138
CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA PISOS DE MADEIRA 2013 www.pimads.org

CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

  • Upload
    doanh

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

1

CURSO TÉCNICO

AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA

QUALIDADE PARA PISOS DE MADEIRA

2013

www.pimads.org

Page 2: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

2

Título da Publicação

AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA PISOS DE MADEIRA

Autores

Ariel de Andrade

Inês Cristina Martins Galina

Ivaldo Pontes Jankowsky

Julianne Oliveira Sbeghen Lima

Marcos Milan

Natalie Ferreira de Almeida

Raul Pereira Vieira Neto

Saly Takeshita

Coordenação Geral do Projeto PIMADS

Ariel de Andrade - ANPM

Ivaldo Pontes Jankowsky - ESALQ-USP

Coordenação Técnica do Projeto PIMADS

Natalie Ferreira de Almeida

Coordenação de Cursos do Projeto PIMADS

Julianne Oliveira Sbeghen Lima

Instituições Participantes

ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira

ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo

XYLEMA Serviços e Comércio de Equipamentos para Indústria da Madeira Ltda

Suporte Financeiro

ITTO – International Tropical Timber Organization

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a permissão por escrito da ANPM, a partir

de qualquer meio: FOTOCÓPIA, FOTOGRÁFICO, SCANNER e etc. Tampouco poderá ser copiada ou transcrita, nem mesmo

transmitida a p a r t i r de meios eletrônicos ou gravações. Os infratores serão punidos conforme Lei 9.610, de 19 de

Fevereiro de 1998.

Page 3: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

3

APRESENTAÇÃO

A Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira (ANPM) representa

diversas empresas localizadas em diferentes regiões do país e busca o aumento da

competitividade e o desenvolvimento deste setor.

Sua missão está em promover a aplicação da tecnologia de processo e a

sustentabilidade dos recursos madeireiros, além de divulgar e fomentar a utilização de

pisos de madeira. Esperamos que as ações da ANPM contribuam com todos os setores

envolvidos na produção, comercialização e utilização de pisos de madeira.

Com o intuito de integrar e desenvolver a cadeia produtiva relacionada ao setor de

pisos de madeira, a ANPM desenvolveu o Projeto Piso de Madeira Sustentável

(PIMADS), com recursos oferecidos pela Organização Internacional de Madeiras

Tropicais (ITTO).

A execução do projeto PIMADS conta com a colaboração do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (EMBRAPA/MAPA), Ministério do Meio Ambiente

(LPF/SFB/MMA), Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Universidade de

Brasília (EFL/UNB), Universidade do Estado do Pará (CCNT/UEPA) e Universidade de

São Paulo (ESALQ/USP).

O projeto PIMADS foi desenvolvido com o objetivo geral de contribuir para o uso

sustentável dos recursos florestais e também aumentar a eficiência na sua utilização

desde a floresta até seu produto final.

Espera-se que o projeto consista em uma ferramenta eficiente para contribuir com o

crescimento e desenvolvimento de todos os setores relacionados a piso de madeira.

A presente publicação técnica consiste em uma das ações do projeto PIMADS com o

objetivo de contribuir com a melhor capacitação e aperfeiçoamento técnico dos

profissionais que trabalham com produtos de madeira.

Manifestamos os nossos agradecimentos ao suporte financeiro disponibilizado pela

ITTO e ao apoio das instituições colaboradoras, que foi fundamental para a execução

do projeto. Também agradecemos às empresas, pesquisadores e demais profissionais

que contribuíram para o desenvolvimento do projeto.

Eng. Florestal Ariel de Andrade Gerente Executivo – ANPM

Page 4: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

1

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 01

CAPITULO 01 – QUALIDADE......................................................................... 04

1.1 Definições e Importância da Qualidade..................................................... 04

1.1.1 Histórico e principais conceitos relacionados à qualidade...................... 06

1.1.2 A qualidade e o setor de pisos de madeiras........................................... 10

1.2 Programas de Certificação da Qualidade e Sistemas de Gestão.............. 15

1.2.1 Exemplos de programas e sistemas relacionados à qualidade.............. 25

1.2.2 Ferramentas de controle utilizadas em programas de qualidade........... 27

CAPITULO 02 – AUDITORIA DA QUALIDADE............................................... 34

2.1 Definições e Importância das Auditorias.................................................... 34

2.2 Tipos de Auditoria...................................................................................... 36

2.3 Informações sobre Auditores e Auditados................................................. 39

2.4 Planejamento e Plano das Auditorias........................................................ 44

2.5 Execução das Auditorias............................................................................ 48

CAPITULO 03 – PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA

PISOS DE MADEIRA....................................................................................... 50

3.1 Normas Técnicas relacionadas a pisos de madeira.................................. 51

3.1.1 Norma ABNT NBR 15798 / 2010 – Pisos de madeira – Terminologia.... 54

3.1.2 Norma ABNT NBR 15799 / 2010 – Pisos de madeira com e sem

acabamento – Padronização e classificação...................................................

56

3.2 Selos de Qualidade.................................................................................... 60

3.2.1 Especificação Técnica ANPM – Procedimentos de auditoria................. 61

3.2.2 Especificação Técnica ANPM – Gerenciamento.................................... 66

CAPITULO 04 - ANÁLISE DE QUALIDADE – MODELOS E RESULTADOS. 70

4.1 Avaliação da evolução da qualidade em pisos de madeira....................... 70

4.1.1 Defeitos................................................................................................... 71

4.1.2 Espessura............................................................................................... 75

4.1.3 Largura.................................................................................................... 76

4.1.4 Umidade.................................................................................................. 77

4.2 Comparação entre produtos de empresas certificadas e não certificadas 80

4.2.1 Defeitos................................................................................................... 84

Page 5: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

2

4.2.2 Espessura............................................................................................... 88

4.2.3 Largura.................................................................................................... 95

4.2.4 Umidade.................................................................................................. 100

4.3 Considerações gerais................................................................................ 106

LITERATURA CONSULTADA / RECOMENDADA.......................................... 107

ANEXO A - Especificações técnicas para pisos de madeira (Procedimentos

de auditoria)..................................................................................................... 110

ANEXO B - Especificações técnicas para pisos de madeira

(Gerenciamento).............................................................................................. 121

Page 6: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

1

INTRODUÇÃO

De uma forma geral, no setor brasileiro de produtos de madeira, existe uma

grande carência de estratégias e procedimentos relacionados à qualidade.

Historicamente, a qualidade de produtos de madeira das empresas brasileiras é

bastante variável não apresentando padronização e as iniciativas existentes

relacionadas à qualidade são poucas. A grande maioria das empresas não possui

capacidade para manufaturar produtos com padrões de qualidade e, logicamente, com

maior valor agregado. Elas não se utilizam de equipamentos, procedimentos e recursos

humanos devidamente adequados e capacitados, gerando produtos de qualidade

inferior, inconstante, desuniforme ou despadronizada.

Nas circunstâncias atuais, é fundamental que as empresas tenham certo nível

de profissionalização considerando todo o processo de manufatura e a própria gestão

do negócio, contribuindo assim para a melhoria da qualidade dos produtos, a satisfação

dos clientes e o seu próprio crescimento econômico.

Os pisos de madeira, que são considerados produtos de maior valor agregado

no meio florestal, necessitam de um padrão de qualidade mínimo para serem

comercializados e utilizados. A inexistência de padrões e procedimentos relacionados à

qualidade favorece uma concorrência desleal que comercializa produtos muitas vezes

inadequados para utilização. Esses produtos, mal elaborados, muito provavelmente

apresentarão problemas desestimulando o uso de pisos de madeira e prejudicando

comercialmente todo o setor.

Além disso, esses produtos

inadequados também contribuem para

um aumento nos desperdícios de

materiais e ocorrência de resíduos,

gerando um grave passivo ambiental.

No caso de pisos de madeira, torna-se

extremamente necessária a adoção

de padrões de qualidade e meios para

garanti-los.

Desperdício

de materiais

Setor

Brasileiro de

Produtos de

Madeira

Produtos

sem padrão de qualidade

Desestimulo

para o uso

Geração de

resíduos

Page 7: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

2

Neste sentido, a ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de

Madeira - desenvolveu um Programa de Certificação da Qualidade ou resumidamente

Programa de Qualidade (PQ) buscando a melhoria da qualidade dos produtos das

empresas associadas. O grande desafio da implantação do PQ foi o de estabelecer

normas técnicas e procedimentos que pudessem ser executados pelas empresas e, ao

mesmo tempo, atender as diferentes necessidades e demandas dos mercados, interno

e externo. A consolidação de uma marca de qualidade junto aos consumidores também

deverá contribuir significativamente para a credibilidade do país neste setor. O principal

impacto esperado com o estabelecimento do PQ é criar a mentalidade da competição

por qualidade em substituição a competição por preços.

É importante destacar que existe a intenção de oficializar o PQ para pisos de

madeira junto ao INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia),

órgão gestor do SBAC – Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade. Assim, o

PQ será elaborado segundo os Requisitos de Avaliação da Conformidade para

Materiais e Equipamentos da Construção Civil determinados pelo INMETRO. A

certificação dos pisos de madeira será de caráter voluntário, ou seja, apenas empresas

interessadas participam. Acredita-se que os pisos de madeira apresentando o selo do

INMETRO vão proporcionar grandes benefícios para as empresas integrantes, pois se

trata de um Órgão oficial com credibilidade junto aos consumidores. Inclusive deve

incentivar o aumento na comercialização de produtos nos mercados nacional e

internacional.

PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE

Melhoria da qualidade dos pisos de

madeira

Estabelecimento de Normas

TécnicasOficializar junto ao INMETROProcedimentos

de Auditorias

Mercados interno e externo Marca de Qualidade

Page 8: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

3

Assim, a presente publicação objetiva contribuir para a melhor capacitação

técnica dos colaboradores principalmente da área de qualidade das indústrias de pisos

de madeira e também para a formação de auditores, sejam internos ou externos. As

informações contidas na publicação também são úteis para outras empresas,

profissionais, consumidores e demais interessados no setor de produtos de madeira.

Espera-se também que esta publicação possa servir de incentivo para que

entidades e empresas de outros segmentos do setor de base florestal possam também

desenvolver ações relacionadas a qualidade o que certamente traz benefícios para

todos os envolvidos.

Page 9: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

4

CAPITULO 01 – QUALIDADE

1.1 Definições e Importância da Qualidade

Qualidade consiste em um fator fundamental na decisão do consumidor para um

número bastante crescente de produtos e serviços e tornou-se o fator mais significativo

conduzindo empresas nos mercados nacional e internacional ao êxito organizacional e

ao crescimento.

Muitas vezes a qualidade não é um termo facilmente bem entendido e existem

diferentes abordagens relacionadas baseadas como, por exemplo, no produto, no

cliente, na produção e no valor. Além disso, especialistas, conforme a sua formação,

interpretam o termo de forma diferenciada.

MARKETING

QUALIDADE

ENGENHARIA

PRODUÇÃO DE

PRODUTOS

MANUTENÇÃO

DE PRODUTOS

O QUE DEFINE QUALIDADE?

CLIENTE

A qualidade pode ser

definida como uma combinação

de características referentes a

marketing, engenharia, produção

e manutenção dos produtos e

serviços que, quando em uso,

atenderão as expectativas do

cliente.

Um produto com qualidade é

aquele que atende perfeitamente, de

forma confiável, de forma acessível, de

forma segura e no tempo certo as

necessidades do cliente.

O QUE É UM PRODUTO COM QUALIDADE?

FORMA

CONFIÁVEL

FORMA

ACESSÍVEL

TEMPO

CERTO

FORMA

SEGURA

Page 10: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

5

O QUE ABRANGE O TERMO QUALIDADE?

QUALIDADE

MELHOR

AUSÊNCIA DE

DEFEITOS

OBEDIÊNCIA AO PROJETO

MELHORIA CONTÍNUA NOS

PRODUTOS

Uma definição mais

abrangente de qualidade

incorpora noções de melhor

preço, ausência de defeitos,

obediência ao projeto,

adequação ao uso e satisfação

do cliente por meio de melhoria

contínua nos produtos e serviços

oferecidos.

A garantia de qualidade significa o oferecimento da garantia, de modo que o

consumidor possa tranquilamente adquirir, utilizar e manter a satisfação de uso por um

longo tempo.

Existem oito categorias da

qualidade que são o

desempenho, as características,

a confiabilidade, a conformidade,

a durabilidade, o atendimento, a

estética e a qualidade percebida.

CATEGORIAS DE QUALIDADE

Qualidade percebida

Estética

Atendimento

Durabilidade

Conformidade

Confiabilidade

Características

Desempenho

É bastante crescente a exigência do mercado consumidor na aquisição de

produtos com qualidade e essa tendência é reforçada por uma competição intensa

entre as empresas. Estes aspectos tornam o controle da qualidade um requisito

indispensável no setor produtivo.

Aspectos relacionados à gestão da qualidade resultaram em grandes

transformações, tendo como principais benefícios melhoria na qualidade de produtos,

redução de perdas e custos de operação, redução dos estrangulamentos das linhas de

Page 11: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

6

produção, disponibilidade de dados relevantes para as atividades de marketing da

empresa e, principalmente, para diminuição de barreiras técnicas e aumento da

competitividade.

BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE

Melhoria da qualidade dos

produtos

Redução de perdas

Redução de custos de operação

Redução do estrangulamento

das linhas de produção

Disponibilidade de dados relevantes

Diminuição de barreiras

técnicas

Aumento da competitividade

1.1.1. Histórico e principais conceitos relacionados à qualidade

Historicamente os conceitos e aplicações relacionadas à qualidade tiveram inicio

no Japão. Antes de 1945, o esforço japonês em relação à qualidade era limitado

principalmente ao processo de inspeção. Técnicas de controle estatístico da qualidade

eram conhecidas, mas pouco empregadas. Após a 2ª Guerra Mundial, foi iniciado no

Japão um movimento relacionado à padronização de produtos sendo considerado o

aspecto chave para a consolidação do movimento japonês da qualidade. Foi nesta

época o estabelecimento das normas JIS (Japanese Industrial Standards) e da marca

de conformidade JIS que se refere ao símbolo para ser fixado em produtos fabricados

em empresas onde existe controle da qualidade proporcionando a sua garantia.

O grande avanço nos conceitos relacionados a qualidade ocorreu durante a

adaptação de produção em massa à realidade do mercado japonês pela empresa

automotiva Toyota, resultando no conhecido Sistema Toyota de produção que surgiu

Page 12: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

7

para dar ênfase na qualidade dos produtos, considerando todo o processo produtivo e

sendo caracterizado como a era da qualidade total.

O controle da qualidade total (TQC) no estilo japonês é um sistema gerencial

que envolve o reconhecimento da necessidade das pessoas, a manutenção de padrões

para atendimento das necessidades e a melhoria continua desses padrões. Esse

sistema administrativo foi aperfeiçoado no Japão a partir de ideias americanas

introduzidas após a 2ª Guerra Mundial. Além do TQC (“Total Quality Control”) o sistema

pode ser conhecido como CWQC (“Company Wide Quality Control”). Este TQC é

baseado na participação de todos os setores da empresa e de todos os empregados no

estudo e condução do controle da qualidade.

Nos Estados Unidos é possível afirmar que as iniciativas reais relacionadas a

qualidade iniciaram no fim dos anos 50 quando os consultores especialistas em

qualidade Deming e Juran retornaram do Japão onde haviam participado da

reconstrução industrial do país após a 2ª guerra mundial. Os produtos japoneses

começavam a se destacar em termos de qualidade. Entretanto, apenas em meados

dos anos 80 as empresas americanas sentiram o impacto da fabricação japonesa cujos

bens apresentavam qualidade bem superior e eram reconhecidos mundialmente. Assim

empresas americanas de diversos setores buscaram os sistemas da qualidade como o

TQM (Gestão da Qualidade Total) que considera aspectos como o envolvimento dos

clientes, responsabilidades gerenciais, mudança de cultura da organização, orientação

estatística, melhorias contínuas, participação dos colaboradores, atendimento,

integração com fornecedores, trabalho em equipe, avaliações dos concorrentes e

redução do ciclo de vida.

Além do TQM, também foram estabelecidos os sistemas ISO. As Normas de

Sistema de Gestão da Qualidade Série ISO 9000 foram editadas pela primeira vez em

1979 e tornaram-se referência para a gestão da qualidade das organizações. Essas

normas foram endossadas por diversos países (principalmente da União Europeia e

sudeste asiático) e consistem em um sistema universal de gestão da garantia da

qualidade, mas não diretamente relacionado ao controle da qualidade. Existe uma

gama diversa de outros sistemas relacionados à qualidade disponíveis para

implantação nas diferentes organizações.

Page 13: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

8

SISTEMAS DA QUALIDADE

Japanese Industrial Standards – JIS

Total Quality Control – TQC

Company Wide Quality Control – CWQC

Gestão da Qualidade Total – TQM

ISO 9000

Constata-se assim que a preocupação com a qualidade tornou-se extremamente

importante após o forte estímulo advindo dos competidores japoneses. No caso

brasileiro, a crescente exigência em qualidade também ocorreu devido à queda das

barreiras alfandegárias protecionistas e à própria ampliação do uso das Normas ISO

9000. Isto proporcionou uma proliferação de programas e técnicas, bem como em uma

infinidade de companhias de todos os portes e diversos segmentos que mencionam a

preocupação com a qualidade como fundamental para o sucesso competitivo das

mesmas.

Considerando especificamente o enfoque da qualidade, existem 4 períodos ou

“eras” principais relacionados à evolução da qualidade.

EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

Era da Inspeção

Era do Controle Estatístico

Era da Garantia de Qualidade

Era da Gestão Estratégica de Qualidade

A Era da Inspeção, a Era do

Controle Estatístico, a Era da

Garantia da Qualidade e a Era da

Gestão Estratégica da Qualidade.

Essas duas últimas Eras da

Qualidade podem ser reunidas na

conhecida Era da Qualidade Total.

Page 14: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

9

O enquadramento das organizações nas diferentes eras depende da sua

filosofia de trabalho. Atualmente, as grandes organizações buscam obter a qualidade

total que é considerada uma questão sistêmica abrangendo todos os aspectos

operacionais. Na qualidade total, todo o processo produtivo é controlado, toda a

organização é responsável, a ênfase é na prevenção de defeitos e existe um sistema

de administração da qualidade. Existem diversos princípios ou sistemas relacionados à

qualidade que serão resumidos a seguir.

A qualidade total segundo Deming, cujo início se deu em 1950, envolve a

corrente de clientes, fazer certo da primeira vez, o respeito aos seus 14 princípios da

administração, o ciclo para controle e melhoria PDCA (Plan – Do – Check – Act ou

Planejar – Fazer – Checar – Agir) e considera que a simples inspeção não produz

qualidade. Dentro dos 14 princípios propostos por Deming, existe a necessidade de

uma mudança de cultura das organizações para a melhoria da qualidade e

consequentemente para sua permanência no mercado.

A qualidade total segundo o especialista em qualidade Feigenbaum, preconizada

em 1961, considera o Controle Total da Qualidade e que são os clientes que definem a

qualidade. Também afirma que a qualidade é um problema de todos na organização e

para administrar a qualidade é necessário um sistema de gestão.

O modelo do também especialista em qualidade Ishikawa, cujos conceitos

começaram em 1949, também preconiza que todos os funcionários e áreas da

organização são responsáveis pela qualidade. Ishikawa criou os círculos de controle da

qualidade onde um grupo de funcionários de um mesmo setor se reúne regularmente

para estudar e propor soluções de problemas relacionados à qualidade. Ishikawa cita

alguns fatores que prejudicam o controle da qualidade e as melhorias destacando-se: a

passividade dos altos executivos e gerentes em participar e assumir responsabilidades;

a falta de sensibilidade para os problemas existentes; e a cultura e comportamento

inadequados do pessoal envolvido.

A melhoria da qualidade gera uma reação em cadeia que aumenta a

produtividade e garante a longevidade das empresas. Mais qualidade proporciona

redução de custos devido à menor quantidade de erros, atrasos, defeitos e reparos

Também proporciona melhor utilização das máquinas e das matérias-primas. Além

disso, deve gerar a conquista de novos clientes com produtos de melhor qualidade e

preços menores.

Page 15: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

10

Na Era do Gerenciamento Estratégico da Qualidade, a responsabilidade da

qualidade é de todos na empresa, com a alta gerência exercendo forte liderança.

A “garantia da qualidade” é uma função da empresa que tem como finalidade

confirmar que todas as atividades da qualidade estão sendo conduzidas da forma

requerida, ou ainda, é a função que visa a confirmação de todas as ações necessárias

para o atendimento das necessidades dos clientes estão sendo conduzidas de forma

completa e melhor que o concorrente.

Considerando o panorama globalizado e competitivo, diversos e importantes

segmentos da sociedade têm destacado a necessidade de redefinição da política

industrial do país, em busca de maiores facilidades para a incorporação de novas

tecnologias, novos modelos de organização da produção e de gestão, entre outros.

Sem dúvida os aspectos relacionados à qualidade devem ser considerados nesta nova

filosofia incorporada à sociedade de uma forma geral.

1.1.2. A qualidade e o setor de pisos de madeiras

De uma forma geral, no Brasil, a grande maioria das empresas relacionadas ao

setor de produtos de madeira sólida não se preocupa com aspectos relacionados à

qualidade.

Tratam-se ainda de empresas que empregam pouco profissionalismo gerencial,

apresentam pouco planejamento e possuem visão de curto prazo. Essas atitudes são

obstáculos dificultando que as empresas alcancem a melhoria da qualidade, tornem-se

mais competitivas e garantam sua própria sobrevivência no mercado.

SITUAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR DE PRODUTOS

DE MADEIRA

Pouco

profissionalismo

gerencial

Pouco

planejamento

Visão de curto

prazo

Ausência de

preocupação com a

qualidade dos

produtos

Page 16: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

11

De uma forma geral, a maior parte das falhas na qualidade devem ser

descobertas na fábrica e não após a expedição e, conforme o produto, as técnicas para

sua detecção podem ser caras e causar prejuízos.

