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De crise convulsiva a quadro vegetativo: a De crise convulsiva a quadro vegetativo: a rápida evolução de um caso de Panencefalite rápida evolução de um caso de Panencefalite Esclerosante Subaguda Pós Esclerosante Subaguda Pós Sarampo Sarampo (SSPE) em (SSPE) em criança de 12 anos criança de 12 anos Introdução: Introdução: A SSPE é doença neurológica rara e progressiva que afeta as substâncias branca e cinzenta do cérebro. Sua patogênese não é bem definida, envolve uma infecção persistente do sistema nervoso central por um vírus mutante do sarampo, conhecido como SSPE vírus. Nos países desenvolvidos, a SSPE é doença rara devido à imunização em massa contra o sarampo. No Brasil, a imunização está no calendário vacinal oferecido pelo governo e, a partir de 1994, foi iniciado o plano de erradicação da doença no país. Autores: Garcia, J.L.; Pestana, A.P.; Ferranti, J.F.; Cardoso, D.M.; Guilhoto, L.F.F.; Lo, D.S.; Ragazzi, S.B.; Gilio, A.E. Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo - São Paulo - SP Relato do Caso: Relato do Caso: FFS, 12 anos, com diagnóstico de epilepsia de difícil controle em uso de anticonvulsivantes, há 8 meses. Procurou Pronto-Socorro Infantil com alteração do nível de consciência há 21 dias e piora há 3 dias apresentando: apatia, perda do controle esfincteriano, dificuldade de deglutição, deambulação e fala. Apresentou infecção pelo vírus do sarampo aos 8 meses de vida. Eletroencefalograma (fig. 1, 2 e 3), ressonância nuclear magnética (fig. 4, 5 e 6) e titulação de anticorpos contra o sarampo em líquor e sangue (tabela 1 e 2) foram realizados para o diagnóstico SSPE. Em 70 dias de internação paciente evoluiu com perda completa da função motora (necessitando de gastrostomia) e degeneração sensorial. Relato de Caso 1. Quadro clínico típico de deterioração mental com mioclonias generalizadas 2. Mudanças características no eletroencefalograma 3. Elevação dos níveis de globulina acima de 20% do total de proteínas do líquor 4. Altos títulos de anticorpos contra o vírus do sarampo 5. Achados histopatológicos típicos em biópsia ou necropsia de tecido cerebral Quadro 1: Critérios diagnósticos de Dyken Estágio 1: Alteração comportamental e perda cognitiva Estágio 2: Mioclonias e deterioração motora Estágio 3: Manifestações piramidais e extrapiramidais, desaparecimento das mioclonias Estágio 4: Estado vegetativo Discussão: Discussão: A manifestação típica é a criança apresentar deterioração cognitiva combinada com ataxia e ou mioclonias. A progressão através dos diversos estágios (quadro 2) é variável e o óbito geralmente ocorre de 1 a 3 anos após o início dos sintomas. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas (quadro 1), alterações eletroencefalográficas e títulos virais elevados no líquido cefaloraquidiano, sendo a Ressonância Nuclear Magnética o método indicado para mostrar alterações em massa branca e núcleos da base. Os tratamentos conhecidos atualmente são extremamente caros e nenhum levou à cura, mas sim a uma estabilização e retardo na evolução do quadro de deterioração neurológica. Quadro 2: Estágios de evolução Fig. 4 RNM (T1) mostrando área de hiposinal na região de gânglios da base (putamen) à esquerda. (20/05/2009). Fig. 5 RNM (T2) mostrando área de hipersinal na região de gânglios da base (putamen) à esquerda (A corte axial, B corte coronal). (20/05/2009). Fig 5B Fp1-F3 F3-C3 C3-P3 P3-O1 Fp1-F7 F7-T3 T3-T5 T5-O1 Fp2-F4 F4-C4 C4-P4 P4-O2 Fp2-F8 F8-T4 T4-T6 T6-O2 Fz-Cz Cz-Pz Fp1-F3 F3-C3 C3-P3 P3-O1 Fp1-F7 F7-T3 T3-T5 T5-O1 Fp2-F4 F4-C4 C4-P4 P4-O2 Fp2-F8 F8-T4 T4-T6 T6-O2 Fz-Cz Cz-Pz Fp1- F3 F3-C3 C3-P3 P3-O1 Fp1- F7 F7-T3 T3-T5 T5-O1 Fp2- F4 F4-C4 C4-P4 P4-O2 Fp2- F8 F8-T4 T4-T6 T6-O2 Fz-Cz Cz-Pz Fig. 1 EEG mostrando atividade irritativa crítica originada na região frontal esquerda (24/10/2008). Obs. Ressonância de crânio era norma nessa época. Fig. 2 EEG mostrando atividade irritativa bifrontal (04/05/2009). Paciente apático. Fig. 3 EEG mostrando surto de ondas lentas de projeção difusa repetindo-se a intervalos de 10 segundos (atividade periódica lenta). (06/05/2009). Paciente evoluiu com mioclonias após 20 dias. Fig 4 Fig 5A Fig 5B Fig 1 Fig2 Fig3 Tabela 2: Análise liquórica Referências Bibliográficas World Health Organization (2006) Global Advisory