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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:FORMICIDAE) EM PLANTIO DE TECA NO PANTANAL MATO-GROSSENSE JEANE RODRIGUES LOPES SANTOS CUIABÁ MT 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

DIVERSIDADE DE FORMIGAS

(HYMENOPTERA:FORMICIDAE) EM PLANTIO DE TECA

NO PANTANAL MATO-GROSSENSE

JEANE RODRIGUES LOPES SANTOS

CUIABÁ – MT

2017

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JEANE RODRIGUES LOPES SANTOS

DIVERSIDADE DE FORMIGAS

(HYMENOPTERA:FORMICIDAE) EM PLANTIO DE TECA

NO PANTANAL MATO-GROSSENSE

Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Florestal da Universidade Federal

de Mato Grosso, como parte das exigências do

Curso de Pós-Graduação em Ciências

Florestais e Ambientais, para obtenção do título

de mestre.

CUIABÁ – MT

2017

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Aos amores da minha vida, meus pais,

Suedna Gomes Rodrigues Lopes,

José Lopes dos Santos Filho

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

- Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, pela misericórdia e

infinita bondade, e sobretudo pelo encaixe perfeito das coisas.

- À CAPES, pela bolsa de pesquisa concedida;

- À Faculdade de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Mato

Grosso juntamente com seus professores, técnicos em especial ao Sr.

Manoel Lauro da Silva, do Laboratório de Proteção Florestal, pela

amizade ajuda e aprendizado.

- Ao Dr. Alberto Dorval a oportunidade de redigir este trabalho e ter me

acolhido como sua orientada, e ter desempenhado seu papel de

orientador com maestria;

- Ao Dr. Otávio Peres Filho pela disponibilidade e contribuições dadas;

- A Dr. Lilian Favare pela dedicação e auxilio prestado;

- Ao Dr. Jacques H. C. Delabie do Laboratório de Mirmecologia do

CEPLACCEPEC (Ilhéus – BA) pela identificações taxonômicas das

formigas coletadas neste estudo;

- Ao Dr. Marcelo Dias de Souza que foi fundamental para o início desse

ciclo;

- A Empresa Teca do Brasil pela cessão da área para a realização deste

trabalho;

- Aos funcionários da Empresa Teca do Brasil pela colaboração

inestimável na realização desta pesquisa; em especial ao Geilson sempre

muito prestativo;

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- A minha família, em especial meu pai José Lopes dos Santos Filho, a

minha mãe Suedna Gomes Rodrigues Lopes, a minha sobrinha Lara pelo

amor incondicional, apoio e incentivo. Amo vocês;

- Ao Afonso Teixeira Neto, Amanda Carolina, e Kelly Daiane pelo apoio e

paciência nas horas mais críticas.

-Ao Silvio Eduardo, meu irmão de mestrado, pela toda ajuda prestada nas

coletas do início ao fim, pelos inúmeros documentos escaneados, pela

amizade, parceria e cumplicidade, você foi parte fundamental para a

finalização desse trabalho, muito obrigada;

- Ao Tiago e Danielly pela amizade e parceria, sempre prestativos;

- Aos que participaram direta e indiretamente no desenvolvimento deste

trabalho, à Fabi, Thayza, Carol, Diego, Marcelo Lara, Mariana, Livio,

Aquirya que ajudaram e participaram nas inúmeras idas e vindas a

campo.

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SUMÁRIO

Página RESUMO .................................................................................................. xi ABSTRACT ............................................................................................. xii 1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 3 2.1. FORMICIDAE .................................................................................. 3 2.2. EFEITO DOS PLANTIOS FLORESTAIS SOBRE A COMUNIDADE DE FORMIGAS .......................................................................................... 6 2.3. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM PARA COLETA DE FORMÍCIDEOS .......................................................................................... 7 2.3.1. Extrator de Winkler ........................................................................ 8 2.3.2. Armadilha Pitfall............................................................................. 9 3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 11

3.1. ÁREA DE ESTUDO ....................................................................... 11 3.2. COLETA DE DADOS .................................................................... 12 3.2.1. 1ºMétodo: Armadilhas Pitffal ....................................................... 12 3.2.2. 2º Método: Extrator de Winkler .................................................... 13 3.3. IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO ................... 14 3.4. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................. 14 3.4.1. Análise Faunística ....................................................................... 14 3.4.2. Índice constância ......................................................................... 14 3.4.3. Índice de dominância................................................................... 15 3.4.4. Índice de frequência .................................................................... 16 3.4.5. Índice de abundância .................................................................. 16 3.4.6. Índice de diversidade................................................................... 17 3.4.7. Equitatividade .............................................................................. 18 3.4.8. Índice de riqueza ......................................................................... 18 3.5. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES ................................. 18 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 20 4.1. ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA GERAL.................... 20 4.2. ANÁLISE FAUNÍSTICA ................................................................... 2 4.3. INDICE DE DIVERSIDADE ........................................................... 42 4.4. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES ................................. 43

5. CONCLUSÃO ................................................................................... 45

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 46

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LISTA DE TABELAS

Página

1 - ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.Error! Bookmark not defined.

2 - ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, QUANTO AO HÁBITO ALIMENTAR, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................................. 28

3 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES E SUAS PORCENTAGENS (%) E A QUANTIDADE (I) DE FORMIGAS COLETADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE) COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DEError! Bookmark not defined.

4 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, ESPÉCIES E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS COLETADOS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.Error! Bookmark not defined.

5 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS NO PERÍODO SECO, EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE) COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016.Error! Bookmark not defined.

6 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS NO PERÍODO DE CHUVA, EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE) COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKER,NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016.Error! Bookmark not defined.

7 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, ESPÉCIES E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS (I) COLETADOS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO PERÍODO SECO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ................................ Error! Bookmark not defined.

8 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, ESPÉCIES E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS COLETADOS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR

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DE WINKLER, NO PERÍODO CHUVA, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................. Error! Bookmark not defined.

9 - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO EM CUIABÁ, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ....................... 37

10 - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO EM CUIABÁ, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ....................... 40

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LISTA DE FIGURAS

Página

1 - LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA CAMPINA NO MUNICÍPIO DE

NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO .. 11

2 - (A) ARMADILHAS PITFALL; (B) TRIAGEM DAS ESPÉCIES. ............ 13

3 - (A) EXTRATOR DE WINKLER; (B) DIVISÃO EXTRATOR DE

WINKLER................................................................................................. 14

4 - CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS

AMOSTRADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINCLER, NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE

MATO GROSSO, 2015/2016 ................................................................... 44

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RESUMO

SANTOS, J. R.L. Diversidade de formigas (Hymenoptera:Formicidae) em plantio de Teca no Pantanal Mato-Grossense . 2017. Dissertação

(Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval. Embora a monocultura da teca seja uma das espécies florestais mais comercializadas e lucrativas no estado de Mato Grosso, ainda faltam informações sobre a diversidade de formigas que ocorrem dentro desses plantios no Estado. Diante disto, o presente estudo objetivou avaliar a diversidade de formigas em monocultura de teca, com a utilização de dois métodos de coleta, armadilhas pitfall e extrator de Winkler. As coletas ocorreram entre maio de 2015 e maio de 2016, na fazenda Campina, no município de Nossa Senhora do Livramento-MT, com um total de 480 amostras. Os indivíduos coletados foram triados e identificados taxonomicamente ao nível de gênero e de espécie, sendo coletadas 13.139 formigas nos dois métodos de amostragem, com 12.649 indivíduos coletados nas armadilhas pitffal e 356 pelo extrator de Winkler, pertencentes a 18 gêneros e cinco subfamílias. Myrmicinae, Formicinae foram as mais representativas em quantidade de espécies. Os gêneros Pheidole e Camponotus foram os representativos em número de espécies. No período de um ano foram amostradas 28 espécies, sendo 26 espécies de formigas coletadas com armadilha pitfall e 16 com o extrator de Winkler. Cerca de 17 espécies (60,71%) apresentam hábito alimentar onívoro, seguido de oito espécies (28,57%) apresentando hábito alimentar predador, e três (10,71%) sendo cultivadoras de fungo. Em relação ao índice de Shannon, no período anual (extrator de Winkler) foi o que apresentou maior índice de diversidade. A curva de acumulação de espécie demonstrou que o esforço amostral foi suficiente.

Palavras chaves: mirmecofauna, armadilha pitfall, extrator de Winkler,

índices faunísticos.

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ABSTRACT

SANTOS, J. R.L. Diversity of ants (Hymenoptera: Formicidae) in Teca plantationg in the Mato Grosso Pantanal. 2017. Dissertation (Master's

Degree in Forestry and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Advisor Prof. Dr Alberto Dorval. Although teak monoculture is one of the most commercialized and profitable forest species in the state of Mato Grosso, there is still a lack of information on the diversity of ants that occur within these plantations in the state. Therefore, the present study aimed to evaluate the diversity of ants in teak monoculture, using two methods of collection, pitfall traps and Winkler extractor. The samples were collected between May 2015 and May 2016, at Fazenda Campina, in the municipality of Nossa Senhora do Livramento-MT, with a total of 480 samples. The collected individuals were collected and taxonomically identified at the genus and species level, and 13,139 ants were collected in the two sampling methods, with 12,649 individuals collected in the pitffal traps and 356 by the Winkler extractor, belonging to 18 genera and five subfamilies. Myrmicinae, Formicinae were the most representative in quantity of species. The genera Pheidole and Camponotus were representative in number of species. In one year, 28 species were sampled, 26 species of ants collected with pitfall trap and 16 species with Winkler extractor. About 17 species (60.71%) presented an omnivorous food habit, followed by eight species (28.57%) presenting a predatory eating habit, and three (10.71%) being fungus cultivators. In relation to the Shannon index, in the annual period (Winkler extractor) it was the one with the highest diversity index. The species accumulation curve showed that the sampling effort was sufficient. Keywords: mirmecofauna, pitfall trap, Winkler extractor, faunal indices.

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o plantio de teca, apresenta boas oportunidades de

investimentos, pois a cultura apresenta adaptação às condições

edafoclimáticas em várias regiões do país.

Há um enorme interesse em se conhecer a produtividade das

monoculturas florestais, principalmente em questão da sua rentabilidade.

Todavia, do ponto visto ecológico, a produtividade é importante, mas a

manutenção e a conservação do equilíbrio a longo prazo é de suma

importância também.

Os plantios de espécies florestais contribuem para diminuição

da supressão das matas nativas e conservação dessas áreas. Visto que,

a matéria prima oriunda das florestas nativas é substituída pelos produtos

originários das plantações florestais comerciais.

Na teoria os monocultivos tendem a simplificar o ambiente

original, causando um desequilíbrio no mesmo. Entretanto, as áreas

degradadas pelas pastagens podem ser recuperadas, através das

plantações florestais, como uma das ferramentas, ocasionando uma

regeneração do ambiente degradado.

Pesquisas científicas comprovam que as alterações desses

ambientes podem ser avaliadas através de indicadores biológicos ou

bioindicadores e, neste sentido, o grupo mais importante são as formigas.

Tornando-as ferramenta eficiente no acompanhamento de áreas

degradadas, na avaliação de condições ambientais, no monitoramento de

regeneração de áreas florestais e de savanas pós- fogo.

