20
Ano 87 - Nº 23.621 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h45 www.dcomercio.com.br São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2012 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 6 2 1 HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 14º C. AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 15º C. Após três anos, dólar ultrapassa a 'barreira' de R$ 1,95. Moeda teve alta de 1,3%, chegando a R$ 1,962. Em 30 dias, ela acumula 8% de crescimento. Pág. 16 A REFORMA DOS LORDES Membros da Câmara dos Lordes serão eleitos e não mais nomeados, propôs Elizabeth II, ao defender ampla reforma econômica ao país. Pág.8 Serra nas alturas no 1º Ibope Mas o levantamento também mostra que o tucano tem uma rejeição de 35%, maior do que o porcentual de apoio. Pág.7 Grupo de Cachoeira agia como metástase Assim o delegado da PF Raul Souza descreveu o esquema de jogos montado pelo bicheiro. Souza disse que apareceram conversas com políticos e que o MPF foi informado em 2009. Ontem, Collor acusou Gurgel de não querer depor na CPI. Para o procurador, os ataques visam atrapalhar investigações e o júri do Mensalão. Págs.5e6 MENSALÃO STF começa a preparar o julgamento Ministros decidiram que procurador- geral terá cinco horas para apresentar denúncia contra 38 réus. Pág.7 CELSO DANIEL Cinco acusados sentam hoje no banco dos réus Respondem pela morte do prefeito de Santo André. Ele teria sido executado por discordar de esquema de corrupção. Pág.7 Inflação sobe. Tanto faz o índice. IPCA, IGP-DI, ICV... todos para cima. Antes, o governo subia juro para conter o 'dragão'. Pág. 11 Juros ao consumidor em queda Para empresas, custo médio do crédito é o menor desde dezembro de 2009. Pág. 13 Demóstenes: adeus ao sigilo bancário. Quebra foi pedida pelo relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha. Pág. 6 Dida Sampaio/AE Hoje: Guia Procon Parceiro A informação que evita conflito entre comerciante e consumidor. Pág. 17 Cadastro Positivo já! Ele aumenta a qualidade da concessão de crédito frente à inadimplência crescente. Pág. 15 Reuters

DC 10/05/2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Diário do Comércio

Citation preview

Page 1: DC 10/05/2012

������

������� ���

��������������

��������������

�����

������ ������������

������� ���!�������

"�#�����������$���

���������� �������%�

������&�������%�

�'� (� )� '� *� ��

Ano 87 - Nº 23.621 Jornal do empreendedorR$ 1,40

Conclusão: 23h45 www.dcomercio.com.br São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2012

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23621

HOJEParcialmente nublado

Máxima 26º C. Mínima 14º C.

AMANHÃParcialmente nublado

Máxima 27º C. Mínima 15º C.

Após três anos, dólarultrapassa a 'barreira'

de R$ 1,95.Moeda teve alta de 1,3%, chegando a R$ 1,962. Em

30 dias, ela acumula 8% de crescimento. Pág. 16

A REFORMA DOS LORDESMembros da Câmara dosLordes serão eleitos e nãomais nomeados, propôsElizabeth II, ao defenderampla reformaeconômica ao país. Pág. 8

Serranas alturas no

1º IbopeMas o levantamento tambémmostra que o tucano tem uma

rejeição de 35%, maior do que oporcentual de apoio. Pág. 7

Grupo deCachoeira agia

como metástaseAssim o delegado da PF Raul Souza

descreveu o esquema de jogos montado pelobicheiro. Souza disse que apareceram

conversas com políticos e que o MPF foiinformado em 2009. Ontem, Collor acusouGurgel de não querer depor na CPI. Para oprocurador, os ataques visam atrapalhar

investigações e o júri do Mensalão. Págs. 5 e 6

MENSALÃOSTF começa a

prepararo julgamento

Ministros decidiram que procurador-geral terá cinco horas para apresentar

denúncia contra 38 réus. Pág. 7

CELSO DANIELCinco acusados

sentam hojeno banco dos réusRespondem pela morte do prefeito de

Santo André. Ele teria sido executado pordiscordar de esquema de corrupção. Pág. 7

Inflaçãosobe. Tantofaz o índice.IPCA, IGP-DI, ICV... todos

para cima. Antes, ogoverno subia juro para

conter o 'dragão'. Pág. 11

Juros aoconsumidorem quedaPara empresas, customédio do crédito é o

menor desde dezembrode 2009. P á g. 13

Demóstenes:adeus ao sigilobancár io.Quebra foi pedida pelorelator da CPI doCacho eira,deputadoO dairCu n h a .Pág. 6

Did

a Sa

mpa

io/A

E

Hoje: GuiaProcon Parceiro

A informação que evita conflito entrecomerciante e consumidor. P á g. 17

CadastroPositivo já!Ele aumenta a qualidadeda concessão de créditofrente à inadimplênciacrescente. Pág. 15

Reuters

Page 2: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Ed i to r - Ch e fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann ([email protected]), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio. com .br ),chicolelis ([email protected]), Estela Cangerana ([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]),Luiz Octavio Lima ([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected])Editor de Fotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Fernando Porto ([email protected]), RicardoRibas ([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]) Subeditores: Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David,Darlene Delello, Eliana Haberli e Evelyn Schulke Repórter Especial: Kleber Gutierrez ([email protected]), . Repór teres:André de Almeida,Fátima Lourenço, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cu n h a ,Rafael Nardini, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e WladimirM iranda.

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São PauloPABX (011) 3244-3737 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046, (011) 3244-3983

HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL a c s p @ a c s p. co m . b r

Gerente Executiva e de Publicidade Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Folhapress, Efe e Reute r s I m p re s s ã o OESP GRÁFICA S/AAs s i n at u ra s Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

FALE CONOSCOE-mail para Cartas: [email protected] E-mail para Pautas: e d i to r @ d co m e rc i o. co m . b r

E-mail para Imagens : d co m e rc i o @ a c s p. co m . b r E-mail para Assinantes: circulac [email protected] Legal: 3244-3175. Fax 3244-3123 E-mail: l e g a l d c @ d co m e rc i o. co m . b r

Publicidade Comercial: 3244-3197, 3244-3983, Fax 3244-3894Central de Relacionamento e Assinaturas: 3244-3544, 3244-3176 , Fax 3244-3355

opinião

Reuters

Será da capacidade de Putin de conviver com as novas lideranças que dependerá a manutenção da estabilidade na Rússia.Roberto Fendt

Putin e anova Europa

ROBERTO

FENDT

Em seus mandatosanteriores, o senhor

Vladimir Putinconstruiu

um círculo derelacionamentospessoais com osprincipais atores

políticos docontinente.

Vladimir Putin foi ree-leito e tomou possecomo quarto presi-dente da República

Russa na segunda-feira, quan-do o noticiário estava tomadopelos resultados das eleiçõespresidenciais na França e parla-mentares na Grécia.

Na Europa, a reeleição deum presidente está se tornan-do uma exceção, como mos-traram os eleitores franceses;a revolta dos eleitores derru-bou também as maiorias go-vernantes na Grécia e na Ho-landa. Os resultados das elei-ções regionais na Alemanhatambém não estão favorecen-do a coalizão da chanceler An-gela Merkel. Como o senhorPutin levará adiante a sua es-tratégia de ressurgimento daRússia diante da nova realida-de política europeia?

Em seus mandatos anterio-res – como presidente, entre2000 e 2008, e como primei-ro-ministro, de 2008 a 2012 –o senhor Putin construiu umcírculo de relacionamentospessoais com os principaisatores políticos do continen-te. Tratava-se de transformarem estável e seguro um paísquebrado, fraco e caótico quehavia recebido após a renún-cia de Boris Yeltsin.

Não se tratava de tarefa tri-vial. A República Russa é nãosomente o maior país em ex-tensão como tem em várias desuas fronteiras áreas de con-f l i to que potencialmenteameaçam sua segurança. In-ternamente, a implosão do po-dre regime comunista tam-bém não favorecia a consoli-

dação de uma maioria favorá-vel às reformas implantadasem seu primeiro governo.

Talvez o presidente Putin ti-vesse em mente a experiên-cia do Império Britânico de li-dar com as potências do con-tinente europeu no período1871-1914 ao formular a suaestratégia de relacionamen-to com os principais países aoeste da República Russa.

Entre 1871 e 1914, a polí-tica do Reino Unido – en-tão o maior império do

mundo – buscou impedir quequalquer nação se tornasseforte o suficiente no continen-te europeu a ponto de amea-çar a sua segurança.

Os riscos que a expansãofrancesa opunham ao ImpérioBritânico na Ásia e na África le-vou a uma aproximação britâ-nica com a Rússia tzarista.Mais tarde, quando a Alema-nha do kaiser Guilherme II ini-ciou seu programa de constru-ção naval, percebido comoameaça potencial à marinhabritânica, então a maior domundo, aproximou a Grã-Bre-tanha da França.

O senhor Putin percebeu,corretamente, que a Repúbli-ca Russa não poderia persistirna política imperial da extinta

União Soviética. Não havia re-cursos para tal. Foi essa in-compatibilidade entre os re-cursos disponíveis e as ambi-ções imperiais que implodira aUnião Soviética e levado aofim do Império Britânico.

A estabilidade e a segurançada Rússia dependiam e depen-dem de um relacionamentoamistoso como seus vizinhosrelevantes no ocidente. A op-ção de um relacionamento es-treito com a Grã-Bretanha nãoestava disponível, pelo tradi-cional relacionamento muitoestreito e pela aliança dessepaís com os Estados Unidos.

Omesmo não ocorrianem ocorre com ostrês países mais im-

portantes da Europa conti-nental: Alemanha, França eItália. A estratégia de Putincom esses países baseou-seem um relacionamento pes-soal com seus dirigentes.

Não importava muito a filia-ção partidária desses dirigen-tes. Com o então chanceler so-c i a l - d e m o c r a t a a l e m ã oGehard Schröder estabeleceuum íntimo relacionamento,que culminou, após a quedado gabinete social-democra-ta, com a aceitação por Schrö-der de uma posição na estatal

russa de energia Gazprom.Aproximou-se também pes-

soalmente do presidente fran-cês Jacques Chirac, eleito pelaUnião por um Movimento Po-pular, partido de tendênciaconservadora, democrata-cristã e gaulista especialmen-te criado para a sua eleição.Não menos bem sucedida foisua aproximação com o entãoprimeiro-ministro italiano Síl-vio Berlusconi, de quem tor-nou-se amigo pessoal.

Com essa teia de rela-ções, o presidente Putinfoi capaz, em seu pri-

meiro mandato, de minimizaros possíveis impactos negati-vos da política de envolvimen-to da República Rússia pelaOtan (Organização do Tratadodo Atlântico Norte).

Muitos questionam hojequais são as opções abertas aVladimir Putin na nova Europasocial-democrata que está aemergir da crise da dívida euro-peia. Essa nova social-demo-cracia pretende a todo customantero Estadode"bem-estarsocial" que faliu em toda parte.Ela tem por companhia, por oraminoritária, as diversas tendên-cias neonazistas, xenófobas enacionalistas extremadas.

Será da capacidade de Vla-dimir Putin de conviver com asnovas lideranças que emer-gem que dependerá a manu-tenção da estabilidade inter-na na República Russa – as-sunto de interesse de todos,para a manutenção da paz nocenário internacional.

RO B E RTO FENDT É E C O N O M I S TA

ARISTÓTELES

DRUMMOND

VELHO CONTINENTEAMEAÇADO

A eleiçãode uminexperientepolítico deesquerda naFrançarepresentou oagravamentoda crise naUnião Europeia

AFrança fez umajogada arriscada aoentregar o governo

à contestação da políticade austeridade que vinhasustentando, junto com aAlemanha, para a soluçãoda crise que envolve amaioria dos paísesmembros da UniãoEuropeia. Um eleitoradocom um terço de eleitoresfranceses de primeirageração, com o abandonode uma tradição deequilíbrio e cultura, e afalta de uma liderançaforte permitiram essesalto no escuro, derepercussão mundial.

A eleição de uminexperiente político deesquerda representou oagravamento da crise naUnião Europeia, um riscosério para o Euro e arecuperação do bloco,que vive umainstabilidade com base noendividamento excessivodos governos. A crise épolítica e tem origem nosanos "loucos" desocialistas, distribuindo oque não tinham emPortugal, Espanha, Gréciae outros países. Prova estáque as empresas estão,em geral, lucrativas e aAlemanha vive um bommomento, no emprego ena produção. Mas, comose sabe, soube fazerreformas com coragem edeterminação. E com umaformidável líder à frentede seu governo, que nosreporta a outra grandeestadista europeia, asra. Thatcher, a quemo mundo tanto deve.

Este ano é rico emeleições. Os

resultados terão impactonas crises e nagovernabilidade, podendogerar um mal estarinternacional. O Egito,que era fator deestabilidade no OrienteMédio, está dividido emgrupos radicais. E o queresta de confiança no paísse deve aos seusmilitares, equilibrados,moderados e unidos.

A ordem é fatorindispensável paraqualquer avançoeconômico e social. E aordem pública andaafetada pela fragilidadedemonstrada pelosgovernos diante demanifestações deinconformados com aconta a ser paga. Faltacoragem aos governos,e em parte do altoempresariado europeu,em alertar a populaçãoeleitora para os perigos deum salto no escuro, umaaventura em meio àtempestade. E quem paga

a conta sempre é a partemais fraca. Venezuela eArgentina, comdesabastecimento, sãoprovas evidentes. Quempode já está em Miami,esperando a chuvapassar. A Argentina seconstituirá em graveproblema para o Brasil,dada a dimensão dasrelações bilaterais.

Faltam líderes. Portugalrevela uma grandepersonalidade em seuprimeiro-ministro eparece ser o país maisadiantado nas reformasnecessárias. Precisasaber enfrentar ogrevismo selvagem,descontando dias epunindo atos devandalismo com rigor.Entre os grandes,fundadores da UE,apenas a Alemanhatem uma líder, mas quevem enfrentandodificuldades eleitorais .

Operigo à paz naEuropa, e no mundo

em geral, não é maisentre nações. Está,principalmente, nosproblemas internos,frutos de sementesplantadas há décadas naalma popular, com baseem ressentimentossociais e até mesmoraciais. Espanha e Françasofrem com altas taxas dedesemprego muito pelopolítica liberal quepermitiu a entrada demilhões de trabalhadoresilegais, logo acolhidosdemagogicamente e comdireito a voto. O resultadona França definirá osrumos da crise este ano,que é crítico, como sesabe. Não foi apenas umaderrota do centrodemocrático, cristão ecapitalista, mas umavitória da nova França,socialista e muçulmana.

ARISTÓTELES DRU M M O N D

É J O R N A L I S TA E VICE-PRESIDENTE

DA ASSOCIAÇÃO CO M E RC I A L

DO RIO DE JA N E I RO.ARI.D RU M M O N D @YA H O O.CO M .BR

Page 3: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião O P R E T Ó R I O E X C E L S O " I N V E N T O U " , S E M C O R A R , O R A C I S M O L E G A L .

OLAVO DE

CARVALHO

DIÁLOGO NO ELEVADOR

Tudo no mundo tem um preço:quem vive de poses e fingimentos

sempre acaba, mais dia,menos dia, dando com a línguanos dentes, exibindo aquilo que

mais desejaria ocultar.

Sobre a reservade cotas e adecisão do STFNão é a primeira vez

que o Supremo Tri-bunal Federal su-cumbe numa tese

do governo, eminentementepopulista. Começa-se a pen-sar até que a nomeação dosMinistros pelo Chefe do Execu-tivo tem causado deletériosefeitos. Qual a claridade queos cegou? Na prática, não hánada mais parcial que a ditaimparcialidade dos julgado-res. Um dos nossos grandescronistas afiançou que deve-mos trocar de povo. Penso ocontrário, nosso povo é heroi-co em suportar afrontas aobom senso e "os príncipes f a-zem muito bem, quando nãofazem mal"– admoesta Mon-taigne. Há que trocar de Elite.E seria preciso trocar de Su-premo? No caso de o Supremonão ser mais o guardião da De-mocracia, sustentada e ungi-da pela Carta Magna. Mas,apesar das controvertidas de-cisões que se amontoam, sa-bemos que sua inexistêncianos colocaria num caos aindamaior. E o que o Supremo, tal-vez na "torre de marfim" digi-tal, longe do contacto terres-tre, não se tenha dado conta éde que não tem poder consti-tu inte , avançando nos seus li-mites, ao perder legitimidademoral, reformando ou se so-brepondo à Constituição, emarestos que atingem a cidada-nia. E o estranho é que revolveo passado sem remorso, comose dono dele fosse, sem vali-mento ao sábio conselho deMachado: "Os mortos ficambem onde caem". Nem se re-menda odres novos com pa-nos velhos, para não dizer, se-culares. E a indagação não é sóminha, há de ser de todos osque ouviram na posse do novoPresidente do Supremo o dis-

curso de louvaçãoà Lei Maior, só queneste transe, co-mo cego em tiro-teio, não se sabebem qual seja ela.Porque ali se lê quenão há diferençade cor, sexo, religião. ("Todossão iguais perante a lei, semdistinção de qualquer nature-za" – art. 5). E o mesmo dispo-sitivo, no inc. XLII, adverte : "Aprática de racismoconstitui cri-me inafiançável e imprescrití-vel". E nos votos dos eminen-tes Ministros se lê : nas institui-ções públicas de ensino supe-rior, por promoção racial, (seriauma contradictio in terminis?)vige a superioridade dos ne-gros sobre os brancos, no quetange à reserva de 20% de va-gas no ensino superior .

Em face disso: 1) A "nação deafrodescendentes", segundoo Pretório Excelso, seria infe-rior intelectualmente àdos brancos (no que nãocreio) e precisa deste"empurrão" legal para oacesso à universidade; 2)Os afrodescendentes hojeperfazem, ao avesso, a novaraça ariana, com luminoso ealentado privilégio na entra-da triunfal do ensino superior,sobre os brancos; 3) Os índios,que foram os primeiros habi-tantes do Brasil continuamem constante inferioridade [oespetáculo do guarani ArajuSepeti (o heroico Sepé Tiarajudas Missões?) na melancólicasessão do Supremo foi umprotesto, como o do seu povo,simbolicamente retirado àforça, da pátria e da civiliza-ção]; 4) Não se podendo des-lembrar o que o Ministro Gil-mar Mendes, acertadamente,apontou como defeito no pro-grama de cotas, especialmen-

te a existência do "tribunal ra-cial", comissão que "desco-bre" se o candidato é de fatonegro; 5) O Ministro RicardoLewandowski, relator deste"desastre" jurídico, afiançouque "a preponderância da 'ra-ça' nas leis seria forma de ex-tirpar o racismo". Como se ainoculação de veneno letaltrouxesse a extinção do vene-no. Jamais: sem o competenteantídoto, envenenará todo osistema; 6) Tem razão em re-cente artigo no O Globo, a an-tropóloga Yvonne Maggie: adecisão do Supremo do dia 26de abril de 2012 fará esta Cor-

te entrar para a história comoaquela que advogou pelo Es-tado Racial no País, ficando aseparação dos cidadãos umcaminho sem volta. Sim, dian-te de nossos olhos atônitos, oPretório Excelso " inventou",sem corar, o racismo legal a fa-vor da negritude contra amaioria branca. E mais. NumPaís que tem superado o pre-conceito (tanto que há um ilus-tre integrante negro no Supre-mo), o nobre Ministro Presi-dente chegou a se gabar deque "os brancos, em matériade discriminação, nunca preci-saram de Constituição". Nem

os negros porque já estavam lá(no aludido art. 5, inc. XLII), ain-da protegidos pela Lei AfonsoArinos. Agora, são os brancos queterão que lutar pela futura igualda-de racial, transformados, para oacesso na universidade, em se-res inferiores, sem a possibili-dade de siderais e benevolen-tes cotas. A esses, a porta da in-teligência e do conhecimento eàqueles, a porta larga da raça.

Lúcido é o testemunho do Dr.José Roberto Militão, negro eadvogado, publicado em jornalbandeirante (Folha de S.Paulo,07/04/2012): "Lamentável es-sa decisão do Supremo. Quem

perdeu a vaga na universidadepública por causa da cor vai sesentir como? Isso gera uma esca-lada de racismo". E há outro de-poimento de Giovanne Pasqua-lito Fialho, no mesmo jornal,que entrou com ação na Justiçae é pardo: "As cotas não são umapolítica saudável, mudando oreal contexto do vestibular, queé uma competição intelectual".

Sim, é lastimável essa de-cisão do Supremo, comoo foi o inditoso julgamen-

to a favor do aborto, que violoudireitos fundamentais. Deve-ria, sim, cuidar mais dos seusprocessos em pauta, algunsque dormem há 20 anos semdecisório, sob o critério pes-soal e imprevisível dos relato-res. A demora – que não se ex-plica – cai sempre sobre a talde "pedra de Sísifo", ou sobre-carga da Corte. E que a paz en-tre os pares e a devida humil-dade e descrição, apanágio de

CARLOS

NEJAR

Um grande cronistasafiançou que devemostrocar de povo. Penso ocontrário, nosso povo é

heroico em suportarafrontas ao bom senso.

Seria ótimo se o sr.Rodrigo Constantino,antes de dar lições ao

mundo, aprendesse agramática do idioma em queescreve. "O 'filósofo' Olavo deCarvalho – diz ele – dedicouseu espaço inteiro no Diáriodo Comércio à minha pessoa.Como não o dou a mesmaimportância, não pretendorespondê-lo em meu preciosoespaço de O Globo" etc. etc.

