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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E COMPUTAÇÃO CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO COM DOIS GRAUS DE LIBERDADE Jobson Francisco da Silva Natal-RN 2012

CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

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Page 1: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E

COMPUTAÇÃO

CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE

UM MANIPULADOR ROBÓTICO COM DOIS

GRAUS DE LIBERDADE

Jobson Francisco da Silva

Natal-RN

2012

Page 2: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

JOBSON FRANCISCO DA SILVA

CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE

UM MANIPULADOR ROBÓTICO COM DOIS

GRAUS DE LIBERDADE

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Elétrica e Computação da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (Área de

Concentração: Automação e Sistemas) como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ciências de Engenharia Elétrica e

Computação.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Meneghetti

Ugulino de Araújo

Natal-RN

2012

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Catalogação da Publicação na Fonte / Bibliotecário Raimundo Muniz de Oliveira

CRB15-429 Silva, Jobson Francisco da.

Construção e controle inteligente de um manipulador robótico com dois graus de liberdade / Jobson Francisco da Silva. – Natal, RN, 2012. 84 f. : il.

Orientador Fábio Meneghetti Ugulino de Araujo.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica e Computação.

1. Manipulador Robótico – Dissertação 2.Controle Fuzzy – Dissertação. 3. Controle de posição – Dissertação. Araujo, Fábio Meneghetti Ugulino de. II. Título. RN CDU 004.896

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CONTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM MANIPULADOR

ROBÓTICO COM DOIS GRAUS DE LIBERDADE

Jobson Francisco da Silva

Dissertação de Mestrado aprovada em 08 de junho de 2012, pela banca examinadora

composta pelos seguintes membros:

____________________________________________________________

Prof. Dr. Fábio Meneghetti Ugulino de Araújo - DCA/UFRN

____________________________________________________________

Prof. Dr. Anderson Luiz de Oliveira Cavalcanti - DCA/UFRN

____________________________________________________________

Prof. Dr. Paulo Henrique de Miranda Montenegro - DEM/CT/UFPB

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À minha esposa,

Maria Cléa Cavalcanti da Silva.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, a Jesus Cristo e Sua Mãe, Maria, pela proteção e auxílio nas adversidades.

À minha esposa, Maria Cléa, pelo seu carinho, pela sua presença constante e

compreensão, e aos não menos amados filhos, Pollyanna, Julianna e Jobson Júnior.

Aos meus pais, João Francisco da Silva e Maria das Neves Gonçalves da Silva (in

memoriam).

Ao meu orientador e professor de Sistemas de Controle e Controle Inteligente, Dr.

Fábio Meneghetti Ugulino de Araújo, pela paciência, pela sabedoria, pela sua orientação;

enfim, pela honra de ser seu orientado.

Ao professor Alberdan Santiago de Aquino, pelas inúmeras horas reservadas em prol

do meu trabalho, pelos direcionamentos, conselhos e pela amizade sincera.

Ao professor Arnaldo Vilela, pelo convívio, pelo incentivo, pelas conversas

descontraídas, e por compartilhar comigo materiais de estudo e ideias.

Aos professores Carlos Alberto Nóbrega Sobrinho e Luiz Nóbrega Sobrinho, pela

ajuda e convivência durante todo o meu trabalho.

Ao meu amigo e colega de mestrado Marcílio de Paiva Onofre Filho, pelas preciosas

contribuições para o desenvolvimento desta dissertação.

Aos professores do Projeto MINTER, pelos enriquecedores ensinamentos, essenciais

para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao professor Benedito Santana de Oliveira, pelas preciosas contribuições para esta

dissertação.

Aos colegas de Mestrado e professores João Batista de Oliveira Silva, Francisco

Roberto de Castro, José Nedício, Antônio Dália, Leonardo Telino, Fábio Lima, Jailton

Moreira, José Aniceto, Milton Medeiros, Rafaelle Feliciano, Márcio Ugulino, Emânuel

Guerra, Fernando Hilton, Guilherme Régis e Ivo Oliveira, pelos momentos de estudo e

valiosa convivência.

Ao professor Dr. Wilson Guerreiro Pinheiro, pela meticulosa revisão final da

dissertação.

Ao professor Dr. José Bezerra de Menezes Filho, pela coordenação operacional do

MINTER.

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RESUMO

O presente trabalho mostra o desenvolvimento e construção de um manipulador robótico de

juntas rotativas com dois graus de liberdade, acionado por motores de indução trifásicos. Os

posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um

controlador fuzzy e por um controlador PID, implementados no ambiente de programação

LabVIEW®. O robô desenvolvido permite movimentação numa área espacial equivalente a

um quarto de esfera. Resultados experimentais demonstraram que o controlador fuzzy

apresenta desempenho superior ao do controlador PID quando o manipulador robótico

executa trajetórias dos tipos degrau variável e degrau unitário com carga e sem carga.

Palavras-Chaves: Manipulador robótico. Controle de posição. Controle fuzzy.

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ABSTRACT

The present work shows the development and construction of a robot manipulator with two

rotary joints and two degrees of freedom, driven by three-phase induction motors. The

positions of the arm and base are made, for comparison, by a fuzzy controller and a PID

controller implemented in LabVIEW® programming environment. The robot manipulator

moves in an area equivalent to a quarter of a sphere. Experimental results have shown that the

fuzzy controller has superior performance to PID controller when tracking single and multiple

step trajectories, for the cases of load and no load.

Keywords: Robotic manipulator. Position control. Fuzzy control.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Manipulador robótico de seis graus de liberdade ................................................ 19

Figura 2.1 Elos (vínculos) e junta de um manipulador ......................................................... 28

Figura 2.2 Configurações básicas de braços robóticos: (a) junta deslizante; (b) junta

rotacional; (c) junta esférica. .............................................................................. 28

Figura 2.3 Sistema de controle ............................................................................................ 30

Figura 3.1 Manipulador robótico desenvolvido ................................................................... 35

Figura 3.2 Braço mecânico desenvolvido ............................................................................ 36

Figura 3.3 Elementos necessários ao acionamento do braço mecânico................................. 37

Figura 3.4 Elementos necessários ao acionamento da base .................................................. 37

Figura 3.5 Sistema braço + base montado ........................................................................... 38

Figura 3.6 Manipulador robótico desenvolvido ................................................................... 38

Figura 3.7 Manipulador robótico e sistema de comando ...................................................... 39

Figura 3.8 Diagrama esquemático do sistema ...................................................................... 40

Figura 3.9 Enrolamentos do estator e do rotor de um motor de indução ............................... 41

Figura 3.10 Modulação PWM controlada por sinal senoidal ................................................ 43

Figura 3.11 Placa de aquisição de dados da NI .................................................................... 44

Figura 3.12 Transdutor angular (potenciômetro de 10 kΩ).................................................... 45

Figura 3.13 Transferidor da base ......................................................................................... 46

Figura 3.14 Transferidor do braço ....................................................................................... 46

Figura 3.15 Diagrama de acionamento, comando e proteção do sistema .............................. 47

Figura 4.1 Diagrama de blocos do controle da base do manipulador robótico ...................... 48

Figura 4.2 Variável ERRO e seus termos linguísticos .......................................................... 52

Figura 4.3 Variável VERRO e seus termos linguísticos .......................................................... 52

Figura 4.4 Variável de saída e seus termos linguísticos ....................................................... 53

Figura 4.5 Exemplo de regra de estratégia de controle ......................................................... 55

Figura 4.6 Fuzzificação para Erro = -1,85 grau.................................................................... 56

Figura 4.7 Fuzzificação para VERRO = -0,1 grau ................................................................... 56

Figura 4.8 Defuzzificação de acordo com o Centro dos Máximos (CoM) ............................ 58

Figura 4.9 Superfície para variável de controle do manipulador .......................................... 59

Figura 5.1 Resposta ao Degrau Variável – Braço ................................................................ 61

Figura 5.2 Variável de controle do controlador fuzzy para o braço ....................................... 61

Figura 5.3 Resposta ao Degrau Variável – Base .................................................................. 62

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Figura 5.4 Variável de controle do controlador fuzzy para a base ......................................... 63

Figura 5.5 Deslocamentos do sistema nas situações com carga e sem carga......................... 65

Figura 5.6 Detalhe do degrau positivo do sistema com carga e sem carga ............................ 65

Figura 5.7 Detalhe do degrau negativo do sistema com carga e sem carga ........................... 66

Figura 5.8 Acompanhamento de trajetória cossenoidal – Braço ........................................... 69

Figura 5.9 Variável de controle para acompanhamento de trajetória

cossenoidal – Braço ........................................................................................... 69

Figura 5.10 Acompanhamento de trajetória senoidal – Base ................................................ 69

Figura 5.11 Variável de controle para acompanhamento de trajetória

senoidal – Base ................................................................................................ 70

Figura 5.12 Resposta do braço submetido à ação do ganho crítico ....................................... 71

Figura 5.13 Resposta da base submetida à ação do ganho crítico ......................................... 72

Figura 5.14 Resposta ao Degrau Variável com diferentes técnicas de controle – Braço ....... 73

Figura 5.15 Resposta ao Degrau Variável com diferentes técnicas de controle – Base ......... 74

Figura 5.16 Variável de controle do controlador PID para o braço....................................... 74

Figura 5.17 Variável de controle do controlador PID para a base ........................................ 75

Figura A.1 Implementação do programa de controle de posição para aplicação dos

sinais de referência .......................................................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 Termos linguísticos para o ERRO ...................................................................... 51

Tabela 4.2 Termos linguísticos para o VERRO ....................................................................... 51

Tabela 4.3 Base de regras linguísticas para os motores do manipulador robótico ................. 54

Tabela 4.4 Análise das quatro regras válidas ....................................................................... 57

Tabela 4.5 Resultado da inferência fuzzy ............................................................................. 57

Tabela 4.6 Resultado da defuzzificação ............................................................................... 58

Tabela 5.1 Índices de desempenho do braço obtidos experimentalmente para

degraus de amplitudes variadas .......................................................................... 63

Tabela 5.2 Índices de desempenho da base obtidos experimentalmente para

degraus de amplitudes variadas .......................................................................... 64

Tabela 5.3 Índices de desempenho experimentais para degrau positivo com carga e

sem carga (braço). .............................................................................................. 67

Tabela 5.4 Índices de desempenho experimentais para degrau negativo com carga e

sem carga (braço) ............................................................................................... 67

Tabela 5.5 Índices de desempenho experimentais do braço para degraus de amplitudes

variadas – Controlador PID ................................................................................ 75

Tabela 5.6 Índices de desempenho experimentais da base para degraus de amplitudes

variadas – Controlador PID ................................................................................ 76

Tabela 5.7 Índices de desempenho IAE e MSE do braço ..................................................... 76

Tabela 5.8 Índices de desempenho IAE e MSE da base ....................................................... 76

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alternate Current [= Corrente Alternada]

A/D Conversor Analógico-Digital

APPC Adaptive Pole Placement Control [=Controle Adaptativo por

Posicionamento de Polos]

ASME American Society of Mechanical Engineers [= Sociedade Americana

de Engenheiros Mecânicos]

BCZM Biblioteca Central Zila Mamede

CA Corrente alternada

CC Corrente contínua

CoA Center of Area [= Centro de Área]

CoM Center of Maximum [= Centro dos Máximos]

D/A Conversor Digital-Analógico

Eq. Equação

EUA Estados Unidos da América

IAE Integral Absolute Error [= erro integral absoluto]

ICRA International Conference on Robotics and Automation

IECON Annual Conference of the IEEE Industrial Electronics Society

IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers [= Instituto de

Engenheiros Eletricistas e de Eletrônica]

IET Institution of Engineering and Technology [= Instituição de

Engenharia e Tecnologia]

IFPB Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

IFR International Federation of Robotics [= Federação Internacional de

Robótica]

ISRR International Symposium of Robotics Research

ISSN International Standard Serial Number [= Número Internacional

Normalizado para Publicações Seriadas].