Além disso, algumas espécies de formigas atuam como pragas

agrícolas, podendo causar danos a quase todas as culturas por cortarem

as folhas, ramos ou destruírem completamente o vegetal. Algumas

formigas atuam na reprodução das plantas, estando associadas como

agentes polinizadores e dispersores de sementes.

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Para o inventário mais completo desses grupos de insetos é

vantajoso a junção de duas técnicas de coleta. Os mais recomendados

são, o extrator de Winkler em serapilheira, que é caracterizado por

obterem formigas de menor porte, e que possuem comportamento

críptico, raramente encontrado em armadilhas de queda, sendo este,

outro método de coleta, bastante utilizado, com eficiência comprovada em

levantamentos faunísticos.

Neste sentido, com a presente pesquisa, objetivou avaliar a

diversidade de formigas em monocultura de teca, com junção de dois

métodos de coleta, armadilhas pitfall e extrator de Winkler, sendo esse

último em serapilheira.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. FORMICIDAE

As formigas são insetos que pertencem a uma única família, a

Formicidae, (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990; GALLO et al., 2002), e

está dentro da Ordem Hymenoptera que ocupa a terceira posição em

quantidade de espécies, tornando-se uma das mais evoluídas e de maior

diversidade ecológica (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990; GRIMALDI e

ENGEL, 2005). Maior grupo de insetos sociais e predominantes na

maioria dos ecossistemas terrestres, habitam desde regiões subpolares

até o Equador, e em ilhas oceânicas, com exceção dos polos e dos mares

(WILSON, 1987).

Existem cerca de 15.000 a 20.000 espécies descritas,

distribuídas em 11 subfamílias, com aproximadamente 297 gêneros,

sendo de 3.000 a 8.000 espécies citadas na região Neotropical

(HÖLLDOBLER e WILSON, 1990; FOWLER et al., 1991).

De acordo com Fernández e Ospina (2003), Lach et al. (2010)

estimativas indicam que o número de táxons de formigas ultrapasse os

25.000, sendo que a maioria das espécies não identificadas se encontram

nas florestas tropicais. De acordo com Brady et al. (2014) ocorrem no

Brasil as subfamílias, Agroecomyrmecinae, Amblyoponinae,

Dolichoderinae, Dorylinae, Ectatomminae, Formicinae, Heteroponerinae,

Martialinae, Myrmicinae, Paraponerinae, Ponerinae, Proceratiinae e

Pseudomyrmecinae.

A presença ou ausência da mirmecofauna em um determinado

local pode ser explicada através da avaliação dos diferentes fatores

ambientais (FREITAS et al., 2006). Os fatores abióticos podem controlar o

acesso dos grupos de formigas, aos recursos alimentares e os lugares de

nidificação (KASPARI, 2000). A umidade se manifesta de maneira direta

(precipitação), e de forma indireta (umidade do ar e do solo, evaporação e

disponibilidade de água), e influenciam a vida dos insetos de modo

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geral, as formigas possuem certas preferências, pelo qual evitam

excesso de água ou uma seca (LARA, 1992).

A temperatura influência de forma direta e indireta os insetos.

Diretamente, afetando seu desenvolvimento e comportamento, e

indiretamente, sua alimentação. A temperatura ótima fica em torno de

25°C, o intervalo (15°C a 38°C) é ótimo para desenvolvimento e as

atividades dos insetos (SILVEIRA NETO et al.,1976). Segundo Hölldobler

e Wilson (1990) temperatura ideal fica em torno de 30ºC, tornando-se

favorável às atividades e processos fisiológicos das formigas. Por isso, a

região Neotropical apresenta a segunda maior riqueza de gêneros,

representando 39% da fauna do mundo, e a maior proporção de gêneros

endêmicos (BOLTON, 1994; LATTKE, 2003).

De acordo com Hölldobler e Wilson (1990), as formigas são

organismos termofílicos, ou seja, precisam de altas temperaturas para se

desenvolver, por isso em temperaturas abaixo de 20°C apresentam pouca

atividade e nenhuma abaixo de 10°C, com exceção das espécies de clima

frio. Santos et al. (2008) concluíram que as espécies de formigas podem

responder de maneira diferente às variações de temperatura, umidade,

precipitação dentre outros.

Outras variáveis que afetam o comportamento dos insetos são

a precipitação e a umidade relativa do ar. A precipitação tem ação

mecânica direta, que podem diminuir as populações dos insetos após

chuvas com fortes intensidades (SILVEIRA NETO et al., 1976).

De maneira geral as formigas em todos os “habitats” estão

sujeitas a estresse proveniente da desidratação. Até mesmo colônias, em

florestas tropicais estão vulneráveis de serem deslocadas de seus locais

de nidificação, durante a estação seca (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990).

Por possuírem uma alta diversidade, as espécies de formigas

podem fazer seus ninhos em vários locais: no solo, em raízes, entre

rochas, em troncos, folhas e nos espaços urbanos (HÖLLDOBLER e

WILSON, 1990). Alguns formicídeos constroem seus ninhos em locais

passageiros, galhos caídos, troncos de árvores mortas e apodrecidos são

alguns exemplos de locais (CARVALHO e VASCONCELOS, 2009). As

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aglomerações das formigas de serapilheira são encontradas em

sementes, folhas, plantas mortas, galhos, e em pedaços de madeira

podre (WILSON, 1959; KASPARI, 1996).

Dentro de um mesmo gênero, a mirmecofauna podem

apresentar diversidade de forma, diferentes comportamentos, variedades

extremas de tamanho, cor, pilosidade e agressividade dentro do mesmo

gênero (SILVESTRE, 2000).

Uma das estratégias que fizeram com que as formigas

evoluíssem e se estabelecessem em diversos ambientes, foi a da

alimentação. Consomem alimentos com alto teor de proteína, carboidratos

e lipídeos. De acordo com Fowler et al. (1991) e Parra (1991) o padrão

básico encontrado como fonte de proteínas é a predação ou a

alimentação baseada em cadáveres de outros insetos. Os carboidratos

são adquiridos por meio da ingestão de açúcares e polissacarídeos

provindos do néctar de plantas ou de outros insetos e os lipídeos pela

ingestão de diferentes tipos de óleos e gorduras.

Podem ser predadoras generalistas e especialistas, onívoras,

nectarívoras, coletoras de sementes, e polinívoras (HÖLLDOBLER e

WILSON, 1990). Há ainda espécies com preferência alimentar por fungos

simbiontes (TRIPLEHORN e JOHNSON, 2011) e formigas que defendem

insetos sugadores de seiva de planta permutando “honeydew”, uma

secreção liberada pelos insetos sugadores, com alto teor de carboidratos

e utilizada como fonte de alimento (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).

Algumas formigas estão limitadas a buscar seu alimento sob as

superfícies, no solo, na serapilheira e nas plantas, pois não possuem

asas, como é o caso das formigas operárias (FOWLER et al., 1991).

A diversidade de insetos está relacionada com a diversidade de

plantas perenes de modo positivo e negativamente, associada com as

plantas anuais. Portanto, a expectativa é de encontrar em ambientes de

maior complexidade estrutural, maior riqueza de formigas (DEAN e

MILTON, 1995).

A complexidade estrutural tem influência na superfície de

forrageamento e na capacidade de captura de alimento (ANDERSEN,

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2000). Della Lucia et al. (1982) destacam que a estrutura do dossel,

luminosidade e o espaçamento entre plantas podem afetar as

comunidades de formigas.

Habitats estruturalmente complexos aumentam a capacidade

do suporte do meio abrindo oportunidade de instalação e sobrevivência de

maior número de espécies, pois apresentam maior variedade de recursos

disponíveis como alimentação e esconderijos (LAWTON,1983).

Os ambientes que sofrem o processo de substituição, e

simplificação da sua estrutura pela atividade silvicultural e agricultura,

ficam mais vulneráveis o processo de deterioração da biodiversidade

desses locais (MAJER, 1983; 1992).

2.2. EFEITO DOS PLANTIOS FLORESTAIS SOBRE A COMUNIDADE DE

FORMIGAS

Estudos sobre a diversidade da mirmecofauna em plantios

florestais demostram que a diversidade de espécies de formigas é

reduzida no caso de ambientes homogêneos (CASTRO et al., 1990;

FOWLER et al., 1991; SILVA e BRANDÃO, 1999). A fragmentação de

habitats não afeta consideravelmente a riqueza de espécies de formigas,

mas afeta a composição de espécies (VASCONCELOS e DELABIE,

2000).

Matos et al. (1994) encontraram maior diversidade de

formicídeos com o aumento da complexidade da vegetação e da

serapilheira. Oliveira et al. (1995) constataram que a diferença na

diversidade de formigas é influenciada pelas características do local, e

que quanto maior sua complexidade, maior a diversidade de espécies.

Ramos et al. (2003a) apontaram que ecossistemas nativos preservam

inúmeros elementos de diversidade da fauna e flora e que a atividade

humana nestes ambientes interfere na manutenção da diversidade.

Segundo Marinho et al. (2002) a riqueza de espécies de

formigas não depende apenas da complexidade dos ambientes. A

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recolonização de áreas por determinadas plantas é seguida pela

recolonização de espécies de formigas. (MAJER et al.,1983).

Em ambientes complexos ocorrem maior oportunidade de

implementação e sobrevivência de uma quantidade maior de espécies,

devido ao meio possuir capacidade de suporte, fazendo com que ocorra a

permanência das espécies nos fragmentos de floresta (SANTOS et al.,

2006). Além do grau de complexidade da cobertura vegetal e das

interações inter e intra-específicas (LEVINGS, 1983; OLIVEIRA, 2009).

Supostamente, a riqueza local de formigas em fragmentos está

mais intimamente ligada a diversidade de habitats disponíveis no local.

Outros aspectos também atuariam em escala local, como por exemplo, a

estrutura física, a quantidade de serapilheira e sítios de nidificação

(SANTOS et al., 2006),

As relações das formigas com a vegetação mostram que o tipo

e a intensidade da alteração do ambiente podem produzir respostas

diferentes, portanto algumas espécies são beneficiadas e outras

prejudicadas diante dessas modificações ambientais (OLIVEIRA, 2009).

2.3. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM PARA COLETA DE FORMÍCIDEOS

A presença e a abundância dos formicídeos nos biomas

mostram a simplicidade de coleta, pelo qual são utilizados métodos

razoavelmente simples de amostragem, para se obter informações da

diversidade da mirmecofauna de uma região, usando apenas um método

(SARMIENTO, 2003). Existem vários métodos de coleta utilizados para

estudos da família Formicidae e que precisam atender alguns critérios de

custo/ benefícios para que se possa utilizar em avaliações ambientais

(FARIA et al., 2001).

As formigas possuem amplo espaço geográfico de nidificação e

diferentes estilos de vida com ninhos na serapilheira, solo, troncos de

árvores em estado de decomposição, na vegetação, entre outros.

Portanto, a escolha do método de coleta deve ser bastante criteriosa, pois

cada técnica tem suas peculiaridades e sua eficiência varia de acordo

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com o local escolhido para estudo. Dentre as diversas técnicas utilizadas

nos levantamentos faunísticos, encontram-se armadilhas do tipo “pitfall”,

extrator de Winkler, coletas manuais, iscas, funil de Berlese etc.

(BESTELMEYER et al., 2000).