Em alguns casos,

existem produtos que podem

apresentar falhas logo após a

sua colocação no mercado e

não são identificados na

fábrica.

FALHAS NA QUALIDADE

Devem ser descobertas na fábrica e não após a expedição

Essas condições não podem ser toleradas por nenhuma organização industrial

que deseje sua manutenção no mercado e o seu sucesso competitivo. É possível

afirma que, de uma forma geral, para pisos de madeira existe dificuldade na

identificação de defeitos nas fábricas e elevada ocorrência de problemas após a

instalação do produto, assim é necessário que as empresas busquem estratégias para

comercializar produtos com qualidade.

A competição global no setor de Produtos de Madeira de Maior Valor Agregado

(PMVA) é acirrada e os custos da qualidade são frequentemente muito elevados,

sendo necessários investimentos em equipamentos de primeira linha e pessoal

qualificado.

PRODUTOS DE MADEIRA DE MAIOR VALOR AGREGADO - PMVA

PMVA

Custo de qualidade

elevado

Necessidades de

investimentos em

equipamentos de

pimeira linha

Pessoal qualificado

Page 17: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

12

A indústria da madeira trabalha com um produto difícil, pois se trata de uma

matéria-prima heterogênea, orgânica e altamente variável. Isto apresenta muitos

desafios no que diz respeito à qualidade e ao controle da qualidade dos produtos de

madeira manufaturados. Isto ocorre principalmente no setor de PMVA, onde os valores

são elevados, a tecnologia evolui rapidamente e os retrabalhos são predominantes. No

Canadá foram relatados os seguintes problemas em relação a qualidade na indústria

de produtos de madeira:

PROBLEMAS DE QUALIDADE NA MADEIRA (CANADÁ)

• Matéria Prima (madeira serrada): nós e outros defeitos

naturais, rachaduras, variação de umidade, listras e descolorações;

• Pessoal: profissionais inadequados, carência de treinamentos,moral baixo e supervisores sobrecarregados;

• Processo: secagem inadequada, dimensões curtas das peças,

marcas de máquinas na superfície das peças, furação incorreta e compra de madeira com defeitos;

• Produto: baixa qualidade de acabamento, coloração variável, falhas de performance e padrões para residências

inadequados

De acordo com a ANPM, que efetua levantamentos e análises efetuadas nas

empresas brasileiras de pisos de madeira e também junto ao mercado consumidor, os

problemas mais importantes envolvem a diversidade de material, variação dimensional

e equipamentos e recursos humanos de diferentes níveis:

PROBLEMAS DE QUALIDADE NA MADEIRA (BRASIL)

- Diversidade do material, ou seja, as espécies e tipos de madeira apresentam

características heterogêneas;

- Variação dimensional inerente aos produtos de madeira e

relacionada ao tipo de madeira, umidade do ambiente e

processo de secagem industrial;

- Processos industriais que utilizam equipamentos

e recursos humanos de diversos níveis;

Page 18: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

13

Em se tratando de pisos de madeira provavelmente os defeitos mais comuns e

problemáticos são as rachaduras e os empenamentos do tipo torcimento. O

entendimento de suas causas é importante para a adoção de medidas corretivas.

As rachaduras aparecem como consequência da diferença de retração nas

direções radial e tangencial da madeira e de diferenças de umidade entre regiões

contíguas de uma peça, durante o processo de secagem. Estas diferenças levam ao

aparecimento de tensões que, tornando-se superiores à resistência dos tecidos

lenhosos, provocam a ruptura da madeira. As rachaduras superficiais normalmente

ocorrem no período inicial de secagem, principalmente quando a umidade relativa do ar

atinge valores muito baixos (menores que 50%) gerando, assim, uma acelerada

evaporação da região superficial. Estas rachaduras podem aparecer quando as

condições de secagem são muito severas, isto é, baixas umidades relativas,

provocando a rápida secagem das camadas superficiais até valores inferiores ao PSF

(Ponto de Saturação das Fibras), enquanto as camadas internas estão ainda com mais

de 30% de umidade. Como as camadas internas impedem as superficiais de se

retraírem, aparecem tensões que, excedendo a resistência da madeira à tração

perpendicular às fibras, provocam o rompimento dos tecidos lenhosos. As rachaduras

são mais comuns em madeiras de massa específica mais alta, madeiras menos

permeáveis e em peças mais espessas, sendo formadas no início da secagem e

acentuadas ao longo do processo. Portanto, quando elas ocorrerem, deve-se alterar o

programa de secagem principalmente na sua fase inicial, diminuindo a temperatura e

aumentando a umidade relativa.

O torcimento pode ser gerado quando ocorre secagem mais rápida de uma face

ou quando uma face se contrai mais que a outra, mesmo com secagem uniforme,

devido ao plano em que foi feito o corte da peça de madeira (radial ou tangencial).

Adicionalmente também pode ser gerado pela combinação de contrações diferentes e

desvios da grã (espiralada, diagonal, intercruzada, ondulada). As técnicas de

prevenção dos empenamentos devem ser iniciadas logo no primeiro manuseio da

madeira, após a operação de desdobro. Na preparação das pilhas para secagem,

recomenda-se a formação de pilhas planas, utilizando separadores com idênticas

dimensões, e atentando-se para o correto posicionamento dos mesmos.

Em relação ao processamento, defeitos que podem ocorrer na fabricação de

pisos de madeira são aberturas de frestas entre peças, falhas dimensionais e de

Page 19: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

14

encaixes, manchas de queima de máquinas, quebrados, dentre outros. Considerando a

própria madeira, também podem ocorrer defeitos como presença de alburno, furos de

insetos, arrepiados, manchas e desuniformidade de coloração. A ocorrência desses

defeitos de processamento e intrínsecos à madeira podem causar perdas econômicas

significativas.

PROBLEMAS MAIS COMUNS EM PISOS DE MADEIRA

- Rachaduras;

- Empenamentos (torcimento);

Defeitos de Processamento:

- Frestas;- Falhas dimensionais;

- Falhas de encaixe;

- Manchas de queima;

- Quebrados

Defeitos Intrínsecos à Madeira:

- Alburno;

- Furo de insetos;

- Arrepiados

- Manchas;- Desuniformidade de coloração.

É importante destacar que dificilmente existe “zero defeito” em algum processo.

No caso de produtos de madeira, 100% de conformidades ficam ainda mais difíceis,

por ser tratar de um material natural e heterogêneo. Sempre deverá existir uma perda

mínima ao valor nominal ou uma perda cada vez maior quando os valores para cima ou

para baixo do valor nominal. Entretanto, os defeitos que comprometem a aplicabilidade

dos produtos devem ser sempre evitados. A ausência ou o mínimo de defeitos é

importante para cativar os clientes e para que eles façam uma divulgação positiva do

produto e empresa.

Page 20: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

15

PRODUTOS DE MADEIRA

• Raramente se obtém produtos de madeira com

“zero defeito”;

• Defeitos que comprometem a aplicabilidade dos produtos devem ser sempre

evitados;

• A ausência ou o mínimo de defeitos é importante

para cativar os clientes.

1.2 Programas de Certificação da Qualidade e Sistemas de Gestão

Em diversos setores produtivos, a adoção de programas ou sistemas

relacionados à qualidade pode contribuir na redução ou eliminação de problemas e

melhorar a qualidade dos produtos.

Sob uma ótica industrial

geral, a ausência de ações

relacionadas à qualidade dos

produtos, como programas e

sistemas de certificação,

acarreta em diversos

problemas relacionados à

produção, mercado e

consumidor.

PROBLEMAS - AUSÊNCIA DE AÇÕES RELACIONADAS A QUALIDADE

AUSÊNCIA DE AÇÕES

Dificuldade de organizar a

produção Não cria a

mentalidade de

“qualidade construída”

Não compara

produtos de

diferentes

empresas

Não destaca as

características de qualidade

Não estabelece

responsabilidades junto

ao consumidor doméstico

Não consolida credibilidade

perante aos consumidores

externos

Programas de qualidade eficazes proporcionam excelente rentabilidade nas

empresas quando acompanhados de estratégias eficientes da qualidade.

Page 21: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

16

Isto é demonstrado

nos avanços na penetração

em mercados, grande

melhoria na produtividade

total, com menores custos

da qualidade e com

significativa liderança

competitiva.

BENEFÍCIOS DOS PROGRAMAS DE QUALIDADE PARA AS EMPRESAS

Proporcionam rentabilidade

Avanços na penetração no

mercado

Melhoria na

produtividade total

Menor custo da qualidade

Significativa liderança

competitiva

Os benefícios dos programas de controle da qualidade não se restringem aos

registros de lucros e perdas da empresa. Diversas outras contribuições são geradas

para o bem estar social e que envolvem a disponibilidade de produtos com maior grau

de confiabilidade e segurança tanto para o usuário como para o meio ambiente.

A qualidade deve transcender a fase de inspeção e ser construída na concepção

do projeto.

Ou seja, qualidade, por

vezes entendida como adequação

ao uso, deve ser buscada não

apenas no controle da produção

final, mas também na própria

concepção e especificação do

produto e dos processos

produtivos.

QUANDO BUSCAR A QUALIDADE?

Deve ser buscada na concepção e

específicação do produto e dos

processos produtivos...

Page 22: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

17

Diante da situação

de aliar a qualidade à

produção e à garantia da

satisfação do consumidor,

as empresas passaram a

adotar os Sistemas de

Gestão da Qualidade

baseados nas Normas ISO

9000 e os Programas de

Qualidade.

O QUE AS EMPRESAS FIZERAM PARA GARANTIR A QUALIDADE DE PRODUÇÃO

E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE?

Adotaram os Sistemas de Gestão da Qualidade baseado nas Normas ISO

9000 e os Programas de Qualidade

Existem diversas ferramentas relacionadas à qualidade que objetivam a

identificação de fatores críticos nos processos das organizações. De uma forma ampla,

talvez seja possível afirmar que o Controle da Qualidade (CQ), considerando a

adequação das ferramentas utilizadas, contribua para uma maior eficiência produtiva

nas organizações.

No meio industrial, para o alcance do CQ são necessárias 4 etapas que são: o

estabelecimento de padrões, que determina padrões exigidos de custos, desempenho,

segurança e confiabilidade na qualidade de um produto; a avaliação da conformidade,

que confronta a conformidade do produto fabricado com os padrões existentes; agir

quando necessário, para correção dos problemas e de suas causas em todas as

etapas; e, planejar melhorias, que envolve o esforço contínuo em aperfeiçoar os

procedimentos.

ETAPAS PARA O ALCANCE DO CONTROLE DE QUALIDADE (CQ)

CQ

• Estabelecimento de padrões

• Avaliação da conformidade

• Agir quando necessário

• Planejar melhorias

Page 23: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

18

O CQ também pode ser denominado “Controle Estatístico da Qualidade” e pode

ser definido como o desenvolvimento, projeto, produção e assistência relacionada a um

produto que seja o mais econômico e o mais útil, proporcionando satisfação ao usuário.

CONTROLE DE QUALIDADE = CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE

DEFINIÇÃO

Consiste no desenvolvimento, projeto, produção, e assistência

relacionada a um produto que seja o mais econômico e o mais útil,

proporcionando satisfação ao usuário.

As administrações das empresas devem considerar requisitos importantes para

a adoção de um programa envolvendo o CQ.

Page 24: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

19

No caso de sucesso na administração do CQ, diversos benefícios podem ser

gerados.

Adicionalmente, ligado ao CQ, pode ser indicada a adoção de um Controle

Estatístico de Processo (CEP) que também irá contribuir na identificação de fatores

críticos.

LIGADO AO CQ

“CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO (CEP)”

O CEP consiste em uma ferramenta que objetiva manter as variáveis

dentro de padrões pré-estabelecidos por normas técnicas, garantindo que

o processo se comporte de forma adequada.

Assim é possível a tomada de decisões e a obtenção de produtos que

satisfaçam as necessidades dos clientes.

Um controle estatístico torna o processo estável e apresenta diversas

vantagens.

Page 25: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

20

CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO

VANTAGENS

Desempenho

Previsível

Capacidade

MensurávelCapacidade

Comunicável

Nível de Produção Dimensões

Características

de qualidade

constantes

Entretanto é importante esclarecer que o CEP não implica em ausência de itens

defeituosos. Quando o CEP é alcançado, os trabalhos de melhoria da qualidade e da

produtividade podem ser iniciados.

O controle de processo é a essência do gerenciamento em todos os níveis

hierárquicos da empresa e o primeiro passo no seu entendimento é a compreensão do

relacionamento causa-efeito.

No segmento florestal o

uso de ferramentas da

qualidade é recente e a

melhor capacitação de

profissionais acaba se

restringindo aos níveis

superiores da hierarquia de

uma empresa.

CONTROLE DE QUALIDADE NO SETOR FLORESTAL

Page 26: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

21

Existem diversos sistemas, programas ou ferramentas utilizadas que contribuem

para a qualidade dos produtos, processos, serviços e, enfim, para a adequada gestão

das organizações de uma forma geral.

A escolha de qual

modelo utilizar deverá

depender de uma série de

fatores.

SISTEMAS DE GESTÃO DE QUALIDADE – QUAL ADOTAR ?

FATORES PARA

ESCOLHA DO

MODELO

Área de

atuação

Produtos

produzidos

Recursos

disponíveis

Estrutura

Política da

organização

Outros

A implementação de um programa de qualidade também deve considerar

diversos aspectos relacionados ao produto em si e ao mercado.

A qualidade desse

produto está relacionada

com os atributos que

podem ser medidos e se

estão conformes as

especificações ou normas

exigidas.

Trabalhos desenvolvidos mencionam que empresas com algum tipo de

certificação da qualidade são mais competitivas no mercado, apresentando

desempenho de 2 a 3 vezes melhor do que empresas sem certificação.

Os clientes valorizam muito as marcas de certificação da qualidade.

Exemplificando, 70% dos construtores residenciais no Japão, em estudos relacionados

aos consumidores, indicaram que gostariam de ver marcas de qualidade estampadas

nos produtos de madeira nos ambientes internos e muitos indicaram que as marcas de

qualidade devem ser relacionadas a níveis especificados de durabilidade, desempenho

e confiabilidade.

Page 27: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

22

A adoção de sistemas de gestão e programas de certificação relacionados à

qualidade deve contribuir para a redução ou eliminação de problemas nos processos

produtivos e atendimento de exigências técnicas proporcionando um aumento de

participação no mercado. Também podem ser um meio para se alcançar a redução dos

custos de produção e do produto final, mantendo ou melhorando a sua qualidade.

Especificamente, certificar um produto ou serviço significa comprovar junto ao mercado

que a organização possui um sistema de fabricação controlado, garantindo a confecção

de produtos ou a execução dos serviços de acordo com normas específicas,

comprovando sua diferenciação face aos concorrentes.

Maior competitividade

Maior desempenho

Valorização do cliente

Redução ou eliminação de problemas nos processos produtivos

Atendimento de exigências técnicas

Maior participação no mercado

Redução de custos de produção e do produto final

QUAL O DESEMPENHO DA CERTIFICAÇÃO PARA AS EMPRESAS?

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE GESTÃO?

Um sistema de gestão consiste em um conjunto de ações interligadas de

tal maneira que os resultados das organizações sejam sempre atendidos

O desenvolvimento de um

sistema de gestão é um

projeto de longo prazo e

depende do aprendizado das

pessoas envolvidas.

Page 28: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

23

Os programas de qualidade preconizam que os fornecedores das organizações

tenham sistemas garantindo a qualidade dos produtos e serviços. Para a certificação

da qualidade, a organização compradora realiza a auditoria do sistema da qualidade.

As normas relacionadas ao Sistema ISO 9000 talvez sejam uma das mais

conhecidas e difundidas no meio empresarial.

NORMAS ISO 9000

Regulamenta a relação entre

clientes e fornecedores

Garante a qualidade dos

produtos e serviços

Essas normas

regulamentam a relação

entre clientes e

fornecedores garantindo

a qualidade dos produtos

ou serviços.

As organizações interessadas são auditadas por empresas ou profissionais

credenciados que fornecem os certificados de conformidade. As Normas ISO 9000

consistem em padrões gerais de gerência da qualidade aplicadas nas organizações e

não exigem procedimentos rígidos relacionados ao controle estatístico do processo,

envolvendo aspectos como amostragem e análises.

No setor de produtos de madeira, incluindo os pisos, poucas devem ser as

empresas que trabalham considerando um sistema da qualidade total. A grande

maioria trabalha considerando apenas a inspeção e/ou algum tipo de controle

estatístico dos processos. Na inspeção os produtos são verificados um a um e o cliente

participa do processo, entretanto, a inspeção em si apenas encontra os defeitos, não

produzindo qualidade. No caso do controle estatístico, os produtos são verificados por

amostragem, existe um departamento especializado no controle da qualidade e a

ênfase está na localização dos defeitos.

Page 29: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

24

INSPEÇÃO X CONTROLE ESTATÍSTICO

Na inspeção o cliente

encontra nos produtos

apenas os defeitos e não

produz qualidade.

No controle estatístico os

produros são verificados por

amostragem, com ênfase na

localização dos defeitos

Existem três modelos comuns relacionados a programas envolvendo garantia da

qualidade. O primeiro está relacionado com o atendimento a algum tipo específico de

critério e um sistema de pontos mostra se a empresa atende ou não este critério. O

segundo envolve as Normas ISO 9000 e engloba principalmente a gestão da qualidade

das empresas como um todo. O terceiro considera o ponto de vista do consumidor e

consiste em um sistema específico de garantia da qualidade.

MODELOS RELACIONADOS À GARANTIA DE QUALIDADE

• 1º Relacionado com o atendimento a algum tipo específico

de critério e é utilizado um sistema de pontos;

• 2º Envolve Normas ISO 9000;

• 3º Considera o ponto de vista do consumidor e consiste

em um sistema específico de garantia de qualidade.

Este sistema específico é muito utilizado nos setores de informática e têxtil e

vem atendendo com sucesso a necessidade dos consumidores. Os selos de qualidade

ou de conformidade de programas de certificação são concedidos para as empresas

que atendem as exigências normativas passando confiabilidade para os consumidores.

Page 30: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

25

1.2.1. Exemplos de programas e sistemas relacionados à qualidade

Atualmente é crescente a exigência da qualidade em todos os setores. Na

construção civil não podia ser diferente e o governo brasileiro estabeleceu algumas

ações com o objetivo de garantir a qualidade dos produtos nas obras.

O PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - é um

instrumento do Governo Federal cuja meta é organizar o setor da construção civil em

torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a

modernização produtiva. A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações

entre os setores envolvidos, entre as quais se destacam: avaliação da conformidade de

empresas de serviços e obras; melhoria da qualidade de materiais; formação e

requalificação de mão-de-obra; normalização técnica; capacitação de laboratórios;

avaliação de tecnologias inovadoras; informação ao consumidor; promoção da

comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se com esse programa

um aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e

serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos.

Outras ações do governo também são relacionadas ao Sistema Brasileiro de

Avaliação da Conformidade – SBAC do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e

Tecnologia - INMETRO, cujo objetivo é implantar programas de avaliação da

conformidade alinhados às políticas do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização

e Qualidade Industrial (SINMETRO) e às práticas internacionais, promovendo

competitividade, concorrência justa e proteção à saúde e segurança do cidadão e ao

meio ambiente. Seus públicos estratégicos são o setor produtivo, as autoridades

regulamentadoras e os consumidores.

Com base nas tendências atuais, os produtos de madeira que principalmente

servem a construção civil também devem apresentar certificações de conformidade e

da qualidade. Entretanto, poucas são as iniciativas brasileiras existentes com relação à

qualidade para esses produtos. A principal delas é o PNQM – Programa Nacional da

Qualidade da Madeira, coordenado pela ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria

da Madeira Processada Mecanicamente que foca principalmente os painéis

compensados de madeira e o atendimento às exigências da Comunidade Europeia

(ABIMCI, 2008). Em 2013, foram finalizados pela ABIMCI, procedimentos relacionados

Page 31: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

26

à certificação de portas de madeira para edificações devendo atender as novas normas

elaboradas relacionadas às portas. Esta certificação deve atender principalmente as

exigências do mercado nacional e servir para regular a comercialização com foco no

desempenho e qualidade. A certificação para as portas de madeira é de caráter

voluntário envolvendo uma programação de auditorias que podem ser realizadas nas

indústrias ou no comércio e também ensaios em laboratórios.

No Canadá, em 1999, o setor de produtos de madeira de maior valor agregado

era caracterizado por ser desagregado, com empresas de diferentes portes, baixa

remuneração e qualificação de mão-de-obra. A participação dos PMVA na economia

canadense poderia ser considerada baixa em relação a produtos madeireiros primários.

As vendas de PMVA foram inferiores a 10% do total de produtos madeireiros

comercializados. É possível afirmar que no Brasil de hoje a situação é semelhante.

Assim, no Canadá houve um grande esforço geral para expandir o setor de PMVA e

uma das ações foi o desenvolvimento de um sistema de garantia da qualidade

denominado “The WoodMark Quality System” voltado exclusivamente para PMVA.

É interessante então o desenvolvimento de marcas específicas de qualidade

devido à heterogeneidade da madeira e desafios qualitativos em relação à produção de

PMVA. Adicionalmente sistemas da qualidade específicos atendem as particularidades

das empresas. Para o sistema ter sucesso, as empresas precisam produzir

continuamente com qualidade e a marca de qualidade precisa ser reconhecida como

um símbolo da qualidade pelos clientes.

Este sistema canadense da qualidade envolveu estágios de trabalho como

avaliações prévias da qualidade, revisão bibliográfica de sistemas da qualidade, visitas

e discussões com as empresas canadenses sobre qualidade, desenvolvimento do novo

sistema da qualidade e aplicação do novo sistema em empresas.

