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Boletim Informativo Pesquisa & Extensão  BIPERS BIPERS Publicação conjunt a do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves – EMBRAPA e da Associação Riogranden se de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMA TER/RS  AGOSTO/2002 COLETÂNEA DE TECNOLOGIAS SOBRE DEJETOS SUÍNOS Suínos e Aves Roberto Diesel Cláudio Rocha Miranda Carlos Cláudio Perdomo

DEJETOS SUINOS

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  • Boletim Informativo Pesquisa & Extenso

    BIPERSBIPERSPublicao conjunta do Centro Nacional de Pesquisa de Sunos e Aves EMBRAPA e daAssociao Riograndense de Empreendimentos de Assistncia Tcnica e Extenso Rural EMATER/RS

    AGOSTO/2002

    COLETNEA DE TECNOLOGIAS SOBRE DEJETOSSUNOS

    Sunos e Aves

    Roberto DieselCludio Rocha MirandaCarlos Cludio Perdomo

  • ANO 10 BIPERS no 14 AGOSTO/2002

    Boletim Informativo de PesquisaEmbrapa Sunos eAves e ExtensoEMATER/RS

    Articulao da Embrapa Sunos e Aves com aAssociao Riograndense de Empreendimentos deAssistncia Tcnica e Extenso Rural EMATER/RS

    Circulao: SemestralTiragem: 2000Coordenao: Roberto Diesel, ENGo Agro

    Correspondncias, sugestes e questionamentos sobre a matria constanteneste boletim podero ser enviados Coordenao do BIPERS.

    Embrapa Sunos e AvesBR 153, km 110, Vila TamanduCaixa Postal 21CEP 89700-000 Concrdia, SCFone: (49) 442-8555Fax: (49) 442-8559http: / / www.cnpsa.embrapa.br /[email protected]

    EMATER/RSRua Botafogo 1051Caixa Postal 2727CEP 90150-053 Porto Alegre, RSFone: (51) 233-3144Fax: (51) 229-6199http: / / www.emater.tche.br /

  • Coletnea de tecnologias sobre dejetos sunos

    Roberto Diesel1Cludio Rocha Miranda 2

    Carlos Cludio Perdomo 3

    1Extensionista EMATER/RS2Eng. Agr., M.Sc., Pesquisador da Embrapa Sunos e Aves3Eng. Agr.,D.Sc., Pesquisador da Embrapa Sunos e Aves.

  • Sumrio1 Introduo 6

    2 Dejetos sunos 62.1 Caractersticas dos dejetos sunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Poder poluente dos dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.3 Estimativa do volume de dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.4 Como planejar o manejo dos dejetos sunos . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    2.4.1 Fase de produo e coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.4.2 Armazenagem dos dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.4.3 Tratamento dos dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162.4.4 Utilizao dos dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182.4.5 Uso dos dejetos na agricultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.4.6 Distribuio dos dejetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    3 Outras tecnologias 243.1 Sistema de produo de sunos em cama sobreposta . . . . . . . . . . 243.2 Compostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253.3 Uso de peneiras e prensas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    4 Controle de moscas atravs do manejo dos dejetos 265 Bibliografia consultada 28

    6 Anexo 31

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  • 1 IntroduoA poluio provocada pelo manejo inadequado dos dejetos sunos cresce em

    importncia a cada dia, quer seja por uma maior conscincia ambiental dosprodutores, quer seja pelo aumento das exigncias dos rgos fiscalizadores e dasociedade em geral. Essa combinao de fatores tem provocado grande demandajunto aos tcnicos no sentido de viabilizar solues tecnolgicas adequadas aomanejo e disposio dos dejetos de sunos, que sejam, ao mesmo tempo, compatveiscom as condies econmicas dos produtores, atendam as exigncias legais e quepossam ser de fcil operacionalizao. Solues essas que nem sempre se revelamde fcil execuo, seja por problemas decorrentes de inadequao das instalaes,haja vista que s mais recentemente a questo dos dejetos passou a ser efetivamenteconsiderado na concepo das edificaes suincolas, quer seja devido as dificuldadesfinanceiras do suinocultor, ou mesmo, pelo desconhecimento dos tcnicos acerca dasopes tecnolgicas mais adequada para cada caso.

    A presente publicao tem a pretenso de atender exatamente esse ltimoaspecto, ou seja, apresentar de forma acessvel e prtica uma coletnea das principaisinformaes relacionadas ao tema dejetos de sunos e que estavam dispersas emdezenas de publicaes (teses, monografias e artigos publicados em congressos) eque, normalmente, o tcnico de campo no tem o devido acesso.

    A concepo geral que nos orienta nessa publicao de que os nutrientespresente nos dejetos devem ser, preferencialmente, reciclados atravs do seu usoagrcola, levando assim a existncia esquemtica de trs tipos bsicos de situaespara o manejo dos dejetos sunos: 1) granja que possui rea agrcola suficiente parareciclar os dejetos na propriedade; 2) granja que no possui rea prpria suficientepara reciclar os dejetos, mas possui reas prximas (vizinhos) em condies e cominteresse em aproveit-lo; 3) a granja com produo de dejetos superior capacidadeinterna de reciclagem e sem condies de exportar o excedente para reas agrcolasvizinhas. Cada uma dessas situaes demanda uma estratgia diferente, sendo quepara a primeira e a segunda situao, as alternativas tecnolgicas devem levar maisem conta os aspectos relacionados ao armazenamento e distribuio dos dejetos,enquanto que para a terceira, obrigatoriamente, se dever pensar em formas detratamento dos dejetos excedentes.

    A partir dessa concepo geral organizamos o presente boletim de forma que ointeressado possa ter uma viso geral do assunto e que disponha de um roteiro bsicodos procedimentos a serem considerados para elaborao correta de um projeto demanejo dos dejetos da granja suincola.

    2 Dejetos sunosA poluio ambiental por dejetos um problema que vem se agravando na

    suinocultura moderna. Diagnsticos recentes tm demonstrado um alto nvel de

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  • contaminao dos rios e lenis de gua superficiais que abastecem tanto o meiorural como o urbano.

    A capacidade poluente dos dejetos sunos, em termos comparativos, muitosuperior a de outras espcies. Utilizando-se o conceito de equivalente populacionalum suno, em mdia, equivale a 3,5 pessoas. (LINDNER, 1999).

    Em outras palavras, uma granja de com 600 animais possui um poder poluente,segundo esse critrio, semelhante ao de um ncleo populacional de aproximadamente2.100 pessoas.

    A causa principal da poluio o lanamento direto do esterco de sunos semo devido tratamento nos cursos de gua, que acarreta desequilbrios ecolgicos epoluio em funo da reduo do teor de oxignio dissolvido na gua, disseminaode patgenos e contaminao das guas potveis com amnia, nitratos e outroselementos txicos.

    Os principais constituintes dos dejetos sunos que afetam as guas superficiais somatria orgnica, nutrientes, bactrias fecais e sedimentos. Nitratos e bactrias soos componentes que afetam a qualidade da gua subterrnea.

