Criminalística 2013 Apostila

Embed Size (px)

Citation preview

SUMRIO1. Introduo..............................................................................................022. Capitulo 01- Criminalstica.................062.1 Conceito de Criminalstica..............................................................062.1.1 Relao da Criminalstica com as cincias exata..............062.2.1.1 Fsica................................................................................072.2.1.2 Qumica............................................................................072.2.1.3 Biologia............................................................................082.2 Fraudes.............................................................................................082.3 Diviso da Criminalstica................................................................092.4 Objetivo da Criminalstica..............................................................102.5 Investigao Objetiva e Subjetiva................................................112.6 Competncia para requisitar Percias..........................................112.7 Legislao especfica do CPPM e CPP.........................................112.8.1 Cdigo Penal Militar...............................................................112.8.2 Cdigo De Processo Penal Militar........................................132.8.3 Cdigo De Processo Penal Dos Peritos e Intrpretes.........222.8 Instituto Geral de Percias.............................................................233. Captulo 02 - Local de Crime ...............................................................323.1 Conceito de local de crime.............................................................323.2 Classificao de local de crime.....................................................333.2.1 Quanto a rea..........................................................................333.2.2 Quanto a natureza dos Fatos................................................333.3.3 Quanto ao Exame...................................................................343.3 Levantamento de local...................................................................343.4 Procedimento Policial Militar em um local de crime...................354. Captulo 03 - Laudo Pericial.................................................................364.1 O que significa Laudo Pericial......................................................364.2 As partes que compem o Laudo Pericial....................................384.3 Tipos de Laudos.............................................................................385. Capitulo 04 Da Prova ........................................................................395.1 Conceito de prova...........................................................................395.2 Classificao das provas................................................................405.3 Vestgios, Indcios e Corpo de Delito...........................................405.3.1 Vestgio..................................................................................405.3.1.1Classificao dos Vestgios................................................415.3.2 Indcios..................................................................................415.3.2.1 Classificao dos indcios........................................425.3.3 Corpo delito...........................................................................435.4 Tanatologia Forense.......................................................................446. Consideraes Finais ..........................................................................46Referncias..47ANEXOS............................................................................................................48

1. Introduo

O homem sempre buscou viver prximo a outros homens, primeiro com o intuito de sobrevivncia, passando ao que temos hoje chamado de sociedade. Ao passar a viver em companhia de outros seres fez surgir um fenmeno social, o CRIME. Com isso fez surgir o estudo do crime, atravs da punio dos acontecimentos, tudo com o intuito de garantir harmonia social, pela segurana.Assim, a Criminalstica e a Criminologia, estudam o crime e suas implicaes. Sendo que a Criminologia um conjunto de conhecimentos que se ocupa do crime, da criminalidade e suas causas, da vtima, do controle social do ato criminoso, bem como da personalidade do criminoso e da maneira de ressocializ-lo, utilizando cincia humanas.Entretanto a Criminalstica a disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e a interpretao das matrias relativas ao crime ou a identidade do autor. Num conceito mais amplo, podemos ainda dizer que a disciplina que se utiliza do conhecimento de diversas cincias, arte e outras disciplinas, com objetivo de esclarecer casos criminais, bem como informar a investigao policial e auxiliar a justia, atravs da prova tcnica.O termo Criminalstica surgiu com HANS GROSS, austraco, que props tal conceito quando era Juiz de Instruo na ustria, ao constatar que as provas nos tribunais, eram provenientes de informantes, ou por meios de castigos fsicos, no rara a utilizao de tortura, para conseguir confisses. Em 1898, lanou "A Psicologia Criminal" e ampliada novamente com a Coletnea de Temas Criminalsticos. J em 1899, criou o Arquivo de Antropologia Criminal e de Criminalstica que, em junho de 1944, j contava com 114 volumes. HANS GROSS reconhecido mundialmente como fundador da Criminologia e da Criminalstica.Nessa poca RUDOLPH ARCHIBALD REISS, mestre famoso, criou o Instituto de Polcia Cientfica da Universidade de Lausanne. Foi aluno de ALPHONSE BERTILLON, insigne criador da chamada Fotografia Sinaltica e do Sistema Antropomtrico de Identificao, conhecido como Bertillonage e que se irradiou para o mundo, a partir do Servio de Identidade Judiciria da Prefeitura de Polcia de Paris.No Instituto de Polcia Cientfica da Universidade de Lausanne, RUDOLPH ARCHIBALD REISS teve como discpulo, o Pai da Moderna Criminologia, o insigne EDMOND LOCARD. Com os conhecimentos adquiridos, EDMOND LOCARD procurou o Chefe de Polcia Regional de Lyon, HENRY CACAUD, solicitando sua ajuda para que pudesse organizar algo indito - um servio que contasse com uma equipe permanente de cientistas, que empregassem todos os recursos de sua sabedoria, em busca de meios para detectar o crime. Em 10 de janeiro de 1910, realizava-se o sonho de LOCARD, com a criao do Laboratrio de Polcia ou, segundo outros, do Laboratrio de Polcia Tcnica de Lyon, o primeiro do gnero em todo o mundo.EDMOND LOCARD foi agraciado com vinte e duas condecoraes francesas e estrangeiras, entre elas a de Comendador da Legio de Honra. Alm de fundador do Laboratrio de Polcia Tcnica de Lyon, figura entre os fundadores da Academia Internacional de Criminalstica e dos conselhos tcnicos da INTERPOL. LOCARD afirmava que "todo contato deixa vestgio". Morreu na quase misria.Em 1925, fundou-se a Delegacia de Tcnica Policial em So Paulo, a qual foi transformada no ano seguinte em Laboratrio de Polcia Tcnica, por iniciativa de CARLOS DE SAMPAIO VIANA, considerado um dos pioneiros do estudo tcnico-policial no pas.Em janeiro de 1933, o Gabinete de Identificao do Rio de Janeiro, sob a direo do Professor LEONILDO RIBEIRO, eminente mestre da Medicina Legal, foi transformado num verdadeiro Instituto, ocasio em que tambm foi criado o Laboratrio de Polcia Tcnica e Antropologia Criminal, inaugurado no dia 20 de junho daquele ano.Em Santa Catarina, o Instituto Geral de Percias - IGP teve sua origem no Instituto Medico Legal e de Identificao, criado em 1917, sendo o primeiro rgo encarregado de executar os trabalhos periciais de exames de corpo de delito e de identificao humana, em Santa Catarina, denominando-seGabinete de Identificao e Servio Mdico Legal.Em 1918, no governo de Felipe Schmidt, foi nomeado o primeiro Mdico Legista de Santa Catarina o Dr. Carlos Corra. Em 1938, na gesto do Excelentssimo Governador Nereu Ramos, atravs do Decreto-Lei n 258, o Gabinete de Identificao e Servio Mdico Legal passa a denominar-se Instituto de Identificao e Mdico Legal. Os trabalhos desenvolvidos por este rgo abrangiam toda a Criminalstica. Os Mdicos Legistas realizavam os exames de leso corporal eas necropsias, os Peritos Criminais realizavam os levantamentos dos locais de crime, existindo ainda exames laboratoriais e de Identificao.At 1969 houve poucas mudanas, no Instituto de Identificao e Mdico Legal, neste ano, com a aprovao da Lei 4.265, de 07 de janeiro de 1969, aparece pela primeira vez figura do Mdico Legista e Perito Criminal dentro do quadro de carreiras da Polcia Civil, saindo da subordinao direta do Secretrio de Estado dos Negcios da Segurana Pblica.Conforme se verifica, o rgo Coordenador das Percias Criminais em Santa Catarina, ao longo de sua histria, teve diversas denominaes como:- Gabinete de Identificao e Servio Mdico Legal;- Instituto de Identificao e Mdico Legal;- Diretoria de Polcia Tcnica e Cientfica;- Diretoria de Polcia Tcnica;- Departamento de Polcia Tcnica;- Diretoria de Polcia Tcnico-Cientfica e Percia Oficial;- Instituto Geral de Percias.OINSTITUTO GERAL DE PERCIAS IGP foi criado em 31/01/2005, pela Emenda Constitucional n 039, do Estado de Santa Catarina, que lhe deu autonomia funcional e administrativa e o vinculou diretamente Secretaria de Segurana Pblica, sendo estruturado atualmente em quatro institutos, a saber: Instituto de Anlises Forenses IAF, Instituto de Criminalstica IC, Instituto de Identificao Civil e Criminal II e o Instituto Mdico Legal IML, bem como, conta ainda com sua prpria Academia de Percia ACAPE e com sua prpria Corregedoria.