Para ser eficaz, o sistema da qualidade deve modificar a cultura da organização

e estabelecer um ambiente voltado ao pensamento, à resolução de problemas e à

satisfação dos clientes. Não basta simplesmente ter os documentos e ferramentas

relacionados à qualidade. Neste sentido, o sistema “WoodMark” canadense considerou

inicialmente os 14 pontos de Deming para o seu desenvolvimento. Envolveu aspectos

como o compromisso da gerência das empresas, a melhoria contínua dos

procedimentos, opinião dos clientes e otimização do tempo de trabalho dos

funcionários e o próprio envolvimento dos funcionários. Os princípios da qualidade

Page 32: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

27

foram organizados em 7 normas de 30 elementos que resultaram no sistema da

qualidade “WoodMark”. Essas normas envolvem o compromisso gerencial das

empresas, plano da qualidade, inspeção de produtos recebidos, medições e controle

do processo, rastreabilidade, treinamentos e melhoria contínua. Essas ações

contribuem para redução de defeitos e melhoria da qualidade.

No Canadá ficou evidente que as empresas foram beneficiadas com a adoção

do sistema. A Marca do WoodMark foi considerada uma ferramenta de marketing bem

sucedida junto aos clientes e foi constatado melhor aproveitamento da matéria-prima.

Adicionalmente, e talvez mais importante, as empresas incorporaram de forma eficaz a

cultura da qualidade, que não existia antes da certificação. As fichas de registro são

utilizadas e existe uma ação preventiva para reduzir as não-conformidades.

PROGRAMAS E SISTEMAS RELACIONADOS À QUALIDADE

PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

• Melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva

Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC/INMETRO

• Implantar programas de avaliação da conformidade

PNQM – Programa Nacional da Qualidade da Madeira – ABIMCI

• Painéis compensados e portas de madeira

“The WoodMark Quality System”

• Sistema de garantia da qualidade voltado a PMVA

1.2.2. Ferramentas de controle utilizadas em programas de qualidade

Praticamente não existem iniciativas de programas de certificação da qualidade

para produtos de madeira no Brasil. Inclusive, considerando também outros setores

produtivos, as literaturas referentes, tanto nacionais como internacionais, não abordam

de maneira clara processos relacionados ao desenvolvimento de programas de

certificação da qualidade para produtos específicos. É importante deixar claro que os

sistemas de gestão da qualidade são completamente diferentes de programas de

certificação da qualidade para produtos específicos.

Page 33: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

28

A utilização de métodos tecnológicos corretos é fundamental para o adequado

controle da qualidade. Pode-se destacar: especificação de tolerâncias conforme termos

orientados para o usuário; métodos de ensaios para avaliação de confiabilidade;

classificação das características da qualidade; técnicas de aceitação por amostragem e

de controle de processos; processamento de dados da qualidade por computador;

sistemas passa-não-passa, estabelecimento de normas;e, esquemas de avaliação e

gradação da qualidade do produto e aplicação de técnicas estatísticas.

FERRAMENTAS DE CONTROLE

Especificação de tolerâncias

Avaliação de confiabilidade

Classificação das

características da qualidade

Técnicas de aceitação

Processamento de dados da qualidade

Sistemas passa-não-passa

Estabelecimento de normas

Avaliação e gradação da qualidade do

produto

Técnicas estatísticas

A avaliação da qualidade objetiva sanar as deficiências utilizando tratamentos

adequados dos pontos falhos a partir da tomada de decisões apropriadas e a auditoria

da qualidade visa principalmente avaliar a adequação da qualidade do produto. Para a

auditoria é feita periodicamente amostragem interna ou externa, junto ao mercado, para

conduzir ensaios e teste de verificação.

A conformidade é uma categoria de qualidade e significa o grau em que as

características de um produto estão de acordo com padrões pré-estabelecidos.

Geralmente incluem uma dimensão alvo ou centralizadora e também uma faixa

Page 34: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

29

permissível de variação ou tolerância. Esta visão de conformidade está bastante

relacionada com técnicas de controle de processo e amostragem. Também é possível

avaliar a conformidade sob duas abordagens: A convencional, onde conformidade

significa o atendimento às especificações e a abordagem que relaciona a conformidade

com o grau de variabilidade em torno de uma dimensão pré-estabelecida como meta

ou linha central.

Uma ferramenta bastante utilizada no controle do processo consiste no

“diagrama de causa e efeito” também conhecido como “diagrama espinha de peixe” ou

“diagrama de Ishikawa”. O diagrama busca identificar as causas de um determinado

efeito. Um exemplo é mostrado a seguir considerando que o efeito é o defeito “Falha de

Esquadro”. Assim as possíveis causas devem ser analisadas e ações corretivas

tomadas.

Diagrama de Ishikawa – Exemplo Controle de Processo

Causas são agrupadas em 6M:

Máquina / Método / Mão-de Obra / Material / Medidas / Meio Ambiente

Falha de

Esquadro

temperatura

não controlada

empilhamento inadequado

das peças

sujeira

Meio-ambienteMedidas

instrumento

descalibrado

falta de

manutenção

Máquina

desregulada

entrada

inadequada

tensão

peças empenadas

inaptidão

cansaço

Mão-de obra Material Método

No caso da estatística, ela representa somente uma ferramenta a ser utilizada

como parte do controle da qualidade não se constituindo esse controle em si e é

empregada em um programa de qualidade quando e onde quer que possa ser útil.

Algumas ferramentas estatísticas básicas utilizadas de forma separadas ou

combinadas em um CQ são descritas e exemplificadas a seguir.

Page 35: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

30

a) Método de análise de Pareto, que permite dividir um problema grande em um

número grande de problemas menores que são mais fáceis de serem resolvidos e é

sempre baseado em fatos e dados, permitindo priorizar ações. Também permite o

estabelecimento de metas concretas e atingíveis. A Figura a seguir exemplifica um

gráfico de Pareto.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

A B C D E F G Outros

Fre

qu

ên

cia

Acu

mu

lad

a (%

)

me

ro d

e O

corr

ên

cias

Tipo de Defeito

Nº de Ocorrências Frequência Acumulada

b) Distribuição de frequências (Histograma), que consiste na tabulação do

número de vezes que determinada característica da qualidade ocorre em amostras do

produto sendo verificado. As Figuras a seguir exemplificam histogramas de frequência

para uma situação ideal onde os dados obedecem uma distribuição normal e para uma

situação indesejada onde os dados tem um comportamento irregular com muitas

medições fora dos limites especificados.

Page 36: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

31

Page 37: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

32

c) Gráfico de controle, que consiste em um método gráfico para analisar se o

processo está ou não sob “controle estatístico”. As Figuras a seguir exemplificam

situações de comportamento de medições utilizando os gráficos de controle.

Processo sob controle estatístico Processo fora de controle estatístico

Processos com tendência a ficar fora de controle

d) Planos com amostragem, que é empregada quando é desejável garantir a

qualidade do material produzido. Envolve uma série específica de procedimentos

englobando planos para aceitação por amostragem. As normas da ABNT NBR 5425 -

Guia para inspeção por amostragem no controle e certificação de qualidade, NBR 5426

- Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos e NBR 5427 - Guia

para utilização da Norma NBR 5426 são exemplos de planos de amostragem que

podem ser empregados. Outras literaturas também apresentam informações

relacionadas a planos de amostragem.

e) Métodos especiais, que incluem técnicas como análise de tolerâncias,

correlação, análise de variância e desvios padrões da média. Outras literaturas

Page 38: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

33

relacionadas principalmente á área de estatística apresentam informações relacionadas

à métodos que podem ser usados nas avaliações para controle de qualidade.

Page 39: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

34

CAPITULO 02 – AUDITORIA DA QUALIDADE

O presente capítulo aborda importantes aspectos relacionados a realização de

auditorias da qualidade. É importante mencionar que existe ampla literatura

especializada que envolve este tema. Para esta publicação, o objetivo é tentar resumir

de forma clara os aspectos considerados mais importantes e voltados para o PQ da

ANPM.

2.1 Definições e Importância das Auditorias

Auditoria da qualidade é uma avaliação planejada, programada e documentada

com a finalidade de verificar a eficiência de programas de qualidade implantados a

partir da constatação de evidências objetivas e da identificação de não conformidades,

que serve como mecanismo de realimentação e aperfeiçoamento do programa de

qualidade. Evidências de auditoria são os registros, apresentação de fatos ou outras

informações.

PLANEJADA

AVALIAÇÃO

PROGRAMADADOCUMENTADA

AUDITORIA DE QUALIDADE

PROGRAMA

DE QUALIDADE

a) A auditoria da qualidade pode ser realizada por qualquer pessoa da

organização desde que esta seja de outra área que não a auditada e que também

esteja treinada e capacitada para a realização da mesma.

Page 40: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

35

b) A auditoria é muito mais voltada para prevenção do que para correção de

problemas.

c) As auditorias consistem em um importante sistema de informações para a

administração das empresas, pois possibilitam o aperfeiçoamento da qualidade de

seus produtos e serviços.

OBJETIVOS DA AUDITORIA DA QUALIDADE

• Determinar a eficácia do programa de qualidade

• Determinar a conformidade ou não

• Melhorar o PQ

• Atender a requisitos

• Obter informações

• Avaliar desempenho

• Avaliar a integração entre setores

• Identificar necessidades de treinamentos

• Avaliar os custos da qualidade

COMO OBTER SUCESSO NA AUDITORIA ?

• Apoio da alta administração

• Pessoal treinado

• Independência dos auditores

• Planejar e supervisionar

• Fatos e dados

• Relatórios

•Eliminar o medo

• Implementar as correções e/ou

melhorias

Page 41: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

36

2.2 Tipos de Auditoria

As auditorias podem ser classificadas em internas e externas de segunda e

terceira parte.

a) Auditorias Internas ou de 1ª parte, que são conduzidas pela própria

organização, ou em seu nome, para análise crítica pela direção e outros propósitos

internos (por exemplo, para confirmar a eficácia ou obter informações para a melhoria

do programa de qualidade). Auditorias internas podem formar a base para uma

autodeclaração de conformidade da organização.

b) Auditorias Externas de 2ª parte, que são realizadas por uma organização

sobre outra com o objetivo de atender aos requisitos da organização que está

realizando a auditoria. Esta auditoria é geralmente realizada pelos clientes em seus

fornecedores, atuais ou potenciais, com a finalidade de saber se o programa de

qualidade deste está em conformidade e se ele proporciona a garantia que os

requisitos do cliente para o fornecedor estão sendo atendidos. Este tipo de auditoria

também pode ser realizada em distribuidores, lojistas ou mesmo clientes finais. Esta

auditoria mostra-se muito importante, pois está relacionada diretamente a uma

transação comercial que pode ser afetada pelos seus resultados.

c) Auditorias Externas de 3ª parte, que são realizadas por organizações de

auditoria independentes, tais como organismos de regulamentação ou organismos de

certificação para propósitos legais, regulatórios e similares ou para fins de certificação.

Trata-se da auditoria realizada por um terceiro independente, que não tem nenhum

interesse no resultado da auditoria. De maneira geral elas são realizadas com a

finalidade de certificação do programa de qualidade, auditorias para premiações e

reconhecimentos e também para o esclarecimento de dúvidas sobre algum processo

de auditoria anterior.

Page 42: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

37

TIPOS DE AUDITORIA

Auditoria

Interna

(1ª parte)

Auditoria

Externa

(2ª parte)

Auditoria

Externa

(3ª parte)

Conduzida pela

própria

organização

Autodeclaração de conformidade

Realizadas por uma

organização sobre outra

Clientes Fornecedores

Saber se o programa de

qualidade deste está em

conformidade

Realizadas por

organizações de

auditoria

independentes

Certificação

No caso do PQ para pisos de madeira desenvolvido pela ANPM, existem os

seguintes tipos de auditorias que podem ser realizados:

- Pré-qualificação. Este é o primeiro procedimento a ser realizado para requerer

a utilização dos selos de qualidade. O objetivo é avaliar a qualidade do produto

em relação às Normas Técnicas mostrando para as empresas a situação atual

dos produtos. Consiste em uma avaliação de caráter orientativo.

- Auditoria de Produto. O objetivo é verificar se os produtos estão atendendo as

exigências das Normas Técnicas existentes.

- Auditoria de Processo (opcional). O objetivo é apontar as possíveis fases do

processamento que devem sofrer modificações para enquadramento nas

especificações. A auditoria no processo é de adoção voluntária, ou seja, apenas

para empresas que tenham interesse em obter informações sobre etapas do

processamento que talvez devam ser modificadas para atendimento das normas

técnicas.

Page 43: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

38

TIPOS DE AUDITORIA DO PROGRAMA DE QUALIDADE PARA PISOS DE MADEIRA

• Pré-qualificação:

Qualidade do produto Situação Atual Caráter orientativo

• Auditoria de Produto:

Atendimento às exigências das Normas Técnicas

• Auditoria de Processo (opcional):

Apontar fases do processamento que devem sofrer modificações

É importante ressaltar que a auditoria da qualidade de produto é realizada para

verificar se os mesmos que sofreram inspeção estão em conformidade com as

exigências e necessidades da qualidade.

Essas auditorias geralmente são feitas em produtos acabados e em amostras

pequenas. Elas são importantes para saber se os processos de produção saíram do

controle e indicar que os problemas tenham se generalizado, pois, caso contrário a

probabilidade de se encontrar defeitos em amostras pequenas seria baixa.

A inspeção completa e cuidadosa de uma pequena amostra de produtos

assegura que os problemas comuns não saíram da fábrica sem serem detectados.

Assim, as auditorias da qualidade representam uma última instância para os defeitos,

ou seja, o elo final e crítico de ligação entre a qualidade interna e em campo.

Entretanto, as auditorias da qualidade não possibilitam a previsão de taxa de defeitos

ou de falhas de campo.

As auditorias externas de 3ª parte podem ser excelentes mecanismos de

desenvolvimento para as empresas brasileiras fabricantes de produtos de madeira.

Pode também ajudar as empresas a melhorar a qualidade, produtividade e posição

competitiva. A certificação ou selo de garantia pode ser uma exigência governamental

ou de clientes que querem ter alguma forma de garantia do seu fornecedor.

Page 44: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

39

2.3 Informações sobre Auditores e Auditados

No perfil dos auditores, a ética é indispensável e a opinião deles deve obedecer

a critérios puramente éticos, se apoiando nas verdades científicas que os documentos,

medições e análises lhes oferecem.

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DE UM AUDITOR?

• Ético

• Mente aberta

• Diplomático

• Observador

• Perceptivo

• Versátil

• Tenaz

• Decisivo

• Autoconfiante

• Atencioso

• Competência geral

• Capacitação gerencial

e técnica

• Flexibilidade

• Habilidade analítica e

trabalhar sobre pressão

• Cortesia e firmeza

• Educação e paciência

AUDITOR: pessoa com a competência para realizar uma auditoria

Tanto as normas técnicas quanto os valores morais devem ser seguidos, visto

que os auditores representam não apenas as organizações a que prestam serviços,

mas também tem responsabilidade perante muitos usuários (o mercado, a sociedade,

etc) dos produtos e serviços dessa organização.

Características dos Auditores

ético, isto é, verdadeiro, sincero, honesto e discreto;

mente aberta, isto é, disposto a considerar ideias ou pontos de vista

alternativos;

diplomático, isto é, com tato para lidar com pessoas;

observador, isto é, ativamente atento à sua volta;

perceptivo, isto é, instintivamente atento e capaz de entender

situações;

versátil, isto é, se ajuste prontamente a diferentes situações;

tenaz, isto é, persistente, focado em alcançar objetivos;

decisivo, isto é, chegue a conclusões oportunas baseado em razões

lógicas e análises;

autoconfiante, isto é, atue e funcione independentemente, enquanto

interage de forma eficaz com outros.

Page 45: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

40

Características dos Auditores

Competência geral;

Boa capacitação gerencial;

Boa capacitação técnica;

Grande habilidade para se ajustar rapidamente as mudanças de

situações (flexibilidade);

Habilidade de trabalhar sob pressão;

Habilidade analítica;

Cortesia e firmeza nas abordagens;

Ser educado e paciente, mas insistir na obtenção de detalhes para

responder as questões;

Prestar atenção no auditado.

Comportamento do Auditor

comunicar-se eficientemente;

manter-se dentro do escopo da auditoria;

ser objetivo;

coletar e analisar as informações que sejam relevantes e suficientes

para permitir a formulação de conclusões relativas ao PQ;

analisar as indicações de evidências que possam influenciar os

resultados da auditoria e que possivelmente exigem auditoria mais

ampla;

atuar de forma ética durante todo o tempo.

Page 46: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

41

DO QUE O AUDITOR DEVE SER CAPAZ?

Características Pessoais dos Auditores

O auditor deve ser capaz de:

aplicar princípios, procedimentos e técnicas de auditoria;

métodos e técnicas relacionadas com qualidade;

terminologia da qualidade;

planejar e organizar o trabalho com eficácia;

realizar a auditoria dentro da programação acordada;

priorizar e enfocar assuntos de importância;

coletar informações a partir de entrevistas / medições, escutar,

observar e analisar documentos, registros e dados;

entender a conveniência e conseqüências de usar técnicas de

amostragem para auditar;

verificar a precisão das informações coletadas.

Características Pessoais dos Auditores

avaliar fatores que possam afetar a confiabilidade das constatações

e conclusões da auditoria;

usar documentos de trabalho para registrar atividades de auditoria;

preparar relatórios de auditoria;

manter a confidencialidade e a segurança das informações;

comunicar-se com eficácia;

ter conhecimentos de sistemas de informação e tecnologia para

autorização, distribuição e controle de documentos, dados e

registros;

O auditor deve ser capaz de:

Page 47: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

42

QUAIS AS RESPONSABILIDADES DE UM AUDITOR?

• cumprir os requisitos estabelecidos no plano de auditoria;

• comunicar e esclarecer os requisitos do plano de auditoria;

• planejar e realizar as atribuições sob suas responsabilidades, efetiva

e eficientemente;

• documentar as observações/não conformidades;

• relatar os resultados da auditoria;

• verificar a eficácia das ações corretivas adotadas como resultado da

auditoria (quando requisitado);

• reter e conservar os documentos relativos a auditoria:

- submetendo-os a apreciação, quando requerido;

- assegurando que estes documentos permaneçam confidenciais;

- tratando, com discrição, informações privilegiadas.

Responsabilidades dos Auditores

• cooperar com o auditor líder, dando-lhe suporte.

COMO DEVE SER COMPOSTA A EQUIPE DE AUDITORIA?

Equipe de Auditoria

Deve ser comporta por pessoas capacitadas, qualificadas,

competentes e, sempre que possível, independente da atividade a ser

auditada. São possíveis auditores:

Gerente da Qualidade (GQ);

Gerente Técnico (GT);

Substitutos do GQ e do GT;

Técnicos;

Auditor externo contratado;

Outras pessoas capacitadas.

Page 48: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

43

AUDITADO: organização ou parte dela que está sendo auditada

Responsabilidade do Auditado

• assegurar que todas as áreas e atividades cobertas pelo sistema da

qualidade sejam auditadas periodicamente;

• preparar a programação, organizar e planejar as auditorias;

• arquivar e manter a documentação gerada nas auditorias e assegurar

que as ações corretivas resultantes das auditorias sejam

implementadas dentro do prazo estabelecido;

• selecionar a equipe auditora, levando em conta a experiência,

conhecimento das atividades a serem auditadas, conhecimento das

técnicas de auditoria e familiaridade com o programa de qualidade;

• selecionar as pessoas responsáveis em acompanhar a equipe de

auditoria;

Responsabilidade do Auditado

• prover a equipe auditora de todos os recursos necessários para

assegurar um processo de avaliação eficaz e eficiente;

• prover o acesso às instalações e material comprobatório solicitado

pelos auditores;

• cooperar com os auditores para permitir que os objetivos da auditoria

sejam atingidos;

• iniciar a implementação das ações corretivas baseadas no relatório

de auditoria.

• informar às pessoas envolvidas os objetivos e escopo da auditoria;

Page 49: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

44

2.4 Planejamento e Plano das Auditorias

O planejamento da auditoria é a etapa em que o auditor estabelece a estratégia

geral dos trabalhos que serão executados na área auditada. É importante que este

planejamento seja preparado por escrito ou por outro meio de registro, pois dessa

forma fica fácil o entendimento dos procedimentos que serão adotados e também

propicia uma orientação mais adequada para a divisão do trabalho. È importante

mencionar que as informações mencionadas neste tópico são gerais e podem ser

adaptadas para atendimento das atividades de auditoria relacionadas ao PQ da ANPM.

OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

PLANEJAMENTO DA AUDITORIA: etapa em que o auditor estabelece a estratégia

geral dos trabalhos que serão executados na área auditada

Principais Objetivos do Planejamento da Auditoria

obter conhecimento da área auditada, para identificar os eventos

e procedimentos relevantes que afetem a qualidade do produto;

propiciar o cumprimento dos serviços com a área auditada

dentro dos prazos e compromissos previamente estabelecidos;

assegurar que as áreas auditadas recebam a atenção requerida;

identificar os problemas potenciais da área auditada;

estabelecer a natureza, a oportunidade e a extensão dos

exames a serem efetuados.

Ações - Planejamento das Auditorias

Selecionar a equipe de auditoria;

Fazer interface com a organização / área auditada para obter

informações preliminares;

Orientação à equipe de auditoria;

Desenvolvimento de um plano de auditoria;

Preparação de um check-list.

QUAIS AS AÇÕES NO PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

Page 50: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

45

O processo de auditoria pode ser resumido no fluxograma a seguir:

SIM

PROGRAMA / PLANEJAMENTO

ANALISAR ABRANGÊNCIA E O

OBJETIVO

SELECIONAR EQUIPE DE

AUDITORIA

ENCAMINHAR

DOCUMENTOS

ELABORAR PLANO DE

AUDITORIAPLANO DE

AUDITORIA

CONFIRMAR DETALHES COM

AUDITADO

REUNIÃO INICIAL

AUDITORIA DO PRODUTO

REUNIÃO DOS AUDITORES

NÃO

Continua...