    A produo de sunos acarreta, tambm, um outro tipo de poluio que aquelaassociada ao problema do odor desagradvel dos dejetos. Isto ocorre devido aevaporao dos compostos volteis, que causam efeitos prejudiciais ao bem estarhumano e animal. Os contaminantes do ar mais comuns nos dejetos so: amnia,metano, cidos graxos volteis, H2S, N20, etanol, propanol, dimetil sulfidro e carbonosulfidro. A emisso de gases pode causar graves prejuzos nas vias respiratriasdo homem e animais, bem com, a formao de chuva cida atravs de descargasde amnia na atmosfera, alm de contriburem para o aquecimento global da terra(Perdomo, 1999; Lucas et al, 1999).

    2.1 Caractersticas dos dejetos sunosOs dejetos sunos so constitudos por fezes, urina, gua desperdiada pelos

    bebedouros e de higienizao, resduos de rao, plos, poeiras e outros materiaisdecorrentes do processo criatrio (Konzen,1993). O esterco, por sua vez, constitudopelas fezes dos animais que, normalmente, se apresentam na forma pastosa ou slida.

    Os dejetos podem apresentar grandes variaes em seus componentes, depen-dendo do sistema de manejo adotado e, principalmente, da quantidade de gua enutrientes em sua composio, conforme Tabela 1.

    O esterco lquido dos sunos contm matria orgnica, nitrognio, fsforo, potssio,clcio, sdio, magnsio, mangans, ferro, zinco, cobre e outros elementos includosnas dietas dos animais.

    Pesquisa realizada por Scherer (1994), em oito municpios representativos daregio Oeste de Santa Catarina, onde foram coletadas e analisadas 118 amostraslquidas de dejetos, constatou que o teor de matria seca foi de 3%, valor bastanteaqum daquele apresentado na Tabela da Comisso da Fertilidade do Solo, que de 6% e serve de base para a recomendao de adubao orgnica. No geral asamostras com baixo teor de matria seca, tambm, tm uma baixa concentrao

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  • Tabela 1 Composio qumica mdia dos dejetos sunos obtida naUnidade do Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa,Concrdia-SC

    Varivel Mnimo (mg/L) Mximo (mg/L) Mdia (mg/L)DQO 11.530,2 38.448,0 25.542,9Slidos totais 12.697,0 49.432,0 22.399,0Slidos volteis 8.429,0 39.024,0 16.388,8Slidos fixos 4.268,0 10.408,0 6.010,2Slidos Sedimentveis 220,0 850,0 428,9Nitrognio total 1.660,0 3.710,0 2.374,3Fsforo total 320,0 1.180,0 577,8Potssio total 260,0 1.140,0 535,7

    Fonte: SILVA (1996)

    de nutrientes, o que diminui seu valor fertilizante. Observou-se que cerca de 38%das amostras de esterco tinham menos de 5 Kg/m3 de nutrientes e, o que mais preocupante, 27% do total das amostras apresentaram menos de 3 Kg/m3 denutrientes e um teor de matria seca inferior a 1%.

    2.2 Poder poluente dos dejetosNa maioria dos pases da Europa a legislao de proteo ambiental muito

    rgida com relao aos dejetos produzidos pelos sunos e outros animais, devido adificuldade de distribuio dos mesmos. No Brasil a partir de 1991 comeou a sedar uma maior importncia a este assunto, passando o Ministrio Pblico a cobrar ocumprimento da legislao, aplicando advertncias, multas e mesmo o fechamento degranjas.

    Na Tabela 2 apresenta-se os padres exigidos pela FEPAM em relao a nutrientese coliformes fecais para lanamento de efluentes sunicola em cursos dgua.

    Tabela 2 Nveis de nutrientes e coliformesfecais aceitveis para lanamentode efluente suincola em cursodgua no Rio Grande do Sul.

    Variveis QuantidadeColiformes fecais 1%Fsforo total 1,0 mg/lNitrognio total 10,0 mg/lCobre 0,5 mg/lZinco 1,0 mg/l

    Fonte: FEPAM

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  • Para determinar a qualidade de um efluente, deve-se estabelecer parmetrosde controle, confiveis e significativos. No caso dos dejetos sunos os principaisparmetros utilizados so os seguintes:

    Demanda Qumica de Oxignio (DQO-mg/l): a quantidade de oxignionecessria para oxidar quimicamente a matria orgnica e inorgnica oxidvel dagua, ou seja a quantidade de oxignio consumida por diversos compostos sem ainterveno de microorganismos.

    Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO-mg/l): principal unidade de medio depoluio dos efluentes. Corresponde a quantidade de oxignio necessrio para queas bactrias depuradoras possam digerir cargas poluidoras na gua. Quanto maior aDBO maior a poluio causada. No processo de digesto desta carga poluidora asbactrias necessitam de certa quantidade adicional de oxignio, que denominada deDBO.

    Slidos Totais (ST - mg/l): O contedo de slidos totais corresponde a matriaslida contida nos dejetos e que permanece aps a retirada da umidade.

    Slidos Volteis (SV - mg/l): Caracterizam a frao de material orgnico, assimcomo o teor de slidos fixos indicam o teor de slidos minerais.

    Nutrientes:Nitrognio Total (NTK - mg/l): Dos nutrientes o que tem maior interesse no estudo

    das guas residurias so o nitrato, nitrito, a amnia e o nitrognio orgnico. Onitrognio total a soma da amnia livre e do nitrognio orgnico.

    Sua presena indica o grau de poluio do aqfero ocasionada por despejo degua rica em fertilizantes nitrogenados. Em teores elevados, na preparao dealimentos para crianas, pode causar a cianose (methemoglobinemia), doena queatinge crianas. O seu padro mximo na gua 10 mg/l (SABESP).

    2.3 Estimativa do volume de dejetosA quantidade total de esterco produzida por um suno varia de acordo com o seu

    desenvolvimento ponderal, mas apresenta valores decrescentes de 8,5 a 4,9% emrelao a seu peso vivo/dia para a faixa de 15 a 100 kg. Cada suno adulto produz emmdia 7-8 litros de dejetos lquidos/dia ou 0,21 - 0,24m3 de dejetos por ms (Tabela 3).

    Tabela 3 Produo mdia diria de dejetos nas diferentes fases produ-tivas dos sunos

    Categoria Esterco Esterco + Dejetos Lquidos(kg/dia) urina (Kg/dia) (litros/dia)

    Sunos (25 - 100 Kg) 2,30 4,90 7,00Porca gestao 3,60 11,00 16,00Porca lactao + leites 6,40 18,00 27,00Cachao 3,00 6,00 9,00Leites na creche 0,35 0,95 1,40

    Fonte: adaptado de Oliveira (1993)

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  • Para facilitar a execuo de projetos, foi desenvolvida uma recomendao prtica,onde a quantidade de dejetos estimada de acordo com o sistema produtivo utilizadopelo produtor e com o grau de desperdcio da gua na granja, conforme Tabela 4.

