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  • Coaching Sistmico

    Um caminho de conquistas atravs do SER

    Leda Regis

  • Leda Regis Psicloga Organizacional e Clnica, Scia-Fundadora da LM Desenvolvimento e da ONG CreSER. Especialista em Psicologia do Trabalho pelo CRP/03, Mestra em Psicologia Social/Trabalho pela USP/SP. Autora da Dissertao: Stress Ocupacional dos Executivos e Estado de Sade. Especializaes: Recursos Humanos, Grupo Operativo, Terapia Organizacional, Dinmica Energtica do Psiquismo, Pathwork, Constelaes Familiares de Bert Hellinger e Consultoria Sistmica Empresarial, Coaching, e Constelaes Organizacionais pela Hoffmann & Partners Alemanha-/Brasil. Como Educadora, fundou a Consultoria Escola em Psicologia Organizacional na FMU/SP, coordenou a especializao em Terapia Organizacional e implantou essa metodologia na Bahia. idealizadora e professora dos cursos: Grupo Multirreferencial e Coaching Sistmico. Criadora da metodologia e autora do livro Grupo Multirreferencial: teoria e prtica na facilitao de grupos, e co-autora dos livros: Liderana Sistmica: um caminho para a Transliderana, Gesto de Pessoas, Ser + com Sade Emocional. Vencedora dos prmios Ser Humano ABRH Bahia, em 2008, com o case Novas formas de impulsionar projetos sociais e Ser Humano da ABRH Nacional, em 2009, com Gesto Sustentvel atravs do desenvolvimento das pessoas.

    Foto recente

  • Release quarta pagina A viso Coaching Sistmico um caminho de desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional que incentiva as pessoas a acreditarem em seus sonhos, projetos e em suas possibilidades de transformao para fazer acontecer o que desejam, a partir do reconhecimento do poder de criar e recriar do Ser Essencial que habita em ns. O Propsito do Coaching Sistmico se ancora nestes 3 pilares.

    Ajudar pessoas a acreditarem em si e realizarem seus sonhos e projetos, com as melhores solues. Um pilar essencial, que implica transpor o equivocado paradigma que nos orienta a buscar a soluo fora e no outro, quando a soluo est dentro de ns. O grande passo aprender a buscar o poder dentro de si e manifest-lo fora, fazendo acontecer o desejado.

    Empoderar o Poder Pessoal Real, inspirando as pessoas a exercitarem

    seus dons, talentos e competncias, e a confiarem na abundncia de possibilidades que a vida nos oferece. Para isso, preciso que estejam abertas e tenham olhos para ver, ouvidos para ouvir e disposio para fazer acontecer. Um novo fazer comea a partir de um novo olhar.

    Transformar crenas limitantes, a forma pensamento distorcida, que nos

    imobiliza e nos faz ficar na mesmice, patinando, patinando... sofrendo, sofrendo... sem encontrar a sada do prprio labirinto. A boa notcia que a sada est no centro do prprio labirinto. l que est a soluo no nosso centro s esperando que a acessemos. Ao encontr-la, ativamos a fora e o projeto para a construo da mudana.

  • Ficha catalogrfica

    REGIS, Leda. Coaching Sistmico: um caminho de conquista atravs do Ser. Salvador , editora..., 2013

    1. Coaching 2. Psicologia Aplicada

  • Dedicatria A meus filhos Wendel e Camila, que me ensinam a principal arte do cuidar! A meus netos Luana, Mateo e Isabella, pela oportunidade de ressignificar essa arte!

  • Agradecimentos Agradeo a DEUS pela vida e por mais esta oportunidade de expresso. A todos os Mestres que me ensinam a arte de ajudar. A todos os que me ajudaram e ajudam. A todos os meus clientes, que tornaram este caminho possvel. Em especial, aos que fizeram e fazem o Curso de Coaching Sistmico. Foi pensando em vocs e em todos que escolhem se aperfeioar na arte de ajudar que escrevi. Obrigada a todos que contriburam para esta construo.

  • Prefcio Integrar as descobertas de ajuda que sempre me desafiaram e ainda me desafiam uma constante em minha vida. Tudo que sinto e experimento em mim, capaz de poder ajudar, me impulsiona a levar na mala de mo invisvel e a usar no meu caminho de ajuda. Essa busca, experimentao e os resultados encontrados me encorajaram a conceber o Coaching Sistmico. O passo seguinte foi comear a ensinar o que aprendi, e continuo aprendendo, s pessoas que, assim como eu, tm a vocao e o propsito de ajudar. Ensinando, fui organizando as ideias e, por consequncia natural, fui gestando este livro que agora nasce. Inspirada pela estimulao de Bert Hellinger, o essencial simples, convidei as companhias da simplicidade, clareza e sntese para nos acompanharem. Eis aqui o que j foi possvel. Entrego agora a voc o livro de Coaching Sistmico: um caminho de conquista atravs do Ser. Ele tem cinco captulos. Imagine-se entrando numa casa. Nela, vamos visitar alguns compartimentos. O primeiro, Viso Geral do Coaching Sistmico, a sala de visitas, na qual sentaremos confortavelmente num sof para conversarmos e termos uma ideia geral sobre ele. O segundo, Processo do Coaching Sistmico, a sala de jantar, onde visualizaremos todos os recursos e as arrumaes feitas para as horas em que as refeies forem servidas. O terceiro, Ferramentas do Coaching Sistmico, como estar na cozinha, onde precisamos fazer um reconhecimento de todos os ingredientes e utenslios disponveis para a hora de preparar os alimentos. O quarto, As tcnicas do Coaching Sistmico, ainda na cozinha, a hora de escolhermos quais os alimentos que sero elaborados. a hora da alquimia, dos ingredientes se integrando e criando a refeio, que j pode ser feita para alimentar quem busca por ela. O quinto, Um cuidar sistmico, o momento de voltarmos sala de jantar, ouvindo uma boa msica, para ter o ambiente adequado e receber os cuidados necessrios para degustar os alimentos e para que tudo que foi buscado e construdo possa alimentar as descobertas que levem ao crescimento. E na sada

  • dessa visita, o visitante possa levar o sentido de toda a experincia e espalhar suavemente na sua vida para desenvolvimento de todos. Desejo que ele cumpra sua funo: ajudar a ajudar! Estarei com voc nesta visita e disponvel para ouvi-lo e receber suas contribuies. Leda Regis [email protected] www.lmdesenvolvimento.com.br Poema Arte de ajudar Espera chegar o pedido No te arvores a oferecer Respira e deixa assentar Assentado Caminhem juntos Deixando o SER conduzir Ele sabe onde chegar E os caminhos a seguir Em direo s conquistas E olha com bons olhos Ele seguir conquistando-as...

  • Sumrio 1. Apresentao...................................................................................................

    2. Viso geral do Coaching Sistmico.................................................................. 3. Processo do Coaching Sistmico..................................................................... 4. Ferramentas do Coaching Sistmico............................................................... 5. As tcnicas do Coaching Sistmico................................................................. 6. Um cuidar sistmico..........................................................................................

  • Coaching Sistmico Um caminho de conquistas atravs do Ser Apresentao O silncio imenso num anoitecer de chuva bem fininha, aquietando todos: as rvores, os animais e os humanos. Assim, interiormente, outro silncio se instala. O maior, porm, esse interno, para poder assimilar todas as informaes que meu Ser escolheu escutar para poder escrever este livro para voc, com o nico objetivo de ajudar mais e mais pessoas a conquistarem seus espaos e utilizarem seus potenciais, e assim semearem, cultivarem e colherem as flores, com seus perfumes, e os frutos... pelo desenvolvimento do seu prprio Ser! Inicialmente, quero agradecer a todos os meus clientes que fizeram Coaching, queles que me encorajaram a elaborar o curso de Coaching Sistmico e a escrever este livro. Eles me despertaram do jeito certo, ou seja, sugerindo expandir essa forma de ajuda para poder ajudar muito mais pessoas. Dessa forma foi fcil dar o sim, pois tocou num ponto chave da minha vocao: ajudar!!! Ento, vamos l! Espero que aprecie a leitura e se beneficie com ela. Leda Regis

  • Coaching Sistmico Um caminho de conquistas atravs do Ser Captulo 1 Viso geral do Coaching Sistmico O Coaching Quando comecei a escutar esse nome e essa moda de fazer Coaching, imediatamente lembrei da minha profisso de Psicloga e comecei a auscultar o que seria esse negcio: por que estava chegando em nossa cultura e o que mesmo ele estava trazendo? Ou seja: qual o seu propsito? Afinal, o tempo de vida j me ensinou que nada chega sem razo e funo. O que foi surgindo nesse caminho de descoberta como resposta:

    Uma nova forma de ajudar, com nome em ingls, com ar chique, elegante, e que deixava de boca cheia as pessoas que se referiam a ele.

    Pesquisando, descobri que a palavra Coach, em ingls significa carruagem, um meio de conduzir pessoas de um lugar para outro. Tambm se refere ao treinador esportivo, um profissional que ajuda os competidores a atingirem suas metas.

    Algumas das suas caractersticas lembrava a Psicoterapia Breve, uma

    forma de terapia focada numa questo a ser resolvida em curto tempo, diferente das psicoterapias de anos e anos.

    Observava que era muito mais fcil as pessoas pedirem ajuda a um Coach

    do que irem a uma terapia, afinal fazer terapia ainda lembra o esteretipo de que a pessoa est maluco beleza ou est com algum problema.

    Essa sacada foi decisiva para aceitar a moda, e assim passei a me referir

    na minha prtica profissional, especialmente nas organizaes, que fazia Coaching, apenas trocando o nome de Acompanhamentos Individuais, que vinha utilizando, para Coaching.

    Como tambm sou Psicloga e atuo como Psicoterapeuta Clnica e

    Organizacional, j observava que era mais fcil os profissionais buscarem ajuda para as questes profissionais, mas que estas eram as portas de entrada para as verdadeiras questes pessoais. E como tinha os dois olhares, e todos os meus clientes j sabiam disto, muitas vezes transitava nesses dois universos com resultados positivos para todos.

  • Observava que o Coaching era uma forma de ajuda mais acessvel de ser aceita, pois alm de ser focada num resultado a ser conquistado, no trazia os medos e resistncias de nos descobrirmos como verdadeiramente somos, que normalmente acompanham as terapias.

    Constatei, em muitos anos de prtica, a quantidade de profissionais que

    eram ajudados e beneficiados num processo de Coaching e que, espontaneamente, no procurariam um trabalho teraputico.

    Fui reconhecendo, ento, que o Coaching no assustava, era bem-visto e

    bem-vindo. Da percebi que uma nova ferramenta, capaz de auxiliar as pessoas a responderem aos desafios do mundo moderno!!! Rpida, focada e com resultado, e assim mais fcil de ser aceita.

    E a partir dessa experincia, as pessoas so muitas vezes encorajadas a

    seguir adiante, buscando Coaching com mais frequncia para trabalhar novos temas e muitas vezes para aprofundar os temas que necessitam trabalhar em suas terapias.

    Por tudo isso, o Coaching muito bem-vindo!