AUDITADO SUGERE

MUDANÇAS ?

Page 51: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

46

SIM

NÃO

NÃOHOUVE NÃO

CONFORMIDADE?REUNIÃO

FINALRELATÓRIO

REUNIÃO FINAL COM AUDITORES E AUDITADOS

RELATÓRIO DE AUDITORIA

PROCEDIMENTO DE AÇÃO

CORRETIVA E PREVENTIVA (CAUSAS)

IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES CORRETIVAS

VERIFICAR / ACOMPANHAR AS

AÇÕES CORRETIVAS

FECHAR AUDITORIA

REUNIR DOCUMENTAÇÃO

ARQUIVAR

DOCUMENTAÇÃO

FIM

SIM

Continuação...

A AÇÃO

CORRETIVA FOI EFICIENTE?

RELATÓRIO +

DOCUMENTOSASSOCIADOS

Page 52: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

47

O plano de auditoria é definido como a descrição das atividades e arranjos para

uma auditoria.

Plano de Auditoria

• O plano de auditoria deve fornecer a base de um acordo entre a

equipe auditora e o auditado;

• O plano de auditoria deve refletir o escopo e a complexidade da

auditoria;

• O plano de auditoria deve ser flexível para permitir mudanças, dando

ênfase as observações e informações obtidas durante a auditoria;

• Cópia do plano de auditoria deve ser enviado para o auditado em

tempo suficiente para permitir a sua preparação e esclarecimento de

dúvidas.

Conteúdo - Plano de Auditoria

• os objetivos e escopo da auditoria;

• identificação dos documentos de referência (tais como normas e

especificações técnicas);

• equipe auditora;

• data e local da auditoria;

• identificação da(s) área(s) ou atividade(s) do laboratório(s) a ser(em)

auditados;

• as funções e responsabilidades da equipe auditora;

• tempo previsto e duração de cada atividade principal da auditoria;

• data e horário das reuniões com os representantes do auditado (uma

agenda);

• critérios de confidencialidade;

• distribuição do relatório e data prevista para a sua emissão;

• os recursos necessários.

Page 53: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

48

2.5 Execução das Auditorias

A execução das auditorias se inicia com uma reunião entre a equipe de auditoria

e da área auditada com a finalidade de expor os objetivos da realização da auditoria.

Após essa reunião a equipe define o local para realização das avaliações e seleciona o

material que será inspecionado. No caso do PQ da ANPM, as auditorias serão

executadas fazendo avaliações diretas em produtos específicos confrontando com os

requisitos técnicos desejados, analisando os índices de conformidades existentes e

assim checar o atendimento da certificação da qualidade. As Especificações Técnicas

da ANPM – Procedimentos de Auditorias e Gerenciamento descrevem detalhes

relacionados à execução das auditorias.

Após a auditoria, é importante fazer uma nova reunião apontando as principais

deficiências observadas acompanhadas com a sugestão de ações corretivas a serem

implementadas. Relatórios de auditoria normalmente são enviados para os auditados

constando os resultados das avaliações.

COMO DEVE SER FEITA A AUDITORIA?

Reunião

AuditadoAuditores

Definição

do local

Seleção do

material

Avaliação

do produto

Índice de

conformidade

Sugestões de

ações

corretivas

Relatório

Page 54: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

49

Princípios de uma Auditoria da Qualidade:

Para o sucesso na auditoria é necessário um conhecimento amplo

dos princípios e práticas relacionados ao programa de qualidade

empregado e também dos produtos que serão auditados;

As técnicas de avaliação devem ser bem assimiladas e praticadas

para garantir melhor eficácia;

No caso das auditorias realizadas nas próprias indústrias, é

importante que o auditor observe as práticas de produção.

Manter o controle da auditoria verificando todas as informações

levantadas e medições / análises efetuadas e se elas estão exatas e

completas;

Não utilizar simplificações da linguagem para amenizar a situação

real observada. Falar claro e direto o que deve ser feito;

Não criticar os resultados antes de discuti-los com as pessoas

envolvidas, assegurando dessa forma que houve uma completa

avaliação da situação;

Envolver a gerência na crítica quando o problema apontado exigir

atenção;

Acompanhar todas as ações corretivas de forma criteriosa.

Page 55: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

50

CAPITULO 03 – PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA PISOS

DE MADEIRA

A ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira é uma

entidade de classe fundada em 2001, por empresas do setor de pisos de madeira.

Desde o início, a missão principal da ANPM foi unir as diversas empresas do setor em

prol do desenvolvimento, unindo a valorização dos produtos florestais e a utilização

racional e sustentável dos recursos naturais. Desta forma, com auxílio de instituições

de ensino e pesquisa, a ANPM busca o desenvolvimento de ações que objetivem a

valorização dos produtos florestais e a conservação das florestas brasileiras. Uma das

principais motivações para a fundação da ANPM foi o desenvolvimento de ações

relacionadas à qualidade dos produtos. Assim, foi estabelecido um Programa de

Certificação da Qualidade da ANPM ou resumidamente Programa de Qualidade (PQ)

que envolveu as seguintes ações:

As 4 etapas existentes para um controle global da qualidade são a fixação de

padrões, a avaliação da conformidade, a tomada de ações corretivas e o planejamento

visando o aperfeiçoamento.

Page 56: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

51

Algumas normas foram desenvolvidas e a intenção é sempre fazer a

oficialização junto a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. O PQ

disponibiliza um selo de qualidade para os produtos. Neste caso, existe o interesse de

oficialização do PQ junto ao INMETRO que é o organismo oficial brasileiro relacionado

à avaliação da conformidade.

3.1 Normas Técnicas relacionadas a pisos de madeira

Devido ao aumento das exigências dos consumidores em relação à qualidade, o

estabelecimento de padrões claros torna-se cada vez mais importante para a obtenção

da qualidade.

É provável que a elaboração e adoção de normas ou especificações técnicas

referenciais sejam o primeiro passo para a implantação de programas ou sistemas

relacionados à qualidade. No caso de normas oficiais brasileiras, o processo de

elaboração envolve discussões onde participam produtores (indústrias), consumidores

(clientes) e neutros (instituições de ensino e pesquisa). Trata-se de um processo aberto

que permite a participação de toda a sociedade a partir de reuniões e consultas

públicas.

O desenvolvimento de padrões industriais voluntários é interessante evitando-se

desperdícios econômicos e obstáculos ao avanço tecnológico. Além disso, o processo

de elaboração de padrões permite às pessoas envolvidas uma maior liberdade de

expressão e é mais flexível do que o processo de elaboração de regulamentações. É

possível afirmar que a atual indústria nacional de produtos de madeira desenvolve

poucas ações relacionadas a padrões, normas e qualidade.

No caso específico de pisos de madeira, até o ano de 2010, as duas únicas

normas existentes no Brasil eram as da ABNT – Associação Brasileira de Normas

Técnicas, denominadas “Taco de madeira para soalho” e “Tacos modulares de madeira

para soalhos na construção coordenada modularmente”. Essas normas, por serem

antigas, não são relacionadas ao tipo de piso mais produzido atualmente, denominado

“Assoalho”; o qual consiste de peças com dimensões variáveis e encaixes do tipo

“macho e fêmea”.

Em outros países, principalmente os mais desenvolvidos, já existem algumas

normas e certificações relacionadas a pisos de madeira. Entretanto, não basta apenas

Page 57: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

52

utilizar os procedimentos internacionais já existentes. Geralmente, as normas de outros

países apresentam detalhes específicos do mercado local e que nem sempre são

facilmente aceitas ou compreendidas pela indústria e mercado nacional.

Considerando que os principais compradores e usuários são os Estados Unidos

e países da Comunidade Europeia, torna-se necessário o estabelecimento de normas

técnicas nacionais que considerem as normas internacionais já existentes, objetivando

a sua aceitação. Entretanto, devido às diferenças entre as espécies de madeira, é bem

provável a necessidade de fazer adaptações das normas e até o seu aperfeiçoamento.

As entidades norte-americanas NOFMA – National Oak Flooring Manufacturers

Association e NWFA – National Wood Flooring Association são tradicionais no setor de

pisos de madeira e desenvolveram normas e procedimentos relacionados à qualidade

dos produtos e serviços.

A NOFMA desenvolveu classificações de qualidade para diversas espécies

americanas com destaque para o Carvalho. No caso desta madeira, foram definidas 4

classes de qualidade considerando aspectos estéticos, dimensões, defeitos naturais e

de processamento.

A NWFA desenvolveu um manual bastante completo relacionado a pisos de

madeira. Além de aspectos relacionados à qualidade dos produtos, o seu Manual

envolve informações teóricas sobre as madeiras, interações com fatores externos,

embalagens, instalação e manutenção de pisos de madeira. Especificamente com

relação à qualidade, a NWFA considera como padrão as normas da NOFMA e outras

entidades como a MFMA – Maple Flooring Manufacturers Association e a CLA –

Canadian Lumbermen´s Association.

Na Europa, as normas técnicas são estabelecidas oficialmente pelo CEN –

Comitê Europeu de Normalização que deve trabalhar de forma similar à ABNT. A CEN

já disponibiliza diversas normas relacionadas a pisos de madeira. As normas EN 13226

e EN 13227 definem as características dos pisos de madeira maciços e classificações

de qualidade Também consideram aspectos dimensionais e relacionados à umidade.

A ISO – Organização Internacional de Normalização consiste em uma entidade

mais global relacionada ao desenvolvimento e aplicação de normas técnicas. Não são

permitidas alterações nas normas existentes mesmo considerando as especificidades

Page 58: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

53

de cada país. As normas ISO 1072 e ISO 1324 abordam características gerais dos

pisos de madeira e classificação para pisos de Carvalho. Além de especificações

relacionadas a dimensões e umidade, a norma ISO 1072 engloba aspectos como

descrição, inspeção, entrega e identificação dos produtos. As classificações de

qualidade são descritas em outras normas.

Diversos outros países apresentam suas próprias normas técnicas relacionadas

a pisos e demais produtos de madeira. No atual mundo globalizado, seria interessante

uma integração maior entre os organismos normativos objetivando a definição de

normas padrões que sejam utilizadas por vários países. Para os produtores, a

variabilidade de normas e, consequentemente, de padrões de produtos acaba

dificultando a produção e limitando mercados.

No caso de pisos de madeira brasileiros, a adoção de padrões de qualidade e de

tipos de produtos, que sejam compatíveis com as principais normas internacionais e

aceitos pelos clientes, é de grande importância para o desenvolvimento do setor.

Neste sentido, a ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de

Madeira desenvolveu normas para o piso do tipo “Assoalho” considerando normas

internacionais existentes e as especificidades locais. Em um primeiro momento, essas

normas foram utilizadas internamente pelas empresas associadas da ANPM, para

checagem de sua aplicação prática e possíveis ajustes. Posteriormente, considerou-se

importante oficializar as normas junto à ABNT e torná-las disponíveis para toda a

sociedade. A ANPM coordenou a Comissão de Estudos da ABNT e duas normas foram

publicadas oficialmente em março de 2010.

QUAIS AS NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS A PISOS DE MADEIRA?

Tacos - ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas,

denominadas “Taco de madeira para soalho” e “Tacos modulares

de madeira para soalhos na construção coordenada

modularmente”.

ANPM desenvolveu normas para o piso do tipo “Assoalho” considerando

normas internacionais existentes e as especificidades locais

Assoalho - Norma ABNT NBR 15798 / 2010 – Pisos de

madeira – Terminologia.

Assoalho - Norma ABNT NBR 15799 / 2010 – Pisos de

madeira com e sem acabamento – Padronização e

classificação.

Page 59: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

54

Conforme a situação, as normas técnicas podem ser voluntárias ou obrigatórias

tornando-se necessária a sua adoção pelas organizações. Na maioria dos casos, é

bastante provável que a adoção de normas também provoque alterações ou

incorporações de novos procedimentos relacionados à qualidade visando garantir o

adequado atendimento normativo.

3.1.1. Norma ABNT NBR 15798 / 2010 – Pisos de madeira - Terminologia

Esta Norma define os termos relativos aos pisos de madeira maciça. A norma

completa pode ser adquirida junto à ABNT – Associação Brasileira de Normas

Técnicas.

PISOS DE MADEIRA – TERMINOLOGIA

Norma ABNT NBR 15798 / 2010

Define termos relacionados às características das madeiras e dos pisos,

defeitos, equipamentos e demais conceitos relacionados.

Apenas exemplificando são citadas a seguir algumas definições importantes

constantes na norma.

- Alburno. Lenho situado entre a casca e o

cerne, geralmente de coloração mais clara e

constituído por elementos celulares ativos

(quando na árvore viva). Também chamado

de branco de madeira, brancal ou borne.

Page 60: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

55

- Assoalho. Peças com encaixe macho/fêmea

em dois ou quatro lados.

- Contração. Redução nas dimensões de uma peça de madeira em

consequência da diminuição do seu teor de umidade.

- Defeito. Imperfeição que afeta

as propriedades, a aparência ou

uso da peça de madeira.

- Face. Denominação do lado da peça que ficará exposto após o assentamento

do piso. Normalmente é o lado da peça que recebe acabamento.

- Falhas na face. Falhas que ocorrem lateralmente nas quinas das peças (face

com encaixes), podendo ser decorrentes de problemas de manuseio ou de

processamento. Essas falhas podem acarretar problemas posteriores de acabamento.

- Grã. Disposição geral na direção longitudinal

dos elementos axiais constitutivos da madeira.

Page 61: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

56

- Imperfeições de processamento. Alterações na aparência ou dimensões das

peças resultantes de uma operação de processamento malfeita. Inclui marcas de corte,

rolo, esteira, corrente, mancha de queima, falhas, degraus, frestas, entre outros.

- Empenamento. Termo genérico relacionado às deformações nas formas

iniciais das peças de madeira.

3.1.2. Norma ABNT NBR 15799 / 2010 – Pisos de madeira com e sem acabamento –

Padronização e classificação

PISOS DE MADEIRA COM E SEM ACABAMENTO – PADRONIZAÇÃO E

CLASSIFICAÇÃO

Norma ABNT NBR 15799 / 2010

Estabelece as classes de qualidade e níveis de tolerância de defeitos que

devem ser analisados para determinação do padrão de qualidade do piso de

madeira do tipo assoalho.

Page 62: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

57

A norma é aplicável para todo tipo de piso de madeira maciça com ou sem

acabamento superficial (envernizamento). A norma completa pode ser adquirida junto à

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Apesar de a norma definir que os requisitos são voltados para o piso de madeira

tipo assoalho, avaliações iniciais da ANPM indicam que a norma também pode ser

aplicada a tacos e pisos engenheirados do tipo estruturados.

De forma resumida, a norma estabelece orientações gerais sobre os pisos de

madeira e regras para todas as classes de qualidade que envolvem especificações

gerais, para defeitos de processamento, defeitos intrínsecos, dimensões e teor de

umidade. A norma também descreve 3 classes de qualidade para os pisos de madeira.

A seguir são resumidos alguns requisitos importantes constantes na norma.

a) Orientações gerais

- Os pisos de madeira podem apresentar grã ou fibra revessa e variações de cor

e tonalidades características da espécie.

- As especificações podem sofrer alterações no caso de acordos específicos

com os clientes ou compradores.

b) Especificações gerais

- Todas as peças, independente da classe de qualidade, devem ser igualmente

resistentes e aplicáveis.

- A tolerância máxima permitida para todas as não conformidades é de 5,0 % do

total de peças. Acima de 5,0 % de não conformidades o lote não pode ser qualificado.

c) Especificações para defeitos de processamento (todas as classes)

- Arqueamento. São admitidas peças com até 1,0 % de flexa em relação ao

comprimento total.

- Encaixes macho e fêmea. Não são admitidas peças que apresentem falhas,

variações dimensionais e partes quebradas que comprometam a fixação da peça.

Page 63: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

58

- Encurvamento. São admitidas peças com até 1,5 % de flexa em relação ao

comprimento total.

- Falhas na face. Não são admitidas.

- Torcimento. São admitidas peças com até 0,5 % de distorção do comprimento

total da peça em relação ao plano reto.

d) Especificações para defeitos intrínsecos (todas as classes)

- Apodrecimento, casca, cerne quebradiço, extremidades quebradas,

fissuras de compressão, galerias de insetos, medula, rachaduras anelares e

diametrais. Não são admitidos.

e) Especificações para aspectos estéticos (todas as classes)

- Aparência. O assoalho deve apresentar grande uniformidade na aparência,

podendo envolver uma ou mais colorações e características naturais.

- Arrevessos. São admitidos, desde que não afetem o padrão da peça ou do

conjunto de peças.

- Manchas de tabique e fungos. Não são admitidos na face.

f) Especificações para dimensões (todas as classes)

- Comprimento. No caso de produtos com comprimentos fixos, como mosaicos

e espinhas de peixe, as medidas devem ser múltiplas exatas da largura com tolerância

máxima de 1,0 mm (1/25”) do comprimento nominal determinado no lote.

- Espessura e Largura. São admitidas até 5,0 % de peças do lote com variação

acima de 0,20 mm (5/64”) em relação a espessura nominal.

g) Especificações para teor de umidade (todas as classes)

- 95 % das peças do lote devem estar dentro da faixa desejada ou exigida pelo

cliente com amplitude de 3 %. Os 5 % restantes das peças devem estar dentro do

Page 64: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

59

limite de 3 % em relação à faixa determinada. Exemplo: Considerando-se uma faixa

desejada de 6 % a 9 % de umidade, 95 % das peças devem estar dentro dessa

amplitude e 5 % das peças poderiam apresentar umidade entre 3 % e 12 %.

- A umidade deve ser determinada pelo método gravimétrico.

h) Classes de Qualidade

Envolve aspectos estéticos, defeitos leves e sua ocorrência não compromete a

aplicabilidade dos pisos de madeira. O PQ da ANPM está utilizando principalmente a

Classe 01 de qualidade que é a mais rígida, ou seja, permite menos defeitos. Os

requisitos da Classe 01 são descritos a seguir.

Classe 01

Alburno

Na face e encaixes não é admitida presença de alburno. Na contraface é permitida a presença de alburno sadio, desde que não ultrapasse 10 % do total da peça e as peças com alburno não ultrapassem 5 % do total do lote

Comprimento das peças Média mínima do comprimento das peças do lote deve ser de 85,5 cm (2,8”) ou mais, salvo acordo com o cliente

Encaixe macho São admitidas peças com falhas de até 25 % no encaixe, desde que não comprometam a resistência e a fixação da peça

Esmoado São admitidas pequenas áreas com até 13 mm (½”) de comprimento por peça e localizadas nas laterais. Os topos devem estar inteiros

Falhas de envernizamento Não são admitidas

Furos de insetos na face Não são admitidos

Imperfeições de processamento na face

São admitidas desde que inferiores a 0,5 mm (1/50”) de profundidade. No caso de pisos envernizados, não são admitidas quaisquer imperfeições na face

Manchas de sílica Não são admitidas

Nós firmes São admitidos pequenos nós com até 6 mm (¼”) de diâmetro a cada 914 mm (3’)

Nós quebrados Não são admitidos

Rachaduras de topo Não são admitidas

Rachaduras superficiais na face Não são admitidas

Page 65: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

60

3.2 Selos de Qualidade

O selo de qualidade japonês JIS, que foi estabelecido em 1950, serviu de

estímulo para que as empresas adotassem e disseminassem o controle estatístico da

qualidade. Uma importante vantagem deste sistema foi o seu caráter voluntário e não a

forma compulsória governamental.

Atualmente no mercado é possível encontrar diversos tipos de selos ou marcas

relacionadas à qualidade. Existem os selos relacionados a sistemas de gestão da

qualidade como aqueles regidos pelas Normas de Sistema de Gestão da Qualidade

Série ISO 9000 e são aplicados nas mais diversas linhas de produtos e serviços. Essas

normas são gerais e as organizações interessadas devem obrigatoriamente atender os

seus requisitos. Neste caso a certificação da empresa pode ser estampada em sua

própria logomarca.

Além dos selos gerais relacionados à gestão da qualidade existem os selos de

organizações relacionadas aos seus produtos especificamente. Na área agrícola,

exemplos bastante comuns deste tipo de certificação no Brasil são os selos de

qualidade da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) e da ABICAB

(Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e

Derivados) que criou um programa de garantia da conformidade para o amendoim.

No caso de produtos de madeira existem selos fornecidos por entidades como

NWFA (National Wood Flooring Association), APAWOOD (The Engineered Wood

Association) e FEP (European Federation of Parquet Industry), todas internacionais. No

Brasil, a ABIMCI desenvolveu o PNQM possibilitando que suas empresas associadas

utilizem a Marca CE nos painéis compensados e mais recentemente foi desenvolvida a

certificação para portas de madeira. É importante frisar que a Marca CE está

relacionada com a segurança na utilização dos produtos.

No caso de pisos de madeira, a ANPM, além das normas técnicas relacionadas

a terminologia e padronização, desenvolveu procedimentos para realização das

auditorias da qualidade nos pisos de madeira e também relacionados ao

gerenciamento do PQ cujo objetivo é estabelecer a forma de gerenciar as auditorias e

de utilização do selo de qualidade. O selo, quando estampado nos produtos, significa

que eles estão sendo produzidos em conformidade com as Normas Técnicas da ABNT

e Especificações Técnicas da ANPM. Como informado anteriormente, existe a intenção

Page 66: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

61

de oficialização do PQ junto ao INMETRO que aumentaria a credibilidade da

certificação.

3.2.1. Especificação Técnica ANPM – Procedimentos de auditoria

Esta especificação estabelece os procedimentos para a realização de auditorias

de produto, tanto externas como internas, para fim de qualificação da empresa

produtora de piso no PQ da ANPM. Também descreve os equipamentos utilizados nas

auditorias. A análise de qualidade deve ser efetuada utilizando a Norma Técnica

ABNT/NBR 15799 referente à padronização e classificação dos pisos de madeira. A

seguir é apresentado um resumo sequencial dos procedimentos relacionados às

auditorias. O ANEXO A apresenta a Especificação completa.