ISSO International Organization for Standardization [= Organização

Internacional para Padronização]

ITIC International Technology and Innovation Conference

J. Dyn.Sys.Meas. Journal of Dynamic Systems, Measurement, and Control

JIRA Japanese Industrial Robot Association [= Associação Japonesa de

Robôs Industriais]

Page 13: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

J. Physiol. Journal of Physiology

LabVIEW®

Laboratory Virtual Instruments Engineering Workbench

MINTER Programa de Apoio à Realização de Cursos de Pós-Graduação

Stricto Sensu Interinstitucionais [modalidade Mestrado]

MIT Massachusets Institute of Technology

MoM Mean of Maximum [= Média dos Máximos]

MRAC Model Reference Adaptive Control [= Controle Adaptativo por

Modelo de Referência]

MSE Mean Square Error [= erro quadrático médio]

n. número

NASA National Aeronautics and Space Administration [= Administração

Nacional de Aeronáutica e Espaço]

NES Número de entradas do parafuso sem fim

NG Negativo grande

NI National Instruments®

NM Negativo médio

NMG Negativo médio grande

N.o Número

P Junta deslizante; proporcional

PA Pasadena

PCSPA Pervasive Computing, Signal Processing and Applications

PD Proporcional-Derivativo

PE Estado de Pernambuco

PG Positivo grande

PI Proporcional-Integral; Proporcional-Integrativo

PID Proporcional, Integral e Derivativo; Proporcional-Integrativo-

Derivativo

PM Positivo médio

PMG Positivo médio grande

PP Positivo pequeno

pp. Abreviação do inglês pages [= páginas]

PUMA Programmable Universal Machine for Assembly

PWM Pulse-Width Modulation [= modulação por largura de pulso]

R Junta rotacional

RAM Random Access Memory [= Memória de acesso aleatório]

Page 14: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

RIA Robotics Institute of America [= Instituto de Robótica da América]

RNA Rede Neural Artificial

S Junta esférica; amostra [em inglês, Sample]

SAE Society of Automotive Engineers

SC Estado de Santa Catarina

SCARA Selective Compliance Assembly Robot Arm

s.d. Abreviação da locução latina sine data [= sem data (de publicação)]

s.l. Abreviação da locução latina sine loco [= sem local (de publicação)]

s.n. Abreviação da locução latina sine nomine [= sem nome (do editor)]

SSRR Safety, Security and Rescue Robotics

Trans. Transactions

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UnB Universidade de Brasília

Univ. University [= Universidade]

USB Universal Serial Bus [= Barramento Serial Universal.]

v. veja; volume

vol. Volume

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LISTA DE SÍMBOLOS

A, B , C Terminais do transdutor angular (potenciômetro)

AO 0 e AO 1 Canais analógicos de saída

AI 1 e AI 4 Entradas analógicas

CV Cavalo-Vapor

Ess Erro percentual de regime permanente

f Frequência

FC_1, FC_2, FC_3, FC_4 Sensores mecânicos de fim de curso

g grama

GB Gigabyte

Gc(s) Função de transferência do controlador PID

GHz Gigahertz

GND Abreviação do inglês ground [= Aterramento; terminal de

terra]

Hz hertz

Kd Ganho derivativo

kg quilograma

Ki Ganho integrativo

KM Ganho proporcional quando o sistema entra em oscilação

permanente

KMbase Ganho crítico da base

KMbraço Ganho crítico do braço

Kp Ganho proporcional

kS quilosample [= quiloamostra]

kΩ quilo-ohm

K1, K2 Contatores

mm milímetro

n número de amostras

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N Velocidade do eixo do motor

P Número de polos do motor; junta deslizante

PMbase Período crítico da base

PMbraço Período crítico do braço

PO 0 e PO 1 Saídas digitais

ref(t) Referência do sistema no instante t

rpm rotações por minuto

RPMMotor

Número de rotações por minuto do motor

RPMSaída

Número de rotações por minuto da saída do redutor

s segundo

S Escorregamento

Ti Parâmetro relativo ao ganho integral do controlador PID

Ts Tempo de assentamento

Up Ultrapassagem percentual

US Tensão trifásica senoidal de referência

UΔ Tensão triangular

V Volt

Vp Tensão fornecida pelo potenciômetro à entrada analógica

da placa de aquisição de dados

X Eixo das abscissas

Xi Comando de movimento do eixo X

Yi Comando de movimento do eixo Y

y(t) Resposta do sistema no instante t

Z Número de dentes da engrenagem (coroa)

α, β, γ, θ, φ, ψ Ângulos de movimentação do manipulador robótico de

seis graus de liberdade

θbase Ângulo da base do manipulador robótico

θbraço Ângulo do braço do manipulador robótico

µ0,k(ui) Pontos de máximo (alturas) das funções de pertinência de

saída

Page 17: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

ω Frequência angular

Ω ohm

ωM Frequência de oscilação em regime permanente

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 19

1.1 Objetivo da Pesquisa ...................................................................................................... 21

1.2 Organização do Trabalho ............................................................................................... 21

CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 22

2.1 Notas Históricas sobre Robôs ......................................................................................... 22

2.1.1 Classificação dos robôs ........................................................................................ 25

2.1.2 Elementos de um manipulador robótico ................................................................ 26

2.1.3 Tipos de juntas ..................................................................................................... 27

2.1.4 Graus de liberdade e mobilidade ........................................................................... 29

2. 2 Estrutura de Controle .................................................................................................... 29

2.2.1 Controle clássico .................................................................................................. 30

2.2.2 Controle adaptativo .............................................................................................. 31

2.2.3 Redes neurais ....................................................................................................... 32

2.2.4 Lógica fuzzy ......................................................................................................... 33

CAPÍTULO 3 DESENVOLVIMENTO E INSTRUMENTAÇÃO DO

MANIPULADOR ROBÓTICO ............................................................... 34

3.1 Manipulador Robótico com Dois Graus de Liberdade (Estudo,

Desenvolvimento e Motivação) ..................................................................................... 34

3.2 Descrição do Manipulador Robótico .............................................................................. 35

3.2.1 Projeto mecânico .................................................................................................. 35

3.2.2 Sistema de acionamento ....................................................................................... 39

3.2.3 Sistema de aquisição de dados .............................................................................. 43

3.2.4 Sistema de medição (posicionamento) .................................................................. 44

3.2.5 Sistema de comando e proteção ............................................................................ 46

CAPÍTULO 4 CONTROLE INTELIGENTE DO SISTEMA ......................................... 48

4.1 Controlador .................................................................................................................... 48

4.1.1 Fuzzificação ......................................................................................................... 50

4.1.2 Inferência fuzzy..................................................................................................... 53

4.1.3 Defuzzificação...................................................................................................... 54

4.2 Considerações Finais ...................................................................................................... 59

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CAPÍTULO 5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ......................................................... 60

5.1 Ensaios de Acionamento do Sistema .............................................................................. 60

5.1.1 Acionamento do tipo degrau ................................................................................. 60

5.1.2 Acionamento do braço com carga ......................................................................... 64

5.1.3 Acionamento com funções circulares .................................................................... 67

5.1.4 Ensaios com controlador PID ............................................................................... 70

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES .......................................................................................... 78

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 79

APÊNDICE A – PROGRAMA EM LABVIEW COM ALGORITMO DE

CONTROLE FUZZY .............................................................................. 83

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19

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Nas décadas de 1950 e 1960, os robôs industriais foram introduzidos com a

finalidade de substituir o homem na execução de tarefas repetitivas e/ou perigosas, visando a

melhorias na qualidade, aumento da produtividade e redução dos custos de produção.

No final da década de 1950, foi desenvolvido o que se pode chamar de primeiro robô

automático, um conceito de J. K. Devol, chamado Unimate. (GIRALT, 1997). Tal projeto

usava princípios de comando numérico para controlar o manipulador, e era acionado

hidraulicamente, características muito semelhantes aos projetos encontrados na atualidade. No

ano de 1961, esse robô foi instalado na Ford. A partir de então, a robótica não parou de se

desenvolver de maneira acelerada, ao ponto de existirem estudos com robôs que imitam

movimentos humanos (KOMAGOME et al., 2007) e robôs sociais presentes em centros

comerciais. (SHIOMI, 2009).

Na Fig. 1.1, é representado o arquétipo do robô manipulador, inspirado no braço

humano. Através da programação dos três ângulos do braço (α, β, γ) e da aplicação do

comando adequado aos motores das três articulações, é possível levar o atuador a um dado

ponto dentro dos limites espaciais de trabalho. De forma análoga, podem-se programar os três

ângulos (ψ, θ, φ) e comandar os acionadores do pulso para levar o elemento presente na

extremidade do braço a tomar a orientação desejada com base na tarefa a ser realizada.

(GIRALT, 1997).

Figura 1.1 Manipulador robótico de seis graus de liberdade.

Fonte: Adaptado de Giralt (1997).

Page 21: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

20

Robôs industriais vêm sendo largamente empregados, devido à sua capacidade de se

adaptarem a situações diversas e sua fácil programação. Contudo, para assegurar que a

presença do robô seja verdadeiramente satisfatória, faz-se necessária uma boa estratégia de

controle. A partir da segunda metade do século XX, com o crescente avanço da automação

industrial, tem sido cada vez maior a atenção dispensada ao controle automático de sistemas

dinâmicos. Durante esse período, várias técnicas de controle têm sido desenvolvidas, como

controle robusto, controle ótimo, controle adaptativo, controle não linear, controle inteligente,

entre outros.

Como alternativa ao controle convencional, nos tempos atuais, utilizam-se controles

inteligentes, consistindo basicamente de três abordagens, de acordo com Paraskevopoulos

(1996): sistemas especialistas baseados em conhecimento, controle por lógica fuzzy e controle

por redes neurais.

O controle por lógica fuzzy incorpora a maneira de pensar do homem em um sistema

de controle. (SHAW; SIMÕES, 2004). Por meio da tecnologia fuzzy, pode-se capturar a

experiência de operadores humanos, que controlam processos e plantas industriais, e incluí-la

em controladores computadorizados com desempenho idêntico ou melhor que o humano. O

controle fuzzy não necessita da modelagem matemática do processo, e, sim, da modelagem

das ações provenientes do conhecimento de um especialista, utilizando, para isso, termos

linguísticos, ou seja, descrições verbais. Além disso, os controladores fuzzy tratam igualmente

sistemas lineares e não lineares, e são capazes de controlar sistemas multivariáveis

complexos, executando estratégias de tomadas de decisão nos mais variados tipos de plantas.

Portanto, essa é uma abordagem diferente dos métodos convencionais de controle, que são

desenvolvidos via modelagem matemática das plantas, derivando os parâmetros a serem

controlados em função do estado do processo. (SHHEIBIA, 2001).

O robô manipulador construído para a realização do presente trabalho apresenta dois

graus de liberdade. Os movimentos da estrutura são realizados por meio de dois motores de

.indução trifásicos acionados por inversores de freqüência. Além disso, esse sistema é

retroalimentado e constituído por circuitos elétricos de condicionamento dos sinais de entrada

e de saída.

Os controladores fuzzy do robô foram desenvolvidos de maneira experimental, tendo

sido projetados de acordo com experiência adquirida nos ensaios realizados durante a

elaboração do trabalho, eliminando, assim, a necessidade de identificação e equacionamento

matemático do sistema. A implementação computacional dos controladores foi realizada em

ambiente LabVIEW®.

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21

1.1 Objetivo da Pesquisa

Este trabalho tem como objetivo a construção de um manipulador robótico de dois

graus de liberdade alimentado por motores de indução trifásicos, bem como a apresentação de

um acionamento automático, utilizando lógica fuzzy para o controle de posição dos elos e

acompanhamento de sua trajetória.

O estudo visa contribuir para o avanço nas pesquisas acerca da construção de

manipuladores robóticos e do controle neles empregado, tornando-se, assim, uma referência

em pesquisas futuras que desejem realizar trabalhos semelhantes ao que foi desenvolvido e

aqui descrito.

1.2 Organização do Trabalho

O presente trabalho está organizado em seis capítulos, com os seguintes conteúdos:

No Capítulo 2, são apresentados uma revisão bibliográfica e um breve histórico

sobre os robôs, contemplando sua classificação, os elementos inerentes a um manipulador

robótico, os tipos de juntas e as definições de graus de liberdade e mobilidade. Além disso, é

apresentada uma revisão a respeito das filosofias de controle utilizadas atualmente.

O Capítulo 3 versa sobre o projeto, o desenvolvimento e a instrumentação do

manipulador robótico, contemplando sua descrição mecânica, o sistema de acionamento, o

sistema de aquisição de dados e, por fim, o sistema de medição de posição. Esse capítulo

apresenta ainda uma nota sobre o tipo de motor de indução trifásico utilizado no projeto, além

da justificativa de sua seleção e do princípio de funcionamento dos inversores de frequência.

O Capítulo 4 discursa a respeito da fundamentação teórica da lógica fuzzy e dos

princípios necessários ao entendimento dos processos desenvolvidos para os experimentos.

Além disso, foi apresentado o desenvolvimento do controlador do manipulador.

O Capítulo 5 mostra os resultados experimentais obtidos em testes realizados em

laboratório com as estratégias de controle utilizadas. Testes experimentais apresentados foram

obtidos como foco de controle de posição e trajetória para os elos do manipulador robótico.