    O Coaching Sistmico A viso sistmica foi chegando naturalmente e se aninhando ao Coaching, afinal j usava a metodologia de Grupo Multirreferencial, que tem suas razes sistmicas nas abordagens do Grupo Operativo, Terapia Organizacional, Dinmica Energtica do Psiquismo, Constelaes Organizacionais e Familiares, e do Pathwork. Todas essas formas de pensar nos ensinam a olhar o todo e suas relaes em constante movimento e conversa. E esse todo se encontra dentro e fora de ns completamente sincronizado, mesmo sem estarmos conscientes. O Coaching Sistmico abriu mais um espao seguro para serem trabalhados os temas que embora cheguem como pessoais, por serem trazidos por um indivduo, eles so tambm temas do contexto onde a pessoa est inserida, sendo ela sua porta-voz. Com essa viso, o olhar do Coaching Sistmico se amplia para ver e compreender a pessoa que traz alguma questo e o sistema onde ela est se manifestando. Essa forma de olhar amplia a viso e as formas de interveno, que tambm passam a ser sistmicas. Sob esse prisma, o Coaching Sistmico um caminho de desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional que conduz a pessoa a acreditar em seus sonhos, seus projetos e nas possibilidades de transformao, de fazer acontecer

  • a partir do reconhecimento de suas potencialidades, do poder de criar e recriar do Ser Essencial que habita em ns. O Propsito do Coaching Sistmico se ancora nestes 3 pilares.

    Ajudar pessoas a acreditar e fazer acontecer seus sonhos e projetos, buscando as melhores solues. Um pilar essencial, que implica transpor o grande paradigma que nos orienta a buscar a soluo fora e no outro, quando a soluo est dentro de ns. O grande passo aprender a busc-la dentro de ns e manifest-la fora, fazendo acontecer.

    Fortalecer o Poder Pessoal Real, inspirando as pessoas a exercitarem

    seus dons, talentos e competncias, e a confiarem na abundncia de possibilidades que a vida nos oferece. Para isso, preciso estar aberto e ter olhos para ver, ouvidos para ouvir e disposio para fazer acontecer. Um novo fazer comea a partir de um novo olhar.

    Transformar crenas limitantes, formas de pensamento distorcidas, que

    nos imobilizam e nos fazem ficar na mesmice, patinando, patinando... sofrendo, sofrendo... sem encontrar a sada do prprio labirinto. A boa notcia que a sada est no centro do prprio labirinto. l que est a soluo: no nosso centro, sol de nosso Ser, apenas esperando nossa atitude em ir busc-la. E ao encontr-la, ativamos a fora e o projeto para a construo da mudana.

    fcil constatar que tudo que existe na forma concreta, antes existiu na forma- pensamento. Antes construmos um molde, por isso escutamos com frequncia que somos o que pensamos e acreditamos e no o que realmente somos, ou seja, o que somos enquanto Ser Essencial, na totalidade e no potencial do nosso Ser. Escrevendo, constato o quanto verdade essa crena, haja vista eu jamais haver pensado em escrever um livro e j estar escrevendo o quinto. Isso simplesmente por estar entregando a conduo da minha vida e da minha caminhada ao meu Ser. Assim, as sementes brotam e comeam a mostrar suas rvores e seus frutos. Vamos dar agora um zoom nos princpios do pensamento sistmico que embasam a abordagem do Coaching Sistmico. Olhe o todo, veja o todo, olhe e veja as partes, deixe todos virem at voc e v at todos. Tudo que existe faz parte do todo maior, assim como de uma nica clula ns fomos formados. Cada uma de nossas clulas contm nosso cdigo gentico, nosso DNA, nossa base nesta manifestao fsica. Seguindo o exemplo do nosso corpo, nossas clulas vo se diferenciando para formar nossos rgos, mas o DNA central continua em todas elas, fazendo a unio do todo. Voc conhece to de perto uma criao mais perfeita e misteriosa do que essa? Com

  • esse exemplo, fica o lembrete: ns j temos dentro de ns o molde do pensamento sistmico, que nosso corpo, ento s preciso acessar!!! O pensamento sistmico olha o todo e as partes que o compem, pois a parte est no todo e o todo est na parte, conforme o princpio hologrfico. Olhe para cada sistema e amplie seu olhar para todos os sistemas que fazem parte do todo. No exclua nada, especialmente o que no gosta ou no quer.

    1. Cada Ser Humano tem no seu sistema um mundo interno e um mundo externo em constante relao. Voltando ao exemplo do corpo humano, internamente temos as informaes no nosso cdigo gentico DNA, todas as nossas formas-pensamento, memrias, emoes e tudo mais que se passa dentro de nossa dimenso fsica, e, externamente, temos uma vida com todas as nossas escolhas, afazeres e relacionamentos com pessoas, com trabalho, com o mundo e com a prpria vida. Ento, nosso mundo interno se expressa em nossa vida cotidiana. Quantas vezes um n na garganta sinaliza algo que ficou engasgado e que no se pde expressar? A viso sistmica nos convida a escutar esses dois mundos, pois eles na realidade fazem parte de um s! Escutando a conversa deles dois, encontramos os caminhos e as sadas dos nossos labirintos.

    2. A vida e todos os seus sistemas so regidos por princpios e ordem. A

    natureza nossa grande mestra desse princpio. Lembro agora do Sol, essa estrela que nos ilumina e aquece. Ele nasce e se pe todos os dias no seu horrio, de acordo com as estaes do ano, e essa ordem nos organiza e orienta na vida. Imagine se nosso Sol resolvesse a cada dia nascer e se pr em horrios diferentes, ao seu bel-prazer! Quantas desordens causaria em nosso cotidiano! Dessa forma, precisamos reconhecer os princpios e as ordens presentes em cada sistema, pois muitas vezes so os seus desrespeitos que desordenam a vida, criando os problemas.

    Situaes que tm demandado a busca por Coaching Tudo que existe se origina e se sustenta para atender necessidades. Vamos ento olhar quais as situaes que tm normalmente indicado a busca por Coaching.

    Fases de transio na vida. H ciclos em nossas vidas que marcam, e a depender de como esses rituais de passagem so realizados, eles fazem diferena em nosso equilbrio. Alguns desses momentos-chave podem ser: escolha vocacional e profissional, incio na vida profissional, definio do plano de vida e carreira, casamentos, separaes, sociedades, problemas do pas, aposentadoria, mortes, dentre outras.

    Fases de transio na carreira, como programas de trainee,

    transferncias, promoes, desligamentos, expatriaes, que possam

  • causar algum desconforto ou insegurana. O Coaching pode ajudar a encerrar esses ciclos, tomar conscincia dos aprendizados para poder liberar o passado e seguir adiante. Quantas vezes nos encontramos paralisados por ficarmos apegados ao que j passou e j cumpriu sua funo? Assim, ao tomarmos conscincia, nos liberamos e podemos seguir. O melhor que, quando nos liberamos, essa liberao se expande a todos os envolvidos, e, assim liberados, todos recebem recursos para seguir suas caminhadas.

    Questes de desempenho. Esto ligadas expresso do nosso potencial.

    Normalmente, quando o resultado no est de acordo com o esperado, sinaliza que o desempenho est comprometido, por isso estratgico ser pesquisado, pois so muitas as razes que podem provocar esse comprometimento. Alm disso, preciso lembrar que se a parte est no todo, um problema de desempenho numa parte est dando avisos de que ele tambm est presente no todo. como a febre, que nos avisa que alguma coisa est acontecendo em nosso organismo.

    Questes de relacionamento. Como nos ensina o Pathwork, vida

    relacionamento. Logo, os relacionamentos so fundamentais para nosso desenvolvimento e crescimento. Eles so nossos espelhos para guiar nossas mudanas. Costumo dizer que uma famlia, uma organizao, grupos profissionais, sociais, religiosos, de hobbies, dentre outros, so espaos de encontro, descobertas e transformaes. Quando eles trazem estresse e dificuldades, esto dissonantes e projetam essas dificuldades. Quando trazem bem-estar e crescimento, esto presentes em contextos de mais ressonncia, espelhando dessa forma nossas virtudes e qualidades.

    Do que precisamos para vir a ser um Coach Inicialmente, vamos resgatar as origens dessa funo Coach, partindo do princpio de que uma profisso de apoio.

    Antigamente, as pessoas buscavam ajuda com o padre, pastor, xam, paj, todos eles com uma viso mais espiritual, pois naquela poca havia o paradigma de que um transtorno podia ser curado pela dimenso espiritual. Era dessa fonte que os caminhos de cura eram apontados. Em seguida, agregaram-se a eles os filsofos, aqueles que buscavam a compreenso e o sentido da vida de uma forma mais ampla. Com a mudana de foco do espiritual e filosfico para os paradigmas da cincia cartesiana, associados ao crescimento da populao, foram surgindo os profissionais de sade e educao como o mdico, o professor, o psiclogo, o assistente social... E dessa forma, esses servios comeavam a ser orientados pelo saber mental, racional. Esse pensar cartesiano comeou a segmentar as

  • diversas reas e assim as pessoas foram aprendendo que para cada problema era preciso buscar um especialista, que olhava apenas a parte que lhe cabia, ou seja, cada um no seu quadrado, enquanto a pessoa ficava cada vez mais dividida e, s vezes, perdida. Ainda bem que a humanidade sabia e vamos nos movendo em busca da evoluo. Nessa busca, chegam as contribuies da fsica quntica, que nos permite relembrar a viso sistmica, multidimensional, transpessoal e transdisciplinar, alm dos recursos de comunicao virtual hoje disponveis, que nos permitem acessar o mundo a qualquer hora e de qualquer lugar, bastando ter um computador s mos. Com esses novos paradigmas e contextos, os profissionais de ajuda esto sendo convidados a trabalhar com novos princpios e novas ferramentas, bem como esto assumindo novos papis, dentre eles, o de Coach. O profissional de Coaching chega para ampliar, acelerar e modernizar as formas de ajuda, acredito que para atender ao padro de acelerao da prpria humanidade. Creio que estamos precisando de mais e mais pessoas que ajudem mais e mais pessoas a se desenvolverem, a retirarem os vus que as envolvem, cegam e paralisam, e a seguirem o fluxo da vida. Afinal, esse o grande propsito de nossa passagem pela nossa casa Terra. (des)envolvermo-nos, retirarmos os vus que nos encobrem e nos separam de nossa verdadeira Essncia, de nossa verdadeira Luz. O desenvolvimento a essncia do processo de Coaching, e por tudo isso, mais uma vez, bem-vindos, Coaches!!! com esse propsito que escrevo este livro. para que ele sirva de guia para nos ajudar continuamente e a cada pessoa que nos procura. Neste momento, nos convido a fazermos um agradecimento s pessoas e profissionais que durante toda a histria da humanidade nos antecederam com suas formas de ajudar, e tambm reconhecermos que essa trajetria foi importante para chegarmos ao ponto em que estamos. Honrar os que nos antecederam nos fortalece e, mais fortes, podemos ajudar ainda mais.