Page 67: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

62

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA ANPM – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

AUDITORIA DE PRODUTO

a) Seleção de amostras. Em cada auditoria devem ser amostradas 125 peças de

um lote de pisos de madeira já acabados e prontos para utilização. Para a

determinação da umidade devem ser selecionadas, ao acaso, 50 peças do lote

amostral. Na auditoria, as peças amostradas devem ser dispostas em uma mesa plana

e regular onde são realizadas a marcação, análise visual e a mensuração das

dimensões e defeitos.

Page 68: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

63

b) Marcação das amostras. As peças analisadas devem ser numeradas na

contra face (parte oposta à que fica exposta quando em uso) e na região central em

relação ao comprimento

Marcação na

contra face

c) Análise dimensional e qualitativa. Devem ser analisadas a largura e a

espessura das peças. As medições devem ser realizadas em três pontos na mesma

peça sendo duas medições nas extremidades e uma medição na região central. As

medições não consideram os encaixes e são tomadas sempre em relação à face (parte

que fica exposta quando em uso) da peça. No caso dos defeitos de processamento,

intrínsecos e estéticos, eles devem ser analisados considerando as informações da

Norma Técnica ABNT/NBR 15799. Durante a inspeção deve ser formado um painel

com as peças amostradas, simulando uma situação prática de instalação, o que

contribui para a identificação de defeitos, como degraus e frestas, que não aparecem

na análise individual das peças.

Defeitos de processamento, intrínsecos e estéticos - ABNT/NBR 15799

Analisar a

amostra e o

painel

Comprimento Largura Espessura

Page 69: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

64

d) Análise de umidade. A determinação da umidade deve ser realizada utilizando

o método gravimétrico (secagem em estufa a 103 C 2 até massa constante), descrito

em diversos manuais de secagem da madeira.

Método Gravimétrico

Armazenamento das

amostrasPesagem das

amostras

Secagem em estufa a

103 C 2

e) Armazenamento dos dados. As anotações das medições e observações

devem ser efetuadas nas fichas de controle (ANEXOS A1 e A2). As análises dos

resultados e emissão de relatórios podem ser efetuadas a partir de planilhas do

programa EXCELL.

f) Análise dos resultados. Após o armazenamento dos dados, deve ser realizada

a análise dos resultados onde se avalia o atendimento à Norma Técnica NBR 15799.

Resumidamente, os aspectos analisados devem ser classificados conforme as

seguintes tolerâncias:

Espessura: Tolerância de ± 0,20 mm em relação à dimensão nominal.

Largura: Tolerância de ± 0,20 mm em relação à dimensão nominal.

Umidade: Tolerância de ± 1,5 % em relação à umidade nominal.

Defeitos: A análise deve ser realizada constatando a ausência, presença e/ou

medições dos defeitos.

Page 70: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

65

g) Classificação. Em todos os casos, conforme os resultados da inspeção, as

amostras devem ser classificadas em peças conformes (dentro das exigências da

norma) e não-conformes (fora das exigências da norma). Para que o lote seja aprovado

é necessário um mínimo de 95% de conformidades para dimensões, umidade e

defeitos.

95% de conformidades para dimensões, umidade e defeitos

h) Relatório. Toda auditoria deve gerar um relatório confidencial para a empresa

onde são fornecidas informações sobre o produto auditado e se foi aprovado ou não.

Adicionalmente o relatório já informa a situação da empresa em relação à utilização do

selo de qualidade. O modelo do relatório consta no ANEXO A4.

RELATÓRIO

Confidencial Informações sobre o produto Situação da empresa

Aprovado

ou

Não aprovado

Selo

de

Qualidade

Nas auditorias podem ser utilizados materiais como paquímetros digitais, trenas,

réguas, esquadros, lâminas calibradoras, barbantes, canetas com marcação

permanente e fichas de controle padronizadas para anotações. No caso da umidade, é

necessária a utilização de estufa e balança de precisão (no mínimo 0,1g) para sua

determinação pelo método gravimétrico. Para exemplificar, a seguir são apresentas

algumas fotos dos procedimentos realizados e materiais utilizados durante as

auditorias.

Page 71: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

66

3.2.2. Especificação Técnica ANPM – Gerenciamento

O gerenciamento do selo visa definir como funcionam as ações relacionadas à

permissão ou proibição do seu uso. A seguir são citados alguns detalhes ligados à

utilização do selo da ANPM. A Especificação completa consta no ANEXO B.

- As auditorias prévias para obtenção do selo são realizadas após solicitação

das empresas.

- Após aprovação em 3 auditorias consecutivas a empresa estará autorizada em

usar o selo.

Page 72: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

67

- A intensidade de auditorias, fica estabelecida da seguinte maneira: No 1º ano,

realização de auditorias bimestrais. No caso de conformidade em todas as auditorias, a

frequência passa a ser trimestral no 2º ano e, novamente em caso de conformidade, as

auditorias passam a ser quadrimestrais a partir do 3º ano. A seguir é apresentado um

fluxograma que determina condições relacionadas à utilização do selo de qualidade.

Fluxograma de execução para utilização do selo de qualidade

Page 73: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

68

- As auditorias prévias para obtenção do selo de qualidade são realizadas com

agendamento prévio por solicitação da empresa produtora de piso. Podem ser

realizadas nas empresas fabricantes, distribuidores ou clientes.

- As empresas não estão autorizadas a usar qualquer selo de qualidade quando

os produtos apresentam não-conformidades acima dos limites estabelecidos nas

normas técnicas.

- O selo tem prazo de uso determinado pela ANPM conforme enquadramento

nos níveis do sistema e aprovações nas auditorias. Esse controle objetiva fazer com

que as empresas estejam permanentemente atentas com relação à qualidade dos

produtos.

- Definições sobre possíveis custos de auditorias e de utilização do selo de

qualidade pelas empresas deverão ser formalizadas em Reuniões da ANPM.

- Os trabalhos relacionados ao PQ estão propondo o estabelecimento de um

selo geral de qualificação dos produtos. Conforme o andamento do PQ, a intenção é o

desenvolvimento de selos específicos para os diversos produtos. A seguir são

apresentados modelos dos selos propostos.

Page 74: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

69

- No selo de qualidade deve constar número de identificação da empresa

fabricante fornecido pela ANPM.

- A ANPM é que define quais os produtos que estão autorizados a usar o selo de

qualidade.

Além das informações mencionadas, os procedimentos relacionados ao

gerenciamento do PQ da ANPM incluem aspectos como penalidades para empresas

que utilizarem o selo indevidamente, Código de Conduta / Ética para as empresas

integrantes do PQ, custos de auditoria e relacionados à utilização do selo e Termo de

Compromisso assinado pelos representantes das empresas integrantes.

È importante destacar que a alta gerência tem papel fundamental para que

ocorra um desempenho bem sucedido da qualidade. O início de um PQ de forma

correta não garante o seu sucesso em longo prazo. Existe a necessidade de um

comprometimento administrativo continuado e programas de melhoria. Não basta

apenas o uso de slogans, bandeiras, exaltações e discursos.

Page 75: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

70

CAPITULO 04 - ANÁLISE DE QUALIDADE – MODELOS E RESULTADOS

Este tópico apresenta modelos e resultados reais de análises de qualidade

realizadas conforme os procedimentos descritos no PQ da ANPM.

4.1 Avaliação da evolução da qualidade em pisos de madeira

Resultados gerais mostram a melhoria do padrão de qualidade dos pisos de

madeira, conforme pode ser visualizado na Figura a seguir. As análises foram

efetuadas considerando a média móvel dos valores de conformidades de cada 3 ciclos

de auditoria. Optou-se por este procedimento para reduzir grandes divergências entre

auditorias subseqüentes. Para esta análise foram consideradas 48 auditorias

realizadas em 6 empresas e 8 ciclos completos, pois outras empresas não

apresentaram constância nas auditorias.

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

1/2/3 2/3/4 3/4/5 4/5/6 5/6/7 6/7/8

Re

sult

ado

s G

era

is

(% d

e C

on

form

idad

es)

Auditorias

Defeitos Espessura Largura Umidade

0,0

Resultados gerais da evolução da qualidade

Page 76: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

71

Os itens Defeitos, Espessura e Largura apresentaram uma melhor constância no

padrão de qualidade indicando serem de mais fácil controle. No caso da umidade, nota-

se uma variação mais significativa ao longo das auditorias indicando tratar-se de um

item de controle mais difícil.

Adicionalmente, verifica-se no caso dos defeitos, espessura e largura, além de

uma tendência crescente no padrão de qualidade, após o 4º ciclo de auditoria os itens

apresentaram sempre percentual de conformidades acima de 90%. No caso da

umidade, após o 4º ciclo de auditoria, é observada uma tendência crescente do padrão

de qualidade, mas o maior índice de conformidade não atinge 85%. No final dos ciclos

de auditoria, verifica-se se que o item Espessura apresentou o melhor resultado de

conformidades, seguido em ordem decrescente pelos itens Largura, Defeitos e

Umidade.

É importante ressaltar que, de acordo com as Normas Técnicas da ABNT, para

que o lote seja aprovado é necessário um mínimo de 95% de conformidades para

todos os itens. A seguir são analisados os itens de forma individualizada.

4.1.1. Defeitos

A Figura a seguir apresenta os resultados com relação ao item Defeitos ao longo

das auditorias realizadas. É importante mencionar que as análises proporcionaram a

identificação dos principais problemas causadores de não conformidades possibilitando

que as empresas produtoras adotem ações corretivas para minimizar ou eliminar os

problemas.

Page 77: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

72

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

1/2/3 2/3/4 3/4/5 4/5/6 5/6/7 6/7/8

De

feit

os

(% d

e c

on

form

idad

es)

Auditorias

0,0

Desvio padrão = 1,03

Resultados da evolução da qualidade para Defeitos

A média das conformidades em relação a defeitos aumentou com a realização

das auditorias. No início das auditorias as conformidades apresentavam percentual de

conformidades igual a 92,2% e no final atingiu 94,9%. Isto indica que este item não é

problemático apresentando fácil controle. O desvio padrão obtido também foi o menor

entre os itens analisados. A análise de defeitos é realizada de forma visual, assim, a

atenção dos inspetores da qualidade das empresas é de grande importância para evitar

a presença de peças com defeitos nos lotes já preparados para comercialização.

Algumas condições favorecem a percepção de peças com defeitos como: boa

iluminação, mesa adequada (regular e plana), quantidade de material adequada e a

própria capacitação e experiência dos inspetores.

Considerando todas as análises efetuadas para as 120 auditorias (não apenas

as 48 auditorias consideradas na análise de evolução da qualidade), um total de 912

amostras de pisos de madeira com defeitos foram registrados como não-conformidades

de acordo com as normas técnicas. A Figura a seguir apresenta um gráfico de Pareto

com os resultados relacionados aos defeitos encontrados. A análise de Pareto consiste

em um dos principais métodos para a solução de problemas na empresa e identificação

de ações prioritárias. Verifica-se que 80% dos defeitos são causados por rachaduras

Page 78: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

73

de superfície, abertura de frestas, peças com torcimento, falhas na face, degraus entre

as peças, falhas de encaixe, nós e rachaduras de topo. A rachadura de superfície foi o

item de maior freqüência entre os defeitos com 13,7% das ocorrências, seguido de

presença de frestas entre as peças no momento da montagem do painel e torcimento,

cada um com 13,3% e 11,8% respectivamente.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

0

20

40

60

80

100

120

140

Acu

mu

lad

o (

%)

me

ro d

e O

corr

ên

cias

Tipo de Defeito

Nº de Ocorrências Acumulado

Defeitos em pisos de madeira.

Para minimizar os defeitos, é recomendável adoção de um do controle

estatístico do processo, além de manutenção preventiva e treinamento dos funcionários

que é de grande importância para a melhoria da qualidade.

Em relação às rachaduras que, de uma forma geral aparecem como

consequência da diferença de retração nas diferentes direções das peças de madeira,

deve-se utilizar condições mais suaves de temperatura e umidade relativa nas fases

iniciais do processo de secagem. Adicionalmente é importante considerar que as

rachaduras são mais comuns em madeiras de massa específica (densidade) mais

elevada e essas madeiras são as mais utilizadas como pisos.

As frestas entre as peças montadas devem ter sua origem principalmente ligada

à regulagem dos equipamentos utilizados que impedem o correto encaixe. Peças já

Page 79: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

74

empenadas antes da confecção dos encaixes também podem contribuir para este

defeito. Para minimizar este problema as empresas devem ter especial atenção na

adequada afiação e regulagem das plainas responsáveis pela confecção dos encaixes

laterais e de topo. Os colaboradores devem ser treinados para identificar o problema o

mais rapidamente possível, interromper o processo e providenciar os reparos

necessários. Adicionalmente, as peças com alto grau de empenamento devem ser

retiradas do processo, antes de entrar na etapa de elaboração dos encaixes. Isto

também requer treinamento dos colaboradores para definir o grau de empenamento

das peças que são aceitáveis para o processo.

No caso do torcimento, sua ocorrência está relacionada a uma combinação de

fatores envolvendo o processo de secagem (diferenças de contrações na mesma peça)

e as características da madeira (desvios de grã). Para minimizar a ocorrência deste

defeito, deve-se efetuar o empilhamento adequado (pilhas planas, separadores com

mesmas dimensões e corretamente posicionados). Como o defeito não depende

exclusivamente do processo, as empresas devem considerar as propriedades

anatômicas das madeiras, como o tipo de grã, e analisar a sua influência na ocorrência

do torcimento. Determinadas espécies podem ser inviáveis na produção de pisos

conforme o grau de ocorrência deste defeito.

Considerando o total de inspeções realizadas, foram analisadas 15.000

amostras de pisos de madeira. Assim sendo, as 912 amostras com defeitos

representam 6,1% do total de amostras analisadas. Este percentual pode ser

considerado significativo em termos de perdas para as empresas. É importante frisar

que a inspeção é realizada em produtos já acabados, ou seja, em produtos que já

sofreram agregação de valor desde a retirada da madeira na floresta, transportes e

etapas de processamento.

Page 80: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

75

4.1.2. Espessura

A Figura a seguir apresenta os resultados com relação ao item Espessura ao

longo das auditorias realizadas.

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

1/2/3 2/3/4 3/4/5 4/5/6 5/6/7 6/7/8

Esp

ess

ura

(% d

e c

on

form

idad

es)

Auditorias

0,0

Desvio Padrão = 3,73

Resultados da evolução da qualidade para Espessura

A média das conformidades com relação à espessura também aumentou com a

realização das auditorias. Na auditoria inicial, as peças dentro da tolerância de mais ou

menos 0,2mm eram de 85% e, na última auditoria, o percentual de conformidades foi

da ordem de 98%. Houve um crescimento gradual na qualidade das peças até atingir

praticamente uma estabilização, verificada após a 5ª auditoria. O desvio padrão

verificado mostra uma variação mais acentuada entre as auditorias, principalmente

considerando-se aquelas realizadas nos primeiros e últimos ciclos. Considera-se que

este item não é problemático, sendo fácil o seu controle.

Page 81: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

76

4.1.3. Largura

A Figura a seguir apresenta os resultados com relação ao item Largura ao longo

das auditorias realizadas.

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

1/2/3 2/3/4 3/4/5 4/5/6 5/6/7 6/7/8

Larg

ura

(% d

e c

on

form

idad

es)

Auditorias

0,0

Desvio Padrão = 4,78

Resultados da evolução da qualidade para Largura

Assim como para a espessura, a média das conformidades com relação à

largura aumentou com a realização das auditorias. No início as peças dentro da

tolerância de mais ou menos 0,2mm eram de cerca de 86% e, na última auditoria

considerada, o percentual de conformidades foi de cerca de 97%. Neste caso é

interessante notar que nas auditorias iniciais houve uma queda da qualidade. O desvio

padrão verificado foi o maior entre os itens analisados, indicando uma variação mais

acentuada entre as auditorias, principalmente considerando-se aquelas realizadas nos

primeiros e últimos ciclos. Conforme informações das empresas, a largura das peças é

um aspecto problemático, pois a dimensão das peças, neste sentido, se altera de forma

mais acentuada durante e após o processamento. A madeira, como material

higroscópico, altera suas dimensões conforme a umidade do ambiente ao seu redor, e

esta alteração (pode ser contração ou inchamento) é mais significativa no sentido da

Page 82: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

77

largura das peças. A maioria das empresas fabricantes busca produzir pisos com uma

umidade final de 8%. Assim, após o processo de secagem, a madeira tenderá ganhar

umidade e aumentar as suas dimensões proporcionalmente ao tempo de exposição ao

ambiente. Na região norte, onde existem muitas empresas fabricantes de pisos, este

problema de alteração de umidade e dimensões tende a ser mais intenso, devido à

elevada umidade relativa do ar. Para evitar as alterações de umidade e,

consequentemente, as alterações dimensionais, deve-se processar e embalar a

madeira o mais rapidamente possível após o processo de secagem. Também podem

ser utilizadas câmaras climatizadas para minimizar as alterações.

4.1.4. Umidade

A Figura a seguir apresenta os resultados com relação ao item Umidade ao

longo das auditorias realizadas.

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

1/2/3 2/3/4 3/4/5 4/5/6 5/6/7 6/7/8

Um

idad

e

(% d

e c

on

form

idad

es)

Auditorias

0,0

Desvio Padrão = 2,34

Resultados da evolução da qualidade para Umidade

Page 83: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

78

A umidade não apresentou um padrão de melhoria contínua e demonstra grande

variabilidade. Também foi a característica da qualidade que apresentou resultados

menos satisfatórios ao longo das auditorias realizadas. Entretanto, a tendência é de

aumento no índice de conformidades, mas sem ainda atingir o mínimo especificado que

é de 95%, configurando-se como o mais problemático dos itens avaliados e de difícil

controle. As empresas também mencionam esta dificuldade. O desvio padrão

verificado, apesar de ser inferior aos desvios obtidos para espessura e largura, também

reforça a dificuldade em obter melhoria neste aspecto.

A Figura a seguir apresenta a distribuição dos índices de conformidade para

umidade considerando as 48 auditorias realizadas e sua posição em relação ao nível

de conformidade desejado de 95%.

Distribuição dos índices de conformidade para umidade

Em apenas 10 auditorias, ou seja, 20,8% do total, índices de conformidade

acima de 95% (faixa ideal) foram obtidos. A grande variação de umidade pode mais

uma vez ser observada oscilando desde 4% até 100% de peças conformes.

Page 84: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

79

Neste caso, é bastante provável que o processo de secagem convencional

esteja ocorrendo de forma inadequada o que provoca as variações encontradas e o

não alcance dos índices de umidade desejados.

Mesmo com o processo de secagem sendo conduzido e monitorado de forma

adequada, alterações de umidade podem ocorrer durante as demais etapas de

manufatura e armazenamento dos produtos. A madeira, como material higroscópico,

altera suas dimensões conforme a umidade do ambiente ao seu redor. A maioria das

empresas fabricantes busca produzir pisos com uma umidade final entre 6 e 9%

atendendo especificações norte-americanas como da NWFA. Assim, após o processo

de secagem, a madeira tenderá ganhar umidade e aumentar as suas dimensões

proporcionalmente ao tempo de exposição ao ambiente, pois, geralmente, a umidade

de equilíbrio no Brasil está acima de 9%. Na região norte, onde existem muitas

empresas fabricantes de pisos, este problema de alteração de umidade e dimensões

tende a ser mais intenso devido à elevada umidade relativa do ar. Para evitar as

alterações de umidade e, consequentemente, as alterações dimensionais, deve-se

processar e embalar a madeira o mais rapidamente possível após a secagem

convencional. Também podem ser utilizadas câmaras climatizadas para minimizar as

alterações.

Outros aspectos também podem ter influenciado na ocorrência desta grande

variação na umidade das peças destacando-se os seguintes: secadores e

controladores desregulados e/ou inadequados; medidores de umidade descalibrados;

programas de secagem inadequados; falta de capacitação técnica dos profissionais

responsáveis; variabilidade de matéria-prima (espécies e tempos de pátio diferentes);

pressa para a entrega dos pedidos fazendo com que o processo seja conduzido de

forma mais rápida do que o adequado.

Grande parte das empresas produtoras de pisos utilizam a secagem

convencional e controle automatizado do processo na fabricação dos produtos, assim

torna-se de grande importância que os procedimentos relacionados funcionem

adequadamente para que se obtenha o padrão de qualidade da umidade desejado e

ideal para comercialização e utilização dos produtos.

Para obtenção da umidade desejada e de maneira uniforme é necessária grande

atenção nos aspectos mencionados anteriormente. Muitas vezes não são fatores

isolados que causam o problema de umidade inadequada ou variável. Além disso, caso

Page 85: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

80

a umidade seja inadequada, podem ocorrer problemas após a instalação dos pisos de

madeira, ou seja, as peças podem inchar ou encolher causando defeitos como frestas,

rachaduras e empenamentos. Neste caso a situação torna-se crítica, pois é provável a

ocorrência de processo judicial entre o cliente comprador do piso e a empresa

comerciante.

Torna-se de fundamental importância que as empresas fabricantes de produtos

de madeira, principalmente aqueles de maior valor agregado, verifiquem

constantemente os seus equipamentos e procedimentos relacionados ao processo de

secagem para garantir o padrão de qualidade da umidade dos seus produtos.

Também, torna-se necessária a intensificação de estudos para analisar as

possíveis causas da baixa ou inconstante qualidade de aspectos relacionados à

secagem convencional e assim propor soluções objetivando contribuir para uma

utilização mais adequada dos recursos florestais.

4.2 Comparação entre produtos de empresas certificadas e não certificadas

Conforme pode ser observado na Figura a seguir, constata-se que a implantação

do PQ impactou de forma positiva na melhoria do padrão da qualidade dos pisos de

madeira.

