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TRABALHO APRESENTADO A DISCIPLINA ESTUDOS EM GESTÃO EDUCACIONAL SOB
ORIENTAÇÃO DA PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
Mestranda Kellcia Rezende Souza
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOSFACULDADE DE EDUCAÇÃOPROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO - MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
CONCEPÇÕES DE GESTÃO ESCOLAR E ELEIÇÃO DE DIRETORES DA ESCOLA
PÚBLICA DO PARANÁ (PARTE I)
JOSÉ LUCIANO FERREIRA DE ALMEIDA
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
JOSÉ LUCIANO FERREIRA DE ALMEIDA
Graduação Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (1988), Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico (Educação e Trabalho) na Universidade Federal do Paraná em 2001 e Mestrado em Educação e Trabalho pela Universidade Federal do Paraná (2003). Acadêmico do Curso de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Coordenador técnico pedagógico - Secretaria de Estado da Educação. Docente do Instituto Namastê e Instituto Ekkoni de Desenvolvimento em Educação, professor da Faculdade Anchieta de Ensino Superior, Professor de Historia e Coordenador pedagógico da equipe de ensino - Secretaria de Estado da Educação, professor de ensino superior da Universidade do Brasil.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
INTRODUÇÃO
Objetivo Geral
Analisar as concepções de gestão escolar e compreender de que forma estas concepções articulam-se ao processo político de escolha dos diretores.
Delimitação
Eleições de diretores das escolas públicas do Paraná referente ao período de 1983 – 2001.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Teoria Marxista
ARROYO (1979), GONÇALVES (1980), FÉLIX (1984), PARO (1986), OLIVEIRA (2000) e
HACHEM (2000)
Guia de Gestão EscolarDecreto
4313/01 que normatizou a eleição de 2001 para escolha de diretor
Referencial teórico de concepção de gestão escolar
Documentos analisados
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
•Redemocratização da sociedade brasileira e paranaense
1980
•Concepção de gestão escolar gerencial
1990
•Concepção de gestão escolar racional e empresarial
2001
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A partir da eleição do diretor escolar, tem-se como pressuposto a idéia de que há uma nova relação política, firmando-se uma compreensão inicial de que o diretor escolar passa a ser o representante da escola junto ao Estado, e não o representante do Estado ou da Secretaria Estadual de Educação junto à escola. Há uma inversão política no papel do Estado (p. 13).
A dimensão da participação refere-se a uma democracia liberal e social.
A instauração da democracia liberal, reduz-se à criação e institucionalização de uma ordem política, focando-se apenas os problemas de governabilidade e da eficácia administrativa.
As eleições para diretores escolares no Paraná foram implementadas a partir do governo José Richa (1983 - 1986)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Entrevistas com os
diretores de escolas de Curitiba e
região metropolitana
Entrevista à consultora do
Renageste (Rede Nacional de
Referência em Gestão
Educacional do CONSED)
CONSED – Conselho
Nacional de Secretário
de Educação
Entrevista com uma diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
As concepções de administração escolar: a crítica a concepção da gerência científica
1970
• Princípios da administração de empresas na escola pública – Arroyo (1979) e Gonçalves (1980).
1980
• Estudos críticos – Félix (1984) e Paro (1986)
1990
• Reformas educacionais no Paraná e em Minas Gerais – Hachem (2000) e Oliveira (2000)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
1.2 – As concepções de administração escolar e a crítica a presença da gerência científica na escola a partir das análises de Arroyo (1979) e Gonçalves (1980)
A década de 1970 foi marcada ...
Reformas na administração
do Estado
Ditadura Militar
O Estado representava a
lógica do poder
autoritário
Campo educacional – formação de pedagogos, preparação de especialistas em administração educacional e à introdução de modelos e métodos advindos da administração de empresas privadas (p. 24).
PEDAGOGIA
TECNICISTA
Arroyo (1979)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A perspectiva da racionalidade administrativa foi tomada pelas reformas como a solução dos problemas da educação por meio das políticas públicas de Estado.
A administração escolarrefletia as políticas de
desenvolvimento econômico do Estado, afirmando umquadro da administração educacional de caráter
empresarial institucionalizada pelo próprio Estado.
Justificada sob a alegação da necessidade e do discurso da modernização do Estado.
p. 24 - 25
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A quem servem as reformas introduzidas na administração educacional brasileira na década de 1970?
Utilização das políticas públicas da educação no quadro do desenvolvimento do capitalismo, cuja concepção está na ampliação e acumulação do capital.
Ocultação dos fatores estruturais da sociedade brasileira,verdadeiros responsáveis pelos fracassos da escola
A lógica administrativa que predomina nas empresas modernas transpostas para o sistema escolar está vinculada ao processo de relações de poder.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A expansão da racionalidade administrativa privada no espaço público é a marca da administração educacional na década de 70, é a adesão aos princípios da organização do trabalho na empresa privada, principalmente quanto ao controle, poder e hierarquização das relações de trabalho (p. 27).
A concepção da administração escolar deve levar em consideração a dimensão política da sociedade, ou seja, pensar e defender uma gestão democrática da escola.
