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Componentes: Damares DiasMarina PereiraPriscila LeãoRamon Pires
Universidade Federal da Bahia
Instituto Multidisciplinar em Saúde
Campus Anísio Teixeira
Histórico Sintetizada em 1887 por Lazar Edeleanu;
Final da década de 20 – efeitos farmacológicos estudados;
Tratamento da obesidade, narcolepsia, hipotensão e síndrome de hiperatividade em crianças;
A metanfetamina foi sintetizada em 1919 e seu dextro isômero é o derivado anfetamínico com maior potencial de abuso;
Altamente utilizada por soldados na segunda guerra mundial – Combater fadiga e melhorar estado de alerta;
Oga, 2008.
Histórico Japoneses utilizavam as anfetaminas não apenas em
tropas, mas também em trabalhadores civis para aumentar a produtividade;
Grande esforço para conter uso disseminado;
Antes da popularização do uso da cocaína em 1970, a metanfetamina era responsável por cerca de 80% dos casos de pacientes adolescentes usuários de drogas nos Estados Unidos;
No Brasil, uso de rebites por caminhoneiros;
Compostos não catecolamínicos que produz ação estimulante no SNC mais persistente que a cocaína;
Oga, 2008.
Padrão de uso Aumenta estado de alerta físico e mental;
Muito utilizado por pessoas que necessitam de vigília prolongada;
Muito utilizados em competição esportiva como agente de dopagem – melhoram o condicionamento;
Speed – Utilizada em cápsulas de gelatina, contendo a substância ativa na forma de sais de sulfato ou fosfato;
Formulações usadas por via oral ou por injeção intravenosa;
Oga, 2008.
Padrão de uso Ice drops – preparo de solução saturada e alcalinizada de
cloridrato de metanfetamina, que após aquecida e resfriada, forma cristais que são fumados à semelhança do crack;
Encontrados normalmente como pó de cor variável de branco a bege ou de amarelo a pardo (depende do nível de impurezas);
Uso terapêutico baseia-se em propriedades de estimular o SNC;
80% dos anfetamínicos produzidos legalmente
destinam-se às terapias de redução de peso (Portaria 344);Oga, 2008.
Padrão de uso Comercializados livremente – descongestionantes nasais
(Nafazolina, Efedrina e Fenilefrina);
Outros exemplos de anfetaminas: Dietilpropiona (ou Anfepramona), Fenproporex, Mazindol, Metanfetamina e Metilfenidato.
Anfetamínicos com propriedades alucinógenas são de uso proscrito em nosso país;
A 3,4 – metilenodioximetanfetamina (MDMA) e a 3,4-metilenodioxietilanfetamina (MEDA) – anfetaminas alucinógenas;
Ecstasy e Eve – Efeitos psicotrópicos específicos, dos quais emanam sua utilização como drogas de abuso;
Laboratórios clandestinos
Oga, 2008.
Toxicocinética A anfetamina é rapidamente absorvida pelo trato
gastrintestinal;
Pico plasmático 1 a 2 horas;
Amplamente distribuídos;
Transportes especiais de penetração na barreira hematoencefálica concomitante com a difusão passiva;
Altas concentrações cerebrais;
Oga, 2008.
Toxicocinética
Biotransformação hepática;
Excreção urinária dependente de pH;
Meia-vida de eliminação:
Urina acídica (5,5-6,0) – 7 a 8 horas; Urina alcalina (7,5-8,0) – 18 a 33 horas;
Oga, 2008.
Toxicodinâmica Anfetaminas são drogas sintéticas;
Atuam como aminas simpatomiméticas nos receptores α e β adrenérgicos;
Similar a dopamina e norepinefrina - Falsos neurotransmissores;
Liberação direta dos neurotransmissores das vesículas sinápticas, bem como inibição da recaptação dos mesmos – Aumento da [ ] sináptica;
Inibidores da MAO;
Oga, 2008.
Toxicodinâmica Efeitos comportamentais – liberação de dopamina;
Aumento da norepinefrina – efeitos cardiovasculares;
Altas [ ] de norepinefrina e epinefrina circulantes – efeitos tóxicos no coração, inclusive morte das células do músculo;
Aumento da frequência cardíaca; Aumento do consumo de oxigênio; Aumento da pressão arterial; Hipóxia no miocárdio; Lesão necrótica no coração.
Oga, 2008.
Dependência e Tolerância• Alto potencial de abuso e farmacodependência;
• Promove liberação de dopamina 3X mais que a cocaína;
• Inibe a recaptação de dopamina e pode causar dependência;
• Incerteza quanto ao desenvolvimento de neuroadaptação;
• A retirada após uso crônico pode causar: fadiga, hiperfagia, apatia, letargia, ansiedade, distúrbios do sono e severa depressão;
Oga, 2008.