As armadilhas de queda constituem uma metodologia

amplamente utilizada em estudos de formicídeos (GARCÍA e LÓPEZ,

2001). Com o surgimento da técnica de extração de Winkler aumentou o

conhecimento sobre diversidade de formigas e sua biomassa, combinado

com a técnica de coleta clássica pitfall tem-se o complemento das

informações (BESTELMEYER et al., 2000).

Trabalhos centralizados em formigas que vivem na serapilheira,

constataram que o uso de mais de um método de amostragem é mais

eficaz que a utilização de apenas uma técnica para realização de

inventários completos das espécies da mirmecofauna (MAJER, 1997;

DELABIE et al., 2000b).

Soares et al. (2003) recomendaram a diversidade das técnicas

de coletas junto com a aleatorização dos pontos da mesma, e número

suficiente de armadilhas para que possa obter dados quantitativos

eficientes. Segundo Longino et al. (2002), diferentes técnicas de coleta

devem ser empregadas, para que a análise faunística obtenha resultados

adequados e os diferentes fragmentos do ecossistema sejam amostrados.

Além disso, inventários organizados, que empregam diferentes

métodos de amostragem e coletas, em diversos ambientes ou época do

ano, são mais adequados para pesquisas ecológicas, pois os dados

quantitativos podem ser aplicados para a caracterização da população

sob diferentes condições (LONGINO e COLWELL, 1997).

2.3.1. Extrator de Winkler

Essa técnica de coleta é bastante utilizada para levantamentos

faunísticos de formigas em serapilheira, principalmente, em florestas

tropicais. A mimercofauna que forrageia na superfície do solo ou na

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vegetação são de porte grande e as formigas que vivem na serapilheira

ou no meio edáfico são de pequeno porte (DELABIE et al., 2015).

Por isso, o método extrator de Winkler é mais eficiente na

coleta de determinados grupos de formigas com tamanho minúsculo e

comportamento críptico, dificilmente coletadas em outros métodos (PARR

e CHOWN, 2001). Com o extrator de Winkler ocorreu uma minirrevolução

no estudo da diversidade de formigas, devido a possibilidade de

conhecer as formigas diminutas da serapilheira e edáficas, antes

parcialmente conhecidas (DELABIE et al., 2015).

2.3.2. Armadilha Pitfall

Essa armadilha é utilizada para estimativas de abundância e

composição de espécies de formigas, que forrageiam no solo ou na

serapilheira. O método pode ser realizado em períodos de duração, curtos

(dias) ou longos (contínuos), dois a três dias podem ser suficientes para

coleta das espécies de formigas, que estão forrageando sobre as

armadilhas e permite avaliação da abundância dessas espécies

(BESTELMEYER et al., 2000).

Uma armadilha do tipo “pitfall” consiste em um recipiente de

superfície interna lisa, quase perpendicular. Estas armadilhas devem ser

enterradas rentes ao solo, de modo que as formigas ao forragearem

caiam e fiquem presas, as armadilhas devem ser preenchidas a um terço

de seu volume, com um composto líquido contendo água, detergente e

álcool. Os tamanhos podem variar, mas a profundidade mínima deve ser

de 10 cm, pois os muito pequenos são difíceis de manejar. No momento

da escavação o terreno deve ser alterado o mínimo possível

(SARMIENTO, 2003).

O detergente auxilia na coleta dos indivíduos, pois quebra a

tensão superficial, prevenindo a fuga das formigas da armadilha

(BESTELMEYER et al., 2000). As armadilhas podem ter aumento da sua

eficiência se forem utilizadas com uma isca (ALMEIDA et al., 2003).

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Machado et al. (2012) avaliaram a eficiência de diferentes

concentrações de cloreto de sódio e o tempo de amostragem, os autores

constataram que as concentrações de 10g e 15g de cloreto de sódio

foram os que obtiveram os melhores índices de conservação.

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11

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O trabalho foi realizado na fazenda Campina, de propriedade

da empresa Teca do Brasil, localizada no distrito de Pirizal, município de

Nossa Senhora do Livramento (MT), a 73 km ao Sudoeste da capital

Cuiabá (Figura 1). A área caracteriza-se por apresentar um clima tipo Aw,

segundo a classificação de Köppen, com estações seca e chuvosa bem

definidas (PEEL et al., 2007).

Apresentando umidade relativa do ar de 70% a 75%,

precipitação entre 1200 mm a 1300 mm anual e temperatura média de

25ºC, com médias das mínimas de 20ºC e das máximas de 32ºC

(CAMPELLO JÚNIOR et al., 1991). O relevo característico é o suave

ondulado e o solo é classificado como Planossolo Háplico Eutrófico, de

textura franco-argilo-arenosa com pH em torno de 6,1 (EMBRAPA, 2006).

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA CAMPINA NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO

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3.2. COLETA DE DADOS

A pesquisa foi realizada de maio de 2015 a maio de 2016 em

um talhão de Tectona grandis, com 14 anos de idade e espaçamento de

3mx2m, utilizando dois métodos de amostragem: armadilha tipo pitfalle e

extrator de Winkler.

3.2.1. Primeiro método: Armadilhas Pitffal

Foram utilizadas 20 armadilhas tipo pitfall composta por garrafa

de plástico transparente de 15 cm de altura e 2,5 cm de diâmetro,

distribuídas dentro do talhão nas linhas, entre árvores, tendo uma

distância de 20 metros entre as armadilhas e entre linhas. As armadilhas

foram enterradas com suas bordas ao nível do solo contendo água,

detergente neutro e sal (AQUINO et al., 2006).

As armadilhas permaneceram no campo por um período de 15

dias a cada mês (Figura 2A). Após esse período, foram retiradas e

transportadas para o Laboratório de Proteção Florestal, da Faculdade de

Engenharia Florestal (LAPROFLOR), da Universidade Federal de Mato

Grosso para triagem dos espécimes (Figura 3B), separando-os e

acondicionando-os em recipientes devidamente etiquetados contendo

álcool 70%.

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FIGURA 2 - (A) ARMADILHAS PITFALL; (B) TRIAGEM DAS ESPÉCIES.

3.2.2. Segundo método: Extrator de Winkler

Foram demarcadas 12 linhas com 170 metros de comprimento

cada, contendo 50 árvores por linha. Cada espaço entre as árvores foi um

ponto de amostragem, perfazendo nas 12 linhas, 600 pontos possíveis de

amostras.

As linhas amostradas foram sorteadas a cada coleta, não

sendo repetidos pontos de amostra. A delimitação da área da coleta da

serapilheira foi realizada através de um quadro de madeira de 1m x 1m e

lançados nos locais pré-determinados por sorteios. A serapilheira

depositada na superfície do solo, no interior do quadrado de madeira foi

coletada, acondicionadas em sacos plásticos de 50 litros, de cor preta,

devidamente etiquetado, constando o número da linha selecionada, e o

número da árvore.

Posteriormente, os sacos plásticos contendo a serapilheira

foram transportados para o LAPROFLOR, em seguida as amostras foram

peneiradas individualmente e colocadas no extrator de Winkler (Figura 4 e

5) permanecendo, por 72 horas, para as coletas dos espécimes de

formigas que foram acondicionadas em recipientes contendo álcool 70%

devidamente etiquetados com a data da coleta, linha e árvore

selecionada.

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FIGURA 3 - (A) EXTRATOR DE WINKLER; (B) DIVISÃO EXTRATOR DE

WINKLER.

3.3. IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO

A identificação taxonômica dos espécimes coletados foi

efetuada pelo Prof. Dr. Jacques H. C. Delabie, do Laboratório de

Mirmecologia do CEPLAC-CEPEC, Ilhéus, Bahia.

3.4. ANÁLISE DOS DADOS

3.4.1. Análise Faunística

Foi realizada análise quantitativa através da contagem direta

dos exemplares, identificados e calculados os índices faunísticos de

frequência, abundância, dominância e constância foram calculados com

base no programa ANAFAU- análises faunísticas, desenvolvido pelo

Setor de Entomologia da ESALQ/USP.

3.4.2. Índice Constância

Foi calculado utilizando-se dados mensais de coleta pela

fórmula de Dajóz (1974):

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(1)

Em que:

C: constância;

P: quantidade de coletas, em que a espécie foi capturada;

N: quantidade total de coletas efetuadas.

As espécies serão distribuídas em categorias, conforme classificação de

Bodenheimer (1955):

- Espécies constantes (W): presentes em mais de 50% das coletas;

- Espécies acessórias (Y): presentes de 25 a 50% das coletas;

- Espécies acidentais (Z): presentes em menos de 25% das coletas.

3.4.3. Índice de Dominância

Foi obtido pelas equações propostas por Sakagami e

Matsumura (1967):

(2)

Em que:

n1: 2(K +1);

n2: 2(N - K + 1)

(3)

Em que:

N: número total de indivíduos capturados; K: número de

indivíduos de cada espécie; Fo:valor obtido da tabela de distribuição de F

ao nível de 5% de probabilidade.

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Considerar-se-ão espécies dominantes aquelas cujo valor do LI

for maior que S, calculado para o valor de K = 0.

3.4.4. Índice de Frequência

Será obtido calculando-se a percentagem de indivíduos de

cada espécie em relação ao total de indivíduos capturados em cada

ambiente, conforme Silveira Neto et al., (1976):

(4)

Em que:

IF: índice de frequência (%);

N: número de indivíduos de cada espécie coletada;

T: número total de indivíduos coletados

3.4.5. Índice de Abundância

Para o cálculo deste índice, será utilizado uma medida de

dispersão (SILVEIRA NETO et al., 1976), determinando-se o intervalo de

confiança (IC) e o teste “ t” a 5% e a 1% de probabilidade. Para se estimar

a abundância das espécies, serão consideradas as seguintes classes:

Rara (r): número de indivíduos menor do que o limite inferior do IC a

1% de probabilidade;

Dispersa (e): número de indivíduos situado entre os limites inferiores

do IC a 5% e 1% de probabilidade;

Comum (c): número de indivíduos situado dentro do IC a 5% de

probabilidade;

Abundante (a): número de indivíduos situado entre os limites

superiores de IC a 5% e 1% de probabilidade;

Muito abundante (m): número de indivíduos maior do que o limite

superior do IC a 1% de probabilidade.

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3.4.6. Índice de Diversidade

Para cada comunidade será calculado um índice de

diversidade, mostrando a relação existente entre o número de espécies e

de indivíduos e comparando-as entre si. A equação utilizada será a de Hill

(1973), citado por Ludwig e Reynolds (1988):

(5)

Em que:

- pi: proporção de indivíduos da i-enésima espécie; A: pode ser igual

a 0, 1 e 2;

- *A = 0 N0 S, sendo S: o número total de espécies.

- *A = 1 N1= eH', sendo H' o índice de Shannon, que transformado

fornece o número de espécies abundantes:

(6)

Em que:

*A2 N2 = 1/λ

O índice de Simpson (λ) dá mais peso a espécies muito

abundantes do que a espécies raras. Portanto, da sua transformação

obtém-se o número de espécies muito abundantes:

(7)

Em que:

S: número total de espécies consideradas; N: número total de indivíduos

da população;

Ni: número de indivíduos em cada uma das i-ésimas espécies;

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3.4.7. Equitatividade

O índice de equitatividade (E) será obtido por meio da relação

entre N2 e N1: número 1 da diversidade de Hill; N2: número 2 da

diversidade de Hill.

