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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
ELISABÉTE TERESINHA URBIK SURMACZ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA:
USO DA TÉCNICA DOS BOTÕES E DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO
DE FITOTERÁPICOS, NUMA PERSPECTIVA INTEGRADORA
GUARAPUAVA – PR
AGOSTO/2010
2
ELISABÉTE TERESINHA URBIK SURMACZ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA:
USO DA TÉCNICA DOS BOTÕES E DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO
DE FITOTERÁPICOS, NUMA PERSPECTIVA INTEGRADORA
GUARAPUAVA- PR
AGOSTO/2010
Produção didático-pedagógica apresentada ao
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE–
SEED/PR, sob orientação da Prof. Dr. Sandro
Aparecido dos Santos, do Departamento de Física
da Universidade Estadual do Centro-Oeste –
UNICENTRO.
3
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Elisabéte Teresinha Urbik Surmacz
Área PDE: Ciências
NRE: Irati
Professor Orientador IES: Sandro Aparecido dos Santos
IES vinculada: UNICENTRO
Escola de Implementação: Escola Estadual “Dr. Chafic Cury” – Ens. Fund.
Público objeto da intervenção: Alunos de 5ª, 6ª e 8ª séries
Tema de estudo: Medicina Popular no Ensino de Ciências
Título da Unidade Didática: Uso da Técnica dos Botões e de Mapas
Conceituais no Ensino de Fitoterápicos, numa Perspectiva Integradora
4
ÍNDICE Pg.
I. INTRODUÇÃO............................................................................................... 06
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................. 12
2.1. Teoria da Aprendizagem Significativa e Mapas Conceituais..................... 12
2.1.1. Mapas conceituais na Educação................................................... 14
2.1.2. Técnica dos Botões, uma técnica sistemática no ensino do
Reino Vegetal...............................................................................
16
2.2. Plantas Medicinais...................................................................................... 17
2.2.1. Histórico...................................................................................... 17
2.2.2. Medicina Popular......................................................................... 21
2.2.3. Emprego das Plantas Medicinais................................................. 23
2.2.4. Definições, segundo normas técnicas de registro de
Fitoterápicos................................................................................
25
2.2.5. Cuidados na utilização de plantas medicinais.............................. 26
2.2.6. Quadro analítico: colheita, beneficiamento e rendimento........... 29
2.2.7. Principais antioxidantes e outras substâncias fitoterapêuticas
encontradas nas plantas...............................................................
32
2.2.8. Compostos químicos presentes nas drogas vegetais.................... 36
2.2.9. Formas farmacêuticas para utilização de plantas medicinais e
medidas para utilização................................................................
39
2.2.10. Plantas medicinais classificadas por categoria............................. 43
III. NA SALA DE AULA..................................................................................... 46
5
3.1. Questionários entre pais e alunos, medicina popular................................ 47
3.1.1. Instrumento de entrevista com pais e alunos.............................. 47
3.2. Entrevista com pessoas da comunidade.................................................... 48
3.2.1. Instrumento de entrevista com a comunidade........................... 48
3.3. Pré-teste.................................................................................................... 50
3.3.1. Instrumento do pré-teste............................................................ 50
3.4. Exposição oral do conteúdo....................................................................... 51
3.5. Técnica dos Botões.................................................................................... 64
3.6. Coleta de material...................................................................................... 78
3.7. Mapas Conceituais..................................................................................... 91
3.8. Testemunho de pessoas ligadas à medicina popular................................ 94
3.9. Pós-teste.................................................................................................... 94
3.10. Considerações Finais................................................................................. 94
3.11. Referências................................................................................................ 95
6
I. INTRODUÇÃO
De acordo com as Diretrizes, os saberes científicos e do cotidiano se
relacionam no ambiente escolar, através de conhecimentos, por meio de
diálogos, atividades desenvolvidas em sala de aula.
Através de conhecimentos e do ensino aprendizagem, o material
didático propõem a Medicina Popular no Ensino de Ciências, com alunos de 5ª
a 8ª séries.
A arte de curar através da medicina popular vem da tradição familiar. A
medicina popular está sendo muito utilizada, por apresentar um custo barato e
tradicional, sendo que os medicamentos industrializados apresentam um custo
muito alto, mas dependendo da gravidade da doença, pode ser utilizado as
duas formas de tratamento.
A medicina popular é largamente utilizada por pessoas de diversas
classes sociais, através do conhecimento empírico, encontrando a cura para os
males. Procuram, nesta medicina, a forma barata de tratar seus males, já que a
convencional é mais cara.
“A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente
construída, que influencia e sofre influências sociais, tecnológicas, culturais,
éticas e políticas.” (KNELLER, 1980; ANDERY et al, 1998; Apud, PARANÁ,
2008, p. 41)
“(...) é um conjunto de descrições, interpretações teorias, leis, modelos,
etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua
ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma
metodologia especial (metodologia científica).” (FREIRE-MAIA, 2000, p.24;
Apud, PARANÁ, 2008, p.41)
Sendo ciências uma disciplina renovadora, cultural, social, ética, entre
outros aspectos, percebe-se a importância de resgatar a medicina popular para
um conhecimento mais profundo e formal, juntamente com os alunos da
7
referida escola e seus familiares, procura-se explicações dentro do
conhecimento empírico.
A medicina popular surgiu, no Brasil, com a vinda dos europeus,
principalmente os portugueses, os indígenas que aqui já habitavam e também
os africanos.
O consumo de plantas medicinais em nosso meio é muito utilizado,
portanto, desenvolver um projeto com base na tradição familiar, enriquecerá
cada vez mais nossos conteúdos em sala de aula, como complemento de
conteúdos sobre o Reino das Plantas, o Corpo Humano (Saúde), Química (a
química do poder curativo das plantas), plantio (tipo de solo utilizado),
observação da fase da lua para o plantio e principalmente a colheita, estação
do ano para a colheita de certas partes da planta e em diversos outros
conteúdos que poderão ser abordados.
A medicina popular traz um conhecimento empírico, de acordo com um
contexto sócio-econômico-racial onde está inserido, o qual poderá sofrer
mudanças, por influências, principalmente, dos meios de comunicação, etc.
No quintal das casas encontra-se diversos tipos de plantas medicinais,
cada uma sendo utilizada para curar doenças. As rezadeiras, através de suas
orações ajudam na cura de diversos males, tais como: para mal olhado,
rendidura, quebrante e olho ruim, dor de cabeça, espinhela caída, mordidura de
cobra e outros animais, mau-jeito nas juntas e tantos outros.
De acordo com a religiosidade popular, quando ocorre a cura, é obra de
Deus, portanto, a cura não pode ser cobrada.
Segundo Kneller (1980) e Fourez (1995), modelos científicos são
construções humanas que permitem interpretações a respeito de fenômenos
resultantes das relações entre os elementos fundamentais que compõem a
NATUREZA, muitas vezes esses modelos são utilizados como paradigmas, leis
e teorias. (PARANÁ, 2008, p.41 e 42)
8
Na medicina popular vinda dos europeus, principalmente os
portugueses, que por volta do século XVI e XVII, deixaram profundas marcas
em nosso país, encontram elementos árabes, greco-romanos, juntamente com
outros tipos de medicina, como a cabala, medicina dos mosteiros, alquimia,
alguns padres que tinham conhecimentos sobre medicina.
Muitos daqueles médicos vieram voluntariamente para o Brasil devido a sua ascendência judaica e chegaram como cristãos novos, pois era comum aderirem a vida religiosa dos mosteiros, afim de se protegerem da inquisição. Porém, esses médicos tinham idéias religiosas que contrariavam o pensamento a igreja católica. Enquanto esta admitia que a doença era castigo divino e que o homem não podia intervir nos desígnios de Deus sem autorização prévia dos clérigos, os médicos judeus julgavam que a arte de curar era dom divino, sendo pois, dever religioso curar os doentes. (HERSON, 1996, p.47)
Através da tradição portuguesa, herdamos também a crença em vários
santos e orações a eles dedicados, para livrar de alguns males, como por
exemplo:
a) Oração a São Bento, para proteger de picada de cobra:
São Bento, água benta,
Jesus Cristo no Altar,
Abri esses caminhos
Que neles quero passar. (ARAÚJO, 1961, p. 258)
b) Santa Luzia, protetora dos olhos:
Santa Luzia passar por aqui,
Com seu cavalinho comendo capim,
Sangue de Cristo, pingai aqui. (LAUGOWINSKI, 1973,
p.94)
c) Curar cobreiro:
Em nome de Deus eu curo
Cobreiro brabo
Corto cabeça e rabo.
9
Na medicina popular são comuns passes, orações, medalhas, ramos
verdes, patuás, crucifixos colocados junto aos doentes.
A medicina popular vinda com os africanos de origem banto, sudaneses,
do Senegal e Tangaura trouxe vários costumes como: banhos, pomadas,
gorduras animais, defumação médica, banhos quentes, etc., ampliando os
conhecimentos da medicina, trazendo a religiosidade do candomblé e umbanda
e o uso mais acentuado de plantas nas cerimônias religiosas e rituais de cura.
A importância das plantas medicinais é tão grande junto às crenças que
a religiosidade africana nos traz. De acordo com Verger:
Ossain é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor o àse (poder), imprescindível até mesmo nos próprios deuses. O nome das plantas e sua utilização e as palavras (ofò), cuja força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto dos deuses iorubas. (VERGER, 1981, p.122)
Através do contato, africanos e índios trocaram conhecimentos
medicinais, enriquecendo seus costumes.
O saber sobre o meio ambiente e a utilização das plantas medicinais é
de grande importância, para o uso racional dos recursos naturais sem
agressão.
“O uso ritual de plantas no combate às doenças e no restabelecimento
da saúde constitui prática comum nos cultos afro-brasileiros, revelando
acentuado hábito cultural, com grande rede de influenciação social.”
(ALBUQUERQUE, 1994, p.198)
Os indígenas apresentam um conhecimento muito profundo sobre a
medicina popular, plantas medicinais, rituais a serem executados para vários
males. Um dos métodos utilizados é o Sopro ou Sucção para eliminação do
motivo determinador da enfermidade.
O Sopro é realizado pelo pajé, sobre o doente, acompanhado ou não
pelo maracá (tipo de chocalho) e massagens, curando muitas moléstias.
10
Sucção utilizada para extrair veneno e “humores” malignos.
“(...) A medicina indígena é comparável à magia e feitiçaria e ao
xamanismo dos nômades asiáticos (...)” (WAPÉDIA, 2009).
Tanto para os indígenas, quanto afro-brasileiros, o curador é um
intermediário entre o mundo dos homens e o mundo dos espíritos, sejam eles
caboclos, pretos, velhos ou outros.
A medicina popular está muito relacionada com a religiosidade. A
crença católica está muito voltada à devoção Mariana, da qual títulos de Nossa
Senhora vem ligado à saúde, como: Nossa Senhora das Dores, Nossa
Senhora do Bom Parto, Nossa Senhora da Boa Morte e tantos outros. Outras
crenças procuram a cura em algumas figuras, como: o fogo, a água, caboclos,
culto da lua, ao sol.
Curas essas feitas de acordo com a necessidade dos enfermos e
também o local de moradia.
Muitas plantas medicinais trazem nomes religiosos, como: espinheira
santa, malva de São Francisco, cipó de São João, vassourinha de Nossa
Senhora, espada de São Jorge, espada de Santa Rita entre outros, portanto, é
impossível separar a medicina popular da religiosidade, o remédio e a reza.
Deve-se respeitar a crendice de cada pessoa participante do referido
projeto, pois muitas pessoas não acreditam em curandeiras e benzedeiras.
(...) a constituição do sujeito e de suas características individuais, como personalidade, hábitos, modos de agir e capacidade mental dependem de interações com o meio social em que vive (REGO, 2000). O ser humano passa a ser um agente interativo na criação de seu contexto cultural, na medida em que também é por este constituído. Assim, a cultura torna-se parte da natureza humana, e passa a evoluir a partir das interações que vão sendo estabelecidos entre os sujeitos participantes. (VIGOTSKI, 2008, p.4).