Committee on Vacine Safety, 1-2 december 2005. Wkly Epidemiol Rec 81:15-19.Rev Saúde Pública 2006;40(4):751. Dimova P, Bojinova V: Subacute sclerosing panencephalitis with atypical onset: clinical, computed tomographic, and magnetic resonance imaging correlations. J Child Neurol 2000,15:258-260.Tomoda A, Miike T, Miyagawa S, Negi A Takeshima H: Subacute sclerosing panencephalitis and chorioretinitis. Brain Dev 1997,19(1):55-57.Nunes ML, Costa Da Costa J, Garcias Da Silva LF: Trihexyphenidyl and isoprinosine in the treatment of subacute sclerosing panencephalitis. Pediat Neurol 1995, 13:153-156. Prashant LK, Taly AB, Ravi V, Sinha S, Rao S: ong term survival in subacute sclerosing panencephalitis: an enigma. Brain Dev 2006, 28:447-452.Prashanth LK, Taly AB, Sinha S, Ravi V: Subacute sclerosing panencephalitis: an insight into the diagnostic errors from a tertiary care university hospital. J Chil Neurol 2007, 22:683-688 Garg RK: Subacute Panencephalitis. Postgrad Med J 2002, 78:63-70. Mawrin C, Lins H, Koenig B, Henrichs T et al: Spatial and temporal disease progression of adult-onset subacute sclerosin panencephalitis. Neurology 2002, 58:1568-1571.Cobb W, Hill D: Eletroencephalogram in subacute progressive encephalitis. Brain 1950, 73: 292:404. Cobb W, Marshall J, Scaravilli F: Long survival in subacute sclerosing panencephalitis. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1984, 47: 176-183. Markand ON, Panszi JG: The electroencephalogram in subacute sclerosing panencephalitis. Arch Neurol 1975, 32:719 726. Owens GP, Ritchie AM, Gilden DH et al. Measles virus-specific plasma cells are proeminent in subacute aclerosing panencephalitis. Neurology 2007, 68:1815:1819. Praveen-Kumar S, Sinha S, Taly AB et al. Eletroencephalographic and imaging profile in asubacute sclerosing panencephalitis (SSPE) cohort: a correlative study. Clin Neurophysiol 2007, 118:1947-1954.Gascon G, Yamani S, Crowell J Stigsby B, Nester M, Kanaan I, et al. Combined oral isoprinosine-intraventricular alpha-interferon therapy for subacute sclerosing panencephalitis. Brain Dev 1993, 15:346–355 Yalaz K, Anlar B, Oktem F, Aysun S, Ustacelebi S, Gurcay O, et al. Intraventricular interferon and oral inosiplex in the treatment of subacute sclerosing panencephalitis. Neurology 1992, 42:488–49. 17. Gascon GG; International Consortium on Subacute Sclerosing Panencephalitis. Randomized treatment study of inosiplex versus combined inosiplex and intraventricular interferon-alpha in subacute sclerosing panencephalitis (SSPE): international multicenter study. J Child Neurol 2003, 18: 819–827.Kurata T, Matsubara E, Yokoyama M, Nagano I, Shoji M, Abe K Improvement of SSPE b intrathecal infusion of alpha-IFN. Neurology 2004, 63:398–399. Conclusão: Conclusão: A SSPE é uma complicação rara e fatal de uma infecção viral comum que se pode prevenir. O caso apresentado teve uma manifestação inicial típica do quadro panencefalite que foram quedas freqüentes, porém, obteve num primeiro momento o diagnóstico de epilepsia pelo padrão inicial do EEG que mostrava atividade irritativa, pela história familiar e boa resposta ao tratamento com anticonvulsivantes. O diagnóstico da SSPE, é relativamente fácil com o uso de técnicas laboratoriais avançadas e da sorologia, entretanto, ainda depende da suspeita clínica e não há tratamento totalmente efetivo para esta afecção. Apesar da cobertura vacinal atual, presume-se que mais casos estão sendo diagnosticados em reflexo ao surto de 1997 em nosso país e deve-se estar atento a essa possibilidade diagnóstica entre seus diagnósticos diferenciais durante a prática da clínica pediátrica. Tabela 1: Sorologias Sorologias Sarampo: o Plasma: IgG +; IgM – o Líquor: IgG +; IgM – Rubéola: o Plasma: IgG –; IgM – Herpes Vírus: o Plasma: IgG – Análise de Líquor (punção lombar) 1 célula (89 Linfócitos; 11 Neutrófilos) 1 hemácia Glicose: 66 mg/dl Cloro: 129 mg/dl Bacterioscópico: negativo Cultura bacteriana: negativo Pesquisa de fungos: negativa Cultura de fungos: negativa Cultura viral: positiva (microorganismo ainda em identificação) Proteínas: 29 mg/dl Eletroforese de Proteínas: o Pré-albumina: 4,5 mMol o Albumina: 47,5 mMol o α 1 Globulina: 4,4 mMol o α 2 Globulina: 5,1 mMol o β Globulina: 5,6 mMol o τ Globulina: 3,6 mMol o γ Globulina: 29,3 mMol Fig 4 Fig 5A Fig 5B