Dependência e Tolerância• Tolerância dá-se rapidamente para efeitos
simpaticomiméticos e anorexígenos;
• Tolerância dá-se lentamente para outros efeitos (estimulação, euforia e comportamento);
• Dose inicial em prescrições ou automedicação: 20 a 25 mg podendo aumentar para 50 a 150mg por dia via oral;
• Usuários crônicos chegam a utilizar doses repetidas que atingem de 5 a 15 mg/dia;
• DL50 : 25 a 25 mg/Kg sendo 1,5 mg/Kg a menor dose letal;
Oga, 2008.
Intoxicação e Tratamento• Tratamentos medicamentoso é pouco promissor
na remissão dos sintomas da abstinência;
• Lavagem gástrica, eméticos e acidificação da urina por cloreto de amônio oral ou injetável;
• Antidepressivos e agonistas dopaminérgicos foram utilizados mas não houve sucesso;
• Benzodiazepínicos de ação curta podem ser utilizados;
Oga, 2008.
Efeitos Tóxicos do Uso Abusivo
• Intoxicação aguda: efeitos sobre sistema nervoso central e cardiovascular, sudorese, taquicardia e taquipnéia, hipertermia, edema cerebral, hemorragia intracraniana difusa, colapso vascular e morte;
• Tolerância e aumento da dose: ansiedade, disforia, confusão mental, depressão, náuseas, cefaléia e fadiga;
• Intoxicação crônica: falhas cognitivas e motoras, aparecimento de sintomas parkinsonianos, psicose, desnutrição, infarto agudo do miocárdio e edema pulmonar agudo;
Oga, 2008.
Análise Toxicológica
• Análise Preliminar (teste de triagem): Imunoensaio
Rápido, baixo custo, útil análise emergencial e monitoramento;
Pouco específico (cloroquina, clorpromazina, ranitidina);
Princípio de vínculos competitivos por inibição; Droga marcada (anfetamina-BSA) compete pelos
sítios de ligação dos anticorpos com a droga presente na urina;
CDI Cal Tech Diagnostics, 2005.
Sebben, 2007.
Análise Toxicológica• Análise Cromatográfica (teste confirmatório):
CG/EM Permite quantificar analito é sensível e
específico; Alto custo, requer treinamento operacional,
Costa, 2009.
Cacaína (COC) Alcalóide Espécie do gênero: Erytroxylum (coca)
Erytroxylum novogranatense Cultivo legal indústria farmacêutica e alímentícia
(chás) Anestésico local
Erytroxylum coca Produção ilícita Folhas após maceração pasta de coca Cloridrato de cocaína (COC.HCl) autoadministração
Potente anestésico local Agente simpatomimético estimulação do SNC Estimulante central potente de ocorrência natural
Abuso
História Civilizações pré-colombianas dos Andes
4.500 anos mastigavam e cerimônias religiosas
Peru e Bolívia escavações arqueológicas
A planta da coca cresce em forma de arbusto ou árvores ao leste dos Andes e acima da Bacia do Amazonas
Cultivada em clima tropical em altitudes a cima do nível do mar
Incas planta sagrada, presente do Deus Sol Lenda Manco Capac, o filho do Sol artes, agricultura
e presente _ a coca
História Período colonial uso indígena 1499: Américo Vespúcio 1551: Conselho Eclesiástico
“Planta enviada pelo demônio para destruir nativos” 1569: Felipe II da Espanha
Essencial para a saúde do índio
Final do século XIX Cigarros para tratar asma e febre do feno _ Europa e
EUA Finalidade recreacional
História 1859: Albert Niemann (isolamento) 1884: Freud
Propriedades de aliviar a depressão e curar a dependência à morfina
Halstead, cirurgião americano Busca de cura da dependência à morfina
1891 Primeiros relatos de intoxicação 13 mortes
1914: proibição 1970: cocaína segura e desprovida da propriedade de
causar dependência (recreacional)
Padrões de Uso Pó cristalino Cloridrato de cocaína (COC.HCl)
Tratamento da pasta com ácido clorídrico
Auto administração Aspiração nasal Intravenosa Via oral Respiratória
Crack Aquecimento da solução aquosa do COC.HCl com uma
base (bicarbonato ou hidróxido de sódio) Substância oleosa resfria banho de gelo pedra
Padrões de Uso Adulteração
Anestésicos locais Estimulantes Piracetam
Diluentes Glicose, lactose, sacarose, manitol, amido, talco,
carbonatos, sulfatos, ácido bórico
Crack 1980 (EUA) Intranasal e intravenoso respiratória Efeitos prazerosos mais rapidamente e intensos Brasil: 1992 primeira apreensão
Padrões de Uso Cacaína + Cannabis sativa
Aumento do prazer e diminuição da excitação e da compulsão