"Olavo de Carvalho", nafrase, é objeto indireto,requerendo, portanto, opronome indireto – "não lhedou a mesma importância".Provando que não cometeu amancada por distração, maspor genuínodesconhecimento daconcordância pronominal,o autor do trecho reincideno erro já na oração seguinte:"Não pretendo respondê-lo",em vez de "responder-lhe".Se a coisa fosse em O Globo,uma providencial editoriade texto salvaria em tempoa reputação do articulista,que, no seu blog pessoal,sofre as consequênciasfatais de ser deixada aoscuidados dele próprio.

Após esse começo triunfal,o sr. Constantino volta àostentação de importância,jurando que mal tem tempode prestar atenção à minhainsignificante pessoa. Noinstante em que escreviaisso, ele não sabia que essaafetação de superiorindiferença já estavadesmascarada, no meu

programa de rádio, pelasua confissão de estarescrevendo não um pobreartigo, mas um romanceinteiro no qual constocomo personagem, sob onome de "Otávio deRamalho". Sabendo-se quea criação romanesca exigemuito mais profundoenvolvimento emocional doautor do que a redação velozde um artigo de jornal, não écurioso que o sujeitinhoindigno de um fugaz olharjornalístico seja alvo de tãolisonjeira atenção literária?

Tudo no mundo tem umpreço: quem vive de

poses e fingimentos sempreacaba, mais dia, menos dia,dando com a língua nosdentes, exibindo aquilo quemais desejaria ocultar.

Em seguida, o sr.Constantino revela uma vezmais sua completaignorância das regraselementares daargumentação e da prova aoalegar que a dedução quetirei de uma afirmação sua(no Youtube) é "um reductioad absurdum". Em primeiro

lugar, ele não deveria usarexpressões latinas se nãosabe latim. Ostentaçãosempre termina em vexame.Reductio é feminino, portantodeve-se escrever "umareductio" e não "um reductio".Em segundo lugar, a reductioad absurdum consiste em irtirando, de uma afirmação,consequências cada vez maisamplas e mais remotas atéchegar a alguma que seja oupareça absurda. Foi issoprecisamente o que não fizcom a sentença do sr.Constantino. Não o fiz e atéadverti explicitamenteque não se deve fazer.O que fiz foi extrair dela aconsequência mais imediata,exigida incontornavelmentepelo próprio enunciado dasentença. O sr. Constantino,com toda a evidência, não

sabe o que é reductio adabsurdum, termo que elemal lambeu numa leituraapressada dos meuscomentários aSchopenhauer e saiu usandopara parecer bonito.

Vejamos. O sr.Constantino defende a

legalização do aborto combase no argumento de que ofeto não é humano desde aconcepção. O que extraí daífoi a consequência óbvia deque, se o feto não éreconhecido como humanopor natureza, portantodesde a concepção, alguémterá de decidir qual oinstante em que ele se tornahumano, e essa decisão,para ter valor legalobrigante, só poderá sertomada pelo Estado. Logo,de maneira imediata eincontornável, o argumentodo sr. Constantino dava aoEstado a prerrogativa deconceder ou negar aosnascituros o estatuto deseres humanos.

Não há aí nenhumareductio ad absurdum, pelofato mesmo de que essaconsequência, em si, não é

absurda, nem eu jamais disseque fosse. Ela é apenas difícilde justificar desde o pontode vista liberal que é o dosr. Constantino, pois comolutar pela redução do poderdo Estado quando se concedea ele uma prerrogativa tãoalta, e de tão vastasconsequências, como a deseparar, entre os filhos deseres humanos, os quemerecem e os que nãomerecem ser tratados comoseres humanos?

Ao revoltar-se contraessa conclusão, bradandoque a "coloquei na sua boca",o sr. Constantino revelounão compreender asimplicações mais óbvias epatentes do que diz. Pegode calças na mão, ele semela num ridículo maiorainda com uma deplorávelexibição de inépciagramatical e falsa cultura.

Por fim, provandonovamente que não sabe

mesmo o que é reductio adabsurdum, ele próprio, apóstê-la condenado comodesonesto recurso deerística, lança mão dela porsua vez, sem nem em sonhosperceber que o faz, aoproclamar que minhaoposição ao poder estatalde decretar o começo davida humana, se levada àssuas últimas consequências,terminará por negarao Estado todo direito decobrar impostos.

Compreende-se que a um

debatedor tão pobre deinstrumentos intelectuaisnão reste muita saída senãoapelar, em desespero, àafetação de desprezosuperior e, é claro, àsinfalíveis aspas pejorativas.

Da minha parte, nãome considero

suficientemente importantepara negar atenção ao sr.Constantino ou a quem querque seja. Meu compromissojornalístico, de analisar oestado mental das classesinfluentes com base naspalavras de seusrepresentantes, exige queeu fale de pessoas que,justamente por sua inépciapresunçosa, se tornamrepresentativas do estadode debacle cultural quedesejo expor. Quando mecriticam por dar atenção aquem não merece, respondocom o episódio em que seencontraram no elevador doEstadão dois articulistascélebres, um comunista, ooutro conservador,respectivamente MiguelUrbano Rodrigues e LenildoTabosa Pessoa. Lenildoentrou e saudou o colega:

– Bom dia!Miguel Urbano, azedo,

retrucou:– Não cumprimento f. da p.Lenildo não pestanejou:– Pois é. Mas eu

cumprimento.

OL AVO DE CA RVA L H O É E N S A Í S TA ,J O R N A L I S TA E P RO F E S S O R DE FI LO S O F I A

tantos juristas "principais",que marcaram sua passagemnaquele espaço judicial, des-çam como orvalho sobre o Pre-tório Excelso e busque menosem "inventar", ou aparecerpara o rumor público, menosem abraçar teses governa-mentais (esperemos pela de-longa do tempo o que sucede-rá no julgamento do Mensa-lão!), e mais em atingir o alvo,que é a realização da justiça,que para Emily Dickinson "ésublime e se eleva sobre as ar-mas e a linhagem".

CA R LO S NEJAR É DA

AC ADEMIA BR ASILEIR A DE LETR AS E DA

AC ADEMIA BR ASILEIR A DE FI LO S O F I A .

Page 4: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 20124 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

CHARGE DO DIAQuase degolado333 A banca brasileira tratou de garantir a DilmaRousseff que a frase do economista-chefe daFebraban, Rubens Sardenberg (“Você podelevar um cavalo à beira do rio, mas não podeobrigá-lo a beber água”) não representa opensamento da entidade. Alguns peso-pesadosdos bancos nacionais chegaram mesmo a

telefonar ao Planalto, desculpando-se diante da Chefe do Governo. Eaté ofereceram a cabeça de Murilo Portugal, presidente da Febraban,que teria tido conhecimento da artilharia de Sardenberg com a devidaantecedência. A idéia de degolar Portugal – e nem poderia ser diferente– foi do ministro Guido Mantega, que não suporta o executivo daFebraban. A presidente mandou avisar que não seria necessário.

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 A intenção de venda da Deltapara o grupo JBS-Friboi, de Goiás,envolvendo 80% da empreiteira deFernando Cavendish, que perderiao controle, é salvar a construtora

que tem R$ 7 bilhões em contratos e possui 330 obras no governofederal (fora nos Estados), que poderiam ser canceladas (a maiorparte são da Copa 2014 e do PAC). A JBS é a maior empresa decarne bovina em capacidade de abate no mundo (47 mil cabeças/dia) e maior multinacional brasileira de alimentos, empregando 40mil pessoas em todo o planeta. O BNDES já enfiou lá cerca deR$ 10 bilhões e detém 31% do capital da companhia. Em 2008, aOperação Santa Tereza da Polícia Federal descobriu uma quadrilhaque operava na intermediação de empréstimos junto ao BNDES– e entre os supostos envolvidos estaria o grupo JBS/Friboi.

De lupana venda

333 Miuccia Prada (na primeirafoto à esquerda) era responsávelpor uma das duas grandesmostras de moda (a outra era deElsa Schiaparelli) da noite de gala

do Metropolitan Museum, em Nova York e depois, emendoucom outra festa, reunindo famosos de todas as áreas. Entretantos, da segunda foto à esquerda para a direta, estavamJustin Timberlake e Jessica Biel, Natalia Vodianova e oveterano Valentino, Cameron Diaz e Eva Mendes.

Miuccia,after-party

Em boaforma

333 As revistas brasileirasdedicadas a saúde, beleza,ginástica, dietas e alternativasvárias para manter a boa formadas famosas transformaram-se

igualmente em vitrines onde estrelas e candidatas ao estreladoesmeram-se em exibir suas curvas com pouca roupa. Nessesdias, tem Carol Castro, de Amor Eterno Amor, na capa deShape, exibindo até tatuagem (esquerda); ao centro, a novaintegrante do Casseta & Planeta Vai Fundo, Maria Melilo, emPlástica & Beleza (ela turbinou o busto com 240 ml de cadalado); e Giovanna Antonelli, 36 anos e três filhos, está emBoa Forma (direita) e volta a TV em Salve Jorge.

Carlos Cachoeira já estava no terceiro nível do crime organizado.Começava a investir em negócios legais.

IN OUTh

h

Dieta sem carboidratos. Dieta com anfetaminas.

MAIS: agora, André Estevesabriu nova frente comprando30% da Bodytech, rede deacademias de do cariocaAlexandre Accioly.

MISTURA FINA

Maridode fora333 O advogado Antonio Carlosde Almeida Castro, o Kakay,pedirá na justiça que as fotosíntimas de Carolina Dieckmanque vazaram na internet sejamretiradas do ar. Não é umaoperação que seja concluídarapidamente, devido às diversasalternativas que funcionam naweb. Nos circuitos do showbiz,até agora, ninguém sabe osmotivos que levaram o maridode Carolina Dieckman, TiagoWorcman, a se manter afastadodo episódio publicamente. Napolícia, ela foi acompanhadapelo empresário e pelosecretário. As fotos, segundoespecialistas, não foram todasfeitas supostamente só por ela.Estima-se que Worcman tenhafeito outras. Numa das fotos,aparece uma mão masculinaem primeiro plano.

TV TRAÇO333 A TV Brasil deverá enviaruma equipe de apenas cincopessoas para cobrir os JogosOlímpicos de Londres – euma delas será cadeirante. Aemissora está negociandocom a Globo a cessão dasimagens das Paraolimpiadasde lá. A TV Brasil é aqueleinventada pelo ex-ministroFranklin Martins e comandadapor Tereza Cruvinel até láalguns meses, que conseguiuum recorde: desde que entrouno ar, deu traço de audiênciatodos os dias.

Farmácias, estacionamen-tos, postos, carros e motossão alguns do segmentosnos quais o BTG Pactualvem investindo.

Fotos: BusinessNews

PEDRO TAQUES // senador (PDT-MT), sobre as atividades do bicheiro.

O lado político333 Henrique Meirelles, ex-Banco Central e que queria sergovernador de Goiás (elegeu-se lá para deputado e renunciouquando assumiu o Banco Central no primeiro ano do governoLula), é o presidente do Conselho de Administração da holding daJBS e deverá assumir o comando da Delta, quando se concretizaro negócio. O Ministério Público Federal averigua possíveis irregu-laridades na aquisição de debêntures do grupo JBS/Friboi peloBNDES. José Batista Junior, do grupo goiano, tentou o governode lá em 2006 e 2010 e deverá concorrer, de novo, em 2014.

Ministra mística333 Quem está entusiasmada coma vinda do guru indiano DeepakChopra para São Paulo, no finaldo mês, é a ministra-chefe daCasa Civil Gleisi Hoffmann. Mística,ela costuma fazer retiros na Índia,nos mosteiros da Brahma Kumaris,à qual Chopra é ligado. Gleisi,certamente, estará em São Paulopara ouvir Chopra num seminário.Contudo, o guru pessoal de Gleisié o anglo-indiano Ken O’Donnell,um dos chefões da BrahmaKumaris, que chegou a sercontratado para fazer palestras,nos tempos em que Gleisi eradiretora da Itaipu Binacional. Oprenome do guru, Ken, sempreinspirou gozações no Paraná,onde Gleisi era conhecidacomo Barbie paraguaia.

SUPERSTAR333 O Ministério da Educaçãoadotará os vídeos das aulasdo professor Salman Kahn,considerado o maior fenômenode educação do planeta,traduzidos para o portuguêspela Fundação Lemann. Ogoverno distribuirá as aulasem tablets. Ele já tem gravadas2.700 aulas. São de matemática,física, química e biologia. Sóno Brasil, já foram mais de400 mil aulas assistidas emportuguês. No mundo, cercade 145 milhões.

Até macumbeiros333 O colunista venezuelanoNelson Bocaranda que, há dias,garantia que o tratamento deradioterapia ao qual HugoChávez estava se submetendoem Cuba, teve de ser suspenso(teria provocado seqüelas naárea óssea, especialmentefêmur) e que o presidente daVenezuela vem lutando contrametástase, agora informa queele está recorrendo a doismacumbeiros famosos deHavana, em busca da cura. Edeu os nomes dos pais de santo;Adalberto “El Tata” e Amarito “ElBabalao”. Quando estava emCaracas, antes de viajar de novopara Cuba, Chávez recebeu avisita do médium brasileiro Joãode Deus, com o qual Lula seavistou muitas vezes no períodode seu tratamento.

ARSENAL 2333 Quem imagina que as açõesda quadrilha comandada porCarlinhos Cachoeira estejamreduzidas apenas aos gramposfeitospelaPolíciaFederalantesda deflagração da OperaçãoMonte Carlo (e grande partejá mais do que vazada para amídia), engana-se. Há um outroe colossal arsenal com maisinformações,documentos, fitasgravadas, vídeos, agendas,contratos, uma verdadeira festade dados encontrados emcomputadores, HDs, CDs e pendrives. É tudo que a mesmaPolícia Federal recolheucumprindo mandatos debusca e apreensão nas casas,escritórios e empresa de todosos acusados de integrar aorganização do bicheiro.

333 DEPOIS de participar dacampanha de lançamento dasgarrafas grandes de cervejaSkol, Val Marchiori, deMulheres Ricas, deverá fazerum comercial para a Fiat.

333 GRAÇA Foster já decidiu:Roberto Figueiredo substituiráJorge Luiz Zelada na diretoriainternacional da Petrobras. É umnome técnico: nada de indicaçãopolítica. Por enquanto, não haverámodificações na Transpetro,comandada por Sergio Machado,indicado pelo senador RenanCalheiros. O diretor financeiro daestatal, Almir Barbassa, tambémfica: foi um pedido pessoal de Lula.

333 A EMPREITEIRA Deltacontinua enxugando sua estrutura:vai fechar vários escritóriosregionais e acaba de afastarAluízio Alves de Souza, diretor dacompanhia no Ceará, que já haviasido preso em 2010, envolvido emoperações nebulosas junto aoDnit. Também a FSB, conhecidaassessoria de comunicação, quecuidava da imagem da Delta háquase dez anos, teve seu contratointerrompido (a empresa tambématende o governo Sergio Cabral).

333 QUEM diria: a prefeita deFortaleza, Luizianne Lins (PT) eo tucano e ex-senador TassoJeressatti andam mais do queunidos, quase em lua de mel. Éque têm o mesmo inimigo: ogovernador Cid Gomes. E porfalar na família Gomes: o ex-ministro Ciro, separado hápoucos meses da atriz PatríciaPillar, agora circula, no eixoFortaleza-Rio, com uma novanamorada. Ela tem 25 anos deidade e ele acaba de ser avô.

333 O DELEGADO Raul Alexan-dre, da Polícia Federal, apresentounúmeros surpreendentes daOperação Vegas aos integrantesda CPI do Cachoeira. No total, aoperação investigou nada menosdo que 55 alvos e gravou 61.000ligações telefônicas. Mais:Cachoeira passava, em média,quatro horas por dia no telefo-ne, falando com os comanda-dos, usando rádio e achandoque nunca seria grampeado.

Page 5: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

REVEL AÇÕESDelegado da PFexpõe trabalhode apuraçãodo caso Cachoeira

E X P E C TAT I VACâmara agora querouvi-lo sobre limitede poderes doMinistério Público

política

Grupo agia como'metástase', diz delegado.Depoimento aos parlamentares revelou como funcionava o poderoso esquema montado pelo bicheiro

Odelegado da PolíciaFederal Raul Ale-xandre MarquesSouza classificou a

atuação do grupo comandadopelo contraventor Carlos Au-gusto Ramos, o Carlinhos Ca-choeira, como uma "verdadei-ra metástase". A comparaçãofoi feira em depoimento reser-vado da CPMI do Cachoeira.

Nas seis horas de reuniãocom os parlamentares, na ter-ça-feira, Souza detalhou a for-ma de agir do grupo que, aosmoldes das máfias, pagava re-gularmente propinas a servi-dores públicos por informa-ções e não admitia que os inte-grantes se apropriassem derecursos do esquema.

Segundo parlamentaresque acompanharam o encon-tro, o delegado afirmou que aOperação Vegas teve 55 alvosentre 2008 e 2009. Foram rea-lizadas 61.803 ligações, emum total de 1.388 horas degravação durante os 60 diasde interceptações telefônicasautorizadas pela Justiça. Issodá, nas contas do delegado,1.030 ligações feitas por dia. Ochefe do esquema, CarlinhosCachoeira, teve 234 horas deconversas interceptadas –média de quatro horas/dia.

Segundo Souza, o grupo ti-nha grande preocupação como vazamento de informações.Por precaução, o bicheirosempre trocava de telefonespara tentar fugir dos grampos.O delegado, segundo relatouintegrantes da CPMI, admitiuque essas constantes trocasdificultavam a continuidadedas apurações. Mas a sorte vi-rou quando o grupo passou ausar aparelhos que não sãoimunes à interceptação.

As investigações descobri-ram o envolvimento de dois in-tegrantes da PF com o vaza-mento de batidas policiais nasmáquinas caça níqueis no Es-tado de Goiás e no entorno doDistrito Federal, área de atua-ção do grupo. Eles recebiampropina, assim como, segun-do o delegado, policiais e ou-tros servidores públicos esta-duais e municipais. Era a redede proteção do contraventor.

A guarida era tamanha, disse,que eles abordavam carrosoficiais antes de realizarembatidas. Ou até se antecipa-vam às operações, trocandomáquinas novas por velhas.

O delegado disse que Ca-choeira só liberava a entradade novos exploradores do ne-gócio mediante o pagamentode comissões que alcança-vam 30% do faturamento. Emabril de 2009, as investiga-ções descobriram que um in-tegrante do grupo de Cachoei-ra foi mantido em cárcere pri-vado porque o contraventordesconfiava que ele teria seapropriado de parte dos ga-nhos do esquema.

Cachoeira delegou a tarefade dar uma "prensa" nesse in-tegrante aos arapongas JairoMartins e Idalberto MatiasAraújo, o Dadá. "Era uma ver-

dadeira metástase", compa-rou o delegado.

O delegado disse que a apu-ração da PF foi parada no mo-mento em que apareceram asconversas com parlamenta-res com prerrogativa de foro,como o senador DemóstenesTorres (sem partido-GO).

O caso foi remetido ao pro-curador-geral da República,Roberto Gurgel, em meadosde 2009. Mas a mulher dele, asubprocuradora Cláudia Sam-paio, avaliou que não havia in-dícios para que a apuraçãocontinuasse no Supremo Tri-bunal Federal (STF).

"Não tenho conhecimento

de devolução para a primeirainstância", afirmou o delega-do. Ele disse ter colaboradoposteriormente com a Opera-ção Monte Carlo, que prendeuCachoeira e seu grupo. (AE)

And

re D

usek

/AE

- 08.

05.1

2

CPMI DO CACHOEIRA

Luzes: delegado RaulAlexandre discorresobre apurados daOperação Vegas, da PF.

Não tenhoconhecimento dadevolução(do caso, então naPGR)para a primeirainstância.

RAU L AL E XA N D R E M. SOUZA

55alvos teve a Operação

Monte Carlo, queproduziu 1.388 horas degravação durante os 60dias de interceptações.

Câmara querdiscutir reduçãode poderes dosprocuradores

Odelegado da PolíciaFederal RaulAlexandre Marques

Souza, titular da OperaçãoVegas, deflagrada contra obicheiro Carlinhos Cachoeirae seu grupo, será chamadopela Comissão da Câmarados Deputados responsávelpela PEC (proposta deemenda constitucional) nº37/2011, que acaba com ospoderes de investigação doMinistério Público na áreacriminal e define que asapurações desse tipo sópodem ser feitas pela polícia.

O objetivo dos deputados éouvir Souza sobre a supostainércia da Procuradoria-Geralda República após aoperação. A paralisação teriacompreendido o períodoentre setembro de 2009 emarço deste ano.

Souza será convidado afalar à comissão e poderárecusar o pedido da Câmara.A presença de Souza nacomissão foi pedida pelodeputado federal LourivalMendes (PTdoB-MA), que édelegado da Polícia Civil e oautor da PEC.

Apesar de a OperaçãoVegas não ter envolvido aquestão dos limites deinvestigação do MinistérioPúblico no campo criminal aapuração foi feita eminquérito da PF o presidenteda comissão, o deputadoArnaldo Faria de Sá (PTB-SP),entendeu ser convenienteouvir o delegado da PF.

"A Procuradoria amarrou otrabalho da PF e queremosque isso seja esclarecido paranós", disse Faria de Sá.