    Atitudes e posturas do Coach

    Por mais acelerada que a humanidade esteja e quanto mais Coaches se colocarem disponveis, melhor para todos, porque nos sinaliza que muito mais pessoas estaro trabalhando para retirar seus vus. E a cada vu retirado, a pessoa e a humanidade ampliam sua Luz. Como bom lembrar dessa grande possibilidade! Ajudar uma grande arte. E para exerc-la bem, procuremos olhar o que a arte da vida j nos ensinou.

  • Comecemos dando um zoom em nossas prprias experincias de ajuda, pois elas so nossas principais fontes de aprendizados. Convido-o a que possa investir alguns minutos neste exerccio. Sugiro que escreva suas respostas, a fim de aproveitar melhor esta experincia. Olhemos nossas experincias em receber ajuda. Minhas experincias em receber ajuda:

    1. Relembre todas as ajudas que recebeu. Resgate e reconhea as pessoas que o apoiaram em sua trajetria.

    2. Escolha a experincia mais significativa e observe como essa ajuda foi dada.

    Volte no tempo para lembr-la ao mximo.

    3. Pesquise como voc recebeu essa ajuda.

    4. Identifique as atitudes e posturas que mais o ajudaram.

    5. Identifique as atitudes e posturas que mais o atrapalharam.

    6. Reconhea quais foram os aprendizados.

    7. E agradea, no s s pessoas que ajudaram, mas por toda a experincia adquirida.

    Pare um pouco agora. A pausa importante para que possamos integrar tudo que vivemos e aprendemos. Enquanto isso, preste ateno em todas as suas reaes, sensaes, pensamentos, emoes e intuies. Quando se sentir pronto a retornar, passe para a segunda parte deste exerccio. Da mesma forma, sugiro que continue escrevendo. Agora so as experincias de ter ajudado, afinal, esse um dos grandes desafios para quem assume esse papel de Coach. Vamos l. Minhas histrias de dar ajuda:

    1. Resgate as pessoas s quais voc ajudou ao longo de sua vida, e, enquanto relembra, observe como se sente.

  • 2. Escolha a experincia mais significativa e procure dar um tempo para resgatar ao mximo essa memria.

    3. Identifique quais as principais motivaes para ter feito essa ajuda. 4. Resgate como essa ajuda foi dada, ou seja, que atitude sua efetivamente

    ajudou. 5. Relembre como quem recebeu ajuda se sentiu e procure recordar se essa

    pessoa reconheceu e incorporou a ajuda em sua vida. 6. Identifique quais as atitudes e posturas que mais ajudaram. 7. Veja quais as atitudes e posturas que mais atrapalharam. 8. Olhe agora quais os principais aprendizados. 9. E agradea pessoa a quem voc ajudou nessa experincia.

    Mais uma vez, faa uma pausa para respirar e integrar o que acabou de vivenciar e quem sabe? descobrir. Fique atento a suas reaes, pois elas so nossos grandes sinalizadores de informaes. Para completarmos essas reflexes, vamos agregar uma grande contribuio trazida por Bert Hellinger sobre as ordens de ajuda. Conhec-las foi muito importante para mim, pois me ofereceu um grande diferencial para melhorar minha dinmica de ajudar. Compartilho com voc e desejo que tambm lhe seja til. As Ordens de Ajuda Bert Hellinger aponta para 5 princpios que, sendo respeitados, favorecem a dinmica de ajuda e que, por sua vez, se desrespeitados, desfavorecem e enfraquecem o processo. Vamos olhar para eles acompanhados por algumas histrias. 1a Ordem de Ajuda Situaes:

    1. Uma pessoa, ao ver um parente ou amigo em apuros financeiros, mesmo sem ter os recursos, toma emprestado, escolhe no pagar suas contas temporariamente, e ajuda, arranjando e dando o dinheiro necessrio.

  • 2. Tambm uma pessoa que recebe e aceita uma ajuda desnecessria, como uma bolsa para fazer um curso, e que efetivamente no precisa nem do curso nem da bolsa.

    Imagine como as pessoas envolvidas se sentem e tente identificar seus efeitos.

    1a Ordem de Ajuda 1a Desordem de ajuda

    Dar apenas o que se tem e somente esperar receber o que se necessita.

    Dar o que no se tem e o outro tomar para si o que no precisa.

    2a Ordem de Ajuda Situao: Uma tia, desejosa de ajudar seus sobrinhos e para satisfazer suas crenas e expectativas de que o estudo a melhor forma de se profissionalizar e ser bem sucedido, sacrificou-se e colocou os sobrinhos em boas e exigentes escolas, fora do padro socioeconmico deles. Com o tempo, quase todos foram desistindo dessa escola e retornando s suas escolas pblicas originais. Aconteceu ento um grande desconforto para todos: para ela, tia, que decepcionada viu todo seu esforo em vo, e para os sobrinhos, por se sentirem culpados e estigmatizados por no terem conseguido aproveitar a oportunidade recebida.

    2a Ordem de Ajuda 2a Desordem de ajuda

    Ajudar levando em considerao as circunstncias e somente interferir e apoiar as pessoas na medida que elas o permitirem. Essa ajuda discreta e tem fora.

    Negarmos ou encobrirmos as circunstncias, em vez de olh-las juntamente com aquele que procura ajuda. O querer ajudar contra as circunstncias enfraquece tanto quem apoia como aquele a quem o apoio oferecido ou imposto.

    3a Ordem de Ajuda Situao: Os pais que atendem a reivindicaes dos seus filhos grandes, que fazem exigncias e se comportam como crianas, fazendo birras e exigindo alm do que possvel. Dessa forma, esto assumindo as responsabilidades deles, para evitar que sofram, como tambm para diminuir o prprio estresse.

    3a Ordem de Ajuda 3a Desordem de ajuda

  • Quem ajuda deve se colocar como adulto perante um adulto que procura ajuda. Recusar a tentativa de fazer o papel dos pais.

    Permitir que um adulto pea ajuda como uma criana o faz a seus pais e querer ajud-lo tratando-o como criana, poupando-o de assumir a responsabilidade e as consequncias dos seus atos.

    4a Ordem de Ajuda Situao: Uma colaboradora solicita ajuda para fazer um curso de especializao e a rea que cuida do treinamento, que tem a verba reservada, aprova-o, sem antes consultar a liderana da solicitante. No meio do curso, a pessoa desiste, pois descobre que deseja outra formao. Ao tomar conhecimento, a liderana expressa seu desconforto por no ter sido consultada, pois teria evitado a perda de investimento, por saber que o interesse da colaboradora no era significativo e que seu desempenho tambm no a tornava merecedora.

    4a Ordem de Ajuda 4a Desordem de ajuda

    A empatia de quem ajuda deve ser focada menos no aspecto pessoal e deve ser sobretudo sistmica, ou seja, deve olhar e analisar o todo da situao antes de tomar a deciso.

    Quando pessoas essenciais do sistema, que tm a chave para soluo, no so consideradas e honradas.

    5a Ordem de Ajuda Situao: Um amigo que ajuda outro numa dificuldade de relacionamento, mas critica seu comportamento por no seguir suas orientaes e por sentir que a pessoa no aproveita a ajuda. Quem oferece o apoio se sente desconsiderado e quem recebe se sente pressionado e desconfortvel.

    5a Ordem de Ajuda 5a Desordem de ajuda

    Acolher a cada um como ele , mesmo que seja diferente de mim. Quem ajuda no julga.

    Quando a ajuda dada est acompanhada de julgamento, condenao, indignao sobre as atitudes da pessoa a quem se est ajudando.

  • Como profissionais de ajuda, temos em nosso DNA essa capacidade de apoiar. Esse dom muito valorizado e reconhecido em nossa sociedade, mas preciso ter muito cuidado para que o ato de ajudar no desajude. Vale aqui trazer alguns lembretes da sabedoria dos ditados populares:

    Tudo demais sobra Muita ajuda enfraquece

    Temos ento um grande desafio pela frente: equilibrar todas as nossas relaes de ajuda. Se damos demais, como nossa tendncia natural, precisamos comear a estudar as estratgias de desmame. Lembremos que nossa tarefa ajudar o outro a acionar seu poder de mudar e conquistar, e no esvaziar seu poder dando demais e de forma equivocada. Tudo isso nos faz pensar em quantos elementos influenciam o ato de servir e apoiar. Logo, ajudar realmente uma arte que precisa ser bem pensada e estudada. Para sustent-la, preciso que no DNA de quem se dispe a esse servio exista a presena destes componentes:

    Desejo e disponibilidade de ajudar O desejo de ajudar a chama sempre acesa, que nos lembra e nos conecta com um corao cheio de amor e compaixo, aberto para auxiliar. A cada pedido de apoio, a cada sinalizao de uma necessidade de ajuda, a pessoa se coloca em prontido para servir, e muitas vezes esquece de si para ajudar o outro. Por isso, um dos grandes desafios de ns, Seres de Ajuda, nos autoajudarmos, olhando e cuidando primeiramente de ns.

    Acreditar no desenvolvimento do Ser Humano

    Esta uma premissa bsica. Afinal, esta crena que nos inspira a acreditar que os problemas sero solucionados e as conquistas celebradas, e que tudo isso advm da deciso e determinao de cada pessoa em buscar na sua fonte interna o caminho e os recursos, j a postos para ajud-la. O Coach apenas acompanha, inspira e testemunha desse caminhar!

    Sigilo e discrio

    Acompanhar e testemunhar requer discrio e silenciar a mente em relao a julgamentos, preconceitos e paradigmas, para assim poder ajudar o caminhante a se encontrar dentro do seu prprio labirinto. Afinal, o labirinto de cada um de ns singular, e s um bom silncio nos permite escutar as orientaes de nossas vozes internas nessa caminhada conjunta.

  • O sigilo a condio para construir o espao de confiana, e assim, dentro dessa casa confivel e segura, cada caminhante possa mostrar para si o que precisa ver, rever e experimentar um novo olhar e um novo fazer.

    Compromisso com o autoconhecimento Estamos cientes de que s podemos ajudar at onde o limite que nosso desenvolvimento permite, pois como poderei acompanhar algum no desvendar do seu labirinto, se no consigo desvendar o meu prprio? Alm do mais, acontece algo fantstico: recebemos pessoas em busca de ajuda trazendo temas que no passado tambm j tnhamos vivenciado, atravessado e superado ou que estamos atravessando no momento. Assim, nossos clientes so tambm nossos terapeutas. Eles reafirmam nossos aprendizados e tambm nos sinalizam lies muitas vezes em pleno processo ou quem sabe? colocadas de escanteio...

    Na sincronicidade, enquanto escrevia, entrou esta prola de Chico Xavier no Facebook: ningum cruza nosso caminho por acaso e ns no entramos na vida de algum sem uma razo. Logo, quando escolhemos ser Coaches, est implcito nessa escolha o compromisso com nosso autoconhecimento. No temos outras sadas se quisermos sustentar essa escolha!