CAPTULO 01 CRIMINALSTICA

2. Conceito de Criminalstica a disciplina que se utiliza do conhecimento de diversas cincias, arte e outras reas, com objetivo de esclarecer casos criminais, bem como informar a investigao policial e auxiliar a justia, atravs da prova tcnica, sendo objeto de apoio investigao.Para fins de estudo e verificaes usaremos como conceito oficial de que a Criminalstica a disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e a interpretao das matrias relativas ao crime e/ou a identidade do autor.

2.1 Relao da Criminalstica com as Cincias Exatas

A Criminologia e a Criminalstica tm laos de nascena, pois ambas tratam do fenmeno criminal, sendo que a primeira utilizar de conhecimentos de causas, comportamentos, estudos antropolgicos, entre outras cincias humanas.J a Criminalstica usar as cincias exatas, para provar os fatos que envolvem crimes ou situaes que necessitam de interveno policial, bem como fornecer, sempre que possvel, a autoria.Dentre as cincias usadas, a Fsica, a Qumica e a Biologia, serviro de alicerces.

2.1.1 Fsica Mecnica: como os fatos ocorreram especialmente nos acidentes de trnsito e locais de crime; tica: analisa possibilidades no campo visual; Eletricidade: determinante em casos de mortes por corrente eltrica; Acstica: verifica as propriedades de sons e identificao de vozes; Eletrnica: verificao de funcionamento e anlise de mecnica em casos de acidentes; Informtica: crimes cibernticos; Matemtica: clculos e probabilidades; Fsica Aplicada.

2.1.2 Qumica Qumica Toxicolgica: verificao de toxidade de substncias; Qumica Bromatolgica: qumica de alimentos;

Qumica Biolgica e Bioqumica: exames de manchas orgnicas, pelos e cabelos; Qumica de Explosivos: estuda os componentes usados em explosivos; Qumica de Cosmticos: estuda os componentes e as falsificaes de cosmticos; Qumica de Tintas: verifica os tipos de tintas, bem como analisa tintas de canetas (cromatogrfico).

2.1.3 Biologia Como parte integrante da Medicina, apoia a Medicina Legal.

2.2 Fraudes

O termo FALSIFICAO (tudo criado) refere-se ao fato onde todos os elementos e os componentes so criados pelo agente, visando enganar incautos, como se verdadeiro fosse;J a ADULTERAO (modifica o que j existe) trata-se da modificao elementos que j existem e o agente coloca ou retira informaes e/ou caractersticas, para ficar parecido com original. Ocorre a modificao, a alterao do produto. Ex: Lavagem qumica da nota de R$ 1,00, pintando por cima as caractersticas da nota de R$ 50,00 (antiga forma de adulterao). Carteira de habilitao, o agente acrescenta uma letra modificando a categoria.O termo CONTRAFAO refere-se a imitao, onde induz algum a erro. Serve para confundir as pessoas de boa-f. A vtima adquire o produto, pensando ser de uma marca consagrada. Ex: CD's piratas tentando se passar por originais.