Cacaína + Ansiolíticos e Antidepressivos Ansiedade, agitação, depressão
Padrões de Uso
População exposta Jovens Sexo masculino Idade inferior a 25
anos Baixa condição
sócio-econômica
Padrões de Uso Queimaduras
Confecções de cachimbos Boca, dedos e nariz
Práticas delituosas alto custo do vício
Padrões de Uso Mulheres grávidas
Problema de saúde pública Retardamento no desenvolvimento fetal Malformações Placenta abrupta Cardiomiopatias Distúrbios de comportamento Microcefalia Morte intra-uterina
Toxicocinética Absorção pelos alvéolos pulmonares
Crack 8 segundos para produção de efeitos
Lipossolubilidade absorção rápida e BHE Velocidade de absorção supera a de eliminação
acúmulo SNC Transferência placentária
Alta afinidade pela alfa-1-glicoproteína ácida Clearance renal 6% Biotransformação
Toxicodinâmica Ação anestésica
Bloqueio na formação e transmissão de impulsos nervosos
Redução na permeabilidade celular dos íons Na e K nas fibras nervosas
Aumento da tensão superficial das camadas monomoleculares de lipídios fechamento dos poros
Competição cocaína x calcio potencial de ação
Toxicodinâmica Ação Estimulante SNC
Elevação temporária de NE e DA Redução a valores abaixo do normal
Estado de euforia e depressão
Bloqueio da recaptação da DA nas fendas sinápticas Ligação da COC aos sítios transportadores de DA Acúmulo euforia
Indução dos receptores pré-sinápticos – autoregulação depleção
Uso crônico níveis reduzidos Anormalidades das vias dopaminérgicas
Doses Usadas Concentrações sanguíneas – Efeitos
desejados;
50 mg de base livre fumada / 30 seg / 5 minutos;
20 mg de COC.HCl (IV);
30 a 70 mg por aspiração nasal;
Farmacodependência – 4 a 5 g por semana.
Tolerância Usuários crônicos – Altas doses;
Diminuição dos efeitos eufóricos e fisiológicos;
Considerada modesta quando comparada com as anfetaminas;
Tolerância reversa: Excitação aumentada com doses menores Aparecimento de convulsões com doses
recreacionais.
Dependência Grande potencial de abuso;
Poderosa capacidade de produzir reforço positivo – Potencialização da neurotransmissão dopaminérgica.
Depressão posterior de DA – Comportamento de busca;
Cronicidade do processo: Reforço/Busca – Aumento/Diminuição de DA –
Euforia/Disforia Farmacodependência – Binge (Ciclos intermitentes)-
Craving (Fissura pela droga) / Disforia / Paranóia / Alucinações.
Síndrome de Abstinência Retirada após uso crônico:
Depressão, Fadiga, Irritabilidade, Perda do libido ou impotência, Tremores, Dores musculares, Distúrbios no apetite e no sono.
Falta de sinais e sintomas clássicos – Dependência Física?
Efeitos Tóxicos Intensidade variada – Condições de
Exposição;
Intoxicações agudas: Psicoses, Convulsões, Arritmias, Disfunção respiratória, Hiperpirexia, IAM e Morte.
Efeitos Tóxicos Distúrbios Respiratórios:
Rinite (Hiperemia reativa - vasoconstrição),
Sinusite (Deposição de adulterantes nos seios etmoidais),
Pulmões de Crack Bronqueolite obstrutiva, infiltrados, granulomas
pulmonares, broncoespasmos, dispnéia, tosse, opacidades pulmonares e rinorréia de líquido pleural.
Efeitos Tóxicos Distúrbios Hepáticos:
Produtos de bioativação oxidativa hepática (N-hidroxinorcaína, nitróxido de norcaína e íon nitrosônico) se ligam a proteínas celulares – necrose hepática.
Usos concomitantes:
Maconha, tabaco, anestésicos locais e álcool etílico;
Efeitos potencializados.
Análise Toxicológica
Cocaína é instável e pode sofrer hidrólise
espontânea;
• Em urina : 12min a -20°C;
• No sangue é estável até 6 min.
Referências OGA, S.; CAMARGO, M. M. de A.; BATISTUZZO, J. A. de O. Fundamentos de
Toxicologia. Atheneu, São Paulo, 3ª adição, p. 355-374, 2008. CDI Cal Tech Diagnostics, Inc. ONE STEP STYLE AMPHETAMINE TEST.
Montain Ave, Chino , CA 91710 U.S.A. REG. M.S: 80042910103. ACON Laboratories, Inc. Dispositivo para teste de anfetamina em um
só passo (Urina). Sorrento Valley Boulevard, San Diego, CA 92121, USA. REF DAM-A102.
SEBBEN, V. C. Análise de anfetamina e efedrina em urina empregando SPE e SPME por CG/EM/EM. Porto Alegre, UFRGS, 2007.
COSTA, S. H. N. Uso de drogas psicotrópicas por policiais militares de Goiânia e Aparecida de Goiânia – Goiás – Brasil. Goiás, UFG, 2009.