De crise convulsiva a quadro vegetativo: a rápida evolução de um caso de Panencefalite Esclerosante Subaguda Pós Sarampo (SSPE) em criança de 12 anos Introdução:

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De crise convulsiva a quadro vegetativo: a rápida De crise convulsiva a quadro vegetativo: a rápida evolução de um caso de Panencefalite Esclerosante evolução de um caso de Panencefalite Esclerosante

Subaguda Pós Subaguda Pós SarampoSarampo (SSPE) em criança de 12 anos (SSPE) em criança de 12 anos

Introdução:Introdução: A SSPE é doença neurológica rara e progressiva que afeta as substâncias branca e cinzenta do cérebro. Sua patogênese não é bem definida, envolve

uma infecção persistente do sistema nervoso central por um vírus mutante do sarampo, conhecido como SSPE vírus. Nos países desenvolvidos, a

SSPE é doença rara devido à imunização em massa contra o sarampo. No Brasil, a imunização está no calendário vacinal oferecido pelo governo e, a

partir de 1994, foi iniciado o plano de erradicação da doença no país.

Autores: Garcia, J.L.; Pestana, A.P.; Ferranti, J.F.; Cardoso, D.M.; Guilhoto, L.F.F.; Lo, D.S.; Ragazzi, S.B.; Gilio, A.E.Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo - São Paulo - SP

Relato do Caso:Relato do Caso: FFS, 12 anos, com diagnóstico de epilepsia de difícil controle em uso de anticonvulsivantes, há 8 meses. Procurou Pronto-Socorro Infantil com alteração do nível de consciência há 21 dias e piora há 3 dias apresentando: apatia, perda do controle esfincteriano, dificuldade de deglutição, deambulação e fala. Apresentou infecção pelo vírus do sarampo aos 8 meses de vida. Eletroencefalograma (fig. 1, 2 e 3), ressonância nuclear magnética (fig. 4, 5 e 6) e titulação de anticorpos contra o sarampo em líquor e sangue (tabela 1 e 2) foram realizados para o diagnóstico SSPE. Em 70 dias de internação paciente evoluiu com perda completa da função motora (necessitando de gastrostomia) e degeneração sensorial.