A educação passa por várias modificações, considerando que o mundo
escolar e os educadores necessitam de mudanças e inovações para atender
11
aos alunos que, como multiplicadores, poderão passar os conhecimentos
adquiridos para a família.
A educação brasileira passa por tantas turbulências, mas mesmo assim
os professores procuram ampliar seus conhecimentos, encontrando novas
estratégias para possibilitar aos alunos momentos de construção e vivência dos
conhecimentos.
A família nem sempre participa dos problemas escolares dos filhos,
deixando para a escola solucioná-los, esquecendo-se que sua participação é
importante.
O trabalho sobre “O uso da técnica dos botões e de mapas conceituais
no ensino de fitoterápicos numa perspectiva integradora” vem procurar
modificar (sensibilizar) a prática do seu uso na sua escola e na família para que
se promova a qualidade de vida dos alunos e, consequentemente, os
conhecimentos científicos tenham utilidade e possam ser vivenciados na
prática social.
Com o desenvolvimento desta proposta, pensa-se que os alunos terão
conhecimentos em relação aos poderes curativos das plantas mais comuns
utilizadas em casa, a sua classificação, as partes da planta mais adequada
para os chás, o grau de toxidade num uso inadequado da quantidade da
planta, tipos de solo próprio para o plantio, época (fase da lua, estação do ano)
adequada para a colheita.
Para tanto, torna-se necessário:
Desenvolver o ensino dos fitoterápicos aplicando a técnica dos botões
com o apoio de mapas conceituais, abordando de forma integradora o
tema;
Resgatar a medicina popular de um conhecimento empírico e saber
como esse conhecimento vem sendo mantido ao longo das gerações.
Orientar sobre a utilização de plantas medicinais e suas implicações
positivas e negativas, do uso sem orientações adequadas;
Resgatar e valorizar a utilização da medicina popular, através do
conhecimento empírico e vocação das benzedeiras e curandeiras;
12
Conhecer plantas medicinais, a química e seu poder curativo para
melhoria da qualidade de vida;
Aplicar a técnica dos botões para desenvolver o tema;
Usar os mapas conceituais para desenvolvimento do tema, como
instrumento de apoio;
Desenvolver os temas fitoterápicos numa perspectiva integradora.
Vale lembrar que o cumprimento de tais objetivos, depende da aceitação
e interação dos alunos com a proposta. Assim, poderá ocorrer um bom
desempenho no aprendizado, para usar este conhecimento para melhorar a
qualidade de vida e também da postura, atividades e métodos usados pelo
professor, procurando ampliar o conhecimento sobre plantas medicinais, para
se ter um bom resultado.
Trabalhando com os alunos, eles aprenderão, desde o conhecimento do
histórico da medicina popular, algumas plantas medicinais mais utilizadas em
suas casas, seu uso, composição química, efeitos colaterais, classificação,
entre outros. Levarão para suas casas a maneira mais adequada do
conhecimento e utilização desta medicina, pois muitos alunos trazem o
conhecimento popular sobre determinadas plantas medicinais, mas sem o
conhecimento científico adequado.
Espera-se que os alunos tenham melhor conhecimento do trabalho que
as curandeiras e as benzedeiras desempenham através do uso das plantas
medicinais, fazendo a cura para as pessoas que as procuram, respeitando
àqueles alunos ou pessoas que não acreditam neste tipo de medicina.
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Teoria da Aprendizagem Significativa e Mapas Conceituais
Teoria da aprendizagem significativa é o conhecimento prévio, a
experiência prévia, ou a percepção prévia e o aprendiz deve manifestar uma
predisposição para relacionar de maneira não-arbitrária e não- literal o novo
conhecimento com o conhecimento prévio.
13
Novak destaca:
A aprendizagem significativa, por sua vez, tem três importantes vantagens sobre a aprendizagem mecânica. A primeira é que o conhecimento adquirido é retido por mais tempo – algumas vezes por muito mais tempo. A segunda é que a informação assimilada resulta em uma maior diferenciação dos subsunçores, aumentando, portanto, a capacidade para facilitar a aprendizagem subseqüente de materiais relacionados. A terceira é que a informação esquecida após a subsunção obliteradora deixa um efeito residual no conceito subsunçor, facilitando assim, novas aprendizagens relacionadas mesmo após a ocorrência do esquecimento. (NOVAK, 1981, p.65)
Para Ausubel, aprendizagem é dita significativa quando uma nova
informação adquire significados para o aluno por meio de uma espécie de
ancoragem em aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do
indivíduo. Esses aspectos relevantes da estrutura cognitiva que servem de
ancouradouro para a nova informação são chamados por Ausubel de
“subsunçores”.
Quando ocorre uma aprendizagem significativa, há uma interação entre
o novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida
que o conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à
nova informação, ele também se modifica. Novos subsunçores vão se
formando; subsunçores vão interagindo entre si. A estrutura cognitiva está
constantemente se reestruturando durante a aprendizagem significativa. O
processo é dinâmico; o conhecimento vai sendo construído. (MOREIRA e
ROSA, 1986)
Aprender significativamente implica atribuir significados e estes têm sempre componentes pessoais. Aprendizagem sem atribuição de significados pessoais, sem relação com o conhecimento preexistente, é mecânica, não significativa. Na aprendizagem mecânica, o novo conhecimento é armazenado de maneira arbitrária e literal na mente do indivíduo. O que não significa que esse conhecimento é armazenado em um vácuo cognitivo, mas sim que ele não interage significativamente com a estrutura cognitiva preexistente, não adquire significados (MOREIRA 1988, p.2).
Através do ensino-aprendizagem e da aprendizagem significativa, ocorre
uma relação professor-aluno com o conhecimento adquirido e com o pré-
estabelecido, enriquecendo o aprendizado do aluno.
14
Serão desenvolvidas duas técnicas de aprendizagem significativa com
os alunos no decorrer do projeto:
2.1.1. Mapas Conceituais na Educação
Os mapas conceituais são representações
gráficas de um conjunto de conceitos de
qualquer domínio, disposto de forma a
evidenciar suas relações. São diagramas que
facilitam a modelização do conhecimento,
tendo sido usados em várias áreas das
Ciências Cognitivas. (Moreira, 1987, p.3)
O uso de mapas conceituais no ensino é um instrumento que hoje está
sendo utilizada, como forma de mudanças nas atividades, avaliações e
pesquisas realizadas em sala de aula.
Amoretti (2000) diz que os Mapas Conceituais podem representar uma
estrutura hierárquica, que vai desde os conceitos mais abrangentes até os mais
inclusivos e esta seria uma forma de organizar os conceitos e também
entender todo o conteúdo que está representado nos mapas conceituais.
Amoretti (2000) destaca algumas funções em que os mapas conceituais
podem ser trabalhados: a de descrever os objetos da experiência;.a função
econômica, vinculada ao caráter classificador; a função de organizar os dados
da experiência de modo que se estabeleçam entre eles conexões lógicas; e
ainda a função fundamental de previsão, na medida em que o conceito é um
meio antecipador.
A importância do uso de mapas conceituais possibilitará um
desenvolvimento no processo cognitivo de ensino-aprendizagem em que o
aluno organizará de forma simples e de fácil compreensão o conhecimento
adquirido, do conteúdo proposto, relacionando com aquilo que ele já conhece.
Ao elaborar um mapa conceitual o aluno estará aprendendo a agrupar
conceitos e assimilar melhor os conceitos básicos do seu conhecimento.
Moreira (1987, p.4) destaca:
O mapa conceitual é um recurso que visa facilitar a
aprendizagem de conceitos. Dispensam equipamentos
sofisticados ou instalações especiais, possibilitando
seu uso até mesmo nas mais modestas condições de
trabalho. Os mapas conceituais podem ser usados,
15
como recurso didático, para organizar relações entre
conceitos que integram o conteúdo de uma única aula,
de uma unidade de estudo ou de um curso inteiro.
Amoretti (2001) diz que um mapa conceitual excelente deverá ser
coerente, coeso criativo, expressivo, lógico, e enquanto ferramenta de apoio
deverá ser o produto de capacidade do aluno de expressar as conexões entre
conceitos e responder de forma lógica e clara.
"Os mapas conceituais têm por objetivo representar relações significativas entre conceitos na forma de proposições. Uma proposição consiste em dois ou mais termos conceituais ligados por palavras de modo a formar uma unidade semântica" ( NOVAK & GOWIN, 1984, p.31)
Observa-se na Figura 01 um exemplo de mapa conceitual:
Figura 1: um exemplo de mapa conceitual sobre a importância da Linhaça.
Moreira (1988, p. 4) descreve que:
Na medida em que os alunos utilizarem mapas conceituais
para integrar, reconciliar e diferenciar conceitos, na medida em
que usarem essa técnica para analisar artigos, textos capítulos
de livros, romances, experimentos de laboratório, e outros
16
materiais educativos do currículo, eles estarão usando o
mapeamento conceitual como um recurso de aprendizagem.
Como instrumento de avaliação da aprendizagem, mapas
conceituais podem ser usados para se obter uma visualização
da organização conceitual que o aprendiz atribui a um dado
conhecimento. Trata-se basicamente de uma técnica não
tradicional de avaliação que busca informações sobre os
significados e relações significativas entre conceitos-chave da
matéria de ensino segundo o ponto de vista do aluno.
2.1.2. Técnica dos Botões, uma técnica sistemática no ensino do Reino
Vegetal
Com a Técnica dos Botões, os alunos aprenderão e colocarão em
prática a técnica de identificar ou classificar, ordenar ou enquadrar diferentes
partes das plantas medicinais para o consumo diário.
A Técnica dos Botões é usada com o objetivo de organizar previamente
a compreensão de conceitos fundamentais (semelhanças, diferenças e
referências) para a compreensão de conceitos superiores.
Conforme Stange et al (2008), a Técnica dos Botões tem for finalidade:
1. Através da “Técnica dos Botões”, oferecem aos alunos a
compreensão dos conceitos de organização de raciocínio
sistemática na biologia;
2. Compreender os conceitos de “imagem” da “diferença” e
“referência” como organizadores avançados para a
compreensão dos conceitos de classificação e identificação;
3. Propiciar as condições dos professores e os alunos a
compreender diferentes formas de gestão educacional, tanto
para o ensino quanto para a aprendizagem;
4. Desenvolver ferramentas de ensino e organização conceitual.
Para se trabalhar a Técnica dos Botões, devemos seguir alguns critérios
que seguem:
1. Dispor os botões sobre uma mesa e observar;
17
2. Separar os botões por critérios de semelhança,
constituindo novos grupos com maior número de botões
em cada grupo – anotar estes critérios;
3. Dentro destes novos grupos – separar os botões pelas
diferenças – anotar estes critérios;
4. Organizar os critérios na etapa 2 e na etapa 3 em
categorias;
5. Para cada categoria estruturada, relacionar os seus
critérios e características, denominando cada um dos
botões do jogo (diagnóstico);
6. Organizar colunas de uma tabela de resumo – categorias,
critérios, características;
7. Organizar as Características em: Proximais - P (as que
aproximam por semelhanças); Distais - D (as que
diferenciam dentro do conjunto de semelhantes); e as
Essenciais - E (as que realmente denominam cada um dos
botões do jogo);
8. Confeccionar, de acordo com as categorias e os critérios,
um Diagrama em Árvore e um diagrama em Chave;
9. Confeccionar, de acordo com as categorias e os critérios,
uma Chave Dicotômica;
10. Compreender quando se Classifica e quando se Identifica;
11. Montar um mapa conceitual sobre os conceitos estudados
na técnica;
2.2. PLANTAS MEDICINAIS
2.2.1. Histórico
As plantas medicinais são utilizadas há milhares de anos, mas consta-se
que os primeiros povos a utilizarem essas plantas foram os egípcios, os quais
usavam para embalsamar os cadáveres e, também, com poder curativo,
nascendo assim a Fitoterapia.
As plantas eram colhidas pelo seu aroma, acreditando assim, que
afugentavam os maus espíritos das enfermidades.