Para o procurador MárioBonsaglia, do ConselhoNacional do Ministério Público(CNMP) a medida "estádentro da lógica daquelesque querem atacar a atuaçãoinvestigatória". ( Fo l h a p r e s s )

Page 6: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 20126 DIÁRIO DO COMÉRCIO

DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3ABERTURA DE LICITAÇÕES

Encontram-se abertos no Gabinete, os seguintes pregões:PREGÃO ELETRÔNICO 117/2012-SMS.G, processo 2012-0.082.686-4,destinado ao registro de preço para o fornecimento de Curativo Hidrogel,Incolor, Transparente - Bisnaga, para a Divisão Técnica de Suprimentos -.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnica de Material Médico Hospitalar,do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorreráa partir das 09h30min do dia 05 de junho de 2012, pelo endereçowww.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitaçõesda Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO ELETRÔNICO 118/2012-SMS.G, processo 2012-0.099.012-5,destinado ao registro de preço para o fornecimento de DIURÉTICOS, para aDivisão Técnica de Suprimentos - SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/ÁreaTécnica de Medicamentos, do tipo menor preço. A abertura/realização da sessãopública de pregão ocorrerá a partir das 09:00 horas do dia 06 de junho de 2012,pelo endereço www.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ª Comissão Permanentede Licitações da Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO ELETRÔNICO 119/2012-SMS.G, processo 2012-0.100.212-1,destinado ao registro de preço para o fornecimento de MEDICAMENTOSSUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL V, para a Divisão Técnica de Suprimentos -SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnica de Medicamentos,do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregãoocorrerá a partir das 09h30min do dia 13 de junho de 2012, pelo endereçowww.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitaçõesda Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO ELETRÔNICO 128/2012-SMS.G, processo 2011-0.300.895-8,destinado ao registro de preço para o fornecimento de FRASCO PARA DIETAENTERAL 300 ML, para Atendimento de Determinações do Poder Judiciário,Ministério Público e Conselhos Tutelares - Ações Judiciais, para a DivisãoTécnica de Suprimentos - SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnicade Ação Judicial, do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública depregão ocorrerá a partir das 09h30min do dia 18 de junho de 2012, pelo endereçowww.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitaçõesda Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO ELETRÔNICO 129/2012-SMS.G, processo 2012-0.102.014-6,destinado ao registro de preço para o fornecimento de SONDA FOLLEY, BALÃODE 30ML, DESCARTÁVEL, ESTÉRIL, Nº 12 E Nº 14, para a Divisão Técnica deSuprimentos - SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnica de MaterialMédico Hospitalar, do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão públicade pregão ocorrerá a partir das 09h30min do dia 14 de junho de 2012, peloendereço www.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ª Comissão Permanente deLicitações da Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO ELETRÔNICO 132/2012-SMS.G, processo 2012-0.072.608-8,destinado ao registro de preço para o fornecimento de AGULHA GENGIVALCURTA E LONGA, para a Divisão Técnica de Suprimentos - SMS.3/Grupo Técnicode Compras - GTC/Área Técnica de Odontologia, do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá a partir das 09h30min do dia 04de junho de 2012, pelo endereço www.comprasnet.gov.br, a cargo da 4ªComissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO PRESENCIAL 141/2012-SMS.G, processo 2012-0.083.631-2, destinadoà aquisição de DISCOS PARA ANTIBIOGRAMA, para a Divisão Técnica deSuprimentos - SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnica deLaboratório, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá a partir das14:00 horas do dia 23 de maio de 2012, a cargo da 3ª Comissão Permanente deLicitações da Secretaria Municipal da Saúde.RETIRADA DE EDITAISOs editais dos pregões acima poderão ser consultados e/ou obtidos nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br,quando pregão eletrônico; ou, no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, naRua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque - São Paulo/SP - CEP 01223-010,mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital,através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresasinteressadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIALOs documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo aspropostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas,deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura dasessão pública de pregão.

SECRETARIA DA SAÚDE

É como se estivesse pedindo auxílio, 'me ajudem para que eu não esteja lá, eu não vá lá'.Senador Fernando Collor (PTB-AL), criticando procurador-geral Roberto Gu rg e l .política

Gurgel não quer depor, acusa Collor.Senador ataca o procurador-geral da República por fazer "ameaças veladas" e evitar a CPMI. Ele responde que o medo é o seu trabalho no julgamento do Mensalão.

Osenador FernandoCollor (PTB-AL) afir-mou, durante ses-são secreta da Co-

missão Parlamentar Mista deInquérito, a CPMI do Cachoei-ra, que o procurador-geral daRepública, tem pedido ajuda,nos bastidores políticos, paranão prestar depoimento.

Collor disse ainda que Gur-gel também é responsável por"uma espécie de ameaça vela-da aos membros da CPMI, poisestaria espalhando a informa-ção de que outros casos envol-vendo políticos poderão vir àtona na esteira do escândaloCachoeira".

Braços cruzados – As afirma-ções de Collor foram feitas du-rante depoimento do delega-do da Polícia Federal, Raul Ale-xandre Marques Souza à CPMIdo Cachoeira em sessão se-creta. A Folha de S. Paulo t ev eacesso à íntegra de um áudioque registrou o depoimentode Souza, coordenador daOperação Vegas, realizada

entre 2008 e 2009 e paralisa-da ao chegar na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Collor é um dos principaiscríticos de Gurgel na CPMI e in-siste, desde a instalação dacomissão, para que o procura-dor seja convocado a depor eesclarecer por que nada fez,após receber em 2009 os au-tos da operação, que já apon-tavam indícios da participa-ção do senador DemóstenesTorres (sem partido-GO) como grupo comandado pelo con-

traventor Carlos Augusto Ra-mos, o Carlinhos Cachoeira.

Movimentos – Após duas ho-ras de depoimento do delega-do, Collor comentou a visitaque o presidente da CPMI, se-nador Vital do Rego (PMDB-PB), e o relator, deputadoOdair Cunha (PT-MG), fizerama Gurgel. Na ocasião, consul-taram o procurador sobre seupossível depoimento na CPMIe a resposta foi um não.

De acordo com o senador,após a audiência, Gurgel pas-sou a se movimentar nos bas-tidores políticos para tentarreverter uma provável convo-cação, como se estivesse pe-dindo auxílio. "Me ajudem pa-ra que eu não esteja lá, eu nãová lá", ironizou Collor.

Ameaça velada – Para o sena-dor, esses "contatos externosprecisam ser melhor informa-dos aos integrantes desta co-missão, para que nós saiba-mos como as coisas estãoacontecendo aí fora".

E foi adiante: "O procurador-

geral soltou umas notícias, emalgumas colunas, falando so-bre casos fortuitos, que nospareceu uma espéc ie deameaça velada no sentido deque se eu for para lá, esses ca-sos fortuitos serão revelados eirão incriminar outras pes-soas".

Após o depoimento de Sou-za, na terça-feira, ganhou for-ça na CPMI a proposta de con-vocação de Gurgel. De acordocom o delegado, a investiga-ção Vegas foi paralisada apósser remetida ao conhecimen-to do procurador. A decisão,segundo o delegado, foi infor-mada pela mulher de Gurgel, asubprocuradora-geral da Re-pública, Cláudia Sampaio.

Mensalão – O procurador re-bateu as críticas por não pedirabertura de inquérito para in-vestigar Demóstenes dizendoque elas partem de "pessoasque estão morrendo de medodo julgamento do Mensalão".

Sem citar nomes, Gurgelafirmou que "é compreensí-

vel" que pessoas "ligadas amensaleiros" queiram atacá-lo e também aos ministros doSupremo Tribunal Federal(STF), que serão os responsá-veis por julgar o caso.

De acordo com Gurgel, osataques seriam uma "tentati-va de imobilizar o procurador-geral para que ele não possaatuar como deve, seja no casoque envolve o senador De-móstenes e todos os seus des-dobramentos, seja para o jul-gamento do Mensalão, caso

que, repito, classifiquei nasalegações finais, como talvezo mais grave atentado à de-mocracria brasileira".

Mais trabalho à frente – O pro-curador-geral afirmou tam-bém que os mentores das crí-ticas "se não são os réus, sãoprotetores de réus", além depessoas que já foram alvo doMinistério Público e que agoraquerem retaliar.

"Agora, minha preocupaçãoé continuar trabalhando, con-tinuar investigando e de conti-nuar levantar o véu e revelarcada vez mais fatos extrema-mente graves que também es-tão submetidos à CPMI, masque parece mais preocupadacom o Mensalão", disse, ne-gando que tivesse "pedido au-xílio" a parlamentares, comoacusou Collor.

Fim de sigilo –O PSDB proto-colou ontem no STF pedido desuspensão do sigilo do inqué-rito da Operação Vegas. Idên-tica solicitação será feita paraa Monte Carlo. ( Fo l h a p r e s s )

Gurgel soltou umasnotícias, emalgumas colunas,falando sobre casosfortuitos, que nospareceu espécie deameaça velada.

FERNANDO CO L LO R

Os ataquessão uma tentativade imobilizar oprocurador-geralpara que elenão possa atuarcomo deve.

ROBER TO GUR GEL

Demóstenes: fim do sigilo bancário.Odeputado Odair Cunha

(PT-MG), relator da Co-missão Parlamentar

Mista de Inquérito, a CPMI doCachoeira, informou ontemque vai pedir a quebra do sigilobancário do senador Demós-tenes Torres (sem partido-GO), investigado por suas liga-ções com o contraventor Car-los Augusto Ramos, o Carli-nhos Cachoeira.

De acordo com o relator, aquebra de sigilo bancário dosinvestigados será fundamen-tal para o seu trabalho. "Comcerteza pedirei a quebra de si-gilo do senador Demóstenes edas pessoas investigadas".Cunha disse que ainda nãoavaliou se o pedido será ex-tensivo ao sigilo dos deputa-dos Sandes Júnior (PP-GO) eCarlos Alberto Leréia (PSDB-GO), citados nas investiga-ções da Polícia Federal.

Também não está definidoquem será o autor do requeri-mento. Há a possibilidade deque o pedido seja apresenta-do pelos deputados e senado-res do PT, em nome da banca-da. A intenção do partido é queo requerimento seja aprecia-do na próxima reunião da CP-MI marcada para o dia 17.

Cachoeira – Na semana pas-sada, a CPMI aprovou a quebrade sigilo de Carlinhos Cachoei-ra. As informações bancáriassolicitadas ao Banco Centralainda não chegaram à comis-são, que pediu o relato das mo-vimentações da conta de Ca-choeira desde 2002.

O contador – O Tribunal Re-gional Federal da 1ª Regiãonegou na segunda-feira pedi-do de liberdade para o conta-dor Geovani Pereira da Silva,tesoureiro do esquema de Ca-choeira. Ele é o único dos en-volvidos na Operação MonteCarlo, deflagrada no final defevereiro, que está foragido.

Dida Sampaio/AE

DemóstenesTorres: cadavez maiscercado pelaCPMI, já que osigilo deCachoeira jáfoi quebrado.

O advogado do tesoureiro,Calisto Abdala Neto, afirmouque deve entrar até a próximasegunda-feiracom novo pedi-do de liberdade para o conta-dor no Superior Tribunal deJustiça (STJ). Também pediu àJustiça Federal de Goiânia a re-vogação da prisão preventiva

contra Pereira da Silva.Cabral – O procurador-geral

de Justiça do Rio, Cláudio Lo-pes, solicitou ontem informa-ções do governador Sérgio Ca-bral (PMBD) sobre suas via-gens ao exterior. O local maisvisitado foi Paris, onde apare-ceu, em fotos, confraternizan-

do com Fernando Cavendish.Delta – A JBS confirmou on-

tem que assumirá, a partir desegunda-feira, a gestão daDelta Construções, de Caven-dish, envolvida no escândaloCachoeira. O nome do novopresidente deve ser anuncia-do brevemente. (Agências)

Conselho processa ProtógenesPSDB aponta relações suspeitas entre Protógenes e araponga preso pela PF

OConselho de Ética daCâmara abriu ontemprocesso preliminar

contra o deputado Protóge-nes Queiroz (PCdoB-SP) porfalta de decoro parlamentar.O pedido de cassação, apre-sentado pelo PSDB, apontarelações suspeitas manti-das por Protógenes e o ara-ponga Idalberto Mat iasAraújo, conhecido por Dadá,preso na operação MonteCarlo da Polícia Federal. Da-dá é acusado de ser um dosoperadores da organizaçãocomandada pelo bicheiro

Carlos Augusto Ramos, oCarlinhos Cachoeira.

O presidente do conselho,José Carlos Araújo (PSD-BA),indicará até a próxima se-mana um relator para o pro-cesso entre os três conse-lheiros sorteados nestaquarta: Amaury Teixeira(PT-BA), Jorge Corte Real(PTB-PE) e Onyx Lorenzoni(DEM-RS). Caberá ao relatorindicar ao conselho se deve-rá ou não abrir processo decassação contra Protóge-nes. O ex-delegado é o pri-meiro alvo do Conselho.

No pedido de abertura deprocesso, o PSDB afirma queo deputado mantém uma re-lação de cumplicidade com ooperador do grupo de Ca-choeira e orientou o depoi-mento de Dadá em inquéritoda Polícia Federal, no qual éalvo, para assegurar impuni-dade ao araponga.

As conversas foram gra-vadas em março e agosto doano passado. Dadá esteve aserviço de Protógenes naOperação Satiagraha, queresultou na prisão do ban-queiro Daniel Dantas. (AE)

Gurgel entende os mentores das críticas: são réus, protetores de réus ou alvos do Ministério Público. Collor fica irritado com as ações de Gurgel: procurador teria pedido apoio político para não depor na CPMI.

Sérgio Lima/Folhapress André Borges/Folhapress - 02.05.12

Page 7: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

O que eu menos quero é gastar tempo desnecessariamente.Joaquim Barbosa, ministro do STF e relator do Mensalão.política

Mensalão: STF organiza o julgamentoMinistros do Supremo concedem 5 horas para Roberto Gurgel apresentar denúncia contra os 38 réus do processo. Ou seja, um máximo de 8 minutos para cada um.

OSTF (Supremo Tri-bunal Federal) co-meçou oficialmen-te a organizar o jul-

gamento do processo do Men-salão. Ontem, os ministrosdecidiram que o procurador-geral da República, RobertoGurgel, terá 5 horas para apre-sentar sua denúncia contra to-dos os réus.

Sobre o tempo da chamada"sustentação oral" do procu-rador-geral, o relator do caso,ministro Joaquim Barbosa,afirmou seria necessário au-m e n t a r otempo paragarantir a pa-ridade de ar-mas entre aacusação e ad e f e s a d o sréus.

Quando oMensalão co-meçar a serjulgado, o ad-vogado de ca-da acusadoterá até umahora para defender seu clien-te. Se todos usarem o tempocompleto, serão 38 horas so-mente para as sustentaçõesorais dos réus.

No caso do Ministério Públi-co, a legislação e o regimentointerno do Supremo dá o mes-mo prazo de até uma hora.

Barbosa argumentou queesse tempo prevê um proces-so de um só réu e que, no Men-salão, o tempo de exposiçãode cada um seria o mesmo. Co-mo são 38 réus, o ministro doSupremo argumentou que eleprecisa de mais tempo paraapresentar suas razões.

Sua argumentação foi aca-tada por praticamente todos

os colegas do tribunal. Celsode Mello, por exemplo, disseque se o tempo de uma horafosse mantido, ele teria me-nos de dois minutos para tra-tar de cada um dos acusados.

Mesmo com as cinco horasdisponíveis, Roberto Gurgelterá cerca de oito minutos pa-ra tratar de cada um dos acu-sados do mensalão.

Voz dissonante – O único pa-recer contrário foi o do minis-tro Marco Aurélio Mello.

"Para mim, esse é um pro-cesso como tantos outros jul-

gados pe l oSupremo. Apartir do mo-m e n t o e mque nos reu-n i m o s e msessão plená-ria para pre-viamente es-tabelecer, noc a m p o d op r ag m a t is m omaior, bal i-zas, coloca-mos a ele ex-

cepcionalidades que não secoadunam com o Estado De-mocrático de Direito".

Os demais entenderam quepor se tratar de um processocom tantos réus, com 234 vo-lumes, 495 apensos e mais de50 mil páginas, cabe ao tribu-nal organizá-lo antes.

Segundo Barbosa, serão ne-cessárias pelo menos três se-manas para que o Mensalãoseja julgado: "O que eu menosquero é gastar tempo desne-cessariamente". Neste ponto,de novo, só não teve apoio deMarco Aurélio, para quem nãocaberia questão de ordem pa-ra tratar de um processo, iguala todos os outros. ( Fo l h a p r e s s )

Celso Júnior/AE - 10.08.10

Joaquim Barbosa: em defesa da ampliação do o tempo para garantir equilíbrio entre a acusação e a defesa dos réus.

Caso Celso Daniel: júri começa hoje.Vão a julgamento os 5 réus acusados de assassinar o prefeito de Santo André, em janeiro de 2002.

Começa hoje, no Fó-rum de Itapecericada Serra, o ju lga-mento de cinco acu-

sados de participação no as-sassinato do prefeito de SantoAndré, Celso Daniel (PT), mor-to em janeiro de 2002 por su-postamente tentar impedir asações de um esquema de cor-rupção na cidade do ABC Pau-lista. A previsão é que o julga-mento dure dois dias.

Serão ouvidas 13 testemu-nhas, todas de defesa – entreelas, dois delegados da PolíciaCivil, segundo informações daassessoria do Tribunal de Jus-tiça de São Paulo (TJ-SP). O ór-gão não divulgou o númerodas testemunhas da promoto-ria, liderada por Márcio Augus-to Friggi de Carvalho, paraquem Daniel foi vítima de "en-comenda mediante paga".

A sessão será presidida pelojuiz Antonio Augusto Galvãode França Hristov e começa às9h30. O TJ-SP informou queacompanhará as sessões pormeio de sua conta no Twitter(@TJSPoficial).

Os cinco réus são ItamarMessias dos Santos Filho, IvanRodrigues da Silva, RodolfoRodrigo dos Santos Oliveira,José Edison da Silva e Elcyd Oli-veira Brito. Os três primeirosestão presos por crimes rela-cionados à morte de Celso Da-niel. Os dois últimos são acu-sados de envolvimento no as-sassinato, mas foram benefi-ciados por habeas corpus doSupremo Tribunal Federal(STF). Estão presos, mas poroutros processos.

Outros réus – Os cinco acusa-dos têm seus processos vincu-lados, mas o caso do assassi-

nato cometido há 10 anos temmais dois outros réus – o em-presário Sérgio Gomes da Sil-va, o Sombra, e Marcos Rober-to Bispo dos Santos.

Sombra, que beneficiadopor um habeas corpus respon-de em liberdade, teve seu indi-ciamento desvinculado dosdemais. Entrou com recursono TJ para não responder porparticipação no crime, que foinegado, e aguarda a convoca-ção para o julgamento.

Bispo dos Santos é o únicocondenado até agora. Em no-vembro de 2010, foi senten-ciado a 18 anos de prisão. Opromotor do caso era Francis-co Cembranelli – o mesmo querespondeu pela acusação docaso Isabella Nardoni. Segun-do ele, Bispo dirigia a Blazerque levou Daniel ao cativeiro.

Na época, Cembranelli con-venceu os jurados que Danielfoi vítima de crime encomen-dado – teria resolvido acabarcom suposto esquema de cor-rupção na prefeitura. Segun-do o promotor, parte do di-nheiro desviado por meio de li-citações fraudulentas ia parao caixa de campanha do PT –incluindo o que elegeu o presi-dente Lula em 2002.

Embate – O júri de hoje mar-ca mais um duro embate entreo Ministério Público de SãoPaulo e o PT. A Promotoria sus-tenta que o grupo que será jul-gado sequestrou e matou Da-niel a mando do ex-segurançaSombra. A tese da Promotoriaé a mesma de Cembranelli: oprefeito foi morto por discor-dar esquema de corrupção naprefeitura. (Agências)

Itamar Miranda/AE - 28.05.97

Celso Daniel: para a promotoria, morto por discordar do esquema de corrupção na prefeitura.

Para mim,(o Mensalão) é umprocesso comotantos outrosjulgados peloSupremoTribunal Federal.

MAR CO AURÉLIO ME L LO

Serra larga na liderançaem São Paulo

Ocandidato do PSDB àPrefeitura de SãoPaulo, José Serra, é o

preferido de 31% dos elei-tores da capital, segundo apr imeira pesquisa Ibo-pe/Estadão/TV Globo. O tu-cano tem 15 pontos porcen-tuais de vantagem sobreCelso Russomanno, do PRB,que aparece com 16%.

Netinho (PCdoB, 8%), So-ninha (PPS, 7%), GabrielChalita (PMDB, 6%) e Pauli-nho da Força (PDT, 5%) têm

menos de 3 pontos de dis-tância entre si – porcentualque equivale à margem deerro da pesquisa. O petistaFernando Haddad tem 3%das intenções de voto.

Líder na pesquisa, Serraenfrenta grau de rejeiçãosuperior ao porcentual deapoio: 35% dos paulistanosdizem que não votariam ne-le de jeito algum. Já Had-dad, pouco conhecido entreos eleitores da capital, é re-jeitado por 12% deles. (AE)

Edson Silva/Folhapress - 23.04.12

Serra: 31% de votos, mas índice de rejeição de 35%.

Page 8: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

UCRÂNIAEx-premiê encerragreve de fome aoser transferida daprisão para hospital

EXTR ADIÇÃOTurquia não prendev i ce - p re s i d e nteiraquiano apesar depedido da Interpolnternacional

O aviãosumiu

Um avião russo Sukhoicom 50 pessoas a bordo

desapareceu ontemdurante um voo de

exibição perto de umvulcão na Indonésia.

ARISTOCRACIA EM XEQUEPrograma de reforma do governo britânico prevê o fim do cargo vitalício dos nobres na Câmara dos Lordes. Eles terão que passar pelo voto.