(8)

em que:

- E= equitatividade;

- N1= número 1 de diversidade de Hill;

- N2= número 2 da diversidade de Hill.

3.4.8. Índice de Riqueza

Foi calculado o Índice de Riqueza de Margaleff, que demonstra

a riqueza de espécies existentes dentro de cada área e expressa a

diversidade de espécies, ou seja, refere-se à abundância de uma

determinada área geográfica, região ou comunidade (RODRIGUES et al.,

2004).

(9)

em que:

- S = No de espécies presentes no ambiente;

- Log10N = logaritmo (base 10) do número de indivíduos presentes

no ambiente.

3.5. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES

Indica a riqueza de espécies em função do espaço amostral.

Com isso é possível saber se houve uma suficiência amostral, uma

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representatividade da diversidade das espécies de formigas do local

estudado.

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20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA GERAL

Foram coletadas 13.139 formigas pelos dois métodos de

amostragem, durante os períodos de seca e de chuva, perfazendo um

ano. No total foram amostradas cinco subfamílias, 18 gêneros e 28

espécies. Monteiro et al. (2011) estudaram a composição e riqueza de

Formicidae em plantio de teca no norte de Mato Grosso e coletaram 17

espécies de formigas utilizando o método do extrator de Winkler. Do total

de formigas coletadas 12.649 indivíduos foram coletados com armadilhas

pitfall e 356 pelo extrator de Winkler.

Essa disparidade dos valores por armadilhas pode ser

explicada pelo fato do método de extrator de Winkler, ser limitado nos

períodos secos, pois as formigas de serapilheira transportam seus ninhos

para maiores profundidades no solo ou começam a forragear,

preferivelmente, sobre a vegetação, o que pode influenciar a eficiência de

captura das espécies (BESTELMEYER et al., 2000).

Além do mais, coletas de serapilheira, feitas em período diurno,

que utilizam o método de extrator de Winkler não coletam formigas de

hábitos noturnos, diferente da armadilha pitfall que coletam indivíduos de

diferentes hábitos.

Lopes e Vasconcelos (2008) compararam três métodos de

coleta na amostragem de formigas, no Cerrado brasileiro, e constaram

que armadilhas pitfall foram mais eficiente na floresta de galeria, sujeita às

inundações e no Cerrado sensu stricto, enquanto que o extrator de

Winkler foi eficiente em floresta semidecidual e na floresta de galeria, não

sujeitas às inundações. Segundo Parr e Chown (2001) a eficiência do

extrator de Winkler depende da quantidade de cobertura de serapilheira.

Portanto, a combinação dos dois métodos, como proposto

Agosti e Alonso (2000) é o mais apropriado. Este protocolo, originalmente

desenvolvido para o estudo de formigas em florestas tropicais, foi

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recentemente recomendado como protocolo adequado para um inventário

mais completo de formigas, nas regiões temperadas e subtropicais da

América do Norte (KING e PORTER, 2005).

No presente estudo foram encontrados 18 gêneros, sendo eles

Tapinoma, Dorymyrmex, Labidus, Nomamyrmex, Brachymyrmex,

Camponotus Acromyrmex, Atta, Cephalotes, Crematogaster, Pheidole,

Sericomyrme, Solenopsis, Strumigenys, Anochetus, Neoponera,

Odontomachus e Pseudoponera. Dentre esses gêneros, cabe destacar os

que ocorreram nos dois métodos de coleta, Dorymyrmex, Labidus,

Brachymyrmex, Acromyrmex, Crematogaster, Pheidole, Sericomyrmex,

Solenopsis, Strumigenys, Neoponera, Pseudoponera. (Tabela 1).

TABELA 1 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES E SUAS PORCENTAGENS (%) E A QUANTIDADE (I) DE FORMIGAS COLETADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT,2015/2016

Subfamília/Espécie

Pitfall Extrator de Wincler

E % I % E % I %

Dolichoderinae Tapinoma - - - - 1 6,7 105 29,49 Dorylinae Dorymyrmex 1 3,85 86 0,68 1 6,7 4 1,12 Labidus 2 7,69 7.615 60,20 1 6,7 3 0,84 Nomamyrmex 1 3,85 40 0,32 - - - - Formicinae Brachymyrmex 2 7,69 51 0,40 1 6,7 11 3,09 Camponotus 4 15,38 1.054 8,33 - - - - Myrmicinae Acromyrmex 1 3,85 22 0,17 1 6,7 1 0,28 Atta 1 3,85 170 1,34 - - - - Cephalotes - - - - 1 6,7 2 0,56 Crematogaster 1 3,85 5 0,04 1 6,7 2 0,56 Pheidole 5 19,23 2.344 18,53 2 13,3 59 16,57 Sericomyrmex 1 3,85 7 0,06 1 6,7 1 0,28 Ponerinae Anochetus 1 3,85 8 0,06 - - - - Neoponera 1 3,85 15 0,12 1 6,7 1 0,28 Odontomachus 1 3,85 37 0,29 - - - - Pseudoponera 1 3,85 2 0,02 1 6,7 2 0,56 Total 26 100 12.649 100 15 100 356 100

Na armadilha pitfall, a subfamília Myrmicinae foi a que

apresentou maior número de espécies por gênero com 46,17%, seguido

por Formicinae com 23,07% e Dorylinae com 15,39%, enquanto pelo

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método extrator de Winkler, Myrmicinae foi a mais representativa no

número de espécies com 64,6%, seguido por Dolichoderinae com 29,49%

(Tabela 1).

Dentre os 18 gêneros amostrados, 16 ocorreram na armadilha

pitfall e 13 no extrator de Winkler. Na pitfall, os gêneros mais

representativos em quantidade de indivíduos coletados foram Labidus

com 7.615 indivíduos (60,20%), Pheidole com 2.344 (18,53%), Solenopsis

com 1.179 (9,32%) e Camponotus com 1.054 (8,33%). Pelo método do

extrator os gêneros Tapinoma com 105 indivíduos (29,49%), Solenopsis

com 101 (28,37%), Strumigenys 64 (17,98%) e Pheidole com 59 (16,57%)

foram os mais importantes em quantidade de indivíduos (Tabela 1).

Dos 18 gêneros registrados, Pheidole com cinco espécies,

Camponotus, com quatro, Solenopsis, Brachymyrmex, Labidus, com duas

espécies cada, foram os mais representativos. Pheidole, Solenopsis,

Camponotus estão dentre os mais abundantes e ricos em quantidade de

espécies no planeta (BOLTON, 1995) e frequentes na região Neotropical

(WILSON, 1976). Marinho et al. (2002), em uma área de eucalipto e

cerrado utilizando o extrator de Winkler, observaram a ocorrência dos

gêneros Camponotus, Pheidole e Solenopsis como os mais ricos em

espécies. Enquanto, Majer e Delabie (1994); Verhaagh e Rosciszewski

(1994) e Soares et al. (1998) encontraram resultados semelhantes,

embora os métodos de coleta tenham sido diferentes.

O gênero Pheidole foi o mais abundante e esse resultado

corroboram com os obtidos por Santos e Marques (1996); Soares et al.

(1998) e Dias (2004). Este gênero é amplamente distribuído, com mais de

600 espécies na região Neotropical (WILSON, 2003), possuindo o maior

número de espécies nas Américas (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990).

Várias espécies do gênero Pheidole apresentam eficiente

sistema de recrutamento, o que as tornam dominantes em sua área de

ocorrência, e lhes permitem explorar com eficiência os recursos

alimentares e excluir de maneira eficiente seus competidores (FOWLER,

1993). É classificada tanto como espécie praga quanto como

bioindicadora, pois apresenta papéis ecológicos diversificados

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(KUSNEZOV, 1956; BRIAN, 1983; HOLLDOBLER e WILSON, 1990).

Considerado um gênero não especialista, competitivo com espécies

coletoras de sementes, onívoras, predadoras e mutualísticas em

associações, com plantas e Homoptera (SUDD e FRANKS, 1987;

HÖLLDOBLER e WILSON, 1990).

O gênero Labidus foi o mais representativo em relação ao total

de indivíduos coletados, com 7.618. As formigas desse gênero são

nômades e possuem comportamento de recrutamento legionário,

extremamente agressivas e invasoras de ninhos de cupins, abelhas,

vespas e formigas. (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). São caracterizadas

por sua tolerância às perturbações ambientais (LUTINSKI et al., 2008).

O gênero Camponotus, considerado o segundo mais

representativo neste estudo, apresenta a maioria das suas espécies

generalistas e oportunistas em termos de dieta e local de nidificação. As

espécies oportunistas esquiva das interações agressivas, usualmente

coletam os alimentos com agilidade até serem transportadas por outra

espécie mais agressiva ou numerosa (SILVESTRE, 2000). Por outro lado,

esse autor detectou um comportamento agressivo da espécie

Camponotus crassus, com operárias capazes em dominar o alimento e

eliminar espécies de Pheidole. Possuem alta capacidade de adaptação,

além de ser invasora com elevado potencial de interação com outros

organismos, alimentam-se de dieta líquida e mantêm associações com

homópteros (FOWLER et al., 1991).

Várias espécies desse gênero apresentam hábito alimentar

onívoro (WILSON, 1976) e são abundantes em inventários taxonômicos

(BONNET e LOPES, 1993). De acordo com Mariano, (2004) espécies

desse gênero nidificam dentro de cavidades variadas: galhos, troncos,

epífitas, montes de matéria orgânica e embaixo de pedras. Apresentam

hábitos predominantemente noturnos (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990;

OLIVEIRA e BRANDÃO, 1991), provavelmente por essa razão, apenas a

armadilha pitffal tenha coletados indivíduos pertencentes às espécies

desse gênero. Esse gênero é característico de ambientes degradados

(MARIANO, 2004).

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O gênero Solenopsis, com ocorrência nos dois métodos de

amostragem, é um dos mais agressivo no uso dos recursos da liteira,

constantes em ambientes agrícolas e mata nativa (DELABIE e FOWLER

1995). Os indivíduos das espécies deste gênero podem passar períodos

longos com falta de alimento, e mesmo assim, disputar recursos

alimentares e de locais de nidificação com outros formicídeos ou outros

animais, pois apresentam estratégia eficiente de recrutamento em massa

(FOWLER et al., 1991). São formigas pequenas que primeiro ocupam a

fração interior da serapilheira, e são raros às vezes sobem à superfície

em busca de alimento (SILVESTRE, 2000).

Esse gênero é composto por espécies cosmopolitas

apreciadoras de honeydew de cochonilhas e pulgões, além de insetos

imaturos e adultos mortos (GONÇALVES e NUNES, 1984). Muitas vezes

é considerado como influentes sobre áreas em processo de recuperação

florestal, pois possuem espécies típicas de áreas perturbadas (RAMOS et

al., 2003).

O gênero Brachymyrmex caracteriza-se por formigas pequenas

(FERNÁNDEZ, 2003a). São consideradas onívoras (DELABIE et al.,

2000c). Segundo Delabie et al. (2000a), as espécies desse gênero,

forrageiam no solo, na serapilheira e presume-se que são sensíveis as

mudanças do seu habitat. Amplamente distribuídas (FOWLER et al.,

1991). As espécies de Brachymyrmex nidificam no solo, embaixo de

pedras, troncos, na serapilheira e vegetação baixa, constituindo pequenas

colônias com algumas dezenas de indivíduos, com várias espécies sendo

tolerante a perturbações, podendo ocorrer em áreas antropizadas.