2.3 Diviso da Criminalstica

Dinmica de Homicdios: Estuda a dinmica dos acontecimentos em crimes contra a vida, alm de fornecer informaes investigao criminal. Dinmica de Acidentes de Trnsito: Estuda a dinmica dos acontecimentos num acidente de trnsito, fornecendo informaes sobre o ocorrido e determinando as causas concorrentes e/ou determinantes do sinistro. Papiloscopia: Consiste no estudo das impresses papilares, sua classificao, bem como fornecer a autoria de autores e envolvidos em um delito. Documentoscopia: Estuda documentos que podem servir de prova, alm de verificar autenticidade, sua integridade, bem como possvel autor. Grafoscopia: identifica as caractersticas da escrita, em seus elementos, tais como caractersticas, qualidade e elementos, podendo indicar mtodo de escrita e o autor do escrito. Balstica Forense: estuda as armas de fogo, sua munio e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relao direta ou indireta com infraes penais, visando esclarecer e provar sua ocorrncia. Qumica Forense: Utiliza a cincia qumica para fins jurdicos. Contabilidade Forense: Realiza exames periciais contbeis, em geral desvio de verbas, apropriao indbita, falncias fraudulentas, etc. Engenharia Legal: Utiliza conhecimentos da engenharia, para estudar os locais de escombros provenientes de exploses, desabamentos, inundaes, etc. Merceologia: Estuda as mercadorias, bem como avalia mercadorias e objetos em geral, produto de furto ou roubo, de forma direta ou indireta. Jogos: Estuda as diversas modalidades de jogos, determinando se so de azar ou no. Medicina Legal: A medicina utilizada para determinar a causa da morte e sua repercusso no campo jurdico (leso corporal, conjuno carnal, atentado ao pudor, aborto, embriaguez, dependncia txica, exame cadavrico, infanticdio, etc). Local de Crime: estuda o local onde ocorreu o fato delituoso.

2.4 Objetivo da CriminalsticaO objetivo primordial da Criminalstica : Esclarecer o fato delituoso, ou que necessite de interveno policial; Apontar possveis autores, sempre que possvel; Fornecer prova tcnica (Pericial).

2.5 Investigao Objetiva e SubjetivaInvestigao a busca de informaes para a soluo de um caso.A investigao divide-se em duas partes: Subjetiva: tem como principal objetivo a oitiva das pessoas. (testemunhas, suspeitos, informantes) Objetiva: Tem como principal objetivo a busca da materialidade do fato.

2.6 Competncia para requisitar PerciasQuem possui competncia legal para solicitar percia? Magistrados; Membros do Ministrio Pblico; Presidentes de Inquritos Administrativos; Delegados de Polcia Encarregados de IPM (Inqurito Policial Militar)

2.7 Legislao especfica do CPM e CPP2.8.1 Cdigo Penal Militar Art. 9 Consideram-se crimes militares em tempo de paz:I- os crimes de que trata este Cdigo, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela no previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposio especial;

II- os crimes previstos neste Cdigo, embora tambm o sejam com igual definio na lei penal comum, quando praticados:por militar em situao de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situao ou assemelhado;b) por militar em situao de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito administrao militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;c) por militar em servio ou autuado em razo da funo, em comisso da natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito administrao militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;d) por militar durante perodo de manobras ou exerccio, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;e) por militar em situao de atividade, ou assemelhado, contra o patrimnio sob a administrao militar, ou a ordem administrativa militar;

III- os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou civil, contra as instituies militares, considerando-se como tais no s os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:a) contra o patrimnio sob a administrao militar, ou contra a ordem administrativa militar;b) em lugar sujeito administrao militar contra militar em situao atividade ou assemelhado, ou contra funcionrio de Ministrio militar ou da Justia Militar, no exerccio de funo inerente ao seu cargo;c) contra militar em formatura, ou durante o perodo de prontido, vigilncia, observao, explorao, exerccio, acampamento, acantonamento, ou manobras;d) ainda que fora do lugar sujeito administrao militar, contra militar em funo de natureza militar, ou no desempenho de servio de vigilncia, garantia e preservao da ordem pblica, administrativa ou judiciria, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obedincia a determinao legal superior. Pargrafo nico. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, sero da competncia da justia comum.

2.8.2 Cdigo De Processo Penal MilitarPrefernciaArt. 48. Os peritos ou intrpretes sero nomeados de preferncia dentre oficiais da ativa, atendida a especialidade.

Objeto da perciaArt. 314. A percia pode ter por objeto os vestgios materiais deixados pelo crime ou as pessoas e coisas, que, por sua ligao com o crime, possam servir-lhe de prova.

DeterminaoArt.315. A percia pode ser determinada pela autoridade policial militar ou pela judiciria, ou requerida por qualquer das partes.

NegaoPargrafo nico. Salvo no caso de exame de corpo de delito, juiz poder negar a percia, se a reputar desnecessria ao esclarecimento da verdade.

Formulao de quesitosArt. 316. A autoridade que determinar a percia formular os quesitos que entender necessrios. Podero, igualmente, faz-lo: no inqurito, o indiciado; e, durante a instruo criminal, o Ministrio Pblico e o acusado, em prazo, que lhes for marcado para aquele fim, pelo auditor.

RequisitosArt.317. Os quesitos devem ser especficos, simples e de sentido inequvoco, no podendo ser sugestivos nem conter implcita a resposta. 1 O juiz, de ofcio ou a pedido de qualquer dos peritos, poder mandar que as partes especifiquem os quesitos genricos, dividam os complexos ou esclaream os duvidosos, devendo indeferir os que no sejam pertinentes ao objeto da percia, bem como os que sejam sugestivos ou contenham implcita a resposta.

Esclarecimento de ordem tcnica2 Ainda que o quesito no permita resposta decisiva do perito, poder ser formulado, desde que tenha por fim esclarecimento indispensvel de ordem tcnica, a respeito de fato que objeto da percia.

Nmero dos peritos e habilitaoArt.318. As percias sero, sempre que possvel, feitas por dois peritos, especializados no assunto ou com habilitao tcnica, observando o disposto na art. 48.

Resposta aos quesitosArt.319. Os peritos descrevero minuciosamente o que examinarem e respondero com clareza e de modo positivo aos quesitos formulados, que sero transcritos no laudo.

FundamentaoPargrafo nico. As respostas podero ser fundamentadas, em sequencia a cada quesito.