    Tabela 4 Volume de dejetos produzidos, de acor-do com o tipo de granja.

    Tipo de Granja Nvel de diluioPouca Mdia Muita

    Ciclo Completo (l/Matriz) 100 150 200UPL (l/Matriz) 60 90 120UT (l/animal) 7,5 11,2 15

    Fonte: Perdomo et all (1999).

    2.4 Como planejar o manejo dos dejetos sunosO manejo dos dejetos parte integrante de qualquer sistema produtivo de criao

    de animais e deve estar includo no planejamento da construo ou modificaodas instalaes. A seleo de um sistema de manejo dos dejetos baseado emvrios fatores, tais como: potencial de poluio, necessidade de mo de obra, readisponvel, operacionalidade do sistema, legislao, confiabilidade e custos. Noexiste um sistema que atenda todas as situaes, cada sistema tem suas vantagense desvantagens que devem ser consideradas quando da implantao de um projeto.

    A quantificao mais aproximada da produo real de dejetos na criao desunos, constitui um fator bsico no estabelecimento da estrutura de estocagem eaproveitamento dos mesmos. Pois, somente possvel determinar o mais apropriadodestino dos dejetos, mediante o conhecimento da concentrao de seus elementoscomponentes, que dependem da diluio a que foram submetidos e da forma queforam manuseados e armazenados.

    Um dos principais problemas do manejo de dejetos o alto grau de diluio,ocasionado, principalmente, por vazamentos no sistema hidrulico, desperdcio degua nos bebedouros e sistema de limpeza inadequados. Para viabilizar o uso dedejetos como adubo orgnico necessrio reduzir o volume a ser destinado lavourae aumentar a concentrao de nutrientes.

    Cada granja de sunos deve possuir um programa racional de manejo dos dejetosvisando a sua correta utilizao para evitar os problemas de poluio. Para tanto,deve-se levar em conta no planejamento, quatro etapas bsicas: a produo e coleta;armazenagem; tratamento; distribuio e utilizao dos dejetos na forma slida,pastosa ou lquida.

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  • 2.4.1 Fase de produo e coleta

    A densidade dos dejetos, o tipo de piso, o tipo de bebedouro, a tipologia daedificao e o manejo de gua para limpeza determinam o volume de dejetos lquidosproduzidos.

    Nessa fase devemos pensar em todas as maneiras possveis de evitarmos odesperdcio de gua. Para ter uma idia do que o desperdcio significa cabe mencionarque uma pequena goteira num bebedouro, com presso de 2,8 kg/cm2 representa umaperda de 26,5 litros/hora (0,63m3/dia) e 150 litros/hora num vazamento maior.

    As principais medidas preventivas que devem ser observadas nessa etapa so asseguintes:

    Desperdcio de gua nas instalaesOs sunos devem dispor de gua de boa qualidade e em quantidade suficiente,pois do contrrio podem ocorrer vrios problemas a exemplo de infecesurinrias, constipao, sndrome do MMA (metrite, mastite, agalaxia) e menoringesto de alimento com diminuio da performance produtiva.Segundo Sobestiansky apud Oliveira (1994), para limpeza das instalaes deuma granja no sistema confinado so consumidos em mdia 6 litros/gua/diapor matriz e 2 litros por animal na fase de terminao.A reduo do desperdcio de gua decorrente das instalaes hidrulicas, maldimensionadas e instalao de bebedouros inadequados condio bsica parafacilitar o armazenamento, tratamento e utilizao dos dejetos sunos.Dentre as principais solues apontadas para o problema do excesso da guanas instalaes podemos destacar:- Realizao de limpeza a seco das instalaes e o uso do piso ripado, nessecaso a frequncia de limpeza mnima e o uso da gua s se faz necessrio nasada do lote dos animais;- Para facilitar o trabalho de limpeza em sistemas de piso compacto utilizarcaimento de 3 a 5% e trs ou mais sadas de esterco em cada baia, usando-segua para limpeza somente na sada dos animais;- No deixar a gua do telhado misturar-se com os dejetos na esterqueira, paratanto deve-se utilizar beiral largo ou calha no telhado;- Quando usar desinfetante nas instalaes, desviar a gua usada para umsumidouro, para que no afete o processo de fermentao do esterco.

    BebedourosO bebedouro ideal aquele que fornece um adequado volume de gua naunidade de tempo, com baixa velocidade de escoamento. A altura e o ngulo deposicionamento dos bebedouros devem ser determinados em funo do modeloe do tamanho dos animais.

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  • Nas fases em que os animais apresentam grande variao de peso, a exemploda creche, crescimento e terminao, importante que os bebedouros sejamajustveis ou colocados em alturas diferentes. Assim, sunos jovens preferembeber juntos, portanto bebedouros mais afastados entre si, no apresentam bomrendimento.Cada tipo de bebedouro apresenta um altura ideal para sua instalao de acordocom a fase do animal (Tabela 5). Por exemplo, a altura dos bebedouros tipo taadeve facilitar a limpeza e evitar a contaminao pelas dejees. Para a porca emlactao recomendvel uma altura mais elevada do bebedouro, mantendo, noentanto, um sistema a parte para o leito.

    Tabela 5 Altura recomendada para instalao de bebedourosPeso dos sunos (kg) Altura do piso (cm)

    Tipos de bebedourosTaa Chupeta Nvel

    At 5 12 18 -5 a 15 20 26 1215 a 30 25 35 1230 a 65 30 45 2565 a 100 40 55 25Acima de 100 45 65 -

    Fonte: OLIVEIRA (1997).

    Bellaver et al. (1998), testou o fornecimento de gua atravs de bebedourostipo chupeta colocados dentro e/ou fora do comedouro. Os ganhos depeso e consumo de rao dos animais com bebedouro dentro do comedouroou combinao de bebedouros no comedouro e na parede da baia, foramsuperiores queles com bebedouros somente na parede. Sendo que ocomedouro com bebedouro apenas na cmara de consumo foi o que apresentoumenor produo de dejetos.Pesquisa realizada na Embrapa (Oliveira, 1991) comparando o consumo de guados bebedouros de nvel e chupeta, de sunos em crescimento e terminao,constou que o bebedouro em nvel gastou 2,32 vezes menos gua do que o tipochupeta, sem ocorrer interferncia no ganho de peso dirio dos animais.

    Fatores ligados a nutrioSegundo (Lima & Nones,1999), existem aspectos importantes relacionados nutrio que podero reduzir o potencial poluente dos dejetos e assegurar maiorsustentabilidade aos sistemas de produo. Dentre estes cabe destacar:Melhorar a eficincia alimentar dos animais, significa reduzir o poder poluentedos dejetos.