Neste caso, as análises foram efetuadas considerando a média da última

auditoria (a oitava) realizada em 5 empresas certificadas e a média de uma primeira

auditoria realizada em produtos de 4 empresas não certificadas.

É importante mencionar que todos os produtos analisados estão sendo

comercializados e os elevados índices de não conformidades favorecem a ocorrência

de problemas pós instalação e a insatisfação dos consumidores gerando uma imagem

negativa dos produtos de madeira. Além disso, é importante que os produtos atendam

as necessidades dos consumidores em relação à segurança e aplicabilidade.

Page 86: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

81

95,797,9 97,1

74,4

91,3

71,6

78,4

60,0

34,3

61,1

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Defeitos Espessura Largura Umidade Média Geral

Re

sult

ado

s G

era

is(%

de

Co

nfo

rmid

ade

s)Empresas Certificadas Empresas Não-Certificadas

0,0

Comparação entre empresas certificadas e não certificadas.

Conforme pode ser observado, no caso das empresas certificadas e assim como

na análise anterior (tópico 4.1), os itens Defeitos, Espessura e Largura apresentaram

melhores resultados de qualidade indicando serem de mais fácil controle. Em relação à

umidade, a média geral observada indica uma queda dos índices de conformidades o

que pode causar a perda do certificado da qualidade. Este aspecto reforça mais uma

vez que a umidade trata-se de um item de controle mais difícil e deve ser analisado

com bastante atenção pelas empresas fabricantes de pisos e também de outros

produtos de madeira, principalmente sólidos.

No caso das empresas não certificadas, verifica-se que todos os itens não

alcançaram o valor de referência de conformidades determinado pela norma ABNT que

é de 95%. E, neste caso, o item Umidade também se mostra o mais problemático com

índice de conformidades bem reduzido.

Observando-se a média geral dos itens analisados, a diferença entre empresas

certificadas e não certificadas é de 30,2% que é bastante grande. Sem dúvida a

implantação do PQ favoreceu a melhoria do padrão de qualidade dos produtos. Os

resultados mostram a necessidade de expansão do PQ integrando empresas não

certificadas para que possam melhorar a qualidade e garantir a comercialização de

Page 87: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

82

produtos adequados para instalação. Talvez a dificuldade maior para essa integração

com empresas não certificadas está relacionada com a mudança de cultura da sua

direção, pois o setor de madeiras ainda é considerado atrasado com visão de curto

prazo e pouco profissionalismo gerencial. O sucesso da qualidade nas organizações

japonesas está muito relacionado com uma participação ativa da alta direção /

gerência. Ainda de acordo com a classificação das “Eras de Evolução da Qualidade”, é

possível afirmar que a grande maioria das empresas fabricantes de produtos de

madeira se encontra na “Era da Inspeção”, que apenas encontra o defeito, mas não

produz qualidade. É importante que as empresas evoluam incorporando estratégias

buscando a qualidade total que é sistêmica e abrange todos os aspectos operacionais.

A Figura a seguir apresenta informações comparando o melhor resultado obtido

de uma empresa não certificada na primeira auditoria e o pior resultado obtido de uma

empresa certificada na oitava auditoria. Assim, a análise está considerando os

resultados extremos obtidos. Adicionalmente, os produtos dessas duas empresas são

bastante similares, pois tratam-se de assoalhos envernizados, com mesma espessura

e largura similar.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Defeitos Espessura Largura Umidade Média

% d

e p

as

o c

on

form

es

Pior Empresa Certificada Melhor Empresa Não Certificada

Limite Máximo Norma ABNT

Comparação entre empresas certificadas e não certificadas.

Page 88: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

83

Conforme pode ser observado, a empresa certificada que apresentou o pior

resultado no seu grupo, ainda assim, para todos os itens, obteve menores números de

peças não conformes comparando com a empresa não certificada que apresentou o

melhor resultado no seu grupo. Na média geral dos itens analisados, a diferença entre

a empresa certificada e não certificada foi de 14,4% de peças não conformes sendo

bastante elevada. Adicionalmente, com exceção para o item defeitos e umidade, a

empresa certificada obteve aprovação para os requisitos exigidos pela norma ABNT

para pisos de madeira cujo limite é de 5% peças não conformes. A empresa não

certificada e com os melhores resultados não obteve aprovação para nenhum item em

relação aos requisitos normativos. Mais uma vez é demonstrado que o PQ contribuiu

para a melhoria da qualidade do produto e o atendimento das normas técnicas.

A Figura a seguir apresenta os resultados das avaliações nos produtos das

empresas não certificadas de forma individualizada.

Resultados das avaliações em empresas não certificadas.

Conforme pode ser observado, nenhum item de nenhuma empresa não

certificada conseguiu alcançar o limite mínimo estabelecido pela norma para pisos de

madeira que é de 95% de conformidades. É importante frisar novamente a necessidade

Page 89: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

84

das empresas buscarem alguma estratégia para melhorar a qualidade dos seus

produtos para evitar problemas na comercialização. Existe a tendência atual que as

construtoras e engenheiros responsáveis pelas obras exijam que os produtos utilizados

atendam determinadas regulamentações técnicas. A integração dessas empresas ao

PQ pode ser uma alternativa para a melhoria dos padrões de qualidade.

Adicionalmente, verifica-se mais uma vez a dificuldade de controle do item Umidade

que apresentou os piores índices de conformidade em 3 das 4 empresas avaliadas. A

seguir são analisados os itens de forma individualizada.

4.2.1. Defeitos

Considerando o item Defeitos é importante uma análise objetivando identificar

aqueles que causaram o maior número de não conformidades para que as empresas

possam analisar e tomar ações corretivas. Nas 4 auditorias realizadas, um total de 142

amostras de pisos de madeira com defeitos foram registrados como não conformidades

de acordo com as normas técnicas da ABNT. A Figura a seguir apresenta um gráfico

de Pareto com os resultados relacionados aos defeitos encontrados. Verifica-se que

cerca de 80% dos defeitos são causados por abertura de frestas, falhas na face,

degraus entre as peças, falhas de verniz, peças com torcimento e falhas de esquadro.

A presença de frestas entre as peças no momento da montagem do painel foi o item de

maior frequência entre os defeitos com 16,2% das ocorrências, seguido de falhas nas

faces das peças e ocorrência de degraus, cada um com 15,5% e 14,1%

respectivamente.

Page 90: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

85

Defeitos em pisos de madeira não certificados.

Neste caso as considerações efetuadas no item 4.1.1 e referentes à Figura

apresentada no tópico também são válidos. É importante destacar a ocorrência de

diversos defeitos relacionados ao processamento da madeira como as frestas,

degraus, falhas de verniz e esquadro indicando a necessidade de ajustes nos

equipamentos. Os defeitos ligados ao processamento representam 54,9% do total

encontrado. Os outros defeitos, que correspondem a 45,1% do total estão mais

relacionados com problemas de classificação e manuseio das peças sendo importante

também que as empresas analisem esses aspectos na sua produção.

Considerando o total de inspeções realizadas nos produtos de empresas não

certificadas, foram analisadas 500 amostras de pisos de madeira. Assim sendo, as 142

amostras com defeitos representam 28,4% do total analisado. Este percentual pode ser

considerado bastante significativo em termos de perdas para as empresas e muito

superior comparando com o percentual de amostras com defeitos obtidos nas

empresas certificadas que foi de 6,1% (item 4.1.1). Reforça-se mais uma vez a

Page 91: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

86

recomendação para que as empresas adotem procedimentos mais rígidos em relação

ao seu controle da qualidade para melhorar o aproveitamento dos recursos florestais.

Outra forma de comparar os defeitos encontrados nas empresas certificadas e

não certificadas é apresentada na Tabela e Figura a seguir. As informações são

referentes à 8ª auditoria realizada nas empresas certificadas e à 1ª auditoria realizada

nas empresas não certificadas. Nesta 8ª auditoria foram auditadas 5 empresas

certificadas que corresponde em um total de 625 amostras de pisos de madeira

analisadas. No caso da 1ª auditoria foram avaliadas 4 empresas não certificadas que

corresponde em um total de 500 amostras de pisos analisadas. O percentual dos

defeitos é apresentado em ordem crescente para facilitar a visualização dos defeitos

mais frequentes.

Tabela 03. Defeitos em empresas certificadas e não certificadas

Auditoria 08 – Empresas Certificadas

(625 amostras de pisos analisadas)

Auditoria 01 – Empresas Não Certificadas

(500 amostras de pisos analisadas)

Defeito Quantidade (%) Defeito Quantidade (%)

Rachadura de Superfície

8 28,6 Fresta 23 16,2

Nó 3 10,7 Falha na Face 22 15,5

Fresta 3 10,7 Degrau 20 14,1

Falha de Encaixe 2 7,1 Falha de Verniz 17 12,0

Furo de Inseto 2 7,1 Torcimento 12 8,5

Rachadura de Topo 2 7,1 Falha de Esquadro 10 7,0

Torcimento 2 7,1 Rachadura de

Superfície 10 7,0

Alburno 1 3,6 Falha de Encaixe 8 5,6

Arrepiado 1 3,6 Quebrado 7 4,9

Degrau 1 3,6 Rachadura de Topo 6 4,2

Falha na Face 1 3,6 Furo de Inseto 4 2,8

Falha de Verniz 1 3,6 Mancha 2 1,4

Quebrado 1 3,6 Nó 1 0,7

Total 28 100,0 Total 142 100,0

Page 92: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

87

0

5

10

15

20

25

de

De

feit

os

Enco

ntr

ado

s

Empresas Certificadas Empresas Não Certificadas

Defeitos em pisos de madeira certificados e não certificados.

Analisando os valores totais de defeitos encontrados, verifica-se uma grande

diferença nos padrões de qualidade entre empresas certificadas e não certificadas. As

28 ocorrências de defeitos registradas nas empresas certificadas representam 4,5% do

total de peças analisadas o que já indica o atendimento do requisito da norma ABNT

que determina 5% de não conformidades permitida. No caso das empresas não

certificadas, as 142 ocorrências representam 28,4% do total analisado, ou seja, mais

de 6 vezes comparando-se com as empresas certificadas e logicamente não

atendendo a tolerância normativa.

Também nota-se que, excetuando-se apenas os defeitos nós, alburno e

arrepiado todos os outros tipos de defeitos (12 no total) apresentaram maior número de

ocorrências nos pisos não certificados mesmo sendo menor o número de peças

analisadas.

No caso dos pisos não certificados confirma-se também uma divisão similar na

ocorrência dos defeitos, ou seja, metade dos defeitos está relacionada com o processo

de fabricação e a outra metade consiste em problemas de manuseio e classificação.

Page 93: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

88

Informações de literatura especializada mencionam que os defeitos causados por

manuseio de produtos no próprio local de fabricação são bastante elevados e

representam cerca de 5 a 8% dos custos de produção. Na análise dos pisos não

certificados, os defeitos falhas na face e quebrados estão relacionados com o

manuseio e representam somados 20,4% do total de defeitos encontrados, ou seja, a

operação de manuseio nas empresas está sendo realizada de forma inadequada e

gera elevados custos de produção.

Para os pisos certificados, o principal problema encontrado foram as rachaduras

superficiais que podem ser consideradas falhas de classificação e muitas vezes são de

difícil visualização. É possível afirmar que problemas no processamento dos produtos

são mais graves do que os problemas de manuseio e classificação, que geralmente

são mais ligados à estética.

A falta de profissionais adequados consiste em um dos principais problemas

relacionados à qualidade dos produtos de madeira. Nas etapas que envolvem o

processamento, classificação e manuseio, a melhoria de capacitação técnica dos

funcionários torna-se de grande importância para a melhoria do padrão de qualidade

dos produtos.

4.2.2. Espessura

A Figura a seguir apresenta informações com relação ao item Espessura

comparando os resultados obtidos para as empresas certificadas no oitavo ciclo de

auditorias e para empresas não certificadas no primeiro ciclo de auditorias.

Page 94: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

89

Resultados da qualidade para o item Espessura

Conforme pode ser observado, todas as empresas certificadas apresentaram

número de peças não conformes dentro dos limites estabelecidos pela norma ABNT.

Por outro lado, todas as empresas não certificadas apresentaram mais de 7 peças não

conformes não atendendo a tolerância normativa da ABNT. Verifica-se que a adoção

do PQ realmente contribuiu para a melhoria deste item em particular.

As Figuras a seguir apresentam gráficos de controle comparando o melhor

resultado obtido de uma empresa não certificada na primeira auditoria e o pior

resultado obtido de uma empresa certificada na oitava auditoria. Assim, a análise está

considerando os resultados extremos obtidos. Adicionalmente, os produtos dessas

duas empresas são bastante parecidos, pois tratam-se de assoalhos envernizados de

mesma espessura e largura similar.

Page 95: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

90

Gráfico de controle de uma empresa certificada para o item Espessura

Gráfico de controle de uma empresa não certificada para o item Espessura

Conforme pode ser observado, para a empresa certificada os resultados foram

melhores. Das 375 medições efetuadas em 125 amostras de pisos de madeira, apenas

Page 96: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

91

8 estavam fora dos limites estabelecidos pela norma ABNT, ou seja, uma faixa

adequada de 0,4mm entre os limites superior e inferior. No caso da empresa não

certificada, 17 medições das 375 efetuadas estavam fora dos limites especificados pela

norma.

Entretanto, para a empresa certificada, é possível afirmar que o item Espessura

apresenta tendência em ficar sob controle estatístico de processo. São poucos os

pontos saindo dos limites de controle, mas que podem ser considerados normais para

produtos de madeira que são naturais, heterogêneos, desuniformes e difícil de

trabalhar. Por isso a norma ABNT prevê uma tolerância para a ocorrência de peças não

conformes. É muito difícil a obtenção de 100% de conformidades quando se trata de

produtos de madeira.

Analisando os desvios padrões, verifica-se que para a empresa não certificada o

valor foi maior indicando que existe maior variabilidade entre as espessuras das peças.

O desvio padrão das medições de espessura para a empresa não certificada é cerca

de 18% superior ao desvio padrão obtido para a empresa certificada.

Esta análise utilizando os gráficos de controle, integrando um Controle

Estatístico de Processo (CEP), se apresenta interessante para as empresas no sentido

de identificar fatores críticos e para acompanhar se as variáveis estão dentro dos

padrões pré-estabelecidos pelas normas técnicas. A partir das informações obtidas é

possível a tomada de decisões e a obtenção de produtos que satisfaçam as

necessidades dos clientes. Os gráficos de controle também podem possibilitar a

análise da estabilidade do processo favorecendo a manutenção da uniformidade das

características medidas.

As Figuras a seguir apresentam histogramas para a frequência de medições em

classes de espessura comparando o melhor resultado obtido de uma empresa não

certificada na primeira auditoria e o pior resultado obtido de uma empresa certificada na

oitava auditoria. Assim, a análise está considerando os resultados extremos obtidos.

Adicionalmente, os produtos dessas duas empresas são bastante parecidos, pois

tratam-se de assoalhos envernizados de mesma espessura e largura similar.

Page 97: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

92

Classes de Espessura para uma empresa certificada

Figura 22. Classes de Espessura para uma empresa não certificada

No caso da empresa certificada verifica-se uma distribuição mais uniforme ao

longo das classes de espessura dentro dos limites desejados, entretanto, a situação

Page 98: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

93

ideal indicaria uma maior concentração de medições nas duas classes centrais

próximas ao valor nominal desejado. Existe uma elevada concentração de peças

próximas ao limite superior desejado, ou seja, caso ocorra alguma alteração no

processo, é provável que um grande número de peças apresente medições fora da

faixa adequada de 0,4mm. Neste caso apenas 8 medições em 375 estavam fora da

faixa adequada.

A empresa não certificada aparentemente apresenta uma curva de distribuição

normal mais característica. Existe uma elevada concentração de peças nas duas faixas

mais centrais próximas ao valor nominal desejado, inclusive sendo superior do que

para a empresa certificada. Entretanto 17 medições ocorreram fora da faixa adequada

de 0,4mm, sendo superior ao apresentado para a empresa certificada.

Esta análise utilizando os histogramas, integrando um Controle Estatístico de

Processo (CEP), também se apresenta interessante para as empresas no sentido de

identificar a situação das medições nos seus produtos, podendo também checar se o

processo está sob controle e se existe alguma tendência de comportamento

considerando o valor nominal e limites desejados. Analisando essas informações, é

possível a identificação de problemas e a definição de ações para a resolução caso

necessário.

A Figura a seguir apresenta resultados de conformidades para o item Espessura

comparando percentuais médios de peças conformes e não conformes considerando 5

empresas certificadas e 4 empresas não certificadas.

Page 99: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

94

Resultados de conformidades para o Item Espessura

Verifica-se que o percentual médio de peças conformes para as empresas

certificadas foi superior a 95% atendendo os requisitos da norma ABNT e foi 19,5%

superior do que para as empresas não certificadas que na média não atenderam os

requisitos normativos.

Com o gráfico apresentado, além dos percentuais de conformidade e não

conformidade, é possível analisar como está a distribuição das peças fora da faixa

adequada de 0,4mm. Esta informação é importante para as empresas analisarem e

tomarem ações corretivas. No caso das empresas certificadas verifica-se a condição

ideal, ou seja, poucas peças abaixo e acima da faixa adequada de 0,4mm. Para as

empresas não certificadas, existe uma concentração de peças um pouco maior abaixo

da faixa adequada de 0,4mm, ou seja, muitas peças estão apresentando espessura

menor do que a desejada.

Page 100: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

95

4.2.3. Largura

A Figura a seguir apresenta informações com relação ao item Largura

comparando os resultados obtidos para as empresas certificadas no oitavo ciclo de

auditorias e para empresas não certificadas no primeiro ciclo de auditorias.

Resultados da qualidade para o item Largura

Conforme pode ser observado, todas as empresas certificadas apresentaram

número de peças não conformes dentro dos limites estabelecidos pela norma ABNT.

Por outro lado, todas as empresas não certificadas apresentaram mais de 7 peças não

conformes não atendendo a tolerância normativa da ABNT. Verifica-se que a adoção

do PQ realmente contribuiu para a melhoria deste item em particular.

As Figuras a seguir apresentam gráficos de controle comparando o melhor

resultado obtido de uma empresa não certificada na primeira auditoria e o pior

resultado obtido de uma empresa certificada na oitava auditoria. Assim, a análise está

considerando os resultados extremos obtidos. Adicionalmente, os produtos dessas

duas empresas são bastante parecidos, pois tratam-se de assoalhos envernizados de

mesma espessura e largura similar.

Page 101: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

96

Gráfico de controle de uma empresa certificada para o item Largura

Gráfico de controle de uma empresa não certificada para o item Largura

Conforme pode ser observado, para a empresa certificada os resultados foram

melhores. Das 375 medições efetuadas em 125 amostras de pisos de madeira, apenas

Page 102: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

97

11 estavam fora dos limites estabelecidos pela norma ABNT, ou seja, uma faixa

adequada de 0,4mm entre os limites superior e inferior. No caso da empresa não

certificada, 31 medições das 375 efetuadas estavam fora dos limites especificados pela

norma.

Para a empresa certificada é possível observar que a maioria das medições fora

da tolerância desejada está abaixo do limite inferior estabelecido podendo indicar

alguma falha específica do processo e esta informação serve de alerta para a tomada

de ações corretivas. Não é possível afirmar que o item Largura apresenta uma

tendência de ficar sob controle estatístico de processo apesar de serem poucos pontos

saindo dos limites de controle. Os pontos fora dos limites podem ser considerados

normais para produtos de madeira que são naturais, heterogêneos, desuniformes e

difícil de trabalhar. Por isso a norma ABNT prevê uma tolerância para a ocorrência de

peças não conformes. É muito difícil a obtenção de 100% de conformidades quando se

trata de produtos de madeira.

Analisando os desvios padrões, verifica-se que para a empresa não certificada o

valor foi maior indicando que existe maior variabilidade entre as larguras das peças. O

desvio padrão das medições de largura para a empresa não certificada é cerca de 33%

superior ao desvio padrão obtido para a empresa certificada.

Assim como mencionado no item anterior referente à espessura, os gráficos de

controle podem contribuir para acompanhamento do comportamento das varáveis,

análise de estabilidade do processo, identificação de problemas e tomada de ações

corretivas.

As Figuras a seguir apresentam histogramas para a frequência de medições em

classes de largura comparando o melhor resultado obtido de uma empresa não

certificada na primeira auditoria e o pior resultado obtido de uma empresa certificada na

oitava auditoria. Assim, a análise está considerando os resultados extremos obtidos.

Adicionalmente, os produtos dessas duas empresas são bastante parecidos, pois

tratam-se de assoalhos envernizados de mesma espessura e largura similar.

Page 103: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

98

Classes de Largura para uma empresa certificada

Classes de Largura para uma empresa não certificada

No caso da empresa certificada verifica-se uma distribuição mais uniforme ao

longo das classes de largura dentro dos limites desejados, entretanto, algumas peças

Page 104: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

99

apresentaram medições abaixo do limite inferior determinado, mas dentro da tolerância

estabelecida pela norma ABNT. Neste caso apenas 11 medições em 375 estavam fora

da faixa adequada.

A empresa não certificada aparentemente apresenta uma curva de distribuição

normal menos característica do que a empresa certificada. A situação ideal indicaria

uma maior concentração de medições nas duas classes centrais próximas ao valor

nominal desejado. Ocorreram 31 medições fora da faixa adequada de 0,4mm, sendo

superior ao apresentado para a empresa certificada.

Assim como mencionado no item anterior referente à espessura, os histogramas

podem contribuir para analisar a frequência das medições, checar o seu

comportamento, identificar problemas e definir ações para a resolução dos mesmos.

A Figura a seguir apresenta resultados de conformidades para o item Largura

comparando percentuais médios de peças conformes e não conformes considerando 5

empresas certificadas e 4 empresas não certificadas.