Apresentao de pessoas e objetosArt. 320. Os peritos podero solicitar da autoridade competente a apresentao de pessoas, instrumentos ou objetos que tenham relao com o crime, assim como os esclarecimentos que se tornem necessrios orientao da percia.

Requisio de percia ou exameArt.321. A autoridade policial militar e a judiciria podero requisitar dos institutos mdicos- legais, dos laboratrios oficiais e de quaisquer reparties tcnicas, militares ou civis, as percias e exames que se tornem necessrios ao processo, bem como, para o mesmo fim, homologar os que neles tenham sido regularmente realizados.

Divergncias entre os peritosArt.322. Se houver divergncia entre os peritos, sero consignados no auto de exame as declaraes e respostas de um e de outro, ou cada um redigir separadamente o seu laudo, e a autoridade nomear um terceiro. Se este divergir de ambos, a autoridade poder mandar proceder a novo exame por outros peritos.

Suprimento do laudoArt.323. No caso de inobservncia de formalidade ou no caso de omisso, obscuridade ou contradio, a autoridade policial militar ou judiciria mandar suprir a formalidade, ou completar ou esclarecer o laudo. Poder igualmente, sempre que entender necessrio, ouvir os peritos, para qualquer esclarecimento.

Procedimento de novo examePargrafo nico. A autoridade poder, tambm, ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

Art. 324. Sempre que conveniente e possvel, os laudos de percias ou exames sero ilustrados com fotografias, microfotografias, desenhos ou esquemas, devidamente rubricados.

Prazo para apresentao do laudoArt.325. A autoridade policial militar ou a judiciria, tendo em ateno a natureza do exame, marcar prazo razovel, que poder ser prorrogado, para a apresentao dos laudos.

Vista do laudoPargrafo nico. Do laudo ser dada vista s partes, pelo prazo de trs dias, para requererem quaisquer esclarecimentos dos peritos ou apresentarem quesitos suplementares para esse fim, que o juiz poder admitir, desde que pertinentes e no infrinjam o art.317 e o seu 1.

Liberdade de apreciaoArt.326. O juiz no ficar adstrito ao laudo, podendo aceit-lo ou rejeit-lo, no todo ou em parte.

Percias em lugar sujeito administrao militar ou repartioArt.327. As percias, exames ou outras diligncias que, para fins probatrios, tenham que ser feitos em quartis, navios, aeronaves, estabelecimentos ou reparties, militares ou civis, devem ser precedidos de comunicaes aos respectivos comandantes, diretores ou chefes, pela autoridade competente.

Infrao que deixa vestgiosArt. 328. Quando a infrao deixar vestgios, ser indispensvel o exame de corpo de delito, direto ou indireto, no podendo supri-lo a confisso do acusado.

Corpo de delito indiretoPargrafo nico. No sendo possvel o exame de corpo de delito direto, por haverem desaparecido os vestgios da infrao, supri-lo- a prova testemunhal.

Oportunidade do exameArt.329. O exame de corpo de delito poder ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

Exame nos crimes contra a pessoaArt.330. Os exames que tiverem por fim comprovar a existncia de crime contra a pessoa abrangero:a) exames de leses corporais;b) exames de sanidade fsica;c) exames de sanidade mental;d) exames cadavricos, precedidos ou no de exumao;e) exames de identidade de pessoa;f) exames de laboratrio;g) exames de instrumentos que tenham servido prtica do crime.

Exame pericial incompletoArt.331. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se- a exame complementar, por determinao da autoridade policial militar ou judiciria, de ofcio ou a requerimento do indiciado, do Ministrio Pblico, do ofendido ou do acusado.

Conservao do local do crimeArt.339. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticado o crime, a autoridade providenciar imediatamente para que no se altere o estado das coisas, at a chegada dos peritos.

Percias de laboratrioArt.340. Nas percias de laboratrio, os peritos guardaro material suficiente para a eventualidade de nova percia.

Danificao da coisaArt.341. Nos crimes em que haja destruio, danificao ou violao da coisa, ou rompimento de obstculo ou escalada para fim criminoso, os peritos, alm de descrever os vestgios, indicaro com que instrumentos, por que meios e em que poca presumem ter sido o fato praticado.

Avaliao diretaArt.342. Proceder-se- avaliao de coisas destrudas, deterioradas ou que constituam produto de crime.

Avaliao indiretaPargrafo nico. Se impossvel a avaliao direta, os peritos procedero avaliao por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultem de pesquisas ou diligncias.

Caso de incndioArt.343. No caso de incndio, os peritos verificaro a causa e o lugar em que houver comeado, o perigo que dele tiver resultado para a vida e para o patrimnio alheio, e, especialmente, a extenso do dano e seu valor, quando atingido o patrimnio sob administrao militar, bem como quaisquer outras circunstncias que interessem elucidao do fato. Ser recolhido no local o material que os peritos julgarem necessrio para qualquer exame, por eles ou outros peritos especializados, que o juiz nomear, se entender indispensveis.

Reconhecimento de escritosArt.344. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparao de letra, observar-se- o seguinte:a) a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito ser intimada para o ato, se for encontrada;b) para a comparao, podero servir quaisquer documentos que ela reconhecer ou j tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade no houver dvida;c) a autoridade, quando necessrio, requisitar, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou reparties pblicas, ou neles realizar a diligncia, se dali no puderem ser retirados;d) quando no houver escritos para a comparao ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandar que a pessoa escreva o que lhe for ditado;e) se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta ltima diligncia poder ser feita por precatria, em que se consignaro as palavras a que a pessoa ser intimada a responder.

Exame de instrumentos do crimeArt. 345. So sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prtica de crime, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficincia e, sempre que possvel, a origem e propriedade.

PrecatriaArt.346. Se a percia ou exame tiver de ser feito em outra jurisdio, policial militar ou judiciria, expedir-se- precatria, que obedecer, no que for aplicvel, s prescries dos arts. 359, 360 e 361.Pargrafo nico. Os quesitos da autoridade deprecante e os das partes sero transcritos na precatria.