O Capítulo 6 apresenta comentários e conclusões finais.

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22

CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capitulo, é apresentado um pequeno histórico sobre robôs, contemplando suas

características e alguns tipos de controle utilizados atualmente. Na seção 2.1, é apresentado

um histórico sobre os robôs. Nas subseções 2.1.1, 2.1.2, 2.1.3 e 2.2.4, apresentam-se a

classificação dos robôs, os elementos dos manipuladores robóticos, os tipos de juntas e as

definições de grau de liberdade e mobilidade. Na seção 2.2, mostra-se como se estrutura um

sistema de controle. Nas subseções 2.2.1, 2.2.2, 2.2.3 e 2.2.4, fazem-se comentários sobre

controles clássico, adaptativo, por redes neurais e por lógica fuzzy.

2.1 Notas Históricas sobre Robôs

O termo robô teve sua origem em 1917, derivado da palavra tcheca robata, que é

sinônimo de trabalho escravo ou servidão. Sua primeira aparição foi na obra de ficção

científica ―Opilek‖, e três anos depois na peça teatral ―Os Robôs Universais de Rossum‖,

ambas do escritor tcheco Karel Čapek (1890-1938). No trabalho artístico, um cientista

chamado Rossum, juntamente com seu filho, fabricava humanos artificiais, denominados

robôs, cuja existência era destinada à realização de trabalhos escravos. Nos anos que

seguiram, os robôs apresentam as mesmas características básicas expostas na obra teatral: a

semelhança morfológica com seres humanos e a capacidade de repetir comandos de um

operador. Nos países de língua eslava, a palavra robota significa trabalhador, embora nos dias

atuais signifique tanto humano quanto mecânico. (SNYDER, 1985).

A partir de 1940, os escritores Isaac Asimov (1920-1992) e John Campbell (1910-

1971) publicaram muitas histórias e artigos de ficção científica que ajudaram a difundir o

termo robô, descrevendo-o como máquina inteligente e de bom comportamento que segue

fielmente as instruções e os comandos sugeridos por humanos. Foi nos trabalhos de Asimov e

Campbell que o termo robótica foi aplicado pela primeira vez para definir o estudo de robôs e

também que as três leis da robótica foram propostas, a saber:

Primeira Lei – Um robô não fará mal a um ser humano, nem por omissão

permitirá que o ser humano seja ferido;

Segunda Lei – Um robô obedecerá às ordens dadas pelos humanos, exceto se tais

ordens conflitarem com a primeira lei;

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Terceira Lei – Um robô protegerá sua própria existência, até o instante em que tal

ação conflite com as duas primeiras leis.

Já no meio científico, o surgimento dos robôs foi resultado de constantes evoluções e

inovações nas técnicas de manufatura de dispositivos e de resolução de modelos matemáticos.

Os primeiros robôs construídos apresentavam uma constituição que imitava o braço humano.

Tratava-se de robôs teleoperados e/ou que utilizavam técnicas semelhantes às máquinas de

comando numérico. Esses robôs foram desenvolvidos durante a Segunda Guerra Mundial para

manipulação de materiais radioativos. As máquinas CNC (Computer Numerical Control)

foram criadas para atender as especificações do processo fabril, como alta precisão, exigidas

principalmente pela indústria aeronáutica. (SPONG; VIDYASAGAR, 1989).

Nas décadas de 1950 e 1960, os robôs industriais foram introduzidos com a

finalidade de substituir o homem na execução de tarefas repetitivas e/ou perigosas, visando a

uma melhoria na qualidade, ao aumento da produtividade e à redução dos custos de produção.

Algumas das tarefas mais comuns a que os robôs se destinam são: transporte e manejo de

materiais (WAWERLA et al., 2010; ENDO et al., 2008), montagem e manufatura (FEI et al.,

2010) , soldagem a arco e a ponto (YANPING et al., 2009; CHEN, H. B. et al., 2008) e

pintura (JARVIS, 1973; ASAKAWA et al., 1997; CHEN, H. et al., 2008; GAZEAU et al.,

2011).

No final da década de 1950, surgiu o que se pode chamar de primeiro robô

automático, um conceito de George Charles Devol (1912-2011), chamado Unimate. Tal

projeto usava princípios de comando numérico para controlar o manipulador, e era acionado

hidraulicamente, características muito semelhantes aos projetos encontrados na atualidade. No

ano de 1961, esse robô foi instalado na Ford. A partir de então, a robótica não parou de se

desenvolver de maneira acelerada:

1968 – ―Shakey‖: robô móvel desenvolvido no Standford Research Institute, dotado de

câmera de vídeo e sensores de contato;

1971 – Braço de Stanford, desenvolvido pela Universidade de Stanford (braço robótico

com acionamento elétrico);

1973 – Surgimento da primeira linguagem de programação para robôs: WAVE;

1978 – Introdução do robô PUMA, pela Unimation;

1979 – Desenvolvimento do robô SCARA na Universidade de Yamanashi (Japão);

1981 – Desenvolvimento do robô com atuação direta (direct drive) na CMU;

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1983 – Projeto para uma linha de montagem flexível automatizada com aplicação de robôs;

1984 – Muitos sistemas de programação off-line;

1989 – Sistemas de reconhecimento de imagens através da visão;

1996 – Família de robôs móveis Rocky, no Jet Propulsion Laboratory, da NASA,

Pasadena, Califórnia (EUA);

1997 – Anúncio do primeiro robô humanoide que sobe escadas, pela Honda (Japão);

2000 – Sistemas de exploração de petróleo por robôs em águas profundas;

2006-2010 – Desenvolvimento de numerosos sistemas para as mais diversas aplicações,

como imitar movimentos humanos (KOMAGOME et al., 2007), robôs cognitivos (WANG

et al., 2010), robôs sociais em centros comerciais (SHIOMI et al., 2009), e até mesmo

robôs para atuarem em resgates após ocorrência de desastres (SATO, 2008).

Os robôs, hoje, convivem de maneira harmoniosa com os humanos nos ambientes

fabris. Isso é possível graças à redistribuição das funções, ou seja, o humano programa a

máquina, e esta, por sua vez, executa o trabalho programado.

Os robôs industriais são de grande importância econômica e tecnológica. Até o final

de 2007, cerca de 1,25 milhão de robôs foram instalados em todo o mundo, desde sua

introdução em 1961. Nessa época, no mínimo 995 mil ainda estavam em operação, a maior

parte (65% a 80%) em indústrias automotivas e de fabricação de metal. Especialistas estimam

que, até o ano de 2011, cerca de 1,2 milhões de robôs industriais serão empregados em todo o

mundo. Esse número resulta da estimativa conservadora de que a duração média da vida de

um robô é de 12 anos de serviço, enquanto que estudos pilotos indicam que o tempo de vida

real é algo próximo de 15 anos de serviço.

O medo das pessoas de serem substituídas por robôs, algo marcante cerca de 20 anos

atrás, praticamente desapareceu. Reconheceu-se que as indústrias que têm adotado robôs

industriais no seu processo produtivo (como, por exemplo, a indústria automobilística) têm

apresentado crescimento financeiro e gerado mais empregos. De maneira oposta, as indústrias

que renunciaram aos robôs (por exemplo, aparelhos eletrônicos) vêm migrando para países

que pagam salários menores. Não é segredo que, mais cedo ou mais tarde, pessoas irão

abandonar o processo de produção nas fábricas e buscar novos tipos de trabalho mais

diversificados. Qualquer nação industrializada deve estar preparada para essas mudanças

estruturais que estão ocorrendo aos poucos, e que vêm acontecendo ao longo do tempo.

(CHRISTALLER et al., 2001).

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Robôs industriais garantem alta precisão para movimentos repetidos, aparentemente

de maneira infinita, com alturas e cargas variáveis. (KUKA, 2008). No entanto, sua força e

elevada precisão de posicionamento e rigidez vêm junto com uma alta relação de massa-

carga, 10:1. Apesar de já se empregarem materiais de fibra de carbono (KUKA, 2008), a

relação massa-carga ainda é uma ordem de grandeza pior do que a do braço humano.

2.1.1 Classificação dos robôs

Devido à constante evolução dos robôs, podem ser encontradas diversas definições

para o termo robô. Fabricantes e instituições do mundo inteiro projetaram e construíram

robôs, e adotaram uma definição própria para sua concepção de robô. Entre as definições

atuais na área de robótica, três delas foram originadas de associações importantes, e são

bastante utilizadas, a saber:

Segundo a ISO 8373:1994, um robô industrial é definido como um manipulador

programável em três ou mais eixos, controlado automaticamente, reprogramável e

multifuncional;

Para a Associação Japonesa de Robôs Industriais – em inglês, Japanese Industrial

Robot Association (JIRA) –, um robô é um dispositivo com graus de liberdade e que pode

ser controlado;

De acordo com o Robotics Institute of America (RIA), um robô pode ser definido

como um manipulador reprogramável e multifuncional, projetado para mover e manusear

materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especiais, capazes de desempenhar uma

variedade de tarefas através de movimentos variáveis programados.

De acordo com a JIRA, podem-se classificar os robôs conforme o nível de inteligência

do controlador, isto é:

Robôs manipuladores – dispositivos com vários graus de liberdade operados por

pessoas;

Robôs de sequência fixa – dispositivos que desempenham sucessivas tarefas de

acordo com uma programação predeterminada e imutável, muito difícil de ser modificada;

Robôs de sequência variável – dispositivos manipuladores que desempenham

tarefas sucessivas que podem ser modificadas facilmente;

Robôs repetitivos – dispositivos que permitem ao operador guiar o robô na

execução de uma tarefa fixa;

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Robôs de controle numérico – robôs cujo operador fornece o programa de

movimento, ao invés de ensiná-lo manualmente;

Robôs inteligentes – robôs que percebem e interagem com alterações do ambiente.

Os robôs também podem ser classificados cronologicamente, por gerações:

1.ª geração – Robôs executores – repetem uma sequência de instruções predeterminadas,

como a pintura ou a solda;

2.ª geração – Robôs controlados por sensores – dotados de malhas de controle fechadas,

realimentadas por sensores, tomam decisões baseados nas informações enviadas por estes;

3.ª geração – Robôs controlados por visão – a malha de controle fechada inclui um

sistema de visão para o processamento de imagens;

4.ª geração – Robôs com controle adaptativo – robôs capazes de reprogramar suas ações

com base nos seus sensores;

5.ª geração – Robôs com inteligência artificial – utilizam técnicas de inteligência

artificial para tomar suas decisões e até mesmo resolver problemas.

Outra classificação leva em conta o nível de controle presente nos programas do

controlador:

Servossistemas – os atuadores controlam os parâmetros do dispositivo utilizando os dados

fornecidos pelos sensores nas malhas de controle;

Modo de controle – é feita uma modelagem dos movimentos realizados pelo sistema,

incluindo as interações dinâmicas entre os mecanismos. As trajetórias são planejadas, e

esse modelo leva à formulação da estratégia de controle;

Inteligência artificial – caracterizada pela decomposição de instruções de alto nível em

funções de níveis mais baixos.

2.1.2 Elementos de um manipulador robótico

Os robôs manipuladores utilizam geralmente as primeiras juntas para posicionar a

estrutura constituída pelas juntas seguintes, denominada punho, que é utilizada para orientar o

elemento presente no terminal do braço. (CARVALHO, 1993). As juntas utilizadas para

realizar esse posicionamento formam o braço. O punho apresenta geralmente duas

configurações: pitch-yaw-roll (Y, Z, X) como o punho humano, ou roll-pitch-roll (Z, Y, Z),

também denominado punho esférico. De acordo com Rosário (2005), os braços mecânicos

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dos robôs são capazes de se mover de várias formas, devido às suas juntas ou uniões. Os

números de juntas podem variar de acordo com o projeto, porém a maioria utiliza entre 3 e 6

juntas. A Fig. 2.1 ilustra a junta de um braço mecânico.

Figura 2.1 Elos (vínculos) e junta de um manipulador [adaptado de Rosário (2005)].

2.1.3 Tipos de juntas

Como descrito anteriormente, os braços mecânicos são constituídos por elos e

ligados por juntas, podendo estas ser classificadas em dois grandes tipos: as deslizantes e as

rotacionais ou rotativas. As deslizantes (P), cujos elos têm movimento relativo linear, são

compostas de dois vínculos alinhados um dentro do outro, e em que um vínculo interno

escorrega pelo externo, dando origem ao movimento linear. Nas rotacionais (R), a conexão

permite movimentos de rotação entre dois vínculos que são unidos por uma articulação

comum, com uma parte podendo mover-se cadenciadamente em relação à outra parte. Existe

ainda um terceiro tipo, o da chamada junta esférica (S) que, no fundo, é a combinação de três

juntas rotacionais com o mesmo ponto de rotação. (SANTOS, 2004). Os três tipos de juntas

são ilustrados na Fig. 2.2.