Resultados de conformidades para o Item Largura

Verifica-se que o percentual médio de peças conformes para as empresas

certificadas foi superior a 95% atendendo os requisitos da norma ABNT e foi 37,1%

Page 105: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

100

superior do que para as empresas não certificadas que na média não atenderam os

requisitos normativos.

Com o gráfico apresentado, além dos percentuais de conformidade e não

conformidade, é possível analisar como está a distribuição das peças fora da faixa

adequada de 0,4mm. Esta informação é importante para as empresas analisarem e

tomarem ações corretivas. No caso das empresas certificadas verifica-se a condição

ideal, ou seja, poucas peças abaixo e acima da faixa adequada de 0,4mm. Para as

empresas não certificadas, existe uma concentração de peças uniforme acima e abaixo

da faixa adequada de 0,4mm, ou seja, muitas peças estão apresentando larguras

menores e maiores do que a desejada.

4.2.4. Umidade

A Figura a seguir apresenta informações com relação ao item Umidade

comparando os resultados obtidos para as empresas certificadas no oitavo ciclo de

auditorias e para empresas não certificadas no primeiro ciclo de auditorias.

Resultados da qualidade para o item Umidade

Page 106: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

101

Conforme pode ser observado, duas empresas certificadas apresentaram o

número de peças não conformes dentro dos limites estabelecidos pela norma ABNT e

outras duas empresas estão bem próximas do atendimento normativo. No caso das

empresas não certificadas, todas elas apresentaram elevados percentuais de não

conformidades não atendendo a tolerância normativa da ABNT. Verifica-se que a

adoção do PQ também contribuiu para a melhoria deste item em particular.

As Figuras a seguir apresentam gráficos de controle comparando o melhor

resultado obtido de uma empresa não certificada na primeira auditoria e o pior

resultado obtido de uma empresa certificada na oitava auditoria. Assim, a análise está

considerando os resultados extremos obtidos. Adicionalmente, os produtos dessas

duas empresas são bastante parecidos, pois tratam-se de assoalhos envernizados de

mesma espessura e largura similar.

Gráfico de controle de uma empresa certificada para o item Umidade

Page 107: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

102

Gráfico de controle de uma empresa não certificada para o item Umidade

Conforme pode ser observado, para a empresa certificada os resultados foram

melhores. Das 50 medições efetuadas nas amostras de pisos de madeira, apenas 04

estavam fora dos limites estabelecidos pela norma ABNT, ou seja, uma faixa adequada

de 3% entre os limites superior e inferior. No caso da empresa não certificada, 10

medições em 24 efetuadas estavam fora dos limites especificados pela norma,

mostrando alta desuniformidade de umidade entre as amostras.

Para as duas empresas analisadas, é possível observar que todas as medições

fora da tolerância desejada estão acima do limite superior estabelecido podendo indicar

alguma falha específica do processo e esta informação serve de alerta para a tomada

de ações corretivas. No caso da empresa certificada, os poucos pontos fora dos limites

podem ser considerados normais para produtos de madeira que são naturais,

heterogêneos, desuniformes e difícil de trabalhar. Por isso a norma ABNT prevê uma

tolerância para a ocorrência de peças não conformes. É muito difícil a obtenção de

100% de conformidades quando se trata de produtos de madeira.

Também para as duas empresas, é possível afirmar que o item Umidade não

está sob controle estatístico de processo com elevada concentração de medições entre

Page 108: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

103

o valor desejado e o limite inferior. Mais uma vez, verifica-se que a umidade consiste

em um item de difícil controle para as empresas.

Analisando os desvios padrões, verifica-se que para a empresa não certificada o

valor foi maior indicando que existe maior variabilidade entre as umidades das peças.

O desvio padrão das medições para a empresa não certificada é cerca de 39% superior

ao desvio padrão obtido para a empresa certificada.

Assim como mencionado nos itens anteriores referentes à espessura e largura,

os gráficos de controle podem contribuir para acompanhamento do comportamento das

varáveis, análise de estabilidade do processo, identificação de problemas e tomada de

ações corretivas.

As Figuras a seguir apresentam histogramas para a frequência de medições em

classes de umidade comparando o melhor resultado obtido de uma empresa não

certificada na primeira auditoria e o pior resultado obtido de uma empresa certificada na

oitava auditoria. Assim, a análise está considerando os resultados extremos obtidos.

Adicionalmente, os produtos dessas duas empresas são bastante parecidos, pois

tratam-se de assoalhos envernizados de mesma espessura e largura similar.

Classes de Umidade para uma empresa certificada

Page 109: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

104

Classes de Umidade para uma empresa não certificada

No caso da empresa certificada verifica-se uma distribuição mais uniforme ao

longo das classes de umidade dentro dos limites desejados, entretanto, a situação ideal

indicaria uma maior concentração de medições nas duas classes centrais próximas ao

valor nominal desejado. Existe uma elevada concentração de peças próximas ao limite

superior desejado, ou seja, caso ocorra alguma alteração no processo, é provável que

um grande número de peças apresente medições fora da faixa adequada de 3,0%.

Neste caso apenas 4 amostras em 50 apresentaram umidade fora da faixa adequada

atendendo a tolerância estabelecida pela norma ABNT.

A empresa não certificada não apresenta uma curva de distribuição normal

característica. Existe uma elevada concentração de peças acima do valor nominal de

umidade desejado. 10 amostras em 24 apresentaram umidade fora da faixa adequada

de 3,0%, que é uma quantidade bastante elevada.

Assim como mencionado nos itens anteriores referentes à espessura e largura,

os histogramas podem contribuir para analisar a frequência das medições, checar o

seu comportamento, identificar problemas e definir ações para a resolução dos

mesmos.

Page 110: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

105

A Figura a seguir apresenta resultados de conformidades para o item Umidade

comparando percentuais médios de peças conformes e não conformes considerando 5

empresas certificadas e 4 empresas não certificadas.

Resultados de conformidades para o Item Umidade

Verifica-se que o percentual médio de peças conformes para as empresas

certificadas foi 40,1% superior do que para as empresas não certificadas. Entretanto,

considerando os valores médios, as empresas não atenderam os requisitos da norma

ABNT. No caso das empresas certificadas é importante esclarecer que uma delas

apresentou um percentual bastante baixo de conformidades de apenas 4% o que

acabou reduzindo a média geral das empresas certificadas. As outras 4 empresas

conseguiram atender a especificação normativa com percentuais de conformidades

acima de 95%.

Com o gráfico apresentado, além dos percentuais de conformidade e não

conformidade, é possível analisar como está a distribuição das peças fora da faixa

adequada de 3,0%. Esta informação é importante para as empresas analisarem e

tomarem ações corretivas. Para as empresas certificadas e não certificadas, verifica-se

Page 111: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

106

uma elevada concentração de peças acima abaixo da faixa adequada de 3,0%, ou

seja, muitas peças estão apresentando umidades maiores do que a desejada.

4.3 Considerações gerais

Considerando todos os levantamentos, resultados e análises efetuados, verifica-

se que a adoção de programas e estratégias relacionadas à qualidade é importante

para reduzir a ocorrência de defeitos. Também, melhor qualidade significa baixos

custos, aumento de acesso a mercados e, de uma forma geral, ganho de

competitividade.

Neste sentido, é importante que as empresas do setor de produtos de madeira

promovam ações relacionadas à qualidade, não apenas relacionadas ao produto, mas

que também envolvam a gestão administrativa e produtiva. É provável que a integração

do atual programa de certificação da qualidade para pisos de madeira com sistemas de

gestão da qualidade total melhorem ainda mais a qualidade dos produtos.

Também é importante destacar que, com a adoção de estratégias para aumentar

a qualidade nas empresas relacionadas a produtos de madeira, o aproveitamento é

melhor valorizando-se a utilização dos recursos florestais.

É recomendável a realização de mais estudos envolvendo a integração do

programa de certificação da qualidade para pisos de madeira junto à programas da

qualidade / conformidade governamentais oficiais, como INMETRO e PBQP-H, e

também junto a outros sistemas de gestão como os da série ISO, por exemplo.

É recomendável a realização de mais estudos no setor de produtos de madeira

envolvendo a qualidade dos produtos, processos e sistemas buscando cada vez mais

uma melhor eficiência produtiva e gerencial, dessa forma, valorizando e incentivando a

utilização dos recursos florestais.

Page 112: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

107

LITERATURA CONSULTADA / RECOMENDADA

ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente. Portas de madeira. Revista Portas de Madeira. Ed. 01, Ano 01, 2013.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em:

<http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1012>. Acesso em 30 jul. 2013. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15798:2010 - Pisos de

madeira – Terminologia. ABNT, 2010. 10p. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15799:2010 - Pisos de

madeira com e sem acabamento – Padronização e classificação. ABNT, 2010.

6p. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5425. Guia para inspeção

por amostragem no controle e certificação de qualidade. ABNT, 1985. 30p.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5426. Planos de

amostragem e procedimentos na inspeção por atributos. ABNT, 1989. 63p. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5427. Guia para utilização

da Norma NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos. ABNT, 1989. 26p.

AENOR – Asociación Española de Normalización y Certificación. UNE-EN 13226 –

Suelos de madera – Elementos de parque macizo com ranuras y/o lengüetas.

AENOR, 2003. 34p. AENOR – Asociación Española de Normalización y Certificación. UNE-EN 13227 –

Suelos de madera – Productos de lamparqué macizo. AENOR, 2003. 29p.

ANDRADE, A. (Coord.). Análise Tecnológica e Econômica do Setor Brasileiro de

Pisos de Madeira. 1ª Ed. Piracicaba: ANPM, 2011. 69p. ANDRADE, A; JANKOWSKY, I.P. (Coord.) Guia Básico para Instalação de Pisos de

Madeira. 1ª Ed. Piracicaba: ANPM, 2012. 92 p.

ANDRADE, A.; TAKESHITA, S.; JANKOWSKY, I. P.; VIEIRA NETO, R.P. Análise de

defeitos em pisos de madeira produzidos no Brasil. In: 1º Congresso Ibero-Latino Americano da Madeira na Construção, 2011, Coimbra. CIMAD 2011 - Livro de Resumos. Coimbra: Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, 2011. (Poster)

CAMPOS, V.F. TQC – Controle da qualidade total (no estilo japonês). 4ª Ed. Belo

Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1992. 229p.

Page 113: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

108

CAMPOS, V.F. O verdadeiro poder - Práticas de gestão que conduzem a resultados revolucionários. Nova Lima: INDG, 2009. 159p.

CERQUEIRA NETO, E.P. Gestão da qualidade: princípios e métodos. São Paulo:

Pioneira, 1991. 156p. CECT. Formação de auditor interno para NBR ISSO / IEC 17025. Florianópolis:

CECT, 2005. 49p. (Apostila de curso) COLTRO, A. A gestão da qualidade total e influências na competitividade empresarial”.

Revista de Gestão (Caderno de pesquisas em Administração), vol.01, n.02, 7p, 1996.

DEMING, W.E. Saia da crise. São Paulo: Futura, 2003. 503p.

FEIGENBAUM, A.V. Controle da qualidade total – Gestão e sistemas. São Paulo:

Makron Books, 1994. 205p. v1. FEIGENBAUM, A.V. Controle da qualidade total – Métodos estatísticos aplicados à

qualidade. São Paulo: Makron Books, 1994. 379p. v3.

GALVÃO, A.P.M.; JANKOWSKY, I.P. Secagem racional da madeira. São Paulo:

Nobel, 1985. 111p. GARVIN, D.A. Gerenciando a Qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. 357p. GOLDMAN, H.H. The origins and development of quality initiatives in American

business. The TQM Magazine. v.17 m.03, p.217-225, 2005.

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial. Avaliação da

Conformidade – Diretoria da Qualidade. INMETRO, 2007. 52 p. ISHIKAWA, K. “TQC – Total Quality Control” Estratégia e administração da

qualidade. São Paulo: IMC Internacional Sistemas Educativos, 1986. 220p.

ISO – International Organization for Standardization. ISO 1072 – Solid wood parquet –

General characteristics. ISO, 1975. 6p. ISO – International Organization for Standardization. ISO 1324 – Solid wood parquet –

Classification of oak strips. ISO, 1985. 3p.

KOZAK, A.R.; MANESS, C.T. Quality assurance for value-added wood producers in

British Columbia. Forest Products Journal, v. 51, n.06, p.47-55, 2001. KOZAK, A.R.; MANESS, C.T. A system for continuous process improvement in wood

products manufacturing. Holz als Roh - und Werkstoff, n.61, p.95-102, 2003.

Page 114: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

109

MARTINS, V.A.; ALVES, M.V.S.; SILVA, J.F.; REBELLO, E.R.G.; PINHO, G.S.C. Umidade de equilíbrio e risco de apodrecimento da madeira em condições de serviço no Brasil. Brasil Florestal, Brasilia, v.22, n.76, p.29-34, mar.2003.

MAXIMIANO, A.C.A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 1995. 476p. MAYNARD, H.B. Manual de Engenharia de Produção. São Paulo: Ed. Edgard

Blücher, 1977. Cap.07, p. 154-195. NOFMA – National Oak Flooring Manufacurers Association. Official Flooring Grading

Rules. Memphis: NOFMA, 1999. 41p. NWFA – National Wood Flooring Association. Grading and Packaging. In: Wood

Flooring – Technical Reference Manual. Ellisville, NWFA, 1999.

PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Disponível

em: < http://www.cidades.gov.br/index.php/programas-e-acoes/511-programa-brasileiro-de-qualidade-e-produtividade-do-habitat-pbqp-h >. Acesso em 30 jul. 2013.

PINTO, S.H.B.; CARVALHO, M.M.; HO, L.L. Implementação de programas de

qualidade: Um survey em empresas de grande porte no Brasil. Gestão & Produção, v.13, n.02, p.191-203, 2006.

RAMOS, A. W. Auditoria da Qualidade. Revista Produção. voI.01, n.02, p. 87-95,

1991. ROCHA, S. A.; BARBOZA, R. J.; Ética nos trabalhos de auditoria. Revista Científica

Eletrônica de Ciências Contábeis. N.08, p. 01-09, 2006.

SOARES, P.R.C. Indicadores críticos da manufatura de pisos de madeira maciça.

Piracicaba, 2009. 112p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo.

TRINDADE, C.; REZENDE, J.L.P.; JACOVINE, L.A.; SARTÓRIO, M.L. Ferramentas

da Qualidade – Aplicação na Atividade Florestal. Viçosa: Ed. UFV, 2007. 158p. TURCHI, L.M. Qualidade total: afinal de que estamos falando? Brasília: Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada, 1997. 58p.

Page 115: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

110

ANEXO A - Especificações técnicas para pisos de madeira (Procedimentos de auditoria)

Sumário 1. Objetivo 2. Documentos Referenciais 3. Considerações Gerais 4. Avaliação – Especificações para defeitos de processamento 5. Avaliação – Especificações para defeitos intrínsecos e aspectos estéticos 6. Avaliação – Especificações para dimensões 7. Avaliação – Especificações para teor de umidade 8. Avaliação – Classes de Qualidade 9. Critérios para aprovação e reprovação dos lotes Anexos

Prefácio A ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira – está propondo esse documento relacionado aos Procedimentos de Auditoria do Programa de Certificação da Qualidade (PQ) ou resumidamente Programa de Qualidade (PQ) para pisos de madeira. 1. Objetivo Estabelecer os procedimentos para a realização de auditorias de produto, tanto externas como internas, para fim de qualificação da empresa produtora de piso no PQ da ANPM. 2. Documentos Referenciais

- NBR 15798 – Pisos de madeira – Terminologia. - NBR 15799 – Pisos de madeira com e sem acabamento – Padronização e classificação. - NBR 5425. Guia para inspeção por amostragem no controle e certificação de qualidade - ABNT. - NBR 5426. Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos -

ABNT. - NBR 5427. Guia para utilização da Norma NBR 5426 – Planos de amostragem e

procedimentos na inspeção por atributos - ABNT. - Norma de Secagem – ABNT (ainda não oficializada) - Normas de calibração de medidores de umidade.

Page 116: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

111

3. Considerações Gerais

3.1. Itens analisados. Todas as peças que compõe o lote amostral da auditoria devem

ser analisadas conforme o documento Especificações Técnicas Parte 02 - Padronização. Os Anexos A1, A2, A3 e A4 apresentam as fichas que devem ser utilizadas nas avaliações. 3.2. Local das Avaliações. As avaliações devem ser realizadas preferencialmente em locais planos, regulares, cimentados, com pouca movimentação de pessoas e máquinas, boa ventilação, sem poeira e sem barulho. Equipamento: mesa plana, lisa e isenta de irregularidades. As dimensões mínimas da mesa são 2,5m de comprimento e 1,5m de largura. Nota 01. Cabe ao(s) Auditor(es) a seleção e aprovação ou não do local das avaliações. Nota 02. É permitido o acompanhamento da auditoria por um funcionário da empresa. Nota 03. O(s) Auditor(es) poderão solicitar o auxílio de funcionário(s) da empresa

auditada para realização das avaliações. 3.3. Seleção do material. O(s) Auditor(es) é(são) responsável(is) pela seleção, no estoque ou processo, do material a ser auditado. 3.3.1. Todos os produtos, onde constarem selos de qualidade da ANPM, estarão sujeitos a inspeção. Nota 01. Nas auditorias iniciais realizadas para a obtenção do selo, o(s) Auditor(es) podem selecionar qualquer material. Caso a empresa auditada tenha em seu estoque produto produzido por outra empresa, associada ou não, precisa comprovar através de documentação que o material não é procedente de sua própria produção para que este esteja isento de auditoria. 3.3.2. A inspeção deve ser realizada em 125 peças para todos os itens das Especificações, exceto teor de umidade para o qual são selecionadas 50 peças. 3.3.3. As amostras devem, preferencialmente, ser selecionadas a partir de lotes embalados já preparados para embarque ou comercialização. 3.3.4. Para determinação do teor de umidade pelo método gravimétrico, as amostras devem, preferencialmente, ser selecionadas do mesmo conjunto de peças que está sendo analisado. 3.4. Identificação da espécie de madeira. Todas as peças da avaliação devem

corresponder à espécie botânica descrita no lote. Devem ser consideradas não-conformidades peças de madeira diferentes da especificação do lote.

Page 117: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

112

Procedimento: Análise Visual Nota 01. Em caso de dúvidas quanto a identificação, enviar amostras para laboratório

credenciado para realização de identificação segura. 3.5. Identificação de material. Todo produto em estoque na empresa auditada,

mesmo aquele não embalado para embarque, deve estar devidamente identificado com informações de produção para garantir a rastreabilidade dos registros e auxiliar no processo de auditoria. 4. Avaliação – Especificações para defeitos de processamento

4.1. Empenamentos. Todas as peças devem ser avaliadas com relação aos

empenamentos existentes (arqueamento, encurvamento, encurvamento complexo, encanoamento e torcimento). Equipamentos: barbante, perfis metálicos, réguas com precisão de 0,5 mm, lâminas calibradoras com precisão de 0,5 mm. Procedimentos: Dispor as peças na mesa, verificar a existência de empenamentos, proceder a identificação do tipo de empenamento e efetuar as medições com o equipamento mais adequado. Nota 01. As medições de empenamentos devem ser efetuadas na região das peças

onde a distorção é visualmente maior. 4.2. Rachaduras. Todas as peças devem ser avaliadas com relação às rachaduras de

topo e superficiais. 4.2.1. Rachaduras de topo. Deve-se registrar a ocorrência de rachaduras de topo e se estão abertas ou fechadas. Equipamentos: lâminas calibradoras com precisão de 0,1mm Procedimento: Dispor as peças na mesa e proceder a análise visual. 4.2.2. Rachaduras superficiais Equipamentos: lâminas calibradoras com precisão de 0,1mm, réguas com precisão de 1 mm. Procedimentos: Dispor as peças na mesa, proceder à análise visual e efetuar as medições.

Page 118: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

113

Nota 01. No caso da ocorrência de mais de uma rachadura superficial deve-se registrar o somatório dos comprimentos das rachaduras e registrar a medição da rachadura com maior largura.

4.3. Encaixe Macho e Fêmea. Todas as peças devem ser encaixadas simulando a futura instalação. Equipamentos: Réguas, trena e esquadro de precisão. Procedimentos: Durante a montagem do painel devem ser observados os encaixes em todos os sentidos das peças. Possíveis falhas e irregularidades que acarretem em não conformidades devem ser registradas. Nota 01. O painel deve ter no mínimo 1m2. Nota 02. No caso da ocorrência de mais de uma falha nos encaixes deve-se considerar

o somatório das falhas na avaliação. 5. Avaliação – Especificações para defeitos intrínsecos e aspectos estéticos 5.1. Geral. Todas as características ou defeitos mencionados nas Especificações Técnicas devem ser observados e registrados. Equipamentos: Trena, régua, paquímetro. Equipamentos: Trena, régua, paquímetro e esquadro. Procedimentos: Dispor as peças na mesa e proceder a análise visual. 6. Avaliação – Especificações para dimensões 6.1. Dimensões. Todas as peças devem ser medidas em sua espessura, largura e comprimento. Equipamentos. Trena com precisão de 1mm e paquímetro digital com precisão de 0,01mm. Procedimentos: As medições de espessura e largura devem ser realizadas em três pontos na mesma peça sendo duas medições nas extremidades e uma medição na região central. As medições não devem considerar os encaixes e tomadas sempre em relação à face da peça.