2.8.3 Cdigo De Processo Penal - Dos Peritos e Intrpretes Art.275.O perito, ainda quando no oficial, estar sujeito disciplina judiciria. Art.276.As partes no interviro na nomeao do perito. Art.277.O perito nomeado pela autoridade ser obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-ris, salvo escusa atendvel.Pargrafo nico.Incorrer na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente: a) deixar de acudir intimao ou ao chamado da autoridade; b) no comparecer no dia e local designados para o exame; c) no der o laudo, ou concorrer para que a percia no seja feita, nos prazos estabelecidos. Art.278.No caso de no-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poder determinar a sua conduo. Art.279.No podero ser peritos: I-os que estiverem sujeitos interdio de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Cdigo Penal;II-os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da percia;III-os analfabetos e os menores de 21 anos. Art.280. extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicvel, o disposto sobre suspeio dos juzes. Art.281.Os intrpretes so, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

2.8 Instituto Geral de Percias

INSTITUTO DE IDENTIFICAO > Emisso de Carteira de Identidade em Santa Catarina A Carteira de Identidade o principal documento de identificao no Brasil.

O INSTITUTO DE ANLISES FORENSES -Trabalha em conjunto com os demais Institutos do IGP, na busca pela verdade empregando conhecimento tcnico-cientfico para transformar vestgios em provas materiais, consolidando a prova tcnica. Responsvel pela realizao dos exames laboratoriais de cunho forense de todo o estado de Santa Catarina, o IAF desenvolve trabalho pericial de alta complexidade e qualidade tcnica nas reas de Toxicologia Forense, Qumica Forense, Microvestgios e Gentica Forense. INSTITUTO DE CRIMINALSTICA - Trabalhar com Balstica Forense, Documentoscopia, Percias Especiais, Fontica Forense, Papiloscopia Forense, Contabilidade Forense e Informtica Forense.

INSTITUTO MDICO LEGAL - morte e suas consequncias.

MUNICPIOSENDEREOS

AraranguRua Regimento Barriga Verde, n 800 - CentroFone: (48) 3524-0303/ 3524-8361Horrio:

Balnerio CamboriRua 1542, n 515 CentroFone; (47) 3347-1354Horrio: 13h s 18h

Balnerio Cambori - IMLRua Marginal Oeste, esquina com a Rua Anitpolis n 30Fone: (47) 3264-6882Horrio:

BlumenauRua So Paulo, n 1569 Vitor KonderFone: (47) 3340-1920Horrio:

BrusqueRuaBaro do Rio Branco, 412- CentroFones: (47) 3355 7928 / 3355-2905-IMLHorrio: 12h s 18hPosto de Identificao: 9h s 17h

CaadorRua Carlos Coelho de Souza, n120 - DERFone: (49) 3567-5035- Instituto de Identificao (II) - 8h s 12h e das 13h s 17h- Instituto de Criminalstica (IC) - 8h s 12h e das 14h s 18h- Instituto Mdico Legal (IML) - 13h s 17h

Caador - IMLRua Thomaz Padilha s/n - SorgattoFone: (49) 3563-0240Horrio: 13h s 17h

Campos NovosRua Nereu Ramos, n1068 - CentroFone: (49) 3541-0156Horrio:

CanoinhasRua Joo Allage, n197 - CentroFone: (47) 3627 2465 / 3627 2458/ 3627 2466- Instituto de Identificao (II) - 8h s 12h e das 13h s 17h- Instituto de Criminalstica (IC) - 8h s 12h e das 13h s 17h- Instituto Mdico Legal (IML) - 13h s 19h

ChapecRua Jlio Csar, n 23 - CentroFone: (49) 3328-9252Horrio:

ConcrdiaRua Osvaldo Zandavalli, n184Fone: (49) 3442 4399Horrio: 13h s 19h

CricimaRodovia SC 443 Km 01 n 670- Prspera- Instituto de Criminalstica (IC) - 13h s 19h Fone: (48) 3439 9992- Instituto de Identificao (II) -8hs 11h e das 13h s 17h Fone: (48) 3642 9043- Instituto de Anlises Forenses (IAF) - 13h s 19h = Fone: (48) 3642 9043Endereo eletrnico: [email protected] Este endereo de e-mail est protegido contra spambots. Voc deve habilitar o JavaScript para visualiz-lo.

Cricima - IMLRua Bom Jardim da Serra, s/n - Santa AugustaFone: (48) 3478 5123Horrio: 8h s 12h e das 13h s 18h

CuritibanosRua Guerino Fontana, n128 Bom JesusFone: (49) 3241-0038Horrio:

FlorianpolisRua Pastor Willian Richard Schisler Filho, n590 - ItacorubiFone: (48) 3331-4570Horrio: Atendimento externo das 7h30 s l7h30 ( Instituto de Identificao )

Florianpolis IMLRua Pastor Willian Richard Schisler Filho, n590 - ItacorubiFone: (48) 3331-4451 / 3331 4452Horrio: das 8h s 12h / 14h s 18h (leso corporal) - Necrpsia : planto 24 horas

ItajaRua Joca Brando, n516 CentroFone(47) 3348-9410 / 3349 3853Horrio: 13h s 18h

Jaragu do SulRua Emmerich Ruysan, n 85 Vila NovaFone: (47) 3370-8383 / 3370 8717 / 3370 8660 / 3370 7948- Instituto de Identificao (II) - 8h s 11h e das 14h s 17h- Instituto de Criminalstica (IC) - 8h s 12h e das 14h s 18h- Instituto Mdico Legal (IML) - a partir das 13h

JoaabaRua: Salgado Filho, 435 - CentroFone: (49) 3522 7541 /3522 7542 /3522 7543

JoinvilleRua Prefeito Helmuth Fallgatter, n215 Boa Vista- Instituto de Criminalstica (IC) - 13h s 19hFone: (47) 3419 8319- Instituto Anlises Forenses (IAF) - 13h s 19h = Fone: (47) 3419 8332- Instituto Mdico Legal (IML) - 8h s 12h e das 14h s 18h = Fone: (47) 3419 8307/8308- Setor Administrativo - 13h s 19hFone: (47) 3419 8312