Vínculo

Junta rotativa

Vínculo

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(a) (b) (c)

Figura 2.2 Configurações básicas de braços robóticos: (a) junta deslizante; (b) junta rotacional;

(c) junta esférica.

Atuador

O atuador é um dispositivo que transmite movimento a uma parte mecânica pelo

desenvolvimento de forças, baseado num princípio físico de conversão de energia. O atuador

responde a comandos manuais ou automáticos, e podem ser, por exemplo, motores elétricos,

cilindros hidráulicos ou pneumáticos, além de eletroímãs.

Sensores

Os sensores são elementos destinados à percepção do mundo exterior, bem como à

medição do estado interno do robô. Entre os principais tipos de sensores empregados em

manipuladores industriais estão os sensores de posição, de extensão, de velocidade e de

proximidade:

Sensores de posição monitoram a posição das juntas: a informação captada por

eles é enviada ao sistema de controle, onde é utilizada para determinar a precisão

dos movimentos das juntas.

Sensores de extensão medem a distância entre um ponto importante e um ponto

de referência, podendo essa medição ser realizada por câmeras.

Sensores de velocidade são empregados na estimação da velocidade com que o

manipulador se move. A variação da aceleração durante a movimentação ajuda a

compreender a natureza da dinâmica do manipulador. Forças, como a de inércia

causada pela mudança de aceleração, devem ser monitoradas e controladas para se

garantir um bom desempenho do manipulador.

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Sensores de proximidade são utilizados para captar e indicar a presença de

algum objeto dentro de um espaço ou distância específica, sem a necessidade de

contato físico, podendo ser capacitivos ou indutivos.

Controlador

O controlador é o responsável por gerar as informações que comandarão um ou mais

atuadores com base em um algoritmo de controle. É um dispositivo que realiza operações

matemáticas sobre o sinal de erro com o objetivo de produzir uma ação corretiva que, ao ser

aplicada ao processo, faz com que ele satisfaça determinados critérios de desempenho. Essas

operações matemáticas são chamadas de ações de controle. (BAZANELLA; SILVA JR.,

2005).

2.1.4 Graus de liberdade e mobilidade

Santos (2004) define graus de liberdade como sendo o número total de movimentos

independentes que um dispositivo pode efetuar. Já os graus de mobilidade estão associados ao

número de juntas existentes.

Um exemplo de graus de liberdade é um cubo inserido em um espaço de três

dimensões, podendo deslocar-se ao longo dos três eixos, e também rodar em torno de cada um

deles. Isso totaliza seis graus de liberdade para sua movimentação.

2.2 Estrutura de Controle

Define-se como planta ou processo um sistema a ser controlado, como representado

de maneira simplificada pela Fig. 2.3. O sinal que se aplica na entrada é chamado sinal de

controle. O sinal de saída do processo é denominado variável de processo, cujo

comportamento se deseja controlar. Além disso, geralmente os sistemas estão sujeitos a ação

de sinais externos chamados perturbações, em cujos valores não se pode interferir

(BAZANELLA; SILVA JR., 2005).

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Figura 2.3 Sistema de controle.

Um sistema de controle pode ser classificado em sistema de malha aberta e sistema

de malha fechada. Num sistema de controle de malha aberta, o sinal de saída não é medido

nem realimentado para efetuar-se uma comparação com o sinal de entrada. No controle em

malha fechada, a diferença entre a referência e o sinal realimentado é chamada de erro. Esse

sinal realimentado pode ser tanto o sinal de saída da planta quanto uma função do próprio

sinal de saída e suas derivadas. O sinal de erro é introduzido no controlador a fim de ser

minimizado, fazendo, assim, com que o valor da saída atinja um valor desejado. O sistema em

malha aberta apresenta sensibilidade a perturbações e incapacidade de corrigir o efeito de tais

perturbações, realidade superada pelo sistema em malha fechada.

2.2.1 Controle clássico

No âmbito da teoria do controle clássico, o sinal de controle pode ser calculado de

diversas formas, entre as quais se destacam:

Cálculo através da ação proporcional, integral e derivativa (PID) (AKYUZ et al.,

2011);

Cálculo através do posicionamento de polos (MUNSHI et al., 1989);

Cálculo através de um compensador em atraso ou em avanço (KIM et al., 1994);

Cálculo através da realimentação de estados (PARK et al., 1994).

Esses controladores têm seus parâmetros fixos, sintonizados para um ponto ou região

de operação de um processo ou planta. Essa sintonia não é modificada automaticamente, caso

seja necessário; por isso, a etapa de modelagem do processo é de grande importância para

garantir uma boa sintonia do controlador.

Atualmente, controladores de estrutura simples e padronizada, como os controladores

PID, representam a grande maioria das malhas de controle industriais em todo o mundo.

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(BAZANELLA; SILVA JR., 2005). Nos controladores PID comercializados, apenas os

ganhos de suas ações são ajustados. Tais controladores possuem uma estrutura fixa, e seus

projetos podem ser realizados de forma simples e eficiente.

De acordo com a necessidade do projeto, uma ou mais ações do controlador PID

podem não ser utilizadas. A ação proporcional é usualmente empregada e, assim, as quatro

configurações utilizadas são P, PD, PI e PID, sendo admissível utilizar ações separadas em

uma malha ou em diferentes malhas do sistema. (TAKEGAKI et al., 1981; WEN et al., 1990;

KELLY, 1993; ARIMOTO et al., 1984).

O sinal de controle em um controlador PID é calculado em função do sinal de erro.

(BAZANELLA; SILVA JR., 2005).

2.2.2 Controle adaptativo

O projeto de um controlador, na maioria dos casos, depende do modelo da planta em

determinada condição de operação. Contudo, a exatidão de uma modelagem é de extrema

dificuldade. Além disso, em inúmeros processos, alguns parâmetros da planta são

desconhecidos ou conhecidos com incertezas. Assim, surgiu a necessidade de técnicas de

estimação desses parâmetros com o intuito de melhor entender o comportamento da planta.

A motivação da adaptação de um sistema de controle surgiu do desenvolvimento de

um piloto automático de alto desempenho, no início da década de 1950. A justificativa de um

sistema de controle adaptativo se deveu ao fato de a aeronave operar numa grande faixa de

velocidades e alturas, e de ter uma dinâmica não linear e conceitualmente variante no tempo.

(IOANNOU et al., 1996).

Uma estrutura de controle adaptativo contém, geralmente, uma malha de

realimentação, um estimador de parâmetros e um controlador com ganhos ajustáveis.

(IOANNOU et al.,1996).

A estimação de parâmetros pode ser feita de duas formas:

Off-line – após certo tempo, os parâmetros são estimados, através do

processamento de dados, e armazenados;

On-line – periodicamente os parâmetros são atualizados com base em estimativas

anteriores e novos dados, e, assim, essa estimação é executada concorrentemente

com o sistema.

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Logo, o controle adaptativo consiste em aplicar alguma técnica de estimação para

obter os parâmetros do modelo do processo e de seu meio a partir de medições de sinais da

entrada e da saída da planta e usar esse modelo para projetar um controlador. (ÅSTRÖM;

WITTENMARK, 1989).

A estrutura de controle adaptativo é classificada em direta e indireta. No controle

adaptativo direto, o modelo da planta é parametrizado em termos dos parâmetros do

controlador, os quais são estimados on-line diretamente, sem cálculos intermediários

envolvendo estimativas dos parâmetros da planta. É também chamado controle adaptativo

implícito, por ser baseado na estimação de um modelo implícito da planta. No controle

adaptativo indireto ou explícito, os parâmetros da planta são estimados on-line e usados para

calcular os parâmetros do controlador. Em ambas as estruturas, os cálculos dos parâmetros do

controlador são feitos por leis de adaptação. (IOANNOU et al., 1996).

As principais técnicas de controle adaptativo são:

PID adaptativo (KUC; HAN, 1998; TANG et al., 2010);

Controle Adaptativo por Modelo de Referência (em inglês, Model Reference Adaptive

Control, abreviadamente MRAC) (TSAI; TOMIZUKA, 1989);

Controle Adaptativo por Posicionamento de Polos (em inglês, Adaptive Pole

Placement Control, abreviadamente APPC) (TAKAGI; UCHIYAMA, 2005; ESAKI

et al., 2000);

Controle Adaptativo com Ganhos Ajustáveis (em inglês, Gain Scheduling Adaptive

Control) (LIU et al., 2009).

2.2.3 Redes neurais

Uma rede neural artificial (RNA) é um processador paralelamente distribuído,

constituído de unidades de processamento simples, que têm a propensão natural para

armazenar conhecimento experimental e torná-lo disponível para o uso. (HAYKIN, 2005).

A estrutura das redes neurais foi desenvolvida a partir de modelos conhecidos de

sistemas nervosos biológicos e do próprio cérebro humano. As unidades de processamento

simples, denominadas neurônios artificiais, correspondem aos nós de rede, e são modelos

simplificados dos neurônios biológicos. Tais modelos foram obtidos a partir da análise da

geração e propagação de impulsos elétricos pela membrana celular dos neurônios.

(HODGKIN; HUXLEY, 1952).

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Os neurônios utilizados nos modelos de redes neurais artificiais realizam funções

simples, como coletar os sinais existentes em suas entradas, agregá-los de acordo com sua

função de entrada e produzir uma saída por intermédio de sua função de saída (função de

ativação) inerente. Um modelo matemático de neurônio mais simples, que engloba as

principais características de uma rede neural biológica – paralelismo e alta conectividade –,

foi proposto em 1943 pelo neurocientista Warren Sturgis McCulloch (1898-1969) e pelo

matemático Walter Pitts (1923-[196-]). (MARSALLI, [s.d.]). Esse modelo realiza a soma

algébrica ponderada das entradas de um neurônio que, em seguida, serve como entrada para

função de ativação, determinada a saída da rede. (HAYKIN, 2005).

2.2.4 Lógica fuzzy

Lógica é o estudo de métodos e princípios de raciocínio em todas as suas possíveis

formas. A lógica clássica trabalha com proposições que são verdadeiras ou falsas. A

característica especial da lógica fuzzy é a de apresentar uma forma inovadora de tratamento

das informações imprecisas, de forma muito distinta da teoria das probabilidades. A lógica

fuzzy provê um método de traduzir expressões verbais, vagas, imprecisas e qualitativas,

comuns na comunicação humana, em uma forma compreensível para os computadores.

Assim, a tecnologia possibilitada pelo enfoque fuzzy tem um imenso valor prático, tornando

possível a inclusão da experiência de operadores humanos para um sistema computadorizado,

os quais controlam processos e plantas industriais, possibilitando estratégias de tomadas de

decisão em problemas complexos. (SHAW; SIMÕES, 1999).

O raciocínio aproximado é, segundo Novák (1989), um modelo matemático de

raciocínio humano. Sua base é fornecida pela lógica fuzzy. Portanto, raciocínio aproximado

pode ser entendido como o processo de inferir conclusões imprecisas de premissas imprecisas.

Se a informação imprecisa puder ser expressa por um conjunto de regras linguísticas

da forma ―se... então‖, é possível implementar um algoritmo computacional que, utilizando

um método de inferência baseado no raciocínio aproximado, forneça uma saída para o sistema

modelado. Mais detalhes dessa técnica são apresentados no Capítulo 4.

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CAPÍTULO 3

DESENVOLVIMENTO E INSTRUMENTAÇÃO DO

MANIPULADOR ROBÓTICO

Neste capitulo, são apresentadas a descrição, a construção mecânica e a

instrumentação do sistema do manipulador robótico desenvolvido. Na subseção 3.3.1, é

detalhada a construção mecânica do robô de dois graus de liberdade, com apresentação clara

do posicionamento dos elementos mecânicos responsáveis pelo acionamento. Nas subseções

3.3.2 e 3.3.3, são abordados o sistema de acionamento e o sistema de aquisição de dados. Por

fim, na seção 3.3.4, o sistema de medição é apresentado juntamente com o elemento

responsável, o transdutor linear.