De manto, coroa ecober ta de d ia-mantes, a rainhaElizabeth II apre-

sentou ontem em uma ceri-mônia no Palácio de West-minster os destaques do go-verno britânico para este man-d a t o p a r l a m e n t a r . A sprioridades do programa in-cluem a redução do déficit e aestabilidade econômica. Maso que roubou a cena foi a pro-posta de reformar a tradicionalCâmara dos Lordes, a CâmaraAlta do Parlamento.

O projeto de lei prevê umaredução substancial da Câ-mara Alta, atualmente com-posta por 800 membros.Além disso, 80% do total pas-sará a ser eleito pelo voto di-reto, com um mandato de nomáximo 15 anos. Isso nuncaaconteceu nos 700 anos dehistória do Parlamento.

Hoje, os membros da Câma-ra dos Lordes ocupam cargosvitalícios e a maioria é nomea-da pela rainha sob recomen-dação do primeiro-ministro oupor herança aristocrática.

Em declaração conjunta, oprimeiro-ministro britânico,

David Cameron, e seu vice,Nick Clegg, afirmaram que aproposta busca refletir me-lhor a sociedade atual.

"Acreditamos que o poderdeve ser transferido dos políti-cos em Westminster ao povobritânico. É por isso que vamosmanter a promessa... e refor-mar a Câmara dos Lordes por-que aqueles que fazem as leis

para o povo devem responderao povo", afirmaram.

A reforma da Câmara Alta éapenas um dos 19 projetos delei e das quatro minutas dogoverno de Cameron para osanos 2012/2013.

No programa está incluídoainda projetos que vão permi-tir a recuperação do país, co-mo a redução dos encargos re-

gulatórios, e mudanças na leitrabalhista e no sistema depensão e aposentadoria.

"As prioridades... serão re-duzir o deficit e recuperar a es-tabilidade econômica", disse.

O Reino Unido entrou emrecessão após queda no Pro-duto Interno Bruto (PIB) dosúltimos três meses de 2011 eno primeiro trimestre deste

ano – é o primeiro ciclo nega-tivo desde 2009.

Para impedir a repetição doque ocorreu na atual crise glo-bal, o governo vai propor ain-da uma lei que exige que osbancos separem as divisõesde varejo das de investimen-to, com o objetivo de protegeros depósitos dos clientes emcaso de quebra em função das

operações mais arriscadas.O discurso da rainha, em-

bora envolto em pompa, nãotem poder de decisão e nãoexpressa sua opinião pes-soal, mas a do governo.

Todas as propostas apre-sentadas na solenidade de-vem ser discutidas e aprova-das pelo Parlamento para ga-nhar poder de lei. (Agências)

O tradicional discurso da rainha fugiu do roteiro aopropor, pela primeira vez em 700 anos de história doParlamento, a reforma na Câmara dos Lordes (à dir.).

Ala

stair

Gra

nt/R

eute

rs

And

rew

Win

ning

/Reu

ters

Obamafinalmente 'sai

do armário'Opresidente Barack Oba-

ma revelou ontem, ementrevista à rede A BC ,

que apoia o casamento entrepessoas do mesmo sexo, tor-nando-se o primeiro presidentedos Estados Unidos a assumiressa posição. A declaração en-cerra os meses de ambiguida-de a respeito de um assuntobastante controverso, princi-palmente em um ano eleitoral.

"Para mim, pessoalmente, éimportante avançar e afirmarque eu acho que casais domesmo sexo deveriam poderse casar", disse Obama.

Em 2008, o candidato Oba-ma declarou-se contra o casa-mento homossexual, mas deuseu apoio a uniões civis. Em2010, ele disse que sua visãoestava "evoluindo".

"Eu hesitei na questão do ca-samento gay, em parte, por-que pensei que uniões civis se-riam suficientes", admitiu Oba-ma. Ele declarou que decidiuapoiar o casamento gay apósvários anos de conversas comfamiliares e amigos, e de pen-sar sobre homossexuais quefazem parte das Forças Arma-das e de sua própria equipe.

Ele ainda citou suas filhas co-

mo um fator decisivo e afirmouque a primeira-dama, Michelle,partilha das suas opiniões.

"Sabe, Malia e Sasha têmamigos cujos pais são casaisdo mesmo sexo... Elas não en-tendiam que os pais dos seusamigos fossem tratados deforma diferente", disse.

Obama estava sob fortepressão para esclarecer suaopinião, depois de vários deseus conselheiros terem se ma-nifestado favoráveis à questão.No domingo, o vice Joe Bidendisse apoiar o casamento gay.

A declaração de Obama deveagradar a sua base política e ir-ritar eleitores conservadores. O

seu provável rival republicano,Mitt Romney, é contra o casa-mento entre homossexuais.

Na terça-feira, a Carolina doNorte aprovou uma emenda àConstituição que proíbe qual-quer casamento que não envol-va um homem e uma mulher.

Trinta Estados do país proí-bem o casamento gay, emborapesquisas mostrem que as opi-niões estejam mudando. Umestudo Gallup divulgado nestasemana mostrou que 50% dapopulação acredita que os gaysdeveriam ter os mesmos direi-tos dos heterossexuais em rela-ção ao casamento, e que 48%discorda. (Agências)

Obama era contra o casamento gay em sua campanha de 2008

Reut

ers -

08/

05/1

2

Segurança é reforçada na cidade de Idlib, um dos locais visitados pelos observadores da ONU.

ONU SOB ATAQUE NA SÍRIAAtentado a comboio de monitores deixa oito soldados sírios feridos

Uma forte explosão atin-giu ontem o comboio decarros dos observado-

res da Organização das NaçõesUnidas (ONU) na província deDeraa, no sul da Síria, deixandopelo menos oito guardas síriosferidos. O secretário-geral daONU, Ban Ki-moon, alertou queo ataque a bomba coloca dúvi-das sobre o futuro da missãodos monitores, que está nopaís para observar o cumpri-mento de um acordo de cessar-fogo em vigor desde meadosdo mês passado.

O general norueguês Ro-bert Mood, chefe da missão daONU, e outros 11 observado-res estavam no comboio, masescaparam ilesos do ataque.

A bomba explodiu segundosdepois da passagem dos carros

dos monitores, atingindo umcaminhão militar sírio e um veí-culo da mídia estatal síria. Ossoldados ensanguentados fo-ram levados para um hospital.

Ninguém assumiu a respon-sabilidade pelo atentado. Ogoverno costuma responsabi-lizar terroristas que, afirma,estão alimentando a revoltacontra Assad. O ataque acon-teceu na cidade de Deraa, bas-tião opositor onde explodiramos protestos contra o regimesírio em março de 2011.

O secretário-geral da ONU,Ban Ki-moon, condenou "ener-gicamente" o ataque. "Trata-sede um testamento das dificul-dades e perigos da tarefa con-fiada aos observadores da ONUe é uma lembrança dos riscosde a violência aumentar ainda

mais", disse ele, acrescentan-do que o cessar-fogo é "possi-velmente a única chance aindaexistente de estabilizar o país eevitar uma guerra civil".

A ONU afirma que a violênciadeixou pelo menos 9 mil mortosna Síria, que há 14 meses viveuma onda de violência iniciadapor um levante popular contra oregime do presidente Basharal-Assad e pela brutal repres-são que se seguiu.

Segundo Mood, os monito-res vão continuar trabalhandono país. Ele afirmou que nãoestá claro quem era o alvo dabomba. "Não é importante sa-ber quem era o alvo ou qualera o alvo, mas deixar claroque o povo sírio enfrenta essehorror todos os dias e isso pre-cisa parar", disse. (Agências)

Divulgação/Reuters

Khaled al-Hariri/Reuters

Ele é o primeiro presidente dos EUA a apoiar o casamento homossexual

Page 9: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

ATUALIZAÇÃO DE DADOSO levantamento divulgado ontem pelo Ministério

da Saúde foi feito em 26 capitais brasileiras e noDistrito Federal. Entre outras revelações, ele

mostra que o diabetes é mais comum empessoas com menos estudos.cidades

Com o envelhecimento acelerado da população brasileira, a incidência das moléstiascrônicas como o diabetes aumenta, agregando sofrimento e incapacidades aos

pacientes, além de custos cada vez maiores para o sistema público de saúde.

Pesquisa mostra avanço do diabetesDados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde mostram que a doença afeta 5,6% dos brasileiros, crescendo mais entre os homens - 5,2% no ano passado.

Dados divulgadosontem pelo Minis-tério da Saúde indi-cam que 5,6% dos

brasileiros são diabéticos. Deacordo com a pesquisa Vigi-lância de Fatores de Risco eProteção para Doenças Crôni-cas por Inquérito Telefônico(Vigitel 2011), o porcentual dadoença subiu principalmenteentre os homens, passando de4,4% em 2006 para 5,2% noano passado. O levantamentofoi feito em 26 capitais e noDistrito Federal e mostra que odiabetes é mais comum empessoas que estudam menos -3,7% dos brasileiros que têmmais de 12 anos de estudo de-claram ser diabéticos, en-quanto 7,5% dos que têm atéoito anos de escolaridade di-zem ter a doença.

O diagnóstico também au-menta conforme a idade dapopulação, já que o diabeteschega a atingir 21,6% dos ido-sos (maiores de 65 anos) eapenas 0,6% das pessoas nafaixa etária de 18 a 24 anos.

Fortaleza (CE) aparece co-mo a capital brasileira com omaior porcentual de diabéti-cos, com 7,3%, seguida por Vi-tória (ES), com 7,1%, e PortoAlegre (RS), com 6,3%. As ca-pitais com os menores índicessão Palmas (TO), com 2,7%,Goiânia (GO), com 4,1%, e Ma-naus (AM), com 4,2%.

A diretora do Departamentode Análise de Situação de Saú-de, Déborah Malta, lembrouque o diabetes está fortemen-te associado ao excesso de pe-

so. Dados do Vigitel mostramque, no período de 2006 a2011, houve um crescimentode 28% na prevalência da obe-sidade no Brasil. Apenas entreos homens, o porcentual deexcesso de peso passou de47,2% para 52,6%.

A pesquisa aponta aindaque 22,7% da população adul-ta brasileira são hipertensos.O diagnóstico é mais comumentre mulheres (25,4%) doque entre homens (19,5%) etambém preocupa entre osidosos (59,7%).

"O Brasil é um país que en-velhece de forma muito rápi-da'', disse Déborah. A popula-ção tende a viver cada vezmais, a ter maior expectativade vida e um risco maior dedoenças crônicas'', disse.

O ministério informou que onúmero de internações pordiabetes no Sistema Único deSaúde (SUS) aumentou 10%entre 2008 e 2011, passandode 131.734 para 145.869. En-

tretanto, houve uma queda nacomparação com 2010, quan-do as internações totalizaram148.452 casos.

Em 2009, foram notificadas52.104 mortes pela doençaem todo o País. No ano seguin-te, os óbitos aumentaram pa-ra 54.542. "O grande proble-ma das doenças crônicas éque elas agregam sofrimento,incapacidades e custos cadavez maiores para o sistemapúblico'', disse Déborah.

O ministro da Saúde, Ale-xandre Padilha, lembrou que aoferta gratuita de medica-mentos para combater o dia-betes, iniciada no ano passa-do, ampliou em mais de 1 mi-lhão o número de pessoas queutilizam o remédio.

"Pela primeira vez, o Brasilcomeça a reverter uma ten-dência de internações pelodiabetes'', disse. "Os dados doVigitel só reafirmam as deci-sões do ministério em 2011'',concluiu. (Fo l h a p r e s s )

ARTE NOS PRÉDIOS – Operários instalavam ontem uma das obras do artista inglês Antony Gormleyno alto de um edifício no Centro de São Paulo. Além de estátuas em prédios na região central daCapital, o artista também fará sua primeira grande exposição na América do Sul, com criações dosanos 1990 e 2000, que será inaugurada no sábado, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).

Hopi Hari:p ro m o t o r

denuncia 12

OMinistério Público doEstado de São Paulo(MP-SP) ofereceu de-

núncia, ontem de manhã,contra 12 funcionários doparque de diversões HopiHari, em Vinhedo, incluindoseu presidente, ArmandoPereira Filho. Eles são apon-tados pela promotoria comoresponsáveis pela morte daadolescente Gabriela Nichi-mura, de 14 anos, após que-da do brinquedo La Tour Eif-fel, no dia 24 de fevereiro.

Rogério Sanches imputaaos suspeitos o crime de ho-micídio culposo (sem inten-ção de matar), com previsão

de aumento de pena pela fal-ta de observância das regrastécnicas. A pena, que seria de1 a 3 anos de reclusão, passapara 1 ano a 4 anos.

Dos 11 indiciados em abrilpelo delegado responsávelpelo caso, Álvaro SantucciNoventa Júnior, o promotorRogério Sanches denunciounove. A justificativa para de-

nunciar o presidente do par-que foi a de que Pereira Filhoacumulava também a funçãode gerente geral de opera-ções e "essas omissões, ne-gligentes, foram decisivas".O advogado do Hopi Hari, Al-berto Toron, disse no fim datarde que se pronunciariaapós tomar ciência do teor dadenúncia. (AE)

Reprodução da foto de Gabriela, morta em acidente no Hopi Hari

Paulo Liebert/AE

Medicamentos gratuitos ajudam a reverter os casos de internações

Caio Guatelli/Folhapress - 26/05/2010

5,6por cento do

brasileiros sãodiabéticos, segundopesquisa divulgada

ontem pelo Ministérioda Saúde.

21,6dos brasileiros commais de 65 anos são

diabéticos, contra0,6% de jovens queestão na faixa etária

de 18 a 24 anos.

25,4por cento do total de

casos de hipertensãoreferem-se a

mulheres. Os homensrespondem por 19,5por cento do total.

4,4por cento dos homens

brasileiros eramdiabéticos em 2006,

de acordocom a pesquisa

divulgada ontem.

7,3por cento doshabitantes deFortaleza são

diabéticos. A capitalcearense tem o maior

número de casos.

59,7por cento do total de

casos de hipertensãoregistrados no País

dizem respeito apessoas com mais

de 60 anos.

5,2por cento dos homensbrasileiros passarama ser diabéticos no

ano passado,aumentando assim aincidência da doença.

22,7por cento dosbrasileiros são

hipertensos, moléstiaque favorece

o surgimento doscasos de diabetes.

4,2por cento da

população de Manaussofrem de diabetes. Acapital do Amazonas

registrou o menoríndice de incidência.

Paulo Pampolin/Hype - 07/04/2009 Masao Goto Filho/e-SIM - 14/11/2008

Paulo Liebert/AE

Caio Guatelli/Folhapress - 26/05/2010

Page 10: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 201210 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

E M C A R T A Z

L ONDRES 2012

Setor imobiliário explora os jogos

H ISTÓRIA

De atleta arei da moda

A realização dos Jogos Olímpicosem Londres trouxe à tona na mídiabritânica, ontem, a história do ex-atleta e atual rei da moda italianoOttavio Missoni, de 91 anos. Em1948, Missoni integrou a delegaçãoolímpica italiana pela segunda vez(em 1937, ele venceu o norte-americano Elroy Robinson na provados 400 metros e ganhou a medalhade ouro). Por causa da SegundaGuerra Mundial, Missoni teve deinterromper sua carreira olímpica.Voltou às pistas em 1948, não levouuma medalha, mas conheceuRosita, se apaixonou, casou-se comela e juntos, na Itália, eles criaram agrife Gallarate, que se tornoufamosa por suas roupas emestampas de zigzag, todasdesenhadas pelo próprio Missoni.

VISU

AIS

Individual traz pinturas e esculturasdo artista plástico Bruno 9li. Galeria

Logo. Rua Artur de Azevedo, 401,tel.: 3062-2381. Grátis.

C INEMA

Dotcom vira temade documentário

A história do fundador dosite Megaupload, KimSchmitz, conhecido comoKim Dotcom, e a polêmicasobre a pirataria nainternet inspiraram amontagem de umdocumentário ainda semdata para exibição. MegaConspiracyé baseado emmais de 60 horas deentrevistas com o fundadore alguns funcionários doMegapload acusados deviolar leis de direitosautorais. Dotcom, que estáem liberdade condicional,foi detido em janeiro emAuckland, na NovaZelândia, por pirataria e osite Megaupload foifechado.

De casa novaTonya e a mãe Douanita chegaram ontem à República

Tcheca. Acima, olho de Tonya dentro do contêiner que astransportou do Zoo Blijdorp, em Roterdã, para Praga.

C HINA

Ódio à FerrariA Ferrari pediu ontem

desculpas pelas marcas depneus deixadas por um deseus carros nas muralhas,em Nanquim. A montadorafez um evento no local e asmarcas despertaram ódiode muitos chineses.

M EIO AMBIENTE

Pequim 'expulsará'empresa poluidora

Autoridades de Pequiminformaram ontem queplanejam eliminar 1,2 milempresas altamentepoluidoras - comofundições, indústriasquímicas e fábricas demóveis - até 2015 paramelhorar a qualidade do arna capital chinesa. Amedida se seguiu a umareação pública contra o"smog" (fumaça misturadaa neblina causada pelacontaminação) queenvolve a capital chinesaatrasando voos e trens.

M ARKETING

Senhor Chanel nº 5Oator norte-ameri-

cano Brad Pitt seráo novo rosto publi-citário do famoso

perfume Chanel No. 5, umadas mais famosas fragrânciasdo mundo, informou a grifefrancesa ontem.

Detalhes da contrataçãonão foram divulgados, mas é aprimeira vez que um homemfará propaganda do célebreperfume feminino. A marca jáfoi representada por NicoleKidman e Catherine Deneuve.Primeira fragrância lançadapor Coco Chanel, em 1922, o

perfume ficouassoc iado aMarilyn Mon-r o e d e p o i sque a atriz dis-se que dormia" v e s t i n d o "apenas algu-mas gotas doperfume.

Os aluguéis em algunsbairros de Londresaumentaram 20 vezes porcausa da realização dos JogosOlímpicos, e muitosinquilinos estão sendoobrigados a abandonar suasresidências. Proprietários deapartamentos em distritoscomo Hackney e Poplar, maispróximos ao Parque Olímpicode Stratford, não têm tidodúvidas em reajustar osvalores dos aluguéis ou

rescindir os atuais contratos,para assinar outros maisvantajosos com turistas eprofissionais que estarão nacidade. Os contratos emLondres estão cerca de 60%mais caros do que norestante do Reino Unido. Asituação despertou apreocupação de ONGsbritânicas que prestam apoiolegal em litígios relacionadoscom moradia a cidadãos compoucos recursos.

Uma "cadeira-gol" paraquem é fã de futebol massofre de preguiça: para

jogar sentado.http://bit.ly/IQoHbT

L OTERIAS

Concurso 1243 da NONONO

01 02 04 10 23

25 26 28 30 38

40 43 44 52 59

Concurso 1387 da MEGA-SENA18 27 32 43 50 52

69 82 85 89 93

Concurso 2892 da QUINA

10 37 50 59 61

Concurso 750 da LOTOFÁCIL

02 03 04 05 07

09 10 11 13 15

19 20 21 24 25

Efeitos deluz e água

Os fotógrafos BrianValentine e Jane Thomas,responsáveis pelasimagens acima, exploramo conceito demacrofotografia nãoapenas com lentes comzoom superpotente parafazer suas fotos. Elesexploram lentes fixasespeciais que conseguem,num só enquadramento,ampliar em várias vezes osobjetos. No caso dasimagens acima, o quepretendem revelar é oefeito visual obtido quandoraios de luz atravessamgotas d'água. Veja outrasmacrofotografias no site.

http://bit.ly/JocslD

Haja tampinhaAs bolsas da grife portuguesa

HádeHaver, dos designers SandraPaulo e Bruno Barbosa, são feitas

apenas com tampinhas de garrafasde refrigerante. A opção pelo

material inusitado se explica pelavariedade de cores disponíveis e apossibilidade de criar bolsas comdiversos formatos. Tudo isso compeças ecologicamente corretas.

w w w. h a d e h a v e r. p t . v u

David W Cerny/Reuters

Fotos: Alessandro Bianchi/Reuters

L o goLogowww.dcomercio.com.br

Page 11: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

VA L ESTF suspende aexecução de umadívida de R$ 30,6bilhões da empresa

I B OV E S PAMorgan Stanleyre b a i x arecomendação deações do Brasileconomia

Inflação sobe e desafia governoA elevação nos preços dos produtos e no custode vida em abril é uma realidade confirmada pordiversos índices econômicos: IPCA, ICV, IPC-1,

IGP-DI, entre outros. O grande desafio a serencarado pelo governo Dilma está justamente naequação juros em queda versus inflação em alta.Até pouco tempo, um dos mecanismos usados

para segurar a inflação era a elevação dos juros.

Ainflação oficial, me-dida pelo Índice dePreços ao Consumi-dor Amplo (IPCA),

registrou alta de 0,64% emabril, ante variação de 0,21%em março. Esta é a maior altadesde abril de 2011 (0,77%). Oíndice foi divulgado ontem pe-lo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, o in-dicador registra variação de1,87%, abaixo da taxa de3,23%, relativa a igual períodode 2011. Na relação dos últi-mos 12 me-ses, o cresci-mento foi de5,10%, infe-r i o r a o s5,24% relati-v o s a o s 1 2meses ime-di at am en teanteriores.

"Desde se-tembro o índi-ce de 12 me-ses vem de-sa cele rand o,cada vez mais influenciadopela menor pressão de ali-mentos, que foram determi-nantes para a forte alta do IP-CA no começo do ano passa-do", disse a economista do IB-GE, Eulina Nunes dos Santos.