LagesRua Alcinda Passos Varela, n325 Bairro UniversitrioFone: (49) 3225-0135Horrio

LagunaRua Cel. Fernandes Martins, s/n - Bairro ProgressoFone: (48) 3644-4272Horrio:

MafraAvenida Prefeito Frederico Heyse, n552 - Centro- Instituto de Criminalstica (IC) - Fone:-------e Instituto Mdico Legal (IML) - Fone: -----------Horrio: 13h s 19h- Instituto de Identificao (II) - 8h30m s 11h e das 13h30m s 16hFone: (47) 3642 3371

PalhoaRua 24 de abril, n 3.041 - CentroFone: (48) 3286-9100Horrio: das 8h s 17h

Porto UnioRua Matos Costa, n680 - CentroFone: (42) 3523-2849Horrio:

Rio do SulRua Bulco Viana, s/n - Jardim AmricaFone: (47) 3531-6700- Instituto de Criminalstica (IC) - 13h s 19h- Instituto de Identificao (II) - 8h s 11h30m e das 13h s 17h

So Bento do SulRua Rosina Diener Zippere, n 97 CentroFone: (47) 3633-6348Horrio:

So JoaquimAv Assis Martorano, S/N - Centro- Instituto de Criminalstica (IC) - 13h s 19hFone: (49) 3233 6526- Instituto de Identificao (II) - 13h s 17hFone: (49) 3233 0479

So Loureno do OesteRua Joo Beux Sobrinho, n 778 CentroFone: (49) 3344-1935Horrio:

So Miguel do OesteRua Rudolfo Spier, n320 Sagrado CoraoFone: (47) 8802-8061Horrio:

So Miguel do Oeste - IIRua Waldemar Rangrad n 2069 So JorgeFone: (49) 3622-6456Horrio:

TubaroInstituto de Criminalstica -Rua Capito Alexandre de S DehonFone: (48) 3632 - 8989Horrio:Instituto de Identificao - Av. Exp. Jos Pedro Coelho, 1130 - Centro - Prdio da DRP de TubaroFone: (48) 3621 - 1723Horrio:

Tubaro - IIIML - Rua Luiz Corra de Souza, s/n - Humait de CimaFone: (48) 3628 - 0455Horrio: 13h30 s 15h30

VideiraRua Antnio Ferlin, n122 - Sala 01 Bairro AlvoradaFone: (49) 3566-6090- Instituto de Criminalstica (IC) - 8h s 12h e das 13h s 17h- Instituto de Identificao (II) - 8h s 11h e das 13h s 16h- Instituto Mdico Legal (IML) - a partir das 13h

XanxerRua Celestino do Nascimento, n 550 CentroFone: (49) 3433-8983- Instituto de Criminalstica (IC) - 13h s 19h- Instituto Mdico Legal (IML) - 13h s 19h- Instituto de Identificao (II) - 13h s 19h|OBS: atendimento ao pblico das 14h s 18h

CAPTULO 02LOCAL DE CRIME

3.1 Conceito de local de crime

toda rea que tenha ocorrido um fato que assuma a configurao de delito, sendo portanto necessria a presena da polcia para provar que houve crime, e ainda, determinar sua autoria, provando-a. conhecido como o celeiro das provas.Local de crime toda rea onde tenha ocorrido um evento que necessite de providncia da polcia, devendo ser preservado pelo policial que lhe atender at sua liberao pela autoridade competente.

Obs: neste conceito deve ser includo tambm o crime de qualquer espcie, bem como fatos, que no constituindo crime, que devam chegar ao conhecimento da polcia, a fim de serem devidamente esclarecidos. (acidente de trabalho, incndio, suicdio).

3.2 Classificao de local de crime

3.2.1 Quanto reaLocal onde o fato ocorreu. Interno: o recinto fechado, a rea interior de qualquer habitao, edifcio e imvel cercado ou murado. Externo: a parte externa do imvel, o terreno baldio, as ruas, as praas pblicas. Relacionado: so as duas ou mais reas interligadas e que se relacionam com um mesmo crime. Ex: local onde houve o homicdio e local onde foi encontrado o cadver.3.2.2 Quanto natureza dos fatosCrime contra a pessoa: chamado de local de sangue (homicdio, suicdio*, morte suspeita, leses corporais). Obs: para Criminalstica, o suicdio apesar de no ser crime classificado como crime contra a pessoa , pois no se trata de morte natural e necessita da presena da polcia para elucidar os fatos. Crime contra patrimnio: furto, roubo, dano, falsificao, adulterao, contrafao. Crime contra os costumes: calnia, difamao, injria. Crime contra a Incolumidade pblica: desabamento, incndio, exploso, inundao, etc. 3.2.3 Quanto ao ExameLocal IDNEO: aquele que encontrado pelo perito da mesma forma como fora deixado pelo autor do crime.Local INIDNEO: quando entre a sada do autor do crime e a presena do perito, algum ali esteve adicionando, subtraindo e/ou modificando o local.

3.3 Levantamento de local

a reproduo do lugar do evento criminoso e a colheita e exame do material relacionado com o fato delituoso.No local de crime nada deve ser tocado enquanto no chegar a equipe especializada.Levantamento de Local de Crime feito pelos peritos criminais atravs dos seguintes itens:Descrio: tudo que for observado deve-se informar por escrito: rea, colocao das coisas, localizao, etc. Fotografia: o meio mais utilizado. As fotos so de dois tipos: aspecto geral e detalhada.

Filmagem: deve-se filmar a cena do crime primeiro o aspecto geral, depois os detalhes. Desenho: a demonstrao grfica, realizada atravs de croqui. Levantamento Topogrfico: a elaborao do croqui com escala. Rebatimento: somente possvel em locais internos, geralmente realizado em complementao ao trabalho j realizado.

3.4 Procedimento Policial Militar em um local de crime1) Socorrer a vtima, se for o caso;2) Prender o criminoso, se for o caso;3) Recuperar a res furtiva (objetos roubados ou furtados) 4) Isolar o local preservar o local de crime at a chegada da percia e a liberao pela autoridade competente;5) Arrolar testemunhas; Obs: A ocorrncia deve ser comunicada ao COPOM (Centro de Operaes Policiais Militares).