18
Os egípcios que então estavam relativamente adiantados também na arte de curar, usavam, além das plantas aromáticas, outros tipos de plantas, que conheciam seu efeito curativo, como a papoula (sonífera), a cila (cardíaca), a babosa e o óleo de rícino (catárticos); as receitas médicas ficavam gravadas em papiro. (BALBACH, 1970, p. 405)
Na Babilônia, a medicina combinava o poder curativo das plantas com
passes e magia.
Os assírios incluíam no seu receituário nada menos que 250 plantas
terapêuticas como açafrão, papoula, tremoço, etc.
“Hipócrates (460 – 361 a.C.), da Grécia, considerado o pai da medicina,
empregava centenas de drogas de origem vegetal. Teofrasto (372 – 285 a.C..),
catalogou nada menos de 500 espécies de vegetais.” (Balbach, 1970, p.406)
De acordo com documentos escritos, obtendo informações da Cartilha
de Fitoterapia através do site: www.fitoterapia.com.br/portal/index.php?...
o uso de plantas medicinais tem uma larga trajetória na história, a qual segue:
EGITO: cerca de 1.500 a.C., o papiro (Papiro de ebers) já era usado, mas além
deste estão em uso outras plantas, como o funcho (Foeniculum vulgare Miller),
coentro (Coriandrum sativum L.), genciana (Genciana lútea L.), zimbro
(Juniperus communis L.), sene (Cássia angustifólia Vahl), timo (Thimus vulgare
L.) e losna (Artemisia absinthium L.).
CHINA: Supõe-se que um dos mais antigos manuscritos, tenha cerca de 5.000
anos, mas somente no século II d.C., informações começaram a circular pela
Europa. Em torno de 1.500 a.C., referências a herbário medicinal foram
inscritas em ossos. Os antropólogos já encontraram aproximadamente 160.000
desses ossos.
GRÉCIA: Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como pai da medicina, estudou
as relações individuais de cada paciente a uma determinada doença, usando
os próprios poderes de cura do paciente. Dessa forma, o tratamento era
ajustado ao indivíduo (dose unitária e personalizada), incluindo dieta,
massagem, hidroterapia, repouso e preparações de plantas.
19
No século IV a.C., Aristóteles (384 – 322 a.C.) mantinha um jardim com
mais de 300 espécies diferentes de ervas.
Teofrasto (327- 287 a.C.), no século III a.C., listou cerca de 455 plantas
medicinais que constituíram o Primeiro Herbário Ocidental, utilizado até hoje,
com detalhes de como preparar e usar cada produto.
Dioscórides (40-90 d.C.), especialista grego do século I d.C., escreveu
“De Matéria Médica” que listou, descreveu e ilustrou a cores cerca de 600
plantas. Foi relatado também o uso do salgueiro branco (Salix Alba L.), fonte
mais antiga do ácido acetilsalicílico, para dor.
ÍNDIA (Ayurveda): Os Vedas, em poemas épicos de cerca de 1.500 a.C., fazem
menção às plantas medicinais até hoje utilizadas, como: alcaçuz (Glycyrrhiza
glabra), gengibre (Zingiber officinale Roscoe), mirra (Commiphora myrrha
(Neels) Baillon), manjericão (Ocimum basilicum L.), alho (Allium sativum L.),
cúruma (Curcuma domestica L.), acônito (Aconitum napellus L.) e aloés (Aloe
sp.).
ROMA: Celsus, em 200 d.C., escreveu um Guia de Prática Médica.
Galeno (129- 200 d.C.) desenvolveu misturas complexas, trazidas das
antigas misturas egípcias e gregas, anunciadas como Cura-Tudo (as misturas
galênicas). Ele encorajou oficiais romanos a realizarem fiscalização para
verificar se os remédios continham o que era declarado (início da vigilância
sanitária), pois misturas contendo até 100 ingredientes, conhecidas como
THERIACS (do grego ANTÍDOTO), eram comuns naquela época e levaram a
fraudes e superfaturamento por muitos séculos.
EUROPA: Paracelsus (1493 – 1541) estabeleceu a Doutrina das Assinaturas
ou Signaturas e predisse a descoberta de Compostos Ativos das plantas. Seus
seguidores se sentiram encorajados com a chegada de drogas de origem
vegetal dos indígenas sul-americanos, como a casca peruana que fornecia
quinino (Cinchona calisaya Wedd.) para um dos mais antigos e piores
problemas de saúde – a malária. Exploradores europeus nas Américas
20
descobriram novas fontes de medicamentos como a ipecacuanha (Psychotria
ipecacuanha Mull.), para disenteria.
HAHNEMANN (1755-1843), na Alemanha, tentava trabalhar com a
menor dose possível com a qual os remédios ainda tinham atividade e
desenvolveu a Homeopatia.
Em 1803, na Alemanha, Serturner (1783-1841), um aprendiz de
Farmacêutico com 20 anos de idade, a partir da análise da morfina presente no
ópio (Papaver somniferum L.), dá início à extração dos ingredientes ativos das
plantas.
Em 1819, a atropina é isolada da beladona (Atropa belladonna L.),
utilizada para o sistema nervoso. Em 1820, é isolado o quinino, antimalárico da
casca da planta peruana (Cinchona sp.). Em 1827, um químico francês isolou a
salicina da espireia (Filipendula ulmaria L. Maxim.), sendo que a medicina
tradicional vinha, através dos séculos, obtendo o mesmo efeito da casca do
salgueiro (Salix Alba L.). Em 1829, é isolada a emetina da ipecacuanha
(Psychotria ipecacuanha Mull.), um emérito valioso. Em 1860, a cocaína é
extraída das folhas de coca (Erithroxylum coca Lam.), um anestésico local que
tornou possível muitas cirurgias.
No começo do século XX, a Medicina Alopática ainda tinha as plantas
como principais matérias-primas.
No mesmo período, o médico Rudolf Steiner (1861-1925) propiciou o
surgimento da Medicina Antroposófica que, além da organização puramente
física do homem, considerada pela Medicina Acadêmica, também contempla
outras três organizações: a vital, a anímica e a espiritual. Os medicamentos
próprios desta forma de Medicina são tomados dos três reinos da natureza,
principalmente o vegetal.
BRASIL: Pioneiros europeus que se aventuraram pelo Novo Mundo
aprenderam com os povos nativos sobre os remédios de plantas indígenas e
seus usos. O conhecimento era visto pela aparência da planta, era um guia
para sua aplicação. Como: o veneno de escorpião é neutralizado pelo
21
heliotrópio (Heliotropium indicum L.) e pelo cominho (Cuminum cyminum L.),
plantas que apresentam inequívoca semelhança com o animal venenoso.
Em 1812, Dom João VI promoveu ações de fomento das ciências
naturais que, na perspectiva do espírito das luzes, poderiam contribuir para o
aperfeiçoamento da humanidade. Uma Academia de Ciências Naturais também
figurava no documento e propunha-se que sábios viajassem por diferentes
partes do Brasil e escrevessem sobre as possibilidades da natureza brasileira.
Desse modo, uma brigada de engenheiros naturalistas exploraria tantas
preciosidades (SANTOS. 2008).
Uma das primeiras publicações que relata informações sobre plantas
medicinais brasileiras foi “Flora Fluminensis”, de Frei Velloso (1741-1811),
“Flora Brasiliensis” de Von Mrtius (1794-1868) e a mais completa obra
“Systema Materiae Medicae Vegetabilis Brasiliensis” de 1843.
A utilização de plantas medicinais vem do conhecimento empírico,
tornando-se prática comum em nossas famílias.
2.2.2. Medicina Popular
A medicina popular ou rústica é a utilização pelo povo de drogas, substâncias, gestos ou palavras para obter mais saúde para as pessoas. Não é apenas uma coleção de plantas medicinais, usadas para prevenir e curar doenças. Há também o seu lado mágico, suas ações e orações que o povo utiliza na cura dos seus males físicos e mentais. (GASPAR, 2003, p.3)
A medicina popular apresenta diferentes circunstâncias e diversas
concepções, opiniões e valores, usando um arsenal de técnicas,
conhecimentos e práticas. Essa medicina vem trazendo conhecimento popular
ou não:
(...) a mãe usa chazinhos com seu filho; a avó indica à neta que acabou de dar à luz; raizeiro manipula raízes de plantas para o diabético, para aquele que tem problemas nos rim, fígado, pulmão, estômago ou na bexiga. No ato da benzeção, a benzedeira indica banhos, massagens e chás àqueles clientes que a procuraram. (OLIVEIRA, 1995, p.7-8)
22
A medicina popular está incorporada aos nossos atos concretos,
cotidianamente vividos. Estes atos estão cristalizados em hábitos, costumes e
tradições. Não nos damos conta do quanto ela é importante, mas esta medicina
é praticada na esfera familiar, na casa de nossos amigos, vizinhos e parentes,
na comunidade onde moramos, na cidade onde vivemos. Ela é um fenômeno
próximo a nós, mas muito complexo e uma prática de cura concreta.
A medicina popular é uma prática que resiste política e culturalmente à
medicina acadêmica. Isto quer dizer que ela confronta seus conhecimentos, o
seu arsenal de técnicas e a cultura da qual é parte com a medicina praticada
pelos médicos – a medicina erudita. A medicina popular é realizada em
diferentes circunstâncias e espaços (em casa, em agências religiosas de cura)
e por várias pessoas ( pais, tios, avós) ou por profissionais populares de cura
(benzedeiro, médiuns, raizeiros, ervateiros, parteiras, curandeiros, feiticeiros ).
A medicina popular é uma prática de cura que oferece respostas concretas aos problemas de doenças e sofrimentos vividos no dia – a – dia. Ela aproxima e fortalece as relações sociais entre as pessoas, já que pressupõe ajuda e solidariedade, também é uma medicina barata, próxima e acessível. (OLIVEIRA, 1995, p.8)
A medicina popular preservou um espaço no qual os cientistas e
pessoas do povo, ao produzirem um diálogo com a natureza, extraíram dela os
seus benefícios que são constantemente transformados.
Esta medicina deve ser entendida como as demais opções de cura
oferecidas pela sociedade brasileira, pois ela existe porque seus recursos de
cura respondem aos interesses e necessidades de alguns setores da nossa
população. Se não tivessem uma eficácia, teriam sido sufocados por outras
formas de curas realizadas em nome da ciência.
Não existe uma única maneira, original e ideal, válida para todas as
pessoas e classes sociais, de criar as suas estratégias de vida, dentre estas, a
cura, portanto revela que existem diversos modos de curas e de criar soluções
para os problemas de saúde e aplicações, e que esta medicina é um deles.
Uma concepção sobre medicina popular considera que a crença nas doenças,
nos males e o modo de enfrentá-los (através de garrafadas, chás,
23
benzimentos, rezas, banhos, massagens, suadouros, escalda-pés, etc.) é
vivida hoje entre as diversas classes sociais.
A vida no campo entre os moradores – colonos, posseiros –
proporcionava-lhes uma experiência singular de solidariedade. O contato direto
com a natureza, com a terra, com os rios, vales, montanhas e árvores; a ajuda
mútua nos mutirões visando à construção de uma casa, uma colheita de
produtos (frutas e cereais); encontravam-se também os médicos populares: as
parteiras, os ervateiros e raizeiros. Eles trabalhavam essencialmente com a
medicina popular. Criavam as suas estratégias de cura por meio de uma
ciência popular que tinha pouco ou nada a ver com a religião. Estes
profissionais, também cientistas populares, possuíam um conhecimento
profundo desta cultura popular rural e um compromisso social muito grande
com ela. Juntamente com outros lavradores, conheciam muitas plantas
medicinais e outros recursos da própria cultura para enfrentar as doenças e
males.
Os camponeses conheciam para que fossem utilizadas cada planta,
folha, erva ou raiz, identificando rápida e eficazmente, para que tipo de
problema as plantas seriam usadas.