Relato de Caso

1. Quadro clínico típico de deterioração mental com mioclonias generalizadas 2. Mudanças características no eletroencefalograma

3. Elevação dos níveis de globulina acima de 20% do total de proteínas do líquor

4. Altos títulos de anticorpos contra o vírus do sarampo 5. Achados histopatológicos típicos em biópsia ou necropsia de tecido cerebral

Quadro 1: Critérios diagnósticos de Dyken

Estágio 1: Alteração comportamental e perda cognitivaEstágio 2: Mioclonias e deterioração motoraEstágio 3: Manifestações piramidais e extrapiramidais, desaparecimento das miocloniasEstágio 4: Estado vegetativo

Discussão:Discussão: A manifestação típica é a criança apresentar deterioração cognitiva combinada com ataxia e ou mioclonias. A progressão através dos diversos estágios (quadro 2) é variável e o óbito geralmente ocorre de 1 a 3 anos após o início dos sintomas. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas (quadro 1), alterações eletroencefalográficas e títulos virais elevados no líquido cefaloraquidiano, sendo a Ressonância Nuclear Magnética o método indicado para mostrar alterações em massa branca e núcleos da base. Os tratamentos conhecidos atualmente são extremamente caros e nenhum levou à cura, mas sim a uma estabilização e retardo na evolução do quadro de deterioração neurológica.

Quadro 2: Estágios de evolução Fig. 4 RNM (T1) mostrando área de hiposinal na região de gânglios da base (putamen) à esquerda. (20/05/2009).Fig. 5 RNM (T2) mostrando área de hipersinal na região de gânglios da base (putamen) à esquerda (A corte axial, B corte coronal). (20/05/2009).

  

Fig 5B

Fp1-F3F3-C3C3-P3P3-O1

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Fig. 1 EEG mostrando atividade irritativa crítica originada na região frontal esquerda (24/10/2008). Obs. Ressonância de crânio era normal nessa época. Fig. 2 EEG mostrando atividade irritativa bifrontal (04/05/2009). Paciente apático. Fig. 3 EEG mostrando surto de ondas lentas de projeção difusa repetindo-se a intervalos de 10 segundos (atividade periódica lenta). (06/05/2009). Paciente evoluiu com mioclonias após 20 dias.