Equação – O aumento dospreços é a principal preocupa-ção da presidente Dilma Rous-seff. O governo se vê diante dodesafio de aquecer a econo-mia a partir da elevação da de-manda interna sem elevar ainflação. Trata-se de uma deli-cada relação entre o aumentodo poder de compra do consu-midor – o que acaba por elevar

os preços devido a relação en-tre a oferta e a procura, – e a in-tenção do governo de manteros preços sob controle.

Um dos mecanismos usa-dos pelo governo até poucotempo para segurar o consu-mo era justamente encarecero crédito, elevando a taxa dejuros básica, a Selic. Por issoessa equação de juros em que-da e inflação em alta pode vir aser o grande impasse da políti-ca econômica do governo.

Componentes – Segundo oIBGE, boa parte da pressão in-

f l ac i onár i aveio do sub-grupo despe-sas pessoais,i nf l u en c i ad opelo reajusted e 1 5 , 0 4 %dos cigarros,e m v i g o r apartir de 6 deabril.

A l é m d o scigarros, con-tribuiu para aelevação dos

preços os salários dos empre-gados domésticos (de 1,38%de março para 1,86% emabril). Outros itens exercerampressão no grupo de despesaspessoais, como excursões(1,88%), hotéis (1,63%) e ser-viços bancários (1,42%).

Os remédios subiram 1,58%em abril após 0,02% em mar-ço, e também tiveram forte in-fluência sobre o índice, sendoresponsáveis pela alta do sub-grupo saúde. Assim, aponta oIBGE, os subgrupos despesaspessoais e saúde foram res-ponsáveis por 38% da compo-sição do IPCA de abril.

Outros gastos influencia-ram o índice de inflação domês. É o caso do vestuário,que, com a entrada da novacoleção sazonal, elevou ospreços em 0,98%, ao passoque, em março, havia apre-sentado queda de 0,61%.

Os gastos com habitaçãosubiram de 0,48% em marçopara 0,80% em abril, enquan-to comunicação passou de

uma queda de 0,36% para altade 0,46%, puxada pelas liga-ções da telefonia fixa para mó-vel que aceleraram de menos1,07% para 0,57%.

Destaque para os aluguéisque subiram bem mais que oesperado, indo para 0,82%,enquanto em março haviamficado em 0,45%. O condomí-nio também subiu, passandode 0,48% para 1,01%.

Nos gastos com transportes(de 0,16% para 0,10%), houvealta nos itens passagens aé-reas (de 1,34% para 2,06%) etáxi (de 0,19% para 1,44%).

Dólar – A lista de pressões deabril incluiu itens administra-dos, controlados e serviços.Além disso, o IBGE identificouos primeiros sinais do repasseda alta do dólar aos preços.Ontem, o dólar voltou ao pata-

mar de R$ 1,96. "Normalmen-te, quando o dólar sobe, ospreços dos produtos e artigosde limpeza sobem", destacoua economista do IBGE.

"Há indícios ainda na lista dealimentos impactados pelodólar, o óleo de soja, alho, cer-veja, que leva malte, além dofato de o dólar mais forte favo-recer as exportações", ressal-tou Santos. (Agências)

Custo de vida na cidade de SPaumenta 0,68% em abril

Ataxa de inflação na ci-dade de São Paulo mos-trou aceleração entre

março e abril, conforme levan-tamento divulgado ontem pe-lo Departamento Intersindicalde Estatística e Estudos So-cioeconômicos (Dieese). Nomês passado, o Índice do Cus-to de Vida (ICV) medido pelainstituição registrou variaçãopositiva de 0,68%, o que re-presentou um número 0,09ponto percentual superior amarço, quando a taxa de infla-ção ficou em 0,59%.

Nos quatro primeiros mesesde 2012, o ICV acumulou ele-vação de 2,74%. Nos 12 me-ses encerrados em abril, a ta-xa acumulada atingiu o nívelde 5,37%.

Despesas Pessoais – A infla-ção em abril, de acordo com oDieese, foi puxada pelo grupodespesas pessoais, que regis-trou alta de 11,38%. E assimcomo ocorreu com o IPCA (leiamatéria acima) um item, isola-damente, puxou a elevaçãodo mês: o cigarro. Com alta de23,75%, o produto respondeupor 0,38 ponto percentual,mais da metade da taxa geraldo ICV.

Outro grupo que pressionouo índice do Dieese foi alimen-tação (0,35%). O conjunto depreços até contou com umapequena deflação no subgru-po produtos in natura e semie-laborados (-0,11%), mas as al-tas nos subgrupos indústria daalimentação (0,65%) e ali-

mentação fora do domicílio(0,85%) foram decisivas paraa elevação média.

Em abril, saúde, com varia-ção positiva de 0,38%, tam-bém refletiu impactos impor-tantes. Destaque para os rea-justes praticados por segurose convênios médicos (0,53%)e por consu l tas médicas(0,30%). Medicamentos e pro-dutos farmacêuticos mostra-ram variação de 0,02%.

Entre os demais grupos pes-quisados, ficaram também noterreno de altas os de educa-ção e leitura (0,28%) e vestuá-rio (0,11%). O aumento dospreços relacionados a habita-ção (0,18%) está ligada a infla-ção registrada nos subgruposi m p o s t o s e c o n d o m í n i o(0,21%), conservação de do-micílio (0,45%) e operação dedomicílio (0,10%). O grupotransportes teve alta (0,26%)

puxada pelo aumento do álco-ol (1,54%). No lado das que-das, ficaram os grupos despe-sas diversas (-0,20%), equipa-mentos (-0,13%) e recreação(-0,06%).

Renda das famílias – A infla-ção para a população de me-nor poder aquisitivo foi bemmais significativa. Enquanto avariação média do indicadorgeral foi de 0,68% em São Pau-lo, o índice específico para osmais pobres registrou taxa de0,94%, e o que capta o custode vida dos mais ricos avan-çou 0,58%.

Além do ICV geral, o Dieesecalcula mensalmente maistrês indicadores de inflação,com base na renda das famí-lias paulistas. O primeiro gru-po corresponde à estrutura degastos de um terço das famí-lias mais pobres (com rendamédia de R$ 377,49); e o se-gundo contempla os gastosdas famílias com nível inter-mediário de rendimento (ren-da média de R$ 934,17). Já oterceiro reúne as famílias demaior poder aquisitivo (comrenda média de R$ 2.792,90).

No primeiro estrato, o ICV deabril foi 0,44 ponto percentualsuperior ao de 0,50% do mêsanterior. Em contrapartida, noterceiro, de maior renda, a ta-xa de inflação foi 0,07 pontopercentual inferior à de 0,65%de março. A pressão maior fi-cou com o grupo intermediá-rio, o ICV passou de 0,50% pa-ra 0,78%. (AE)

População de baixa rendasofre impacto maior

Dólar e commoditiesinfluenciam IGP-DI

Os preços para a baixa renda,mensurados pelo Índice de Preçosao Consumidor Classe 1 (IPC-C1),

aceleraram 0,59% em abril, após variaçãode 0,55% em março.

No ano, o indicador acumula alta de2,27% e, nos últimos 12 meses, de 4,84%,segundo dados divulgados pela FundaçãoGetúlio Vargas (FGV).

Em abril, o Índice de Preços aoConsumidor - Brasil (IPC-BR), que mede ainflação das famílias que ganham entre ume 33 salários mínimos, registrou variaçãode 0,52%.

A taxa do indicador nos últimos 12 mesesficou em 5,05%, nível acima do registradopelo IPC-C1. Três das oito classes de

despesas componentes do IPC-C1apresentaram acréscimo em suas taxas devariação: despesas diversas (0,27% para4,06%), saúde e cuidados pessoais (0,77%para 1,34%) e comunicação (-0,34% para0,13%). Contribuíram para estasacelerações os itens: cigarros (0,00% para9,66%), medicamentos em geral (0,31%para 2,01%) e tarifa de telefone residencial(-1,07% para 0,20%).

Em contrapartida, os grupos: habitação(0,72% para 0,41%), alimentação (0,62%para 0,44%), educação, leitura e recreação(0,75% para 0,33%), vestuário (0,59% para0,37%) e transportes (0,13% para 0,07%)apresentaram decréscimo em suas taxasde variação. ( Fo l h a p r e s s )

Aalta de 1,02% da inflaçãomedida pelo Índice Geral

de Preços – DisponibilidadeInterna (IGP-DI), da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV), teveforte impacto da soja, mastambém de produtos noatacado, que começam arefletir o repasse da alta dodólar ante o real, e doaumento de algumascommodities. A taxa do IGP-DI em abril foi a maior desdenovembro de 2010, quandoatingiu 1,58%.

"Ainda é um resultadodominado pelos efeitos dasoja, mas já não tanto quanto

na última leitura", explicouSalomão Quadros,coordenador de análiseseconômicas do Ibre/FGV. "OIGP de agora quase dobrou e,nessa duplicação, a sojaainda teve efeito, mas não étão concentrado assim. Temtambém a alta de produtosquímicos, tem um pouco deefeito de câmbio com a altado dólar na celulose e nominério de ferro."

A FGV calculou que o dólar,após uma queda de 4% emfevereiro, teve alta de 4,48%em março e de 3,32% emabril. Segundo Quadros, há

uma percepção de que ocâmbio não voltará aopatamar de fevereiro. Por issocomeçou a haver repassespara os produtos.

"O dólar não vai voltar paraR$ 1,70, pelo menos no curtoprazo. O discurso do governoé forte, as ações são fortes.Há a interpretação de quetem alguma coisa aqui depermanente. Toda vez que háa percepção de que o câmbioé mais duradouro, de que amudança é maispermanente, alguma coisadisso é repassado para ospreços", explicou. (AE)

Há indíciosde alimentosimpactados pelodólar, como óleode soja, alho,cerveja e malte.

EULINA NUNES DOS SA N TO S ,E CO N O M I S TA DO I B G E.

Page 12: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 201212 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

Page 13: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

O BC tem total autonomia para tomar decisões de política monetária.Alexandre Tombini, presidente do BC, em notaeconomia

Tombini: BC facilitainclusão bancária.

OBanco Central (BC)sempre esteve engajado

na inclusão financeira dapopulação brasileira.A declaração foi feita ontempelo presidente daautoridade monetária,Alexandre Tombini, nolançamento do Plano deAção para Fortalecimento doAmbiente Institucional, nasede do Serviço Brasileirode Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae).

Tombini observou que omodelo de correspondentesutilizado no Brasil teve papelfundamental na inserçãobancária, ao levar a cidadesremotas e periferias deregiões metropolitanas osserviços financeiros. "Essesavanços só se tornarampossíveis por causa doambiente de estabilidademacroeconômica efinanceira no País", afirmouo presidente do BC.

Ele destacou ainda osrecentes avanços naregulação financeira paramelhorar o acesso daspessoas à informação, comoa exigência de divulgação doCusto Efetivo Total (CET), acriação das regras deportabilidade e apadronização de tarifas.

Autonomia – O BC divulgouontem nota rebatendoeditorial do jornal O Estado deS. Paulo segundo o qual o BCagora é "domesticado",sujeito ao comando doExecutivo. "O BC temassegurada total autonomiapara tomar decisões depolítica monetária, semquaisquer interferências deoutros órgãos do governo oude agentes econômicos", diza nota. "Todas as decisõestomadas pela atual diretoriacolegiada seguem análises ecritérios estritamentetécnicos." (AE)

Tombiniapresentou,em evento doSebrae,avanços dainclusãobancária comações do BancoCentral, comoa criação deregras paraportabilidadede crédito.

Ed Ferreira/AE

Caem juros para pessoasfísicas e empresas

Para pessoas jurídicas, a taxa média em abril foi a menor desde dezembro de 2009, segundo Anefac.

Em meio ao embate en-tre governo e bancospela redução dos ju-ros aos consumidores

e empresas, levantamento daAssociação Nacional dos Exe-cutivos de Finanças, Adminis-tração e Contabilidade (Ane-fac) registrou em abril maisuma queda no custo médiodas operações de crédito emrelação ao mês anterior. Paraas empresas, a taxa média emabril foi a menor desde dezem-bro de 2009. A pesquisa regis-trou queda de 0,07 ponto per-centual na taxa mensal e de1,25 ponto na anual. Com isso,a taxa média passou de 3,7%ao mês (54,65% ao ano) emmarço para 3,63% ao mês(53,4% ao ano) em abril.

Para a pessoa física, foi o ter-ceiro recuo no ano apuradopelo levantamento: a taxamédia mensal baixou 0,08ponto percentual e houve re-dução de 1,88 ponto na taxaanual, passando de 6,33% aomês (108,87% ao ano) em

março para 6,25% ao mês(106,99% ao ano) em abril. Foio menor valor médio para pes-soa física da série da Anefac,iniciada em 1995.

Das seis linhas de crédito àpessoa física pesquisadas pe-la entidade, apenas os jurossobre a utilização do rotativodo cartão de crédito se manti-v e r a m i n a l t e r a d o s , e m10,69% mensais. Os demaiscaíram: a taxa média do che-que especial saiu de 8,34% aomês em março (161,5% aoano) pa ra 8 ,28% ao mês(159,76% ao ano) em abril. Já o

custo do empréstimo pessoalem bancos baixou de 3,84%mensais (57,17% ao ano) emmarço para 3,69% ao mês(54,47% ao ano) em abril.

No comércio, o consumidorencontrou taxa média de4,87% ao mês (76,94% aoano) em março e de 4,77%mensais (74,92% anuais) emabril. Os juros médios paraquem buscou empréstimopessoal em financeiras dimi-nu í ram de 8,26% ao mês(159,19% ao ano) em marçopara 8,14% ao mês (155,76%ao ano) em abril. E o Crédito Di-

reto ao Consumidor (CDC) nosbancos, que era encontradopor juros médios de 1,97% aomês (26,38% ao ano) em mar-ço, passou para 1,94% men-sais (25,9% ao ano) em abril.

Selic menor – Segundo aAnefac, a queda da taxa médiade juros nas operações de cré-dito para empresas e pessoasfísicas foi motivada pela redu-ção no mês passado da taxabásica (Selic), de 9,75% aoano para 9%, e pela maiorcompetição no setor financei-ro após os bancos públicos(Banco do Brasil e Caixa Eco-nômica Federal) terem anun-ciado cortes das taxas aosclientes, movimento acompa-nhado pelas principais insti-tuições financeiras privadas.

A Anefac sustentou a expec-tativa de que os juros sobre asoperações de crédito voltarãoa cair se houver nova reduçãoda Selic na próxima reunião doComitê de Política Monetária(Copom), marcada para osdias 29 e 30 deste mês. (AE)

Expectativa de novas baixas

Odiretor de Adminis-tração do Banco Cen-tral (BC), Altamir Lo-

pes, afirmou que espera re-dução dos juros aos consu-midores. "A expectativa é,de fato, de queda da taxamédia do sistema", disse odiretor, na saída de um en-contro reservado na presi-

dência da Comissão de Fi-nanças e Tributação da Câ-mara dos Deputados. Lopesdisse ver estabilização nainadimplência das pessoasfísicas e perspectiva de dimi-nuição ao longo dos anos. Omovimento, ressaltou, estásendo observado de pertopela autoridade monetária.

Sem entrar em detalhes, odiretor do BC disse que, du-rante o encontro com os de-putados, foi discutida a re-cente mudança nas regrasde remuneração da cader-neta de poupança.

Na avaliação do diretor deAssuntos Internacionais doBC, Luiz Awazu Pereira da

Silva, a taxa de juro real (des-contada a inflação) brasilei-ra está em trajetória de que-da graças à melhora nas con-dições econômicas. O dire-tor participou, ao lado dopresidente do BC, AlexandreTombini, de evento sobre in-serção financeira no País(leia mais ao lado). (AE)

Page 14: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 201214 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O BB já desembolsou R$ 4,4 bilhões naslinhas em que houve corte de juros.economia

UGT quer redução também no cartãoSindicalistas ligados à

União Geral dos Traba-lhadores (UGT) fizeram

um protesto ontem contra osjuros cobrados pelos cartõesde crédito na avenida Briga-deiro Faria Lima, zona oesteda Capital paulista.

Segundo os organizadores,o protesto, em frente à sede daVisa no Brasil, teve o objetivode "alertar a sociedade paraos juros exorbitantes cobra-dos por essas empresas finan-ceiras, às custas dos saláriosdos trabalhadores e motivar ogoverno a exercer pressão pa-ra que a queda dos juros atinjaas operadoras que adminis-tram os cartões de crédito".

A Polícia Militar informouque cerca de 100 manifestan-tes estavam presentes.

Dados da Associação Nacio-

nal de Executivos de Finanças(Anefac) apontam que, emabril, o juro médio anual no ro-tativo do cartão de crédito fi-cou em 238,3%. O presidenteda UGT, Ricardo Patah, disseque essa situação "é um ver-dadeiro assalto praticado pe-

las operadoras de cartão con-tra o salário da classe média".

A Visa informou que não es-tabelece taxas de juros, nãoemite cartões nem concedecrédito ao consumidor. "Taxasdo cartão, anuidades, defini-ção dos juros e relacionamen-

to com o portador do cartãosão de responsabilidade dasinstituições financeiras."

A reportagem tentou conta-to com a Federação Brasileirade Bancos (Febraban), masnão houve resposta aos tele-fonemas. (Fo l h a p r e s s )

Nilton Fukuda/AE

Manifestaçãopela reduçãodas taxas nocartão foi emfrente à sede daVisa no Brasil

Governo querfacilitarportabilidade

OMinistério da Fazendaconfirmou ontem queestuda regras que

facilitem a portabilidade docrédito imobiliário. Aalteração facilitaria atransferência dofinanciamento de um bancopara outro que oferecessemais vantagens para omutuário.

O Banco Central (BC) e oDepartamento de Proteção eDefesa do Consumidor doMinistério da Justiçadivulgaram também umboletim com orientaçãosobre o assunto e liquidaçãoantecipada. "Mesmo após acontratação da operação decrédito, o consumidor podecontinuar pesquisando ascondições oferecidas nomercado, a fim de negociarsua dívida com umainstituição concorrenteque ofereça condiçõesmais favoráveis",informou o boletim.

O BC e o departamentolembraram que o ConselhoMonetário Nacional (CMN)“determinou que asinstituições financeiras e associedades dearrendamento mercantildevem aceitar atransferência dasoperações de créditoe de arrendamentomercantil, mediante orecebimento de recursostransferidos por outrasinstituições da espécie".

O boletim tambémdestacou que o Código deDefesa do Consumidor(CDC) "assegura aoconsumidor a possibilidadede liquidação antecipada dedébitos, total ouparcialmente, medianteredução proporcional dosjuros e demais acréscimos".

Para facilitar acomparação entre ofertas,os consumidores podemconferir o Custo Efetivo Total(CET), que resume em umaúnica taxa todos os encargose despesas previstos para aoperação. (ABr)

Taxas mais baixas para pequenosBanco do Brasil reduz em 56,8% o custo do cheque especial para micro e pequenas empresas que contratarem assessoria financeira

OBanco do Bras i l(BB) anunciou on-tem nova rodadade redução dos ju-

ros nos empréstimos, destavez para as micro e pequenasempresas. Entre as mudançasestá a criação de uma taxa úni-ca de 3,94% ao mês no chequeespecial das empresas. O pa-tamar representa redução de56,8% do custo do crédito. Obarateamento do crédito estáalinhado com o plano do go-verno de acelerar a economiacom a oferta de mais recurso ecom juros menores.

O cheque especial empre-sarial com juro único é apenaspara clientes que contratarema chamada "assessoria finan-ceira pessoa jurídica", serviçoque monitora o uso do chequeespecial e do cartão de crédi-to. Nesse programa, o BB indi-ca à empresa as melhores op-ções para o uso do crédito.

No capital de giro, a taxa mí-nima da linha BNDES capitalde giro Progeren teve quedade 0,96% ao mês para 0,89%.Já na linha BB Capital de GiroMix Pasep, a taxa mínima pas-sou de Taxa Referencial (TR)somada de 2,14% para TRmais 0,99%, o que equivale a1,01% ao mês e representa re-dução de 53% na taxa.

Dia das Mães – Além disso,em alusão às promoções doDia das Mães, clientes comcheques pré-datados, dupli-catas ou cartões de crédito po-derão converter os recursosem capital de giro com juros apartir de 1% ao mês. Paraclientes que contratarem cré-dito em capital de giro, o BBoferece carência no paga-mento de até três meses nasnovas operações.

O Banco do Brasil espera au-mento de 25% a 35% em maionas linhas de crédito para mi-cro e pequenas empresas emque reduziu os juros, na com-paração com os desembolsosde março, quando as taxasnão haviam sido cortadas, se-gundo o diretor do segmentono BB, Adilson Anísio, que par-

ticipou de teleconferênciacom a imprensa para comen-tar a redução.

Em abril, primeiro mês comjuros menores, as linhas decrédito para micro e pequenasempresas com cortes tiveramdesembolsos de 20% a 25%maiores em relação a março.O BB já desembolsou R$ 4,4 bi-

lhões nas linhas em que houvecorte de juros, que incluem ca-pital de giro, cheque especial,desconto de cheques e cartãode crédito.

O vice-presidente de Agro-negócios e Micro e PequenasEmpresas do Banco do Brasil,Osmar Dias, disse que a insti-tuição tem 2,1 milhões de em-

presas de menor porte comoclientes e a meta do programade corte de juros e outros in-centivos é elevar essa fatia. OBB tem 28% das pequenasempresas existentes no Paíscomo clientes. O banco consi-dera uma companhia de me-nor porte quando fatura atéR$ 25 milhões por ano. (AE)

O Banco do Brasil espera aumento de desembolsos de até 35% em maio nas linhas em que reduziu os juros

Luiz Prado/LUZ

Caixa e BB nãooferecem osmenores juros

Mesmo com a sériede cortes agres-s ivos de ju ros

anunciados desde abril,o Banco do Brasil (BB) e aCaixa Econômica Fede-ral não têm as menorestaxas do mercado, se-gundo informações di-vulgadas ontem peloBanco Central (BC).