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  • O uso de nutrientes na rao acima das exigncias dos animais (margens desegurana) onera os custos de produo e aumenta a excreo de nutrientes.O emprego da tcnica de restrio alimentar em sunos em terminao reduz ovolume de fezes produzido, bem como a excreo diria de fsforo, nitrognio eoutros minerais.Reduo nos nveis de NaCl (cloreto de sdio) fornecidos na dieta, de maneiraa atender apenas os nveis exigidos, reduzir o Na e o Cl excretados, ao mesmotempo que haver uma utilizao racional da gua e menor volume de dejetosproduzidos.Promotores de crescimento como o cobre e o zinco, se usados na formaquelatada na rao, podem reduzir a excreo de nutrientes nas fezes dosanimais.

    Tcnicas de edificaoEm algumas edificaes pela falta de orientao tcnica, a gua da chuvamistura-se com os dejetos aumentando seu volume. Para se evitar essa situaodevemos tomar os seguintes cuidados:O beiral das edificaes deve ter no mnimo 80cm para evitar que a gua dachuva, ao escoar, atinja os canais externos de coleta dos dejetos.Nos arredores dos depsitos de dejetos deve-se fazer uma boa drenagem paraevitar a entrada da gua da chuva.Recomenda-se que seja construdo um depsito, separado da esterqueira, paraescoamento da gua de limpeza e desinfeo das instalaes.A prtica de cobrir a esterqueira com objetivo de evitar a entrada da gua dachuva e a proliferao de moscas no deve ser recomendada, pois normalmentea gua se evapora com o passar do tempo e as moscas no conseguem semultiplicar no esterco mido.

    2.4.2 Armazenagem dos dejetosO armazenamento dos dejetos muitas vezes confundido com o conceito de

    tratamento desses dejetos, embora haja algumas formas de armazenar que nopromovem qualquer ao neste sentido. Conceitualmente a armazenagem consisteem colocar os dejetos em depsitos adequados durante um determinado tempo, comobjetivo de fermentar a biomassa e reduzir os patgenos dos mesmos. Por no ser umsistema de tratamento, fica aqum dos parmetros exigidos pela legislao ambientalpara lanamento em corpos receptores (rios, lagos) e a sua utilizao como fertilizanterequer cuidados especiais.

    Entre as alternativas possveis de utilizao para o armazenamento dos dejetos,as mais utilizadas so as seguintes:

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  • Esterqueira um depsito que tem por objetivo captar o volume de dejetos lquidosproduzidos num sistema de criao, durante um determinado perodo de tempo(normalmente entre entre 4 e 6 meses), para que ocorra a fermentao anaer-bica da matria orgnica. A carga de abastecimento diria, permanecendo omaterial em fermentao at a retirada.Caractersticas:As esterqueiras normalmente so de formato retangular pela facilidade deconstruo, mas estas so mais susceptveis s rachaduras, devido a maiorpresso que ocorre nos cantos. Quando no formato circular tem a vantagemde proporcionar melhor distribuio das cargas nas suas paredes laterais. Asesterqueiras podem ser construdos de alvenaria, pedras, solo cimento ou lonaPVC especial.Nas laterais e fundo da esterqueira deve ser feita uma drenagem das guas dachuva para evitar a presso que ocorre nela quando o depsito estiver vazio. Odepsito deve ser dimensionado em funo do nmero de animais e do tempode armazenamento dos dejetos.Vantagem:Facilidade de construo, permite a fermentao do dejeto e o seu melhoraproveitamento como fertilizante. Seu custo aproximadamente 20% menordo que a bioesterqueira.Desvantagem:Nesse processo no ocorre separao de fases e o dejeto fica mais concentrado,exigindo maiores reas para sua disposio final como fertilizante.

    BioesterqueirasConsiste numa adaptao da esterqueira convencional para melhorar a efi-cincia no tratamento do dejeto, atravs do aumento do tempo de retenodo mesmo. Esta construo composta por uma cmara de reteno e umdepsito. Surgiu a partir dos biodigestores, pois a cmara de fermentao semelhante a um biodigestor, porm sem campnula.Caractersticas:Realizam o processamento dos dejetos na forma de digesto anaerbica, comalimentao e descarga contnuas.Pode ser construda de diferentes materiais, com tijolos, blocos de cimento oupedras, com diferentes formas, que seguem as recomendaes da esterqueiraconvencional.A parede divisria no pode ser inferior a 2/3 da altura do nvel de dejetos nacmara.

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  • A cmara de fermentao tem uma profundidade mnima de 2,5 metros,possibilitando menor variao de temperatura e relao largura/comprimento de3:1. Nela o dejeto retido por no mnimo 45 dias e depois vai para o depsito.O depsito deve ser dimensionado para um perodo mnimo de 120 dias deestocagem e a sua profundidade mxima deve ser de 2,5 metros. O materiala ser utilizado para fertilizao nas reas de lavouras aquele localizado nodepsito.Vantagens:Reduz a carga orgnica do dejeto, bem como melhora a qualidade do esterco aser distribudo na lavoura.Desvantagem:Custo aproximadamente 20% superior esterqueira.BiodigestoresSo cmaras que realizam a fermentao anaerbia da matria orgnicaproduzindo biogs e biofertilizante.Caractersticas:Processo da digesto anaerbia consiste na transformao de compostosorgnicos complexos em substncias mais simples, como metano e dixido decarbono, atravs da ao combinada de diferentes microorganismos que atuamna ausncia de oxignio. O biodigestor pode ser construdo de pedra ou tijolo ea campnula de ferro, fibra de vidro ou PVC.Existem dois tipos principais de biodigestores, o de batelada e o contnuo. NoBrasil o modelo contnuo (indiano) foi o mais difundido pela sua simplicidade efuncionalidade.Os dejetos de sunos possuem um bom potencial energtico em termos deproduo de biogs, tendo em vista, que mais de 70% dos slidos totais soconstitudos pelos slidos volteis, que so o substrato dos microrganismosprodutores de biogs.O biogs liberado pela atividade de fermentao anaerbia do dejeto temelevado poder energtico e a sua composio varia de acordo com a biomassa.No meio rural pode atender quase que totalmente s necessidades energticasbsicas, tais como: cozimento, iluminao e gerao de energia eltrica paradiversos fins.Biofertilizante o efluente resultante da fermentao anaerbia da matriaorgnica, na ausncia de oxignio, por um determinado perodo de tempo.Pode ser utilizado como adubo do solo tanto puro quanto na formao decompostagens.O tamanho do biodigestor deve estar de acordo com as necessidadesenergticas da propriedade, com a capacidade de consumo do biogs produzido,

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  • com o nmero de animais existentes e com a rea disponvel para aplicao dobiofertilizante.Um mtodo prtico prtico para estimar o tamanho do biodigestor dado pelafrmula abaixo: TB= V X TRHOnde:TB = Tamanho do biodigestor (m3);V = vazo diria de dejetos (m3/dia);TRH = tempo de reteno necessrio para a degradao da matria orgnica(varia de 20 a 50 dias).Vantagens:Fornecimento de combustvel no meio rural atravs do biogs e adubo atravsdo biofertilizante.Valorizao dos dejetos para uso agronmico.Reduo do poder poluente e do nvel de patgenos.Exigncia de menor tempo de reteno hidrulica e de rea em comparao comoutros sistemas anaerbios.Desvantagens:Processo de fermentao anaerbia lento porque depende das bactriasmetanognicas cuja velocidade de crescimento lenta, o qual se reflete numtempo longo de reteno dos slidos.Necessidade de homogeneizao dos dejetos para garantir a eficincia dosistema.

