra-liana, africana, cubana, chinesa, kaingang, peruana, polo-nesa, judaica, in-glesa, indiana, alemã, coreana, japonesa, france-sa, brasileira, ciga-na e italiana.

Os convidados para participar do li-vro transformaram-se em co-autores ao abri-rem o “baú da família” e relatarem com paixão os sabores que marcaram as suas infâncias. En-tre os convidados estão profi ssionais das mais diferentes áreas, como pe-dagogas, fotógrafas, engenheiros, donas de casa e artistas plásticos, entre outros.

Propositalmente foram deixadas páginas em branco nos exemplares para que os alunos também escre-vam receitas e histórias presentes no seu dia a dia ou marcantes em seu convívio familiar através de ativida-des propostas em sala de aula.

Em sua obra, Margareth dialoga com as memórias olfativas de seus convidados. Estudos das universi-dades de Estocolmo e Northwes-

tern mostram que enquanto sinais escritos e visuais costumam evocar memórias da adolescência e da ju-ventude, os sinais aromáticos trazem de volta as lembranças da chamada primeira infância, numa viagem ao tempo. Aliás, da mesma forma que a obra de Marcel Proust.

Isso explica o motivo pelo qual os cheiros, os sentimentos e as me-

mórias fi cam tão próxi-mos. “A memória olfativa é longa e resistente e as primeiras associações desse tipo são as que, normalmente, per-manecem”, explica Margareth.

A distribuição gratuita dos dois mil exemplares

fi cará a critério da Se-cretaria Municipal de Educação

de Campinas e contemplará seis escolas municipais. Idealizado e or-ganizado pela proponente, o projeto tem o patrocínio da Usina Colombo e Açúcar Caravelas e foi realizado pela Editora Adonis. O projeto conta com a parceria da Prefeitura Munici-pal de Campinas e apoio do Governo de São Paulo, por meio da Secreta-ria de Estado da Cultura, através do ProAC - Programa de Ação Cultural de 2010.

Margareth Brandini Park é pe-dagoga, doutora em Metodologia de Ensino pela Unicamp e escritora. Pesquisadora-colaboradora do Cen-tro de Memória da Unicamp, atua na área de formação de educadores, centrada no eixo da memória.

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Projeto coordenado por pesquisadora-colaboradora do CMU distribui dois mil exemplares de livros às escolas públicas de Campinas

4 Maio - 2011CMU FOCOem

PIC-Jr

Início de caminhadaA

terceira edição do Pro-grama de Iniciação Científi ca Júnior (PIC-

Jr), encerrada no dia 15 de abril em cerimônia realizada no auditório da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM), contou com a participa-ção de um projeto coordenado pelo Centro de Memória-Uni-camp (CMU). Coordenado pela socióloga Olga Rodrigues de Moraes von Simson, o projeto “Samba, memória e realidade afro-paulista na Campinas con-temporânea” foi desenvolvido pelo Laboratório de História Oral do CMU. No período de 15 de abril de 2010 a 15 de abril de 2011, Augusto Machado Ra-mos, aluno do 2o. ano do ensino médio da Escola Estadual Hil-debrando Siqueira, atuou nesse trabalho que focalizou a luta e a integração do samba à cultura popular local.

A exemplo do trabalho re-alizado pelo CMU no Progra-ma Ciências e Artes nas Férias, quando o Samba de Bumbo campineiro foi o mote da pes-

quisa, novamente a riqueza da cultura afro-brasileira na região de Campinas é o foco deste pro-jeto. Baseado em pesquisas an-teriores que mostram Campinas como umas das cidades forne-cedoras dos grupos de samba rural mais importantes na Festa de São Bom Jesus de Pirapora (interior do São Paulo), o tra-balho realizado mostra a per-formance dos netos e bisnetos desses pioneiros que se integra-ram ao espaço carnavalesco de Campinas. Durante o trabalho foram entrevistados integrantes de escolas de samba da cidade.