A autoridade monetá-ria apresentou uma ta-bela com taxas médiaspraticadas no mercadopor instituições financei-ras em quatro linhas parapessoas físicas e cincopara empresas.

Na conta garantida, oBanco do Brasil aparececomo dono da 30ª me-lhor taxa, em um rankingcom 38 instituições.

No cheque especialpara pessoas físicas, amelhor taxa mensal co-lhida pelo BC foi a do Ban-co Prosper, de 2,11% aomês. A pior, do 31º, foi ado Santander Brasil, em10,34% ao mês.

A melhor taxa do crédi-to pessoal foi do BancoBVA, com 0,73% ao mês.Caixa e BB apareceramcom a 13ª e 32ª melhorestaxas, respectivamente,entre 91 instituições con-sultadas.

Bancos de montado-ras ofereceram as cincomelhores taxas para fi-nanciar a compra de veí-culos, à frente do BB.Nessa linha, a Caixa tevea 23ª taxa mais atrativa.

O levantamento foirealizado de 19 a 25 deabril, após o início da pri-meira rodada de reduçãode juros da Caixa e Bancodo Brasil. (Reuters)

Page 15: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

O curso de pilotos da Azul poderá ser financiado em até 60 meses, com jurosmensais de 1,89%, por uma linha de crédito do banco Santander.economia

Azul cria escolade comissários

e pilotosCurso deve acelerar profissionalização de mão de obra na aviação civil brasileira

Sílvia Pimentel

Com a intenção de de-mocratizar a entra-da de novos profis-sionais na aviação ci-

vil, especialmente na compa-nhia, a Azul anunciou ontem acriação de uma academia deformação de pilotos e comis-sários de bordo. Para o funda-dor da empresa, David Neele-man, a aviação brasileira nãovem formando profissionaisna velocidade e quantidadenecessárias. A iniciativa devecontribuir para reduzir essadefasagem e abrir caminhopara que profissionais ingres-sem na Azul mesmo antes deconcluírem o curso.

No caso dos pilotos, o cursode capacitação poderá ser fi-nanciado em até 60 meses,com juros mensais de 1,89%,por uma linha de crédito dobanco Santander. O valor a serfinanciado é de R$ 81 mil, omesmo cobrado no mercado

para a formação desse tipo deprofissional. "No Brasil, inva-riavelmente, piloto de avião éfilho de pai rico. A Azul quer osmelhores profissionais e nemsempre aquele com mais apti-dão é filho de rico", resumiuNeeleman.

Questionado sobre o ritmomenor de crescimento do se-tor no País, o fundador da Azulafirmou que as rotas da com-

panhia "vão muito bem". "Te-mos ainda muitas cidades pa-ra entrar. Se os nossos concor-rentes não estão crescendo, éporque têm estratégias muitodiferentes da adotada pelaAzul", disse. Sem citar nomes,Neeleman adiantou que a em-presa deve intensificar as ope-rações em uma cidade de ta-manho similar a Uberlândia,em Minas Gerais. "Hoje, elatem um voo por dia, mas comuma demanda para 50", afir-mou. Além disso, a companhiaplaneja rota para Punta delLeste, no Uruguai, o que seriao primeiro destino internacio-nal da Azul. Neste ano, serãoacrescentadas mais 12 aero-naves à frota da empresa.

A expansão dos negócios,segundo ele, só não é mais ex-pressiva em decorrência dafalta de infraestrutura no Bra-sil e, sobretudo, dos custos deoperação. Embora acredite

que o País esteja avançandona questão da infraestrutura,os altos impostos – especial-mente o Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e Servi-ços (ICMS) cobrado em SãoPaulo – e taxas preocupammuito o executivo. "Estamospagando R$ 400 milhões amais por causa do aumento de150% da taxa de navegação. Épreciso que o governo enten-da que a receita seria maiorcom a redução dos impostos,pois isso aumentaria expressi-vamente o número de via-gens", afirmou.

Curso – Não é a primeira vezque a Azul investe na capacita-ção de profissionais. Em PortoAlegre (RS), a companhia tem

programa semelhante, pormeio de parceria com a Ponti-fícia Universidade Católica(PUC-RS), mas voltado para pi-lotos com experiência. A dife-rença principal é que o novocurso visa formar alunos dozero, além de incluir o finan-ciamento. O diretor da AzulGianfranco Beting ressaltouque não há garantia de ingres-so do aluno na companhia,mas apenas de participar deprocesso de seleção.

O Programa de Formação dePilotos, por meio da parceriacom a EJ Escola de Aeronáuti-ca Civil, prepara o candidatoiniciante em dez meses, comaulas teóricas e práticas mi-nistradas pela EJ, que vai dis-

ponibilizar os aviões para otreinamento. A primeira fasedo curso deve ser paga peloaluno, no valor de quase R$ 5mil – incluindo alojamento, ta-xas exigidas pela Agência Na-cional de Aviação Civil (Anac),uniforme e exames médicos.Para participar, é necessárioter 18 anos, ensino médio con-cluído e conhecimento de in-glês. O cadastro para o ingres-so no curso pode ser feito pelosite w w w. v o e a z u l . c o m . b r .

No Brasil há pouco mais detrês anos, a Azul detém cercade 10% do mercado de avia-ção comercial, atrás apenasde TAM e Gol. A empresa operaem 400 voos diários, em 46 ci-dades, com 42 aeronaves.

Se os nossosconcorrentes nãoestão crescendo, éporque têmestratégias muitodiferentes daadotada pela Azul.

DAV I D NEELEMAN, AZUL

Neeleman: a empresa irá intensificar as operações, mas há entraves relacionados à infraestrutura e custos.

Cadastro Positivo é necessário agora

Ainadimplência no Brasilsubiu gradualmente nosúltimos 12 meses, saindo

de 5% para o nível atual de 7%.Embora as condições macroe-conômicas tranquilizem o mer-cado quanto a um possível des-controle dos endividamentos,Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercialde São Paulo (ACSP), chama aatenção para a necessidade deuma blindagem maior por meiodo aumento da qualidade daconcessão de crédito. Nessesentido, o economista destacoua importância da implantaçãoefetiva do Cadastro Positivo on-tem, durante o congresso Con-sumidor Moderno de Crédito,Cobrança e Meio de Pagamento(CCMCC), realizado pela Fede-ração do Comércio do Estado deSão Paulo (FecomercioSP).

O Cadastro Positivo permiteao mercado ter acesso ao histó-rico de crédito do consumidorque disponibilizar tais informa-ções. Tendo acesso a esses da-dos, será possível criar condi-ções diferenciadas para o bom

pagador e também restringir ocrédito para quem tem históricoruim. "O cadastro torna mais cri-teriosa a concessão do crédito.Ao mesmo tempo, ele é educati-vo para o consumidor, que per-ceberá as vantagens de ser umbom pagador", disse Solimeo.

Para o economista-chefe daACSP, uma das causas do au-mento da inadimplência foi a fal-ta de rigor dos empréstimosconcedidos anos atrás, em es-pecial para compra de veículos.Soma-se a isso o fato de umagrande parcela da populaçãopassar a compor uma crescenteclasse média. "Cerca de 40 mi-lhões de novos consumidoresentraram no mercado em umadécada sem que tivessem expe-riência de lidar com crédito. Sãoesses consumidores que preo-cupam, por terem dívidas commais de um credor", disse.

O Cadastro Positivo precisade regulamentação, mas os bi-rôs de crédito já podem traba-lhar na criação com as informa-ções dos consumidores nos ban-co de dados. O consumidor jápode autorizar a inclusão do seunome no cadastro. Marcos Die-gues, assessor executivo do

Procon-SP, reforçou no evento aimportância da função educati-va da ferramenta. "Na regula-mentação tem que ficar claroque o consumidor deve ser in-formado sobre os motivos peloqual ele teve a concessão decrédito negada", afirmou.

Historicamente, o nível deinadimplência brasileiro é ele-vado comparando com econo-mias da região. Na Argentina,hoje ela é de 2%. No Chile, de0,8%. Ainda assim, para Soli-meo, as condições macroeco-nômicas do País tranquilizam o

mercado. "O cenário econômicono curto prazo é favorável. Ocrédito vai crescer, o emprego ea renda vão crescer e os jurosvão cair, o que favorece a rene-gociação dos débitos. Isso deveajudar a segurar a inadimplên-cia", disse Solimeo.

O cadastro tornamais criteriosa aconcessão docrédito. Ao mesmotempo, ele éeducativo para oconsumidor.

MAR CEL SO L I M E O, ACSP

Patrícia Cruz/LUZ

Divulgação

Renato Carbonari Ibelli

Page 16: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 201216 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O possível retorno das empresas ao porto paulista pode comprometer a sua estrutura e gerar um gargalo logístico.Valdir dos Santos, presidente do Sindvaspeconomia

Senado vota mudança no ICMSAComissão de Constitui-

ção e Justiça do Senadoaprovou ontem a Pro-

posta de Emenda Constitucio-nal (PEC) que divide o Impostosobre Circulação de Mercado-rias e Prestações de Serviços(ICMS) do comércio eletrônicoentre os estados de origem doproduto e o do comprador.

A proposta, apoiada pelogoverno, vai agora a plenário,possivelmente na próxima se-mana. Mas ainda tem que pas-sar pela avaliação e votaçãona Câmara dos Deputados.

A nova regra, que enfrentoua resistência dos senadorespaulistas, pode retirar atéR$ 1,4 bilhão de São Paulo. Ovalor, embora alto, represen-ta apenas 0,6% da receita tri-butária do estado.

A PEC prevê que o ICMS sejadividido no caso de compras

de pessoas físicas. A propostaé que o estado onde está ocomprador receba a diferençaentre a alíquota de ICMS inte-restadual e a sua própria alí-quota do imposto. Atualmen-te, São Paulo concentra 60%

dos vendedores de produtospela internet e também outrasmodalidades de comércio adistância, como por telefone epor correspondência.

Nota– Uma nota técnica pre-parada pela Secretaria da Fa-

Daniel Teixeira/AE

Sem o incentivo fiscal, é possível queocorra migração considerável decargas para o porto paulista.

JOSÉ CÂNDIDO SENNA, CO O R D E N A D O R DO COMUS

Lula Marques/Folhapress

Comissão aprova novas regras para o comércio eletrônico

Fim da guerra dos portos ameaçalotar terminais de Santos

Nova cobrança interestadual de ICMS para produtos importados poderá ampliar o movimento no porto paulista a partir de 2013

Sílvia Pimentel

Porto de Santos: previsão é de aumento do número de cargas. Resolução aprovada no Senado põe fim a benefícios fiscais de outros estados do País.

Paulo Pampolin/Hype

Acobrança de 4% dealíquota interesta-dual do Imposto so-bre Circulação de

Mercadorias e Prestações deServiços (ICMS) para produ-tos importados – aprovada pe-lo Projeto de Resolução nº 72do Senado e que põe fim àguerra dos portos – começa avigorar de fato a partir de ja-neiro de 2013, mas especialis-tas já alertam que a novidadedeverá provocar um gargalologístico no Porto de Santosque, no primeiro bimestre doano, registrou aumento de8,1% na movimentação decargas em relação a igual pe-ríodo do ano passado. O alertaé do presidente do Sindicatodos Despachantes Aduanei-ros de São Paulo (Sindvasp),Valdir dos Santos.

De acordo com Santos, im-portadores que se beneficia-vam dos incentivos fiscaisoferecidos por estados comoEspírito Santo e Santa Catari-na voltarão a utilizar os princi-pais portos do País para o de-sembaraço de mercadorias."E o Porto de Santos, que jáopera no limite de sua capaci-dade, sem dúvida, receberágrande parte dessa deman-da. Esse possível retorno dasempresas ao porto paulistapode comprometer a sua es-trutura e gerar um gargalo lo-gístico", analisa.

O presidente da Compa-nhia Docas do Estado de SãoPaulo (Codesp), José Roberto

Dólar chega aR$ 1,96 porcausa de criseinternacional

Pela primeira vezdesde julho de2009, o dólar

ultrapassou R$ 1,95,nível que já começa aincomodar o governopor causa do efeitosobre a inflação e aatividade econômica.Em meio às tensões nomercado financeiroglobal, a moedaamericana subiu 1,3%,para R$ 1,962. Nosúltimos 30 dias, o dólarjá acumula alta de 8%em relação ao real.

A equipe econômicada presidente DilmaRousseff, que temcelebrado adesvalorização do realpor causa dosbenefícios que podetrazer à indústria, estáapreensiva com omovimento.

A avaliação é a de quea inflação deve subir umpouco mais do que ogoverno esperava, oque resultará em perdado poder de compra dapopulação, na medidaem que preços maiselevados "comem" arenda do trabalhador.

É mais um golpe emuma economia que rodaem ritmo inferior ao queDilma gostaria – emtorno de 3%, ante osdesejados 4,5%. Se aalta se limitar à casa deR$ 1,95, a análise dogoverno é de que oefeito sobre o resto daeconomia seráabsorvido sem grandestraumas.

Por isso, no mercadofinanceiro, analistas eoperadores jáespeculam sobrequando o Banco Central(BC) venderá dólarespara tentar amenizar aescalada das últimassemanas. O discursooficial do BC é o de queas intervenções têmcomo objetivo evitaroscilações muito fortesda moeda americana.

Mas, nos últimos dias,foram comunsvariações ao redor de1%, como aconteceuontem. E o BC nãointerveio com vendasfísicas ou operaçõesque, na prática, teriam omesmo efeito.

Contas – O mercadotambém já faz as contaspara estimar o efeito dadesvalorização cambialsobre a inflação. Mastodos os economistasponderam que há umainfinidade de variáveisque tornam difícil umcálculo preciso.

Com o dólar aR$ 1,90, o professorAffonso Celso Pastore,ex-presidente do BC,projetou um índiceoficial de inflação de5,2% neste ano. "Se oreal depreciar mais,obviamente, piora",afirmou. Segundo ele,há dados mostrandoque algum efeito jáocorre. É o caso doÍndice de Preços porAtacado (IPA),divulgado na terça-feira: os preçosindustriais saltaram1,32% em abril, ante0,31% em março. Oeconomista-chefe daMB Associados, SérgioVale, avalia que, apesardo cenário econômicofrágil, há algum espaçopara repasse. "Mas se aGrécia quebrar, ocenário ficará parecidoou pior do que o de2008", disse. (AE)

zenda de São Paulo reconhecea justiça da divisão do ICMS,especialmente devido aocrescimento desse tipo de co-mércio. Mas a perda de receitapara os cofres paulistas aca-bou mobilizando os senadoresdo estado a votarem contra aproposta.

Há cerca de um mês, o go-verno anunciou que estavadisposto a trocar o indexadordas dívidas estaduais, hojecorrigidas pelo Índice Geral dePreços - Disponibilidade Inter-na (IGP-DI) mais 6% a 9%, pelataxa básica de juros (Selic),definida pelo Banco Central eem queda (9% ao ano).

A mudança, no entanto, ti-nha como condição que al-guns projetos fiscais fossemaprovados pelo governo. En-tre eles, a PEC do comércioeletrônico. A proposta é vista

pelo governo como uma for-ma de beneficiar os estadosmais pobres, com menos em-presas, mas populosos, queteriam um ganho de arreca-dação. A tentativa de alterara PEC uniu os senadores pe-tistas Eduardo Suplicy e Mar-ta Suplicy ao tucano AloysioNunes Ferreira, os únicos vo-tos contrários à proposta.

Antes de ir à votação, abancada paulista ainda ten-tou aprovar a realização deuma audiência pública sobreo tema, o que adiaria maisuma vez a votação. Derrota-da, apresentou emenda ten-tando incluir o comércio depessoas jurídicas, o que nãofoi aceito.

A PEC aprovada na comis-são pode receber emendas noplenário. Se isso acontecer,terá que voltar à CCJ. (AE)

Correia Serra, informou, pormeio da assessoria de im-prensa, que espera um au-mento significativo de cargasa partir de janeiro do próximoano. Mas é difícil dimensionaressa expansão porque, se-gundo ele, os Estados prejudi-cados com a uniformizaçãoda alíquota podem criar ou-tras formas de concorrência,evitando uma fuga de empre-sas que usam seus portos.

Dados da Codesp mostramque, entre 2004 e 2011, houveum aumento de 577% nos va-lores das cargas importadas edesembarcadas no Porto deVitória, no Espírito Santo, mascom destino ao estado de SãoPaulo. No período, elas passa-ram de US$ 12,25 milhões pa-ra US$ 82,96 milhões.

Migr ação – O coordenador-execu t i vo do Comi tê deUsuários de Portos e Aeropor-

tos do Estado de São Paulo(Comus), da Associação Co-mercial de São Paulo (ACSP),José Cândido Senna, tambémprevê maior concentração decargas importadas no Portode Santos. "O ICMS, que inci-de sobre outros tributos, co-mo o IPI (Imposto sobre Produ-tos Industrializados) e Impostode Importação, tem uma alí-quota expressiva. Sem o in-centivo fiscal, é possível queocorra uma migração consi-derável de cargas para o por-to paulista", afirma, ao lem-brar que os dois terminaismolhados em construçãonão estarão concluídos até oinício de 2013, quando entraem vigor a nova alíquota doICMS.

Além da falta de infraestru-tura do porto para atender aoaumento da demanda, Sennachama a atenção para os pro-

blemas dos acessos rodoviá-rios, já que não estão previstasobras de ampliação.

Perdas – Estados prejudica-dos com a uniformização daalíquota estudam alternati-vas para compensar as per-das na arrecadação do ICMSsobre os importados. O gover-nador do Espírito Santo, Rena-to Casagrande, ressaltou queos municípios não vão perderreceita neste ano, pois a novaalíquota valerá a partir de2013. Mas recomendou cau-tela com os gastos públicos,não só por causa da nova alí-quota, mas também porque oestado poderá ser prejudica-do com as mudanças na divi-são de royalties de petróleo.Equipes do governo capixabajá participaram de reuniãocom o Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico(BNDES) para tratar do finan-

ciamento no valor de R$ 3 bi-lhões, que seria a contraparti-da do governo federal parapôr fim à guerra dos portos.

Estimativas da Secretaria daFazenda de Santa Catarinaapontam que o governo deverádeixar de arrecadar R$ 1 bilhãopor ano com a medida. Paracompensar a perda de receita,o governador Raimundo Co-lombo anunciou medidas paracontrolar os gastos, enviadaspara aprovação da AssembleiaLegislativa por meio de decre-tos. A meta é reduzir em R$ 100milhões os custos. Um dos de-cretos estabelece que qual-quer contrato acima de R$ 1 mi-lhão será submetido à aprova-ção do governador.

O secretário da Fazenda doEstado de Goiás, Simão Ciri-neu Dias, calcula que a perdade receita pode chegar aR$ 2,2 bilhões. "O problemanão é só esse, mas também aredução de renda e empregoscaso haja saída de empresasdo estado", destacou. Paracompensar os pre ju ízos ,Goiás deverá usar os financia-mentos do BNDES para obrasde infraestrutura. O Estadousava os incentivos para in-crementar as importações pormeio do Porto Seco.

Page 17: DC 10/05/2012

4PROCON PARCEIROPROCON PARCEIRO 5

Des

taqu

e a

pági

na e

dob

re-a

em

qua

tro,

dei

xand

o a

capa

par

a a

frent

e. E

m se

guid

a, co

rte

a pa

rte

de b

aixo

, con

form

e in

dica

do p

elo

dese

nho

da te

sour

a

111

Publicidade

Legal

P á g. 1 7

Ate n ç ã o !Todas as informações sobre o preço devem ter o mesmo tamanho e tipo

de letra e número, ou seja, o valor à vista e as informações sobre os valoresda venda a prazo devem ter formatos idênticos.

OS PREÇOS NO MOMENTO DA LIMPEZA OU ARRUMAÇÃO DA LOJA

O fornecedor deve ficar atento quando for limpar ou arrumar o seuestabelecimento (vitrines, prateleiras etc.) enquanto estiver aberto ao p ú b l i co.Nesse caso, os preços dos produtos e serviços deverão permanecer visíveis ecorretamente disponíveis aos consumidores.

Se a arrumação ou limpeza for realizada quando o estabelecimento estiverfechado e as vitrines devidamente vedadas ao público, não há necessidade demaiores cuidados com a exposição dos preços.

AS LEIS QUE ORIENTAM SOBRE A AFIXAÇÃO DE PREÇOS

Existem duas legislações que orientam claramente como osestabelecimentos de venda a varejo devem informar os preços dos produtos emseus estabelecimentos: a Lei Federal nº10.962/04 e o Decreto Federal nº 5.903/06. Deacordo com essa legislação, são admitidas asseguintes formas de afixação:�direta ou impressa no próprioproduto ou em sua embalagem;�por meio de etiquetas ou similares;�por meio de código referencial;�por meio de código de barras.

Ate n ç ã o !Independentemente da forma utilizada, o fornecedor deve garantir

que o consumidor possa de imediato e sem dificuldade,identificar e compreender o preço do produto, sem ter que perguntar ou pedir

esclarecimentos a algum a funcionários do estabelecimento.

COMO AFIXAR O PREÇO

Diretamente no produto ou através de etiquetas

No comércio em geral, o preço à vista pode ser afixado diretamente nosprodutos expostos à venda.

O fornecedor pode escolher entre imprimir o preço no próprio produto ouutilizar etiquetas (ou, ainda, utilizar qualquer outro meio físico que, unido ao

produto, permita ao consumidor, sem esforço e independentemente daintervenção do comerciante, identificar o preço).