3.1 Manipulador Robótico com Dois Graus de Liberdade (Estudo, Desenvolvimento e

Motivação)

O projeto do manipulador robótico aqui apresentado é considerado interdisciplinar,

tendo em vista que ele engloba o conhecimento das diversas áreas da automação. A

engenharia mecânica fornece as metodologias para o estudo de estruturas e mecanismos em

aplicações estáticas e dinâmicas. As engenharias elétrica e eletrônica auxiliam nas técnicas

para integração de sensores e atuadores, interfaces, além da teoria de controle, que formula e

avalia algoritmos ou critérios de inteligência artificial, com o objetivo de realizar movimentos

desejados e controlar as interações entre os manipuladores e o processo. Finalmente, a ciência

da computação, que proporciona ferramentas para programação desses manipuladores,

capacitando-os à realização de tarefas específicas.

Grande parte dos componentes mecânicos (peças) necessários ao funcionamento do

manipulador proposto foi confeccionada pelo Autor, como: estrutura metálica, redutor de

velocidade — parafuso sem fim + engrenagem (coroa) —, e os demais que serão

apresentados no decorrer deste texto. Os componentes eletroeletrônicos empregados no

projeto estão todos disponibilizados comercialmente, tendo sido utilizados, entre outros,

inversores de frequência, potenciômetros, motores de indução trifásicos, placa de aquisição de

dados e sensores fim de curso.

A construção do referido protótipo se justifica pelo fato de algumas partes serem de

difícil aquisição, mesmo em sua versão didática. O hardware utilizado para o controle do

robô é proprietário, visto que os fabricantes não disponibilizam a documentação do circuito de

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controle, e o código fonte do software não é completamente aberto. A principal parte do

código encontra-se em bibliotecas pré-compiladas.

3.2 Descrição do Manipulador Robótico

Os tópicos seguintes apresentam o projeto mecânico, o sistema de acionamento e

aquisição de dados e de medição do posicionamento que são utilizados no manipulador

robótico.

3.2.1 Projeto mecânico

Como pode ser visto na Fig. 3.1, o manipulador robótico desenvolvido é composto

por um braço mecânico e uma base, que são responsáveis pelos movimentos de translação e

rotação, respectivamente.

Figura 3.1 Manipulador robótico desenvolvido.

O braço mecânico foi confeccionado em perfil de alumínio quadrado, com dimensão

de 50,80 mm e comprimento de 586 mm. Com a finalidade de balanceamento, uma massa de

chumbo de 3,185 kg foi inserida na extremidade ―A‖ desse elemento, ou seja, essa massa foi

utilizada no projeto como contrapeso. Outro detalhe importante a ser destacado é que, na

extremidade ―B‖ do braço mecânico, foi inserido um complemento, cujo perfil é idêntico ao

do braço mecânico. A ligação entre tais elementos foi realizada por uma articulação composta

por um eixo e dois mancais de rolamentos. Um mecanismo foi desenvolvido para que esse

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complemento permaneça sempre na posição horizontal, independentemente da posição

angular do braço. Essa configuração pode ser observada na Fig. 3.2.

Figura 3.2 Braço mecânico desenvolvido.

O braço mecânico do manipulador robótico é acionado por um motor de indução

trifásico de 220/380 volts, 60 Hz, 0,33 CV e 1720 rpm. Tendo em vista que a rotação do

motor selecionado para esta aplicação de controle é bastante elevada, foi necessário acoplar

ao seu eixo um redutor de velocidade composto por um parafuso sem fim, com uma entrada,

confeccionado em aço SAE 1045, posteriormente temperado, sendo acoplado a uma

engrenagem (coroa) com 66 dentes, confeccionada em bronze. É importante destacar que

ambos (parafuso e coroa) foram fresados com uma ferramenta do tipo Módulo 1,5 N.º 7. Com

essa configuração, obteve-se uma redução de 1720 para 26,06 rpm, tendo como referência a

Eq. (3.1):

Z

NES x RPMRPM Motor

Saída (3.1)

onde:

RPMSaída = Número de rotações por minuto da saída do redutor;

RPMMotor = Número de rotações por minuto do motor;

NES = Número de entradas do parafuso sem fim;

Z = Número de dentes da engrenagem (coroa).

Aplicando na Eq. (3.1) as relações apresentadas no parágrafo anterior, tem-se:

rpm 06,2666

1 x 1720RPMSaída

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37

O valor de 26,06 rpm encontrado na saída do redutor significa dizer que, quando o

inversor de frequência estiver emitindo uma frequência de 60 Hz ao motor, este estará girando

nessa rotação.

Além da redução de velocidade de rotação, tal configuração teve como finalidade a

amplificação do torque a ser fornecido à carga. A Fig. 3.3 ilustra a disposição dos elementos

do braço inseridos no projeto.

Figura 3.3 Elementos necessários ao acionamento do braço mecânico.

A base do manipulador robótico também foi construída de alumínio a fim de se ter

um protótipo relativamente leve. Para o acionamento do conjunto, utilizou-se um motor de

indução trifásico, com as mesmas características daquele citado anteriormente. A ideia de se

utilizar o parafuso sem fim acoplado ao eixo do motor e a uma engrenagem foi mantida na

base, com o objetivo de redução da velocidade de rotação e de amplificação do torque. A Fig.

3.4 ilustra a configuração dos elementos da base.

Figura 3.4 Elementos necessários ao acionamento da base.

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38

A velocidade de rotação e o sentido de giro do eixo dos motores são controlados por

meio de sinais de controle enviados aos inversores de frequência, e os deslocamentos

angulares totais da base e do braço são, respectivamente, 120º e 100º. Para proteção do

sistema, foram dispostos sensores fim de curso na estrutura mecânica da máquina.

Para melhor ilustrar o projeto e o desenvolvimento do manipulador robótico, as

Figuras 3.5 e 3.6 apresentam um esquema representativo do sistema e sua imagem real,

respectivamente.

Figura 3.5 Sistema braço + base montado.

Figura 3.6 Manipulador robótico desenvolvido.

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39

Uma estrutura de alumínio foi desenvolvida para proteger os inversores de

frequência, as chaves de proteção e as botoeiras, ou seja, todos os elementos necessários ao

comando da máquina. A Fig. 3.7 mostra uma foto do protótipo completo.

Figura 3.7 Manipulador robótico e sistema de comando.

3.2.2 Sistema de acionamento

O sistema de acionamento do manipulador robótico pode ser dividido em cinco

partes distintas: computador pessoal, placa de aquisição de dados, circuito de

condicionamento de sinal, inversor de frequência e motor de indução trifásico.

Sendo os controladores implementados no software computacional LabVIEW®,

torna-se possível inserir um sinal de referência de posição a ser alcançado pelo sistema,

através da interface com o usuário, também desenvolvida em LabVIEW. Processada a

informação, essa rotina compara o valor de referência com o sinal dos potenciômetros,

gerando um sinal de erro que será utilizado pelo algoritmo de controle, dispositivo esse que

será detalhado na subseção seguinte.

Tendo em vista que os níveis de tensão e corrente fornecidos pela placa NI-DAQ não

são suficientes para o acionamento do inversor de frequência, foi necessário o

desenvolvimento de um circuito condicionador de sinal. Os sinais enviados pela placa de

aquisição ao inversor de frequência são responsáveis por duas informações: o controle de

velocidade de rotação, que utiliza um sinal analógico, e o sentido de giro, que utiliza um sinal

digital. A comunicação analógica é feita de forma direta, e a velocidade de rotação é variada

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de acordo com o nível de tensão na saída da placa, sendo sua variação de 0 a 5 volts, o que

corresponde a uma variação de 0 a 60 Hz na frequência da tensão de saída do inversor. A

configuração descrita pode ser observada na Fig. 3.8.

Figura 3.8 Diagrama esquemático do sistema.

Motor de indução trifásico

O princípio de funcionamento do motor de indução trifásico baseia-se nas leis do

eletromagnetismo. O campo girante do motor de indução trifásico é gerado a partir de três

correntes senoidais, com a mesma amplitude, mas defasadas de 120º, circulando por três

bobinas fixas, cujos eixos magnéticos se distanciam de 120º entre si. (SENA, 2008). Na Fig.

3.9, é ilustrada a configuração interna de um motor de indução.

Condicionador de Sinais

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41

Figura 3.9 Enrolamentos do estator e do rotor de um motor de indução.

Durante o funcionamento do motor, o rotor gira em virtude do torque (conjugado)

produzido por uma força magnética aplicada ao rotor. As formas de onda aplicadas às bobinas

do estator geram um campo magnético resultante que gira em torno do eixo central do motor.

A variação de fluxo desse campo magnético induz uma tensão no rotor, gerando correntes

rotóricas. Estas últimas, sob a ação do campo do estator, originam a força magnética geradora

do torque no rotor. Em consequência disso, o rotor gira, acompanhando o campo girante, o

que diminui a corrente induzida no rotor. O eixo do motor gira a uma frequência próxima da

frequência da tensão aplicada, definindo-se como escorregamento a diferença existente entre

a velocidade de rotação do eixo do motor e a velocidade do campo girante do estator. A

velocidade do eixo do motor, em rotações por minuto, é dada por:

P

S)(1 f 120N

(3.2)

onde: N = Velocidade do eixo do motor (rpm)

f = Frequência (hertz);

P = Número de polos;

S = Escorregamento;

De acordo com a Eq. (3.2), é possível observar que se pode variar a rotação do motor

por meio da variação da frequência, uma vez que, para variar o número de polos, é necessário

realizar modificações físicas no motor.

Para selecionar o motor a ser utilizado neste projeto, foi levada em consideração sua

comparação com os motores de corrente contínua (CC). Pelas pesquisas realizadas, foi

possível verificar que os motores CC têm um custo de manutenção muito elevado, além de

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42

seus contatos serem feitos por escovas, que requerem trocas e manutenções periódicas. Outros

fatores a serem considerados nesses motores são os arcos e as faíscas devidos à comutação de

corrente por elementos mecânicos, o que os impede de ser aplicados em ambientes perigosos.

Contudo, esse tipo de motor mantém um torque melhor, mais eficiente e com menores

dimensões quando comparado ao motor AC, isto é, um motor AC, para produzir um mesmo

torque que um motor DC, precisaria ser mais robusto ou de maior potência.

Apesar do exposto, o custo dos motores de indução trifásicos é muito menor do que

um motor CC. Além disso, o uso de motores AC juntamente com o inversor de frequência

apresenta mais uma vantagem quando comparado com o motor CC, pois os inversores de

frequência atuais disponibilizam uma série de parâmetros sobre o controle de velocidade,

precisão e leveza no acionamento.

Inversor de Frequência

Os inversores de frequência são os equipamentos mais adequados para controlar a

velocidade de rotação e o torque dos motores de indução. (BORDON, 2004). Através dos

inversores são fornecidas tensão e frequência variáveis a esses motores, controlando a relação

entre tensão e frequência por meio da modulação por largura de pulso (PWM). Esta consiste

de amostras representadas por pulsos de amplitude fixa e largura proporcional ao sinal de

tensão no instante da amostragem. Na Fig. 3.10, é apresentado o controle PWM senoidal. A

tensão trifásica senoidal de referência, US, é sobreposta por uma tensão triangular, UΔ. A

interseção desses sinais gera os pulsos que ligam ou desligam os semicondutores dos

inversores de frequência.

Para a variação de velocidade e partidas suaves nos motores de indução trifásicos, é

usado nos inversores o controle de velocidade tipo Volts/Hertz ou V/f, conhecido por controle

escalar. Nesse princípio de controle, ao variar proporcionalmente a amplitude e a frequência

da tensão de alimentação dos motores, o fluxo e, consequentemente, o torque permanecem

constantes.

No trabalho, foram utilizados dois inversores CFW08, da marca WEG®, do tipo

monofásico. A opção de utilizar inversores foi com o objetivo de obter uma partida

relativamente suave dos motores e, além disso, evitar solavancos que desgastam os

componentes mecânicos do sistema, principalmente nos conjuntos redutores. Para tanto, foi

programado um tempo de aceleração/desaceleração de 0,1s em rampa. Isso permitiu um

melhor controle, evitando um posicionamento inadequado da base e do braço, e a

minimização de sobressinais. Quanto à frequência, parametrizaram-se as frequências mínima

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e máxima, respectivamente, em 0 Hz e 40 Hz, a fim de obter um controle de posição rápido

para esse tipo de configuração de sistema.

Figura 3.10 Modulação PWM controlada por sinal senoidal.

3.2.3 Sistema de aquisição de dados

O processo de aquisição e controle do manipulador foi realizado através de uma

placa NI-DAQ USB 6008, fabricada pela National Instruments®. Essa placa possui 10 canais

analógicos, sendo 8 entradas e 2 saídas, e 12 canais de entrada/saída digitais, um conversor de

12 bits, taxa de amostragem = 10 kS/s, faixa de tensão de entrada = ± 10 V, faixa de tensão de

saída = 0 a 5 volts, corrente de saída = 5 mA e transferência de dados USB (Figura 3.11).