(BACCARO et al., 2015).

O gênero Odontomachus ocorreu apenas com uma espécie,

embora as espécies caracterizam-se por serem predadoras e

generalistas. No entanto, algumas espécies deste gênero já foram

amostradas em pastagens desempenhando papel de dispersoras de

sementes em áreas degradadas (FOWLER et al., 1991).

Dentre os gêneros com pouca representatividade em número

de espécies, destacaram-se Tapinoma, Dorymyrmex, Nomamyrmex,

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Acromyrmex, Atta, Cephalotes, Crematogaster, Sericomyrmex,

Strumigenys, Anochetus, Neoponera, Odontomachus e Psedoponera. Isto

pode ter ocorrido devido à metodologia de amostragem, apesar de terem

sido utilizados dois tipos de armadilhas. Essas espécies podem

apresentar comportamentos de nidificação, forrageamento e predação

que levem ao baixo número de indivíduos por coleta.

As formigas do gênero Atta são consideradas praga em vários

plantios florestais e agroecossistemas diversos (MARICONI, 1970),

apresentou um baixo índice de incidência na área de estudo, sendo

coletadas somente através da armadilha pitfall. Geralmente, as espécies

de formigas deste gênero, são seletivas, e mesmo em ambiente não

antropizados, podem percorrer grandes distâncias a procura de

hospedeiro ideal para o corte e transporte do material vegetal, sempre

priorizando a manutenção de seu fungo simbionte.

De acordo com Vasconcelos et al. (2006), as formigas do

gênero Atta têm preferência para nidificação junto a bordas de estradas e

as alterações ambientais, principalmente aquelas promovidas pelo

homem, em áreas florestais protegidas, resultam no aumento da

abundância de formigueiros deste gênero de formiga.

De acordo com Baccaro et al. (2015), as espécies deste

gênero, apesar de serem consideradas pragas agrícolas, sua presença

pode trazer impactos positivos sobre a estrutura química e física do solo,

ajudando na aeração e ciclagem de nutrientes.

O gênero Dorymyrmex faz parte do grupo de formigas,

onívoras, predadoras e generalistas dominantes do solo ou serapilheira

(DELABIE et al.,2000a).

Crematogaster é um gênero muito diversificado em espécies na

região tropical, e muitas destas espécies são arborícolas (ANDERSEN

2000). Outras espécies desse gênero habitam o solo ou a serapilheira e

algumas ainda possuem interações com outras espécies de formigas ou

com plantas (FERNÁNDEZ, 2003). Essas características contribuem para

que seja um dos grupos mais dominantes entre as formigas (FELIZARDO

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e HARADA, 2007). Possuem hábito alimentar generalista e podem ser

agressivas em competições interespecíficas (SILVESTRE, 2000).

As espécies do gênero Cephalotes são exclusivamente

arborícolas, nidificando em cavidades ou fendas na vegetação, mas

podem eventualmente forragear na serapilheira. São onívoras,

alimentando-se de secreções açucaradas produzidas por membracídeos

e nectários extraflorais, matéria orgânica em decomposição, fezes de

animais e têm uma relativa predileção por grãos de pólen (BACCARO et

al., 2015).

De acordo com Silvestre e Silva (2001), muitas espécies deste

gênero evitam interações agressivas com outras espécies e segundo

Frederickson et al. (2005) algumas espécies descem ao solo para

forragear e outras procuram troncos caídos e ao contrário de outras

espécies arborícolas, que apresentam um comportamento territorial e

agressivo, as espécies deste gênero possuem sistema de defesa para

defender a planta hospedeira de herbívoros e até mesmo de outras

formigas (HARADA e BENSON 1988). A pouca representatividade desse

gênero pode ser explicado pelo fato que a riqueza desse grupo em um

ambiente possa expressar a diversidade da vegetação (SILVESTRE e

SILVA, 2001).

O gênero Strumigenys é uma comunidade diversificada de

pequenas predadoras, que apresentam tamanho pequeno com

movimentação lenta e hábitos crípticos, comum em áreas com climas

quentes e vivem associadas à serapilheira (SILVESTRE et al., 2003).

Esse pode ser um dos motivos pelo qual coletaram-se mais indivíduos

desse gênero pelo extrator de Winkler do que com a armadilha pitfall.

De acordo com Baccaro et al. (2015), as espécies do gênero

Strumigenys são predadoras e utilizam suas mandíbulas especializadas

para predar pequenos artrópodes, especialmente ácaros e colêmbolos.

São abundantes em florestas tropicais úmidas, onde nidificam na

serapilheira, cascas de árvores, sob pedras ou troncos podres, sendo

consideradas forrageadoras lentas e tendem a ficar imóveis quando

ameaçadas.

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A única espécie do gênero Tapinoma foi amostrada apenas

pelo extrator de Winkler. São formigas generalistas, patrulheiras de solo e

da vegetação, possui um recrutamento massivo. Segundo Baccaro et al.

(2015), esta espécie é conhecida como “formiga fantasma”, de origem

supostamente asiática, nidificam no solo, com ou sem cobertura vegetal,

em árvores e em troncos em decomposição, forrageiam na vegetação e

no folhiço de florestas, algumas espécies podem alimentar de soluções

açucaradas produzidas por homópteros.

As espécies do gênero Labidus são predadoras, formando

colônias com milhares de indivíduos, predominantemente subterrâneas,

mas patrulham a serapilheira e a superfície do solo predando pequenos

artrópodes e recolhendo diversos tipos de alimentos, sendo consideradas

generalistas, mas o efeito sobre a população de invertebrados de solo

durante as incursões de forrageio é considerável (BACCARO et al. ,2015).

Dentre as 28 espécies amostradas, o hábito alimentar onívoro

foi predominante, ocorrendo em 17 (60,71%) espécies, seguido oito

(28,57%) com hábito alimentar predador e três (10,71%) espécies

cultivadoras de fungo (Tabela 2). Dentre as subfamílias, Myrmicinae foi a

mais heterogênea em tipos da hábitos alimentares, pois das 13 espécies

amostradas, nove (69,23%) foram onívoras, três (23,08) cultivadoras de

fungo e uma ( 7,69%) predadora. Dentre as espécies de Dolichoderinae e

Formicinae ocorreu exclusivamente o hábito alimentar onívoro, enquanto

em Dorylinae e Ponerinae, todas as espécies amostradas foram

predadoras (Tabela 2).

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TABELA 2 - ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis, COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, QUANTO AO HÁBITO ALIMENTAR, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT 2015/2016.

Subfamília/Espécies Hábito Alimentar

Dolichoderinae Dorymyrmex pyramicus Onivora Tapinoma melanocephalum Onívora Dorylinae Labidus coecus Predador Labidus praedator Predador Nomamyrmex esenbeckii Predador Formicinae Brachymyrmex admotus Onívora Brachymyrmex heeri Onívora Camponotus blandus Onívora Camponotus crassus Onívora Camponotus melanoticus Onívora Camponotus novogranadensis Onívora Myrmicinae Acromyrmex subterraneus subterraneus Fungívora Atta sexdens Fungívora Cephalotes pusillus Onívora Crematogaster tenuicula Onívora Pheidole araneioides Onívora Pheidole grupo Fallax sp. 1 Onívora Pheidole grupo Flavens sp. 2 Onívora Pheidole grupo Tristis sp. 3 Onívora Pheidole radoszkowskii Onívora Sericomyrmex sp. 1 Fungívora Solenopsis glabularia Onívora Solenopsis sp.2 Onívora Strumigenys denticulata Predador Ponerinae Anochetus diegensis Predador Neoponera commutata Predador Odontomachus bauri Predador Pseudoponera gilberti Predador

Segundo Fowler et al. (1991) entre as espécies de formigas

existem diferentes hábitos alimentares, como predadoras, granívoras,

cortadeiras, onívoras, necrófaga, para explorar as mais variadas fontes de

recursos alimentares, como proteína e carboidratos, para atender as

necessidades básicas da colônia. Porém, de acordo com Cogni e Oliveira

(2004), A influência dos fatores abióticos como, temperatura e umidade ou

bióticos como, a competição, predação, e também a complexidade do

habitat, podem determinar os padrões de forrageamento das espécies de

formigas.

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Nos dois tipos de armadilhas, ocorreram as subfamílias

Dolichoderinae, Dorylinae, Formicinae, Ponerinae e Myrmicinae, sendo

essa última a mais representativa em quantidade de espécies e de

indivíduos coletados (Tabela 3). Esses resultados corroboram com os

obtidos por Lutiniski e Garcia (2005); Conceição et al., (2006) e Santos et

al., (2006) que observaram maior representatividade de Myrmicinae, em

números de espécies amostradas, em ambientes de serapilheira. De

acordo com Hölldobler e Wilson (1990), Myrmicinae é a mais

diversificada, ao nível regional e global. Segundo Bolton (1995) mais de

45% das espécies e mais de 52 % dos gêneros de Formicidae pertence à

Myrmicinae.

TABELA 3 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, ESPÉCIES E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS COLETADOS EM TALHÃO DE Tectona grandis, COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT 2015/2016.

Subfamília/Espécie Pitfall Extrator de Wincler

I % I %

Dolichoderinae Tapinoma melanocephalum - - 105 29,49 Dorylinae Dorymyrmex pyramicus 86 0,68 4 1,12 Labidus coecus 7.391 58,43 3 0,84 Labidus praedator 224 1,77 - - Nomamyrmex esenbeckii 40 0,32 - - Formicinae Brachymyrmex admotus 31 0,25 - - Brachymyrmex heeri 20 0,16 11 3,09 Camponotus blandus 517 4,09 - - Camponotus crassus 209 1,65 - - Camponotus melanoticus 171 1,35 - - Camponotus novogranadensis 157 1,24 - - Myrmicinae Acromyrmex subterraneus subterraneus 22 0,17 1 0,28 Atta sexdens 170 1,34 - - Cephalotes pusillus - - 2 0,56 Crematogaster tenuicula 5 0,04 2 0,56 Pheidole araneioides 784 6,20 - - Pheidole grupo Fallax sp. 1 337 2,66 - - Pheidole grupo Flavens sp. 2 1 0,01 24 6,74 Pheidole grupo Tristis sp. 3 1.190 9,41 - - Pheidole radoszkowskii 32 0,25 35 9,83 Sericomyrmex sp. 1 7 0,06 1 0,28 Solenopsis glabularia 69 0,55 14 3,93 Solenopsis sp. 1.110 8,78 87 24,44 Strumigenys denticulata 14 0,11 64 17,98

TABELA 3 – Cont..... Subfamília/Espécie Pitfall Extrator de Wincler

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I % I %

Ponerinae Anochetus diegensis 8 0,06 Neoponera commutata

15 0,12 1 0,28

Odontomachus bauri 37 0,29 - - Pseudoponera gilberti 2 0,02 2 0,56 Total 12.649 100 356 100

(I) = Indivíduos

A maioria das espécies que compõem Dolichoderinae,

Formicinae e Myrmicinae é onívora ou subsiste primariamente de uma

dieta líquida. Isso pode ser explicado pelo fato que apesar de alguns

grupos de formigas possuírem suas necessidades nutricionais e funções

ecológicas definidas, outros grupos de formigas são mais difíceis de

serem classificados, pois dependem das condições ecológicas (WILSON

1971). De acordo com Fowler et al. (1991), a capacidade de uma espécie

em utilizar vários tipos de recursos alimentares é um fator que permite a

colônia passar por períodos de falta de alimentos e ainda competir com

outras espécies de formigas ou outros grupos de animais.