    2.4.3 Tratamento dos dejetos

    Vrios so os processos de tratamento para os dejetos com alta concentraode matria orgnica como os provenientes de criao de sunos. A escolha doprocesso a ser adotado depender de fatores como: caractersticas do dejetoe do local, operao e recursos financeiros. O mais importante que deveratender a legislao ambiental vigente.As principais tcnicas de tratamento de dejetos costumam combinar processosfsicos e biolgicos de tratamentos.

    Tratamento fsicoO dejeto passa por um ou mais processos fsicos, onde ocorre a separao dasfases slida e lquida. Como tratamento fsico tem-se a separao de fases, quepode ser efetuada por processo de decantao, centrifugao, peneiramentoe/ou prensagem, e a desidratao da parte lquida por vento, ar forado ou araquecido. A separao entre as fases slidas e lquida poder minimizar oscustos de implantao do tratamento.

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  • No item referente a outras tecnologias apresentaremos alguns equipamentospossveis de serem utilizados na separao de fases.

    Tratamento biolgicoOcorre a degradao biolgica do dejeto por microorganismos aerbios e anae-rbios, resultando em um material estvel e isento de organismos patognicos.Nos dejetos com caractersticas slidas possvel fazer o tratamento biolgicoatravs dos processos de compostagem, enquanto em dejetos fludos pode-seexecutar os processos de lagoas de estabilizao.A Embrapa Sunos e Aves est desenvolvendo pesquisa de sistemas capazesde equacionar o aproveitamento e tratamento dos dejetos sunos. Estesestudos, sugerem a separao das fraes slidas e lquidas dos dejetos, comaproveitamento da primeira como fertilizante e tratamento da frao lquida.

    Sistema Embrapa - UFSCEste sistema combina a utilizao de um decantador de palhetas e lagoas detratamento.O decantador de palhetas parte fundamental do sistema e serve para separaras fases. Sua rea calculada em funo da quantidade diria de dejetosproduzidos na granja.O processo de separao de fases remove aproximadamente 50% do materialslido dos dejetos, representando um volume de cerca de 10 a 15% do total delquidos produzidos na granja.O tratamento realizado atravs de trs tipos de lagoas, ligadas em srie.Destas, duas so anaerbias, uma facultativa e a outra de aguap. Aslagoas tm o objetivo de remover a carga orgnica, nutrientes e os patgenosindesejveis e deixar o efluente lquido de acordo com a legislao ambiental.Vantagens:Este sistema permite adequar e maximizar a utilizao dos dejetos comofertilizante, de acordo com a realidade de cada propriedade e tratar o excessode efluentes visando atender os parmetros da legislao ambiental.Reduz os custos de armazenagem e distribuio, aumenta a concentrao deNPK por unidade de volume para uso agrcola, remove 98% da carga orgnicapoluente e 99% dos coliformes fecais (Conforme Tabela 6).Desvantagens:Custo relativamente elevado para implantao do sistema;Exigncia de reas adequadas para a construo das lagoas.

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  • Tabela 6 Eficincia combinada na remoo da carga orgnicae nutrientes do decantador, 2 lagoas anaerbias, 1lagoa facultativa e 1 lagoa de aguaps

    Variveis Valores Valores finais Eficinciainiciais (mg/l) (%)

    DBO5 13.500 mg / l 186,03 98,62Nitrognio 2.337 mg / l 185,51 92,06Fsforo 660 mg / l 19,42 97,05Coliformes fecais 5.08 x 108 - 99,9

    Fonte: Medri (1996).

    2.4.4 Utilizao dos dejetos Alimentao animal

    Os problemas de poluio ambiental ocasionados pelos dejetos sunos podemser diminudos com a utilizao dos mesmos como alimento animal, proporcion-ando tambm reduo dos custos de alimentao.O dejeto suno est sendo difundido como complemento na alimentao dosbovinos de corte e peixes, devido ao seu alto valor nutritivo (12 a 18% de proteinabruta), alm de ser um volumoso de boa aceitabilidade pelo bovino.Mesmo com vrias pesquisas mostrando resultados positivos no uso do estercona alimentao animal, o emprego desses resduos polmico. Isto se deve, ausncia de informaes mais conclusivas sobre o assunto, bem como, pelapreocupao dos dejetos servirem com o vetor de patgenos e doenas.SuinoculturaOs resultados do uso do esterco suno na alimentao dos prprios sunosno tem sido animadores em nosso pas. Lima et al (1993), determinaram emcondies brasileiras que o valor dos dejetos sunos processados de diferentesformas no foi superior a 1.294 kcal de energia digestvel e o coeficiente dedigestibilidade aparente da matria seca esteve ao redor de 33%, o que classificaeste tipo de produto como alimento de baixo valor nutritivo.Tambm h de se considerar que existem poucos estudos especficos parasunos, bem como, o risco de disseminao de problemas sanitrios quandose utilizam os dejetos na alimentao da prpria espcie.BovinoculturaOs bovinos, sendo ruminantes, apresentam condies fisiolgicas ideais parao desenvolvimento da fermentao microbiana a nvel de tubo digestivo, oque propicia um aumento no aproveitamento dos nutrientes como alimento.Pesquisas realizadas pela Epagri mostraram que os dejetos sunos peneirados eprensados, podem ser includos at o nvel de 66% na dieta dos bovinos de corte.

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  • No entanto, sua utilizao para bovinos de leite no recomendada devido aosriscos sanitrios.PisciculturaA utilizao dos dejetos sunos na alimentao de peixes comum em vriospases. Sua principal finalidade fornecer um alimento barato aos peixespermitindo uma maior agregao de renda na propriedade.O principal beneficio do dejeto na gua a produo de organismos planctnicosque servem de alimentos aos peixes.O policultivo de peixes o principal sistema de criao que usa dejetos sunos,sendo a carpa comum, a tilpia niltica e as carpas chinesas, as principaisespcies utilizadas.Na Tabela 7, observa-se a distribuio dos peixes normalmente, recomendadospara o policultivo na regio Sul do Brasil.

    Tabela 7 Mtodos de policultivo de peixes para alimentao com dejetossunos

    Mtodos de PolicultivoEspcies de peixes Mtodo I (%) Mtodo II (%) Mtodo III (%)Participao da espcieCarpa hngara 30 40 30Carpa prateada 40 40 30Carpa cabea grande 20 10 15Carpa capim 5 5 10Curimbat 5 5 15Pac 5 5 5Catfish 5 5 5

    Fonte: Matos (1996)

    O dejeto suno deve ser aplicado com moderao nos ambientes aquticos, poisseu uso excessivo pode causar mortalidade de peixes, devido a falta de oxigniona gua. Deve-se procurar manter uma taxa de oxignio dissolvido de 5mg/litro.A dosagem de dejetos a ser aplicada depende basicamente da temperatura dagua. Recomenda-se de uma maneira geral, utilizar uma quantidade equivalentea 10% do peso vivo dos peixes, quando a temperatura da gua for superiora 20oC. Caso a temperatura for menor, alimenta-se o tanque com dejetos naquantidade de 3 a 5% do peso vivo dos peixes.Vantagens:O aproveitamento racional do esterco de sunos na alimentao de peixescontribui para a produo de carne a baixo custo e melhora a renda dapropriedade rural.