Foram utilizados no projeto: dois canais analógicos de saída (AO 0 e AO 1) com a finalidade

de realizar o controle da rotação dos motores através da frequência emitida pelo inversor;

duas entradas analógicas (AI 1 e AI 4) com a função de receber os sinais de tensão

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provenientes dos potenciômetros e, por fim, duas saídas digitais (PO 0 e PO 1) para indicar o

sentido de giro dos motores.

Figura 3.11 Placa de aquisição de dados da NI.

A referida placa de aquisição de dados realiza a interface dos algoritmos de controle

com a planta através dos conversores D/A (digital-analógico) e A/D (analógico-digital).

O computador utilizado tinha as seguintes configurações: processador Dual Core de

1,73 GHz, com 2 GB de memória RAM. Com essa configuração, foi possível executar as

ações de controle em tempo real.

3.2.4 Sistema de medição (posicionamento)

Para que fosse possível detectar a posição do manipulador robótico, utilizou-se um

transdutor de posição angular (potenciômetro), cujo princípio de funcionamento é o mesmo

de um transdutor linear, porém o tipo de movimento do seu cursor é rotacional. Nesse caso, o

dispositivo converte um dado número de voltas de seu cursor em uma tensão elétrica que é

enviada para o sistema de aquisição de dados.

No projeto, utilizaram-se dois potenciômetros multivoltas (um para cada eixo) por

causa de sua boa resolução, com uma variação angular de 10 voltas. Esse elemento foi

acoplado a um sistema de engrenagem, com a finalidade de ampliar o número de rotações.

Sendo assim, o potenciômetro fornece um sinal de ―deslocamento angular‖ do braço e da

base.

O referido transdutor possui uma resistência elétrica de 10 kΩ ± 5%, e é de

fabricação TRIMMER® e de especificação WXD3590. De maneira análoga ao potenciômetro

linear, esse transdutor possui três terminais (A, B e C), com A e B conectados em 10 V e

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45

GND, respectivamente. O terminal C corresponde à tensão de saída, que varia de acordo com

a posição do cursor. A Fig. 3.12 ilustra o dispositivo.

Figura 3.12 Transdutor angular (potenciômetro de 10 kΩ).

As Equações (3.3) e (3.4), obtidas a partir de dados coletados em laboratório,

representam uma função linear que possibilita relacionar os valores de tensão com os valores

do deslocamento angular do eixo do motor.

5,43

407,4V x 120 p base (3.3)

4,45

507V x 100 p braço (3.4)

onde Vp = tensão fornecida pelo potenciômetro à entrada analógica da placa de aquisição de

dados.

Com o intuito de fazer uma verificação visual do deslocamento real do braço e da

base e de comparar com o deslocamento fornecido pelo software de controle,

confeccionaram-se dois transferidores, que foram inseridos na estrutura mecânica do

manipulador. As Figuras 3.13 e 3.14 ilustram a imagem dos transferidores posicionados na

base e no braço da máquina, respectivamente.

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46

Figura 3.13 Transferidor da base.

Figura 3.14 Transferidor do braço.

3.2.5 Sistema de comando e proteção

Por serem os dispositivos de comando e proteção indispensáveis em instalações

elétricas, foram implementados alguns dispositivos no sistema posicionador para evitar que o

manipulador robótico saia do seu curso máximo e, consequentemente, provoque possíveis

danos por choque mecânico na estrutura.

Sensores mecânicos de fim de curso (FC_1/FC_2 e FC_3/FC_4), observados no

diagrama de acionamento, comando e proteção do sistema da Fig. 3.15, foram inseridos nas

extremidades do curso de cada uma das articulações (base e braço) que desabilitam a ligação

entre o inversor e o motor através de contatores (K1 e K2). Essa configuração de comando foi

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47

adotada para que o funcionamento do inversor de frequência não seja interrompido, evitando

possíveis paradas frequentes e, consequentemente, o mau uso do dispositivo.

Figura 3.15 Diagrama de acionamento, comando e proteção do sistema.

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48

CAPÍTULO 4

CONTROLE INTELIGENTE DO SISTEMA

O controle de posição de um manipulador robótico, que está sujeito a diversas cargas

de trabalho, pode ser realizado de diversas formas. Para o modelo experimental adotado neste

trabalho, o controle de posição do braço e da base do manipulador robótico é realizado por

meio de dois motores trifásicos, sendo um para o deslocamento angular da base e outro para o

deslocamento angular do braço.

A ideia principal no controle de posicionamento de um manipulador robótico é fazer

com que a diferença entre a posição espacial desejada e a posição final seja zero, no menor

tempo possível, e isso pode ser feito de diversas formas, cada qual com suas limitações,

conforme comentado no Capítulo II. A estratégia adotada para o controle de sistemas, de

maneira geral, é utilizar o sinal de erro e, através dele, enviar um sinal de controle para o

atuador.

O diagrama de controle de posição da base do manipulador robótico é mostrado na

Fig. 4.1.

Figura 4.1 Diagrama de blocos do controle da base do manipulador robótico.

Neste capítulo, é apresentada a fundamentação teórica da lógica fuzzy juntamente

com o projeto do controlador fuzzy desenvolvido para o manipulador robótico. Na seção 4.1, é

apresentada a teoria dos controladores fuzzy. Nas subseções 4.1.1, 4.1.2 e 4.1.3, são

explicados os processos de fuzzificação, inferência fuzzy e defuzzificação. Na seção 4.2, são

feitas as considerações finais do capítulo.

4.1 Controlador

A lógica fuzzy é um método baseado na maneira como o ser humano age para

controlar um determinado sistema. Um controlador fuzzy típico pode ser projetado para

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comportar-se conforme o raciocínio dedutivo, isto é, o processo que as pessoas utilizam para

chegar a conclusões baseadas em informações que elas já conhecem. (SHAW; SIMÕES,

2004).

Um termo linguístico pode ser definido quantitativamente por um tipo de conjunto

fuzzy conhecido como função de pertinência. A função de pertinência, especificamente,

define graus de possibilidades baseados em propriedades como deslocamento, posição e

tensão, entre outras. Com funções de pertinência definidas para entradas e saídas de sistemas

especialistas e de controle, formula-se uma base de regra SE... ENTÃO, que são regras

condicionais. Dessa maneira, uma base de regra e uma função de pertinência correspondente

são empregadas para analisar as entradas e determinar as saídas de controle pelo processo de

inferência da lógica fuzzy.

A estratégia de controle do sistema idealizado consiste em manter a menor diferença

modular possível entre a posição desejada ou de referência e a posição final do manipulador

robótico através do controle de rotação de dois motores trifásicos. A posição de referência do

manipulador robótico é determinada por um operador. Os sinais adotados nas entradas dos

controladores fuzzy foram as diferenças entre as referências e as posições angulares do braço e

da base do manipulador robótico.

O bloco de construção primário de sistemas de lógica fuzzy é a variável linguística.

Uma variável linguística é usada para combinar múltiplas categorias subjetivas que descrevem

o mesmo contexto. Essas condições são chamadas condições linguísticas, e representam os

possíveis valores das variáveis linguísticas de entrada, que, para o estudo em questão, são o

erro de posição angular (ERRO) e a variação do erro (VERRO), normalmente gerada a partir

da diferença entre o erro atual e o erro anterior. O ambiente computacional no qual o

controlador fuzzy estará inserido é o LabVIEW, que apresenta uma limitação de utilizar

apenas uma saída por cada bloco fuzzy inserido. Sendo assim, serão necessários dois blocos

fuzzy: no primeiro bloco, a variável de saída irá controlar o motor da posição angular do

braço; no segundo bloco, a saída irá controlar o motor da posição angular do braço.

Cada variável linguística é composta de várias condições linguísticas ou termos que

descrevem as diferentes interpretações linguísticas da quantidade característica que é

modelada. Cada termo linguístico é definido por uma função de pertinência apropriada

(conjunto fuzzy).

Um controlador fuzzy é composto de três partes: fuzzificação, inferência fuzzy e

defuzzificação. Essa sequência de controle transforma valores numéricos reais para o

ambiente fuzzy, onde os números são convertidos em uma base numérica nebulosa. Nessa

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transformação, um conjunto de inferência fuzzy é usado para as tomadas de decisões, e, por

fim, há uma transformação inversa do ambiente fuzzy para valores numéricos reais, para que

ocorra acoplamento entre a saída do algoritmo fuzzy e as variáveis de atuação. (SHAW;

SIMÕES, 2004).

A estratégia de controle baseada no conhecimento do sistema com respeito ao

controle em malha fechada é implementada por regras linguísticas integradas na base de

regras do controlador.

Todos os valores das variáveis de entrada, do erro e da variação do erro são

traduzidos em valores de variáveis linguísticas correspondentes. Em seguida, o passo de

inferência fuzzy é executado para derivar uma conclusão da base de regra que representa a

estratégia de controle. O resultado desse passo é o valor linguístico para a variável de saída.

O passo de defuzzificação traduz o resultado linguístico anterior em um valor real

que representa o valor atual da variável de controle.

4.1.1 Fuzzificação

A informação do posicionamento do manipulador é obtida por dois potenciômetros,

cada qual instalado no final da redução do eixo de rotação do motor. Essa informação da

tensão instantânea do potenciômetro é convertida em um valor em graus. A diferença entre o

valor em graus da referência e o valor em graus convertido do potenciômetro forma a variável

linguística de entrada, assim como as variações de erro desse sinal. Para o ERRO, são

identificadas 9 posições, ou termos linguísticos, para cada bloco fuzzy, cujos erros são

definidos como mostrado na Tabela 4.1.

A cada termo é associado um ERRO correspondente: por exemplo, o maior erro

positivo foi traduzido para o valor linguístico PMG, que corresponde a um erro acima de 10º.

Para a variação do erro do ângulo (VERRO), os procedimentos adotados são os

mesmos, conforme mostrado na Tabela 4.2.

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Tabela 4.1 Termos linguísticos para o ERRO.

Tabela 4.2 Termos linguísticos para o VERRO.

As Figuras 4.2 e 4.3 mostram as funções de pertinência das variáveis linguísticas de

entrada, ERRO e VERRO, com seus respectivos termos linguísticos.

A função de pertinência da variável de entrada, ZE, é triangular. As demais variáveis

de entrada são do tipo trapezoidal.

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Figura 4.2 Variável ERRO e seus termos linguísticos.

Figura 4.3 Variável VERRO e seus termos linguísticos.

Para a tensão de saída, ou variável de controle, foram utilizados outros termos e a

faixa de tensão de 0 a 0,7V para comandar diretamente o inversor de frequência e,

consequentemente, controlar a rotação do motor trifásico.

Na Fig. 4.4, tem-se o universo de discurso da variável de saída que irá enviar essa

informação para o inversor de frequência. A placa de comunicação USB 6008 fornece tensões

analógicas que variam de 0 a 0,7 V. A tensão mínima de 0 volt corresponde à rotação zero do

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motor trifásico, enquanto que a tensão de 0,7 V corresponde à rotação máxima adotada, na

prática, para que o motor responda com partida suave.

Figura 4.4 Variável de saída e seus termos linguísticos.

4.1.2 Inferência fuzzy

Nesta parte, foram definidos os conectivos lógicos usados para estabelecer a relação

fuzzy que modela a base de regras. Adotou-se o operador matemático mínimo para o

conectivo lógico ―e‖, e o operador máximo para o conectivo lógico ―ou‖. As sentenças ―se...

então‖ são modeladas pela operação de mínimo, e o relacionamento entre as regras é

modelado pela operação de máximo.

Foram utilizadas nove funções de pertinência para a variável ERRO e cinco funções

de pertinência para a variável VERRO, resultando em 45 regras. Isso é disponibilizado para

formar uma base de regra consistente, que foi obtida após vários ajustes. A base de regra

completa é descrita em forma de matriz, como mostra a Tabela 4.3.

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Tabela 4.3 Base de regras para os motores do manipulador robótico.