CAPTULO 03LAUDO PERICIAL

4.1 O que significa Laudo Pericial?O Laudo o parecer tcnico resultante do trabalho realizado pelo Perito, via de regra escrito. Deve ser redigido pelo prprio Perito, mesmo quando existem Assistentes Tcnicos. Os colegas devem receber a oportunidade de examinar o texto e emitir suas opinies. Esta tarefa deve ser realizada em conjunto, de preferncia. A maioria dos trabalhos resolve-se dentro do campo tcnico, sem margem para opinies pessoais. Um laudo pericial uma forma de prova, cuja produo exige conhecimentos tcnicos e cientficos, e que se destina a estabelecer, na medida do possvel, uma certeza a respeito de determinados fatos e de seus efeitos. O Perito fala somente sobre os efeitos tcnicos e cientficos. O Juiz declara os efeitos jurdicos desses fatos referidos pelo perito e das concluses deste. O Perito esclarece os efeitos de fato. O Juiz fixa os efeitos de direito. O Perito deve ter o cuidado de descrever e documentar, da forma mais objetiva possvel, os fatos com base nos quais pretende desenvolver sua argumentao e, afinal expor suas concluses. A funo do perito guarda muita semelhana com a prpria funo do Juiz. O Perito examina fatos e emite um julgamento baseado em seu livre convencimento, respeitado porm o princpio da racionalidade e da prevalncia da argumentao tcnica e cientfica. O objetivo do trabalho pericial e afastar as dvidas existentes sobre determinadosfatos e sobre as suas consequncias prticas. O Perito no emite um julgamento ou parecer jurdico, mas seu trabalho deve levar em considerao os efeitos jurdicos que a prova pericial se destina produzir.O laudo pericial uma pea do processo, que dever ser interpretada e avaliada pelo Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento de prova e de convencimento. preciso que todos possam compreend-lo. Seu texto deve ser claro, preciso e inteligvel. O bom profissional no escreve de forma que s outros experts o entendam. Aps a entrega do Laudo, o Juiz intima as partes para tomarem conhecimento do mesno. H um prazo para que se manifestem. As partes podem concordar com o Laudo ou discordar, contestar, solicitar esclarecimentos, formular quesitos adicionais ou mesmo impugnar o Laudo e pedir a realizao de nova percia. A complementao de percia busca responder ou resolver as dvidas remanescentes. A resposta a quesitos adicionais ou suplementares geralmente exige a carga dos autos e novo exame da causa, pelo intervalo de tempo que decorre entre a entrega do Laudo e a intimao para a complementao. Para fins de estudo, vamos eleger que Laudo Pericial o documento elaborado pelos peritos com base naquilo que por eles foi observado, analisado e examinado.

4.2 As Partes Que Compem O Laudo PericialHistrico: narrado pelas partes envolvidas ou outros documentos.Descrio: a parte mais importante do laudo, o perito procura descrever da forma mais precisa possvel o material examinado, pode utilizar esquemas, desenhos, fotografias, grficos, etc.Discusso: o perito tem liberdade de dar explicaes necessrias para elucidao dos fatos.Concluso: o fecho da discusso.Resposta aos Quesitos: vem ao final do laudo.

4.3 Tipos de LaudosToda vez que a infrao deixa vestgios, h necessidade do exame de corpo de delito. Na Medicina Legal o corpo de delito pode ser feito no vivo e no morto, vejamos: Corpo de Delito no Vivo:Leso Corporal (o mais comum);Conjuno Carnal para os crimes de Seduo e Estupro;Atentado ao pudor;Aborto;

Embriaguez somente para os casos de embriaguez aguda, ou seja, passageira, onde o agente agiu sob efeito do lcool. Nos casos de embriaguez crnica feito o exame de sanidade mental, que no considerado como exame de corpo de delito; Idade serve para determinar a idade, com a finalidade de aplicao da norma adequada.Exame de dependncia txica serve para determinar ao de substncias txicas no organismo. Corpo de Delito no Morto:Exame Cadavrico (o mais comum);Aborto;Infanticdio.

CAPTULO 04DAS PROVAS

5.1 Conceito de Prova aquilo que atesta a veracidade ou a autenticidade de alguma coisa; a demonstrao da verdade. Para fins de estudo, Prova a demonstrao da verdade de um fato relacionado a um evento.

5.2 Classificao das provasAs provas podem ser:TESTEMUNHAL: obtida pelo depoimento de pessoas que presenciaram, ouviram ou souberam do fato delituoso; DOCUMENTAL: constituda basicamente de documentos;PERICIAL: obtida pela interpretao cientfica dos indcios do crime;

5.3 Vestgios, Indcios e Corpo de Delito

5.3.1 Vestgio o elemento sensvel do fato, encontrado nos locais de crime. Podem ser analisados sob aspecto formal e constitutivo. Ex: marcas, estojos de cartuchos, manchas de sangue, etc. Vestgios so obtidos pelos sentidos: vendo, ouvindo, sentindo ou cheirando. Numa palavra, os vestgios so todos os elementos materiais sensveis, isto , percebidos pelos sentidos, que possam ter relao com o crime.

5.3.1.1 Classificao de vestgiosOs vestgios podem ser:Transitrios: so os que desaparecem rapidamente, como por exemplo as impresses papilares, as manchas de determinadas substncias orgnicas ou inorgnicas, pegadas, marcas de frenagem.Permanentes: so aqueles que permanecem por longo tempo, como os sinais de violncia contra coisas (portas, janelas, mesas, cofres), ou contra a pessoa (vidros quebrados e peas de automvel encontrados nos locais de atropelamento e fuga).