A subfamília Formicinae foi representada por seis espécies,

sendo quatro espécies de Camponotus e duas de Brachymyrmex. Essa

subfamília de um modo geral apresenta uma dieta líquida e podem

apresentar em alguns casos associações com plantas ou com hemípteros

(FOWLER et al., 1991).

Dolichoderinae ocorreu com apenas um gênero e uma espécie,

amostrado somente pelo extrator de Winkler. As espécies desta

subfamília pertencem ao grupo de formigas onívoras, que dominam a

serapilheira (DELABIE et al., 2000a) e isto pode justificar sua ocorrência

apenas nas amostras do extrator de Winkler. A maioria das espécies de

Dolichoderinae é onívora, forrageando sobre a superfície do solo e o

alimento consiste, principalmente, de artrópodos mortos, “honeydew” e

exsudatos de plantas (BACCARO et al., 2015). De modo geral, as

formigas das espécies de Dolichoderinae mantêm associações com

plantas, como por exemplo, as formigas do gênero Azteca que são

encontradas especificamente em plantas do gênero Cecropia (embaúbas)

(FOWLER et al., 1991).

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Neste estudo não foram encontradas as subfamílias

Leptanilloidinae, Ecitoninae, Pseudomyrmecinae, resultado esperado, pois

segundo Brandão et al. (1999) essas subfamílias são habituais em

ambientes naturais.

As espécies Labidus coecus, Crematogaster tenuicula,

Solenopsis glabularia, Solenopsis sp.2 e Strumigenys denticulata foram

comuns nos dois métodos de coletas, independente do período analisado.

Myrmicinae foi mais diversificada em quantidade de espécies, sendo

Acromyrmex subterraneus subterraneus, C. tenuicula, Pheidole grupo

Flavens sp. 2, Pheidole radoszkowskii, Sericomyrmex sp. 1, S. glabularia,

Solenopsis sp.2, S. denticulata, coletadas nas armadilha pitfall e no

extrator de Winkler. Das quatro espécies de Ponerinae, apenas

Neoponera commutata e Pseudoponera gilberti foram coletadas nos dois

métodos de amostragens (Tabela 3).

As espécies Dorymyrmex pyramicus, Brachymyrmex heeri, A.

s. subterraneus, P. radoszkowskii, N. commutata ocorreram nos dois

métodos no período de chuva e no período seco foram amostradas

apenas com armadilha pitfall (Tabela 3).

As espécies de formigas amostradas somente pela armadilha

pitfall foram L. praedator, Nomamyrmex esenbeckii, Camponotus blandus,

Camponotus crassus, Camponotus melanoticus, Camponotus

novogranadensis, Pheidole araneioides, Pheidole grupo Fallax sp. 1

(Tabela 3). A presença da espécie L. praedator pode ser explicada por

tratar-se de uma espécie epígea de hábito nômade e predadora de outros

artrópodes (BRANDÃO et al., 2009).

A espécie L. coecus foi quantitativamente a mais

representativa, com 7.391(58,43%) indivíduos coletados na armadilha

pitffal, seguido de Pheidole grupo Tristis sp. 3 com 1.190 (9,41%) e

Solenopsis sp. com 1.110 espécimes (8,78%). Entretanto no extrator de

Winkler, Tapinoma melanocephalum com 105 (29,49%) indivíduos,

Solenopsis sp. com 85 (24,44%) e S. denticulata com (17,98%) foram as

espécies com as maiores quantidades de indivíduos coletados (Tabela 3).

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A presença da espécie Pheidole fallax já era esperada, pois

são geralmente encontradas em locais com algum tipo de distúrbio

(MARINHO et al., 2002). Em monoculturas, como plantio de teca, há

redução da riqueza de espécies e menor diversidade de substratos de

nidificação e alimentação (SOARES et al.1998).

A espécie Odonthomacus bauri foi representada por número

reduzido de indivíduos, embora essa espécie seja ativa em ambientes

urbanos e podem causar riscos à população, pois possui uma picada

dolorosa (SPOLIDORO, 2009).

Os indivíduos de T. melanocephalum foram coletados apenas

pelo extrator de Winkler. Os indivíduos dessa espécie são conhecidos

como formigas fantasmas e são extremamente pequenas, variando de 1,3

a 1,5mm de comprimento, cor pálida, altamente adaptável em seus

hábitos de nidificação e é considerada praga de residência urbana.

Portanto, a exclusividade dessa espécie no extrator de Winkler pode ser

atribuída a técnica de coleta ser eficiente na coleta de espécies com

tamanho pequeno. Segundo Baccaro et al. (2015) esta espécie está

sendo considerada praga em ambientes hospitalares e habitações de todo o

mundo, sendo muito abundante em áreas urbanas do Brasil.

No período seco coletou-se 8.229 indivíduos, enquanto na

época chuvosa foram coletados 4.800 espécimes. Segundo KASPARI,

(2000) a abundância da água na vegetação diminui as atividades das

formigas, principalmente de pequeno porte (Tabela 4). O maior número de

indivíduos coletados no período seco pode ser atribuído ao enorme

acúmulo de serapilheira no solo nesse período, pois esse pode ser um

dos meios de nidificação e forrageamento a qualquer espécie de formiga

que circule ou desça até o solo.

Della Lucia (1982) estudou a ordenação de formigas em quatro

agroecossistemas e também verificou decréscimo na abundância de

formicídeos no período da chuva. Quando há menor umidade do solo, há

uma maior facilidade no forrageamento e exploração territorial pelas

formigas (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). Corroborando com esse

resultado, Nunes et al., (2008) em trabalho de recolonização da fauna em

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área de Caatinga observaram maior número de indivíduos de formigas no

período mais seco.

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TABELA 4 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS NOS PERÍODOS SECO E CHUVOSO, EM TALHÃO DE Tectona grandis COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MT- 2015/2016.

Subfamília/Gênero

Período Seco Periodo Chuvoso

Pitfall Extrator de Wincler Pitfall Extrator de Wincler

E % I % E % I % E % I % E % I %

Dolichoderinae Tapinoma - - - - 1 10 13 14,94 - - - - 1 7,69 92 32,74 Dorylinae Dorymyrmex 1 4,55 17 0,21 - - - - 1 4 69 1,53 1 7,69 4 1,42 Labidus 2 9,09 5.463 67,10 1 10 14 16,09 2 8 2.152 47,62 - - - - Nomamyrmex 1 4,55 39 0,48 - - - - 1 4 1 0,02 - - - - Formicinae Brachymyrmex 1 4,55 11 0,14 - - - - 2 8 40 0,89 1 7,69 11 3,91 Camponotus 4 18,18 725 8,90 - - - - 4 16 329 7,28 - - - - Myrmicinae Acromyrmex 1 4,55 3 0,04 - - - - 1 4 19 0,42 1 7,69 1 0,36 Atta 1 4,55 93 1,14 - - - - 1 4 77 1,70 - - - - Cephalotes - - - - 1 10 1 1,15 - - - - 1 7,69 1 0,36 Crematogaster 1 4,55 2 0,02 1 10 1 1,15 1 4 3 0,07 1 7,69 1 0,36 Pheidole 3 13,64 772 9,48 1 10 1 1,15 5 20 1.572 34,79 2 15,38 58 20,64 Sericomyrmex 1 4,55 7 0,09 1 10 1 1,15 - - - - 1 7,69 1 0,36 Solenopsis 2 9,09 978 12,01 2 20 50 57,47 2 8 207 4,58 2 15,38 51 18,15 Strumigenys 1 4,55 6 0,07 1 10 4 4,60 1 4 8 0,18 1 7,69 60 21,35 Ponerinae - Anochetus - - - - - - - - 1 4 8 0,18 - - - - Neoponera 1 4,55 8 0,10 - - - - 1 4 7 0,15 1 7,69 1 0,36 Odontomachus 1 4,55 16 0,20 - - - - 1 4 21 0,46 - - - - Pseudoponera 1 4,55 1 0,01 1 10 2 2,30 1 4 1 0,02 - - - - Dolichoderinae

Não Identificado - - 1 0,01 - - - - - - 5 0,11 - - - - Total 22 100 8.142 100 10 100 87 100 100 4519 100 100 281 100

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Costa et al., (2013), pesquisaram a entomofauna de

serapilheira na floresta nacional em Açu-RN e observaram que no período

seco ocorreu maior coleta de formigas.

Houve diferença também na diversidade de espécies e gêneros

nos períodos de seca e chuva. Na época de seca foram amostrados 26

espécies e 18 gêneros, enquanto no período chuvoso coletaram-se 28

espécies e 19 gêneros (Tabela 4). Esses resultados contradizem com os

obtidos por Veiga et al. (2005) pesquisando formigas de serapilheira na

reserva biológica, obteve maior riqueza de espécies de formigas no

período seco. O maior número de espécies de formiga coletadas na

época de chuva, quando comparado ao número de espécies coletadas na

época de seca, pode ser atribuído por uma maior atividade de

forrageamento das formigas na época chuvosa (HÖLLDOBLER; WILSON,

1990).

Foi coletado neste período, nas armadilhas do tipo pitfall, 8.142

espécimes, sendo 5.463 (67,10%) de Labidus, 978 (12,01%) de

Solenopsis, 772 (9,48%), de Pheidole e 725 indivíduos do gênero

Camponotus (8,90%), sendo quantitativamente, os mais representativos.

No extrator de Winkler foram coletados apenas 87 indivíduos, com 50

(57,47%) espécimes do gênero Solenopsis, 14 (16,09%) de Labidus e 13

(14,94%) indivíduos de Tapinoma (Tabela 4).

Essa discrepância entre os dados obtidos, entre as coletas com

Pitfall e Winkler, foi observado por Spolidoro, (2009) em estudo do

levantamento da mirmecofauna do solo em plantio de café, quando

coletou 1.954 espécimes utilizando armadilha pitfall e apenas 66

espécimes com o extrator de Winkler. Parr e Chown (2001) observaram

na savana africana que ao utilizarem apenas armadilhas do tipo Pitfall,

concluíram que esta armadilha é mais eficiente, com mais produtividade e

consistência quando comparada com o extrator de Winkler.

Na época da seca, com armadilha pitfall, foram amostrados

formigas dos gêneros Dorymyrmex, Labidus, Nomamyrmex,

Brachymyrmex, Camponotus, Acromyrmex, Atta, Crematogaster,

Pheidole, Sericomyrmex, Solenopsis, Strumigenys, Neoponera,

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Odontomachus, e Pseudoponera, enquanto no extrator de Winkler foram

amostrados as formigas dos gêneros Tapinoma, Labidus, Cephalotes,

Crematogaster, Pheidole, Sericomyrmex, Solenopsis, Strumigenys e

Pseudoponera. Na armadilha pitfall o gênero Camponotus foi o mais

representativo com cinco espécies, seguido pelo gênero Pheidole com

quatro, Labidus e Solenopsis ambos com duas espécies (Tabela 4).