Segundo o co-orientador do projeto e responsável pelo La-boratório de História Oral do CMU, Carlos Roberto Pereira de Souza, o aluno Augusto Ra-mos durante o ano de estágio teve a oportunidade de experi-mentar a vivência da pesquisa. “Ele preparou roteiros para a coleta de depoimentos, gravou relatos orais dos depoentes, aprendeu técnicas de transcri-ção e recebeu orientação sobre fi chamento temático das falas

transcritas. Também participou das discussões teórico-metodo-lógicas”, destaca Carlos. Dentre os trabalhos realizados, Augus-to participou da entrevista com o sambista campineiro Lázaro Altino, conhecido como Zitão, ex-funcionário da Unicamp e in-tegrante do grupo que fundou a extinta escola de samba G.R.E.S. Mocidade Independente.

O PIC-Jr é um programa pio-neiro no Estado de São Paulo que propicia aos alunos de esco-las públicas a oportunidade de participar de atividades de pes-quisa nas mais diferentes áreas do conhecimento na Universi-dade. “Essa iniciativa permite mostrar ao aluno da rede públi-ca que a universidade gratuita e de qualidade é uma meta que ele deve seguir”, lembra Olga von Simson. O PIC-Jr pode ser o início dessa caminhada. Nes-te ano, a Unicamp recebeu 180 alunos, número que será am-pliado para 300 na próxima edi-ção do programa que conta com o apoio do CNPq, da Fapesp e do Faepex-Unicamp.

Cerimônia de encerramento da 3a. edição do Programa de Iniciação Científi ca Júnior contou com projeto de samba realizado pelo CMU

Revista Interdisciplinar de CulturaResgate

www.centrodememoria.unicamp.br/resgate

Artigos, ensaios, exposições, críticas, resenhas e entrevistas nas áreas de história (história oral), patrimônio, memória, educação (formal, não-formal e informal),

comunicação e artes (fotografi a, música etc.)

Encontros

Pesquisadores do CMU discutem o uso da fotografi a em ciências sociais

5 Maio - 2011CMU FOCOem

O Centro de Estudos Rurais e Urbanos (CERU-USP) realiza nos dias 16, 17 e

18 de maio, a partir das 8h30, o 38o. Encontro de Estudos Rurais e Urbanos. Palestras, mesas re-dondas, mini-cursos e apresen-tações de documentários e de comunicações de pesquisa fa-zem parte da programação desse evento que ocorre no prédio das Ciências Sociais da Faculdade de Filosofi a, Letras e Ciências Humanas, na USP.

A exemplo da edição reali-zada em 2010, o encontro desse ano contará com participação de pesquisadores do Grupo de Pesquisa Memória e Fotografi a (GPMeF) do Centro de Memó-ria-Unicamp. A socióloga Olga Rodrigues de Moraes Von Sim-son coordena a mesa redonda “Imagem e Ciências Sociais” que contará com a participação do jornalista Amarildo Carnicel que apresentará o trabalho “O papel do GPMeF nas ciências

sociais”. Também integra a mesa a pesquisadora Paula Morgado, do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (USP). A discussão ocorre no dia 18, das 15h00 às 17h30.

Durante o evento, pesquisa-dores do GPMeF também apre-sentarão trabalhos relacionados às pesquisas em desenvolvi-mento no grupo. A socióloga e pesquisadora-colaboradora do CMU, Batistina Maria de Sousa Corgozinho apresenta o trabalho “A Festa de Santa Cruz: per-manência e mudança”. A festa de Santa Cruz é uma tradição que ocorre no início do mês de maio em várias comunidades rurais e em alguns bairros urbanos que conservam traços de uma reli-giosidade tradicional, mesmo em cidades que estão experimentan-do o processo de urbanização. O objetivo desse estudo é analisar a permanência, especifi cidade e transformações dos festejos em homenagem à Cruz que, ainda,

acontecem. Dessa forma, busca interpretar de que forma essas manifestações culturais se man-têm resistindo aos impactos do processo de modernização urba-na e seus atrativos, que aos pou-cos modifi cam as relações so-ciais tradicionais que sustentam esse festejo. O referido projeto tem fi nanciamento da Fapemig.