5.3.2 INDCIO o vestgio com valor criminalstico. o vestgio que tem relao com o fato (nexo causal). Indcios so todos os elementos materiais ou subjetivos dos quais se pode extrair uma presuno, uma pista para o esclarecimento do crime ou para uma prova definitiva.Indcios so todos os elementos materiais ou subjetivos dos quais se pode extrair uma presuno, uma pista para o esclarecimento do crime ou para uma prova definitiva.Na legislao penal moderna, indcio a circunstncia ou fato conhecido e provado de que se induz a existncia de outra circunstncia ou fato de que no se tem prova. Na investigao, os indcios do crime devem ser examinados com tcnica e perspiccia. Eles so os elementos que formam e explicam o crime, que lhe do corpo e forma. Obs: O vestgio nem sempre um indcio, mas todo indcio um vestgio. Ex: uma ponta de cigarro encontrada no local de crime um vestgio, mas pode ser tornar um indcio se a sua marca coincidir com a fumada pelo suspeito, ou se tiver uma mancha de batom usado pela suspeita.

5.3.2.1 Classificao de indciosOs indcios podem ser classificados de acordo com seu valor potencial de prova. Os indcios so classificados em procedncia humana e no humana. Procedncia Humana: Impresses, como digitais, palmares, pegadas, ungueais, dentrias, etc; Substncias Orgnicas como saliva, esperma, fezes, muco nasal, pele, plos, sangue, etc.

Procedncia No Humana: Impresses ou Marcas: de animais, armas, escritas, ferramentas, instrumentos, objetos, penetrao de projteis de arma de fogo, veculos, etc; Diversos: armas e projteis, documentos, computadores, impressores, instrumentos diversos, objetos com trincas ou rachaduras ocasionais, veculos, vidros, sinais grficos, etc.

5.3.3 Corpo de DelitoCorpo de Delito o indcio submetido a exame pericial. a constatao da materialidade do crime. o conjunto de elementos sensveis do fato criminoso. Demonstra que existe um estado de fato e que deve ser atribudo a algum. o conjunto das evidncias materiais de um fato, pode haver apenas uma evidncia, o que ir constituir o corpo de delito nico.Quando o crime deixa vestgios, indispensvel o exame de corpo de delito, no podendo suprimi-lo a confisso do acusado.Na investigao, o exame pericial dos vestgios encontrados no local de crime que forma o corpo de delito. Esse exame tem a finalidade de permitir que se prove que houve crime e apontar o responsvel, com provas (prova tcnica ou pericial).

5.4 Tanatologia Forense

a parte da Medicina Legal que estuda a morte e suas conseqncias jurdicas.MORTE: a cessao dos fenmenos vitais, por parada das funes cerebral, respiratria e circulatrias, com surgimento dos fenmenos abiticos, lentos e progressivos, que causam leses irreversveis nos rgos e tecidos.Morte natural cadver pertence famlia. Morte jurdica cadver pertence ao Estado.Causa Morte: Ser determinada pelo Mdico Legista (tipo de leso, etc.).Causa Jurdica da Morte : Ser determinada pelo Perito Criminal (tipo de ao ou instrumento, etc.)Tanatodiagnose Fenmenos cadavricosImediatos: Presumidos, por suposio, como Parada cardaca, Parada respiratria, Parada cerebral, Desmaios.Consecutivos: Logo aps, como Midrase paraltica (Usar luz), Queda do tomo do globo ocular, Resfriamento cadavrico (perda de 1 C nas 3 ls h, depois 1 por hora), Livores cadavricos ou manchas de hipstase (surgem e 2 h e fixam-se em 24 h), Endurecimento do corpo (de 1 a 2 horas). TransformativosConservativo: Macerao retirada de corpo (feto), Mumificao ressecamento cadavrico, Saponizao Gordura do cadver vira sabo.Destrutivos (putrefao): Mancha verde abdominal (comea em 24 horas), Produo de gazes (corpo incha, comea em 72 horas), Colignao desprendimento de massa muscular (comea em 26 meses), Esqueletizao (termina em 36 meses),

6. Consideraes finais Nada mais frustrante ao servidores da segurana pblica, que executar seus servios e no garantir plenamente a segurana da sociedade, notando-se isso atravs de reclamaes, reportagens e comentrios desairosos sobre a atuao dos agentes responsveis pela seguridade.Com experincias vividas na Atividade Operacional, sinto-me na obrigao de repassar conhecimentos de ocorrncias vividas, bem como de conhecimentos adquiridos na Ps-Graduao de Percias Criminais e Cincias Forenses que nessa data curso.Aqui tambm vai meu agradecimento a minha colega de Ps-Graduao de Percias Criminais e Cincias Forenses, Taciane Canto (Ararangu - SC), que organizou o presente caderno, pois sem sua ajuda, a dificuldade seria extremada. Portanto o presente documento visa reforar conhecimentos prticos, que devem ser reproduzidos na atividade finalstica da Polcia Militar de Santa Catarina, por isso aqui vo informaes preciosas dos procedimentos que devem ser adotados por todos os integrantes, com o fito de sempre bem atender a sociedade, garantindo a aplicao da Lei.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BRASIL, Constituio da Repblica Federativa do. 1988.BRASIL, Cdigo de Processo Penal Militar. 2010.BRASIL, Cdigo de Penal Militar. 2010.BRASIL, Cdigo de Processo Penal. 2010.Espindula, Alberi. Local de Crime: isolamento e preservao, exames periciais e investigao criminal. Braslia:{s.n}, 2003. 16p.Espindula, Alberi. Percia Criminal e cvel: uma viso geral para peritos e usurios da percia. 2. ed. Campinas, SP: Millenium, 2006. 442p.HOFFMANN, Marco Aurlio. Apostila de Criminalstica. 2010.JOBIM, Luiz Fernando; COSTA, Lus Renato da Silveira; Silva, Moacyr da (Coord). Identificao humana. 2. ed. Campina, SP: Millenium, 2012.SANTA CATARINA, Constituio do Estado de Santa Catarina. 1989. TOCCHETTO, Domingos (Org.). Criminalstica. 4. ed. Campinas, SP: Milenium Editora, 2010. 327 p.

ANEXOSProcedimento Organizacional Padro 502Procedimento Organizacional Padro 304.23