Os lavradores, ao dialogar com a natureza através do trabalho de obter o seu sustento criavam relações sociais comunitárias, locais, de subsistência. Extraíam dela os seus recursos terapêuticos geralmente com as plantas. Estes formavam uma ciência à base de conhecimento popular dotado de uma eficácia e de várias lógicas. Em moldes não plenamente configurados como capitalistas, estas comunidade produziam seus recursos. Estes poderiam ser barganhados por toda a população, diferente do anonimato e da impessoalidade da prática médica erudita.” (OLIVEIRA, 1985, p.23)
Hoje, além das crendices continuarem atuando dentro de nossas casas,
encontra-se o trabalho dos Fitoterapeutas que está ganhando vasto campo de
trabalho em nossas comunidades.
2.2.3. Emprego das Plantas Medicinais
O que são fitoterápicos? Fitoterápicos são medicamentos feitos de partes de plantas cujos princípios ativos não foram purificados, como chás, extratos e tinturas. Segundo a Anvisa, alguns fitoterápicos podem auxiliar no tratamento de várias doenças. (Fitoterápicos)
24
O uso de fitoterápicos remonta aos tempos ancestrais e seu uso na
medicina popular sempre foi bem difundido, porém, hoje em dia, há uma
abordagem científica desses medicamentos com estudos clínicos para verificar
a eficácia. Muitas plantas medicinais bastante populares não tiveram sua
eficácia comprovada e podem até ser tóxicas.
Qual a diferença entre plantas medicinais e fitoterápicos?
Plantas medicinais: são plantas ou partes de plantas que aliviam ou
curam enfermidades e são utilizadas através do conhecimento
empírico. Fitoterápicos: utiliza a planta ou parte dela, industrializada para obter
um medicamento. O processo da industrialização evita contaminações por
microorganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, permitindo maior
segurança na sua utilização.
No decorrer do século XX, rico em maravilhas que a Ciência nos revelou,
a Medicina fez brilhantes conquistas em prol da saúde, que sempre foi e será a
maior das riquezas materiais do gênero humano.
O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoção das suas causas. “Sublata causa tolitur effectus”, dizia Hipócrates. Visa pôr o organismo em condições de defender-se e restaurar-se a si mesmo. (BALBACH, 1970, p.39)
A homeopatia visa tratar as doenças por meio de agentes terapêuticos
que, tomados em doses pequenas, têm propriedades de produzir sintomas
semelhantes aos dessas doenças.
A alopatia visa combater as doenças mediante medicamentos que
produzem efeitos contrários às mesmas.
O emprego terapêutico vegetal tem acusado crescente sucesso, pelo
que não poucos médicos, desiludidos com a medicina oficial, alopata, usam as
plantas com grande proveito na cura das moléstias. Ao contrário, a população
em geral usa indiscriminadamente as drogas vegetais, devido ao
25
desconhecimento da possível existência de toxicidade e mesmo de sua
comprovada ação.
As plantas, exceto as venenosas, nutrem o corpo, purificam o sangue e
preparam o organismo para resistir a doenças.
Toda pessoa deveria entender do preparo e aplicação de remédios
caseiros, da rica e variada flora medicinal brasileira.
Para que as plantas medicinais não percam seu valor curativo, devem
ser colhidas quando não estão molhadas de orvalho. Secam-se à sombra,
porque os fortes raios solares tiram das plantas, depois de arrancadas, uma
parte das substâncias curativas, que se evaporam quando expostas ao sol.
As raízes devem ser bem lavadas e picadas em pedacinhos, antes de
serem postas a secar.
Depois de secadas as ervas, examinam-se e separam-se as partes
estragadas, devendo-se sempre considerar a constituição química, o grau de
umidade, o local de armazenagem, fatores que poderiam, quando não
cumpridos corretamente, levar a processos de deterioração, tais como:
degradação de substâncias ativas, contaminação por fungos e outros
microrganismos e por parasitas.
Deve-se rotular, indicando a espécie da erva contida.
2.2.4. Definições, segundo normas técnicas de registro de fitoterápicos
De acordo com Brasil: 1994 encontramos a Portaria 123 de 19/ 10/ 94,
publicada no Diário Oficial da Nação, nº 200, Seção 1.
Segundo o Ministério da Saúde, que regulamenta algumas definições
relacionadas aos fitoterápicos.
a) Produto Fitoterápico: todo medicamento manufaturado, obtido
exclusivamente de matérias-primas vegetais, com a finalidade de interagir com
meios biológicos, a fim de diagnosticar, suprimir, reduzir ou prevenir estados e
manifestações patológicas, com benefícios ao usuário. É caracterizado pelo
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela
26
reprodutibilidade e constância de sua qualidade, é o produto final acabado,
embalado e rotulado.
b) Matéria prima vegetal: droga vegetal ou preparação fitoterápica,
empregada na fabricação de fitoterápicos.
c) Droga vegetal: toda planta inteira ou suas partes que, após sofrer processo
de coleta, secagem e conservação, possua propriedades que possibilitem seu
uso como medicamento.
d) Principio ativo: substâncias ou grupo delas, quimicamente definidas,
presentes na formulação como fito-complexo, cujo efeito terapêutico é
conhecido e responsável, total ou parcialmente, pelas ações farmacológicas da
planta medicinal.
e) Fito-complexo: grupos de princípios ativos e mesmo substâncias
farmacologicamente inertes que, em conjunto, explicam qualitativa e
quantitativamente as ações farmacológicas de uma planta medicinal,
geralmente diferente das ações farmacológicas dos princípios ativos isolados.
2.2.5. Cuidados na utilização de plantas medicinais
Todo esforço despendido no cultivo das plantas pode ser posto a perder
quando não se dá a devida atenção às etapas de colheita, beneficiamento e
armazenagem.
Alguns aspectos devem ser levados em consideração, como
disponibilidade de mão-de-obra e espaço para secagem. O cultivo, colheita e
secagem das plantas medicinais devem ser planejadas, para que não ocorra
acúmulo.
A qualidade das plantas medicinais depende de alguns cuidados
básicos: segundo Silva (1995)& Correa (1991), segue os seguintes princípios:
27
a) Cultivo:
Para escolher o local do cultivo deve-se levar em consideração o tipo de
solo, necessidade ou não de correção do mesmo, época adequada ao cultivo,
clima, exigências da planta, como luz direta, sombra, umidade, altitude,
latitude, temperatura média, entre outros fatores que podem afetar a qualidade
e a quantidade dos princípios ativos por ela produzidos.
“O local e os cultivos destinados ao emprego medicinal não podem
receber tratamento com agrotóxicos devendo o combate às pragas basear-se
em controle biológico.” (SILVA, 1995, p.11)
b) Colheitas das plantas no estágio de maior teor de princípios ativos:
Depende da temperatura, da luminosidade, da precipitação, da hora do
dia, do solo no desenvolvimento das plantas devido a sua influência sobre as
reações bioquímicas que nelas ocorrem.
A concentração de princípios ativos pode variar em função do momento
do dia em que se procede a coleta, principalmente quando se trata de folhas e
flores, as quais devem ser coletadas nas primeiras horas da manhã, ou após
as 16 horas, evitando-se a coleta após o pôr-do-sol.
Colher em período noturno, ao amanhecer ou em dias chuvosos resulta
que as plantas terão muita água e menor concentração de princípio ativo,
dificultando a secagem e acúmulo de fungos.
As plantas não devem ser coletadas em locais próximos de ruas,
estradas, chiqueiros, fábricas, esgotos, postes, beiras de muro e locais sujeitos
à contaminação em geral.
É recomendado que se faça a coleta, secagem e armazenamento em
épocas adequadas, garantindo a qualidade do produto.
c) Correto manuseio durante e após a colheita:
Os cuidados que devem ser tomados durante e após a colheita visam
preservar a integridade das partes colhidas para diminuir a perda de princípios
ativos.
28
O mais importante deles é a orientação adequada da mão-de-obra que
irá fazer a colheita. Nas plantas que são colhidas mais de uma vez, não
“machucar” as plantas, para não prejudicar produções futuras. Como a sálvia, a
carqueja e o capim-limão não devem ser cortados rente ao chão; o alecrim
colhe-se somente metade do número de ramos.
Estes cuidados permitem que a planta mantenha uma produtividade
regular durante seu período útil.
Devem-se usar ferramentas apropriadas para cada tipo de planta; os
recipientes utilizados para o transporte não devem comprimir e esmagar os
tecidos vegetais.
Após colhido, o material deve ser transportado rapidamente para o local de beneficiamento. Durante a colheita e o transporte, o material deve ser protegido do sol para evitar que comece fermentar, o que acelera o processo de degradação. (CORREA, 1991, p.72)
d) Secagem:
Após a coleta deve proceder-se à limpeza (retirada de insetos, areia,
pedras, teias de aranha, etc.), a lavagem do material e seleção da matéria-
prima a ser secada (separar folhas, flores, caule e raízes).
A secagem de folhas, flores e caules finos deve ser realizada à sombra,
em local ventilado protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais,
e desprovido de umidade. Não podendo amontoar as plantas ou agrupá-las em
maços grandes, para que não dificulte a secagem e o não surgimento de mofo.
Cascas e raízes, secadas ao sol, inteiras, cortadas em tiras ou rodelas
finas.
Além da secagem ao natural (sombra, sol), também são utilizadas
estufas de ar circulante, com temperatura máxima de 40°.
e) Armazenamento:
O armazenamento deve ser feito em sacos de papel pardo, fardos,
vidros escuros com boca larga e de tampa de cortiça, ou em pequenas caixas
29
de papelão, bem fechadas, colocadas em local seco e escuro, arejados e
protegidos dos ataques de insetos, roedores ou poeira.
Cada embalagem deve ser devidamente identificada com o nome da
espécie e data e local de coleta. O prazo de validade do material varia de
planta para planta, com prazo máximo de 6 meses a 1 ano, depois disso pode-
se perder o princípio ativo da planta.
Plantas com aromas fortes devem ser mantidas separadas. O
reaproveitamento de embalagens é desaconselhado, pois podem provocar
misturas de aromas e contaminação do produto.
2.2.6. Quadro Analítico: colheita, beneficiamento e rendimento, segundo Correa (1991)
NOME INÍCIO ÉPOCA DE
COLHEITA
PARTE COLHIDA SECAGEM RENDIMENTO
ANUAL
OBSER-
VAÇÃO
ALECRIM 2° e 3°
ano
Início do
outono
Ramos semi-
lenhosos a 30cm
do solo
À sombra ou
secador T max.
35C
1,6-2, 4 t/há de
folhas secas
Separar as
folhas após a
secagem.
ALFAVACA 2° ano Dez/jan e
abr/mai
Ramos após 2° par
de folhas (cerca de
15cm do solo)
À sombra ou
secador T max.
35C
2-3 t/há de
planta seca;
1,2-1,5T/há de
folhas secas
Duas
colheitas/ano
pode
provocar
alergia
ARRUDA 2° ano Dez e abr/mai Ramos com botões
florais
À sombra ou
secador T
max.35C
2-2,3 t/há de
planta seca
Duas
colheitas/ano
pode
provocar
alergia
BABOSA 3° ano verão folhas - 20 t/há de
folhas frescas
Comercializa-
se o suco
dessecado
BARDANA 3°-4° mês 3 em 3 meses
outono
Folhas e raízes Secador T max.
40C 70C
6t/há
20t/ha
Separar o
limbo do
pecíolo das
folhas e
triturar as
raízes antes
da secagem.
Colhem-se as
raízes na
renovação da
cultura para
fins
medicinais; e
alimentícios.
BOLDO DO 6° mês 4 em 4 meses folhas Secador a 40°C 600-1200kg/há Morre com
geada, mas
30
REINO de folhas secas rebrota.
CALÊNDULA 3° mês Floração plena Capítulos florais
(flores)
À sombra ou
secador
2,5-3,0t/há
“flores” secas
A colheita é
feita em
várias
passadas.
CAMOMILA 5° mês Floração plena Capítulos florais
(flores)
À sombra ou
secador T max.
35C
600-800kg/ha
“flores” secas
A colheita é
feita em
várias
passadas.
CAPIM-
LIMÃO
6° mês Dez e abr/mai folhas Secador T max
35C
2-3t/ha. A
produção
aumenta
anualmente.