    Estudar Lembremos o significado do estudo como um caminho de observao, explorao, investigao, exame, para poder compreender um fenmeno. Como nos colocamos disponveis para acompanhar, inspirar e testemunhar as pessoas nos seus labirintos, a fim de irem retirando seus engessamentos e poderem expressar a essncia do seu Ser, alcanando assim suas conquistas, por mais que saibamos que nosso Ser e o Ser de quem acompanhamos conheam o caminho e as respostas, nossa mente se sente mais segura quando conhecemos e compreendemos a diversidade e singularidade dos fenmenos humanos e de suas possibilidades de funcionamento.

    Quantos j nos presentearam com seus estudos! A todos eles agradecemos poder acessar esses conhecimentos, como mapa facilitador nessa jornada. Estudar para termos mapas de acompanhamento e assim sabermos o que perguntar e onde buscar as dicas do caminho, a fim de podermos seguir mais confiantes quando as respostas e solues se apresentarem nossa frente.

    Ter espaos de superviso

  • A sabedoria de ter um espao de superviso tem a funo de nos propiciar ver o que no vemos, no s porque podemos estar diante de um de nossos pontos cegos, como tambm por conhecer o olhar de quem j caminhou bastante nessa estrada. Como o prprio nome j diz, a busca de um espao de super viso que nos permite ter um olhar mais ampliado e nos aponta mais possibilidades de compreenso e ajuda.

    Cuidar-se

    Conforme pontuei inicialmente, o maior ensinamento se d com o exemplo, pois ele sustenta cada ato, cada expresso. Como posso cuidar do outro, se no me cuido? Como posso me colocar como Coach se me encontro engessada, com um andar comprometido e, consequentemente, reativa a tudo e a todos que espelham o ponto em que estou estacionada? Lembro de algumas situaes em que acompanhei Coaches, os quais, diante de clientes que traziam questes similares s suas, ficaram paralisados e vieram buscar ajuda para poder ajudar. Assim que identificaram as sincronicidades, puderam trabalhar, mover-se, ajudar-se e ajudar o outro, e, claro, agradecer silenciosamente a esse outro pela ajuda recebida. Neste momento, me dou conta mais uma vez de quo bela profisso essa nossa. Nossos clientes vm buscar ajuda, nos pagam por isto, desse trabalho temos nossa sustentabilidade e, alm do mais, vm nos ajudar a crescer e nos lembrar que tambm ns precisamos continuar nos cuidando, pois todos estamos fazendo nossas travessias. Que bom!

    Alinhar o Ser e administrar o poder do ego

    O Ser nosso centro de sabedoria interna, o DNA que contm tudo que somos, como uma semente que j contm a rvore. Alinhar nosso Ser unir nossas diversas dimenses: corporal, mental, emocional, espiritual e social. integrar nossa multidimensionalidade, que, integrada, amplia nossa percepo, nossa escuta e, consequentemente, nossa viso e ao. medida que nos conectamos com nosso Ser Essencial, ajudamos nosso cliente tambm a entrar em sintonia com o seu prprio.

    Simultaneamente, vamos colocar o poder do pequeno ego num bom lugar. Se deixarmos o ego conduzir, ficaremos limitados a seu campo de viso, que normalmente mais restrito, voltado mais tcnica, ao racional e ao mundo externo. Costumamos coloc-lo mentalmente numa bela almofada ao nosso lado, para que ele confortavelmente possa acompanhar e se colocar como um bom ajudante do Ser, deixando que este possa conduzir sabiamente os passos das travessias dos Coachees.

  • Escutar o Silncio O silncio morada predileta do Ser, a casa da sabedoria. Escut-lo fazer a opo por trilhar um caminho de clareza, treinar tomar distncia, olhar de vrios ngulos, lugares e tempos, e assim, com um olhar sistmico, fazer perguntas sistmicas para ajudar o cliente a encontrar suas respostas, tambm sistmicas. Para essa escuta, nossa respirao e aquietamento so bons aliados.

    Meditao e orao Por que meditar? Por uma simples razo: a meditao, palavra que vem do latim meditare, significa voltar-se para dentro de si, para dentro do Ser, e de l olhar para tudo que acontece com ateno. Ento, meditar ir para o lugar do Ser, nosso centro de sabedoria.

    E em orao, pedir ajuda central do Ser Maior, Luz Divina, ao nosso DEUS, que compreende as travessias dos mistrios da vida. Uma boa prtica , orando, colocar todas as pessoas que atendemos nas mos dos seus deuses internos, e confiar que as orientaes sero manifestadas, inclusive as que venham atravs de voc, que assim se colocar a servio dessa Luz.

    Como diz sabiamente Jean-Yves Leloup em Uma Arte de Cuidar:

    Quando os medicamentos no mais funcionam; quando carinhos e a partilha das palavras no adiantam; quando o fundo da nossa barca parece ter submergido com a dor e o sofrimento, resta ainda o recurso da orao re-ligar o meu sopro prpria fonte do Sopro.

    Saber acompanhar

    Acompanhar caminhar ao lado, caminhar com, tendo ateno e cuidado, respeitar o fluxo da caminhada, inspirar a conscincia dos acontecimentos, mas no decidir, no se responsabilizar pela soluo.

    um grande desafio para os profissionais de ajuda sustentar que seu cliente exercite seu livre-arbtrio e encontre a soluo no seu tempo e do seu jeito. Via de regra, preciso muito centramento do Coach para no se deixar pressionar pelas astuciosas formas usadas pelos clientes no sentido de transferir o que de sua prpria responsabilidade para o Coach.

    Lembro agora do caso de algum que estou atendendo que tenta fazer isso das mais diversas formas, mesmo sabendo que no vou dar respostas e sim responder com mais perguntas, devolvendo para ele o seu livre-arbtrio

  • e lembrando-lhe que essa uma condio importante em nossa caminhada neste planeta, convidando-o para que assuma esse seu direito.

    Todos os movimentos da vida so caminhos escolhidos pelo Ser para

    o desenvolvimento do Ser Humano e da Humanidade Esta uma grande chave! Acreditar que tudo que acontece vem para nos ensinar, serve para retirarmos os vus que nos cegam. E como diz Ivone Nascimento, uma caminhante na jornada do Pathwork, est tudo certo. Esta frase tem sido uma bela lembrana que nos alivia diante de todos os acontecimentos, especialmente os difceis. Ainda mais ao sabermos que a mudana e o desenvolvimento de cada Ser Humano ilumina a si e a toda sua vizinhana, e que essa luz se propaga por todas as demais vizinhanas que, por ressonncia, esto misteriosamente interligadas.

    tica do Coaching Como a funo do Coach se d atravs da relao com o outro, fundamental que seja pautada numa tica que facilite essa relao, pois como o prprio significado da tica nos aponta, nos fundamentos de um bom viver. Ressalto trs pilares que fundamentam a tica do Coaching: confiana, poder e sucesso. Confiana Este fundamento a base para a construo do contexto de ajuda. Ele construdo pelo compromisso em ajudar, o qual se faz presente pelo ato de ouvir com ateno e de estar presente de forma integrada, ou seja, presente de corpo, alma, pensamento, emoo, ou seja, estar inteiro no que se prope a fazer. Outra forma na construo da confiana o sigilo e o registro das informaes. O sigilo preponderante. Requer do Coach escutar, silenciar, compreender e poder conter essas informaes no seu prprio espao de silncio. Afinal, tudo que escuta s diz respeito ao seu cliente e para ele e para seu processo de desenvolvimento que as informaes so necessrias. Ao concluir uma sesso de Coaching, faz-se necessrio fazer um registro sinttico com os passos dados para ajudar nossa memria a acompanhar e nos organizar. E alm disso, o ato de registrar as informaes um recurso para aquietarmos a sesso dentro de ns. Quantas vezes, mesmo registrando, os temas trazidos nos deixam ainda conectados, sendo necessrio muitas vezes fazer atividades silenciosas, como cuidar de plantas, animais, andar, brincar, para o aquietamento ir se achegando. Isso porque ns no podemos fazer como profissionais de muitas

  • outras reas, que podem conversar com amigos e com a famlia sobre seu dia de trabalho. Ns devemos silenciar. Poder O outro pilar da tica direcionar nossa relao de ajuda para promover o poder real do nosso cliente. Dessa forma, precisamos sustentar colocar nosso ego, que adora se sentir poderoso, na sua almofada, e lembrar sempre que nossa tarefa empoderar nosso cliente. ele que precisa ser fortalecido, mas tudo isso com base no seu Poder Real. No no poder da aparncia e sim no da Essncia. O interessante que para conseguirmos fazer esse caminho, precisamos tambm estar no nosso Poder Real, pois desse lugar que podemos, por ressonncia, dar o exemplo e exercer nosso papel. O Poder Real simples, direto e tem fora natural. Sucesso Outro pilar da tica do Coaching o compromisso com o sucesso de forma sistmica, que se expressa no resultado e na conquista, pois so eles que ressaltam suas foras e toda a vitalidade que surge e reluz quando os vus que nos cegam e paralisam so retirados.

  • Coaching Sistmico Um caminho de conquistas atravs do Ser Captulo 2 Processo do Coaching Sistmico O processo de Coaching, como j vimos, uma arte, tecida enquanto se caminha, pois cada ser nico, como tambm nica cada questo levada para a sesso de Coaching. Embora o caminhar seja nico e desconhecido, o que, em princpio, nos amedronta, podemos nos acalmar lembrando desses 2 grandes recursos.

    1. Temos os Seres de Sabedoria, o nosso e o do cliente, que vo nos guiando, intuindo, mostrando, revelando-se e se (des)(en)volvendo.

    2. Temos uma bssola para nos orientar nesse caminho e muitos mapas

    guardados em nossa mala invisvel que, se tiverem sido bem estudados e praticados, sero valiosos companheiros de jornada.

    Olhemos agora para essa bssola. Ela nos aponta para 3 fases da jornada do Coaching Sistmico:

    1. Estabelecimento do vnculo.

    2. Diagnstico sistmico e construo do plano de realizao.

    3. Acompanhamento e realizao (o fazer acontecer). Estabelecimento do vnculo o momento da chegada do cliente, da largada...

  • Antes de mais nada, precisamos lembrar dos caminhos de sincronicidades que fizeram o cliente chegar at ns! Nossa compreenso vai clareando quando ficamos atentos a:

    Qual a rede que ele percorreu para chegar, ou seja, qual a fonte de indicao e referncia que possibilitou esse encontro.

