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Administradores e Acionistas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras 1 Examinamos o balanço patrimonial das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras (“Companhia” ou “Eletrobras) em 31 de dezembro de 2009 e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado do exercício findo nessa data, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. Conforme mencionado na nota explicativa 16, os exames das demonstrações financeiras de determinadas empresas coligadas são conduzidas sob a responsabilidade de outros auditores independentes. Nas informações contábeis da Eletrobras, os investimentos destas empresas coligadas são avaliados pelo método de equivalência patrimonial e representam investimentos de R$ 6.359.637 mil em 31 de dezembro de 2009 e a participação nos resultados monta a R$ 1.383.048 mil no exercício findo em 31 de dezembro de 2009. As demonstrações financeiras da Itaipu Binacional, com ativos totais de R$ 9.980.284 mil em 31 de dezembro de 2009, incluídas nas informações contábeis consolidadas, foram também examinadas por outros auditores independentes. Nosso parecer, no que se refere aos valores gerados por estas empresas, está fundamentado exclusivamente nos relatórios desses outros auditores. 2 Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nosso exame compreendeu, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e

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Administradores e AcionistasCentrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras

1 Examinamos o balanço patrimonial das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras (“Companhia” ou “Eletrobras) em 31 de dezembro de 2009 e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado do exercício findo nessa data, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. Conforme mencionado na nota explicativa 16, os exames das demonstrações financeiras de determinadas empresas coligadas são conduzidas sob a responsabilidade de outros auditores independentes. Nas informações contábeis da Eletrobras, os investimentos destas empresas coligadas são avaliados pelo método de equivalência patrimonial e representam investimentos de R$ 6.359.637 mil em 31 de dezembro de 2009 e a participação nos resultados monta a R$ 1.383.048 mil no exercício findo em 31 de dezembro de 2009. As demonstrações financeiras da Itaipu Binacional, com ativos totais de R$ 9.980.284 mil em 31 de dezembro de 2009, incluídas nas informações contábeis consolidadas, foram também examinadas por outros auditores independentes. Nosso parecer, no que se refere aos valores gerados por estas empresas, está fundamentado exclusivamente nos relatórios desses outros auditores.

2 Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nosso exame compreendeu, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

3 Com base em nosso exame e nos pareceres de responsabilidade de outros auditores independentes conforme mencionado no parágrafo 1, somos de parecer que as demonstrações financeiras referidas no primeiro parágrafo apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras em 31 de dezembro de 2009 e o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido, os fluxos de caixa e o valor adicionado do exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

4 Com base nas determinações da Lei nº 12.111/2009, determinadas controladas de distribuição da região norte reconheceram em 31 de dezembro de 2009, o montante R$ 435.385 mil referente substancialmente ao reembolso dos gastos com a compra de insumos decorrentes da produção de energia incorridos pelas empresas que estão no

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Sistema Isolado para o período de agosto a dezembro de 2009, conforme mencionado na Nota 13. Adicionalmente, as distribuidoras controladas pela Eletrobras situadas na região norte possuem impostos a recuperar no montante de R$ 1.388.160 mil, os quais, nos termos da supracitada Lei, deixarão de sofrer acréscimos e serão realizados nas operações de distribuição em um prazo estimado de aproximadamente quatro anos. A referida Lei ainda se encontra pendente de regulamentação, sendo que os eventuais efeitos decorrentes da determinação das características de regulação pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, se houver, serão reconhecidos quando da finalização desse processo, conforme mencionado na Nota 12.

5 Em decorrência do reajuste tarifário de 2009 da controlada Amazonas Distribuição de Energia S.A., previsto no contrato de concessão, a ANEEL homologou em caráter provisório, a base de remuneração regulatória. Os possíveis efeitos decorrentes da base de remuneração regulatória definitiva, se houver, serão refletidos na posição financeira da empresa controlada Amazonas Distribuição de Energia S.A. em exercícios subseqüentes.

6 Conforme descrito na nota explicativa 15, a Companhia mantém provisão para perdas em adiantamentos para futuro aumento de capital em determinadas empresas controladas do segmento de distribuição de energia no montante de R$ 1.858.603 mil, sendo apresentada ainda provisão para passivo a descoberto no montante de R$ 53.660 mil. As empresas vêm apurando prejuízos repetitivos em suas operações, sendo que as informações financeiras dessas controladas foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis a companhias em regime normal de operações. Os planos da administração com relação ao equacionamento financeiro das referidas empresas incluem o processo de capitalização de dívidas e de adiantamentos para futuro aumento de capital ainda a ser efetivado, conforme mencionado na nota explicativa 42. As demonstrações financeiras não incluem quaisquer ajustes em virtude dessas incertezas.