2 cortes/ano.
Em regiões
sem geadas
3° corte.
Picar antes
de secar.
CARQUEJA 5° mês Início floração Planta toda,
deixando dois nós
a partir do solo
À sombra ou
secador T max
35C
1,5 a 2,5 t/ha
com a planta
seca
2-3 colheitas
ano
CATINGA DE
MULATA
4° mês floração Sumidades floridas À sombra ou
secador T
max.35C
1-2t/ha de
sumidades
floridas secas
2
colheitas/ano,
com várias
passadas.
CONFREI 4° mês
4° ano
2 em 2 meses,
final de inverno
Folhas e raízes À sombra ou
secador T
max40C
6-10t/há folhas
secas;3-8 t/ha
raízes secas
6-8 colheitas
de
folhas/ano.
As raízes são
colhidas na
renovação da
lavoura.
DENTE-DE-
LEÃO
4° mês 4 em 4 meses Folhas Sec.T max35C
a sombra ou
secador T max
60C
1,5-2,3 t/ha
folhas
2-3 colheitas
de
folhas/ano.
Triturar as
raízes antes
de secar.
ERVA
CIDREIRA
BRASILEIRA
5° mês Dez/jan e
abr/mai
Ramos floridos, 10-
20 cm acima do
solo
À sombra ou
secador T max
40C
2,5-3,0t/ha
folhas secas
2 colheitas/a-
no. Destacar
as folhas
após a
secagem.
ESPINHEIRA
SANTA
6° ano Primavera/verã
o
50% da planta À sombra ou
secador T max
40C
I kg de folha
seca/pé na
primeira
colheita,
aumentando
gradativa-
mente
A colheita
duma mesma
planta só
pode ser feita
de 2-2 anos.
Dividir a área
em talhões
para ter
produção
todo ano.
FUNCHO 5° mês Final da
maturação dos
frutos
Umbelas com
frutos no ponto de
colheita
À sombra ou
secador T max
35C
800-2000 kg/ha
de frutos secos
Ponto de
colheita: fru-
tos de cor
verde-pardo-
acinzentada.
31
GUACO 8° mês Floração Ramos verdes com
folhas e flores
Secador T max
35C
1,5-2,5 t/ha
planta seca
1-2
colheitas/ano.
Em regiões
frias, colher
antes das
primeiras
geadas.
HORTELÃ 4° mês floração Toda parte aérea À sombra ou
secador T max
35C
2-4 t/ha planta
seca
2-3 corte/ano.
Também
comercializa-
se o óleo
destilado da
planta fresca.
LOSNA 2° ano Verão e outono Ramos após o
primeiro par de
folhas
À sombra ou
secador T max
35C
1,5-4,0t/ha de
folhas secas
2 colheitas/a-
no.
MARCELA 6° mês Floração plena Flores À sombra ou
secador T max
30C
800-1200 kg/há
sumidades
floridas
A colheita é
feita de uma
só vez.
MALVA 6° mês floração Folhas, flores e
raízes
À sombra ou
secador T max
35C
1-1,5t/ha de
folhas secas
300-400 kg/ha
de flores secas
Colher a
planta toda e
separar
folhas, flores
e raízes
antes da
secagem.
MANJERO-
NA
6° mês floração Planta toda,
deixando 10-15 cm
do solo, para
rebrota
À sombra ou
secador T max
35C
1,5-2,5 t/ha de
folhas secas
2 colheitas/a-
no.
MARACUJÁ 8° mês outono Ramos com folhas À sombra ou
secador T max
40C
1,5-2,5 t/ha
planta toda
A colheita só
deve ser
iniciada após
a maturação
dos primeiros
frutos.
MELISSA 6° mês Pré-floração Ramos, a partir de
10 cm do solo
À sombra ou
secador T max
35C
1,5-3 t/ha de
folhas secas a
partir do 2° ano
Secar no
escuro para
manter a cor
verde.
MENTRAS-
TO
3° mês Pré-floração Planta toda À sombra ou
secador T max
35C
3,3-5,3t/ha de
planta fresca;
1300 kg/ha de
planta seca, em
média
MIL FOLHAS 4° mês Floração plena Sumidades floridas À sombra ou
secador T max
35C
1° ano: 600-
800 kg/ha
sumidades
floridas secas;
anos
posteriores até
2500 kg/ha
Até2
colheitas/ano.
32
PATA DE
VACA
3° ano verão Podar os ramos
com folhas,
deixando 10-15
com da base do
galho
À sombra ou
secador T max
35C
1,5 a 2,0t/ha de
folhas secas, a
partir do 3° ano
Destacar as
folhas após a
secagem.
QUEBRA-
PEDRA
3° mês Verão/outono Planta toda À sombra ou
secador T max
35C
3,0-4,0t/ha de
toda planta
seca
SABUGUEI-
RO
6° mês Floração; pós-
floração
Flores; folhas/en-
tre casca
À sombra ou
secador T max
40C
600-100kg/ha
de flores
secas;1,5-3,0
t/ha folhas
secas
Secar as
flores no
escuro.
SÁLVIA 5° mês Dez/jan e
abr/mai
Parte aérea, 15
com acima do solo
À sombra ou
secador T max
35C
1,5-2,5 t/ha de
planta seca; 1-
2t/ha de folhas
secas
2 cortes
anuais a
partir do
segundo ano.
Separar as
folhas após a
secagem.
TANSAGEM 5° mês Antes da
emissão do
pendão floral
Folhas À sombra ou
secador T max
40C
1600 kg/ha de
folhas secas
2-3 colheitas
/ano.
TOMILHO 2° ano Abr/mai Ramos, até 10 cm
do solo
À
sombra/secado
T max 35C
800-1200 kg/ha
de folhas secas
Separar as
folhas após a
secagem.
2.2.7. Principais antioxidantes e outras substâncias fitoterapêuticas encontradas nas plantas
As plantas, com suas propriedades antioxidantes e outras substâncias fitoterapêuticas, fornecem uma poderosa força bioquímica capaz de combater todos os inimigos da saúde e ordenar a normalidade: segundo BIAZZI (2002), destaca-se:
a) Beta-caroteno
Extraordinária força para o sistema imunológico no combate ao câncer e
aos radicais livres. Pode ser encontrado nas plantas de folhas verde-escuro e
laranja-escuro, como cenoura, batata-doce, couve, espinafre, brócolis,
damasco, abóbora, manga.
O beta-caroteno está presente em chás de ervas verde-escuro. O
cozimento rápido não destrói o beta-caroteno.
b) Glutationa
33
Importantíssimo agente contra a oxidação do colesterol, fornecendo
proteção contra doenças do coração, catarata e asma. Possui grande poder
para inibir substâncias cancerígenas e desintoxicar o organismo de poluentes e
em testes de laboratório revelou efeito ativo contra o vírus da AIDS.
A glutationa é encontrada em brócolis, couve-flor e tomate crus, abacate
e melancia. O cozimento prejudica e destrói a glutationa.
b) Idóis
Estudos revelam uma atividade específica contra o câncer de mama e
cólon. Pode ser encontrado: brócolis, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas,
agrião, rabanete, nabo, couve-rábano.
d) Licopeno
Pesquisas apontam o licopeno como anticancerígeno, principalmente
ativo nos casos de câncer do pâncreas.
Alguns pesquisadores afirmam que o licopeno é mais ativo contra o
câncer que o beta-caroteno.
É encontrado no tomate, melancia e damasco.
e) Quercetina
Poderoso anticâncer, inibindo as enzimas que provocam o crescimento
dos tumores, é antiviral, antiinflamatória, bactericida, inibe a histamina,
auxiliando na detenção de alergias.
Atua evitando a oxidação do colesterol, protegendo as artérias do
coração, e apresentam efeitos anticoágulos sanguíneos.
Encontrada na cebola roxa, brócolis, abóbora amarela e uva preta, roxa
e vermelha. O suco de uvas escuras também apresenta quercetina. O
cozimento não a destrói.
f) Ubiquinol 10
34
Potente inibidor da oxidação do colesterol LDL.
Onde encontrar: nozes, soja, sementes de gergelim, pistache,
amendoim.
g) Vitamina C
Potente agente contra todos os tipos de câncer. Testado em laboratório,
inibe o crescimento do vírus da AIDS. A vitamina C protege contra vírus e
contra a oxidação do colesterol LDL. É um dos mais eficientes bloqueadores
dos radicais livres.
Onde encontrar vitamina C: brócolis, couve-flor, repolho, couve-de-
bruxelas, couve, pimentão verde e vermelho, frutas cítricas, caju, acerola,
goiaba.
h) Vitamina D
Poderoso antioxidante, protetor das artérias e sua presença interrompem
as destruições provocadas pelos radicais livres.
A vitamina D pode ser encontrada, na carne, ovos,leite, leite de soja e
cereais.
i) Vitamina E
Tem a função de promover a fertilidade, prevenir o aborto, atuar no
sistema nervoso involuntário, sistema muscular, melhora a oxigenação celular
e protege contra envelhecimento precoce.
A vitamina E pode ser encontradas em amêndoas, soja, sementes de
girassol, gergelim, castanha-do-pará, óleo de oliva, gérmen dos cereais
integrais.
j) Bactericidas
Agentes que destroem as bactérias. Onde encontrar: orégano, alho,
cebola, eucalipto e pinho.
35
k) Antiinflamatórias
Atuam contra inflamações diversas e pode ser encontradas no alho,
cebola, sálvia, babosa e abacaxi.
l) Fungicida
Agentes que destroem os fungos encontram-se no ipê-roxo, arruda,
erva-de-santa-maria, rubim, óleo de rícino.
m) Anticoágulos
Certas plantas têm a propriedade de incentivar o sistema que dissolve
os coágulos do sangue e inibir os fibrinogênios, substâncias que formam os
coágulos. Pode ser encontrado na cebola, alho, suco de uva, algas marinhas,
wakame, gengibre, cominho, cogumelo, melão e melancia.
n) Antivirais
Atua contra doenças viróticas e pode ser encontrada no alho, suco de
uva suco de mamão, cebolinha verde e cebolas de todos os tipos, limão,
laranja, cogumelo shiitake, pêssego, sálvia, hortelã, menta, brócolis, abóbora
amarela.
o) Antimuco
Certas ervas diluem as mucosidades estimulando sua eliminação e a
limpeza das vias respiratórias e dos seios da face. Encontra-se no alho, cebola,
rábano-picante, rabanete, tomilho, mente-eucalipto, agrião, pinho.
p) Para aliviar as tensões da menopausa
São muito úteis as sopas e os caldos de feijão-soja ou feijão verde com
repolho, cenoura, batata, alho, tomate, cominho.
Outras sugestões:
- Substituir o leite comum por leite de soja;
36
- Temperar couve-flor ou brócolis ou couve-de-bruxelas com alho, sal e
óleo de oliva;
- Usar uma colher de gergelim por dia;
- Chá de feno-grego;
- Suco de cenoura com suco de couve, brócolis ou repolho.
q) Hormônios
Muitas plantas contêm estrogênios (fitoestrogênios) que
comprovadamente auxiliam a mulher, principalmente no período da
menopausa. Encontra-se no repolho, couve, couve-de-bruxelas, cenoura,
couve-flor, milho, cominho, feno-grego, alho, soja, gergelim, amendoim, feijão-
verde, batata, abacaxi.
r) Antiúlceras
Estudos revelam que algumas plantas contêm substâncias que
fortalecem as paredes do estômago, incentivando o crescimento das células do
revestimento das mucosas, o que apressa a cicatrização. Onde encontrar:
banana-maçã, banana-da-terra, bananas em geral, mamão, figo, alho, couve,
brócolis, repolho, couve-de-bruxelas, couve-flor, feno-grego, gengibre.
s) Sedativos e calmantes
Sabe-se que alguns alimentos peptídeos, quando já no intestino, daí
passam mensagens através dos neurotransmissores diretos para o cérebro.