    Qual o tema que ele traz como demanda e, por consequncia, o que ele

    pretende realizar. Lembro de uma situao em que a procura pelo Coaching comeou com um click que a pessoa sentiu diante do folder de uma palestra sobre o tema Repensando o futuro profissional. A partir da, ela compareceu palestra e enquanto a assistia reconhecia que muito do que estava sendo falado relacionava-se com a situao que atravessava naquele momento. E a cada associao que fazia, foi se dando conta de que precisava dar o passo de repensar seu futuro profissional. Tempos depois veio fazer a caminhada, foi repensando e construindo esse futuro. E como as coisas esto associadas, a reviso de carreira foi ativando a reviso em outras reas de sua vida. Outra forma comum a indicao. Olhar para quem indicou e os porqus da pessoa ter acolhido a indicao traz muitas informaes. Aceitar, por exemplo, a indicao de um amigo que fez uma grande virada no seu plano de vida e carreira, tendo como demanda o mesmo tema, nos sinaliza o quanto a pessoa j chega impulsionada a dar a virada. diferente daquela indicao feita por algum da famlia, que embora saiba o quanto a pessoa precisa e at se disponibiliza a apoiar, a prpria pessoa vem para agradar ou pela dificuldade de declarar o no. Ela vem pr-forma ou no vem. De uma forma ou de outra, o vnculo no se estabelece. Nessas situaes, ajudar a identificar o que acontece j uma grande ajuda. Outro ponto importante a considerar o ato de pedir ajuda. preciso ter coragem para pedir ajuda, por mais paradoxal que possa parecer! Pedir ajuda implica em reconhecer que preciso do outro para me assessorar no caminho de transformao, abrindo mo da onipotncia e da autossuficincia, para poder crescer. Ento, ao receber uma pessoa com um pedido de ajuda, mesmo que ela chegue enfraquecida e tumultuada com suas demandas, saiba que ela j chega com coragem e com uma boa predisposio para mudar. Ento, faa-a reconhecer que ela j deu o primeiro passo ao decidir fazer seu processo de Coaching. Dessa forma, ns a ajudamos a se apropriar do seu poder e de sua inteligncia.

  • Cuidar das transferncias Como diz Pichon-Rivire, o vnculo bicorporal e tripessoal, ou seja, num encontro entre duas pessoas existe, via de regra, um terceiro includo, da o tripessoal. Como? Ao conhecer algum, aquela pessoa pode me lembrar uma outra pessoa da minha histria de vida e a depender de quem lembro isto pode ser um facilitador ou no. Esse lembrar pode ser de vrias formas: pela aparncia fsica, por um jeito de falar, olhar ou at sorrir, como tambm por determinadas caractersticas. Se o terceiro includo lembrar algum com quem se tenha tido ou ainda tenha uma boa relao, o vnculo tende a ter ressonncia, enquanto se o terceiro includo lembrar o contrrio, o vnculo tende a ser dissonante, e assim, a sintonia necessria para criar o ambiente propcio ao trabalho fica prejudicada. O fenmeno do terceiro includo pode acontecer tanto do lado do cliente como do Coach, ento a criao do contexto depende do encontro entre esses dois seres. Outro ponto importante na construo do vnculo identificar como as caractersticas do cliente podem lhe servir de espelho, seja nas suas facilidades ou nas suas dificuldades, alm de observar como as demandas dele ressoam em voc. Por essa razo, sabemos o quanto importante ter nosso caminho de autoconhecimento. Outra questo no menos importante reconhecer qual a postura de quem pede ajuda se vem como uma criana ou como um adulto e, em contrapartida, qual a postura de quem d a ajuda se o posicionamento como autoridade, como os pais, apontando caminhos, ajudando a infantilizar e a desapoderar o cliente, ou como outro adulto. Relao entre Seres Multidimensionais Dentro da abordagem do Coaching Sistmico, o encontro entre o Coach e o seu cliente (Coachee) multidimensional, pois os dois so Seres Multidimensionais, ou seja, compostos destas 5 dimenses: corpo, emoo, mente, esprito e contexto social. Esse reconhecimento e esclarecimento logo na chegada nos ajuda a dar a dimenso dos recursos que sero acessados na caminhada. Convidamos o cliente para acess-los e incluir todas as informaes vindas de todas essas dimenses: as sensaes corporais, as reaes emocionais, os insights e intuies, alm de todos os sinais e acontecimentos do contexto social em que ele est inserido, e no apenas a mente racional como estamos acostumados. Esse ponto importante para dar clareza da abrangncia metodolgica e ajudar o cliente a compreender os passos do caminho.

  • Relao entre campos sistmicos Aqui damos mais um passo para ampliar a conscincia da amplitude do trabalho, medida que informamos que alm de usarmos as 5 dimenses para buscar e receber informaes, vamos tambm acessar a inteligncia dos campos informacionais onde a demanda est inserida, ou seja, vamos pesquisar e olhar todos os ngulos da questo nas suas diversas manifestaes. Dessa forma, incluir tudo e o todo, para que, com esse olhar, possamos encontrar as solues. Escutar A escuta tambm multidimensional, afinal somos Seres Multidimensionais! Devido a isso, escutamos no s com nossos ouvidos, mas tambm com todas as nossas dimenses: com o corpo, por meio de nossas sensaes, com as emoes e sentimentos, com os pensamentos, com o esprito, por meio de nossas intuies, e, como no poderia faltar, com base nos fatos, nos sinais evidenciados no contexto social em que a histria se desenrola durante a caminhada. Podemos chamar de escuta sistmica! Diagnstico sistmico e construo do plano de realizao

    A segunda etapa da jornada do Coaching Sistmico o Diagnstico Sistmico e a construo do Plano de Realizao. O Diagnstico Sistmico tem 4 pistas importantes a serem pesquisadas:

    1. Qual o DESEJO? Qual o foco? 2. A histria do desejo 3. Os SIMs ao desejo 4. Os NOs ao desejo

    Segue um roteiro que nos auxilia nessa tarefa. Vale lembrar que apenas um roteiro sugestivo, no sendo necessrio segui-lo risca. Ele apenas um recurso, embora importante.

    O diagnstico sistmico

    1. Qual o DESEJO/foco que levou a pessoa a buscar o Coaching?

    Aqui importante registrar com clareza e checar com o cliente se sua percepo est correta. O foco do Coaching vai guiar a caminhada, vai ser o fio condutor. Todos os pontos que aparecem durante o processo sero

  • trabalhados de acordo com sua conexo com esse foco. Lembre-se de que esta uma caracterstica do trabalho do Coaching: ajudar o cliente a focar, a cuidar da sua inteno, da sua meta.

    2. Contextualizar a histria do desejo.

    Esse momento vai ajudar a compreender o contexto sistmico do desejo e trazer vrias informaes que daro pistas para a escolha dos mapas de que poderemos lanar mo mais adiante.

    Eis alguns pontos dessa contextualizao:

    a. O que alavancou a deciso de fazer um Coaching, qual fato foi importante nessa alavancagem.

    b. Pesquisar a origem do desejo, quando e em que contexto ele veio tona em sua histria de vida.

    c. Em que ponto se encontra essa questo na vida do cliente: o que at agora j foi feito e que resultados foram alcanados.

    d. Pesquisar como esse desejo se encontra dentro dos vrios sistemas da vida da pessoa: pessoal, familiar, profissional, econmico, social, espiritual.

    e. Pesquisar a quem mais a realizao desse desejo pode afetar, alm do prprio indivduo.

    3. Pesquisando os SIMs ao desejo

    Nesse momento, ajudamos o cliente a identificar o quanto ele acredita e confia no que deseja, e quais os recursos j disponveis para sua realizao. preciso olhar se esses recursos j foram usados antes e quais os seus resultados, para que realmente se possa avaliar se podem ser considerados realmente como recursos de ajuda ou apenas caminhos conhecidos e tidos como possibilidades. As perguntas abaixo vo ajudar a construir a autorresponsabilidade pela concretizao do desejo:

    a. Como voc vai identificar se o desejo/objetivo foi atingido? Quando isso ocorre, ele vai estabelecer os indicadores de resultado do

    seu trabalho. Estimule que ele tenha evidncias importantes que sinalizem o desejo sendo atingido.

    b. Voc acredita que possvel realizar?

  • Sua resposta vai mostrar o quanto ele acredita no que deseja. Nessa resposta normalmente aparecem nas entrelinhas os NOs ao desejo.

    c. Por que acredita ser possvel ? A funo desta pergunta identificar qual a crena que embasa acreditar

    que possvel. Tambm nesse momento pode aparecer nas entrelinhas o que interfere nesse acreditar.

    4. Pesquisando os NOs ao desejo

    Esse o momento em que voc vai perceber o porqu da pessoa vir pedir ajuda. aqui que comea a clarear o que ela precisar transformar para conseguir atingir seus desejos e metas. aqui que os ns comeam a dar o ar da graa. Trago essa expresso do nosso cotidiano para nos lembrar que exatamente atravs do desfazer esses ns que a graa pode se manifestar! As perguntas abaixo nos ajudaro a tomar conscincia de nossas criaes, as crenas limitantes que dificultam que nossos desejos sejam satisfeitos. Assim, mais uma vez, ajudamos o cliente a comear a compreender que so essas crenas que definem sua vida e a conscientiz-lo de sua autorresponsabilidade pelos NOs ao desejo.

    a. O que dificulta a realizao do desejo? A resposta a esta pergunta ajudar o indivduo a trazer as crenas que o

    limitam e o fazem desacreditar do desejo. Este um ponto importante para voc registrar. Pois ser a desconstruo dessa crena que vai permitir a mudana e, por consequncia, o resultado do trabalho de Coaching.

    b. O que causou as dificuldades? Enquanto esta pergunta visa conhecer as matrias-primas usadas na

    construo da crena limitante, nos enredos dessas causas muitas vezes vm nas entrelinhas as lealdades invisveis que carregamos na vida. Vamos seguindo essas crenas assim como agimos no piloto automtico.

    c. Essas dificuldades j so conhecidas? Esta pergunta visa levar o Coachee a tomar conscincia do quanto essa

    dificuldade j vista e sentida por ele e a pesquisar o que j foi feito para resolv-la. Essas informaes so importantes para que possamos saber

  • que recursos para soluo j foram tentados e de que forma foram feitos. So caminhos portanto para no serem tentados mais uma vez, de modo a no enfraquecer sua confiana na soluo.

    d. Elas j dificultaram outros desejos seus e de outras pessoas do seu

    sistema familiar? Esta pergunta para confirmar o quanto essa dificuldade se faz presente

    no seu sistema, pois, quanto mais presente estiver, de mais recursos inovadores precisaremos lanar mo para ajudar nessa desconstruo.

    e. Como essas dificuldades so alimentadas? Esta reflexo vai ajudar a ampliar a conscincia dos comportamentos

    que alimentam as dificuldades. Este o primeiro e um bom passo para comear a desconstru-las.

    Lembretes Aqui vo alguns lembretes para ajudar nossa mente racional a relembrar que somos Seres Multidimensionais, Sistmicos e nicos:

    1. O roteiro acima normalmente trabalhado nas 3 primeiras sesses de Coaching. Contudo, ele no se esgota nelas. Esses pontos so pilares de trabalho e por isso acompanham todo o percurso do Coaching.

    2. O caminho espiralado. Espiral a via do desenvolvimento, o caminhar dando voltas contnuas e ascendentes, o que significa que muitas vezes os pontos so trazidos para serem trabalhados, mas a cada momento em que eles se apresentam, j no esto no mesmo lugar de antes, por mais que parea. A cada volta, algo novo que se descortina, que se desconstri para se reconstruir.

    3. Escutar com sua multidimensionalidade, esta uma grande ferramenta

    para encontrar os pontos-chaves e ajudar o cliente a fazer sua travessia com sucesso! Considere todas as informaes vindas das suas sensaes, emoes, pensamentos, intuies, sinalizaes, e ajude o cliente a tambm escutar e compreender suas investigaes com sua multidimensionalidade.