Page 119: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

114

7. Avaliação – Especificações para teor de umidade

OBS: Nas primeiras avaliações e até decisão dos Associados à medição de umidade considerada nas Especificações deve ser efetuada pelo método gravimétrico. 7.1. Medição de Umidade pelo Método Gravimétrico. Equipamento: A aparelhagem necessária é descrita a seguir: a) balança que permita leitura com precisão de, no mínimo, 0,1g; b) estufa de laboratório com circulação forçada de ar dotada de termostato que

permita operar a uma temperatura de (103 2) C. c) dessecador de laboratório provido de substância higroscópica desidratante com

indicador de umidade. Procedimento:

a) Preparação dos corpos-de-prova

a.1) Retirada dos corpos-de-prova: De cada uma das peças selecionadas, retirar no centro das peças, um corpo-de-prova cortado transversalmente ao longo da largura completa da peça, com não menos de 25mm no sentido do comprimento da peça. a.2) Limpeza dos corpos-de-prova: Remover rapidamente as farpas e qualquer partícula que esteja aderida à superfície do corpo-de-prova. a.3) Identificação dos corpos-de-prova: Codificar os corpos-de-prova, identificando-os de acordo com a numeração da peça avaliada. b) Acondicionamento dos corpos-de-prova Na impossibilidade de pesar os corpos-de-prova logo após terem sido retirados, acondicioná-los em recipiente hermético adequado, onde deverão ser mantidos até o momento da pesagem.

c) Determinação da massa Pesar os corpos-de-prova imediatamente após terem sido retirados ou proceder como descrito no item b). d) Secagem em estufa Após a pesagem, colocar os corpos-de-prova na estufa e aquecê-la gradualmente até

atingir uma temperatura de (103 2) C. Manter essa condição por um tempo mínimo de 24 horas, retirar os corpos-de-prova da estufa, colocá-los em dessecador até que atinjam a temperatura ambiente e pesá-los. Recolocar os corpos-de-prova na estufa e repetir esse procedimento de 4 em 4 horas até que as massas dos corpos-de-prova atinjam valor constante.

Page 120: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

115

e) Cálculo do teor de umidade O teor de umidade dos corpos-de-prova é determinado pela seguinte fórmula:

onde:

TU é o teor de umidade do corpo-de-prova, em porcentagem; mi é a massa inicial do corpo-de-prova, em gramas;

mf é a massa final do corpo-de-prova após secagem em estufa a (103 2) C, em

gramas.

f) Expressão dos resultados Os resultados devem ser expressos em porcentagem, com precisão de 0,1% e constar na ficha de avaliação (Anexo A1). 7.2. Medição de Umidade com Medidor Elétrico. Todas as peças da avaliação devem ter o seu teor de umidade medido com aparelho adequado e calibrado. Equipamento: Medidor de umidade para madeira com precisão de 0,5%. Procedimento: As medições devem ser efetuadas no centro das peças considerando o comprimento, a largura e a espessura das mesmas. As medições devem ser efetuadas na contraface das peças para não prejudicar o aspecto estético ou acabamento na face. Nota 01. Os medidores de umidade devem estar calibrados de acordo com normas

existentes ou com garantia do fabricante. Os medidores devem sofrer calibrações periódicas trimestrais em organismos ou empresas aptas para aferição metrológica. Os relatórios de calibração devem ser apresentados para o(s) Auditor(es) no momento da avaliação.

8. Avaliação – Classes de Qualidade

A classificação do lote deve ser efetuada considerando-se a Norma Técnica ABNT NBR 15799 – Pisos de Madeira com e sem acabamento – Padronização e classificação.

100f

fi

m

mmTU

Page 121: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

116

9. Critérios para aprovação e reprovação dos lotes A aprovação ou reprovação do lote deve ser efetuada considerando-se a Norma Técnica ABNT NBR 15799 – Pisos de madeira com e sem acabamento – Padronização e classificação. 9.1. Tolerância total. A tolerância máxima permitida para todas as não conformidades

é de 5,0% do total de peças. Acima de 5,0% de não conformidades o lote não pode ser qualificado. O plano de amostragem e para aprovação ou reprovação dos lotes é descrito a seguir.

Amostragem Lote aprovado Lote reprovado

125 peças ≤ 7 peças não conformes > 7 peças não conformes

50 peças (umidade) ≤ 3 peças não conformes > 4 peças não conformes

Page 122: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

117

ANEXO A1. Lista de verificação para dimensões e defeitos de processamento.

Programa de Qualidade - ANPM Empresa: Produto: Lote N0: Responsável: Avaliação N0:

Espécie: Dimensões: Umidade: N0 total de peças do lote: N0 de peças da Amostra:

Data da Inspeção: Auditor(es):

Amostra L (mm) E (mm)

C

(cm)

U

(%)

Empenamento

- fl. (mm)

RT (mm) RS (mm) Imperfeições de

processamento

Encaixe

M / F P M P P M P C E C E Pos.

Page 123: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

118

ANEXO A2. Lista de verificação para aspectos estéticos.

Amostra

Nó firme Nó quebrado Furo de inseto Gal.

de

inseto

Estética

do

Produto (mm) Pos Dist.

(cm) Quant (mm) Pos Dist.

(cm) Quant

(mm) Pos Dist.

(cm) Quant

Page 124: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

119

ANEXO A3. Legenda para auxílio no preenchimento das listas de verificação

Itens existentes no cabeçalho C Comprimento

Dist. Distância

E Espessura

FL Flecha

L Largura

M Meio

M/F Macho e Fêmea

Diâmetro

P Ponta

Pos. Posição

Quant. Quantidade

RS Rachadura Superficial

RT Rachadura de Topo

U Umidade

Itens utilizados no preenchimento Arq ou A Arqueamento

CF Contraface

Encan ou EC Encanoamento

Encur ou E Encurvamento

F Face

G Grande

L Leve

Lat Lateral

M Moderado

Q Quebrado ou Falha

Tor ou T Torcimento

Page 125: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

120

ANEXO A4. Relatório de Auditoria – Programa de Certificação da Qualidade

1. Informações Gerais:

Empresa: Produto:

Espécie: Dimensões (mm):

Umidade: N0 de peças da Amostra:

Avaliação N0: Data da Inspeção:

Responsáveis:

Auditor(es):

2. Resultados de Não Conformidades

Item Defeitos N° das peças Total de peças Incidência (%)

Total de Não-Conformidades -

Item N° das peças Total de peças Incidência (%)

Espessura

Largura

Umidade

3. Resultado Geral

RESULTADO DA AVALIAÇÃO

( ) Lote reprovado

( ) Lote aprovado

Classificação: Classe ___

4. Observações:

____________________________

Assinatura do(s) Auditor(es)

Page 126: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

121

ANEXO B - Especificações técnicas para pisos de madeira (Gerenciamento)

Sumário 1. Objetivo 2. Documentos referenciais 3. Auditorias da qualidade 4. Gerenciamento do selo de qualidade 5. Detalhes do selo de qualidade 6. Penalidades Anexos

Prefácio

A ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira – está propondo esse documento relacionado ao Gerenciamento do Programa de Certificação da Qualidade ou resumidamente Programa de Qualidade (PQ) para pisos de madeira. 1. Objetivo Estabelecer a forma de gerenciamento das auditorias e uso do selo de qualidade. Inclui intensidades de auditorias, procedimentos de realização e de uso do selo. 2. Documentos Referenciais - NBR 15798 – Pisos de madeira – Terminologia. - NBR 15799 – Pisos de madeira com e sem acabamento – Padronização e classificação. - ANPM Especificações técnicas para pisos de madeira (Procedimentos de auditoria) 3. Auditorias da Qualidade

3.1 Pré-qualificação. Este é o primeiro procedimento a ser realizado para requerer a utilização dos selos de qualidade. O objetivo é avaliar a qualidade do produto em relação às Especificações Técnicas mostrando para as empresas a situação atual dos produtos. Consiste em uma avaliação de caráter orientativo. 3.2 Auditoria de Produto. O objetivo é verificar se os produtos estão atendendo as exigências da Norma de Especificações definidas anteriormente. 3.3 Auditoria de Processo (opcional). O objetivo é apontar as possíveis fases do processamento que devem sofrer modificações para enquadramento nas

Page 127: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

122

especificações. A auditoria no processo é de adoção voluntária, ou seja, apenas para empresas que tenham interesse em obter informações sobre etapas do processamento que talvez devam ser modificadas para atendimento das especificações. 4. Gerenciamento do “Selo de Qualidade” 4.1. O gerenciamento do selo visa definir como vai funcionar ações relacionadas a permissão ou proibição do seu uso. 4.1.1. As auditorias prévias para obtenção do selo são realizadas após solicitação das empresas. 4.1.2. A auditoria inicial de pré-qualificação também objetiva treinamento de pessoal das empresas para familiarização dos documentos e procedimentos relacionados às Especificações. Conforme decisão da ANPM, essa auditoria poderá ser considerada como auditoria de qualificação para concessão do selo. 4.1.3. Após aprovação em 3 auditorias consecutivas a empresa estará autorizada em usar o selo. Em caso de produtos não conformes, a empresa não poderá usar o selo e deverá solicitar uma nova auditoria quando considerar que os produtos atendem as especificações. 4.1.4. A intensidade de auditorias, após a concessão do selo de qualidade para a empresa certificada, fica estabelecida da seguinte maneira. No primeiro ano, realização de auditorias bimestrais, estas agora programadas pela ANPM, ao contrário das anteriores da obtenção do selo, que eram solicitadas pela empresa. No caso de conformidade em todas as auditorias, a frequência passa a ser trimestral no segundo ano e, novamente em caso de conformidade, as auditorias passam a ser quadrimestrais a partir do terceiro ano. Isto significa que existirão 3 níveis de frequência, ou seja, quando os produtos das empresas estiverem atendendo as especificações a intensidade das auditorias vai diminuindo. Da mesma forma, caso o produto esteja não conforme em alguma auditoria, a empresa vai retornar um nível, ou seja, vai se submeter a auditorias mais frequentes. 4.1.5. Em caso de reprovação no primeiro ano (nível 01), é suspensa a autorização para uso do selo e a empresa retorna a fase inicial. 4.1.6. Em caso de reprovação a partir do segundo ano (nível 02), a suspensão do uso do selo deverá ser definida pela ANPM conforme a gravidade da situação. De qualquer forma, a empresa retorna ao nível anterior. 4.1.7. No caso de duas não conformidades consecutivas a empresa perde o direito ao uso do selo e retorna a fase inicial de desenvolvimento. O Anexo B1 apresenta um fluxograma do uso do selo. 4.1.8. As auditorias prévias para obtenção do selo de qualidade são realizadas com agendamento prévio por solicitação da empresa produtora de piso. Podem ser realizadas nas empresas fabricantes, distribuidores ou clientes.

Page 128: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

123

4.1.9. A auditoria citada no item anterior deve ser solicitada com pelo menos 15 dias de antecedência, para programação do(s) auditor(es), e terão seus resultados apresentados em até 15 dias após o término da auditoria. 4.2. As empresas integrantes do PQ devem assinar termo de compromisso aceitando os resultados das auditorias e as decisões da ANPM relacionadas ao sistema, inclusive penalidades. No caso de questionamentos de resultados e decisões, cabe ao Conselho de Administração da ANPM a decisão final relacionada a situação. O termo de compromisso consta no Anexo B6. 4.3. As Especificações e documentos relacionados devem ser revistos periodicamente pela ANPM. 5. Detalhes do Selo de Qualidade 5.1. Empresas não estão autorizadas a usar qualquer selo de qualidade quando os produtos apresentam não-conformidades acima dos limites estabelecidos nas especificações técnicas. 5.2. O selo tem prazo de uso determinado pela ANPM conforme enquadramento nos níveis do sistema e aprovações nas auditorias. Esse controle objetiva fazer com que as empresas estejam permanentemente atentas com relação à qualidade dos produtos. 5.3. Definições sobre possíveis custos de auditorias e de utilização do selo de qualidade pelas empresas deverão ser formalizadas em Reuniões da ANPM. O Documento relativo aos possíveis custos deverá ser anexado, como Anexo B3, à presente norma. 5.4. Os trabalhos relacionados ao PQ estão propondo o estabelecimento de um selo geral de qualificação dos produtos. Conforme o andamento do PQ, a intenção é o desenvolvimento de selos específicos para os diversos produtos. No Anexo B4 constam os modelos dos selos. 5.4.1. O selo atualmente utilizado considera o padrão de qualidade das empresas fabricantes. Pode ser aplicado em vários produtos. As empresas podem obter o selo após atendimento da Norma ABNT NBR 15799 – Pisos de madeira com e sem acabamento – Padronização e Classificação. 5.4.2. No selo de qualidade deve constar número de identificação da empresa fabricante fornecido pela ANPM. 5.5. A ANPM é que define quais os produtos que estão autorizados a usar o selo de qualidade.

Page 129: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

124

6. Penalidades 6.1. As empresas que obtêm a permissão para uso do selo devem apresentar comportamento ético e obedecer ao código de conduta (Anexo B2) do PQ. 6.2. As penalidades serão aplicadas conforme a situação e definidas pelo Conselho de Administração da ANPM. 6.3. No caso de infrações cometidas por empresas que integram o Conselho, o representante ficará automaticamente proibido de participar da definição das penalidades. 6.4. O regulamento interno do PQ no caso de utilização indevida do selo de qualidade é descrito a seguir: 6.4.1. Identificação e constatação da infração. Situações de infrações podem ser as seguintes: Tipo 01, quando a empresa usa o selo sem autorização da ANPM; Tipo 02, quando a empresa usa o selo em produtos que não se enquadram nas Especificações Técnicas da ANPM; Tipo 03, quando a empresa utiliza o selo em produtos não autorizados pela ANPM; Tipo 04, quando a empresa utiliza o selo em produtos fora dos prazos e padrões estabelecidos pela ANPM; 6.4.2. Instalação de processo administrativo. O Conselho da ANPM deve designar profissional para apuração dos fatos e emissão de parecer. 6.4.3. Todas as infrações deverão ser analisadas por membros do Conselho da ANPM que decidirá sobre as punições cabíveis. Representantes de empresas infratoras integrantes do Conselho não poderão participar das análises. 6.4.4. Punições. No caso da empresa ser considerada infratora dos princípios do PQ, as penalidades podem ser as seguintes: - advertência - multa - suspensão do uso do selo por período determinado ou indeterminado - cancelamento do uso do selo - exclusão do quadro associativo - processo judicial Nota 01. No caso de reincidência o grau de severidade das punições deve ser aumentado. 6.5. Definições sobre detalhes das penalidades são formalizadas em Reuniões da ANPM. O Documento relativo às penalidades deverá ser anexado, como Anexo B5, à presente norma.

Page 130: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

125

ANEXO B1. Fluxograma de uso do selo de qualidade

Page 131: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

126

ANEXO B2. Código de Conduta / Ética do Programa de Certificação da Qualidade

Parte 01. Funcionamento do Programa 1. Iniciado em 2002, o PQ para pisos de madeira da ANPM, pretende se tornar sinônimo de garantia de qualidade para os usuários de pisos de madeira. 2. O objetivo do “Selo de Qualidade” é fornecer garantia de qualidade para os usuários, incentivando a utilização e valorizando o produto piso de madeira. 3. O PQ da ANPM monitora os assoalhos produzidos pelas empresas associadas. Os produtos com o selo são avaliados periodicamente por profissionais credenciados pela ANPM. 4. A ANPM, a partir de auditores credenciados, avalia os produtos nas empresas fabricantes ou em pontos de distribuição e vendas. As auditorias fornecem resultados para a ANPM que pode autorizar ou proibir o uso do selo. 5. O selo tem prazo de uso determinado pela ANPM conforme enquadramento nos níveis do sistema e aprovações nas auditorias. Esse controle objetiva fazer com que as empresas estejam permanentemente atentas com relação à qualidade dos produtos. 6. Os selos são controlados pela ANPM que libera ou não sua utilização pelas empresas associadas. No caso de utilização indevida, a ANPM dispõe de mecanismos penais para as empresas infratoras, incluindo, nos casos extremos, exclusão do quadro associativo e ações judiciais. 7. Possíveis infrações são analisadas por membros do Conselho da ANPM que decidem sobre as punições cabíveis. 8. A ANPM e as empresas envolvidas também estarão à disposição dos usuários de pisos para quaisquer esclarecimentos. Poderão ser disponibilizadas informações sobre o PQ, características técnicas e, principalmente, canais para reclamações com relação aos pisos de madeira. Parte 02. Compromisso das empresas integrantes. 1. As empresas que utilizam o selo de qualidade garantem que os produtos estão de

acordo com as Normas Técnicas relacionadas. 2. As empresas garantem apresentar comportamento ético com seus clientes

explicando de forma verídica os produtos que estão sendo fornecidos.

Page 132: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

127

3. As empresas, por uso indevido do selo, seja de maneira acidental ou intencional, estarão sujeitas às penalidades impostas pela ANPM.

4. As empresas integrantes do PQ devem assinar termo de compromisso aceitando os resultados das auditorias e as decisões da ANPM relacionadas ao sistema, inclusive penalidades. No caso de questionamentos de resultados e decisões, cabe ao Conselho de Administração da ANPM a decisão final relacionada a situação. 5. As empresas integrantes do PQ se comprometem a respeitar os prazos de uso do

selo determinados pela ANPM. 6. No caso de conduta inadequada acidental ou intencional, a empresa deverá se retratar publicamente perante a ANPM e clientes envolvidos. 7. Quaisquer tipos de prejuízos éticos ou financeiros gerados por conduta inadequada

ficarão sob responsabilidade da empresa infratora. 8. As empresas concordam com as Normas Técnicas e procedimentos definidos pela

ANPM. 9. As empresas se comprometem a informar a ANPM no caso da ocorrência de fatos

que possam afetar a credibilidade do PQ. 10. A ANPM não se responsabiliza pelo uso inadequado do selo de qualidade. Solicita-

se, em casos de utilização indevida da Marca “ANPM”, entrar em contato com o Escritório para tomada de providências cabíveis.

Page 133: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

128

ANEXO B3. Custos de auditorias e uso do “Selo de Qualidade”

1. Todos os custos são revisados e aprovados periodicamente pelo Conselho de Administração e / ou Assembléia da ANPM.

2. O custo de cada auditoria será de R$ XXXXXX por empresa mais as despesas de

locomoção, estadia e alimentação do(s) Auditor(es). 3. A jóia de entrada no PQ para novas empresas é de R$ XXXXXX. 4. As formas e os custos de utilização do selo de qualidade deverão ser definidos pelas

empresas integrantes mediante consultas ou em Reuniões do PQ da ANPM. 5. A empresa auditada terá direito ao recebimento de Relatório completo das

avaliações realizadas.

Page 134: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

129

ANEXO B4. Modelos do Selo de Qualidade

OBS: O nº situado no rodapé direito do selo refere-se a identificação da empresa fabricante.

Page 135: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

130

ANEXO B4. Modelos do Selo de Qualidade (cont.)

OBS: O nº situado no rodapé direito do selo refere-se a identificação da empresa fabricante.

Page 136: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

131

ANEXO B4. Modelos do Selo de Qualidade (cont.) – Versões reduzidas

OBS: O nº situado no rodapé direito do selo refere-se a identificação da empresa fabricante.

Page 137: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

132

ANEXO B5. Penalidades para utilização inadequada do Selo de Qualidade

As penalidades serão aplicadas conforme a situação e definidas pelo Conselho de Administração da ANPM. Nota 01. Mais de uma penalidade pode ser aplicada para a mesma situação. Nota 02. No caso de reincidência o grau de severidade das penalidades deve ser

aumentado. Penalidades: 1. Advertência. Empresas podem receber advertência por escrito do Conselho de Administração. 2. Multa. Empresas podem receber multa que variam de R$ XXXXXX (valor referente ao pagamento de uma jóia de participação no PQ) até R$ XXXXXX (valor referente ao total inicial do projeto do PQ). 3. Suspensão do uso do selo por período determinado ou indeterminado. Empresas podem receber por escrito Comunicado informando período de suspensão do uso do selo que pode variar de 30 dias até períodos indeterminados. 4. Cancelamento do uso do selo. Empresas podem ter suas participações canceladas no PQ não podendo utilizar mais o selo da ANPM. O cancelamento pode ser temporário ou definitivo. No caso de cancelamento temporário, a empresa que desejar novamente integrar o PQ deverá começar todo o processo de obtenção do selo como se fosse uma nova empresa interessada devendo, inclusive, efetuar todos os pagamentos pertinentes. 5. Exclusão do quadro associativo. Empresas podem ser excluídas do quadro associativo da ANPM objetivando preservar a imagem da entidade e das empresas associadas que estão trabalhando de maneira ética e íntegra. 6. Processo judicial. Empresas podem ser interpeladas judicialmente pela ANPM objetivando preservar a imagem da entidade e das empresas associadas que estão trabalhando de maneira ética e íntegra. Ressarcimentos morais e financeiros podem ser pleiteados. Nota 03. Quaisquer montantes referentes aos pagamentos das multas ou processos serão destinados ao fundo de reserva do PQ e devem ser destinados a atividades que atendam todas as Associadas. A utilização dos montantes deverá ser autorizada pelo Conselho de Administração.

Page 138: CURSO TÉCNICO AUDITORIA EM CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE … - Auditoria em Certificacao... · BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Melhoria da qualidade dos produtos Redução de perdas

133

ANEXO B6. Termo de Compromisso

Termo de Compromisso das empresas integrantes do Programa de Certificação da Qualidade da ANPM

A empresa __________________________________ integrante do Programa de Certificação da Qualidade da ANPM assume o compromisso de: - utilizar o selo de qualidade somente em produtos autorizados e que atendam as Especificações da ANPM; - apresentar comportamento ético com os clientes e a ANPM; - concordar e seguir as Especificações e procedimentos definidos pela ANPM; - efetuar pontualmente os pagamentos pertinentes ao Programa; - aceitar os resultados das avaliações e decisões da ANPM; - aceitar possíveis penalidades impostas pela ANPM, reservado o direito de defesa; - respeitar os prazos determinados pela ANPM; - arcar com quaisquer tipos de prejuízos éticos ou financeiros gerados por conduta

inadequada da empresa, após a devida avaliação do caso; - atender da melhor forma possível as necessidades da ANPM e auditores; - informar a ANPM no caso da ocorrência de fatos que possam afetar a credibilidade do

Programa de Certificação da Qualidade. _______________________________________ Nome e assinatura do representante da empresa