Outros podem funcionar como morfina ou como estimulantes dos
neurotransmissores que acalmam o cérebro. Onde encontrar: anis, cominho,
feno-grego, alho, mel, manjerona, cebola, casca de lima e de laranja, hortelã,
valeriana, maracujá e salsa.
2.2.8. Compostos químicos presentes nas drogas vegetais
37
Devemos tomar muito cuidado ao utilizar as plantas medicinais, sem informações adequadas, pois elas podem nos trazer problemas.
Sempre que ingerimos um chá caseiro devemos ter consciência de que este é um fitocomplexo, com composição variada (alcalóides, flavonóides, taninos e outros), que na maioria das vezes está na planta com função sinérgica, antagônica, protetora e que, se isolado, pode trazer benefício ou, ao contrário, apresentar efeitos surpreendentes. (SILVA, 1995, p.13).
a) ALCALÓIDES
Segundo Bruneston (1991) alcalóides são substâncias orgânicas de
origem natural (sobretudo pertencentes ao Reino Vegetal) nitrogenadas, com
caráter mais ou menos básico, de distribuição restrita e dotadas, em
pequenas doses, de propriedades farmacológicas marcantes.
Os alcalóides podem ocorrer em qualquer parte do vegetal, como raiz
(confrei); folhas (maracujá, mentrasto, pega-pinto e quebra-pedra), ou casca
(romã).
Quimicamente os alcalóides estão classificados de acordo com o
número fundamental:
- Alcalóides piridímicos e piperidímicos: atuam sobre o sistema
nervoso dos parasitas, paralisando-lhe os músculos, facilitando a eliminação
dos mesmos. Atuam principalmente sobre as tênias e as áscaris.
- Alcalóides quinoleínicos: o quinina é muito empregado no
tratamento da malária, como esquizonticida. A quinidina é depressora das
funções do miocárdio (antiarrítmico) e é mais tóxica que a quinina.
- Alcalóides isoquinoleínicos: a boldina junto com óleos essenciais
são responsáveis pelas ações colagoga e digestiva do boldo.
- Alcalóides indólicos: empregado como tranquilizante e
antiespasmódico nas tensões por excesso de trabalho, perturbações nervosas
da menopausa, insônias.
- Alcalóides do núcleo tropânico: encontram-se divididos em dois
grupos principais: o grupo da atropina e o grupo das solanáceas midriáticas.
38
- Alcalóides pirrólicos ou pirrolizidinicos: a nicotina é facilmente
absorvida pelas mucosas, atua diretamente sobre o sistema nervoso,
exercendo ação depressora. Doses pequenas excitam os músculos lisos da
bexiga, útero, intestino, etc. Doses maiores produzem antes a paralisia.
Quando maiores que 0,06g já são tóxicas ao homem, podendo causar a morte.
- Alcalóides do núcleo esteroidal: apresentam-se diversos alcalóides
de ações marcantes e muito diversas, como por exemplo: morfina (anestésica),
vincristina e vimblastina (têm ação anticâncer), etc.
b) CARBOIDRATOS
Têm ação específica sobre o músculo cardíaco, pois aumenta o tônus, a
excitabilidade e a contratibilidade.
Como exemplo de planta, tem-se a Espirradeira, da qual foi isolada a
oleandrina (ação tetanizante sobre o músculo cardíaco, diurese e dispersão de
edemas).
c) CUMARINAS
Apresentam odor característico, usado em perfumes como fixador. São
largamente utilizadas como anticoagulantes orais, têm propriedades
estrogênica, fotossensibilizante, antibacteriana, vasodilatadora e
antiespasmódica.
d) FLAVONÓIDES
São distribuídos principalmente nas partes aéreas dos vegetais, como
flores e folhas, em quantidades variadas. São indicados como espasmódicos,
antiinflamatórios, antivaricosos, antioxidantes. Exercem atividade
antimicrobiana e fungistática, entre outras indicações.
e) ÓLEOS ESSENCIAIS
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Os óleos essenciais são usados em muitas indústrias para dar aroma e
odores a inúmeros produtos, tais como cosméticos, produtos de higiene
pessoal, alimentos e medicamentos. Muitos são empregados por suas
propriedades farmacológicas, sendo usados como antimicrobianos,
antiinflamatórios, analgésico, inseticida de ação colerética e colagoga.
O termo „óleo essencial‟ é empregado para designar líquidos oleosos
voláteis, dotados de aroma forte, quase sempre agradável, extraído de
plantas por alguns processos específicos, sendo mais frequente a destilação
por arraste de vapor de água. (SILVA, 1995, p.19)
f) TANINOS
Podem estar distribuídos em diversos órgãos: folhas (abacate, chapéu-
de-couro, espinheira-santa, etc.), sumidades florais (erva-cidreira, melissa e
orégano), caule (cipó-mil-homens), frutos (romã).
São bons inibidores enzimáticos e atuam como antienvenenamento por
determinados alcalóides. São muito utilizados em loções cosméticas (limpeza
de pele) e como antidiarréicos, por suas propriedades adstringentes,
veinotrópicas e hemostáticas. Apresentam ação antimicrobiana, antiviral,
antiinflamatórias, ovariana, hipoglicemiante e antiespasmódica.
2.2.9. Formas farmacêuticas para utilização de plantas medicinais e
medidas para utilização
Vários medicamentos requerem um tipo especial de preparação.
Suas formas de utilização também podem variar. É importante saber
preparar as receitas medicinais,assim como ministrar adequadamente o
medicamento obtido, garantindo, então, que as receitas tenham os resultados
obtidos.
O homem simples do campo e os índios geralmente usaram as plantas de maneira bem natural (...). Na verdade você não está apenas trocando elementos curativos de farmácia por princípios ativos de plantas. Você está procurando a natureza! Está procurando sentir aquele „poder‟ extraordinário que as plantas podem irradiar.
40
É assim também que o Criador pode Se revelar a você, com Sua grande Energia viva, efetuando os milagres de cura e consequentes alegrias que Por certo você testemunhará. ( BIAZZI, 2002,p.19)
a) ALCOOLATURAS: são preparações contendo planta fresca em álcool a
92° G.L. submetida à maceração por 10 dias em frasco fechado. Geralmente a
relação entre a droga vegetal e o álcool é de 1:1 ou 1:2.
b) BANHOS: os banhos de ervas curativos ou embelezadores são usados
desde a antiguidade. Gerais ou parciais, esses banhos sempre auxiliam no
processo de restabelecimento.
c) BOCHECHOS: consiste em lavar a boca com chás de plantas curativos.
d) CHÁ POR INFUSÃO: deve-se picar a parte indicada da planta (raiz,
caule, folhas, flores ou frutos) , colocar os pedaços num recipiente e adicionar
água fervente sobre eles; tampar, em seguida, por 5 a 10 minutos; depois, coar
e tomar na dosagem correta.
e) CHÁ POR DECOCÇÃO: são soluções extrativas obtidas da adição da
água fria com a parte indicada da planta picada, levadas à fervura por 5 a 10
minutos, contados a partir do início da fervura; depois coa-se e toma-se na
dosagem correta. É muito utilizado este método para preparar chá com folhas
coriáceas (duras), cascas e raízes.
f) CALDOS: é a maneira de oferecer ao organismo as propriedades
curativas das plantas em água quente, temperada, geralmente com sal. São
muito usados nos casos de convalescença, enjôos comuns, debilidade
digestiva por fator nervoso e para atenuar os efeitos da auto-intoxicação nos
períodos de semijejum.
g) CATAPLASMAS: são feitas com plantas picadas ou esmagadas, em
alguns casos especiais, misturadas com água, vinho ou leite e farinhas. A
mistura é aquecida e aplicada ainda quente sobre a área afetada.
A cataplasma costuma ser utilizada para o tratamento de dores
reumáticas, inflamações da pele, inchaços, contusões, ulcerações, feridas e
chagas.
41
h) CLISTER: introdução de um líquido nos intestinos por meio de uma
cânula retal ligada a um irrigador. O clister tem normalmente um efeito
purgativo e, por vezes, emoliente e adstringente.
i) COMPRESSAS: preparação para uso externo. São feitas com pedaços
de pano, de algodão ou gaze embebido em chá, ou sumo da planta e aplicadas
diretamente no local afetado. Aplicam-se compressas quentes ou frias.
j) ELIXIRES: são líquidos hidroalcóolicos, adocicados, destinados ao uso
oral. Contêm geralmente glicerina, sorbitol ou xarope simples.
k) EMPLASTOS: são preparações que possuem uma grande força
aderente, destinadas ao uso externo. Podem ser impregnadas com substâncias
medicamentosas, entre as quais os extratos, as tinturas, os infusos, etc., e
utilizadas diretamente no local.
l) EXTRAÇÃO À BASE DE ÁGUA: macerar ou picar bem a planta em
pedaços pequenos (raízes e caules). Acrescentar água fria na medida
recomendada. Deixar tampada por 6 a 12 horas em temperatura de 10 graus a
0 grau. Coar, espremendo muito bem as ervas para aproveitar ao máximo suas
propriedades, e utilizar como indicado.
m) FOMENTOS: é o procedimento que utiliza as folhas das plantas
aquecidas, diretamente na pele ou entre panos, para aliviar dores reumáticas
ou nevrálgicas, ou ainda para outros fins semelhantes.
n) GARGAREJOS: preparação líquida, que serve para desinfetar ou
acalmar. São muito úteis em caso de inflamação das amígdalas, rouquidão,
faringite, laringite e mucosas. O gargarejo nunca deve ser engolido.
o) INALAÇÃO: é empregada com a finalidade de aproveitar a ação dos
óleos voláteis contidos na planta. Prepara-se colocando água fervente sobre as
folhas previamente picadas em uma bacia e inalam-se os vapores. A inalação
ajuda a desobstruir os seios nasais e as vias respiratória superiores.
42
p) LINIMENTOS: são preparações farmacêuticas líquidas contendo
geralmente óleos ou alcoóis, que se destinam à aplicação cutânea por fricção.
Nestas formas farmacêuticas podem ser incorporadas plantas específicas com
o objetivo de serem friccionadas.
q) LOÇÕES: preparado líquido com o qual se lava a pele nos locais em que
houver irritação. Aplica-se com o auxílio de um algodão. Existem loções
específicas para o couro cabeludo.
r) PÓSMEDICAMENTOSOS: são obtidos por meio de trituração das
plantas secas ou apenas de suas partes ativas, empregando-se liquidificador,
máquina de moer ou pilão. Os pós podem produzir extratos, ser suspensos em
água ou misturados com a alimentação.
s) SALADAS: é a forma mais natural de se empregar uma erva. Usadas
ainda frescas, recém-colhidas da horta, trabalhando na prevenção de doenças,
nutrindo, reconstruindo o sangue, desfazendo males de várias ordens,
acalmando, fortalecendo e contribuindo para um bom desenvolvimento do
nosso corpo.
Podem-se preparar saladas com as seguintes ervas: dente-de-leão,
tansagem, beldroega, serralha, mil-em-rama, hortelã, cominho e muitas outras.
t) SOPAS: muitas ervas podem ser utilizadas para preparar sopas
nutritivas.
u) SUCOS: para uso externo e interno, atuam na restauração, bem-estar e
alívio do organismo. É uma maneira de aproveitar bem todas as propriedades
curativas da planta. Os princípios vitais, os minerais e vitaminas são obtidos de
plantas frescas, de preferência recém-colhidas.
Obtém-se o suco através da trituração ou passadas na centrífuga,
sendo coados e ingeridos em seguida.
v) TINTURAS: utilizam-se vegetais triturados secos, imersos em álcool a
70, 80, 85° G.L.
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x) UNGUENTOS: consiste em extrair as propriedades das plantas em
óleos. Pode servir para uso interno e externo.
z) VAPORES: são famosos os benefícios propiciados pelo vapor. É uma
prática realmente útil, eficaz e muito simples quanto a aplicação.
y) XAROPES: muitas plantas conhecidas pelos seus efeitos peitorais, e
usadas contra a tosse, a bronquite, e outras afecções das vias respiratórias,
podem entrar no preparo de xaropes, que são medicamentos líquidos,
viscosos, os quais se obtêm misturando certos sucos, decoctos ou macerados,
com mel. Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas conforme
indicação.