    4. Olhar o desejo dentro de todos os sistemas da vida do cliente, ou seja, se

    est localizado no mbito profissional, no vamos ficar restritos ao sistema profissional. Vamos olhar esse desejo de todos os ngulos dos outros sistemas, como o pessoal, familiar, social, espiritual, pois somos Seres Sistmicos, somos um todo!

  • Construo do plano de realizao

    Aps a entrevista para o Diagnstico Sistmico, a qual ocorre normalmente nas 3 primeiras sesses, comeamos os passos para a Construo do Plano de Realizao. Esse momento tem a funo de permitir que o cliente possa registrar, refletir e meditar sobre sua autorresponsabilidade na realizao do seu desejo.

    Para isso, convidamos voc a preencher os instrumentos abaixo:

    1 Ampliando a Conscincia para realizar o desejo 2 Construindo o caminho da realizao do desejo Plano de Ao.

    Sugerimos que o cliente possa preencher fora da sesso e trazer para ser refletido e trabalhado na sesso seguinte.

    O instrumento Ampliando a Conscincia para realizar o desejo deve ser preenchido primeiro e tem a funo de sintetizar e registrar a inteno de realizar o que se deseja, e, ao mesmo tempo, de mapear o cenrio das facilidades e desafios para a realizao. Essa ampliao da conscincia j aflorada na fase da entrevista diagnstica, tem o objetivo de reafirmar a autorresponsabilidade da pessoa pela concretizao de seu desejo.

    Ampliando a conscincia para realizar o desejo

    Meu desejo ... (escreva de forma clara e objetiva)

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Esse desejo vai satisfazer...

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Esse desejo insatisfeito me deixa...

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Mapeando os SIMs e os NOs desse desejo

  • O que favorece esse desejo O que dificulta esse desejo

    Qualidades que levam ao SIM Caractersticas que levam ao NO

    O que indica a realizao desse desejo ...

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Aps esse instrumento ser trabalhado na sesso, o prximo passo preencher o segundo instrumento. Construindo o caminho da realizao do desejo Plano de Ao. Esse o momento de planejar as aes para materializar o desejo, e ajudar a pessoa a compreender o passo a passo para conquist-lo. a fase de preparar o terreno e fazer o plantio do que se quer colher.

    o momento do ritual de assumir o compromisso de fazer acontecer a manifestao do que foi gerado. Uma chave nessa fase identificar quais as crenas alavancadoras e as limitantes que precisaro ser transformadas para que os passos sejam dados.

    Construindo a realizao do desejo Plano de Ao

    Eu assumo o compromisso de dar estes passos, em direo ao meu desejo de:

  • ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Acompanhamento para fazer acontecer Esta terceira fase onde encontramos os maiores desafios, os quais so facilitados medida que focamos nos seguintes recursos de transformao:

    1. As crenas alavancadoras, pois so elas que ressaltam nossas foras, e delas precisamos para poder realizar o que desejamos.

    2. As crenas limitantes, para serem transformadas.

    Os passos (o que fazer ao) Prazo

    01

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    05

  • 3. Estabelecimento de um vnculo de parceria entre elas, ou seja, quais as

    foras que podem ajudar na transformao das limitaes.

    4. Mapeamento das estratgias de personalidade que sinalizam as foras e as fraquezas a serem contempladas e trabalhadas.

    5. A sabedoria de acompanhar os dois princpios da criao se expressarem:

    o principio ativo, que define a inteno, o desejo, e sua fecundao no tero do princpio receptivo para fazer a gestao e esperar os nascimentos e crescimentos.

    Abaixo, uma sugesto de registro para ajudar nesse acompanhamento. Observe que nele h 12 sesses, o que no significa que tm que ser 12. Pode ser menos ou mais, tudo vai depender do tamanho da demanda e do seu contexto. A prtica tem mostrado que 12 sesses distribudas numa mdia de 6 meses, inicialmente semanais, depois quinzenais e mensais, tem sido uma boa forma de trabalhar.

    Coaching Sistmico

    Cliente _____________________________________________________ N Data Sntese do encontro

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    Coaching Sistmico Um caminho de conquistas atravs do Ser Captulo 3 Ferramentas do Coaching Sistmico Quem se oferece como canal de ajuda, claro, tambm recebe muitas ajudas, e timo saber disto! Uma delas nossa bssola, que nos sinaliza para trs fases da jornada do Coaching Sistmico, sobre as quais j conversamos:

    1. Estabelecimento do vnculo.

    2. Diagnstico sistmico e construo do plano de realizao.

    3. Acompanhamento para fazer acontecer.

    Vamos agora olhar os muitos mapas contidos em nossa mala invisvel, que se estiverem bem conhecidos e praticados sero valiosos companheiros de jornada. So muitos, mas convido-o a olharmos agora para estes seis:

    1. A multidimensionalidade e diversidade humana 2. Os nveis de conscincia do ser humano 3. A estrutura da Personalidade Humana 4. As estratgias de Personalidade 5. Campos informacionais 6. A escuta perceptiva

  • Olharemos cada mapa, mas antes vamos juntos honrar e agradecer a todas as pessoas que pesquisaram, escreveram e nos passaram todos esses conhecimentos, o que nos permite fazer essa sntese em mapas. 1. A multidimensionalidade e diversidade humana Esse primeiro mapa tem um smbolo: nossa mo. Olhe para ela e observe como constituda. Temos cinco dedos e cada um diferente do outro. Se ampliarmos esse olhar indo para a outra mo, observaremos que tambm diferente da outra. Logo, a diversidade est presente em tudo! Nossa mo vai nos ajudar a lembrar que os Seres Humanos tambm, assim como as mos com cinco dedos, tm cinco dimenses: fsica, emocional, mental, espiritual e social. Cada uma com sua funo e todas nossa disposio para vivermos bem a vida. A imagem abaixo nos ajudar nessa compreenso. Deixe que ela v conosco dar um zoom em cada dimenso.

  • A dimenso fsica nosso corpo, a mais concreta que temos. Ele nossa matria, nossa fisicalidade. Nosso corpo corresponde a nossa casa. atravs dele que expressamos quem Somos! Por meio de nossas sensaes, emoes, pensamentos, intuies, com ele que nos relacionamos! Alm dele ser fonte de tantas informaes, tambm por meio dele que revelamos nossa dimenso consciente e inconsciente, revelamos nosso Ser! A linguagem informacional do nosso corpo so as sensaes, vindas no s pelos nossos cinco sentidos: viso, audio, tato, gustao e olfato, como tambm pela diversidade de sensaes, como n na garganta, aperto no corao, embrulho no estmago, peso nos ombros etc., pela nossa sensibilidade de sentir o que est acontecendo em nosso meio interno e externo, esteja ele perto ou longe. Nosso corpo um grande radar.

  • O sistema cerebral reptiliano, nosso crebro mais antigo, expressa nossas reaes instintivas e sensoriais atravs de nosso corpo. Por tudo isso, precisamos ter uma ateno especial a ele, pois ele nos revela e nos conta nossa histria, sem rodeios. A sensao de peso nos ombros nos remete memria de imagens que arquivam uma crena que pode nos dizer: eu tenho que aguentar!. A dimenso emocional expressa nossas emoes e sentimentos e est sediada no sistema lmbico, em nosso crebro, e nos avisa instantaneamente se o que est acontecendo bom ou ruim, disparando as reaes emocionais. o emocional que d cor e movimento a nossa vida. As reaes emocionais so grandes reveladoras de memrias e crenas que precisam ser transformadas para que as mudanas possam ocorrer. Estar diante de uma reao emocional um momento especial respiramos e ajudamos nosso cliente a sustentar a vivncia de sua reao emocional, sem acudir e interromper, apenas respirando e ficando atentos, sem tenso. Dessa forma, a reao emocional poder, por meio do que expressar, fazer sua revelao. A dimenso mental, responsvel por nossos pensamentos, com sede no neocrtex, nosso crebro mental, tem a funo de decodificar as informaes atravs de nossos pensamentos e crenas. nela que esto arquivadas todas as nossas crenas, sejam elas limitantes ou alavancadoras, mas que, como so convices profundas, expressam uma forma pensamento cristalizada que provoca as repeties em nossa vida. Como escutamos nos ditos filosficos: no somos o que Somos, somos o que pensamos Ser. E so essas crenas que nos aprisionam e dificultam nossas mudanas. exatamente por causa delas que nosso cliente nos procura. Preste bem ateno a estas pistas onde podemos encontr-las:

    Sensaes corporais, especialmente as desconfortveis: dentro dessa sensao normalmente habitam imagens e dentro delas uma crena, que pode ser bem antiga. Pode inclusive estar sendo carregada h anos pela ancestralidade. Ela , ento, uma das heranas.

    Reao emocional: choro, ataques de raiva, tristeza, ressentimentos,

    dentre outras. Na sua expresso, temos a possibilidade de reconhecer uma crena.

    Acontecimentos repetitivos: eles podem mudar o cenrio, os figurantes, mas a trama a mesma. Essas repeties so preciosas para se descobrir o denominador comum de todas elas e, a partir dele, encontrarmos a crena que modela todas as repeties.

  • A dimenso espiritual, presena do nosso Esprito, de nossa Inteligncia Maior, aquele sopro da vida presente em nossa respirao, ao qual chamamos de DEUS, Esprito, Self, Ser Essencial, Eu Superior, Luz, Energia Universal e tantos outros nomes. nosso esprito, que por meio da intuio nos conecta com o Todo, com a Conscincia Divina. essa dimenso espiritual que define em que famlia, cultura, pas, poca, viemos fazer nossa experincia de vida, ter nossos aprendizados e realizar nossas transformaes. Cresce a cada dia a curiosidade humana para explicar com palavras da dimenso mental, a manifestao da dimenso espiritual em nossa vida, a exemplo dos estudos da fsica quntica e das neurocincias. Compartilho uma informao que acalmou minha mente ao compreender o funcionamento das intuies e, por consequncia, das conexes com o mundo mais vasto, com o mundo csmico. Em nossa medula espinhal corre um lquido crebro-espinhal ou liquor com uma aparncia cristalina, no qual circulam muitos cristais, dentre eles o silcio, a mesma substncia usada nos chips e circuitos de memria dos computadores. Saber da presena do silcio no liquor de nossa coluna, me ajudou h muito tempo a compreender que uma das formas com que fazemos a conexo e captamos intuies vindas da dimenso espiritual, do meio circundante e do cosmo. A imagem que acompanha essa compreenso: por todos os estudos e experincia de receber e fazer Coaching, decidi me cadastrar no site do tema Coaching, e com uma senha, acesso, fao perguntas, recebo orientaes, pesquiso e tambm contribuo, assim como estou fazendo agora. A dimenso social traz nossa histria, nosso contexto familiar, profissional, religioso, financeiro, poltico, onde nosso Ser habita e se relaciona para fazer sua aprendizagem nesta vida. Embora todos os seres humanos tenham todas as cinco dimenses, nem sempre todas so contempladas e ouvidas. E quando o so, muitas vezes o fazem numa relao conflitante. Quantas vezes nossa mente quer algo, nosso corao quer outra coisa, os fatos do contexto social trazem evidncias e apontam para outra escolha, e nosso esprito, atravs de nossa intuio, nos sinaliza outro caminho? um verdadeiro conflito! Nessa hora, uma boa sada buscar um Coaching! O Coaching Sistmico um espao propcio para trazer todas essas dimenses a fim de que possam se reunir, conversar e se alinhar. Incluindo todas e reconhecendo que elas tm sua funo e contribuies, as transformaes para a realizao das conquistas se tornam possveis!