A formação da base de regra, seja para o motor da base, seja para o motor do braço,

se inicia com a condição básica de que, se o erro entre o valor de posição de referência e a

posição atual for zero, então se deve enviar um sinal nulo para o inversor de frequência. Essa

situação corresponde à condição (IF Erro é ZE AND VERRO e ZE THEN V0), como pode ser

visto na Tabela 4.3. Ainda observando a Tabela 4.3, pode-se verificar que há uma simetria

diagonal em relação ao erro de posição ZE. Isso se deve ao fato de os sinais enviados dos

inversores de frequência para os motores serem os mesmos, independentemente do sentido de

rotação. Em outras palavras, com um erro grande de posição, o motor deve girar em rotação

máxima, independentemente do sentido de rotação. O que define o sentido de rotação é se o

erro de posição é positivo ou negativo. Essa informação também é enviada ao inversor de

frequência para que ele ative o sentido de rotação correto.

A Fig. 4.5 ilustra um exemplo do comportamento do controlador quando o erro de

posição da base é de -1,85 grau e a variação do erro é de -0,1 grau.

4.1.3 Defuzzificação

Na defuzzificação, o valor da variável linguística de saída, inferida pelas regras fuzzy,

será traduzido num valor de tensão para o inversor de frequência. Esse valor é o que melhor

representa os valores fuzzy inferidos da variável linguística de saída, a distribuição de

possibilidades. Assim, a defuzzificação é uma operação contrária que traduz a saída do

domínio fuzzy para o domínio discreto. Para selecionar o método apropriado de

defuzzificação, pode-se utilizar um enfoque baseado no centroide ou nos valores máximos da

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função de pertinência resultante. Os seguintes métodos são utilizados: Centro de Área (CoA),

Centro do Máximo (CoM) e Média dos Máximos (MoM). (SHAW; SIMÕES, 2004).

Figura 4.5 Exemplo de regra de estratégia de controle.

O método de defuzzificação deriva um valor de saída preciso, que melhor representa

o resultado linguístico obtido do processo de inferência fuzzy. O método de defuzzificação

usado foi o método Centro dos Máximos (CoM), no qual as áreas das funções de pertinência

não desempenham nenhum papel e apenas os máximos (pertinências singleton) são usados. A

saída discreta é calculada como uma média ponderada dos máximos, cujos pesos são os

resultados da inferência.

O cálculo do valor defuzzificado é realizado através da Eq. (4.1), onde μ0,k(ui) indica

os pontos em que ocorrem os máximos (alturas) das funções de pertinência de saída.

n

1k

ik0,

N

1i

1k

ik0,

N

1

i

)u(

)u(u

n

iu

(4.1)

Tomemos como base o exemplo mostrado na Fig. 4.5 para explicar o processo de

defuzzificação, em que se tem um Erro de -1,85 grau e uma Variação do Erro de -0,1 grau.

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Figura 4.6 Fuzzificação para Erro = -1,85 grau.

Nesse caso, o erro de posição da base é traduzido no valor linguístico: {0,0; 0,0;

0,567; 0,765; 0,0; 0,0; 0,0; 0,0; 0,0}. A variação do erro de posição da base faz parte dos

seguintes termos linguísticos: {0,0; 0,335; 0,75; 0,0; 0,0}.

Figura 4.7 Fuzzificação para VERRO = - 0,1 grau.

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O passo seguinte consiste da inferência fuzzy, que pode ter dois componentes: a

agregação, que é a evolução da parte condicional (IF) de cada regra; e a composição, que se

trata da evolução da parte conclusiva (THEN) de cada regra.

O operador mínimo (min) representa a palavra AND. No exemplo que está sendo

analisado, quatro regras são descrições válidas da situação atual (v. Tabela 4.4). Essas regras

normalmente são chamadas regras ativas; todas as outras regras são chamadas inativas.

Tabela 4.4 Análise das quatro regras válidas.

O resultado final da inferência fuzzy para a variável linguística ―tensão‖ é mostrado

na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 Resultado da inferência fuzzy.

No processo de defuzzificação, o método utilizado foi o Centro dos Máximos (CoM).

Nesse método, é calculada a média ponderada, e os valores são retirados da Fig. 4.8. A Tabela

4.6 apresenta o resultado da defuzzificação.

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Tabela 4.6 Resultado da defuzzificação.

Figura 4.8 Defuzzificação de acordo com o Centro dos Máximos (CoM).

A média ponderada fica então:

1882,00,5670,75 0,335

0,67 0,0 0,55 0,0 0,35 0,567 0,15 75,00,0 0,335

R

(4.2)

O resultado encontrado (0,1882 volt) corresponde ao valor de tensão que será usado

para informar ao inversor de frequência, e este, por sua vez, irá alimentar o motor trifásico

com uma variação de fase proporcional ao valor defuzzificado, e que, para este exemplo

escolhido, pode ser verificado na Fig. 4.5. Uma forma de visualizar a gama de valores de

tensão é através do mapa de regras, que faz uma associação dos valores de entrada do

controlador com a respectiva saída, ou variável de controle, baseada nas regras

Page 60: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

59

implementadas no controlador. Esse conjunto de entradas e saída pode ser representado de

acordo com uma superfície tridimensional, observada na Fig. 4.9. O eixo vertical é a variável

de controle, enquanto que, em cada eixo horizontal, estão as entradas do controlador, ou seja,

o erro e a variação do erro.

Figura 4.9 Superfície para variável de controle do manipulador.

4.2 Considerações Finais

Neste capítulo, apresentou-se a lógica do sistema de controle que foi desenvolvida

diretamente para controlar a posição angular da base e do braço do manipulador robótico. A

implementação do controle foi baseada no conhecimento experimental do sistema obtido

neste capítulo, bem como nas informações do inversor de frequência trabalhando em conjunto

com o motor trifásico. A estratégia de controle para levar o braço robótico à posição desejada

levou em conta o erro, que é a diferença entre a posição de referência e a posição momentânea

do braço, e a variação desse erro. O controlador utilizado foi do tipo fuzzy devido à

simplicidade de implementação.

Page 61: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

60

CAPÍTULO 5

RESULTADOS EXPERIMENTAIS

São mostrados, neste capítulo, os resultados experimentais obtidos no sistema de

posicionamento. Na seção 5.1.1, são analisadas as curvas quanto às referências do tipo degrau

e degrau variável no acionamento do sistema, bem como perturbações para avaliação da

robustez do sistema. Na seção 5.1.3, avaliam-se os desempenhos dos controladores no

seguimento das trajetórias das curvas de referência senoidal e cossenoidal, e da composição

dessas duas últimas.

5.1 Ensaios de Acionamento do Sistema

De acordo com Ramesh et al. (2005), os controladores em malha fechada, para

manipuladores robóticos, podem trabalhar de duas formas. No primeiro caso, trata-se do

controle ponto a ponto, no qual tanto a trajetória da ferramenta de um ponto de origem ao

ponto de referência quanto a velocidade de deslocamento não são importantes. A razão para

isso é que a ferramenta não entra em contato com a área de trabalho. Nesse tipo de controle, o

que importa é a exatidão com que a ferramenta atinge o ponto de referência. O segundo tipo

de controlador, em malha fechada, é denominado sistema de controle de contorno, no qual o

caminho traçado pela ferramenta é de fundamental importância, sendo, por esse motivo, a

variável controlada. Esse tipo de controle é muito utilizado em trabalhos de corte, lapidação,

pintura.

5.1.1 Acionamento do tipo degrau

Com relação ao braço, primeiramente foi realizado o acionamento, partindo da

posição 49,0º, por um degrau de referência com amplitude de -31,5º, resultando em um

deslocamento, para baixo, de 17,5º. Em seguida, foi realizado o acionamento para as posições

49,0º, 70,8º, 88,3º, 62,0º e finalizando no ponto 49,0º. No gráfico da Fig. 5.1, encontram-se as

curvas de resposta do braço e da referência, e na Fig. 5.2 é possível acompanhar a evolução

temporal da variável de controle para este acionamento.

Page 62: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

61

Figura 5.1 Resposta ao Degrau Variável – Braço.

Variável de controle do controlador fuzzy do Braço

Figura 5.2 Variável de controle do controlador fuzzy para o braço.

0 20 40 60 80 100 12030

40

50

60

70

80

90Entradas em degrau do Braço

De

slo

ca

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

Referência

Sinal do braço

0 20 40 60 80 100 1200

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7Variável de controle do braço

Te

nsã

o [v

olts

]

Tempo [s]

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62

Da mesma forma, foi realizado o acionamento da base, partindo da posição 62,85º,

por um degrau de referência com amplitude de -44,34º, resultando em um deslocamento, para

a esquerda, de 18,51º. Em seguida, foi realizado o acionamento para as posições 62,44º,

85,07º, 103,2º, 76,02º e finalizando no ponto 62,44º. No gráfico da Fig. 5.3, encontram-se as

curvas de resposta do braço e da referência, e na Fig. 5.4, os sinais de tensão apresentados

pela variável de controle para o referido acionamento.

Figura 5.3 Resposta ao Degrau Variável – Base.

0 10 20 30 40 5040

50

60

70

80

90

100

110

120Entradas em degrau da Base

De

slo

ca

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

Referência

Sinal da base

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63

Variável de controle do controlador fuzzy da Base

Figura 5.4 Variável de controle do controlador fuzzy para a base.

Analisando as Figuras 5.1 e 5.3, é possível obter o tempo de assentamento, Ts, em

segundos, a ultrapassagem percentual, Up, e o erro percentual de regime permanente, Ess, das

curvas de resposta às referências supracitadas. Esses dados estão apresentados nas Tabelas 5.1

e 5.2.

Tabela 5.1 Índices de desempenho do braço obtidos experimentalmente para degraus

de amplitudes variadas.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 450

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7Variável de controle da base

Te

nsã

o [vo

lts]

Tempo [s]

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64

Tabela 5.2 Índices de desempenho da base obtidos experimentalmente para degraus

de amplitudes variadas.

5.1.2 Acionamento do braço com carga

Com o objetivo de avaliar o comportamento do sistema em situações de

deslocamento de carga, realizou-se um ensaio aplicando-se uma mesma referência ao sistema

em três situações distintas. Inicialmente, o sistema foi acionado sem carga, e nas duas

situações seguintes, o sistema foi acionado com cargas de 0,614 kg e 1,228 kg. Na Fig. 5.5,

são apresentadas as curvas de referência e de resposta do sistema para o procedimento acima

descrito. Nas Figuras 5.6 e 5.7, apresentam-se detalhes da Fig. 5.5 quanto ao deslocamento

para baixo e para cima, respectivamente, do braço do manipulador robótico.

O degrau aplicado neste experimento foi de 61,2o, e o tempo de subida para a situação

sem carga foi de 3,3 segundos, enquanto que o tempo de subida foi praticamente o mesmo

para o braço carregado com 614g e 1228g, ou seja, 3,5 segundos. Então, nessa situação, houve

um atraso de 0,2s do braço carregado em relação ao braço sem carga.

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65

Figura 5.5 Deslocamentos do sistema nas situações com carga e sem carga.

Figura 5.6 Detalhe do degrau positivo do sistema com carga e sem carga.

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66

Já na situação em que a força de carregamento está na mesma direção de

deslocamento, verifica-se na Fig. 5.7 que o tempo de subida foi de 3,4 segundos para o braço

sem carga e com carga de 614g. O tempo para esse mesmo deslocamento com o braço

carregado de 1228g foi de 3,6 segundos.

Figura 5.7 Detalhe do degrau negativo do sistema com carga e sem carga.

Da análise das Figuras 5.5, 5.6 e 5.7, obtêm-se os tempos de assentamento em

segundos (Ts), a ultrapassagem percentual (Up) e o erro percentual de regime permanente,

Ess, nas situações em que o braço se apresenta com carga e sem carga, conforme mostrados

nas Tabelas 5.3 e 5.4. Considera-se degrau positivo quando o braço apresenta movimento

vertical para cima, e degrau negativo, quando o braço apresenta movimento vertical para

baixo. Tanto o degrau positivo quanto o degrau negativo apresentaram o mesmo valor, ou

seja, 61,2o.

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67

Tabela 5.3 Índices de desempenho experimentais para degrau positivo com carga e

sem carga (braço).

Tabela 5.4 Índices de desempenho experimentais para degrau negativo com carga e

sem carga (braço).

5.1.3 Acionamento com funções circulares

Para verificar o comportamento do controlador na situação de acompanhamento de

trajetória, foi imposto ao braço um sinal de referência do tipo cossenoidal com período T =

144s e amplitude de 34,97°. Na Fig. 5.8, são mostrados o sinal de referência (traço azul) e o

sinal de deslocamento do braço (traço pontilhado vermelho), evidenciando o bom

desempenho do sistema no que se refere ao acompanhamento das trajetórias impostas como

referência, com erro máximo de 0,27° ao longo de toda a trajetória.

Na Fig. 5.9, é observada a evolução da variável de controle do braço, ou seja, a

tensão informada pelo controlador para acompanhar a trajetória.