Fig 4 Fig 5A Fig 5B

Fig 1 Fig2 Fig3

Tabela 2: Análise liquórica

Referências Bibliográficas World Health Organization (2006) Global Advisory Committee on Vacine Safety, 1-2 december 2005. Wkly Epidemiol Rec 81:15-19.Rev Saúde Pública 2006;40(4):751. Dimova P, Bojinova V: Subacute sclerosing panencephalitis with atypical onset: clinical, computed tomographic, and magnetic resonance imaging correlations. J Child Neurol 2000,15:258-260.Tomoda A, Miike T, Miyagawa S, Negi A, Takeshima H: Subacute sclerosing panencephalitis and chorioretinitis. Brain Dev 1997,19(1):55-57.Nunes ML, Costa Da Costa J, Garcias Da Silva LF: Trihexyphenidyl and isoprinosine in the treatment of subacute sclerosing panencephalitis. Pediat Neurol 1995, 13:153-156. Prashant LK, Taly AB, Ravi V, Sinha S, Rao S: ong term survival in subacute sclerosing panencephalitis: an enigma. Brain Dev 2006, 28:447-452.Prashanth LK, Taly AB, Sinha S, Ravi V: Subacute sclerosing panencephalitis: an insight into the diagnostic errors from a tertiary care university hospital. J Chil Neurol 2007, 22:683-688 Garg RK: Subacute Panencephalitis. Postgrad Med J 2002, 78:63-70. Mawrin C, Lins H, Koenig B, Henrichs T et al: Spatial and temporal disease progression of adult-onset subacute sclerosing panencephalitis. Neurology 2002, 58:1568-1571.Cobb W, Hill D: Eletroencephalogram in subacute progressive encephalitis. Brain 1950, 73: 292:404. Cobb W, Marshall J, Scaravilli F: Long survival in subacute sclerosing panencephalitis. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1984, 47: 176-183. Markand ON, Panszi JG: The electroencephalogram in subacute sclerosing panencephalitis. Arch Neurol 1975, 32:719-726. Owens GP, Ritchie AM, Gilden DH et al. Measles virus-specific plasma cells are proeminent in subacute aclerosing panencephalitis. Neurology 2007, 68:1815:1819. Praveen-Kumar S, Sinha S, Taly AB et al. Eletroencephalographic and imaging profile in asubacute sclerosing panencephalitis (SSPE) cohort: a correlative study. Clin Neurophysiol 2007, 118:1947-1954.Gascon G, Yamani S, Crowell J, Stigsby B, Nester M, Kanaan I, et al. Combined oral isoprinosine-intraventricular alpha-interferon therapy for subacute sclerosing panencephalitis. Brain Dev 1993, 15:346–355 Yalaz K, Anlar B, Oktem F, Aysun S, Ustacelebi S, Gurcay O, et al. Intraventricular interferon and oral inosiplex in the treatment of subacute sclerosing panencephalitis. Neurology 1992, 42:488–49.17. Gascon GG; International Consortium on Subacute Sclerosing Panencephalitis. Randomized treatment study of inosiplex versus combined inosiplex and intraventricular interferon-alpha in subacute sclerosing panencephalitis (SSPE): international multicenter study. J Child Neurol 2003, 18: 819–827.Kurata T, Matsubara E, Yokoyama M, Nagano I, Shoji M, Abe K Improvement of SSPE by intrathecal infusion of alpha-IFN. Neurology 2004, 63:398–399.

Conclusão:Conclusão:A SSPE é uma complicação rara e fatal de uma infecção viral comum que se pode prevenir. O caso apresentado teve uma manifestação inicial típica do quadro panencefalite que foram quedas freqüentes, porém, obteve num primeiro momento o diagnóstico de epilepsia pelo padrão inicial do EEG que mostrava atividade irritativa, pela história familiar e boa resposta ao tratamento com anticonvulsivantes. O diagnóstico da SSPE, é relativamente fácil com o uso de técnicas laboratoriais avançadas e da sorologia, entretanto, ainda depende da suspeita clínica e não há tratamento totalmente efetivo para esta afecção. Apesar da cobertura vacinal atual, presume-se que mais casos estão sendo diagnosticados em reflexo ao surto de 1997 em nosso país e deve-se estar atento a essa possibilidade diagnóstica entre seus diagnósticos diferenciais durante a prática da clínica pediátrica.

Tabela 1: Sorologias

Sorologias Sarampo:

o Plasma: IgG +; IgM –o Líquor: IgG +; IgM –

Rubéola:o Plasma: IgG –; IgM –

Herpes Vírus:o Plasma: IgG –

Análise de Líquor (punção lombar) 1 célula (89 Linfócitos; 11 Neutrófilos) 1 hemácia Glicose: 66 mg/dl Cloro: 129 mg/dl Bacterioscópico: negativo Cultura bacteriana: negativo Pesquisa de fungos: negativa Cultura de fungos: negativa Cultura viral: positiva (microorganismo ainda em identificação)

Proteínas: 29 mg/dl Eletroforese de Proteínas:o Pré-albumina: 4,5 mMolo Albumina: 47,5 mMolo α 1 Globulina: 4,4 mMolo α 2 Globulina: 5,1 mMolo β Globulina: 5,6 mMolo τ Globulina: 3,6 mMolo γ Globulina: 29,3 mMol

Fig 4 Fig 5A Fig 5B