  • Como veem, um dos nossos trabalhos ajudar nosso cliente a reconhecer e colocar todas as suas cinco dimenses para conversarem, chegarem a um consenso e encontrarem as solues de que ele precisa. Mas, detalhe, s vamos conseguir fazer isso se tivermos a prtica de reconhecer essas cinco dimenses e sentarmos para dialogar com elas diariamente. 2. Os nveis de conscincia do Ser Humano O mapa seguinte nos ajuda a identificar os nveis de conscincia do Ser Humano com base na manifestao das dimenses da multidimensionalidade na vida. Embora tenhamos as cinco dimenses: fsica, emocional, mental, espiritual e social, a identificao dos quatro nveis de conscincia fsico, emocional, mental e espiritual se expressa no contexto social. Logo, podemos olhar o nvel de conscincia das pessoas a partir de como cada dimenso cuidada e expressa em sua vida. A conscincia da dimenso fsica percebida tanto pela forma como expresso e cuido do meu corpo, o quanto esteja saudvel e atendido nas suas necessidades, ou no. Alm da forma como cuido da organizao da vida, por meio das escolhas que fao em termos de habitao, profisso, padro socioeconmico, sustentabilidade, dentre outras, tambm pela manifestao concreta de como corporifico quem Eu Sou na vida. A conscincia da dimenso emocional percebida atravs das maneiras como me relaciono e me vinculo com as pessoas, como incluo, excluo e mantenho os relacionamentos, como expresso minhas emoes e sentimentos na construo e manuteno da minha rede de relacionamentos. Em sntese, como se encontram meus relacionamentos afetivos, familiares, profissionais, de amizades e sociais. A conscincia da dimenso mental expressa atravs das ideias, dos padres culturais, regras e mandatos que sigo, pelas crenas que moldam as escolhas, pelos papis sociais que exero, pela forma como me comunico e como exero, ou no, meu poder pessoal na vida. A conscincia da dimenso espiritual percebida atravs do meu propsito de vida, pelos valores que embasam minhas atitudes e escolhas, pela forma como pratico o exerccio do respeito, da justia, do equilbrio do dar e receber e do amor incondicional em relao a mim, ao outro, natureza e ao todo que me circunda. A disfuno em um dos nveis de conscincia provoca desrespeito e desequilbrio na vida. As disfunes, mais uma vez, so pistas para encontrarmos uma concepo errnea e dentro dela a crena que precisa ser transmutada para que o equilbrio possa ser restabelecido. Os desequilbrios geram demandas de Coaching, logo, acolher essas demandas at encontrar suas razes, as crenas que as alimentam, tem sido um caminho de conquistas atravs do Ser.

  • 3. A estrutura da Personalidade Humana O prximo mapa a ser includo o da estrutura da personalidade humana. Essa referncia est atrelada aos ensinamentos do Pathwork, uma proposta de autoconhecimento que integra a psicologia e a espiritualidade, trazidos para esta dimenso por Eva Pierrakos. Segundo essa abordagem, a estrutura da personalidade humana composta por Eus.

    EU SUPERIOR eu inferior

    Nosso EU SUPERIOR nossa natureza superior. nossa Luz, traduzida pelas nossas qualidades. Tambm conhecido como Eu Real, Centelha Divina do Homem, pois expressa um estado natural que atua a partir do centro do Ser, sem fingimentos, tenses e ansiedades. um estado de paz interior. O eu inferior so as nossas imperfeies, nossos lados sombrios, expressos pelos nossos defeitos, os quais nos colocam em dificuldades e, por isso, tendemos a ocult-los. Ele limitado e ignorante, carecendo, portanto, de viso e sabedoria. No tem conscincia. O eu inferior coberto por disfarces para enganar os outros e, consequentemente, a si mesmo, fazendo muitas vezes com que demonstremos ser uma pessoa que no somos, sendo chamado tambm de eu mscara ou eu idealizado, um falso eu. Nossa inteno ao compartilhar a existncia desses Eus salientar que as buscas pelo Coaching so ocasionadas pelas interferncias do eu inferior, que tem uma viso limitada e enganosa, normalmente alimentado por crenas distorcidas. Nosso desafio ajudar o cliente a no apenas transformar as crenas, mas tambm seguir a motivao natural do seu EU SUPERIOR, que tem uma viso maior, no maior alcance possvel. Essa ampliao de viso facilitada pela ativao do Eu Observador, que silencia e contempla compassivamente, sem julgar e criticar. O Eu Observador atua silenciosamente, para poder entrar em meditao e escutar a voz e a orientao do EU SUPERIOR, tambm chamado de Sabedoria Interna. O EU SUPERIOR possui trs atributos divinos: Amor, Poder e Serenidade. Eles abrangem a totalidade da perfeio e todos os outros atributos divinos esto dentro dele. Numa pessoa com nvel de conscincia bastante desenvolvido, esses trs atributos atuam em conjunto, complementando-se harmonicamente, enquanto numa pessoa com nvel de conscincia pouco desenvolvido, esses aspectos so tidos como contraditrios e excludentes. Isso acontece quando um desses

  • atributos escolhido como uma pseudossoluo para resolver um problema da vida, e depois para resolver todos os problemas da vida, gerando assim uma distoro. As distores so construdas inconscientemente pela criana para enfrentar uma dor na infncia. A conscincia infantil escolhe uma pseudossoluo para resolver sua dor e leva essa pseudossoluo para o resto da vida. E, como o nome j diz, essa uma falsa soluo, no real, at porque foi construda com a mente da conscincia infantil e no vai resolver os problemas que vo surgindo ao longo do viver. Essas pseudossolues criadas na infncia terminam formatando a personalidade humana, que vai sendo construda com base nessas distores. Vamos conhecer quais as personalidades e suas respectivas distores, pois so elas que criam e perpetuam os problemas em nossas vidas. Temos trs tipos de personalidade:

    1. Emoo atributo do amor 2. Vontade atributo do poder 3. Razo atributo da serenidade

    Uma pessoa com amplo nvel de conscincia usa harmonicamente os trs atributos, afinal, como j vimos, tambm nas dimenses humanas precisamos incluir todas para que possamos sentir, pensar e agir com coerncia. Nossa personalidade sistmica. Ela usa os trs atributos assim como sua multidimensionalidade. Mas uma pessoa com nvel de conscincia pouco desenvolvido tem uma personalidade limitada pelo uso dos atributos de forma distorcida, alm de excludentes. Vamos agora dar um zoom em cada personalidade. Personalidade da Emoo: distorce o atributo do amor atravs da pseudossoluo: se eu me submeter, me escravizar, apaziguar e ser subserviente, mesmo que para isso tenha que trair minha prpria pessoa, se para ser amada, vale a pena. A suposio errnea contida na crena de que o amor resolve todos os problemas da vida, mesmo aqueles que no tm nada a ver com amor induz a pessoa ao pensamento para no ser rejeitada, tenho que ser boazinha. Personalidade da Vontade: distorce o atributo do poder atravs da agressividade, hostilidade e prepotncia, acreditando que todas as situaes da vida sero dominadas. As pessoas que acreditam que o poder e a vontade resolvero todos os problemas, lutam para ser invulnerveis. Para isso, buscam controlar todas as situaes para no perder e ceder, pois no suportam a

  • vergonha e a fraqueza. A suposio errnea est contida na crena se for vulnervel, serei humilhado e derrotado. Personalidade da Razo: distorce o atributo da serenidade atravs da fuga dos problemas, das decises e da vida. A pessoa no quer assumir compromisso, acreditando que a retirada e a indiferena evita os problemas. A suposio errnea est contida na crena se me envolver, se me comprometer, isso me levar ao caos. Como podemos observar, as distores so as defesas criadas pela criana com sua conscincia infantil para se proteger de suas dores. A conscincia infantil generaliza essas pseudossolues para tentar resolver todos os problemas da vida. Mesmo quando j est na idade adulta, essa conscincia ainda est operando. Logo, o grande desafio do Ser Humano ampliar sua conscincia, transformando a conscincia infantil e distorcida numa mais ampliada, para que possa acreditar e viver a vida usando o que j lhe pertence, seu EU SUPERIOR, com todos os seus atributos divinos de AMOR, PODER e SERENIDADE. Guiados por essa viso, nossa grande ajuda ao acompanhar as pessoas nas suas transformaes em direo a suas conquistas lev-las a reconhecer suas pseudossolues, at chegar s crenas, o verdadeiro molde da distoro, e, chegando nelas, com a pacincia de um ourives, ajudar essas pessoas a desconstruir essas crenas, acreditar na presena do seu EU SUPERIOR e a se apropriar do paraso que j seu por natureza divina. Dentro da diversidade humana, embora tenhamos eleito uma pseudossoluo como a mais adequada, marcando assim a personalidade que nos lidera, as outras pseudossolues podem se fazer presentes, constituindo assim um mix de atuao. Para facilitar a compreenso dessa diversidade, vejamos no quadro a seguir uma sntese dessa abordagem para que possamos ter uma viso sistmica.

    Personalidade Emoo Vontade Razo

    EU SUPERIOR AMOR, compaixo, unio, compreenso, bondade.

    PODER, coragem, determinao, confiana, realizao.

    SERENIDADE, sabedoria, clareza, equilbrio.

  • eu inferior submisso, vitimizao, escravizao.

    obstinao, controle, agresso, dominao, voluntariedade, competitividade.

    retirada, indiferena, desconexo, descompromisso.

    eu mscara ou eu idealizado

    Terei que ser sempre boa, disponvel e me sacrificar.

    Terei que ser sempre competente, forte e ter sucesso.

    Terei que ser sempre sereno, neutro e tranquilo.

    Crena distorcida O amor resolve todos os problemas da vida.

    Se for boazinha serei amada.

    O poder e a vontade resolvem todos os problemas.

    Se for vulnervel serei humilhado e derrotado.

    A retirada e a indiferena evita todos os problemas.

    Se me envolver, serei levado ao caos.

