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Do agrotóxico à agricultura orgânica Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 nº1723 Janeiro /2014 Lajedo “A coisa mais importante é cuidar do meio ambiente. A natureza é a fonte de toda riqueza, é ela que nos dá tudo, água, comida, o ar que respiramos, e olha como a tratamos. Tá errado !! Isso tem que mudar. Ela é o nosso bem maior”.É com este pensamento que o agricultor Cícero Clarino, morador do Sítio Mocós no município de Lajedo,que por muitos anos trabalhou com agrotóxicos hoje é o maior defensor da agricultura orgânica, um sistema de produção que não usa fertilizantes sintéticos ou agrotóxicos . Casado com Joelma dos Santos, com quem possui três filhos, Ciço, como é conhecido na região, transformou sua vida quando assistiu uma reportagem, e resolveu mudar a forma de plantar.“Aquilo iria prejudicar toda a minha família e precisava fazer algo pelo nosso futuro. Larguei essa forma de plantar. Não uso mais agrotóxicos e não me arrependo”, declara Ciço. Como a agricultura orgânica se tornou o forte da propriedade, Ciço resolveu instalar na propriedade o sistema mandala, que é um princípio de irrigação baseado em canteiros ao redor de uma fonte de água, em forma de gotejamento. Após a implantação da mandala, Seu Ciço faz a polinização manual na plantação, que é o transporte de grãos de pólen de uma flor para outra, fazendo assim com que as flores se reproduzam. Outro benefício conquistado em sua vida é a comercialização dos produtos na feira livre de São José da Laje, no município de Alagoas, a cada oito dias, o que garante renda extra à família. Ciço em suas plantações de melancia, maxixe e a produção de defensivo natural

Do Agrotóxico à Agricultura Orgânica

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A sistematização apresenta a produção agroecológica do agricultor Cícero Clarino do município de Lajedo, que deixou de utilizar agrotóxico em sua produção, e passou a ser defensor da agricultura orgânica em toda região.

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Do agrotóxico à agricultura orgânica

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 nº1723

Janeiro /2014

Lajedo

“A coisa mais importante é cuidar do meio ambiente. A natureza é a fonte de toda riqueza, é ela que nos dá tudo, água, comida, o ar que respiramos, e olha como a tratamos. Tá errado !! Isso tem que mudar. Ela é o nosso bem maior”.É com este pensamento que o agricultor Cícero Clarino, morador do Sítio Mocós no município de Lajedo,que por muitos anos trabalhou com agrotóxicos hoje é o maior defensor da agricultura orgânica, um sistema de produção que não usa fertilizantes sintéticos ou agrotóxicos .

Casado com Joelma dos Santos, com quem possui três filhos, Ciço, como é conhecido na região, transformou sua vida quando assistiu uma reportagem, e resolveu mudar a forma de plantar.“Aquilo iria prejudicar toda a minha família e precisava fazer algo pelo nosso futuro. Larguei essa forma de plantar. Não uso mais agrotóxicos e não me arrependo”, declara Ciço.

Como a agricultura orgânica se tornou o forte da propriedade, Ciço resolveu instalar na propriedade o sistema mandala, que é um princípio de irrigação baseado em canteiros ao redor de uma fonte de água, em forma de gotejamento. Após a implantação da mandala, Seu Ciço faz a polinização manual na plantação, que é o transporte de grãos de pólen de uma flor para outra, fazendo assim com que as flores se reproduzam.

Outro benefício conquistado em sua vida é a comercialização dos produtos na feira livre de São José da Laje, no município de Alagoas, a cada oito dias, o que garante renda extra à família.

Ciço em suas plantações de melancia, maxixe e a produção dedefensivo natural

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Além de trabalhar na agricultura, Ciço ainda constrói cisternas, e ajuda outras famílias no semiárido a mudarem de vida.“Quando me apresentaram a cisterna-calçadão e todos os benefícios que ela pode trazer, como armazenar água , plantar e criar animais, não tive dúvidas, iniciei a plantação com maxixe, alface, coentro, cebolinha, melancia, e estou começando uma criação de cabra, e a renda começou a melhorar. O melhor : não uso agrotóxico, pode pegar qualquer alimento e pôr na mesa. A Cáritas ajudou não só a mim, mas toda a região. E o que eu puder aumentar este trabalho, eu farei”, declara.

A água usada para o consumo da família, para os animais e as plantações vem da cisterna e do açude que construiu na propriedade onde utiliza a água acumulada durante todo ao ano.

“Eu faço tudo isso porque sei o quanto são importantes ações como estas. A cisterna de 52 mil litros é uma benção que eu tenho. A partir dela, produzo alimentos de qualidade, sem agrotóxicos para toda a minha família. Tudo que tenho devo à ela, estudo dos meus filhos, educação, e ajudo toda a minha comunidade. A cisterna é tudo para mim“, finaliza Ciço.

Ciço e sua criação de cabras,osistema de mandala,e com esposa e filhos

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