7 As demonstrações financeiras das empresas coligadas CEEE - D - Companhia de Estadual de Distribuição de Energia Elétrica e CEEE - GT - Companhia Estadual de Geração e Distribuição de Energia Elétrica, relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, foram examinadas por outros auditores independentes que emitiram parecer sem ressalvas, datado de 5 de março de 2010, contendo parágrafo de ênfase relacionado ao reconhecimento dos créditos de ajuste na Conta de Resultados a Compensar - CRC referente à complementação e suplementação de aposentadoria de seus funcionários ex-autárquicos conforme decisão judicial favorável. Somente após a homologação dos cálculos do perito judicial será possível determinar os reflexos nas demonstrações financeiras, se houver, bem como a realização destes créditos, considerando que as formas de realização destes créditos disciplina pela Lei nº 8.631/1993.

8 As demonstrações financeiras da empresa coligada CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, foram examinadas por outros auditores independentes que emitiram parecer sem ressalvas, datado de 5 de fevereiro de 2010, contendo parágrafo de ênfase relacionado

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ao reembolso referente aos gastos com o plano de complementação de aposentadoria pela Lei nº 4.819/1958. A administração da empresa coligada, amparada por seus assessores legais, entende que a responsabilidade pelos pagamentos dos benefícios relacionados a esse plano é de inteira responsabilidade do Governo do Estado e, como conseqüência, não registra nas demonstrações contábeis da empresa nenhuma obrigação ou provisão para perdas em relação a esse plano.

9 As demonstrações financeiras da empresa coligada EMAE - Empresa Metropolitana de Águas e Energia, relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, foram examinadas por outros auditores independentes que emitiram parecer sem ressalvas, datado de 19 de março de 2010, contendo parágrafo de ênfase relacionado à continuidade normal dos negócios. A empresa, eliminando os ganhos extraordinários apurados no exercício de 2008 (venda de energia no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE e operação de arrendamento), tem sofrido contínuos prejuízos operacionais, fatores que geram dúvidas quanto à sua possibilidade de continuar em operação. A administração da empresa tem avaliado os impactos econômico-financeiros sobre seus negócios, resultantes das alterações introduzidas pelo Modelo Setorial implementado a partir de 2004, e as recentes experiências com os leilões de energia. Como resultado dessa avaliação, a administração entende que serão necessárias outras medidas, atualmente em discussão com o Poder Concedente (Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e Ministério de Minas e Energia) e o acionista controlador (Governo do Estado de São Paulo), além das medidas já tomadas, visando à redução de custos e ao aumento de receitas da Empresa, para permitir a rentabilidade às suas operações e a realização dos investimentos feitos em seu parque gerador, cujo saldo monta a R$ 599.450 mil em 31 de dezembro de 2009, composto, principalmente, pela Usina Hidrelétrica Henry Borden. As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas para empresas em regime normal de operações e não incluem nenhum ajuste relativo à realização e classificação dos valores de ativos nem quanto aos valores e à classificação de passivos que poderiam ser requeridos no caso de eventual paralisação das operações.

10 O exame das demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2008, apresentadas para fins de comparação, foi conduzido sob a responsabilidade de outros auditores independentes, que emitiram parecer com data de 23 de março de 2009, com ressalva em função da falta de apresentação dos pareceres dos auditores independentes relativo às demonstrações financeiras de determinadas empresas coligadas, cujos investimentos foram avaliados pelo método de equivalência patrimonial, e que não foi possível através de procedimentos adicionais de auditoria, avaliar a adequação dos valores desses investimentos, bem o resultado de equivalência patrimonial, nos montantes de R$ 1.526.447 mil e R$ 34.969 mil, respectivamente, no exercício findo em 31 de dezembro de 2008. Adicionalmente, os seguintes parágrafos de ênfase foram incluídos:

(a) Controvérsia quanto às ações judiciais relacionadas à correção monetária dos empréstimos compulsórios.

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(b) Incerteza quanto à realização dos créditos de ICMS, junto ao Estado do Mato Grosso, registrados na controlada Furnas - Centrais Elétricas S.A.

(c) Incerteza quanto à utilização dos créditos fiscais do PIS/PASEP e COFINS relativos aos períodos de apuração de 2004 a 2008 registrados no ativo não circulante da Manaus Energia S.A. em cumprimento ao Ofício Circular nº 2.775/2008 - SFF/ANEEL.

(d) Pressuposto de continuidade operacional da Manaus Energia S.A., da Boa Vista Energia S.A. e Companhia de Eletricidade do Acre - Eletroacre em virtude dos prejuízos acumulados ao longo dos últimos anos e insuficiência de capital de giro, suportados por seu acionista controlador.

(e) Ênfase quanto a opinião dos auditores independentes das demonstrações financeiras da CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica, relativos aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2008 e 2007 quanto ao assunto do pagamento do plano de complementação de aposentadoria regido pela Lei nº 4.819/1958.

Rio de Janeiro, 30 de março de 2010

PricewaterhouseCoopers Sérgio Eduardo ZamoraAuditores Independentes Contador CRC 1SP168728/O-4 “S” RJCRC 2SP000160/O-5 “F” RJ