2.2.10. Plantas medicinais classificadas por categorias
Em grande número de casos, a eficácia medicamentosa das plantas
revela-se benéfica, embora seja necessário conhecer suas propriedades. Esse
conhecimento implica numa classificação dos vegetais terapêuticos de acordo
com sua ação sobre o organismo doente.
De acordo com Maury (2002), apresenta a classificação por categorias
das plantas medicinais.
*Plantas estimulantes
Sua ação deve-se, sobretudo aos princípios aromáticos contidos na
planta, que serão utilizados nos estados depressivos. Estes princípios
aromáticos agem efetivamente sobre o sistema nervoso: com a hortelã, o
tomilho, o alecrim, o serpão, o manjericão; ou sobre o sistema digestório: com
o funcho e a hortelã.
*Plantas calmantes
44
Os elementos que entram na composição das plantas medicinais são
capazes de agir sobre as diferentes zonas do sistema nervoso. Sobre os
nervos motores do sistema muscular, em caso de cãibras ou de contraturas,
nos casos de sensação de dor e de espasmos digestivos, pode-se usar o louro-
cereja, a valeriana, a hortelã, a camomila e a tília. Se for de acalmar uma dor
muito aguda, podemos recorrer à papoula, à passiflora, ao nenúfar. Quanto às
plantas que agem como calmante da tosse, cita-se a papoula e o malvavisco.
Em caso de insônia por hiper-excitabilidade cerebral, pode ser escolhido a
cânfora ou o lúpulo.
*Plantas emolientes
Todas as vezes que se apresentar um estado congestivo ou inflamatório
dos tecidos ou órgãos, pode ser usado a betônica, o malvavisco,a linhaça, para
aplicações no local, ou a malva.
*Plantas fortificantes
Os efeitos tônicos são obtidos graças à ação de certas plantas de
propriedades adstringentes que deixam um gosto amargo na boca, mas cuja
ação sobre o sistema digestório será fortificante. Cita-se: a losna, o dente-de-
leão e a alcachofra.
O tanino, contido em grande número de vegetais, como os frutos dos
ciprestes, a castanha da Índia e o marmeleiro, age ao mesmo tempo como
elemento de proteção e fator adstringente.
*Plantas com ação coagulante
Muitos vegetais contêm pectina, substância que tem a propriedade de
aumentar o poder de coagulação do sangue, pode ser encontrado na roseira-
brava, morangueiro, certas urtigas entre outros.
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*Plantas diuréticas
Existe um bom número de plantas que exercem ação favorável sobre o
volume de secreção urinária que se encontra na cerejeira, milho, aspargo e
cavalinha.
*Plantas sudoríferas
Durante as afecções febris, quase sempre é interessante fazer o doente
suar abundantemente. Para tanto, recorre-se à bardana, à borragem, e ao
sabugueiro.
*Plantas hipotensoras
Pode-se agir sobre o estado de constrição dos vasos sanguíneos, o que
se traduz clinicamente por hipertensão, prescrevendo o espinheiro-alvar, o
limoeiro, o visco, ou o salgueiro.
*Plantas com função reguladora intestinal
Algumas plantas favorecem o aumento da secreção intestinal, como
acontecem com algumas plantas purgativas, outras plantas, ao contrário,
devem ser utilizadas em caso de diarréia, como a casca de carvalho, a sálvia,
etc.
*Plantas colagogas e coleréticas
As pessoas que sofrem de insuficiência hepática, onde a secreção biliar
é insuficiente e a excreção de bílis parcialmente entravada pela existência de
um obstáculo orgânico (cálculos, depósitos biliares), é indicada: cenoura,
chicória, alecrim, losna, alcachofra e o cardo - marinho.
*Plantas depurativas
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Limpar o sangue e purificar o organismo das toxinas por ele produzidas,
também pode ser tarefa das plantas medicinais, que podem ser escolhidas
conforme ação específica sobre o órgão a ser drenado:
- para o fígado: alcachofra, cenoura ou a selidônea.
- para o sangue: bardana ou genciana amarela.
- para as vias urinárias, infectadas pelo colibacilo e o estafilococo,
prescreve-se a borragem, a malva, o dente-de-leão ou a cavalinha. Se houver
ameaça de cálculos urinários ou de pedras na bexiga, deve-se escolher: bolsa-
de-pastor, milfurada ou verbena.
*Plantas remineralizantes e reconstituintes
Muitas doenças têm um efeito carencial sobre certo número de sais
minerais cuja presença é indispensável ao metabolismo normal do organismo.
Para remediar sua ausência, pode ser utilizado: aipo silvestre, aveia, chicória,
agrião, espinafre, trigo.
O organismo também pode sofrer a falta de outros elementos
reconstituintes. É o que ocorre nas convalescenças de doenças graves ou de
intervenções cirúrgicas séria, encontramos no aipo, na beterraba, na tâmara,
no feno-grego, nas nozes, etc.
III. NA SALA DE AULA
Em sala de aula, serão trabalhados novas abordagens metodológicas e
integradoras, tendo como referência a Teoria da Aprendizagem Significativa e
Mapas Conceituais de Ausubel, Novak e Moreira. As atividades propostas têm
como objetivo modificar as formas de ensino-aprendizagem,
“(...) faz-se necessário que o professor de Ciências conheça os conteúdos de forma aprofundada e adquira novos conhecimentos que contemplem a proposta curricular da escola, os avanços científicos e tecnológicos, as questões sociais e ambientais, uma vez que estar preparado torna-se requisito essencial de sua própria aprendizagem e consequentemente, aprendizagem dos estudantes” (PARANÁ, 2008, p.61).
47
As atividades propostas, são:
3.1. Questionários entre pais e alunos, medicina popular
É realizado este questionário antes de todas as atividades e do
desenvolvimento do conteúdo para o professor obter informações necessárias
sobre o conhecimento prévio do uso da medicina popular, provinda da família
dos nossos alunos, com o intuito de provocar em sala de aula aquilo que os
alunos trouxeram para futuros debates.
Apresenta-se um modelo do instrumento de entrevista preliminar.
3.1.1. Instrumento de pesquisa com pais e alunos
RIO AZUL, DE 2010.
PROFESSORA: ELISABÉTE TERESINHA URBIK SURMACZ.
SENHORES PAIS, ESTOU TRABALHANDO NUM PROJETO, REFERENTE À MEDICINA POPULAR, NA QUAL ENTRA O TRABALHO DE BENZEDEIRAS, CURANDEIRAS, ETC. ESTE PROJETO VEM RESGATAR A ARTE DE CURAR ATRAVÉS TAMBÉM DO USO DAS PLANTAS MEDICINAIS, QUE VEM SENDO USADA POR NOSSAS FAMÍLIAS, HÁ MUITO TEMPO. TRAZER PARA SALA DE AULA ESSE CONTEÚDO FARÁ COM QUE NOSSOS ALUNOS (SEUS FILHOS), ESTEJAM MAIS INFORMADOS SOBRE ESTA MEDICINA QUE É MUITO ANTIGA.
PEÇO QUE, JUNTAMENTE COM SEUS FILHOS, RESPONDAM O QUESTIONÁRIO QUE SEGUE, POIS SUAS RESPOSTAS SERÃO VALIOSAS E TODOS ESTARÃO AJUDANDO NA EXECUSSÃO DO PROJETO. (PODE SER RESPONDIDO TAMBÉM NO VERSO DA FOLHA, SÓ COLOCAR O NÚMERO DA QUESTÃO)
1) VOCÊ ACREDITA EM BENZEDEIRAS? POR QUÊ?............................................................................... ......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
2) CONHECE ALGUMA BENZEDEIRA OU CURANDEIRA QUE TENHA AJUDADO ALGUÉM DA FAMÍLIA?.......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................................... .........................................................................................................................................................
3) USA ALGUM TIPO DE PLANTA MEDICINAL PARA ALIVIAR ALGUMA DOR OU OUTRO SINTOMA? QUE PLANTA (S) É (SÃO) ESSA (S)?................................................................................................... ......................................................................................................................................................... .........................................................................................................................................................
4) PARA QUE TIPO DE MALES ESSAS PLANTAS SÃO USADAS?............................................................ ......................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ................................................................. .......................................................................................
5) CULTIVA PLANTAS MEDICINAIS EM CASA? QUAL O NOME DELAS?................................................ .......................................................................................................................................................... .........................................................................................................................................................
6) QUE CONHECIMENTOS TEM SOBRE PLANTAS MEDICINAIS?.......................................................... ......................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................
7) OS CHÁS UTILIZADOS TRAZEM ALGUM TIPO DE MELHORIA, QUAIS?............................................
48
.......................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................ 8) TEM ALGUM LIVRO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, E É ATRAVÉS DESSE CONHECIMENTO QUE AS
UTILIZA?............................................................................................................................................ ..........................................................................................................................................................
9) ALGUÉM DA FAMÍLIA TEM O DOM DE BENZER? QUEM? ( PARENTE: PAI, MÃE, AVÔ, AVÓ, TIO, TIA)............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ..........................................................................................................................................................
10) DAS PLANTAS QUE SEGUEM ABAIXO, QUAIS DELAS SÃO MAIS UTILIZADAS EM SUA CASA? ( ) CAMOMILA ( ) HORTELÃ ( ) ESPINHEIRA SANTA ( ) BOLDO
( ) SEMPRE-VIVA ( ) ERVA-DOCE ( ) CALÊNDULA ( )GUACO
( ) CAPIM-LIMÃO ( ) ERVA-CIDREIRA ( ) EUCALIPTO ( ) LOSNA
( ) MANJERONA ( ) QUEBRA-PEDRA ( ) SÁLVIA ( ) ENDRO
( ) OUTRAS
QUAIS?..............................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
3.2. Entrevista com pessoas da comunidade
Como forma de envolver os alunos no desenvolvimento do tema,
também se sugere que eles façam uma entrevista com pessoas da
comunidade e, através do conhecimento empírico que elas trazem sobre a
prática da medicina popular, provocar-se-á a curiosidade dos alunos, através
de perguntas, fazendo com que conheçam mais como é o trabalho das
benzedeiras e curandeiras.
A seguir apresenta-se um modelo do instrumento de pesquisa
preliminar.
3.2.1. Instrumento de entrevista com a comunidade
RIO AZUL, DE 2010.
PROFESSORA: ELISABÉTE TERESINHA URBIK SURMACZ.
SENHORES E SENHORAS, ESTOU DESENVOLVENDO UM PROJETO PARA SER TRABALHADO EM SALA DE AULA, QUE VEM RESGATAR A MEDICINA POPULAR. DESDE O TRABALHO DE BENZIMENTOS E CURAS, ATÉ O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS, EM DIVERSAS FORMAS, PARA AJUDAR NO BEM ESTAR DAS PESSOAS. MUITOS DOS NOSSOS ALUNOS NÃO TÊM CONHECIMENTO DESTA MEDICINA, QUE É TÃO ANTIGA, E, TALVEZ QUASE ESQUECIDA.
49
PEÇO QUE RESPONDAM ESTE QUESTIONÁRIO, POIS SUAS RESPOSTAS TERÃO MUITA IMPORTÂNCIA NO DECORRER DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS EM SALA DE AULA, ENRIQUECENDO MAIS OS CONTEÚDOS PARA OS NOSSOS ALUNOS. OBRIGADA.
1) SEU NOME........................................................................................................................................ ..........................................................................................................................................................
2) HÁ QUANTO TEMPO TRABALHA COM BENZIMENTOS?................................................................... .........................................................................................................................................................