Por meio de código referencial

O código referencial é um tipo de afixação de preço feita da seguinte forma: nosprodutos são colocados números ou cores, ao lado desses produtos é apresentadauma tabela que indica o preço correspondente a cada número ou cor.

Quem escolher utilizar a afixação de preço por meio de código referencial, pre c i s agarantir que a relação dos números ou cores que identifica os respectivos preços estejavisualmente unida e próxima aos produtos a que se refere sem qualquer dificuldade deleitura para o consumidor. Os caracteres utilizados (letras, números e outros) devem serde cores e tamanho que garantam que o consumidor possa identificar de imediato e lerclaramente, sem nenhum esforço ou deslocamento de sua parte.

Por meio de código de barras

Na utilização do código debarras como afixação de preço,deve haver a afixação deetiquetas com a identificação dopreço, nome, quantidade e outrosdados que particularizem cadaproduto, visualmente unidos a elescomo, por exemplo, na gôndola.

Os fornecedores que optarem pela utilização do código de barras, deverãodeixar disponíveis aos consumidores, na área de vendas, equipamentos de lei t u raótica, em perfeito estado de funcionamento, para consulta de preços. Osequipamentos deverão estar instalados a uma distância máxima de 15 (quinze)metros de qualquer produto oferecido no local e identificados por cartazessuspensos no estabelecimento.

Para efeito de fiscalização dos órgãos públicos, os fornecedores deverão aindadispor de croqui (planta) da área de vendas, com a identificação clara e precisa dalocalização dos leitores óticos para que seja demonstrado graficamente ocumprimento da distância entre os equipamentos e os produtos comercializad o s.

Ate n ç ã o !Em todas as formas de afixação de preços devem ser utilizados caracteres

(letras, números e símbolos) com um tamanho que possam ser facilmenteidentificados, considerando a distância normal de visualização do consumi d o r.

Além do tamanho, é preciso utilizar cores que, em contraste com o planode fundo, não dificultem a visualização e identificação do preço.

Informaçõessobre produtos

e serviços

Page 18: DC 10/05/2012

2 PROCON PARCEIRO6PROCON PARCEIROPROCON PARCEIRO 3

PROCON PARCEIRO 7

Imagens: J.F. Diorio/AE (capa), SXC e FreeDigitalPhotos.net

P á g. 1 8

O COMÉRCIO E A INFORMAÇÃO SOBRE O PREÇO DOS PRODUTOS

A informação é um dos pontos-chave na relação entre consumidor efornecedor. Uma informação prestada de forma adequada favorece aconfiança do consumidor e evita conflitos entre as partes. Já uma informaçãoinadequada pode gerar problemas que vão desde o consumidorsimplesmente optar por negociar com outro fornecedor que lhe informemelhor, até o desfazimento de um negócio já concretizado (cancelamento deuma compra ou contrato), o que certamente é um grande inconveniente tanto

para quem vende quanto para quem compra.

O Código de Defesa do Consumidor – Lei nº8.078/90 reafirma a importância da informaçãona relação de consumo e estabelece que oacesso a ela, de forma adequada e clara, é um

direito básico do consumidor.

Embora esse direito pareça óbvio, os registros de atendimentos em órgãos dedefesa do consumidor como o Procon-SP revelam que há falhas nas informaçõesprestadas no mercado de consumo e que muitos dos problemas enfrentados porconsumidores e fornecedores podem ser evitados se na oferta e apresentação deprodutos e serviços alguns cuidados básicos forem adotados.

Quando falamos de adequação da informação, tratamos de umconceito que não apenas se relaciona com a atenção e delicadeza comque o fornecedor recebe seus clientes, mas com a correção, clareza,precisão e ostensividade (forma visível e acessível) das informaçõessobre os produtos e os serviços que estão sendo oferecidos aoconsumidor. Muitas vezes, é possível verificarque as informações dos produtos são verdadeiras,mas não são, por exemplo, suficientespara atender às necessidades dosconsumidores e às exigências da lei.

Afinal, como informar o consumidor?

O Código de Defesa do Consumidor determina que as informações sobreprodutos e serviços, como características, origem, quantidade, composição, prazode validade, riscos à saúde e à segurança, preço e outros dados relevantes, além deverdadeiras, devem ser claras e ostensivas, isto é, devem ser prestadas de forma queo consumidor facilmente as compreenda, sem a necessidade de qualquer esforçode sua parte ou intervenção do fornecedor.

Além da utilização da língua portuguesa (mesmo em produtos estrangeiros), éexigido que as informações sejam precisas, ou seja, não pode haver abreviatu ra s,caracteres (letras, números ou símbolos) ilegíveis, apagados, rasurados ou borrados.Em resumo, a informação prestada deve ser simples e direta de modo que oconsumidor não tenha que interpretar o que está sendo informado, nem mesmotenha que fazer qualquer tipo de cálculo para compreender o que está anunciad o.

Finalmente, não pode haver a omissão de informações, especialmente se,devido à falta de qualquer dado, isso possa levar o consumidor a se enganarou a cometer um erro.

Todas as informações, como vimos, são degrande importância nas relações deconsumo. Nesta edição,porém, vamosdestacar aquela que,muitas vezes, é ofator que determina aconcretização da venda nocomércio: o PREÇO.

O PREÇO NO COMÉRCIO EM GERAL

Ao expor os seus produtos à venda, em vitrines, prateleiras, gôndolas, arara s,balcões ou qualquer outro local de acesso, o fornecedor deve garantir que o pre ç opossa ser visualizado de imediato, sem que o consumidor precise da ajuda de umfuncionário do local.

O preço à vista deve ser sempre informado. Se houver opção de parcelamento,além do valor à vista, é obrigatório informar o valor total a ser pago a prazo, onúmero e o valor das prestações, quais os períodos para o pagamento de cadaparcela (se é mensal, semestral etc.), e ainda os juros e eventuais acréscimos eencargos do financiamento ou parcelamento. Todos os valores devem estar cla ro sde forma que o consumidor não precise fazer cálculos para compreenderexatamente o que está sendo oferecido.

Relação de preços

A utilização de relação de preços de produtos expostos à venda somente é aceitaquando for impossível o uso das demais modalidades descritas. Para assegurar apronta visualização pelo consumidor, a relação deve ser mantida com a faceprincipal voltada para o consumidor. Em restaurantes, bares, casas noturnas esimilares, a relação deve também ser afixada externamente, nas entradas dosestab elecimentos.

O FORNECEDOR DEVE ESTAR SEMPRE ATENTO

Em qualquer uma das modalidades de afixação de preços admitidas pelalegislação brasileira, o fornecedor deve ficar atento às informações prestadas. Odescumprimento das regras sobre afixação de preços configura violação àlegislação e sujeita o fornecedor às sanções administrativas descritas no Código deDefesa do Consumidor, como a multa, que pode ser aplicada pelo Procon. Alémdisso, se houver qualquer problema quanto à informação (informação incorreta,falta de informação, descumprimento da oferta etc.), o consumidor prejudic adopoderá exigir o cancelamento do negócio, devolução dos valores queeventualmente tenha pagado, e ainda pedir, se for o caso, alguma indenização pordano sofrido decorrente do problema.

CONDUTAS PROIBIDAS

Abaixo, relacionamos algumas condutas que deixam o fornecedor sujeito àsanção administrativa:�utilizar letras cujo tamanho não seja uniforme ou dificulte a percepção dainfor mação;�expor preços com as coresdas letras e números e as cores do fundoidênticas ou semelhantes;�utilizar caracteres apagados, rasuradosou borrados;�informar preços apenas em parcelas,obrigando o consumidor a calcular o total;�informar preços somente emmoeda estrangeira;�utilizar referência quedeixa dúvida quanto à identificaçãodo item a qual se refere;�expor informação redigida navertical ou em outro ângulo quedificulte a percepção;�atribuir preços distintospara o mesmo item.

Ate n ç ã o !Mercadoria ou serviço com dois preços informados

Em caso de divergência de preço, entre os sistemas de informação adotadospelo fornecedor (por exemplo, entre a etiqueta e o caixa para pagamento), o

consumidor pagará o menor valor entre eles.

A FISCALIZAÇÃO DO PROCON

O Procon-SP atua na fiscalização das normas de defesa do consumidor atravésde seus agentes fiscais devidamente cadastrados. Ao entrar em umestabelecimento comercial, o líder da equipe de fiscais se identifica mostrando suacredencial (CIF).

Se não foi encontrada irregularidade, o fiscal preenche a RAF (Registro de AtoFiscalizatório), em apenas uma via que será arquivada no Procon-SP. Se houverirregularidade, preencherá um Auto de Constatação (AC) em duas vias, entregando

uma ao responsável pelo estabelecimento.

Durante a fiscalização, o agente fiscal tambémpoderá apreender alguns objetos e produtosencontrados no estabelecimento que possam servirde prova da prática de infração. A apreensão éformalizada por meio de um Auto de Apreensão.

Todas as informações sobre prazos para defesa e recursos dos estabelecimento sque forem autuados serão sempre esclarecidas e também estão disponíveis napágina do Procon-SP: www.procon.sp.gov.br.

Esperamos que o conteúdo deste número possa ter sanado dúvidas econtribuído para uma atuação mais equilibrada e transparente nomercado de consumo. Ressaltamos que, apesar da compreensível ênfaseno preço, o fornecedor deve ficar também atento às demais informaçõessobre os produtos e serviços colocados no mercado de consumo.

Essas e outras informações especialmente elaboradas para os fornecedores,você também encontra no site (www.procon.sp.gov.br) e no blog do Procon-SP(educ apro con.blo gsp ot.com).

Visite o Procon-SP também nas redes sociais:www.facebook.com/proconsp ew w w. t w i t t e r / @ p ro c o n s p o f i c i a l .

Page 19: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

Miramar Holdings S.A.CNPJ no 09.060.272/0001-51 - NIRE 35.300.345.827

Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada em 22.3.2012Data, Hora, Local: Aos 22 dias do mês de março de 2012, às 11h, na sede social, Cidade deDeus, Prédio Prata, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP. Presença: Compareceram, identificaram-see assinaram o Livro de Presença os representantes do Banco Alvorada S.A., único acionista daSociedade. Verificou-se também a presença do senhor Domingos Figueiredo de Abreu, Diretor, eAndré Dala Pola, representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Constituição daMesa: Presidente: Julio de Siqueira Carvalho de Araujo; Secretário: Ariovaldo Pereira.Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com odisposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Ordem do Dia: I) tomarconhecimento dos Relatórios da Administração e dos Auditores Independentes, e examinar,discutir e votar as Demonstrações Contábeis relativas ao exercício social findo em 31.12.2011; II)deliberar sobre proposta da Diretoria para destinação do lucro líquido do exercício encerrado em31.12.2011 e distribuição de dividendos; III) eleger os membros da Diretoria; IV) fixar o montanteglobal anual da remuneração dos Administradores. Deliberações: I) tomaram conhecimento dosRelatórios da Administração e dos Auditores Independentes, e aprovaram, sem ressalvas, asDemonstrações Contábeis relativas ao exercício social findo em 31.12.2011, de conformidade coma publicação efetivada, em 17.2.2012, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas3 e 4; e “Diário do Comércio”, páginas 11 e 12; II) aprovada a proposta da Diretoria, registrada naReunião daquele Órgão, de 14.3.2012, para destinação do lucro líquido do exercício encerradoem 31.12.2011 e distribuição de dividendos, a seguir transcrita: “Tendo em vista que a Sociedadeobteve no exercício social encerrado em 31.12.2011 lucro líquido de R$24.413.211,96, propomosque seja destinado da seguinte forma: R$1.220.660,60 para a conta “Reserva de Lucros - ReservaLegal”; R$22.960.625,85 para a conta “Reserva de Lucros - Estatutária”; e R$231.925,51 parapagamento de Dividendos, o qual deverá ser feito até 31.12.2012.”; III) reeleitos membros daDiretoria, com mandato até a Assembleia Geral Ordinária de 2013, os senhores: Diretor-Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352-X/SSP-SP,CPF 250.319.028/68; Diretores: Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado,bancário, RG 55.567.472-1/SSP-SP, CPF 425.327.017/49; e Domingos Figueiredo de Abreu,brasileiro, casado, bancário, RG 6.438.883-9/SSP-SP, CPF 942.909.898/53, e eleitos ossenhores: José Alcides Munhoz, brasileiro, casado, bancário, RG 50.172.182-4/SSP-SP, CPF064.350.330/72; Aurélio Conrado Boni, brasileiro, casado, bancário, RG 4.661.428-X/SSP-SP,CPF 191.617.008/00; Sérgio Alexandre Figueiredo Clemente, brasileiro, casado, bancário, RG55.799.633-8/SSP-SP, CPF 373.766.326/20; e Marco Antonio Rossi, brasileiro, casado,bancário, RG 12.529.752-X/SSP-SP, CPF 015.309.538/55, todos com domicílio na Cidade deDeus, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, sendo que permanecerão em suas funções até quea Ata da Assembleia Geral Ordinária que eleger os novos membros em 2013 seja arquivada naJunta Comercial e publicada; IV) fixado o montante global anual de remuneração dosAdministradores, no valor de até R$90.000,00 (noventa mil reais), a ser distribuída em reunião daDiretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Em seguida, os Diretoresreeleitos e eleitos, presentes à Assembleia: 1) declararam: a) sob as penas da lei, não estaremimpedidos de exercer a administração de sociedade por lei especial, ou condenados a pena quevede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, por crime falimentar, deprevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra osistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações deconsumo, a fé pública, ou a propriedade; b) que abrem mão do direito ao recebimento de qualquervalor a título de remuneração, posto que já recebem honorários de outra Empresa da OrganizaçãoBradesco; 2) assinaram a presente Ata, que vale como termo de posse. Encerramento: Nada maishavendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas, o ConselhoFiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período, e encerrou ostrabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos ospresentes que a subscrevem. aa) Presidente: Julio de Siqueira Carvalho de Araujo; Secretário:Ariovaldo Pereira; Administrador: Domingos Figueiredo de Abreu; Acionista: Banco Alvorada S.A.,por seus Diretores, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu;Auditor: André Dala Pola; Diretores reeleitos e eleitos: Luiz Carlos Trabuco Cappi - Diretor-Presidente; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, Domingos Figueiredo de Abreu, José AlcidesMunhoz, Aurélio Conrado Boni, Sérgio Alexandre Figueiredo Clemente e Marco Antonio Rossi -Diretores. Declaração: Declaro para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada nolivro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. a) AriovaldoPereira – Secretário. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia -Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 181.320/12-5, em26.4.2012. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA

AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO Acham-se abertos na Prefeitura do Município de Bragança Paulistaos seguinte(s) certame(s) licitatório(s):CONVITE Nº 031/2012

OBJETO:CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA CONSTRUÇÃO DEQUADRA DE MALHA – GINÁSIO MUNICIPAL DE ESPORTE AGOSTINHO ERCOLIDATA DE ABERTURA: 24/05/2012 – ÀS 10 HORASO presente edital é publicado em resumo no Diário Oficial do Estado (DOE), no Diário doComércio, Jornal Local e afixado no quadro de avisos da Prefeitura Municipal. As informaçõespoderão ser obtidas na Divisão de Licitação, Compras e Almoxarifado da Prefeitura Municipal,sita à Avenida Antonio Pires Pimentel, nº 2015 Centro ou pelo telefone (11) 4034-7056 / 59, emdias úteis das 09:00 às 16:00 horas.

Bragança Paulista,9 de maio de 2012.JOSÉ PEREIRA DE GODOI

CHEFE DA DIVISÃO DE LICITAÇÃO, COMPRAS E ALMOXARIFADO

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA

AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO

Acha-se aberto na Prefeitura do Município de Bragança Paulista osseguintes certames licitatórios:TOMADA DE PREÇOS 006/2012OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA REFORMA E AMPLIA-ÇÃO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – UBS NILDA COLI, LOCALIZADA À RUA ELIASBERBARI, PADRE ALDO BOLINIDATA DE ABERTURA: 30.05.2012 ÀS 14 HORASVALOR ESTIMÁVEL: R$ 262.125,27GARANTIA PARA LICITAR (CAUÇÃO) ATÉ: 29.05.2012 – R$ 2.621,25VISITA TÉCNICA ATÉ: 29.05.2012TOMADA DE PREÇOS: 007/2012OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA CONSTRUÇÃO DOCENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTALDATA DE ABERTURA: 31.05.2012 ÀS 14 HORASVALOR ESTIMÁVEL: R$ 200.639,47GARANTIA PARA LICITAR (CAUÇÃO) ATÉ: 30.05.2012 – R$ 2.006,39VISITA TÉCNICA ATÉ: 30.05.2012O presente edital é publicado em resumo no Diário Oficial do Estado (DOE), no Diário doComércio, Jornal Local e afixado no quadro de avisos da Prefeitura Municipal. As informaçõespoderão ser obtidas na Divisão de Licitação, Compras e Almoxarifado da Prefeitura Municipal,sita à Avenida Antonio Pires Pimentel, nº 2.015 Centro ou pelo telefone (11) 4034-7056 / 59, emdias úteis das 09:00 às 16:00 horas.

Bragança Paulista, 09 de maio de 2012.JOSÉ PEREIRA DE GODOI

CHEFE DA DIVISÃO DE LICITAÇÃO, COMPRAS E ALMOXARIFADO

BOA VISTA SERVIÇOS S.A.CONSTITUIÇÃO DA COMISSÃO

A empresa Boa Vista Serviços S.A. vem informar que, atendendo ao edital publicado em 27/04/2012, ins-creveram-se, para integrar a Comissão Negociadora do Programa de Participação nos Resultados, osseguintes empregados: Anacris Montejane Motta, Andrea Kazue Toma, Eclezia Vania Alves Maia, LilianTuzi Rodas, Monica Aparecida Xavier, Renata Serpentino de Melo e Vania Yocida Petrone. Desarte, ficaaberto, até o dia 14/05/2012, o prazo para eventuais impugnações, por escrito, quanto aos nomes acima,a serem encaminhadas à Diretoria de Gestão de Talentos na área de Administração de RH.

FDE AVISACOMUNICADO

Pregão Eletrônico de Registro de Preços Nº 36/00026/12/05 - Aquisição de Caixas de PapelãoA pedido da área técnica, comunicamos que a sessão pública do pregão está adiada sine die para alteração do edital.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

Cidade de Deus - Companhia Comercial deParticipações

CNPJ no 61.529.343/0001-32 - NIRE 35.300.053.800Ata da Assembleia Geral Extraordinária

realizada em 19.3.2012Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia - JuntaComercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 179.960/12-0, em24.4.2012. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

Cidade de Deus - Companhia Comercial deParticipações

CNPJ no 61.529.343/0001-32 - NIRE 35.300.053.800Ata da Assembleia Geral Extraordinária

realizada em 9.1.2012Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia -Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 179.959/12-8, em 24.4.2012. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

Cogeração de Energia Elétrica Paraíso S.A.CNPJ n° 12.244.251/0001-09Demonstrações Financeiras

Balanços patrimoniais em 31 de dezembro Em milhares de reaisAtivo 2011 2010

Circulante

Caixa e equivalentes de caixa (Nota 4) 10 5.092

Tributos a recuperar 55 26

Outras contas a receber 5

70 5.118

Não circulante

Imobilizado (Nota 5) 137.394 30.156

137.394 30.156

Total do ativo 137.464 35.274

Passivo e patrimônio líquido 2011 2010CirculanteFornecedores (Nota 6) 6.059 93Obrigações tributárias 68 42

6.127 135Não circulanteEmpréstimos com partes relacionadas (Nota 9) 104.357 5.504

104.357 5.504Patrimônio líquido (Nota 7)Capital social 32.000 32.000Prejuízos acumulados (5.020) (2.365)

26.980 29.635Total do passivo e patrimônio líquido 137.464 35.274

Demonstrações do resultado Em milhares de reais,exceto quando indicado de outra forma

Período deExerc. findo 23/09 a

(Despesas) operacionais em 31/12/11 31/12/10Despesas gerais e administrativas (Nota 10) (895) (2.456)Prejuízo operacional (895) (2.456)Receitas financeiras (Nota 11) 59 118Despesas financeiras (Nota 11) (1.807) (8)Receitas (despesas) financeiras, líquidas (1.748) 110Prejuízo antes do IR e da contrib. social (2.643) (2.346)Imposto de renda e contribuição social (12) (19)Prejuízo do exercício (2.655) (2.365)Ações no final do exercício (em milhares) 32.000 32.000Prej. p/ ação do cap. soc. no fim do per.–R$ mil (0,08) (0,07)

Período deExerc. findo 23/09 aem 31/12/11 31/12/10

Fluxos de caixa das atividades operacionaisPrejuízo do exercício (2.655) (2.365)Imposto sobre operações financeiras (Nota 11) 1.799Variações no capital circulanteTributos a recuperar (29) (26)Outras contas a receber (5)Fornecedores (5) 93Obrigações tributárias 26 42Caixa gerado pelas operações (13) 109Caixa líquido aplicado nas atividades operac. (869) (2.256)Fluxos de caixa das atividades de investimentoAquisição de imobilizado (Nota 5) (100.140) (30.156)Fornec. para aquisição de ativo imob. (Nota 6) 5.971Caixa líq. usado nas atividades de investimento (94.169) (30.156)Fluxos de caixa das atividades de financ.Recursos provenientes de emprést. (Nota 9) 89.956 5.504Aumento de capital social (Nota 7) 32.000Caixa líquido usado nas atividades de financ. 89.956 37.504Aum. (red.) de caixa e equiv. de caixa, líquidos (5.082) 5.092Caixa e equiv. de caixa no início do exercício 5.092Cxa e equiv. de cxa no final do exerc. (Nota 4) 10 5.092

Demonstrações da mutação do patrimônio líquido Em milhares de reaisPrej.