No método do extrator o gênero Solenopsis foi o único que

apresentou duas espécies. O restante dos gêneros amostrou-se apenas

uma espécie de cada (Tabela 4).

No período chuvoso foram coletados com a armadilha pitfall

4.519 indivíduos, o gênero Labidus apresentou 2.152 (47,62%)

espécimes, seguido do gênero Pheidole com 1.572 (34,79%), e

Camponotus com 329 (7,28%). Pelo extrator de Winkler foram coletados

281 formícideos, o gênero Tapinoma foi o que apresentou maior número

de indivíduos 92 (32,74%), Strumigenys 60 (21,35%), Pheidole 58

(20,64%) e Solenopsis 51 (18,15%) (Tabela 4).

Amostrou-se na armadilha pitfall, na época de chuva, os

gêneros Dorymyrmex, Labidus, Nomamyrmex, Brachymyrmex,

Camponotus, Acromyrmex, Atta, Crematogaster, Pheidole, Solenopsis,

Strumigenys, Anochetus, Neoponera, Odontomachus, Pseudoponera. Os

gêneros mais representativos em quantidade de espécies foram, Pheidole

com cinco, Camponotus com quatro e Labidus, Brachymyrmex,

Solenopsis com duas espécies cada um (Tabela 4)..

No método com extrator de Winkler, no período chuvoso,

ocorreram formigas dos gêneros, Tapinoma, Dorymyrmex,

Brachymyrmex, Acromyrmex, Cephalotes, Crematogaster, Pheidole,

Sericomyrmex, Solenopsis, Strumigenys, Neoponera. No extrator de

Winkler, os gêneros Pheidole e Solenopsis foram os mais representativos

em número de espécies. Esse resultado corrobora com os obtidos por

Monteiro et al, (2011) que encontraram esses dois gêneros entre os mais

representativos do estudo em um plantio de teca.

Os gêneros Tapinoma, Cephalotes e Sericomyrmex foram

amostrados apenas com extrator de Winkler.

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No período seco foram coletados 8.142 indivíduos com

armadilha pitfall e 146 com o extrator de Winkler, enquanto no período de

chuva, com armadilha pitfall foram coletados 6.615 indivíduos e 284 com

extrator de Winkler. No período seco, ocorreram 22 espécies com

armadilha pitfall e 10 espécies no extrator de Winkler (Tabela 5).

As espécies T. melanocephalum, C. pusillus, e Pheidole grupo

Flavens sp. 2, ocorreram somente nas amostragens do extrator de

Winkler (Tabela 5).

A diminuição na atividade das espécies de formigas na

serapilheira, criou condições para a colonização do ambiente e

exploração dos recursos por espécies mais tolerantes, tornando-se mais

abundantes nessa época do ano (KASPARI, 2000).

A maior abundância de espécies de formigas, coletadas no

período seco, com armadilha pitfall, pode ser atribuída ao enorme

acúmulo de serapilheira no solo nessa época, pois a cultura da teca é

uma espécie caducifólia, que perde totalmente suas folhas, na região

entre os meses de julho a agosto. Tornando este ambiente,

sazonalmente, sujeito de aumento do microclima. Outro fator, que pode

ter influenciado, foi o maior tempo de permanência das pitfall instaladas

no campo.

Quanto maior a quantidade de serapilheira, maior

disponibilidade de alimentos e sítios de nidificação (SANTOS et al., 2006).

E a menor ocorrência dos indivíduos das espécies, no período da seca,

com extrator de Winkler, pode estar relacionada ao método de coleta da

serapilheira, com o uso do gabarito de madeira, pois nessa época devido

à perda de suas folhas há uma redução drástica de serapilheira em

alguns meses nesse período, ocasionando na diminuição do material

amostrado, e consequentemente, na quantidade de indivíduos coletados.

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TABELA 5 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, ESPÉCIES E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS (I) COLETADOS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO PERÍODO SECO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016

Subfamília/Espécie Período seco Periodo Chuvoso

Armadilhas Armadilhas

Pitfall Extrator de Wincler Pitfall Extrator de Wincler

I % I % I % I %

Dolichoderinae Tapinoma melanocephalum - - 13 8,90 - - 92 32,39 Não Identificada 1 0,01 - - 5 0,08 - - Dorylinae Dorymyrmex pyramicus 17 0,21 - - 69 1,04 4 1,41 Labidus coecus 5.240 64,36 73 50,00 2.151 32,52 3 1,06 Labidus praedator 223 2,74 - - 1 0,02 - - Nomamyrmex esenbeckii 39 0,48 - - 1 0,02 - - Formicinae Brachymyrmex admotus - - - - 31 0,47 - - Brachymyrmex heeri 11 0,14 - - 9 0,14 11 3,87 Camponotus blandus 381 4,68 - - 136 2,06 - - Camponotus crassus 154 1,89 - - 55 0,83 - - Camponotus melanoticus 63 0,77 - - 108 1,63 - - Camponotus novogranadensis 127 1,56 - - 30 0,45 - - Myrmicinae Acromyrmex subterraneus subterraneus 3 0,04 - - 19 0,29 1 0,35 Atta sexdens 93 1,14 - - 77 1,16 - - Cephalotes pusillus - - 1 0,68 - - 1 0,35 Crematogaster tenuicula 2 0,02 1 0,68 3 0,05 1 0,35 Pheidole araneioides 609 7,48 - - 175 2,65 - - Pheidole grupo Fallax sp. 1 141 1,73 - - 196 2,96 - - Pheidole grupo Flavens sp. 2 - - 1 0,68 1 0,02 23 8,10 Pheidole grupo Tristis sp. 3 - - - - 3.292 49,77 - - Pheidole radoszkowskii 22 0,27 - - 10 0,15 35 12,32 Sericomyrmex sp. 1 7 0,09 1 0,68 - - 1 0,35 Solenopsis glabularia 52 0,64 11 7,53 17 0,26 3 1,06

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TABELA 5 – Cont...... Subfamília/Espécie Período seco Periodo Chuvoso

Armadilhas Armadilhas

Pitfall Extrator de Wincler Pitfall Extrator de Wincler

I % I % I % I %

Myrmicinae Solenopsis sp.2 926 11,37 39 26,71 184 2,78 48 16,90 Strumigenys denticulata 6 0,07 4 2,74 8 0,12 60 21,13 Ponerinae Anochetus diegensis - - - - 8 0,12 - Neoponera commutata 8 0,10 - - 7 0,11 1 0,35 Odontomachus bauri 16 0,20 - - 21 0,32 - - Pseudoponera gilberti 1 0,01 2 1,37 1 0,02 - -

Total 8.142 100 146 100 6.615 100 284 100

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Além disso, nessa época, a mirmecofauna fica mais exposta as

altas temperaturas devido a falta de folhas na superfície do solo. Também

deve-se considerar, que as coletas com o extrator de Winkler foram

realizadas apenas no período diurno, o que pode ter excluído a

possibilidade da amostragem de espécies de formigas de hábito noturno.

O estoque de serapilheira traz benefícios para as comunidades

de formigas proporciona microclima favorável, equilíbrio da temperatura e

umidade, meios de nidificação, dieta adequada e forrageamento a

qualquer espécie de formicídeo.

Coletou-se no período de chuva 6.615 indivíduos com

armadilha pitfall e 284 com extrator de Winkler. Através da armadilha

pitfall foram amostradas 26 espécies e 14 com o extrator de Winkler. As

espécies T. melanocephalum, C. pusillus, Sericomyrmex sp.1 foram

amostradas somente pelo extrator de Winkler. Observa-se que a espécie

T. melanocephalum foi a mais representativa, em quantidade de

indivíduos coletados, neste período de chuva (92 indivíduos)

representando 32,39%, expressivamente maior que no período de seca

(8,90%) (Tabela 5).

A menor ocorrência das espécies, na época de chuva, com

armadilha de queda, pode estar relacionada ao abrigo das formigas das

chuvas, protegendo-se da força dos ventos e da precipitação. Santos et

al. (2012) estudaram a riqueza das formigas relacionadas aos períodos

sazonais e constataram que a sazonalidade atmosférica da precipitação,

da temperatura do ar e da umidade do solo influenciam na abundância de

Formicidae. Concluíram que a frequência de formigas é maior quando há

diminuição da precipitação, da umidade do solo e do aumento das

temperaturas.

O extrator de Winkler foi mais eficiente no período chuvoso,

quando comparado com o período seco. Ferreira et al (2005) encontraram

maior abundância e riqueza de formigas na serapilheira utilizando o

extrator de Winkler na coleta de Fevereiro, ou seja na época da chuva. As

espécies com menos tolerância às condições de seca pode se deslocar

para as camadas mais profundas do solo ou para vegetação, portanto

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isso resulta em menor abundancia e riqueza de formigas nas amostras

coletadas nessa época (BESTELMEYER et al., 2000).

Essas flutuações temporais de espécimes de formigas durante

o ano, podem ser atribuídas a vários fatores como a disponibilidade de

alimentos, um dos principais deles relacionado com a abundância dessas.

Comportamentos específicos como hábitos nômades ou especificidade de

habitat, podem estabelecer a permanência de uma determinada espécie,

durante e após essas variações sazonais (FAGUNDES et al., 2009).

4.2. ANÁLISE FAUNÍSTICA

Através do método de Laroca e Mielke (1975) ocorreram

durante um ano com a armadilha pitfall, uma espécie super frequente,

cinco muito frequentes, seis frequentes e quatorze pouco frequentes. Em

relação a abundância foi encontrado uma espécie superabundante, quatro

muito abundantes, uma abundante, seis comuns, três dispersas e onze

raras. Na constância foram encontrados quatorze espécies constantes,

duas acessórias e dez acidentais. Em relação à dominância obteve uma

espécie superdominante, vinte e duas dominantes e três não dominantes

(Tabela 6).

Observa-se que as espécies dominantes foram as mais

expressivas caracterizando esse ambiente alterado. Para Silveira Neto et

al. (1976), um indivíduo dominante em uma comunidade é aquele que

possui a capacidade de sofrer o impacto do meio e continuar no local

mudando o ambiente à sua volta. Dessa maneira pode ocorrer o

surgimento ou desaparecimento de outros indivíduos.

No período seco ocorreu uma espécie superdominante, dezoito

dominantes e três não dominantes. Quanto à abundância, uma espécie

superabundante, três muito abundantes, oito espécies comuns, sete

dispersas e três raras. Com relação a frequência, uma super frequente,

três muito frequentes, oito frequentes e dez espécies pouco frequentes.

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3

Quanto a constância onze espécies constantes, oito acessórias e quatro

acidentais (Tabela 6).

Em se tratando do período chuvoso com a armadilha pitfall

ocorreram duas espécies super frequentes, seis muito frequentes, quatro

frequentes e treze pouco frequentes. Quanto a abundância foram

encontradas duas espécies superabundantes, cinco muito abundantes,

uma abundante, quatro comuns, três dispersas e dez espécies raras.

Dezesseis espécies demonstraram constantes, duas acessórias e seis

acidentais. Em relação a dominância apresentaram duas espécies

superdominantes, vinte e duas dominantes e três não dominantes (Tabela

6).