Outra situação de acompanhamento de trajetória foi experimentada, só que para a

base. Foi imposto um sinal de referência do tipo senoidal com período T = 108s e amplitude

de 22,63°. Na Fig. 5.10, são mostrados o sinal de referência e o sinal de deslocamento da

Page 69: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

68

base. Observando-se essa figura, pode-se verificar um bom desempenho do sistema no que se

refere ao acompanhamento das trajetórias impostas como referência, verificando-se erro

máximo de 0,22° ao longo de toda a trajetória.

Na Fig. 5.11, é observada a evolução da variável de controle do braço, ou seja, a

tensão informada pelo controlador fuzzy para acompanhar a trajetória.

Figura 5.8 Acompanhamento de trajetória cossenoidal – Braço.

0 50 100 15010

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110Acompanhamento de trajetória cossenoidal

De

slo

ca

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

Sinal do braço

Referência

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69

Variável de controle do Braço (cosseno)

Figura 5.9 Variável de controle para acompanhamento de trajetória cossenoidal – Braço.

Figura 5.10 Acompanhamento de trajetória senoidal – Base.

0 50 100 1500

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12Variável de controle do braço(cosseno)

Te

nsã

o [vo

lts]

Tempo [s]

0 20 40 60 80 100 12030

40

50

60

70

80

90Acompanhamento de trajetória senoidal

Aco

mp

an

ha

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

Sinal da base

Referência

Page 71: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

70

Variável de controle da Base (seno)

Figura 5.11 Variável de controle para acompanhamento de trajetória senoidal – Base.

5.1.4 Ensaios com controlador PID

Controladores PID são empregados em larga escala em processos industriais. Tal fato

se deve, principalmente, à facilidade de sua implementação e ao seu bom desempenho quando

sintonizados de maneira adequada. Com o objetivo de avaliar o desempenho do sistema de

controle fuzzy, foram implementados controladores PID para o acionamento do manipulador

robótico.

O ajuste do controlador seguiu o que foi proposto por Ziegler e Nichols (1942), cujo

método para a definição dos ganhos do controlador PID é baseado em uma análise simples de

estabilidade. A função de transferência do controlador PID é assim representada:

s

KsKKsG i

dpc )( (5.1)

onde Kp, Kd e Ki são, respectivamente, os ganhos proporcional, derivativo e integrativo.

Para obter os ganhos dos controladores PID do braço e da base, inicialmente se

atribuíram aos ganhos derivativos (Kd) e aos ganhos integrativos (Ki) valor zero. Em seguida,

os ganhos proporcionais (Kp) do controlador da base e do braço foram variados até que

entrassem em oscilação permanente, sendo o ensaio do braço realizado para o ponto de 49o e

0 20 40 60 80 100 1200

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14Variável de controle da base(seno)

Te

nsã

o [vo

lts]

Tempo [s]

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71

o da base para o ponto de 62,44o. A resposta do braço submetido ao ganho crítico (KMbraço) é

mostrada na Fig. 5.12 e a resposta da base submetida ao ganho crítico (KMbase) é mostrada na

Fig. 5.13.

Os ganhos críticos alcançados nos ensaios foram KMbraço = 15 e KMbase = 54, e, como

observado nos gráficos da Fig. 5.12 e da Fig. 5.13, o período crítico do braço (PMbraço) foi de

1,12s e o da base (PMbase) de 1,16s.

Resposta do braço submetido à ação do ganho crítico

Figura 5.12 Resposta do braço submetido à ação do ganho crítico.

.

10.5 11 11.5 12 12.5 13 13.5 14

47

47.5

48

48.5

49

49.5

50

50.5

51

X: 12.44

Y: 50.44

Tempo [s]

Refe

rência

e S

aíd

a [

gra

us]

X: 11.32

Y: 50.52

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72

Resposta da base submetida à ação do ganho crítico

Figura 5.13 Resposta da base submetida à ação do ganho crítico.

Segundo o método proposto por Ziegler e Nichols (1942), os parâmetros do

controlador PID podem ser definidos como:

Mp KK 6.0 (5.2)

8

Mp

d

PKK

(5.3)

M

p

iP

KK

2 (5.4)

Com base nas equações anteriores, os ganhos dos controladores PID assumiram os

seguintes valores: Kp = 9, Ki = 16,07 e Kd = 1,26 para o braço; Kp = 32,4, Ki = 55,86 e Kd = 4,7

para a base. Depois, foram sintonizados, obtendo-se outros valores, a saber: Kp = 6,0, Ki

=11,41 e Kd = 1,07 para o braço; Kp = 28,6, Ki = 53,5 e Kd = 3,8 para a base.

O sistema foi acionado de maneira idêntica à realizada para os controladores fuzzy, e

os resultados obtidos por ambas as técnicas de controle foram comparados. Para o braço e

14.5 15 15.5 16 16.5 17 17.5

59

60

61

62

63

64 X: 17.32

Y: 63.39

Tempo [s]

Refe

rência

e S

aíd

a [

gra

us]

X: 16.16

Y: 63.38

Page 74: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

73

para a base, foram realizados ensaios com excitação do tipo degrau com amplitudes variadas.

No gráfico da Fig. 5.12, encontram-se as curvas de resposta do braço, para ambas as

estratégias de controle, bem como a curva de referência. De maneira análoga, na Fig. 5.13,

são mostradas as curvas de resposta da base para as duas técnicas de controle empregadas,

juntamente com a curva de referência.

Figura 5.14 Resposta ao Degrau Variável com diferentes técnicas de controle – Braço.

0 20 40 60 80 100 12030

40

50

60

70

80

90Entradas em degrau do Braço

De

slo

ca

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

Referência

Sinal do braço - Fuzzy

Sinal do braço - PID

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74

Figura 5.15 Resposta ao Degrau Variável com diferentes técnicas de controle – Base.

As variáveis de controle dos controladores PID utilizados no braço e na base são

mostradas na Fig. 5.14 e na Fig. 5.15.

Variável de controle do controlador PID do Braço

Figura 5.16 Variável de controle do controlador PID para o braço.

0 10 20 30 40 5040

50

60

70

80

90

100

110

120

X: 44.2

Y: 62.44

Entradas em degrau da Base

De

slo

ca

me

nto

[g

rau

s]

Tempo [s]

X: 40.1

Y: 62.44

Referência

Sinal da base - Fuzzy

Sinal da base - PID

0 5 10 15 20 25 30 35 40 450

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Tempo [s]

Tensão [

volts]

Page 76: CONSTRUÇÃO E CONTROLE INTELIGENTE DE UM … · posicionamentos do braço e da base são realizados, para efeito de comparação, por um controlador fuzzy e por um controlador PID,

75

Variável de controle do controlador PID da Base

Figura 5.17 Variável de controle do controlador PID para a base.

A análise das Figuras 5.12 e 5.13 permite a obtenção do tempo de assentamento, Ts,

em segundos, da ultrapassagem percentual, Up, e do erro percentual de regime permanente,

Ess, das curvas de resposta às referências supracitadas quando se trata do controlador PID.

Esses dados estão apresentados nas Tabelas 5.5 e 5.6.

Tabela 5.5 Índices de desempenho experimentais do braço para degraus de amplitudes

variadas – Controlador PID.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 450

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Tempo [s]

Tensão [

volts]

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76

Tabela 5.6 Índices de desempenho experimentais da base para degraus de amplitudes

variadas – Controlador PID.

Para comparar de maneira mais objetiva o desempenho dos controladores, foram

calculados o erro integral absoluto (IAE, sigla do inglês Integral Absolute Error) e o erro

quadrático médio (MSE, sigla do inglês Mean Square Error), dados pelas seguintes equações

(PASSOLD, 2003):

nt

ttytrefIAE

1)()( (5.5)

n

tytrefMSE

nt

t

2

1)]()([

(5.6)

onde ref(t) e y(t) são, respectivamente, a referência e a resposta do sistema no instante t, e n é

número de amostras. As Tabelas 5.7 e 5.8 apresentam os índices IAE e MSE calculados para

o braço e a base nos testes mostrados nas Figuras 5.14 e 5.15.

Tabela 5.7 Índices de desempenho IAE e MSE do braço.

Tabela 5.8 Índices de desempenho IAE e MSE da base.

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77

Comparando os parâmetros relativos ao desempenho do sistema de controle e os

índices de desempenho no acompanhamento da trajetória, verifica-se que o controlador fuzzy

apresentou um comportamento ligeiramente superior em relação ao apresentado pelo

controlador PID ajustado pela técnica de Ziegler-Nichols. Verifica-se que o sistema, com o

controlador PID, obteve uma resposta mais lenta quanto ao tempo de assentamento, como

também apresentou, em algumas situações, erro de regime permanente.

Os parâmetros do controlador PID podem ser mais bem ajustados; contudo, o

controlador fuzzy apresenta a vantagem de se adaptar às diferentes referências impostas,

enquanto que o controlador PID, cujos parâmetros são fixos, é sintonizado para uma

determinada região de operação, e pode, consequentemente, apresentar erro de regime

permanente quando o sistema for submetido a diferentes referências.

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78

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES

No presente trabalho, foram apresentados o controle por lógica fuzzy de um

manipulador robótico de dois graus de liberdade e uma breve explanação acerca de seu

aspecto construtivo. O controle aplicado ao robô foi desenvolvido em ambiente LabVIEW®.

O manipulador robótico foi experimentado em situações de acompanhamento de

trajetórias do tipo senoidal e cossenoidal, entradas em degrau variadas, e análise do braço com

carga e sem carga.

Em relação às entradas em degrau variadas, tanto o braço quanto a base do

manipulador robótico apresentaram erro em estado estacionário nulo, e percentual de

ultrapassagem máximo de 0,32%. Conclui-se que, em termos de posicionamento, o

controlador fuzzy Mandani apresentou ótimos resultados.

No experimento de acompanhamento de trajetória, foi verificado que a diferença

entre a trajetória de referência e a posição do braço ou da base apresentou um erro máximo de

0,38o. Nessa situação, o sistema também se mostrou bastante eficiente.

O terceiro experimento estudado consistiu de uma entrada em degrau com

deslocamento de 61,2o, nas situações do braço com carga e sem carga. Nesse experimento,

observou-se que as alterações nas respostas do braço carregado ou descarregado foram

mínimas, com diferença de 0,2s no tempo de subida. Considerando que a maior entrada em

degrau ocorreu nessa etapa do estudo, o tempo de subida em todas as situações ocorreu em

torno de 3,4 segundos, sem erro em estado estacionário. Portanto, mais uma vez ficou

evidenciado que, em termos de posicionamento, o sistema implementado, mesmo carregado, é

bastante eficiente.

Também foram realizados ensaios com o controlador PID, com o objetivo de

comparar o desempenho do sistema quando controlado por outro tipo de controlador. Os

resultados obtidos demonstram que, para o caso de referências do tipo degrau variável, o

controlador PID apresentou um desempenho inferior ao obtido pelo controlador fuzzy. O

sistema apresentou erros de regime permanente para algumas referências, visto que o

controlador PID é sintonizado para uma determinada região de operação. Tal fato justifica o

estudo de controladores que se ajustem a diferentes situações, como é o caso dos

controladores fuzzy.

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79

REFERÊNCIAS

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ROBOTICS RESEARCH (ISRR), 1., 1984. Anais… Cambridge: MIT Press, 1984. p. 783-

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industrial robot. In: IEEE INTERNATIONAL CONFERENCE ON ROBOTICS AND

AUTOMATION, 1997, Albuquerque, New Mexico. Proceedings... New York: IEEE, vol. 3,

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ÅSTRÖM, K. J.; WITTENMARK, B. Adaptive Control. New York: Addison Wesley, 1989.

BAZANELLA, A. S.; SILVA JR., J. M. G. Sistemas de Controle: princípios e métodos de

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BORDON, M. E. Controlador Nebuloso de Arquitetura Simplificada – Estudo de Caso:

Acionamento de Motor de Indução Trifásico. 2004. 197 f. Tese (Doutorado em Engenharia

Elétrica) – Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP), 2004.

CAMPOS, M. M.; SAITO, K. Sistemas Inteligentes em Controle e Automação de

Processos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2004.

CARVALHO, G. C. Desenvolvimento dos três primeiros graus de liberdade de um

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APÊNDICE A

PROGRAMA EM LABVIEW® COM ALGORITMO DE CONTROLE FUZZY

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O programa para o controle fuzzy do manipulador robótico foi desenvolvido no

software computacional LabVIEW®, e está representado na Fig. A.1.

Figura A.1 Implementação do programa de controle de posição para aplicação dos sinais de referência.