A raiz da dimensão política da administração escolar está na concepção da democracia participativa e não somente representativa. (p. 28 – 29)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Administração escolar que atenda
a concepção história de uma
educação emancipadora
1970 – caráter burocrático da administração
escolar
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Gonçalves (1980)
O caráter ideológico da administração escolar está na dissimulação das contradições existentes no processo das relações sociais de produção, apresentando, falsamente, a idéia de harmonia e conservação do sistema social.
Esforço para elaborar a reflexão crítica sobre oquadro conceitual que orienta a práxis da administração educacional brasileira;
Implicações que decorrem da utilização deste quadro conceitual para a educação brasileira;
Alternativas concretas para a administração escolar, indicando assim uma gestão democrática;
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Estudos em administração educacional• IX Simpósio Brasileiro de
Administração da Educação • 1978 – Associação Nacional de
Política e Administração da Educação (ANPAE)
• Seminário Nacional de Administração da Educação
• 1979• TEORIA GERAL DA
ADMINISTRAÇÃO
Três pressupostos fundamentais preconizados pelo Taylorismo
• Racionalização das tarefas;• Linha de montagem;• Evitar o desperdício.
O referencial teórico dos autores brasileiros esta tomado pela perspectiva das ciências sociais norte-americana.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Não cabe somente compreender a teoria da administração do ponto de vista técnico, mas analisar as condições históricas de ordem sócio-econômica em que aparecem e se reproduzem as teorias e práticas da administração (GONÇALVES, 1980).
O tratamento histórico dado à teoria da administração a retira do plano abstrato, relacionando-a ao poder político e econômico, articulando-a ao desenvolvimento da sociedade. O pressuposto fundamental refere-se à compreensão da administração geral e educacional a partir das contradições sociais que o capitalismo produz, trata-se de conceber o paradigma histórico como método de análise e estudo (p. 37).
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Thomas Wiggins
Crítica à hegemonia do modelo empírico na ciência
Considerar as especificidades culturais dos países
Talcott Parsons
Funcionalismo
Toma a analogia entre a vida social e orgânico como pressuposto
explicativo da realidade social.
Paradigmas da administração geral na educação
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
GONÇALVES (1980),
defende atese da
reflexão crítica e histórica
como forma de produzir um
pensar novo naeducação.
Uma práxis pedagógica
transformadora,propondo uma
maior participação dos interessados na administração
escolar contraa organização burocrática da
empresa capitalista.
A concepção de
administração
escolar e a forma
de escolha dos
diretores das
escolas públicas
estão vinculados a
um processo
histórico e político.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Contexto histórico – fenômeno da burocracia no
Estado BrasileiroGetúlio Vargas (1954)
Jânio Quadros (1960 – 1962)
João Goulart (1961 – 1964)
Juscelino Kubitschek (1955 – 1960)
Com a intervenção econômica e política o Estado aperfeiçoou os mecanismos
burocráticos de controle.
Surgiram os novos profissionais da modernização e da racionalização.
A concepção gerencial da administração escolar sob a redemocratização da sociedade brasileira: as contribuições críticas de Félix (1984) e Paro (1986)FÉLIX
(1984)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Reforma
Universitária
1968
Reforma
do 1° e 2°
graus em
1971
Sistema escolar
brasileiro como
estrutura burocrátic
a
Administração é o meio de organização
do trabalho na sociedade capitalista
A função da administração
é exercer o controle sobre
as forças produtivas
A organização do trabalho
ocorre com a sistematizaçã
o da exploração
Para Félix (1984) constitui-se um problema transferir para a administração escolar os valores, princípios e
concepções da administração de empresa.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Análise sistêmica
A análise sistêmica não é suficiente para que se obtenha a compreensão do
sistema escolar
Não possibilita a compreensão da realidade social da administração escolar
A burocracia é a expressão da forma
sistêmica
Diretor supervisor
Sobre a burocratização do sistema escolar, FÉLIX (1984) toma a perspectiva histórica enfocando as décadas de 1970 e 1980 como o momento em que se dá a consolidação da forma de Estado intervencionista sob a ditadura militar, destacando as políticas econômicas definidas para o país (p. 45).
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Plano setorial de educação e
cultura (1972 – 1974)
II Plano setorial de educação e cultura (1975 –
1979)
Predomínio do modelo
burocrático
Construir uma nova forma de administração
escolar
A escola é agência reprodutora das relações sociais capitalistas, mas
pode reproduzir o movimento contraditório, gerando a transformação
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
O problema da administração escolar no Brasil encontra-se sob duas tendências:
Primeira – defende a adesão e o emprego de procedimentos administrativos na escola sob os princípios e métodos gerenciais desenvolvidos e utilizados na empresa privada. Segunda – trabalha no
sentido de criticar a concepção administrativa empresarial presente na escola pública.
Paro (1986)
As duas concepções estão inseridas no mesmo erro, desconsideram os determinantes sociais e econômicos da administração escolar.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A administração escolar deve estar voltada para a transformação social.
Dois campos da administração: racionalização do trabalho e a coordenação.