Nos três períodos (seca, chuva e anual) a espécie L. coecus foi

mais representativa na armadilha pitfall ocorrendo como, super frequente,

superabundante e superdominante. Essas espécies são conhecidas como

formigas de correição comum em ambientes a serem colonizados por

essas espécies que são oportunistas generalistas, pois podem obter

vantagens com as mudanças dos recursos e ou condições de

sobrevivência nesses ambientes (HOFFMANN E ANDERSEN, 2003) e

também são muito agressivas e numerosas o que as torna

superdominante, sobrepondo assim sobre as demais espécies do local

estudado.

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37

TABELA 6 - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

Continua

SUBFAMÌLIA/ESPÈCIE PITFALL PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL F(%) A C D F(%) A C D F(%) A C D

Dolichoderinae Tapinoma melanocephalum Dorylinae Dorymyrmex pyramicus pf d w d f c w d f c w d Labidus coecus sf sa w sd sf sa w sd sf sa w sd Labidus praedator f c z d pf r z nd f c z d Nomamyrmex esenbeckii f c y d pf r z nd pf r z nd Formicinae Brachymyrmex admotus f c y d pf r z d Brachymyrmex heeri pf d w d pf r w d pf r w d Camponotus blandus mf ma w d mf ma w d mf ma w d Camponotus crassus f c y d f c w d f c w d Camponotus melanoticus f c w d mf ma w d f c w d Camponotus novogranadensis f c y d f c w d f c w d Myrmicinae Acromyrmex subterraneus subterraneus pf r y nd pf d w d pf r y d Atta sexdens f c y d mf a z d f c y d Cephalotes pusillus Crematogaster tenuicula pf r z nd pf r y nd pf r z nd Myrmicinae Pheidole araneioides mf ma w d mf ma w d mf ma w d Pheidole grupo Fallax sp. 1 f c w d mf ma w d mf a w d Pheidole grupo Flavens sp. 2 pf r z nd pf r z nd Pheidole grupo Tristis sp. 3 sf sa w sd mf ma z d Pheidole radoszkowskii pf d z d pf r z d pf r z d Sericomyrmex sp. 1 pf d y d pf r z d Solenopsis glabularia f c w d pf d w d pf d w d Solenopsis sp. mf ma wa d mf ma w d mf ma w d Strumigenys denticulata pf d y d pf r w d pf r w d

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38

TABELA 6 – Cont... Conclusão

SUBFAMÌLIA/ESPÈCIE PITFALL PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL F(%) A C D F(%) A C D F(%) A C D

Ponerinae Anochetus diegensis pf r y d pf r z d Neoponera commutata pf d w d pf r w d pf r w d Odontomachus bauri pf d w d pf d w d pf d w d Pseudoponera gilberti pf r z nd pf r z nd pf r z nd

Freqüência(%);Abundância:(r) rara;(e) dispersa;(c) comum;(a)abundante;(m) muito abundante; Constância:(w)constante; (y) acessória; (z) acidental; Dominância: (d) dominante ; (nd) não dominante

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Com método de extrator de Winkler no período anual

ocorreram quatro espécies muito frequentes, quatro frequentes e sete

pouco frequentes. Essas espécies frequentes indicam que os fatores

abióticos e bióticos se encontram favoráveis a essas espécies.

Em relação à abundância, três muito abundantes, quatro

comuns e oito dispersas. Duas espécies constantes, três acessórias e dez

acidentais. Quanto a dominância ocorreram sete espécies dominantes e

oito não dominantes. No período seco ocorreu uma espécie super

frequente, duas muito frequentes e seis espécies frequentes. Uma

espécie superabundante, duas muito abundantes e seis comuns. Em

relação a constância, duas espécies constantes, uma acessória e seis

acidentais. Quanto a dominância, uma espécie ocorreu como

superdominante, duas dominantes e seis não dominantes (Tabela 7).

No período da chuva ocorreram quatro espécies muito

frequentes, três frequentes e sete espécies pouco frequentes. Três

espécies muito abundantes, três comuns e oito espécies dispersas. Em

relação a dominância seis espécies dominantes e oito não dominantes.

Solenopsis sp. foi super frequente, superabundante e

superdominante no período seco. Essa espécie é onívora utilizam várias

fontes de alimentos, como carboidratos, proteínas e restos de animais

mortos.

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TABELA 7- FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

Continua

SUBFAMÌLIA/ESPÈCIE EXTRATOR DE WINKLER

PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F(%) A C D F(%) A C D F(%) A C D

Dolichoderinae Tapinoma melanocephalum mf ma y d mf ma y d mf ma y d Dorylinae Dorymyrmex pyramicus - - - - pf d y nd pf d z nd Labidus coecus - - - - pf d y nd pf d z nd Labidus praedator - - - - - - - - - - - - Nomamyrmex esenbeckii - - - - - - - - - - - -

Formicinae Brachymyrmex admotus - - - - - - - - - - - -

Brachymyrmex heeri - - - - f c y d f c z d Camponotus blandus - - - - - - - - - - - Camponotus crassus - - - - - - - - - - - -

Camponotus melanoticus - - - - - - - - - - - -

Camponotus novogranadensis - - - - - - - - - - - -

Myrmicinae Acromyrmex subterraneus subterraneus - - - - pf d z nd pf d z nd Atta sexdens - - - - - - - - - - - - Cephalotes pusillus f c z nd pf d z nd pf d z nd Crematogaster tenuicula f c z nd pf d z nd pf d z nd Pheidole araneioides - - - - - - - - - - - - Pheidole grupo Fallax sp. 1 - - - - - - - - - - - -

Pheidole grupo Flavens sp. 2 f c z nd f c w d f c y d Pheidole grupo Tristis sp. 3 - - - - - - - - - - - - Pheidole radoszkowskii - - - - f c z d f c z d Sericomyrmex sp. 1 f c z nd pf d z nd pf d z nd Solenopsis glabularia mf ma w d pf d y nd f c y d Solenopsis sp. sf sa w sd mf ma w d - - - - Strumigenys denticulata f c z nd mf ma w d mf ma w d

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TABELA 7, Cont.....

Conclusão

SUBFAMÌLIA/ESPÈCIE EXTRATOR DE WINKLER

PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F(%) A C D F(%) A C D F(%) A C D

Ponerinae Anochetus diegensis - - - - - - - - - - - - Neoponera commutata - - - - mf d z nd mf d z nd Odontomachus bauri - - - - - - - - mf ma w d Pseudoponera gilberti f c z nd - - - - pf d z nd

Freqüência(%);Abundância:(r) rara;(e) dispersa;(c) comum;(a)abundante;(m) muito abundante; Constância:(w)constante; (y) acessória; (z) acidental; Dominância: (d) dominante ; (nd) não dominante.

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4.3. INDICE DE DIVERSIDADE

O índice de Shannon para o período anual e de chuva, no

método do extrator de Winkler, apresentaram os maiores índices de

diversidade com 1,88 e 1,83, respectivamente. Na Pitfall, na análise do

período anual mostrou um índice da diversidade de 1,63 (Tabela 8).

O monocultivo de teca, um ambiente ecologicamente simplista,

propicia os fatores limitantes a agirem intensamente, bem como aumento

da competição interespecífica e a diminuição na quantidade de espécies,

porém em grandes quantidades de indivíduos, conforme Silveira et al,

(1976). Esses valores explicam os baixos valores de diversidade obtidos

na pesquisa.

A equitatividade foi de 0,56, 0,65 e 0,53 para os períodos seco,

chuvoso e anual, respectivamente, utilizando a armadilha pitfall e de 0,76,

080 e 0,78 para os períodos seco, chuvoso e anual, respectivamente com

o método de extrator de Winkler. A equitatividade leva em consideração o

grau de uniformidade nas densidades populacionais das de espécies

(MAGURRAN, 2011). Na análise do período anual com armadilha pitfall

observou-se o menor valor de equitabilidade, pois apresenta espécies

com muitos indivíduos como L. coecus, Pheidole grupo Tristis sp. 3 e

Solenopsis causando uma dominância de poucas espécies, enquanto

muitas espécies ocorreram com poucos indivíduos ou somente um

indivíduo coletado, causando uma distribuição populacional heterogênea,

o que afetou sensivelmente a equitatibilidade, pelo qual contribui

positivamente para a construção de uma população de formigas mais

diversificada (LUTINSKI et al., 2008).

O índice de Margalef foram de 2,44 para o período seco, 2,84

para o período chuva e 2,38 no período anual com a utilização da

armadilha pitfall. Com o método de Winkler o índice foi de 1,78 período

seco, 2,30 período chuva e 2,38 para o período anual o que representa

uma diversidade relativamente baixa, portanto, demosntra que este

ambiente é alterado, o que dificulta o estabelecimento de espécies mais

exigentes por nidificação e forrageamento, favorecendo somente as

formigas mais generalistas. Esse índice procura compensar os efeitos de

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amostragem com a divisão do número de espécies registradas pelo

número total de indivíduos na amostra (Tabela 8).

TABELA 8 - ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ACORDO COM A SÉRIE DE NÚMEROS DE HILL E EQUITATIVIDADE DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADOS TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE) COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINKLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Componentes da Diversidade

Armadilhas Pitfall Extrator de Winkler

Períodos Períodos

Seco Chuva Anual Seco Chuva Anual

N0 23 26 26 10 14 15 N1 4,05 4,28 5,14 4,26 6,27 6,58 N2 2,29 2,80 2,73 3,26 5,02 5,16 H’ 1,39 1,45 1,63 1,45 1,83 1,88 E 0,56 0,65 0,53 0,76 0,80 0,78 β 0,43 0,35 0,36 0,30 0,19 0,19 α 2,44 2,84 2,38 1,78 2,30 2,38

N0 = número totalde espécies; N1 = número de espécies abundantes;N2 = Número de

espécies muito abundantes; E=equitatividade entre as espécies; β= Índice de Simpson α

= Índice de Riqueza de Margalef.

4.4. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES

Analisando-se as curvas de suficiência amostral (Figura 4).

Constatou-se primeira a estabilização na armadilha pitfall, na nona coleta,

e com o extrator de Winkler na décima coleta. Portanto o esforço de

coleta despendido foi suficiente para amostrar as espécies existentes no

plantio de teca estudado, e provavelmente coletas futuras, utilizando a

mesma metodologia, não incluiriam um número elevado de novas

espécies. A não necessidade de períodos maiores de coletas estão

associadas aos fatores ambientais (monocultura) e ao tipo de

entomofauna estudada, isto é, apenas uma família e não muito numerosa

em espécies, quando comparada com as demais da classe Insecta.

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FIGURA 4 - CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM TALHÃO DE Tectona grandis (LAMIACEAE), COM ARMADILHAS PITFALL E EXTRATOR DE WINCLER, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016

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5. CONCLUSÃO

- A armadilha pitfall é mais indicada para amostragem de formigas

em plantios de Tectona grandis.

- Os períodos de desfolha e de reenfolha da Tectona grandis afeta

negativamente a eficiência do extrator de Wincler;

- Os períodos de chuva e seca influenciaram nas coletas nos dois

métodos de amostragens;

- A armadilha pitfall foi mais eficiente no período seco e o extrator de

Winkler no período chuvoso.

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46

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