    Esse mapa nos traz um grande alerta, convidando-nos a integrar e usar em nossas vidas todos os atributos divinos, os quais j temos de direito por sermos Seres Divinos apesar de Humanos. 4. As estratgias de Personalidade O mapa das Estratgias de Personalidade nos ajuda a compreender determinados comportamentos e, especialmente, nos do pistas do que podemos fazer para ajudar as pessoas no seu desenvolvimento e transformao. Esse estudo baseado nas contribuies e Wilhelm Reich e Alexander Lowen, sintetizados por Vilma Chiorlin na Terapia Organizacional. A viso dessa abordagem de que viemos para esta vida com alguns desafios. Eles se apresentam atravs das dificuldades que encontramos. Os desafios bsicos aparecem durante os primeiros anos de vida, desde o momento de nossa concepo at o trmino da infncia. Para lidar com esses desafios, desenvolvemos vrias estratgias de defesa que alm de nos ajudar a enfrent-los, mostra-nos as pistas de como podemos transform-los, medida que acessamos as qualidades disponveis por trs de cada estratgia de defesa. Assim sendo, nossas defesas so expresses de nosso lado humano. Mas tambm somos divinos, somos luz expressa no mundo pelo uso de nossas qualidades.

  • A seguir, acompanhe-nos nesta histria que vai nos dar algumas pistas de como identificar essas estratgias no nosso cotidiano: Um grupo de colegas desejava h tempos fazer uma viagem juntos. Alexandre, que normalmente ficava com a incumbncia de articular e agregar o grupo e que adorava receber as pessoas, mesmo estando inquieto com algumas questes pessoais, havia marcado um almoo em sua casa para que todos pudessem decidir e comear a fazer a programao. Ligou inicialmente para Catarina, para confirmar sua ida, pois ele sabia que sua presena iria ser til para influenciar as decises, j que normalmente todos apoiavam suas sugestes. Nesse momento, sondou suas indicaes. Quase em seguida, ele recebeu a ligao de Juliana, que ao ficar sabendo da inteno dele, antecipou-se para ajudar e dar algumas opinies de como fazer esse encontro, alm das sugestes para onde viajarem. Falou durante muito tempo, e Alexandre, j sem disposio para ouvir, criou uma desculpa para desligar, mas agradeceu e aceitou sua colaborao, pedindo-lhe que ligasse para Scrates. Em seguida, Juliana ligou para Scrates a fim de intim-lo a ir e, depois de muitas tentativas em vo, conseguiu comunicar-se com ele apenas uns dois dias depois. Ela j sabia que Scrates se esquivava desses encontros, tinha sempre um motivo para no comparecer. Mas mesmo assim eles queriam muito sua presena, porque ele tinha sempre algo a informar, por ser um leitor assduo e assistir muitos filmes e documentrios. Ainda na ansiedade por no ter conseguido falar com Scrates, Juliana ligou para Alexandre e lhe contou toda a dificuldade que passava para falar com o amigo. Foi quando lembraram de ligar para Socorro. Em seguida, ela ligou para Socorro e j comeou a ligao reclamando do estresse para falar com Scrates. Socorro aparentemente ouviu com calma, mas quando foi chamada para o almoo, demonstrou ressentimentos, sinalizando que j ficara sabendo do assunto. E imediatamente sua amiga retrucou: claro! como podamos esquecer de voc, nossa mezona, que nos ajuda e socorre nos sufocos? Claro, voc est dentro!. Vamos compreender um pouco como funciona cada estratgia de defesa e, especialmente, qual o mapa adequado para facilitao, transformao e desenvolvimento de cada pessoa. Comecemos com Scrates, mais reservado, preferindo as leituras e os filmes em vez de estar com gente. Normalmente, esse comportamento comum nos indivduos com estratgia de defesa esquizoide. Eles costumam se refugiar em seu mundo interno, muitas vezes criado por eles mesmos, e vo se distanciando do contato com a realidade externa. O termo esquizoide refere-se a ciso.

  • Esta defesa evidencia uma separao entre o mundo interno e o externo e entre o pensamento e o sentimento. Pode provocar, na pessoa com essa caracterstica, a sensao de estar fora de si, fora do contexto, sentir-se como um peixe fora dgua, gerando dificuldade de se fazer entendida e colocar suas ideias em prtica. A causa dessa defesa a sensao de haver sido rejeitada pelos pais, sentida como ameaa a sua vida. A pessoa no se sente includa nem segura em sua caminhada. Alguns dos comportamentos que podem sinalizar a presena da defesa esquizoide numa pessoa com este tipo de personalidade.

    Refugia-se no seu mundo interior, por isso, hipersensvel e tem uma baixa resistncia a presses externas.

    No se sente integrada e conectada, por isso, sente-se diferente.

    No tem facilidade de contato, por isso, tende a evitar relacionamentos prximos. A proximidade assusta, prefere o isolamento e a comunicao por e-mail.

    O sentimento comum a desconfiana, por isso, costuma se distanciar da

    realidade e das situaes, usando o desligamento, retirando-se da situao como defesa. Normalmente no se expe, dando a impresso de desinteresse.

    So inteligentes, embora com pensamentos nas nuvens, por isso, voam com facilidade. Tm dificuldade para falar de coisas reais e de pr os ps no cho, da pensamentos confusos. Muitas vezes confundem as pessoas.

    No esto completamente presentes: tm um p na terra e outro no

    espao. A defesa energtica natural retroceder para o mundo do esprito.

    As principais qualidades das pessoas que expressam essa defesa so: Criatividade e inovao. Geralmente, tm elevada capacidade criativa, tm

    muitas ideias. Pessoas que se do bem sendo inventores, escritores, artistas e pesquisadores.

    So espiritualizadas, conhecem os profundos propsitos da vida e podem

    colocar a servio das pessoas, escrevendo ou inventando. Trabalhos que facilitam a transformao dessa estratgia de defesa: Acolhimento e incluso real e sincera.

    Definio clara dos objetivos, contextos e limites.

  • Trabalhos corporais que facilitem a conscincia do prprio do corpo e, como consequncia, do fato de estar vivo, tais como: alongamento, respirao, massagem, relaxamento, caminhada, corrida, natao, dentre outros.

    Procuremos agora entender um pouco mais Juliana, que fala o que sente e pensa. Ansiosa, est sempre disposta a estar com as pessoas e reclama quando no concordam com ela. Esse comportamento usualmente caracterstico dos indivduos que expressam como estratgia de defesa a oralidade. A origem dessa estratgia a privao na infncia, por ausncia dos pais, pela falta de nutrio e cuidados necessrios, quer fsicos ou emocionais. Para suprir essa carncia, muitas vezes tornam-se precoces, aprendendo a falar e a andar por si, conquistando prematuramente sua independncia, mas ficam internamente com a falta e a sensao de que no sero atendidas, por isso querem sempre mais e mais e, mesmo assim, no se do por satisfeitas. Alguns dos comportamentos que podem sinalizar a presena da defesa da oralidade:

    A experincia bsica de carncia. Pessoas com esta personalidade tm a sensao de que o mundo lhes deve. Por isso, confronta, briga, no concorda e costuma dizer no.

    No acreditam que suas necessidades sejam satisfeitas, por isso, no

    pedem o que precisam, j que no fundo tm certeza de que no lhes ser dado. Para compensar, tentam se satisfazer com coisas externas, da quererem sempre mais, e tudo que lhes dado alm do que j conseguiram, ainda pouco.

    Apresentam dificuldade de se sustentar e, normalmente, vivem com

    problemas financeiros. Tm uma sensao interna de vazio, de precisarem ser apoiadas, por isso,

    h uma tendncia de depender dos outros. Essa dependncia pode ser disfarada com a doao em excesso, colocando-se como boazinhas, como uma forma de ficar junto do outro. Mostram uma predisposio para apegarem-se e agarrarem-se, porque se sentem abandonadas, muitas vezes sufocando e cobrando demais do outro.

    So orgulhosas, impulsivas, e costumam pensar que podem tudo.

    Costumam dar passos maiores que a perna, muitas vezes demonstrando uma independncia exagerada, no sustentada em situaes de presso.

    Tm tendncia iluso e fantasia, com pouca ao, por isso, tendem a ser iludidas pelos outros. Frustram-se com facilidade, pois esperam realizar magicamente suas ideias, elaborando projetos fora da realidade.

  • A emoo mais comum a raiva, quando suas vontades no so satisfeitas, tendo at ataques de birra. Normalmente so impacientes. No gostam de esperar e demonstram baixa tolerncia frustrao e dor.

    Mostram-se ansiosas, falam e explicam muito, buscando ateno. Por isso,

    tendem a se envolver com fofoca e tm dificuldade de ouvir e receber feedback.

    O pensamento instvel, facilmente mutvel, por isso, apresentam opinies

    e comportamentos oscilantes, como: euforia e depresso, onipotncia e incapacidade, segurana cega e pnico.

    Mostram-se inseguras e se desesperam diante da deciso, por medo e pela

    dificuldade de assumir a responsabilidade de arriscar, consequentemente, assumem uma atitude de viver esperando do mundo.

    As principais qualidades das pessoas que expressam essa defesa so:

    Excelentes comunicadores.

    Tm facilidade para as artes e cincias, embora tenham interesse em quase tudo.

    Trabalhos que facilitam a transformao dessa estratgia de defesa:

    Reconhecer, valorizar e incentivar suas qualidades e conquistas. Ajudar a pessoa a reconhecer suas reais necessidades e encorajar que

    seja responsvel pela busca de sua satisfao. Ajud-la a realizar seus projetos, estabelecendo compromissos passo a

    passo, dentro da realidade, acompanhando-a e ajudando-a a ir em direo ao e sustent-la.

    Ajud-la a sentir e atravessar a dor, e se fortalecer com as solues

    encontradas para transform-la. Ajud-la a acreditar e ter f em si e na vida.

    Trabalhos corporais que fortaleam a confiana em si. Trabalho de ground

    em p, exerccios que estimulem a vitalidade, o acolhimento e o trabalhar e lidar com limites, como tambm alongamento, respirao, meditao, massagem, relaxamento, caminhada, corrida, dana, natao, entre outros.

    Vamos agora conhecer um pouco mais como funciona a forma de ser de Alexandre, que articulou o encontro e estrategicamente chamou primeiro quem poderia facilitar a viagem. Ter estratgia e negar necessidades e sentimentos a

  • essncia da defesa psicopatia. Essa estratgia luta com a vulnerabilidade, ignorando suas necessidades e sentimentos, devido ao medo de ser manipulado, por isso busca ter xito a qualquer custo, pois o fracasso o aproxima da vulnerabilidade. A dinmica que estimula essa defesa a presena de um sistema familiar recheado de sedues veladas, com o objetivo de satisfazer os interesses dos pais, enquanto as necessidades de apoio e contato da criana so permeadas pelos jogos de disputas, deixando-a vulnervel e com a sensao de estar sendo manipulada e no necessariamente atendida nas suas demandas. Alguns dos comportamentos que podem sinalizar a presena da defesa psicopatia.

    Pessoa com dificuldade de confiar, com medo de ser manipulada.

    Grande motivao pelo poder, necessidade de dominar e controlar. O controle sua ferramenta-chave.

    Suas estratgias de dominao e controle usuais so a opresso e a

    seduo. A psicopatia seduz e manipula atravs de aproximaes sedutoras, seguidas de afastamento. Como funciona esse jogo: seduz a outra pessoa at aproxim-la. Quando esta se aproxima, ela se distancia, e quando a pessoa se ressente e distancia, ela volta a seduzir novamente para aproximar, e assim mantm o jogo.

    Age por interesse, ultrapassando os limites, se necessrio. Apega