A atividade administrativa se constitui pelo trabalho humano.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
É possível conceber um caráter progressista à atividade administrativa, podendo contribuir para a transformação social em favor das classes subalternas, essa concepção indica a negação da forma de gerência capitalista da empresa (p. 52).
Não se admite que processos de organização do trabalho capitalista sejam tomados como naturais e imprescindíveis para que a escola desenvolva e realize suas atividades educacionais a partir da marca da exploração e da dominação (p. 54).
Concepção de gestão democrática escolar, cujo objetivo deve subverter a relação de dominação e controle de um conhecimento que é apenas reproduzido no interior das escolas, um conhecimento que serve às condições históricas da classe social dominante (p. 57).
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A especificidade da administração escolar deve estar voltada para a transformação social ,na fundamentação e articulação dos objetivos educacionais representativos dos interesses das camadas sociais dominadas da população com um processo pedagógico escolar específico.
O diretor escolar deve estimular a participação coletiv
a
Escolha do
diretor escola
r a partir
da eleiçã
o direta
Gestão escolar democrática
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A CRÍTICA AO PARADIGMA DA QUALIDADE TOTAL NA GESTÃO ESCOLAR A PARTIR DAS ANÁLISES DE OLIVEIRA (2000) E HACHEM (2000)
Oliveira (2000)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Pontos da gestão da educação em Minas Gerais na década de 1990
Autonomia
Financeira/
administrativa
Pedagógica
Escolha do diretor
Gestor/Gerente
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Gerência da qualidade total
O diretor escolar é um líder, tendo como meta atingir resultados que levem a gestão escolar aos mesmos referências de organização de uma empresa privada (p. 65).
A escolha do diretor escolar por mecanismos indiretos, principalmente a indicação clientelista e a gestão escolar, para OLIVEIRA (2000) significa uma contradição, trata-se do esvaziamento político e pedagógico da função.
O papel do diretor escolar resume-se ao de gestor escolar, de cumpridor das rotinas burocráticas.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Dimensão política
Dimensão Gerencial
Autonomia
Descentralização
As reformas do sistema educacional na década de 1990 têm enfatizado o processo de descentralização como
forma racionalizadora da gerência
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Outros pontos da gestão da educação em Minas Gerais na década de 1990
Aperfeiçoamento e capacitação
dos profissionais da educação
Capacitação visa atender o processo
de gerência da qualidade total
Avaliação das escolas
Mecanismos para considerar as
escolas eficientes e ineficientes
Realização de parcerias entre
os Estados e Municípios
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A marca da década de 1990 conta com a presença do setor empresarial orientando a educação para a competitividade e qualidade total. Trata-se de uma adesão direta e total aos paradigmas da gerência empresarial transposta para a gestão escolar (p. 68).
Com relação à década de 1980, as reformas na educação em Minas Gerais tiveram um caráter técnico e político. A expressão desse caráter esteve presente no Congresso Mineiro de Educação realizado entre agosto e outubro de 1983.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Diretores das escolas
Estratégias de capacitação e formação de lideranças escolares
Implementação do programa de Qualidade
Total
A reforma implementada no sistema de educação pública em Minas Gerais incorporou a adoção do modelo de gestão escolar nos moldes das empresas privadas com a finalidade da máxima eficiência com o mínimo de custos.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Hachem (2000)
Gestão compartilhada
Redução da presença do Estado
Aumenta a desigualdade
Nas políticas públicas do estado do Paraná a lógica
gerencial direcionada para a
gestão compartilhada.
Revista Gestão em Rede editada pela Rede Nacional de Referência em Gestão Educacional (RENAGESTE).
Governo Lerner (1995-1998)
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Ideologia Neoliberal
Estado Mínimo
Privatização
do camp
o educacional
A hegemonia do mercado sobre o Estado cria o refluxo sobre o princípio da democracia e da soberania. As reformas da educação tem no campo da gestão escolar, a marca da gerência de empresa privada (p. 73).
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Estratégia de adoção do projeto hegemônico da ideologia neoliberal
Consenso em torno do ideário neoliberal
Dissemina a idéia da ineficiência da escola pública
A gestão escolar no quadro das políticas públicas do Paraná
Teste ou prova para os candidatos a direção escolar em 2001
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Gestão compartilhada
Racionalização da gestão
Desigualdades sociais na escola
O Estado se retira da função de regulador
das diferenças sociais
Papel transferido ao mercado
A gestão compartilhada é tomada como expressão da racionalidade da gerência da qualidade total na educação.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
A concepção de gestão compartilhada analisada por HACHEM (2000), no interior das reformas educacionais no Estado do Paraná, na década de 1990, está marcada pela relação da reestruturação produtiva do capitalismo, reproduzindo-se as relações de dominação no interior da gestão escolar.
Despolitização da gestão escolar ao ocultar as contradições sociais do capitalismo na escola, desconsiderando a dimensão política da gestão escolar.
Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD
Referências bibliográficas
ALMEIDA, José Luciano. Concepções de gestão escolar e eleição de diretores da escola pública do Paraná. Curitiba, 2004. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Paraná, 2004.