3) COM QUEM APRENDEU A TRABALHAR COM BENZIMENTOS OU OUTRO TIPO DE CURA?........... ......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
4) ALGUÉM DA FAMÍLIA TRABALHOU OU TRABALHA COM BENZIMENTOS? (MÃE, PAI, TIO, TIA, AVÓ, AVÔ, OUTRA PESSOA) DURANTE QUANTO TEMPO ESTA PESSOA TRABALHA OU TRABALHOU COM BENZIMENTOS?.................................................................................................. .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
5) PORQUE COMEÇOU A TRABALHAR COM OS BENZIMENTOS E A USAR AS PLANTAS MEDICINAIS? .......................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
6) PARA QUE TIPOS DE MALES SÃO USADOS OS BENZIMENTOS?....................................................... ......................................................................................................................................................... ......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
7) PODE DIZER ALGUMA DAS ORAÇÕES QUE USA PARA OS BENZIMENTOS? (SE PUDER FALAR, NÃO É OBRIGADO)........................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
8) DE ACORDO COM TANTOS BENZIMENTOS REALIZADOS, O QUE MAIS LHE CHAMOU A ATENÇÃO?........................................................................................................................................ .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
9) ATRAVÉS DOS BENZIMENTOS, QUE EXPERIÊNCIA DE VIDA, VOCÊ PODE CITAR.............................. .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
10) QUANDO FOI REALIZADA UMA CURA, TEVE A UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS OU APENAS BENZIMENTOS?................................................................................................................................ ..........................................................................................................................................................
11) QUAIS PLANTAS MEDICINAIS SÃO MAIS INDICADAS, COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA SEUS PACIENTES? ( ) CAMOMILA ( ) HORTELÃ ( ) ESPINHEIRA SANTA ( ) BOLDO
( ) SEMPRE-VIVA ( ) ERVA-DOCE ( ) CALÊNDULA ( )GUACO
( ) CAPIM-LIMÃO ( ) ERVA-CIDREIRA ( ) EUCALIPTO ( ) LOSNA
( ) MANJERONA ( ) QUEBRA-PEDRA ( ) SÁLVIA ( ) ENDRO
( ) OUTRAS
QUAIS?..............................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
50
3.3. Pré-teste
É realizado antes das atividades específicas integradoras. O aluno responderá questões relacionadas à medicina popular, permitindo ao professor questionamentos prévios em relação a medicina popular, o qual ajudará ao professor comparar os conceitos trazidos pelos alunos e a evolução conceitual no decorrer do processo ensino aprendizagem.
Apresenta-se um modelo do instrumento do pré-teste.
3.3.1. Instrumento do pré-teste
RIO AZUL,.......................................................DE 2010.
ALUNO (A):....................................................................................................................Nº........SÉRIE:.........
PRÉ-TESTE
CHEGOU SUA VEZ DE RESPONDER SOBRE A MEDICINA POPULAR. ATRAVÉS DE SUAS RESPOSTAS, INICIAREMOS OS NOSSOS TRABALHOS.
1) O QUE É MEDICINA POPULAR?........................................................................................................ .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
2) QUAL A IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS MEDICINAIS PARA NOSSA VIDA?......................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
3) VOCÊ SABE FAZER CHÁS DE PLANTAS MEDICINAIS? SE SABE, ENTÃO EXPLIQUE COMO SE FAZ CHÁS DE FOLHAS E DE RAÍZES......................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
4) O QUE SÃO FITOTERÁPICOS?........................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
5) QUE CUIDADOS DEVE-SE TER AO COLHER AS PLANTAS A SEREM UTILIZADAS PARA O NOSSO CONSUMO?...................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
6) AS FORMAS DE UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS, SÃO VÁRIAS. QUAIS AS FORMAS QUE PODEMOS FAZER USO DAS PLANTAS MEDICINAIS QUE VOCÊ CONHECE?..................................... .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
7) PARA QUE TIPO DE MALES SÃO USADAS AS PLANTAS MEDICINAIS?.............................................. .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
8) HÁ ALGUM LIVRO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, E É ATRAVÉS DESSE CONHECIMENTOS QUE AS PLANTAS SÃO USADAS EM SUA CASA? CITE O NOME DO LIVRO E O AUTOR.............................................................................................................................................. .......................................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................
9) VOCÊ SABE QUAL A ORIGEM DA MEDICINA POPULAR? QUE POVOS TROUXERAM PARA O BRASIL ESTA MEDICINA?..................................................................................................................
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..........................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................... 10) DAS PLANTAS QUE SEGUEM ABAIXO, QUAIS DELAS SÃO MAIS UTILIZADAS EM SUA CASA?
( ) CAMOMILA ( ) HORTELÃ ( ) ESPINHEIRA SANTA ( ) BOLDO
( ) SEMPRE-VIVA ( ) ERVA-DOCE ( ) CALÊNDULA ( )GUACO
( ) CAPIM-LIMÃO ( ) ERVA-CIDREIRA ( ) EUCALIPTO ( ) LOSNA
( ) MANJERONA ( ) QUEBRA-PEDRA ( ) SÁLVIA ( ) ENDRO
( ) OUTRAS
QUAIS?..............................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
3.4. Exposição oral do conteúdo
Sugere-se que o professor inicie seu trabalho, mostrando ao aluno um
mapa conceitual do planejamento de conteúdo. O objetivo desta ação é situar o
aluno a partir desse organizador prévio e iniciar um primeiro contato do aluno
com o instrumento. A seguir encontram-se exemplos de mapas conceituais
(figuras 78, 79, 80 e 81) de planejamento do tema a ser abordado.
Através da exposição oral, o aluno terá um conhecimento adequado
sobre a utilização da medicina popular, do trabalho das benzedeiras e
curandeiras das plantas medicinais e interagindo com aquilo que ele trouxe do
conhecimento empírico.
Além da exposição oral do conteúdo, será utilizada a TV pendrive, fotos
(do acervo da autora), mapas conceituais, técnica dos botões, botões, folhas
de plantas medicinais, questionários, vídeos de aprofundamento para fazer
com que o aluno realmente tenha meios de aperfeiçoar seu aprendizado,
também os conteúdos em forma de slides conforme figuras de 02 a 25.
3.5. Técnica dos botões
Objetivo de organizar previamente a compreensão de conceitos
fundamentais (semelhanças, diferenças e referências) para a compreensão de
conceitos superiores ( Stange,2009), sabendo distinguir conceitos e definições.
Segue em anexo.
Após o uso da Técnica dos Botões, o aluno terá instruções de como
fazer a coleta de folhas de plantas medicinais, ficando a critério do professor
combinar com os alunos que plantas serão escolhidas para o exercício, para
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aplicar a técnica dos botões, trocando os botões por folhas, diagnosticando se
o aluno aprendeu a técnica. Encontram-se nas figuras de 26 até 53.
Figura 26
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Figura 53
3.6. Coleta de material
Depois de desenvolvida a Técnica dos Botões (com botões), o aluno irá
desenvolver a técnica com as folhas de plantas. Através da coleta de plantas
medicinais, o aluno começa a identificá-las, e complementará seu aprendizado
no decorrer da realização das atividades propostas, bem como a Técnica dos
Botões e de Mapas Conceituais. Apresentam-se slides que mostra ao
professor, como desenvolver a técnica dos botões, utilizando folhas de plantas
medicinais, que segue a partir da figura 54 até 78.
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Figura 78
3.7. Mapas Conceituais
Utilizados para relacionar conceitos abordados nas aulas, dando novos
significados, facilitando o entendimento do conteúdo proposto, interagindo o
aluno com o mundo, promovendo a imaginação, a curiosidade, a exploração e
o interesse nas atividades.
De acordo com as Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008) esses
recursos são instrumentos potencialmente significativos em sala de aula
porque se fundamentam na aprendizagem significativa e subsidiam o professor
em seu trabalho com o conteúdo científico escolar, porque são compostos por
elementos extraídos da observação, das atividades experimentais, das
relações contextuais e interdisciplinares, entre outros.
Sugere-se que o professor instrua os alunos como construir Mapas
Conceituais, para que eles também possam organizar seus próprios mapas e o
professor possa avaliá-los de tal forma a perceber qual foi o nível de
compreensão dos aprendizes e, se achar necessário, rever o conteúdo.
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Apresentam-se exemplos de Mapas Conceituais, referente às plantas
medicinais, da figura 78 até 81.
Figura 78
Figura 79
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3.8. Testemunho de pessoas ligadas à medicina popular
Após ter trabalhado o conteúdo e as técnicas com os alunos, serão
convidadas algumas benzedeiras e curandeiras para dar seu testemunho, em
sala de aula, sobre o conhecimento empírico que elas trazem e trabalham com
benzimentos. Os alunos questionarão através de perguntas elaboradas por
eles. Trazemos para sala de aula um pouco mais da medicina popular, a forma
de trabalhar e sanar curiosidades trazidas pelos alunos.
3.9. Pós-teste
Tem como objetivo avaliar.
De acordo com Moreira (1999), o professor antes de iniciar os seus
trabalhos em sala deve usar de mecanismos para investigar o que o aluno já
sabe. Desse modo uma das formas de realizar essa investigação é a aplicação
do pré e pós-teste. O pós-teste deve ser realizado, utilizando-se das mesmas
questões do pré-teste. O professor deve, ao final dos trabalhos, aplicar um pós-
teste cujo objetivo é observar se houve realmente mudanças conceituais
significativas em relação ao conhecimento da medicina popular.
Sugere-se que o instrumento utilizado nesse momento seja o mesmo do
pré-teste, para que seja preservado o critério de observação.
3.10. Considerações Finais
Mudanças e inovações no fenômeno educativo são necessárias para
que possamos acompanhar os avanços e evoluções da humanidade. A sala de
aula e seus autores não podem estar alheios a essas transformações. Assim
sendo pretende-se que este material possa dar um respaldo eficiente, na
apropriação do conhecimento de um modo significativo para o aluno, quando
bem administrado pelo professor.
O estudo e a aplicação deste trabalho foram realizados para abordar e
aprimorar conteúdos básicos e propor aos colegas docentes, um material de
apoio em sala de aula, que constará de uma estrutura teórica e sugestões de
como conciliar esse aporte teórico com as atividades que estão propostas
nesse material.
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Assim de forma considerável buscou-se a elaboração desta Unidade
Didática composta de materiais didáticos como Mapas Conceituais, Técnica
dos Botões, além do histórico da medicina popular em que se atém ao tema do
trabalho, uma linguagem científica e de simples apropriação aos docentes que
atuam no Ensino Fundamental.
Ao considerar que os livros didáticos propostos pelos autores de hoje
tornam-se muito maçantes, ou melhor, a maioria não aborda este conteúdo tão
importante para a saúde, levando o professor a atuar como transmissor desse
conhecimento pronto e acabado, o que não traz possibilidade de apropriação
desses conhecimentos e nem tanto faz interação do aluno-conteúdo-realidade,
sendo este o verdadeiro papel do professor.
Espera-se que haja uma ligação e troca de informações entre o
professor e o aluno centralizado no repasse e na devolução dessas
informações com aprofundamento e novas descobertas científicas, pois a
abordagem de forma coerente com as atividades propostas levará os docentes
e alunos a desencadearem um novo olhar pela educação e o despertar para
aquisição e apropriação do conhecimento, visando o interesse e o
complemento daquilo que pensamos que ficou a desejar pelos autores dos
livros didáticos, enriquecendo assim as nossas aulas, com uma participação de
forma mais concreta no processo ensino-aprendizagem de Ciências.
3.11. REFERÊNCIAS:
ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino de (1994). “Uso de plantas e a concepção de doença e cura nos cultos afro-brasileiros” In: Ver. Ciência & Trópico vol 22, nº2: 197-210 Recife. ANDERY, M.ª; MICHELETTO, N; SERIO, T. M. P. [et al]. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 14ª ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, 2004. ARAÚJO, Alceu Maynard de. Escorço do Folclore de uma Comunidade. Medicina Rústica., in Revista do Arquivo Municipal CLXVII, 166-168, São Paulo, 1962. Disponível em: abril/2009 www.terrabrasileira.net/folclore/.../medicina.html BIAZZI, Eliza. O Maravilhoso poder das Plantas. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí-SP .2002. BRÜNING, Jaime. A Saúde brota da Natureza. Educa, 1985. Curitiba-Paraná. BRÜNING, Jaime. A saúde brota da natureza./ Jaime Brüning. Curitiba: 22ª edição. Expoente, 2000.
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