Cap. social acum. TotalSubs. e integr. inicial de cap. em 17/06/10 1 1Aumento do capital social em 23/09/10 29.999 29.999Aumento do capital social em 13/12/10 2.000 2.000Prejuízo do período de 23/09/10(data de início das atividadespré-operacionais) até 31/12/10 (2.365) (2.365)Em 31 de dezembro de 2010 32.000 (2.365) 29.635Prejuízo do exercício (2.655) (2.655)Em 31 de dezembro de 2011 32.000 (5.020) 26.980

Demonstrações do fluxo de caixa Em milhares de reais

Notas explicativas da adm. às demonstr. financeiras em 31/12/2011Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

1 Informações gerais - contexto - pré-operacional - A Companhia, fun-dada em 17 de junho de 2010, chamava-se Toscana SP Participações S.A.Em 23 de setembro de 2010 alterou-se a denominação da Companhia deToscana SP Participações S.A. para Cogeração de Energia Elétrica ParaísoS.A. A Cogeração de Energia Elétrica Paraíso S.A. (a “Companhia”) tempor objeto: (a) cogeração de energia elétrica utilizando biomassa; (b) o for-necimento de energia elétrica e vapor; (c) o gerenciamento de unidadesindustriais e cogeração de energia elétrica; (d) a prestação de serviços rela-cionados à geração e otimização de eficiência energética; e (e) a realizaçãode outras atividades relacionadas ao seu objeto principal. A Companhia éuma sociedade por ações, estabelecida e domiciliada no Brasil, com sedeem São Paulo - SP. Desde a sua constituição, em 17 de junho de 2010 até31 de dezembro de 2011, a Companhia não gerou resultados decorrentesde sua atividade operacional. A emissão destas demonstrações financei-ras foi autorizada pela Diretoria em 4 de maio de 2012. 2 Resumo dasprincipais políticas contábeis - As principais políticas contábeis aplicadasna preparação destas demonstrações financeiras estão definidas abaixo.Essas políticas foram aplicadas de modo consistente nos exercícios apre-sentados, salvo quando indicado de outra forma. 2.1 Base de preparaçãoe apresentação - As demonstrações financeiras foram elaboradas e estãosendo apresentadas de acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contá-beis (CPC) para Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs(R1)). Elas foram preparadas considerando o custo histórico como base devalor. A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com oCPC para PMEs (R1) requer o uso de certas estimativas contábeis críticase também o exercício de julgamento por parte da administração da Compa-nhia no processo de aplicação das políticas contábeis. As áreas que reque-rem maior nível de julgamento e possuem maior complexidade, bem comoaquelas cujas premissas e estimativas são significativas para as demons-trações financeiras, estão divulgadas na Nota 3. 2.2 Moeda funcional emoeda de apresentação - Os itens incluídos nas demonstrações financei-ras são mensurados de acordo com a moeda do principal ambiente eco-nômico no qual a Companhia atua (“moeda funcional”). As demonstraçõesfinanceiras estão apresentadas em milhares de reais, portanto, reais é amoeda funcional da Companhia e, também, a sua moeda de apresentação.2.3 Caixa e equivalentes de caixa - Caixa e equivalentes de caixa incluemdinheiro em caixa, depósitos bancários, outros investimentos de curto prazode alta liquidez, com vencimentos originais de até três meses, ou menos,com risco insignificante de mudança de valor e que são prontamente con-versíveis em um montante conhecido de caixa. 2.4 Imobilizado - Os itensdo imobilizado são demonstrados ao custo histórico de aquisição. O custohistórico inclui os gastos diretamente atribuíveis necessários para prepararo ativo para o uso pretendido pela administração. 2.5 Fornecedores - Ascontas a pagar aos fornecedores são inicialmente reconhecidas pelo valorjusto e, subsequentemente, mensuradas pelo custo amortizado com o usode taxa de juros efetiva. 2.6 Outros ativos e passivos circulantes - Osativos são apresentados pelos valores de realização, incluindo, quandoaplicável, os rendimentos e variações monetárias auferidos e os passivos,pelos valores conhecidos ou calculáveis, também acrescidos, quando apli-cável, dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridos. 3Estimativas e julgamentos contábeis críticos - A Companhia faz estima-tiva e estabelece premissas com relação ao futuro, baseada na experiência

histórica e em outros fatores, incluindo expectativas de eventos futuros. Pordefinição, as estimativas contábeis resultantes raramente serão iguais aosrespectivos resultados reais. As estimativas e premissas que apresentamum risco significativo de causar um ajuste relevante nos valores contábeisde ativos e passivos para o próximo exercício estão divulgadas abaixo.Imposto de renda e contribuição social - A Companhia reconhece provi-sões para situações em que é provável que valores adicionais de impostossejam devidos. Quando o resultado final dessas questões for diferente dosvalores inicialmente estimados e registrados, essas diferenças afetarão osativos e passivos fiscais atuais e diferidos no período em que o valor defini-tivo for determinado. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia não possuiimposto de renda e contribuição social sobre o lucro, pois ela apresentouprejuízo fiscal no período.4 Caixa e equivalentes de caixa 2011 2010Dinheiro em bancos e em caixa 10 889Depósitos bancários de curto prazo 4.203

10 5.0925 Imobilizado

Adiantam. Juros Imobiliz.a forneced. capitaliz. em andam. Total

Adições 30.156 30.156Saldo em 31/12/10 30.156 30.156Adições 100.140 100.140Transferências (44.565) 44.565Juros s/ emprést. (Nota 9) 7.098 7.098Saldo em 31/12/11 85.731 7.098 44.565 137.394O total das adições corresponde a adiantamento a fornecedores para aqui-sição de máquinas e equipamentos a serem utilizados para a implantaçãoda usina de geração de energia em Brotas. 6 Fornecedores - A Compa-nhia estabeleceu com seus fornecedores contratos para entrega de bens,em regime de empreitada, para a implantação de uma usina termoelétrica(UTE), com capacidade instalada de 70 MW movida a bagaço e resíduos(pontas e palhas) de cana-de-açúcar, na cidade de Brotas, São Paulo.

2011 2010Fornecedores de ativo imobilizado 5.971Outros fornecedores 88 93

6.059 93A entrega do empreendimento está prevista para 27 de maio de 2012, apóstestes de comissionamento (conjunto de atividades, serviços técnicos, tes-tes e ensaios de campo, que inclui as fases de realização de ensaios etestes preliminares, pré-operacionais e operacionais das instalações, equi-pamentos e sistemas da usina). 7 Patrimônio líquido - Capital social - Ocapital social da Companhia em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 32.000,dividido em 32.000.000 de ações ordinárias, todas nominativas e sem valornominal, distribuídas entre os seguintes acionistas:

Quantidade Percentual dede ações participação

Rhodia Energy SAS 31.999.200 99,9975Rhodia Brasil Ltda. 800 0,0025

32.000.000 100,008 Imposto de renda e contribuição social - A Companhia apresenta emseus registros fiscais o montante de R$ 7.202 (em 31 de dezembro de 2010- R$ 163) de prejuízos fiscais e de base negativa de contribuição social, emdecorrência de suas despesas a compensar com lucros tributários futuros,ainda não registrados contabilmente, por não ser possível afirmar que suarealização é, presentemente, considerada provável. 9 Transações compartes relacionadas - Empréstimos com partes relacionadas - A movi-mentação nos empréstimos com partes relacionadas durante o exercício édemonstrada a seguir:Em 31 de dezembro de 2010 (i) 5.504Captação de empréstimos (ii) 89.956Juros sobre empréstimos (iii) 7.098Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) (Nota 11) 1.799Saldo em 31 de dezembro de 2011 104.357(i) Em 30 de dezembro de 2010, a Companhia tomou empréstimo juntoà Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda., no montante de R$ 5.500. O

vencimento ocorrerá em 30 de dezembro de 2015. (ii) Em 2011 a Com-panhia tomou empréstimo junto à Rhodia Brasil Ltda., no montante de R$89.956. O vencimento ocorrerá em 2016. (iii) Conforme CPC 20 - “Custode Empréstimos”, a Companhia está capitalizando os custos de emprés-timo que são diretamente atribuíveis à construção da usina de transmissãode energia como parte do custo do ativo imobilizado. Os demais custosde empréstimos são reconhecidos como despesa do período. Está inclusonesse montante imposto de renda retido na fonte (IRRF) a ser retido erecolhido na liquidação do contrato. Sobre o total dos empréstimos toma-dos junto às partes relacionadas, acima citadas, há incidência de taxa dejuros de 15% ao ano e de atualização pelo Índice Nacional de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA).10 Despesas gerais e administrativas 2011 2010Serviços de consultoria e assessoria 605 2.455Despesas com software 174Aluguéis e condomínio 51Outras despesas gerais e administrativas 65 1

895 2.45611 Resultado financeiro 2011 2010Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) 1.799Outras despesas financeiras 8 8Despesas financeiras 1.807 8

2011 2010Rendimento sobre aplicações financeiras 49Outras receitas financeiras 10 118Receitas financeiras 59 11812 Eventos subsequentes - Em 6 de março de 2012, a Companhia obtevecrédito de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) no montante de R$ 114.538 para a implantaçãoda unidade de cogeração de energia elétrica alimentada por bagaço decana-de-açúcar. Em abril de 2012 o Sr. André Rodrigues que ocupava ocargo de diretor financeiro, do Grupo Rhodia no Brasil, desligou-se da Com-panhia. Foi nomeado em seu lugar o Sr. Pedro Mattos.

Relatório dos auditores independentes sobre as demonstraçõesfinanceiras - Aos Administradores e Acionistas - Cogeração de EnergiaElétrica Paraíso S.A. - Examinamos as demonstrações financeiras daCogeração de Energia Elétrica Paraíso S.A. (a “Companhia”) que compre-endem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivasdemonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos flu-xos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo dasprincipais políticas contábeis e as demais notas explicativas. Responsabi-lidade da administração sobre as demonstrações financeiras - A admi-nistração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apre-sentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticascontábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinoucomo necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiraslivres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude oupor erro. Responsabilidade dos auditores independentes - Nossa res-ponsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstraçõesfinanceiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as

normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requeremo cumprimento de exigências éticas pelo auditor e que a auditoria seja pla-nejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que asdemonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma audi-toria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtençãode evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nasdemonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem dojulgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção rele-vante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada porfraude ou por erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os con-troles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação dasdemonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentosde auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expres-sar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia.Uma auditoria inclui também a avaliação da adequação das políticas con-tábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela

administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstraçõesfinanceiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoriaobtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião- Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apre-sentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patri-monial e financeira da Cogeração de Energia Elétrica Paraíso S.A. em 31de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxosde caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas con-tábeis adotadas no Brasil. Outros assuntos - Conforme descrito na Nota1 às demonstrações financeiras, desde a sua constituição, em 17 de junhode 2010 até 31 de dezembro de 2011, a Companhia não gerou resultadosdecorrentes de sua atividade operacional.

São Paulo, 9 de maio de 2012

PricewaterhouseCoopers Wander Rodrigues TelesAuditores Independentes Contador CRC 1DF005919/O-3 “S” SPCRC 2SP000160/O-5

Elder Antonio MartiniDiretor Presidente

Rubens André Bueno CRC-SP 089.715/0-5Contador

Diretoria

Recuperação Judicial Requerente: Vidropol Indústria e Comércio Ltda. Requerido: Vidropol Indústria e Comércio Ltda. Avenida Juscelino Kubitschek, 411 - Itaim - 2ª Vara de Falência.Requerente: Comercial e Distribuidora de Alimentos Monteiro e Silva Ltda. ME. Requerido: Comercial e Distribuidora de Alimentos Monteiro e Silva Ltda. ME. Avenida Osvaldo Valle Cordeiro, 1.541 – Jardim Brasil (Zona leste) - 2ª Vara de Falência.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIALConforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 09 de maio de 2012, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e

recuperação judicial:

Agora todos sentem a necessidade de redefinir juntos as estratégias de crescimento com a vontade compartilhada de chegar lá.Pierre Moscovici, chefe de campanha de François Hollandeeconomia

Hollande emtransição

François Hollande, con-versou sobre crescimen-to econômico e sobre a

crise da Grécia em seu primei-ro encontro como presidenteeleito da França com HermanVan Rompuy, presidente doConselho Europeu.

A reunião aconteceu antesde ser realizada a cúpula infor-mal europeia marcada para opróximo dia 23 de maio. ÉRompuy quem preside os en-contros dos chefes de Estado egoverno da União Europeia edetermina a agenda desses

compromissos."Agora todos sentem a ne-

cessidade de redefinir juntosas estratégias de crescimentocom a vontade compartilhadade chegar lá", afirmou PierreMoscovici, chefe de campa-nha de Hollande, que está aju-

dando o novo presidente fran-cês a organizar sua adminis-tração. Ele e Rompuy tambémfalaram sobre a situação daGrécia, onde um impasse polí-tico levantou dúvidas sobre seo país vai permanecer na zonado euro. (AE)

Page 20: DC 10/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 201220 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Jogos para download já representam 64% das operações nos celulares.Carlos Tilkian, presidente da Estrelaeconomia

Galpão de produção de buquês da empresa Flores Online, na Capital: previsão de receber 20 mil pedidos.

Clayton de Souza/ AE - 23.09.11

Flores, um presenteque nunca sai de moda.

Os tradicionais arranjos podem ser escolhidos pela internet. Empresas docomércio eletrônico oferecem mais opções para o Dia das Mães deste ano.

Paula Cunha

Quem não quer errarao escolher o pre-sente de sua mãe edeseja, ao mesmo

tempo, praticidade, pode es-colher os tradicionais arranjosde flores pela internet. Os sitesaprimoraram seu sistema decobrança e passaram a ofere-cer mais opções de itens quepodem incrementar a surpre-sa do próximo dia 13. Otimis-tas, os empreendedores dosegmento esperam elevaçãode 17% a 50% frente ao mes-mo período de 2011.

Para o endereço virtual Flo-res Oline (w ww. flo re son li-ne.com.br) , as vendas do Diadas Mães representam 12%do faturamento anual da em-presa. O gerente de marke-ting, Gabriel Aoki, explica quea expectativa é entregar 20mil presentes nesta semana,volume cinco vezes maior queo negociado e entregue na se-mana anterior.

"Para nós, o Dia das Mães su-pera o resultado do Natal ante-rior ", comemora. Para aten-der a todos os pedidos, o qua-dro de funcionários pratica-mente triplica e foi montadauma estrutura especial paraatender pedidos no Rio de Ja-neiro, Belo Horizonte, Curiti-ba, Campinas e São Paulo.

Estrela entra no mercado de aplicativos

Div

ulga

ção

Banco Imobiliário Geo: para jogar pelo Iphone, Ipad e Android

Nesta última, haverá um siste-ma especial de entrega até nodomingo em que se comemo-ra a data.

Neste ano, o endereço vir-tual oferece mais de 60 op-ções de presentes dentro deuma coleção desenvolvida es-pecialmente para as mães. Ospreços, a partir de R$ 52, tra-zem combinações entre flo-res, chocolates, perfumes, do-

ces e bebidas de diversas mar-cas como L'Occitane, CAUChocolates, Cristallo, SaintPhylippe, Maria Brigadeiro eLady Godiva, entre outros. Aexpectativa é de que os kitsmais adquiridos sejam os commix de flores colocados em ba-se de madeira, outros combem-casados e os com mix deflores arranjados em vasos devidro revestido de haran. Se-

gundo Aoki, estas novida-des visam atender o públi-co que já está acostuma-do a comprar pelo site eque está disposto a acei-tar preços maiores. Elepertence às classes A e B,

com idade entre 25 e50 anos.

Público internacio-nal – Em razão do sig-nificativo aumentoda procura por flores,arranjos e presentes

nas últimas semanas,awww.netflores.com elevou de30% para 50% sua expectati-va de aumento de vendas nes-ta semana que antecede o Diadas Mães. A previsão é do fun-dador do endereço virtual,Carlos Eduardo Ferreira. Paraele, a expectativa é de conti-nuar crescendo nas próximasdatas comemorativas em ra-zão do bom desempenho daeconomia brasileira.

Na avaliação dele, as ven-das no dia 14 de fevereiro, da-ta em que se comemora o Diados Namorados nos EstadosUnidos, e no Dia da Mulher jáindicaram que haveria umcrescimento significativo naprocura em maio. "Para nós, oDia das Mães é a mais impor-tante data comemorativa,pois com ela obtemos os nos-sos melhores resultados",explica Ferreira.

O empreendimento, to-talmente brasileiro, tam-bém atende clientes dosEstados Unidos, Argenti-na, França e Inglaterra.Estas encomendas re-presentam 30% do seufaturamento total. En-quanto no Brasil, asrosas são o car ro -chefe dos pedidos,na Europa as preferi-das são as orquídeas eas tulipas. Já os consu-

midores norte-americanospreferem os arranjos com fo-lhagens.

To n e l a d a s – A Companhia de

Entrepostos e Armazéns Ge-rais de São Paulo (Ceagesp)espera movimentar cerca de2,5 mil toneladas de floresnesta semana de Dia dasMães, o que aponta vendas decerca de R$ 10 milhões.

A cifra é expressiva e podese concretizar já que, na ava-liação do presidente do Sindi-cato do Comércio Varejista deFlores e Plantas Ornamentaisdo Estado de São Paulo, Edi-son Alexandre, o primeiro tri-mestre do ano registrou au-mento de vendas de 27,9%em relação ao mesmo períodode 2011. Entre as flores maisprocuradas nesta data, desta-cam-se as rosas vermelhas,brancas e os lírios.

AEstrela, fabricantebrasileira debrinquedos, quer

comemorar os seus 75 anosde atividades comestratégias para conquistaro público jovem que utilizaas mais avançadastecnologias e, ao mesmotempo, resgatar orelacionamento com osconsumidores mais velhosque já conhecem seusprodutos. Este é o caso doBanco Imobiliário Geo,primeira versão de um gamede geolocalização lançadoontem, em São Paulo, naforma de aplicativo paraIpads e Iphones, quepermitirá ao usuário acessaro jogo e transformar o localonde estiver em uma casapara adquirir ou vender.

O investimento inicial noaplicativo é de R$ 300 mil,incluídas as verbas dedivulgação, com expectativade um milhão de downloadsaté o final deste ano. Aindanão há previsão de retornofinanceiro, nem foiestipulado um prazo para

que ele aconteça. Anovidade estará disponívelgratuitamente na AppleStore a partir de amanhãapenas para quem possuiIphone ou iPad e, até julho,poderá ser encontrado naplataforma Android.

Para Carlos Tilkian,presidente da empresa, estaé uma nova fase da Estrela,que passou a apostar emuma geração de produtosespeciais para o público queutiliza as tecnologias maisavançadas.

Redes sociais – O BancoImobiliário Geo segue-se aolançamento da versão dojogo Ferrorama no Orkut em2010 e do Cara a Cara dentrodo Facebook no final do anopassado. "Há pesquisas queindicam que os jogos paradownload já representam64% destas operações nasplataformas de celulares",acrescentou Tilkian.

O projeto foi criado pelaEstrela em parceria com aDM9DDB. A agência depropaganda fez a sugestão àfabricante e, pela primeira

vez, trabalhou nodesenvolvimento de umproduto voltado para o ramoda mobilidade. Outroparceiro, o banco Itaú,patrocinou o projeto, dentrode uma estratégia deorientar de maneira lúdicacrianças e adolescentessobre conceitos de crédito egestão de finanças.

Cristina Magalhães,diretora de Marketing deNegócios do Itaú Unibanco,explicou que o banco jáconta com diversasiniciativas voltadas para aeducação financeira e oBanco Imobiliário Geo nadamais é do que umaoportunidade para ensinar ousuário a tomar decisões eaprender com elas.

O jogador interessadopode baixar gratuitamente ojogo e adquirir o local ondeestá, que pode ser o bairroonde mora, um monumentocomo o Marco Zero na Praçada Sé ou o Parque doIbirapuera. Tudo feito pelosistema de localização deGPS. Na medida em que o

jogo evolui, estes locais vãose valorizando oudesvalorizando conforme ointeresse, a demanda.

Quem acessa o jogorecebe inicialmente umacifra virtual e abre umaconta que leva o nome dobanco Itaú. Por meio dela,pode adquirir mais créditospara comprar mais imóveis.Há uma área onde o jogadorvê qual é a sua situação erecebe informações sobre amovimentação financeira deoutros jogadores.

Mercado – Durante olançamento, o presidente daEstrela avaliou o mercadobrasileiro de brinquedos e semostrou otimista quanto aocomportamento dele nesteano. Tilkian previu que aEstrela terá crescimento de20% em seu faturamentoante o resultado de 2011, omesmo observado noperíodo imediatamenteanteriror. Segundo ele, estedesempenho é positivo, jáque o mercado brasileiro debrinquedos registrouaumento médio anual de

10% em seu faturamentonos últimos três anos.

"O mercado vai bemapesar da pirataria porquehouve crescimento do poderaquisitivo da população.Além disso, o GovernoFederal está empenhado emmelhorar a situação daindústria e já realizouintervenções no câmbio.Não nos falta capacidade deprodução, mas precisamos

de condiçõesmacroeconômicasfavoráveis. Espero que nospróximos três anos aprodução brasileira debrinquedos seja maisrepresentativa que aestrangeira em nossomercado, já que atualmente40% da produção debrinquedos é local e orestante é importado",concluiu. (PC)

Foto

s: D

ivul

gaçã

o