O jornalista Amarildo Carni-cel e as alunas Caroline Pereira e Taís Franciscon apresentarão o trabalho “Cartões-postais de Campinas no início dos séculos XX e XXI: das grandes editoras ao caixeiro viajante”. A pesquisa em andamento mostra os usos e funções dos cartões em momen-tos distintos: produções das edi-toras Casa Livro Azul, Casa Ge-noud e Casa Mascotte (período entre 1900 e 1920) e produções atuais assinadas pelo fotógrafo Cândido Mariano. Ambas as co-leções integram acervos do Ar-quivo de Fotografi a do Centro de Memória-Unicamp.

Mesa redonda e apresentações de trabalhos ocorrem de 16 a 18 de maio, durante 38o. Encontro Nacional do CERU, na USP

Postal editado pela Casa Livro Azul, [1920-1930], Phot. Leal. Coleção Antonio Miranda /Arq. Fot. CMU

Estação Ferroviária de Campinas fotografada por Cândido Mariano [1980-1990]. Edição do autor.

6 Maio - 2011CMU FOCOem

Cerca de 1.000 fotografi as que mostram a trajetória de quase cinco décadas do Con-servatório Musical Campinas já podem

ser consultadas por pesquisadores e interessa-dos na história artística da cidade de Campinas na segunda metade do século XX. O Arquivo Fotográfi co do Centro de Memória-Unicamp (CMU) fi nalizou a digi-talização das fotografi as que já podem ser consul-tadas por meio digital.

Segundo a responsável pelo Arquivo Fotográfi co do CMU, Cássia Denise Gonçalves, o arquivo do Conservatório Musical Campinas é composto por documentação textu-al, hemeroteca e fotogra-fi as e foi doado ao CMU em 2008 por Maria Elizabeth Normanha Atris-tain e Regina Normanha Martins, fi lhas da di-retora do conservatório e professora de piano Olga Rizzardo Normanha. O conjunto fotográ-fi co compreende aproximadamente 1.000 foto-grafi as que focalizam, entre outros momentos, audições e formaturas dos alunos no Teatro Municipal Carlos Gomes, recitais realizados

no Conservatório por artistas nacionais e es-trangeiros, visitas de ex-alunos já como artistas consagrados, apresentações e ensaios do Bal-let Vitória Régia que permitem a produção de diferentes conhecimentos relativos às histórias artísticas da cidade de Campinas na segunda

metade do século XX.O Conservatório Mu-

sical Campinas foi cria-do em 12 de fevereiro de 1949, e desde então dirigido pela professora de piano Olga Rizzardo Normanha que o coman-dou até 1998, quando fo-ram encerradas suas ati-vidades. Além dos cursos de música, o Conservató-rio contou também com a primeira escola de ballet ofi cial implantada no es-

tado de São Paulo, o Ballet Vitória Régia. Entre de 1971 e 1981 o Conservatório foi adminis-trado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, período em que foram concedidas bolsas de estudos para os alunos no Brasil e no exterior. Após o desligamento da universidade, o Conservatório enfrentou sérias difi culdades fi nanceiras até ser extinto em 1998.

Música & Imagem

Visita de Camargo Guarnieri ao Conservatório Musical Campinas, em 1963.

Da esquerda para a direita: Camargo Guarnieri, Elisabeth Normanha, Regina

Normanha e Olga Normanha

Recital do pianista João Carlos Martinsno Salão Nobre do Conservatório

Musical Campinas em 1978: grandes nomes da música se formaram e se apresentaram

nesse espaço até 1998

Arquivo Fotográfi co do CMU disponibiliza acervo com cerca de 1.000 fotos sobre quase cinco décadas do Conservatório Musical Campinas

m

sddddNdrvdVisita da pianista Sônia Rubinsky,

ex-aluna do Conservatório, à Olga Normanha, na década de 80

Acervo