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  • Desvantagens:O uso excessivo dos dejetos nos audes pode comprometer o desenvolvimentodos peixes e causar problemas ambientais principalmente no momento dadespesca.

    2.4.5 Uso dos dejetos na agricultura

    Os sistema intensivos de criao de suinos confinados originam grandesquantidades de dejetos, os quais necessitam uma destinao. Dentre asalternativas possveis, aquela de maior receptividade pelos agricultores tem sidoa utilizao como fertilizante.Segundo Konzen (1997), a utilizao dos dejetos sunos numa propriedadeagrcola permite o desenvolvimento de sistemas integrados de produo quepodem corresponder a um somatrio de alternativas produtivas que diversificamas fontes de renda, promovendo maior estabilidade econmica e social.Resultados de pesquisa de Scherer et al. (1994/1996) e de Scherer &Castilhos (1994), indicam que o esterco de sunos quando utilizado deforma equilibrada, constitui um fertilizante capaz de substituir com vantagemparte ou, em determinadas situaes, totalmente a adubao qumica dasculturas. A reciclagem do esterco como fertilizante na propriedade, mostrou-seeconomicamente vivel, desde que apresente no mnimo 5 kg de nutrientes pormetro volumtrico, o que s ocorre quando o esterco apresenta uma densidademnima de 1012 kg/m.Algumas pesquisas alertam para o fato que, apesar do dejeto no curtoprazo influenciar positivamente na produtividade das culturas, esta utilizao problemtica no mdio prazo, uma vez que existe desequilbrio entre acomposio qumica dos dejetos e a quantidade requerida pelas planta oque poder resultar em acmulo de nutrientes no solo e, consequentemente,ao ambiente. Assim, deve-se assegurar que as quantidades retiradas pelasplantas sejam repostas atravs de adubaes orgnicas ou qumicas e queas quantidades de nutrientes adicionadas no sejam maiores do que aquelaspossveis de serem absorvidas pelas plantas.Para facilitar a recomendao tcnica na utilizao dos dejetos orgnicos, importante conhecer as caractersticas fsicas e qumicas dos dejetos tais como:Matria seca: indica o grau de diluio do esterco e o valor fertilizante deste, umavez que a concentrao de nutrientes por unidade de volume inversa ao seucontedo de gua e carbono. Os valores de matria seca so bastante variveismesmo dentro de um mesmo tipo de criao. Estas variaes so devidas aotipo de alimentao, idade dos animais, local de coleta.A densidade: indica de maneira bastante prtica atravs do densmetro ouaermetro, as estimativas dos teores de matria seca e N,P,K, no esterco lquidode bovinos e a matria seca e N no esterco lquido de sunos.

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  • A concentrao de N,P,K, nos estercos animais, est relacionada com aqualidade dos alimentos consumidos pelos mesmos e o tamanho do animal,medido em peso vivo. Em mdia, 75% do nitrognio, 80% do P2O5 e 85% doK2O presentes nos alimentos, so excretados nas fezes.O fsforo est presente mais na forma de compostos orgnicos, enquanto que aurina contm apenas traos do elemento. No esterco manejado de forma lquidah necessidade de homogeneizao da biomassa, porque o fsforo pode serfixado no fundo das lagoas e esterqueiras.O potssio est presente, em grande parte na urina dos animais, altamentesolvel em gua e prontamente disponvel, pois encontra-se totalmente na formamineral. Deve-se evitar perdas de K solvel por vazamentos nas esterqueiras,pois pode fluir juntamente com a gua.pH: o pH dos estercos fermentados deve ser superior a 6,5, principalmentequando o material for colocado em cobertura nas pastagens ou culturas anuais.Em funo disso importante que o material a ser fermentado na esterqueiratenha um tempo de reteno de pelo menos 120 dias.Determinao da densidade dos dejetosO ideal que fossem coletadas amostras dos dejetos nas esterqueiras eenviadas para anlises qumicas e fsicas nos laboratrios. No entanto, comoestas tem um custo elevado, um dos mtodos indicados para ser utilizado acampo o uso do densmetro, que permite a determinao da densidade,sendo possvel com isto, estimar a composio em nutrientes e calcular a doseadequada a ser aplicada para uma determinada cultura.Primeiramente, mistura-se os dejetos na esterqueira, agitando-os por algunsminutos, at perfeita homogeneizao. Em seguida, com um recipienteadequado, retira-se uma amostra para a determinao da densidade. Pararealizar a leitura, mergulha-se o densmetro no recipiente, observa-se at ondeele imerge e registra-se o valor obtido. Os densmetros recomendados devem terescala de 1000a 1060 kg/m3. Com o valor da densidade, consulta-se a tabela deconverso, obtendo-se s caractersticas qumicas dos dejetos analisados (Videtabela de densidade Anexo I).Quando se avalia um esterco mais pastoso, densidade superior a 1030kg/m, comteores acima de 6% de matria seca, o densmetro perde preciso na leitura.Neste caso, deve-se fazer uma nova medio, observando-se o seguinte: diluiro liquame na proporo de 1:1 com gua; fazer uma boa homogeneizao daamostra; introduzir o densmetro e fazer uma nova leitura.Quantidade a aplicar soloA quantidade de dejetos a ser aplicada depende do valor fertilizante, do resultadoda anlise do solo e das exigncias da cultura a ser implantada.

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  • Para se evitar a adio de alguns nutrientes em quantidades superiores asexigidas, deve-se fazer o clculo, tomando por base o nutriente cuja quantidadeseja satisfeita com a menor dose do adubo orgnico.Clculo das quantidades de nutrientes aplicados atravs de adubosorgnicosFrmula para adubos slidos:X= A X B / 100 X C X 100 X DOnde:X = Quantidade de nutrientes (kg/ha)A = Quantidade de produto a aplicar (kg/ha)B = Teor de matria seca do produto (%)C = Concentrao do nutriente na matria seca (%)D = ndice de eficincia na liberao dos nutrientes (Tabela)Frmula para adubos lquidos:X= A X B X COnde:A = Quantidade de nutriente a aplicar (kg/ha)B = Concentrao do nutriente no produto (kg/m3)C = ndice de eficincia na liberao dos nutrientes (Tabela 8)

    Tabela 8 ndice de eficincia de liberao dosnutrientes aplicados na forma orgnicapara a mineral, em cultivos sucessivos

    Indice de EficinciaNutrientes 1o Cultivo 2o Cultivo 3o CultivoN 0,5 0,2 -P205 0,6 0,2 -K20 1,0 - -

    Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo(SBCS,1994).

    2.4.6 Distribuio dos dejetos

    Os sistemas mais usados so: o conjunto de asperso com canho e o conjuntotrator e tanque distribuidor. Quando se usa o trator e tanque distribuidor, necessrio fazer a calibragem do conjunto, atravs do seguinte procedimento:

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  • Tabela 9 Concentrao mdia de N, P2O5 e K2O e teorde matria seca de alguns materiais orgnicos deorigem animal

    Material orgnico N P2O5 K20 Matria seca% mm

    Esterco slido de sunos 2.1 2.8 2.9 25kg/m3 de chorume

    Esterco lquido de sunos 4.5 4.0 1.6 6Concentrao calculada com base em material isento de gua.M/m =relao massa/massa.Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo (SBCS,1994).

    Carrega-se o distribuidor com um volume determinado de dejetos, por exemplo1000 litros;Percorre-se uma determinada distncia com velocidade de marcha normal paraesse tipo de operao (4 a 7 Km/hora), at o completo esvaziamento do tanque;Determina-se a rea onde os dejetos foram aplicados e calcula-se a taxa deaplicao por hectare.rea = largura da faixa de aplicao x distncia percorrida.1m3..........400m2 X= 10.000400 = 25m

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    X ..........10.000Para evitar perdas de nutrientes dos dejetos aps a aplicao, por escorrimentoda gua da chuva ou por volatilizao, a distribuio dos dejetos deve ser feitanos horrios de menor insolao, com imediata incorporao ao solo e, depreferncia, o mais prximo possvel do plantio da cultura.O sistema de distribuio de dejetos por asperso consiste de uma bomba,similar quelas usadas no veculo tanque; tubulao de PVC, alumnio ou aozincado; trip de elevao e canho hidrulico. O esterco bombeado ato bocal de um aspersor tipo canho, de onde aspergido sobre a rea deinteresse.Os canhes hidrulico devem ter bocal com dimetro mnimo de 30mm epodem operar com presses de 300 a 900 kPa e vazes de 20 a 200 m3/hora,distribuindo o esterco em reas de at 100 metros de dimetro, dependendo dotipo e dimetro do bocal e da combinao presso/vazo adotada.As bombas atualmente empregadas so basicamente de dois tipos: centrfugase volumtricas.

    Economicidade do transporte e de distribuioOs mtodos de distribuio do esterco e as dosagens dependem de como oprodutor utiliza o esterco: como um recurso ou como um produto descartvel.

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  • Se o esterco est sendo usado como um recurso o produtor deve conheceros nveis de fertilidade do solo, as necessidades das culturas, o contedo dosnutrientes do esterco, e as possveis perdas decorrentes da poca e do mtodode aplicao.A distncia entre a esterqueira e o local onde aplicado o esterco o fatorde maior influncia no custo do transporte e distribuio na lavoura. Pesquisasrealizadas avaliando os custos, de sistemas de aplicao de esterco, observaramque para a distncia de 10 km entre a esterqueira e a lavoura, a operaosomente foi econmica quando foram utilizados tanques de grande capacidadepara o transporte, e um distribuidor de capacidade menor na lavoura.

    3 Outras tecnologias3.1 Sistema de produo de sunos em cama sobreposta

    O uso da cama sobreposta para criao de suinos nas fases de crescimento eterminao ("deep bedding") foi introduzido no Brasil em 1993 pela Embrapa Suinose Aves atravs dos pesquisadores Paulo Armando de Oliveira e Juri Sobestiansky(Mors, 2000).

    Constitui-se num sistema de produo de suinos em leito formado por maravalhaou outro material (serragem, palha, casca de arroz, sabugo triturado de milho) onde osdejetos so misturados ao substrato do leito, submetido ao processo de compostagemdentro da prpria edificao (Oliveira, 2000).

    Este sistema exige um modelo de edificao totalmente aberto nas laterais, parafacilitar a ventilao, sendo o piso constitudo por terra compactada.

    Como o processo de compostagem aerbio so reduzidas as emisses deamnia (NH3) e odores, bem como ocorre a evaporao da frao lquida contidanos dejetos.

    Este sistema de produo apresenta vantagens e desvantagens em relao aosistema convencional.

    As vantagens esto relacionadas principalmente ao menor custo de investimentoem instalaes e manejo de dejetos, melhor conforto e bem estar animal e melhoraproveitamento da cama como fertilizante agrcola, devido a concentrao denutrientes e a reduo quase total da gua contida nos dejetos.

    De uma maneira geral vrios problemas so reduzidos com o uso da camasobreposta, como o caso do canibalismo caudal, e dos problemas de cascos e dasarticulaes.

    As desvantagens esto associadas ao maior consumo de gua no vero, maiorcuidado e necessidade de ventilao nas edificaes, disponibilidade do substrato queservir de cama e principalmente aspectos sanitrios relacionados com a ocorrnciade infeces por micobactrias (Mycobacterium avium - intracellulare MAI).

    A Linfadenite causada pela micobactrias no provoca mortalidade nem atrasono crescimento dos sunos, mas dependendo da gravidade das leses nos gnglios,

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  • o servio de inspeo de carnes pode determinar a condenao ou o destinocondicionado das carcaas afetadas, com prejuzos tanto para o produtor como paraa indstria.

    A cama pode no ser a fonte primria de micobactrias, mas ela pode permitiro acmulo e mesmo a multiplicao de micobactrias de outras fontes. Assim aconstante exposio de leites para camas infectadas na maternidade e creche podelevar a ocorrncia de leses no abate. Tambm aves domsticas e selvagens podemcontaminar as camas que so usadas para sunos dar incio a infeco no rebanho.Para saber se o rebanho est infectado deve-se fazer o teste de tuberculinizao comPPD aviria, no plantel de porcas e machos.

    Sugere-se que os produtores que desejam usar o sistema de cama sobreposta,tenha o plantel de origem dos leites livres desta doena, bem como a maravalha ouserragem a ser usada como cama seja submetida a tratamento trmico em secadorcomercial e no tenha ficado exposta ao tempo.

    3.2 CompostagemProcesso de decomposio e bioestabilizao de resduos orgnicos. Pode

    ser obtida por processos fsicos, qumicos e bioqumicos e biolgicos. A prticada compostagem tem sido bastante difundida nas zonas rurais com objetivo dereintegrao no solo dos componentes fertilizantes.

    Caractersticas do processoPara se ter uma compostagem eficiente dos resduos orgnicos devemos observar

    algumas condies importantes como: material apropriado com tamanho de partculasde 1 a 5 cm, relao C/N, em torno de 30/1, umidade em torno de 60% e temperaturavariando de 60 a 70oC.

    O preparo do composto requer um local adequado para a construo, depreferncia prximo a uma fonte de gua situado em terreno plano ou levementeinclinado, protegido de ventos, insolao e que tenha boa drenagem.

    A montagem das pilhas deve obedecer a seguinte seqncia:

    Colocar uma camada de 15cm de altura de restos orgnicos ou palha; Uma camada de 1 a 2 cm de terra argilosa; Uma camada fina de calcrio e fsforo, at 2% do contedo slido; Uma camada de 5 cm de esterco puro ou 10 cm de esterco com cama; A ltima camada deve ser de palha.

    Para enriquecer o composto pode-se usar calcrio na proporo de 1 a 2%,fosfatos 2% ou terra at 1% do contedo slido.

    Vantagens da compostagemAdubo orgnico que alm de fornecer nutrientes s plantas promove melhoria nas

    propriedades qumicas, fsicas e biolgicas do solo.

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  • Desvantagens da compostagemRequer monitoramento do processo para se obter um bom composto orgnico.

    3.3 Uso de peneiras e prensasConsideraes:O objetivo da utilizao das peneiras e prensas a separao entre a fase slida

    e lquida do dejeto.As peneiras classificam-se em estticas, rotativas e vibratrias. As estticas

    so mais simples, requerem uma limpeza mais constante devido ao entupimento.As peneiras vibratrias tem a vantagem de ter baixa tendncia ao entupimento ecomportam crivos menores, retirando maior quantidade de partculas mais finas.

    Podem operar com uma concentrao maior de slidos nos dejetos. As peneirasrotativas operam de forma contnua com pequena ou nenhuma obstruo dos crivos ecom capacidade de remover partculas grossas e finas.

    O tipo a ser adotado depender basicamente do volume dos dejetos a ser tratadoe do destino do lodo.

    O uso de separadores tipo peneira prensa est dando resultado como um processofsico de separao de slidos de dejetos bovinos e sunos, desde que o dejeto nopossua granulometria muito fina.

    Existe, a disposio no mercado, separadores que funcionam por peneiramento eprensagem do dejeto. Esta tecnologia apresenta uma boa eficincia de separao,acima de 50% dos slidos totais, e o slido separado no contm mais de 70% deumidade. A mesma eficiente na separao e prensagem dos dejetos, porm temcusto, relativamente elevado.

    4 Controle de moscas atravs do manejo dos dejetosAs moscas atuam como decompositores da matria orgnica e so muito eficientes

    nisso. Embora desempenham este importante papel elas tambm transmitem sujeirase doenas, atravs das patas, dos plos do corpo, da tromba e principalmente dovmito. Desta forma so transmitidas os agentes causadores da diarria, da meningitee da doena de Aujesky entre outras.

    Diversas espcies de moscas se criam no esterco dos animais. Pesquisa realizadapor Paiva (1997), constatou que no que no vero h uma presena maior da moscadomstica nos dejetos de suinos. No esterco de suno prensado (resduo slido),nos meses de temperaturas mais baixas, observou-se um maior desenvolvimentoda mosca do estbulo. Tambm moscas das famlias dos Colifordeos e dosSarcofagdeos, que normalmente desenvolvem-se em cadveres so encontradasnestes dejetos. Outra concluso obtida nesta pesquisa foi de que o nmero de insetospredadores a campo, muito pequeno, indicando que o controle biolgico ineficiente.Por isso, o controle das moscas deve ser desenvolvido dentro de uma viso de controleintegrado, onde o manejo adequado dos dejetos deve ser o aspecto principal.

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  • O esterco dos animais juntamente com o lixo orgnico devem ter um cuidadoespecial na propriedade, pois so excelentes fontes de reproduo das moscas.Considerando-se que, cada suno produz em mdia dois quilos de esterco, issorepresenta um potencial em termos de substrato para gerar 2.000 moscas. Paiva(1997) recomenda as seguintes mediadas para se combater a proliferao de moscas:

    Para no criar moscas nas calhas

    Manter a calha da coleta do dejeto dos sunos com gua suficiente para cobrir oesterco.

    Desviar a gua da limpeza com desinfetante para um sumidouro, evitando afetara fermentao do esterco.

    Se a canaleta for muito rasa ou em desnvel, deve-se retirar o esterco, pelomenos duas vezes por semana, antes que as larvas da mosca faam o caslo.

    Uma fina camada de gua mantida sobre o esterco impede a criao de moscas.

    Para no criar moscas na cama das porcas retiradas da maternidadeAmontoar o material usado como cama de porcas em local alto e seco e cobrir

    com lona plstica ou colocar em composteiras. Deve permanecer por um perodo de45 dias no vero e 60 dias no inverno, antes de ser utilizada como adubo.

    Para no criar moscas na cama de sunosEm criao de suinos sobre cama, deve-se diminuir o espao ocupado pelos leites

    e aumentar a medida que os animais forem crescendo, com isso, ocorre pisoteamendouniforme do material usado como cama, impedindo o desenvolvimento de larvas demoscas.

    Para no criar moscas em outros locais

    Enterrar os animais mortos; Proteja com tela os alimentos e utenslios domsticos para no alimentar moscas

    adultas;

    Conservar as latas de lixo e os vasilhames tampados; Use tela nas portas e janelas das casas, impedindo a entrada das moscas; Tenha privada com fossa bem vedada.

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  • 5 Bibliografia consultadaBELLAVER, C; GUIDONI, A.L; LIMA, G.J.M.M; GIOIA, D. Fornecimento de gua

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  • 6 Anexo

    Tabela 10 Tabela de converso para dejetos de sunosDensidade MS (%) N (Kg/m3) P2O5 K2O Quantidade de Dejetos a aplicar para lavoura(Kg/m3) (Kg/m3) (Kg/m3) de milho (m3/ha)

    De 50 a 100 sc/ha Mais de 100 sacos/haM.O. 2,6 a M.O.3,6 a M.O.2,6 a M.O.3,6 a

    3,5% 4,5% 3,5% 4,5%1002 - 0.68 0.22 0.63 162 132 206 1761004 0.27 0.98 0.52 0.75 112 92 143 1221006 0.72 1.29 0.83 0.88 85 70 109 931008 1.17 1.60 1.14 1.00 69 56 88 751010 1.63 1.91 1.45 1.13 58 47 73 631012 2.09 2.12 1.75 1.25 52 42 66 571014 2.54 2.52 2.06 1.38 44 36 56 481016 3.00 2.83 2.37 1.50 39 32 49 421018 3.46 3.13 2.68 1.63 35 29 45 381020 3.91 3.44 2.99 1.75 32 26 41 351022 4.37 3.75 3.29 1.88 29 24 37 321024 4.82 4.06 3.60 2.00 27 22 34 301026 5.28 4.36 3.91 2.13 25 21 32 281028 5.74 4.67 4.22 2.25 24 19 30 261030 6.19 4.98 4.53 2.38 22 18 28 241032 6.65 5.28 4.84 2.50 21 17 27 231034 7.10 5.59 5.14 2.63 20 16 25 211036 7.56 5.90 5.45 2.75 19 15 24 201038 8.02 6.21 5.76 2.88 18 14 23 19

    Fonte: ROLAS (1995); Oliveira (1993) -adaptado.

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